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br

Artigo
REPRODUÇÃO de
CORES corretas
E
stamos numa época “informatizada”, quando as in mente o mesmo. Um mesmo monitor plugado num PC
formações são abundantes, mas muitas vezes isto não apresenta uma imagem mais escura do que se plugado
resolve o problema. Ocorre que é necessário que as num MAC, com versão do mesmo programa apresentan-
informações estejam estruturadas para serem úteis. do a mesma imagem. Um fotolito preparado para offset
Usar o computador para quase todas as tarefas nos faz apresentará im agem mais escura se impresso em serigrafia.
pensar que “a máquina faz” - e isto leva a profundas frus-
trações quando se trata de reproduzir images em Separações
quadricromia. Computadores são máquinas de “repetir” A imagem original está em RGB, a reprodução será nas
tarefas, ou seja, você precisa fazer a primeira vez. Para cores complementares e portanto opostas CMY, sendo que
fazer a primeira vez, é necessário informar à máquina, e será agregado um pouco de K (preto) para controlar me-
essa informação tem que ser estruturada. Isto significa lhor os contrastes.Que cores das tintas serão utilizadas
que, quem fornece a informação da “primeira vez”, tem REALMENTE? Por exemplo, existe o magenta SWOP, o
que ter pleno conhecimento daquilo que vai passar a ser magenta ISO, o magenta SNAP, o magenta TOYO, etc,
feito em série. etc. O mesmo conjunto de fotolitos no mesmo tipo de
Podemos dizer que a produção de quadricromias por impressão irá apresentar uma imagem mais avermelhada
serigrafia é uma atividade sempre carregada de surpresas e se as tintas forem mais próximas de SWOP ou mais azulada
emoções, entretanto não é necessário ser programador, nem se as tintas foram mais próximas de ISO. Além disso, as
cientista aeroespacial - mas tem que conhecer um cores dos os filtros R, G e B da cabeça do scanner depen-
pouquinho mais sobre cores e sistemas de reprodução grá- dem de marca. As possibilidades do acêrto das cores sem
fica. Quantas e quais são as informações iniciais para o que se saiba que compensações fazer são menores do que
controle do processo? Bem, vamos fazer uma lista. as da loteria.

Espaços de cor Para fazer com que as cores sejam controladas, é necessá-
As cores na natureza são um conjunto maior do que o rio saber primeiro “para que lado elas entortam”, e então
conjunto que um scanner consegue capturar, que é maior fazer compensações para “endireitar”.
do que o conjunto que o monitor do microcomputador O nome técnico disto é “Gerenciamento de Cores”. As
consegue reproduzir, que é maior do que a impressora pode atividades envolvidas no Gerenciamento de Cores para
imprimir, que é maior do que a impressora gráfica (offset, saber “como entortam” são as densitometrias e a
flexo, serigrafia, etc) consegue reproduzir. As diferenças colorimetrias. E, para “endireitar”, os próprios softwares
estão não só nas quantidades, mas também nas tonalida- de manipulação de páginas, imagens e de saída em fil-
des das cores - porque os pigmentos utilizados no filtro do mes aceitam informações para compensar o que se dese-
leitor do scanner, no fósforo do monitor, nas tintas inkjet ja. Também existem softwares para configuração e
ou toner, e nas tintas gráficas são de tonalidades diferen- gerenciamento das cores no próprio sistema operacional,
tes. Estas tonalidades também são diferentes entre diferen- que é um tema para próximos artigos.
tes marcas dos mesmos tipos de equipamentos listados. Concluindo: para controlar é necessário medir.
Densitômetro é o equipamento mínimo que permite um
controle básico do processo de impressão, tanto utilizan-
Densidades do um sistema tradicional, quanto um totalmente
As intensidades das cores, do branco até a máxima satura- computadorizado para gerar filmes de quadricromia.
ção que um pigmento permite, não variam em uma escala Colorímetros e espectrofotômetros são instrumentos para
linear. O nome comum para este fenômeno nos monitores o segundo passo, de ajuste fino das cores reproduzidas.
é chamado “gama” e na impressão é chamado “ganho de
ponto”. Cada equipamento tem esta característica diferen- “Oportunamente iremos detalhar cada um dos pontos aqui
te e, mesmo entre equipamentos semelhantes, a caracterís- levantados.”
tica varia conforme outros fatores. Diversos monitores de ______________________________
TV da mesma marca na loja tem imagens diferentes, em- Ary Luiz Bon - Consultor Técnico
bora o sinal transmitido pelo canal de TV seja absoluta- arybon@stbnet.com.br

