Técnicas de Ilustração Digital

TÉCNICAS DE

Ilustração Digital
por Mary Cagnin

Atenção: Esta apostila foi desenvolvida pela autora como complemento ao

curso “Técnicas de Ilustração Digital” para usufruto dos alunos inscritos e
não pode ser vendida ou compartilhada.

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ÍNDICE

AULA 1: Equipamentos e Programas.................................................................. 3

AULA 2: Configurações e Pincéis.......................................................................... 7

AULA 3: Planejamento do Desenho e Rascunho........................................ 10

AULA 4: Técnicas de Finalização........................................................................... 11

AULA 5: Colorização e Sombreamento............................................................ 12

AULA 6: Pós-Produção: Efeitos, Texturas e Ajustes.................................. 14

SOBRE A ARTISTA

Mariana Cagnin é formada em Artes Visuais pela Unesp

e atua como ilustradora e quadrinista. Já ilustrou
diversos livros e revistas para editoras como Globo,
Abril e Mol. É também autora dos quadrinhos Vidas
Imperfeitas, do premiado Black Silence e da webcomic
Bittersweet. Produz conteúdo de arte para seu canal do
youtube, como dicas, tutoriais, processos de pintura.
Ministra cursos online e presenciais há mais de 5 anos,
tendo uma vasta experiência na área, aliando didática e
conteúdo de forma simples e dinâmica.

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AULA 1: EQUIPAMENTOS E PROGRAMAS

MESAS DIGITALIZADORAS
Os equipamentos mais conhecidos para fazer arte digital são as mesas digitalizadoras. As mesas
digitalizadoras funcionam como acessórios que precisam estar ligados a um computador ou
notebook pra funcionar. Alguns modelos novos também podem ser ligados ao celular, e existem
algumas raras excessões de modelos que já possuem um computador embutido.

O que precisamos saber ao comprar uma mesa digitalizadora?

- Qual o tipo: Convencional ou display?
- Qual o tamanho? Pequena, média ou grande?
- Quais os níveis de pressão e de inclinação da caneta?
- É compatível com as configurações do seu computador?

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TIPOS

Mesas Digitalizadoras Convencionais: Você desenha na mesa e vê o desenho no seu monitor.

Mesas Digitalizadoras Display: Você desenha na mesa, que também funciona como tela e monitor.

Importante: Ambas precisam estar ligados a um computador ou noteebok com configurações

compatíveis para o bom funcionamento da mesa.

TAMANHO E NÍVEIS DE PRESSÃO

Mesas digitalizadoras podem vir em três tamanhos diferentes (Pequena, Média ou Grande) ou
então em medidas de polegadas. Já os níveis de pressão da caneta são muito importantes no
desempenho da mesa e também na fidelidade do traço no resultado da sua arte. Quanto mais
níveis de pressão a caneta tiver, mais fiel vai ser a resposta em relação à pressão colocada ao
desenhar (variação entre traço mais fino e traço mais grosso). A variação da inclinação vai permitir
que você consiga usar também a lateral da ponta da caneta.

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MARCAS

Linhas Intermediárias
Linhas de Entrada Linhas Display
Marcas (Estudante e
(Iniciante) (Profissional)
Profissional)

Inutos Cintiq
Wacom Wacom One
Intuos Pro Cintiq Pro

Huion Inspiroy Kamvas

Huion Huion 420
e outros Kamvas Pro

Observação: Existem muitas outras marcas no mercado, mas estas são as que já testei, confio e
recomendo.

DÚVIDAS:

Qual mesa é indicada pra iniciantes?

One da Wacom ou Huion 420.

Recebi minha mesa, e agora?

Siga as instruções de instalação, se necessário procure pelo manual na internet.
Instale o driver e abra o programa. Se você estiver tendo problemas pra conseguir
fazer a mesa pegar ou se ela estiver sem os níveis de pressão, cheque no material
extra do curso algumas soluções possíveis.

Meu traço fica muito torto, isso é normal?

Sim, normal para iniciantes. Com a prática você vai pegando o jeito com a nova
ferramenta. Se possível, utilize a configuração de Estabilizador de Traço para um
melhor resultado.

