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- Introdução

- Controle automático de processos


- O passado do controle automático de processos à automatização de industrial
- A hierarquia ou pirâmide da automatização ou pirâmide CIM (Computer Integrated
Manufacturing)
- Exemplo de aplicação da automatização industrial na área da geração de energia elétrica

Introdução

Este material não pretende ser um texto básico sobre automatização industrial, para isso o
estudante deve consultar materiais que se o forem. Neste material o professor tentasse
estabelecer as diferenças básicas entre controle automático de processos e automatização
industrial, dado que são dois conceitos que se confundem.

Controle automático de processos

A Figura 1 mostra o esquema de um sistema de controle automático clássico de um tanque de


líquido (Geralmente água, nos exemplos comuns). O processo ao que se refere a Figura 1 é um
processo físico (De fabricação ou produtivo). Trata-se de uma seqüência, ou ordem definida, de
atividades químicas, físicas ou biológicas que se levam a cabo para a conversão, transporte ou
armazenamento de material ou energia. (Padrão S-88 ISA). No caso das atividades físicas se podem
mencionar por exemplo: Mecânicas, hidráulicas, pneumáticas, térmicas, elétricas, etc.

Figura 1. Esquema de um sistema de controle automático clássico de um tanque de água

Para o caso do tanque de líquido do exemplo anterior, a seqüência de atividades para o controle
do nível é:

- Cheio do tanque com o líquido.


- Medição do nível do líquido

- Regulação do nível do líquido: Segundo o valor do nível do líquido, emite-se um comando


para abrir ou fechar a válvula, conforme corresponda.

- Ação final, acionamento ou manobra (Mediante o actuador): Abre-se ou fecha a válvula,


conforme corresponda para ajustar o nível do líquido.

- Uso do líquido ou esvaziado do tanque.

NOTA: No caso objeto de estudo, trata-se so de armazenamento e uso da água, mas existem
multidão de exemplos mais complexos (Por exemplo: Ao líquido lhe pode aplicar aquecimento,
mescla, flitrado, etc. por um tempo determinado ou até que se cumpram parâmetros específicos).

O esquema mostrado na Figura 1 se pode representar mediante o diagrama de blocos de um


sistema de controle automático clássico que aparece na Figura 2.

Figura 2. Diagrama de blocos de um sistema de controle automático clássico.

A partir dos sensores se podem medir grande variedade de variáveis em processos, chamadas
também magnitudes físicas. Exemplos destas variáveis são: Temperatura, umidade, pressão, fluxo
de líquido (Volumétrico, másico), nível de líquido, massa, volume, posição, presença, proximidade,
movimento, velocidade, aceleração, deslocamento.

A partir de um regulador se pode realizar um controle ou regulação de uma magnitude física. Os


exemplos mais conhecidos de reguladores para o caso mostrado na Figura 1 são: ON/OFF, P, PI e
PID.

A partir de um actuador se transforma energia (Hidráulica, pneumática, elétrica, etc.) para ativar
um processo com o fim de gerar um efeito que automatize dito processo. Para isso, recebe a
ordem de um regulador ou controlador e em função dela gera a ordem para ativar um elemento
final de controle (Por exemplo, uma válvula). Exemplos de actuadores são: Motores, motores
passo a passo, relés, luzes, LEDs, displays / telas, resistências, válvulas, bombas, ventiladores, etc.
No caso da referência e a saída que aparecem na Figura1, trata-se de variáveis. As variáveis podem
ser de vários tipos:a) Segundo o uso:

- Variável medida: Seu valor se obtém através dos sensores conectados ao processo tecnológico
(Sistema elétrico de potência).

- Variável de referência: Seu valor o introduz o usuário através do teclado, o mouse ou um


potenciómetro que converte uma posição angular ou linear em um valor de voltagem.

- Perturbação: Seu valor surge das mudanças produzidas em um processo tecnológico que o
afastam de sua posição de equilíbrio ou desejada. São exemplos uma ascensão ou queda da
voltagem devida ao arranque ou parada repentino de um motor ou à queda de um raio na linha
elétrica.