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Revista Empresário Serigráfico • Set/Out. • 2001 • +11 6676-3457
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Controle densitométrico
da_impressão
A
condição mínima para controlar o resultado da im to de uma cor para outra. A impressão para auditoria deve
pressão quando se trata de fotografias reticuladas, é contemplar uma tiragem que seja significativa, pessoal-
medir a intensidade da cor obtida pela reticulação, mente sugiro um mínimo de 60 impressos selecionando
padronizar as variáveis (ângulos de rodo, velocidade da para leitura pelo menos 20 retirados desde o início até o
passada, viscosidade da tinta, tela escolhida, etc.) e então final.
gerar os filmes de separação fazendo compensações para A representatividade do resultado desta auditoria depende
que as intensidades reproduzidas sejam mais próximas do de que as condições de impressão sejam as mesmas utili-
original. zadas durante as tiragens, ou seja, “não é para o teste ficar
Aqui se sub-entende que os eventuais problemas como bonito”.
moiré, etc. já estejam resolvidos pela seleção da tela corre-
Imagem de teste
ta para a retícula, angulo de retícula adequado e fotografia
• Imagem para auditoria (ou calibração do sistema)
/revelação feitos de forma controlada. Então, com as con-
Idealmente, este test-form deve ter a mesma retícula a ser
dições de impressão normalizadas, iremos medir o ganho
utilizada na produção. Se diversas lineaturas forem utiliza-
de ponto do sistema. das, deve-se fazer um teste para cada uma delas. Por causa
A forma de verificar as intensidade reproduzidas com rela- das baixas lineaturas utilizadas em serigrafia, as amostras
ção às intensidades originais se faz através de figuras de devem ter pelo menos 15 mm de lado, embora a cabeça de
teste ou “test-forms”. Os test-forms devem ser impressos leitura do densitômetro seja menor.
em tiragens especiais de verificação ou auditoria de pro- • Compensação: ganho de ponto
cesso, e durante as tiragens de impressão. Quando o im- O número representado nesta tela (CMYK setup) do
presso é feito sobre materiais em folhas que serão refiladas, Photoshop para ganho de ponto se refere ao medido so-
é conveniente imprimir o test-form nas áreas de refile, o mente na amostra de 50%.
que permitirá fazer um controle durante a tiragem de im- Para o melhor resultado em serigrafia, deve inserir os valo-
pressão. Quando se imprime sobre localizados (peças pron- res medidos no test-form, selecionando a ferramenta “cur-
tas), isto fica mais difícil de fazer. Com um pouco de vas” na própria janela no Photoshop, ou no RIP que estiver
criatividade, pode-se gerar na tela uma imagem na área sendo utilizado para gerar os filmes de separação.
fora da peça a imprimir, e posicionar peças para teste nes- Utilizar os valores diretamente no RIP geralmente oferece
tas áreas, fazendo amostragens durante a tiragem (se os menos chances de erro do que especificando a partir do
berços de suporte utilizados permitirem fazer este arranjo). Photoshop.
A diferença entre os test-forms de auditoria e os de acom- • Uso das curvas
panhamento da tiragem é que os últimos podem ser retículas Os valores encontrados nas leituras do densitômetro de-
compensadas, enquanto que os de auditoria tem de ter va- vem ser inseridos nos campos da caixa de diálogo. Con-
lores de retícula absolutos (para determinar as compensa- forme o software, estes valores podem ser porcentagens
ções a fazer nos filmes). encontradas, ou ganho encontrado, ou densidades lidas.
As normas propostas pela ISO e ABNT para pré-impressão O densitômetro geralmente oferece diversas opções de
serigráfica especificam que o test-form de acompanhamento resultados para as leituras feitas.
(chamado na norma de “tira de controle”) deve ter retícula
de 30 linhas por centímetro com pontos redondos, e 7 A produção de quadricromias por serigrafia pode trazer
valores das amostras de retícula fixos e identificados (sem menos surpresas e emoções, desde que façamos a medi-
compensação). Ainda na mesma norma (projeto de norma ção das intensidades reproduzidas. Se o processo de im-
NBR-ISO 12647-5) está especificado que o densitômetro a pressão estiver livre de variações “da hora”, a imagem
utilizar para a leitura do test-form deve ter abertura poderá ser compensada para resultar fotos “realísticas”,
idealmente de 4,5 mm. Os pontos de controle especifica- com as cores controladas.
dos na norma são 15%, 25%, 50%, 60%, 75%, 85% e
O próximo passo é fazer as compensações entre as cores
100%.
das tintas que se usa e as cores da separação propriamen-
A minha sugestão para o test-form de auditoria é fazer amos-
te dita - a detalhar em artigos futuros.
tras com intervalos de 5%, ou seja, 20 amostras por cor ______________________________
impressa. É importante imprimir todas as cores porque com Ary Luiz Bon - Consultor em Serigrafia e
diferentes ângulos, pode haver variações de ganho de pon- Gerenciamento de Cores - ary.bon@uol.com.br
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Controle colorimétrico
na impressão
A
impressão de quadricromia é a “menina dos Utilizar os valores diretamente no RIP geralmente oferece
olhos” de qualquer serígrafo. Conseguir as cores menos chances de erro do que especificando a partir do
corretas, por outro lado, é algo que costuma “es- Photoshop.
capar por entre os dedos”.
No artigo anterior, falamos sobre controle Uso das curvas - Os valores encontrados nas leituras do
densitométrico. Correndo o risco de estarmos repetin- densitômetro devem ser inseridos nos campos da caixa
do, não há controle possível na reprodução de cores se de diálogo. Conforme o software, estes valores podem
não for utilizado um instrumento para nos mostrar e ser porcentagens encontradas, ou ganho encontrado, ou
garantir, que as tonalidades reticuladas estão reproduzidas densidades lidas.
corretamente. Este instrumento é o densitômetro. O densitômetro geralmente oferece diversas opções de
resultados para as leituras feitas.