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TABLETS E IPADS
Tablets e Ipads são equipamentos que você usa Mesa Digitalizadora ou Ipad?
independente de um computador ou notebook, o que
dá a eles mais versatilidade. É fácil de colocar na bolsa, A resposta a esta pergunta
na mochila e levar pra outros lugares. É importante que vai depender do orçamento
sua tablet seja um modelo que venha com uma caneta disponível, uma vez que Ipads
própria, porque geralmente canetas avulsas estilo “Stylus” tem um custo bem mais
tem baixa campatibilidade e/ou não costumam funcionar elevado. Apesar disso, o Ipad
é mais intuitivo, possui uma
tão bem.
caneta (Apple Pencil) com
ótima resposta e níveis de
Nota: É possível produzir arte digital com tablets ou pressão, o que o torna perfeito
celulares usando canetas Stylus ou até mesmo o dedo, para desenhistas iniciantes que
mas é importante ressaltar que estas ferramentas são mais buscam uma adaptação mais
limitadas. rápida.

PROGRAMAS E APPs

Photoshop*
Legenda:
Krita*
Pago
Autodesk Sketchbook
Gratuito
Ibis Paint X
Windows
MediBang Paint
Android
Infinite Painter
MacOs
Procreate
Ipad
Adobe Fresco

*Programas Indicados no Curso

Nota: Algumas versões de programas para Android ou Ipad pode ter menos funções.

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AULA 2: CONFIGURAÇÕES E PINCÉIS

SISTEMA DE COR: RGB OU CMYK?
Para falarmos sobre sistemas de cor, é preciso falar sobre Teoria das Cores. A teoria das cores
é dividida em duas: Cores-luz e cores-pigmento. As cores-luz, como por exemplo as que
enxergamos num monitor, na tela de um celular, tablet ou computador, seguem um sistema
RGB (Red, Green e Blue) vermelho, verde e azul respectivamente. A partir destas cores são
encontradas todas as cores que vemos no monitor. Neste sistema, o branco é originado da união
destas três cores-luz, enquanto o preto é a ausência de luz.

E as cores-pigmento, como as que encontramos em tintas de impressora, seguem o sistema

CMYK (Cian, Magenta, Yellow and Black) Ciano, magenta, amarelo e preto, respectivamente. No
sistema CMYK, o vermelho, é substituído pelo magenta, o verde pelo amarelo e o azul pelo ciano.
Neste sistema, o preto é originado da união das três cores-pigmento, e o branco está no suporte/
papel. A adição do preto no sistema CMYK é para ajustar contrastes.

Estes dois sistemas funcionam de forma diferente, por isso existem cores que vemos num
monitor que dificilmente encontramos pelo sistema CMYK. Se você já imprimiu uma foto ou
pintura e as cores ficaram totalmente diferentes da imagem vista no monitor, provavelmente
é porque a imagem estava em RGB, e a impressora fez a conversão automática para o sistema
CMYK para poder imprimir. Por isso imagens para impressão precisam estar num sistema de
impressão como o CMYK para as cores ficarem mais próximas do original.

É importante ajustar o sistema de cor do seu arquivo antes de começar a trabalhar, de

acordo com a intenção dela: RGB para publicação digital ou CMYK para impressão.

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FORMATO E RESOLUÇÃO
Formato e resolução estão intimamente ligados e influenciam diretamente um ao outro. Nos
programas é possível escolher o formato usando algumas medidas diferentes, mas as mais
comuns são: centímetros, milímetros e pixels. As unidades de centímetros e milímetros são
bastante úteis para arquivos que vão ser impressos, enquanto a unidade de pixel é a utilizada em
imagens digitais.

Já a resolução é calculada em DPI ou PPI, e é uma

medida de densidade que confere definição para as
imagens. Quanto maior o DPI, maior a densidade,
ou definição da imagem.
A resolução mais comum de imagens para
impressão (e a mais recomendada no geral) é a
de 300 DPI, enquanto na internet é comum usar a
resolução de 72 DPI para deixar os arquivos mais
leves e fáceis de carregar nas páginas.
Então, mesmo quando temos uma imagem num
formato grande, a definição ficará comprometida
se a resolução for muito baixa. Já uma imagem
com formato menor, terá mais definição se sua
resolução for alta.
Pixel: o menor ponto que forma
uma imagem digital, sendo que um
conjunto de pixels com várias cores
formam a imagem inteira.
DPI ou PPI: Pontos por polegada
é uma medida de densidade
relacionada à composição de
imagens, que expressa o número de
pontos individuais que existem em
uma polegada linear na superfície
onde a imagem é apresentada.

Imagem em Tamanho A4 com 300 DPI Imagem em Tamanho A4 com 24 DPI

Programas de edição de imagem e ilustração geralmente já oferecem perfis de configuração

de arquivos pré-estabelecidos para facilitar.