- Variável de controle ou decisão: Seu valor se obtém através dos algoritmos correspondentes. É a
portadora da decisão tomada (Por exemplo, a ativação ou desativação de um motor ou uma
resistência de aquecimento). Pode ser analógica ou digital.

b) Segundo a localização:

- Variável de entrada: Seu valor se obtém através de sensores conectados ao processo tecnológico.
Pode ser analógica ou digital.

- Variável intermédia: Seu valor se obtém através de cálculos e se utiliza no interior do programa.
Pode ser analógica ou digital.

- Variável de saída: Seu valor se obtém através de cálculos e se utiliza para emitir informação e
comandos para o usuário e para dispositivos conectados ao processo tecnológico. Pode ser
analógica ou digital.

c) Segundo o tipo:

- Variável analógica: Seu valor varia dentro de uma fila contínua de valores.

- Variável digital: Seu valor varia dentro de uma fila discreta de valores.

A mudança do controle automático de processos à automatização de industrial

A Figura 3 mostra o esquema da automatização do tanque de água da Figura 1. Como se pode


apreciar, a diferença fundamental é que o regulador se volta mas complexo e flexível. pode-se
tratar neste caso de microprocessadores, microcontroladores (Existem placas que contêm
microcontroladores e som de fácil uso: Arduino, Beaglebone, Raspberry Pi), dsp, PLCs, etc.
Figura 3. Automatização do cheio de um tanque de líquido.

O funcionamento do sistema é por etapas:

1. Captura da informação: Os sensores captam o valor dá cada uma das magnitudes físicas
(Nível do líquido no tanque, pH do líquido, temperatura do líquido) e enviam essa informação para
o regulador.

2. Processamento da informação: A CPU (Central Process Unit, à direita) composta por


memória e processamento global, processa a informação (Os valores das magnitudes físicas) e, em
caso necessário, emitem ações corretivas ou comandos (Por exemplo, fechar as válvulas de cheio
para evitar o transbordamento do tanque devido a que o nível está muito alto).

3. Manobra: As válvulas se fecham ou se abrem em dependência dos comandos emitidos


pela CPU.

Neste caso, substitui-se o diagrama de blocos mostrado na Figura 2 pelo mostrado na Figura 4.

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Fuente: Conceitos Basicos Automação - PEA 3411 - V0.pdf, p.10

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Figura 4. Diagrama de bloques de un proceso automatizado

Também existem vários conceitos associados. A seguir se verão alguns.

Automática: Ciência que trata de substituir em um processo o operador humano por dispositivos
mecânicos ou eletrônicos.

Automatização: Utilização de técnicas e aparelhos para que um sistema funcione de forma


automática. Ou seja, a execução automática e coordenada das tarefas necessárias para operar um
processo em forma ótima, ajustando seu desempenho às pautas estabelecidas.

Automatismo (também chamado autômato): Dispositivo controlador mediante o qual uma


máquina ou processo adquire o caráter de automático.

Automatização Industrial: Uso de sistemas ou elementos computadorizados e electromecánicos


para controlar maquinarias ou processos industriais. Como uma disciplina da engenharia mais
ampla que um sistema de controle, abrange a instrumentação industrial, que inclui os sensores, os
transmissores de campo, os sistemas de controle e supervisão, os sistemas de transmissão e coleta
de dados e as aplicações de software em tempo real para fiscalizar e controlar as operações de
plantas ou processos industriais.

Funções da automatização industrial:

1. Proteção
2. Monitoreio
3. Controle
4. Comunicação
5. Manobra
6. Segurança

Funções da automatização industrial (Outro ponto de vista):

• Registrar a evolução do processo e detectar separações indeseadas nas variáveis.

• Analisar estas separações e deduzir o motivo.

• Elaborar um diagnóstico da situação.

• Resolver a situação em linha em caso de ser possível.

• Tomar medidas adequadas para que não volte a acontecer.