Teste de densidades e
valores no Photoshop
Imagem para auditoria (ou calibração do sistema)
Idealmente, o test-form ao lado deve ter a mesma retícula
a ser utilizada na produção. Para diversas lineaturas, deve-
se fazer um teste para cada lineatura As amostras devem
ter pelo menos 15 mm de lado, para permitir diversas
leituras por amostra.

Compensação: ganho de ponto - O número representado Cores


na tela (CMYK setup) do Photoshop para ganho de ponto se Uma vez que esteja garantido o controle das intensida-
refere ao medido somente na amostra de 50%.
des das cores a imprimir (através da densitometria), po-
Para o melhor resultado em serigrafia, devemos inserir os
demos passar ao ajuste das cores de separação.
valores medidos no test-form, selecionando a ferramenta
A teoria diz que as cores primárias aditivas são o verme-
“curvas” na própria janela no Photoshop, ou no RIP que
lho, o verde e o azul (RGB), conforme foi determinado
estiver sendo utilizado para gerar os filmes de separação.
através de estudos exaustivos da fisiologia do olho hu-
mano e normalizado pela CIE (Comission Internacionale
de Éclairage - Comissão internacional de iluminação).
Na impressão, para reproduzir as cores que o olho vê,
utilizam-se as cores secundárias, ou seja, o ciano, o
magenta, e o amarelo, teoricamente opostos ao RGB e
que deveriam recompor as cores ao imprimir.
Na prática, os pigmentos utilizados nas tintas refletem
pequenas parcelas das outras cores, o que faz com que
somente utilizando estas três cores não se consegue ob-
ter o preto.
Por isso, fazemos a impressão utilizando quatro cores -
adicionando o preto que falta na resposta cromática dos
pigmentos.

26 continua...
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das mesmas. O preto também deve ser medido.

Ajuste de cores - A seqüência da impressão deve


ser mantida, porque caso contrário às sobreposições
apresentarão cores diferentes.
Os valores obtidos devem ser inseridos no item
“cores das tintas”, selecionando “personalizadas”
- o que vai abrir a caixa de diálogo para inserção
das cores.

Inserção de valores - Os valores lidos no


colorímetro podem ser inseridos no formato L*a*b*
ticando o primeiro box da parte inferior desta cai-
xa de diálogo.
Após inserir todos os valores, pode-se salvar o con-
Dito isto, temos a teoria “da teoria” e a “teoria da prática”. junto dando um nome para as “cores das tintas”.
Na prática (“da prática”), quando fazemos a separação das É necessário observar que todas as informações de ganho
cores não utilizamos as cores exatamente opostas ao R, G, de ponto, curvas e cores das tintas são salvas em conjunto,
B; utilizamos sim as cores das tintas de que dispomos. não somente as cores.
Quem disse que o magenta da marca X é idêntico ao
magenta da marca Y? E quem disse que a cor da marca Uma vez que o Photoshop “conheça” as cores das tintas, a
“Fulano” é mais correta do que a da marca “Sicrano”? separação de cores será feita corretamente.
Como já mencionei, existem esforços no sentido de nor- Se as informações de ganho de ponto forem corretas e váli-
malizar as cores de separação, para todos os sistemas de das (não houverem variações durante a impressão), as cores
impressão. No Brasil, a comissão de estudos para nor- reticuladas apresentarão imagens com as cores corretas e
malização de serigrafia está analisando atualmente o balanceadas, sem “surpresas” na hora de imprimir.
projeto de norma ISO /DIS 2846-4, chamada É importante considerar que, se uma empresa de serviços
“Especificação de cor e transparência para escalas de tin- estiver fornecendo os filmes de separação, as informações
tas de impressão - parte 4 / impressão serigráfica”. levantadas sobre cores e ganhos de ponto sejam levadas em
Para não entrar muito profundamente na teoria das co- consideração - o RIP da imagesetter pode estar configurado
res, vamos explicar que para definir uma cor, são neces- para não considerar as curvas do arquivo original, inserindo
sárias três grandezas (luminosidade, saturação, croma) e suas próprias compensações na execução dos filmes.
o padrão de medidas das cores mais aceito é o CIE L*a*b*.
Este padrão confere três números, correspondentes ao L* ________________________________
(luminosidade) e às coordenadas a*, b*. Para encontrar Ary Luiz Bon - Consultor em serigrafia e
estes valores devemos utilizar um instrumento que é o Gerenciamento de cores – Ary.bom@uol.com.br
colorímetro.
Se soubermos quais os valores cromáticos L*a*b* das tin-
tas que estamos utilizando, ferramentas como o Photoshop
poderão fazer separações de cor adequadas e que irão re-
produzir melhor as cores na impressão.
É importante lembrar que as cores das tintas de
quadricromia na prática são muito diferentes entre si. Até
que haja uma normalização, adotada no Brasil pelos fabri-
cantes de tintas, estas tintas continuarão a apresentar cores
diferentes entre marcas, cores diferentes entre diferentes
processos como o offset, a flexografia, a serigrafia, etc. e,
portanto, dificuldades para o impressor acertar cores, tro-
car de marcas, ter consistência de resultados.