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PINCÉIS

Teste todos os pincéis disponíveis e salve os seus favoritos numa pasta à parte. Teste também as
configurações de pincéis para algumas modificações. Utilize os atalhos no teclado para facilitar o
processo de produção.

Atalhos do Teclado:

Ctrl+Z = Desfazer
[ = Diminuir Pincel
] = Aumentar Pincel
B = Selecionar Pincel
E = Selecionar Borracha

Mais atalhos em:

Editar > Atalhos do teclado

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AULA 3: PLANEJAMENTO DO DESENHO E RASCUNHO

PAINEL DE REFERÊNCIAS E INSPIRAÇÃO

Criar páinéis de referências e inspirações, que podem ser feitas no seu computador, ou em uma
rede como o Pinterest. Separe as referências por temas de interesse.

COMPOSIÇÃO

Faça a seleção das principais referências (estilo, pose, elementos) e crie pelo menos 4 thumbnails
com sugestões de composição da ilustração. Escolha uma composição e inicie o rascunho.

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AULA 4: TÉCNICAS DE FINALIZAÇÃO

AJUSTES ANTES DA FINALIZAÇÃO

Usando a ferramenta “Dissolver” (Shift+Ctrl+X) faremos algumas últimas alterações no desenho. É

importante que este passo seja feito na camada do rascunho, pois a ferramenta tende a deixar o
traço pixelado.

ENCONTRANDO O PINCEL IDEAL

Tome o tempo que precisar para decidir qual(is) pincel(éis) irá usar na finalização. Para esta
ilustração, quis dar um toque de efeitos tradicionais, como grafite e lápis de cor.

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AULA 5: COLORIZAÇÃO E SOMBREAMENTO

PALETA DE CORES

Escolher sua paleta de cores com antecedência é fundamental. Caso esteja em dúvida de
como criar sua própria paleta, neste site você encontra algumas seleções pré prontas. Ou ainda,
recomendamos o estudo de Teoria das Cores para aprofundar seus conhecimentos e criar
paletas interessantes e harmônicas. O desafio é criar uma paleta reduzida (5 ou 6 cores) e
trabalhar dentro dela mesmo com alguns tons diferentes, mas que sejam próximos.

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FUNDO BASE EMULANDO O TRADICIONAL

Para começar a colorização, adiciono Depois, adiciono algumas manchas no fundo,

um fundo neutro para quebrar o branco
e possibilitar alguns efeitos interessantes
que serão adicionados posteriormente. Na
ilustração tradicional, uso papéis coloridos e
papel kraft, por exemplo.
usando alguns pincel de aquarela como
“carimbo”. Apesar do digital oferecer muitas
outras ferramentas e funcionalidades, gosto
de emular a mesma lógica e os mesmos
processos do tradicional no digital.

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SOMBREAMENTO ADIÇÃO DE DETALHES

Uma dica que dou é usar tons frios (azuis e Adicione os detalhes, focando sempre no
roxos) para fazer sombras em tons quentes, elemento principal. No caso, gosto de focar
e vice-versa. Assim teremos sombras mais nos olhos e na boca, geralmente onde ficam
naturais. os tons mais saturados da ilustração.

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LUZES COBERTURA DO FUNDO COM BRANCO

Colorir e adicionar luzes aos elementos
secundários (no caso, as borboletas), para dar
um efeito de brilho etéreo e destacá-las. Este
efeito também pode ser usado em outras
partes da ilustração para destacá-las.
Por último, um efeito que gosto muito de usar
é de preenchimento parcial ou total do fundo
com um pincel branco texturado, de forma
que parte do fundo original ainda fique visível.
Esse tipo de sobreposição traz um efeito
pictórico à ilustração.

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AULA 6: PÓS-PRODUÇÃO: EFEITOS, TEXTURAS E AJUSTES

Nesta aula, iremos adicionar texturas e camadas de efeito na nossa ilustração.

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TEXTURAS CORREÇÕES

Adicionar texturas acima de todas as Este é o momento para fazer as últimas

camadas para tirar o efeito “liso” e trazer mais correções na arte, como organizar as
dimensão à ilustração. Teste os diversos tipos camadas, adicionair ou excluir elementos, etc.
de sobreposição e escolha a que mais lhe Tome seu tempo nesta etapa.
agrade (eu geralmente uso Multplicação).

AJUSTES DE COR E CONTRASTE

Use as camadas de efeitos para fazer ajustes

de brilho, contraste e equilíbrio de cor, além
de outros se necessário. Por último, assine.

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