Benefícios da Automatizacion Industrial:

•Incrementa a produção

•Melhora a produtividade

•Diminui os custos de produção

•Reduz os tempos de produção

•Melhora a qualidade dos produtos

•Reduz o stock e aumenta sua rotação

•Melhora a segurança

•Favorece a automatização integral


Inconvenientes da automatização Industrial:

•A automatização é cara

•Dificuldades técnicas

•Impossibilidade de rentabilizar o investimento

•Incremento de custos fixos

•Quase nunca é rentável substituir completamente ao operador humano

A hierarquia ou pirâmide da automatização ou pirâmide CIM (Computer Integrated


Manufacturing)

A Figura 5 mostra a pirâmide da automatização ou pirâmide CIM (Computer Integrated


Manufacturing). Como se pode observar, existem 5 níveis:

1. Nível de campo: encontram-se os sensores e actuadores que são os aparelhos que estão
em contato direto com o processo ou equipe que quer automatizar, o qual está em concordância
com o que aparece na Figura 2.

2. Nível de controle de processos (PLC): Caracteriza-se normalmente pela presença do PLCs,


os quais realiza o processamento da informação primária e a regulação do processo. Os PLCs se
localizam normalmente na Sala de Comando Local. Também se diz que neste nível se realiza o
controle da planta a sob nível.

3. Nível de visualização ou supervisão (SCADA): Caracteriza-se normalmente pela presença


de computadores pessoais (Uma ou mais conectadas freqüentemente conectadas em rede) com
um sistema operacional como Windows (Ou seja, uma interfaz gráfica potente) e um software
denominado SCADA (Supervisory Controle And Data Adquisition) que permite a centralização de
todos os dados de processo em uma base de dados e o Controle Centralizado. A interação homem
– máquina é superior e mais flexível. Além disso, realiza-se um processamento de informação mais
complexo com acesso a base de dados para consultas diversas: Históricos do processo, tendências,
alarmes, eventos, geração e impressão de informe e gráficos, etc. Também se diz que neste nível
se realiza o controle da planta a alto nível.
4. Nível de manufatura ou planejamento (MES): Caracteriza-se normalmente pela presença
de computadores pessoais com um sistema operacional como Windows e software que permite a
otimização dos recursos da planta para realizar a produção da forma mais eficiente possível.

5. Nível de administração ou gestão (ERP): Caracteriza-se normalmente pela presença de


computadores pessoais com um sistema operacional como Windows e software que permite a
otimização dos processos empresariais, tais como produção, vendas, compras, folhas de
pagamento, pedidos, inventários,…

Figura 5. Pirâmide da automatização ou pirâmide CIM (Computer Integrated Manufacturing)

Etapas do ciclo de vida da automatização industrial:

I Desarrollo

- Análisis: Depois de decidir que é factível introduzir a automatização em uma indústria, deve-se
decidir segundo o financiamento de que se dispõe, os custos dos recursos necessários no mercado
e os benefícios que deseja obter, qual é a estratégia a seguir.

- Desenho: Estabelecer as características concretas de software e hardware do sistema


automatizado resultante.

- Programação: Estabelecer as características concretas de software e hardware do sistema


automatizado resultante.
- Teste: Detectam-se e eliminam enganos de software e se comprova que o sistema funciona
corretamente.

- Documentação: Escrevem-se documentos que descrevem as partes e funcionamento do sistema,


com o objetivo de facilitar sua melhora e manutenção.

II Uso

- Configuração: A partir do teclado, e o rato em interação com a interface homem – máquina,


estabelecem-se os parâmetros fundamentais que regulamentam a operação do sistema.

- Captura de informação (Entrada ou aquisição de dados): Obter informação:

a) Mediante sensores se obtêm dados (Velocidade e posição angular, voltagem, corrente,


temperatura, luz, umidade do solo / ar, nível, velocidade / direção do vento, etc.) do estado do
processo tecnológico (Sistema elétrico de potência).

b) Mediante teclado, rato e outros dispositivos de obtêm dados de configuração, por exemplo, os
valores de referência das variáveis.