Teste de cores e
valores no Photoshop
Amostras - Para determinar as cores das tintas de
quadricromia, é preciso imprimir amostras chapadas de cada
uma e verificar as cores resultantes das sobreposições

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Controle de Processo e
Gerenciamento das Cores
O
passo seguinte aos controles aplicados à impres- sultado final será plenamente aceitável. Aqui estamos fa-
são, através da densitometria e da colorimetria, é lando de impressão de traço, e embora o aumento de nos-
o gerenciamento de cor, ou seja, fazer as compensa- so exemplo seja de 10 a 30%, o resultado na prática é
ções na pré-impressão (design, separações, fotolito, matrizes) aceitável. Verifique um trabalho feito por você mesmo, e
para que as cores saiam corretas no impresso final. Iniciamos meça as espessuras obtidas utilizando um microscópio com
este assunto na revista #8 - setembro /outubro de 2001. medidas graduadas - comparando o fotolito e o impresso -
Aqui as coisas aparentam ficar confusas, porque na medi- vendo na prática fica mais fácil.
da que aplicamos os valores das cores medidas das tintas,
já estamos fazendo o gerenciamento. Parece que as coisas
se fundem um pouco - então vamos explicar que a distin-
ção entre a calorimetria, a densitometria e o gerenciamento
de cores é apenas para fins de entendimento de conceitos.

Densitômetro de reflexão
Quando falamos em gerenciamento de cores, tratamos de
controles globais, a densitometria se usa no controle do
processo (idealmente deveria haver um densitômetro ao
lado de cada máquina impressora) e a calorimetria é a to- Quando falamos de reproduzir retículas, temos outros fato-
mada dos valores a utilizar no gerenciamento de cores. res envolvidos - a retícula é feita de pontos, que devem ser
O gerenciamento de cores se faz englobando 3 atividades: pequenos o bastante para “não serem vistos”. Nosso exem-
a calibração, a caracterização e a conversão das cores (Tam- plo de traços também lida com grandezas pequenas, para
bém chamadas de 3C) Estas atividades podem ser feitas ilustrar a dificuldade de controlar o processo de impressão
“na unha” ou com a ajuda de softwares, sempre envolven- quando as medidas diminuem. Ninguém vai usar um mi-
do o uso de instrumentos. Para entender estas atividades, croscópio no controle de qualidade da impressão, certo?
devemos inicialmente entender alguns fatos físicos que Bem, um ponto de retícula representa uma porcentagem
ocorrem durante a produção gráfica. da área do papel coberta com a tinta na cor impressa. Um
aumento de 0,02 ou 0,04 mm na borda do ponto pode
representar diversas coisas diferentes.
Entendendo o ganho de ponto Fazendo contas, se temos uma retícula de 20 linhas /cm,
Ganho de ponto é um nome traiçoeiro. No Photoshop 5 é um ponto redondo correspondente a 10% da intensidade
chamado de “aumento de ponto” e nas normas brasileiras da cor impressa mede cerca de 0,17mm. Se a retícula for
é chamado “aumento de valor tonal”. de 30 linhas /cm, a mesma intensidade de cor é reproduzida
Quando imprimimos traços, digamos de 0,10 mm de com um ponto de cerca de 0,12 mm, e assim por diante.
espessura (por exemplo, um texto com letras em corpo 6 Um aumento do tamanho do ponto pode fazer com que
ou 8) a espessura exata na impressão poderá ficar maior 10% da intensidade da cor se transforme na impressão em
ou menor - geralmente se estamos fazendo um controle 12%, ou mais, se a retícula for mais fechada.
visual, sairá maior - por exemplo, uma medida de 0,12
mm ou 0,14 mm. (ver ao lado a imagem e a ampliação Curva de ganho
do mesmo). Entretanto, pontos representando intensidades de cor maio-
Traços mais espessos tem me- res também cobrem maior área (os espaços entre pontos
nor variação porcentual, por- diminuem) fazendo com que pontos que deveriam reprodu-
que o espalhamento da tinta zir 50% da intensidade da cor na prática fiquem represen-
reflete uma condição da ma- tando até 85% desta cor. O aumento é exponencial até as
triz e dos ajustes de impressão tonalidades médias, esta proporção se reduzindo das médi-
(por exemplo, traços de 1 mm as até o chapado.
também aumentarão provavel- Em resumo, variações toleráveis para impressão de traço,
mente para 1,02 ou 1,04 mm). onde um texto fica apenas um pouco mais “carregado”,
Bem, estes números represen- podem fazer com que na impressão reticulada um tom de
tam grandezas pequenas, e pele fique parecendo tom de cenoura. Controlar medidas
desde que este aumento ocor- desta grandeza e que envolvem funções matemáticas to-
ra de maneira uniforme, o re- mando cada variável do processo serigráfico (ou de qual-

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quer outra forma de impressão) para corrigir - é inviável.


Calibração da impressão
Este nome traiçoeiro, “ganho de ponto”, não representa so-
mente uma variação de tom unitária, é na verdade uma fun-
ção logarítmica representando a linearidade das intensida-
des de cor reticuladas. (para os que quiserem estudar “fun-
do”, equações de Murray-Davies e de Yule-Nielsen). Estas
funções já vêm “dentro” dos densitômetros.
As razões físicas para a existência de ganho de ponto são:
viscosidade da tinta, qualidade da matriz, ângulo e veloci-
dade do rodo, absorção da tinta pelo material impresso, umi- os dados de caracterização da impressão.
dade relativa do ar, tensão da tela, fora-contato, etc... Para catalogar todas as faixas tonais de todas as cores e
etc...etc... O serígrafo sabe, já sentiu “na pele” - mas é inte- todas as superposições, normas internacionais (IT8.7/3) es-
ressante observar que todos os processos de reprodução de pecificam imagens de teste com estas combinações.
imagem “da face do planeta” tem também suas variáveis e Estas combinações são valores conhecidos de C, M,Y e K
limitações físicas = Fotografia, TV, offset, impressão a laser em porcentagem de reprodução. Um colorímetro é utiliza-
ou inkjet - todos os processos incidem em uma curva de do para verificar as cores resultantes e os valores são utili-
reprodução tonal, chamadas “ganho”, “reciprocidade”, zados para gerar separações de cor fidedignas.
“gamma”, etc. - essencialmente o mesmo fenômeno.
Estabelecer um status de cada variável da impressão que for
Imagem
Test-form ANSI IT-8.7/3 (ISO 12642)
Qual a relação entre a calibração e a caracterização? Cali-
brar é colocar o processo em “CNTP - condições normais
de pressão e temperatura” como costumavam dizer no cur-
so de ciências do segundo grau. Já a Caracterização é a
compilação dos dados “CNTP” - ou seja, as condições pa-
drão possíveis de se trabalhar.

Correção de cores
Correção ou conversão das cores é exatamente fazer as com-
pensações que estivemos mencionando. Correção é neces-
sária porque a imagem passa por diversos aparelhos
(scanner, software de edição, monitor, impressora de pro-
va, fotolito, matriz, impressão final) e cada um destes in-
terpreta as cores de uma forma diferente.
possível e fazer com que não varie durante a tiragem e de um Este assunto é tema para o próximo artigo, aguardem.
serviço para o outro é a forma de CALIBRAR o meu processo.
Para compensar a variação, e fazer com que a reprodução
entre 0% e 100% da intensidade da cor reproduzida esteja
linear, o filme deve ser gerado de acordo - é a curva de
reprodução usada no Photoshop ou no programa de
editoração (Corel Draw, Quark, Page Maker) ou no painel
de controle (setup) do RIP da imagesetter.
Estabelecidos os valores de compensação, não devemos mais
deixar ocorrerem variações na impressão, caso contrário às com-
pensações perdem a validade - como as compensações se apli-
cam ao filme, a única correção possível é retornar a impressão
para os valores medidos das variáveis. Temos aqui dois concei-
tos: o de LINEARIZAÇÃO e de PADRONIZAÇÃO, ambos
englobados na CALIBRAÇÃO do sistema de impressão.
Falamos aqui da calibração sob o enfoque da densidade, mas
as outras medidas como as cores das tintas utilizadas também
fazem parte da calibração, Neste caso, compensações devem
ser feitas para que se obtenha controle sobre os tons neutros.
__________________________________
Caracterização do sistema de impressão Ary Luiz Bon - Consultor em Serigrafia
Os valores estabelecidos para compensação de ganho de e Gerenciamento de Cores
ponto e cores das tintas e suas sobreposições constituem ary.bon@empresarioserigrafico.com.br
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Artigo