- Processamento de informação: Utilização de meios de computo (Microprocessadores, micro


controladores, PLC, etc.) para cálculos e tira de decisões apoiadas na informação atual e histórica
obtida do processo tecnológico

- Armazenamento de informação: Introduzir a informação procedente do processo tecnológico em


suportes magnéticos ou de estado sólido para seu posterior consulta e análise.

- Apresentação de informação: Pode ser uma indicação luminosa e/ou sonora (Geralmente
mediante uma lampada, um LED ou uma buzina) de estados de operação (Por exemplo: Presença
de energia, avarias, alerta, alarme, etc.), a sinalização (Geralmente apresentando símbolos
lumínicos similares ao semáforo ou a um anúncio comercial) ou a apresentação de textos e/ou
gráficos mediante um display LCD ou um monitor de PC.

- Acionamento, manobra ou controle: Provocar mudanças no estado do processo para ajustar seu
funcionamento em caso de mudanças em seus parâmetros (Freqüência, velocidade angular,
posição angular, voltagem, corrente, temperatura, etc.) mediante o envio de sinais (Ativação,
desativação, etc.) para distintos elementos (Entre os mais freqüentes se encontram: Válvulas,
interruptores, motores e resistência de aquecimento).

- Comunicação:

a) Com cabos: RJ45, fibra óptica

b) Sem cabos: Infravermelho, laser, comunicação móvel (WiFi, Bluetooth, GSM)

III Manutenção

Exemplo de aplicação da automatização industrial na área da geração de energia elétrica


A Figura 6 mostra um exemplo de aplicação da automatização industrial na área da geração de
energia elétrica. Como se pode observar, existem vários aparelhos em cada um dos quais se
desenvolve um processo: Forno (A partir da queima de combustível se geram gases quentes),
Gerador de vapor (A partir do calor de gases quentes, gera-se vapor de água), Turbina (A partir de
vapor de água, movem-se os sinais de multiplicação da turbina), Gerador elétrico (O movimento
dos sinais de multiplicação da turbina, ou seja de seu eixo que esta acoplado ao gerador elétrico,
produz-se energia elétrica). Também se colocaram dois laços de controle automático:

- Laço de controle de velocidade: Os principais elementos pressente são a válvula ou


actuador, o controlador de velocidade ou regulador e o sensor de velocidade.

- Laço de controle de tensão: Os principais elementos pressente são o sistema de excitação


ou actuador e o controlador automático de tensão ou regulador e o sensor de tensão.

Figura 6. Exemplo de aplicação da automatização industrial na área da geração de energia elétrica.

Os sensores utilizados no exemplo são:

- Encoder ou codificador rotatório: Também chamado codificador do eixo ou gerador de pulsos, é


um dispositivo electromecánico usado para converter a posição angular de um eixo a um código
digital. Um exemplo é o circuito integrado KY-040.

- Sensor de corrente: Utiliza princípios físicos como a indução magnética para gerar uma voltagem
proporcional à corrente elétrica que se deseja medir. Um exemplo é o circuito integrado ACS712
que se apóia no efeito Hall.

Exemplos comunes de tipos de manobra (Podem ser manuais ou automáticas) no caso de redes e
subestações de electricidad são:
- Isolamento para manutenção ou trabalhos.

- Isolamento por falha (Por exemplo, desconexão do circuito quando se identifica um curto-
circuito, uma sobretensão ou uma sobre corrente).

- Isolamento para proteção (Por exemplo, isola-se a parte do circuito que não falha, identifica-se e
repara a falha e se religa todo o circuito).

- Redireção do fluxo de energia através de rotas alternativas

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Fuente: Conceitos Basicos Automação - PEA 3411 - V0.pdf, p.35

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A Figura 7 mostra o diagrama de blocos de uma parte de um processo elétrico, seja para geração,
transmissão, distribuição ou uso automatizado

Figura 7. Diagrama de blocos de uma parte de um processo elétrico, seja para geração,
transmissão, distribuição ou uso automatizado

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