Gerenciamento
das Cores
N
os artigos anteriores tentamos passar alguns im “condições normais
portantes conceitos que nos podem ajudar a obter de pressão e tempe-
cores corretas na reprodução gráfica: ratura”. Significa que
•Em todo sistema de reprodução gráfico se utiliza uma as variações durante
retícula para obter gradações das cores. o processo são eli-
•Na reprodução reticulada, as gradações não são lineares, minadas e que as
elas formam uma curva de variação de tons que se pode condições de repro-
medir com um densitômetro. dução tonal são
• À curva de variação de tons corresponde uma correlação medidas.As não-
entre a área de pontos antes da saída e a área de pontos linearidades de resposta tonal são devidamente compen-
após a impressão, chamada curva de ganho de ponto. sadas neste estágio do gerenciamento de cor.
• O ganho de ponto não pode ser eliminado, entretanto Caracterizar um sistema significa catalogar todas as cores
para maior controle pode ser minimizado, e as condições que este sistema é capaz de reproduzir. Para isto, geramos
que definem um ganho de ponto podem ser padronizadas imagem de teste com amostras de diversas quantidades
na produção. (porcentagens de pontos) combinadas das tintas utiliza-
• Estabelecido este padrão, os valores da curva de ganho das. O padrão sugerido pelas normas é o Test-form IT-8.7/
de ponto podem ser compensados para que a luminosidade 3 (normas ANSI e ISO12643), que deve ser reproduzido
e contraste da imagem impressa sejam reproduzidos con- sob condições da calibração. A determinação do balanço
forme o original. de cinza é feito neste estágio do gerenciamento de cor.
• Esta compensação se faz no software de edição da imagem, Converter ou corrigir cores significa estabelecer quais valo-
junto com as informações para o gerenciamento de cor. res dentre as combinações de C, M, Y e K correspondem
realmente às cores originais a imagem. Isto é feito no mo-
Outros conceitos importantes: mento da separação de cores, e leva em consideração os
• O branco do fundo faz parte da reprodução, já que a dados da calibração e da caracterização. As proporções entre
mistura da cor da tinta com o branco para estas gradações os pares de cores para recompor o vermelho, verde e azul
depende da luz refletida no papel. originais e a substituição proporcional das três pelo preto
• Às cores primárias Vermelho, Verde e Azul correspondem são definidas neste estágio do gerenciamento de cor.
cores secundárias teóricas de Ciano, Magenta e Amarelo.
Na prática estas secundárias contém “contaminação” de
outras cores.
Caracterização
• Como a reprodução depende da reflexão da luz e absor- Medir todas as possíveis combinações das variações das cores
ção de cores, esta “contaminação” gera reflexão mesmo de por exemplo 256 intensidades de cada uma das 4 cores,
onde as três cores estão presentes, obrigando ao uso de representaria 42.882.564.096 amostras, o que é impraticável.
uma tinta preta adicional para as áreas mais escuras da Verificar as cores sómente dos sólidos e algumas variações
imagem. é mais simples mas pode ser impreciso na determinação
• Além desta “contaminação” ou impureza dos pigmen- de como o sistema reproduz cores.
tos, as secundárias geralmente não estão polarizadas como O objetivo mínimo da caracterização é definir que propor-
o oposto perfeito das primárias, fazendo necessário uma ções das três cores fornece toda a gama de cores neutras, ou
compensação para porcentagens entre as secundárias (ba- seja, o balaço de cinzas. Os valores colorimétricos devem
lanço de gris). também ser coletados, e a quantidade proporcional de preto
• Esta compensação se faz no software de edição de ima- na imagem tem que ser definida. Os critérios para a quanti-
gem, inserindo os valores das cores das tintas (ver artigo dade de preto podem depender do tipo de imagem, com
de Jan /Fev) ou “perfis” de cores.

Teoria do gerenciamento de cor:


A teoria do Gerenciamento de cores reza que exis-
tem os “3 Cs” - calibração, caracterização e conver-
são - para a correta reprodução de cores.
Para simplificar o entendimento, dissemos que
calibração é colocar o sistema em “CNTP” -

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grupos com 40% de preto, mais 5 gru-


pos com 60% de preto.
Continuando, se reduz o número de
amostras para combinações de 4 por-
centagens, eliminando-se as de
20%, com 4 grupos e sobrepondo
80% de preto.
Uma observação que fazemos é que nas
tonalidades mais escuras a variação de
maior participação nas imagens com predominância de tons cor é menor. Se pensarmos nas necessidades da serigrafia, em
escuros ou menor participação nas imagens com predomi- quanto as dificuldades de reprodução, um aumento de
nância de tons claros. Todos os dados da caracterização se- amostragem poderia ser interessante nas áreas claras. Entre-
rão utilizados na etapa posterior, de correção das cores. tanto, conforme mencionamos, o test-form é gerado em con-
dições já compensadas quanto ao ganho de ponto - de forma
que as porcentagens sugeridas pela norma deveriam ser sufici-
Método Eletrônico entes para determinar as características da impressão (incluin-
No Test-form IT-8 que mencionamos, existem algumas re- do tintas e material impresso).
giões para medição numeradas. Este test-form fornece 928 O arranjo físico das amostras é sugerido pela norma, mas
amostras de cor para serem medidas, separadas em duas não é obrigatório, para facilitar o trabalho quando medido
regiões. A região marcada com linhas de A a N e colunas com diferentes instrumentos. A sequência é pré-estabelecida
de 1 a 13 é o conjunto básico de 128 amostras, e o restante pelo próprio software gerador do perfil em função do ins-
é o conjunto extendido de 742 amostras. O conjunto bási- trumento que será utilizado. A tabela típicamente terá o
co serve para medir as cores das tintas, das sobreposições, formato: ID / C / M / Y / K / L* / a* / b*
conferir a curva de reprodução tonal e balanço de gris. O
conjunto extendido fornece uma amostragem de todas as
combinações das porcentagens de cada cor. Correção ou conversão
Alguns softwares de gerenciamento de cor automatizado Uma vez que o sistema de impressão esteja caracterizado, a
(CMS) utilizam sómente o conjunto extendido para gerar correção de cores pode ser feita - a caracterização funciona
perfis de cor ICC. Pelo método ICC, o software gerador do como uma referência para que as cores sejam “traduzidas”
perfil coloca os valores do conjunto extendido, medido entre os diversos dispositivos utilizados na pré-impressão.
com um espectrofotômetro, em uma tabela que fará parte
do próprio perfil ICC. Este perfil pode ser utilizado no Esta conversão pode ser feita com base no gerenciamento con-
Photoshop para gerar as separações de cor. É importante vencional, feito com base na imagem, ou no gerenciamento
lembrar que, se as condições de impressão sofrerem varia- automatizado, com perfis ICC. A vantagem do método ICC é
ções, o perfil deixa de ser válido porque as combinações que a imagem não necessitará ser retrabalhada caso haja a
de cor medidas deixam de ser representativas, e os resulta- necessidade de reproduzir a imagem em outro sistema de
dos deixam de ser os esperados. impressão ou em papéis (ou plásticos) diferentes.
As porcentagens indicadas são as finais, após as compen-
sações do aumento de valor tonal (ganho de ponto). O
conjunto extendido começa com uma tabela com 6 linhas _________________________________
e colunas, numeradas de A a F e 1 a 6. As células Ary Luiz Bon - Consutor em Serigrafia
marcadas com números tem respectivamente 0, e Gerenciamento de Cores
10, 20, 40, 70 e 100% de magenta, as células ary.bon@uol.com.br
marcadas com letras tem respectivamente
0,10,20,40,70 e 100% de ciano.
Esta composição se repete 6 vezes, nas quais se
adiciona respectivamente 0,10,20, 40, 70 e
100% de amarelo. Desta forma, o grupo con-
tém todas as combinações destas porcenta-
gens de ciano, magenta e amarelo.
O segundo grupo é uma cópia do primeiro
grupo de 6 combinações, adicionando 20% de
preto a todas as amostras.
A norma sugere uma redução do número de combinações a
partir deste ponto, embora permita a inclusão de quantas
amostras sejam necessárias, desde que o formato do arquivo
eletrônico (tabela colorimétrica) seja mantido. Na figura,
vemos que as amostras passam a ser a combinação de 5
variações (as amostras de 10% são eliminadas) e temos 5
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Cores
O que é
CIE L*a*b* ?
Q
uando queremos separar uma
imagem em componentes das
suas cores, o que fazemos é
gerar canais de cor. Cada um destes ca-
nais irá corresponder a um filme de sepa-
ração, o que é feito pelo software que dá
a “saída” no arquivo, imprimindo cada
canal em uma imagesetter com a retícula
correspondendo à frequência (lineatura) e
ângulos para cada separação.

O passo anterior a tudo isto é fazer as


preparações para que as cores saiam
controladas na impressão final. Parte
desta preparação, que vimos nos artigos anteriores, é com-
pensar a reprodução reticulada através de curvas de com- A CIE apresentou em 1976 um modelo para diferenciação
pensação do ganho de ponto. A outra parte é, ajustar a das cores mais fácil de compreender do que as equações e
separação para que ela contemple as cores específicas das conceitos de física utilizados até então. Este modelo se-
tintas que serão utilizadas na impressão. guiu a metodologia antropométrica de Munsell para
Digamos por exemplo que temos de reproduzir uma certa quantificação das grandezas importantes na determinação
tonalidade Laranja. Se uma tinta amarela se apresenta com da cor, mantendo um relacionamento matemático com os
uma quantidade de componente verde (amarelo limão por modelos físicos utilizados até então.
exemplo), será necessária uma certa porcentagem deste Para definir uma cor (que na verdade é uma sensação de
amarelo e uma porcentagem de magenta para chegar na nossos sentidos), é necessário quantificar sua luminosidade
cor. Se nosso amarelo for mais avermelhado, com certeza a (quantidade de claro ou escuro), sua pureza (se a cor é viva
porcentagem deste e do magenta serão diferentes para che- ou apresenta acinzentamento), e por último sua tonalida-
gar na mesma cor laranja. de (se é amarela ou azul, vermelha ou verde). A representa-
ção cartesiana destas grandezas definidas requer três eixos
Ao nosso exemplo falta quantificar as coisas para conse- coordenados, ou seja, uma representação em 3 dimensões.
guir controlar os resultados. Ao invés de dizer “certa tona- Assim, uma cor é um ponto num espaço cartesiano.
lidade”, “alguma quantidade”, “mais tonalizado”, etc, se Imagine a roda de cores do tempo da escola primária; co-
especificarmos valores, com certeza os resultados serão locando o vermelho na horizontal à direita e considerando
exatos e mais repetitivos (qualidade constante). o verde como seu oposto, temos um eixo onde o ponto
médio tem o valor zero, correspondendo a um cinza (igual
Se queremos que o Photoshop (ou outro software) separe quantidade de verde e de vermelho). Tomando um eixo
cores contemplando as tintas que iremos utilizar, com cer- ortogonal e na posição superior o amarelo, seu oposto
teza devemos informar ao programa que cores são essas. corresponde ao azul e no ponto médio, o mesmo cinza no
Aos que pensavam que as cores estão prontas “dentro” do mesmo ponto zero. Passando por este cruzamento temos o
software, lamento desapontá-los. Ocorre que não existe terceiro eixo, correspondendo à luminosidade de cinza de
ainda padronização para as tintas de serigrafia. E, o que 50%; ao longo do eixo para cima nos aproximamos do
existe dentro do Photoshop é a escolha entre alguns dos branco e para baixo nos aproximamos do preto.
padrões existentes para cores de tintas de impressão offset. Aos eixos das cores chamamos a* (vermelho-verde) e b*
(amarelo-azul) e ao terceiro eixo chamamos L*
A padronização mundial para as cores é feita através das (luminosidade). Quanto maior o valor de L, mais clara é a
normas da CIE (Commission Internacional de l’Eclairage, cor. Quanto maiores os valores de a, de b ou ambos, para
ou Comissão Internacional da Iluminação). A padroniza- o positivo ou para o negativo, mais pura (saturada) será a
ção internacional para artes gráficas está ao cargo da ISO cor. Se os valores de a e de b forem ambos próximos do
(International Standards Organization - Organização Inter- zero, teremos uma cor acinzentada (sem saturação).
nacional de Normas) a qual segue as normas de ilumina- Instrumentos de medida de cores (colorímetros e
ção da CIE para definir cores nas suas normas. espectrofotômetros) são hoje padronizados com a escala

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CIE L*a*b* e os valores de uma cor lidos num instrumento Passo #3: insira os valores na caixa de diálogo >configurar
aqui no Brasil serão iguais aos lidos “na lua”, por exem- cores >CMYK >cores personalizadas do Photoshop. Os no-
plo. Tudo o que é necessário é especificar no intrumento o mes exatos dos menus dependem da versão do Photoshop,
iluminante de referência (cor do branco) e o ângulo do mas todas as versões acessam esta caixa de diálogo.
observador (o padrão gráfico é 2 graus); além de (evidente-
mente) manter o instrumento calibrado. Passo #4: clique em OK e salve a sua configuração CMYK.
O Photoshop guarda todas as informações digitadas, das
Como experimento prático, abra a configuração de CMYK
do Photoshop, escolha cores SWOP-Coated, feche o box de
seleção e abra novamente especificando “cor personalizada
- custom color”. Clique no checkbox “Lab colors” e anote
os valores do magenta, por exemplo. Feche a janela e repita
toda a operação selecinando inicialmente cores EuroStandard-
Coated; verifique que os valores para o magenta mudaram.

O significado disto é que as tintas da norma SWOP tem


cores diferentes das tintas da norma ISO (EuroStandard).
Na prática, como fazer para que a separação contemple as
cores das tintas a utilizar?

Passo #1: imprima chapados do cian, magenta, amarelo e cores junto com os valores de ganho de ponto (se você
preto; e suas superposições. Use a tela real com a tensão mediu com o densitômetro, guarde os valores na caixa de
normal de uso, os chapados com tamanho de pelo menos diálogo de >curvas).
2 x 2 cm. Cure a tinta (secagem ou UV) antes de medir.
Parece decepcionantemente simples - mas na verdade os
Passo #2: meça os valores de cada chapado e cada passos descritos são absolutamente cruciais se desejamos
superposição com um colorímetro ou espectrofotômetro. ter o controle da cor. Muitos serígrafos tentam controlar
Anote os valores L*a*b* para cada um. as cores corrigindo as tintas com a adição de verniz, o
que resulta em muito trabalho e resultados insatisfatórios,
para dizer o mínimo.

As observações do passo #4 (ganho de ponto) irão garan-


tir que as intensidades das cores serão controladas, en-
quanto o controle colorimétrico (valores L*a*b*) irá ga-
rantir que as tonalidades das cores serão corretas. Ambos
estes fatores irão garantir fidelidade das cores - e não a
tentativa de ajustar tintas.

No próximo artigo farei um passo a passo “total” para a


produção de quadricromias com cores controladas. Até a
próxima!!!

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Ary Luiz Bon - Consultor em Serigrafia
e Gerenciamento de Cores
ary@empresarioserigrafico.com.br

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