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 Pintura digital - Estilos

Neste e-book, vamos apresentar as recentes tendências

de pintura digital. Elas são aplicadas com mais frequência
sobre desenhos em estilo mangá, anime e mercado de
games, por artistas de todo o mundo.
O texto será mais um compêndio de características e pe-
culiaridades básicas, e não uma explicação de aplicativos,
tampouco detalhes do passo a passo dos estilos comen-
tados. As técnicas, dicas, e métodos desta arte fascinante,
aprenderemos em um curso sobre pintura digital, mais
adiante.
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 Desenho a traço

A arte do desenho precede a arte da pintura. Se você

domina esta arte, já é um ótimo início de trabalho.
Como o assunto aqui é pintura, não vamos explicar como
desenvolver um desenho, que é uma matéria à parte. Aos
interessados temos o nosso módulo1 sobre desenho do
curso TURBO MANGÁ, com dicas fundamentais para
introduzir na arte do traço. O link deste curso se encontra
no final deste ebook.

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 Os estilos de pintura digital

Com o uso cada vez mais freqüente de computadores

na colorização de mangás, animes e ilustrações pelo
mundo, surgiram várias formas derivadas da pintura
tradicional.
Muitos estilos imitam as formas de origem, como a pin-
tura SIMPLES ANIME, que usa cores uniformes (planas)
com acréscimo de cores de sombra. Estilos como
GAUGÊ ( Lê-se GARUGUÊ), misturam anime com técni-
cas de pintura em tinta aguável (aquarelas). Outro estilo
derivado dos métodos tradicionais de pintura é o ANA-
LOGIC (ou ANALÓGICO) que também é conhecido como
ATSUNURI: pintura impasto em uma tradução livre. É
muito usada em ilustrações de card-games.
Vamos então conhecer cada uma delas e suas carac-
terísticas.
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 Estilo ANIME digital (BÁSICO)

Podemos dizer que este tipo de colorização é a base para

inúmeros tipos de pintura. Essencialmente, serve para
separar os blocos de cores, por elementos distintos.
Neste exemplo, temos os cabelos, pele, roupas e armadu-
ra. É muito usado para artes de concepts e animações
simples, e também para estudos de paleta de cores. Em
quadrinhos e web manga, muitos criadores o usam por
não interferir na arte do traço, pela leveza e simplicidade ,
como resultado do uso de cores planas.

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 Estilo ANIME digital (2 cores)

Totalmente baseado na colorização de animês, utilizam

cor base e uma ou mais cores de sombra. Não raro, apli-
cam cores de luz intensa (high light). Para a produção de
animações, este estilo é mais complexo e dispende muito
mais tempo de produção, excetuando o uso de com-
putação 3D. O desenho de sombras e luzes precisa ser
bem estudado, para evitar erros.
Seguem algumas variações do estilo animê ou cell-shade.

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 Estilo ANIME digital (3 cores)

Agora, acresentando mais uma cor de sombra, cria-

mos uma nova camada de volume e profundidade à
pintura. Esta forma de colorização se destaca na
maioria das produções japonesas modernas. Também
pode ser vista em jogos que usam animações frame a
frame.
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 ANIME digital com luz

Um nível a mais de tridimensionalidade pode ser alcança-

da, somando luz à pintura. Podemos criar essa luz,
usando cores mais claras que a média de valores da ilus-
tração, ou usando camadas de luz intensa.

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 Estilo GARUGUÊ (Galge)

Este estilo é comum em várias mídias, mas muito usado em imagens e

frames de jogo. Popular no Japão entre os anos 90 e até hoje, é usado em
jogos de simulação de encontros (Reiai guêmu).
Conhecido entre os artistas japoneses como estilo GARUGUÊ, ainda é bem
popular em todas as áreas de pintura digital pelo mundo.
As principais características são: Uso (moderado) de pintura com
aerógrafo (transição de cor) e suavização de contorno, com traços colori-
dos. Este estilo pode ser produzido em qualquer programa digital, inclu-
sive programas de arte vetorial, pois praticamente todos eles já vem com
algum tipo de pintura em aerógrafo.
O estilo garuguê se destaca em ilustrações para temática lúdica, românti-
ca e menos técnica, pelo uso de cores mais suaves com menor contraste.
Por isso é muito empregado nas produções de games românticos e infan-
tis.
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 Estilo Analógico (Atsunuri)

Analógico no sentido de NÃO DIGITAL. Ou seja, emulando pintu-

ra tradicional, com ferramentas digitais que “imitam” pincéis reais
e suas características. Neste exemplo, notamos que os traços de
contorno ainda são bem visíveis. Mas as bordas bruscas do estilo
animê, já foram totalmente suavizadas por “pinceladas” de cores
graduais. Alguns artistas japoneses afirmam que este é um dos
estilos do ATSUNURI.

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 Estilo Analógico (Atsunuri)

Uma etapa a mais é a pintura total, ou do inglês “full-paint”: os

traços de contorno não são mais visíveis. Muito empregado em
games, jogos de cartas colecionáveis (collectible card games) e
diversas ilustrações relacionadas à indústria de anime/mangá.
Com um aspecto mais realista e tridimensional, deixamos a sim-
plicidade e leveza para trás, para experimentar algo bem mais
trabalhoso e exigente. Neste estilo, serão necessários estudos de
anatomia humana, shading e texturização.

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 Estilo Analógico (Atsunuri)
sem traço de contorno (line art)

Este é o exemplo do estilo pintura total sem contorno (full

painting). Tem aspecto de pintura feita com pinceladas de tintas
físicas. E cobrindo todo o contorno, imita quadros em tinta
guache ou pintura a óleo.

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 Estilo Analógico (Atsunuri)
sem traço de contorno (line art)

Variando a quantidade e tamanho das pinceladas, o resultado

pode ser: do mais rústico e esboçado, ao muito refinado e
detalhado, dependendo apenas do tempo de execução e exigên-
cia do trabalho. Nesta forma de pintura, o uso da mesa digitaliza-
dora é quase uma obrigação, ou qualquer tipo de interface de
pintura manual.

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 Efeitos e finalização
Para concluir este descritivo de estilos e recursos de pintura
digital animê/mangá, existem diversas possibilidades. E algu-
mas que apenas o meio digital permite. É a pintura que usa
recursos característicos do digital, como o modo entre cama-
das e sistema de cores aditivas (RGB). Em outras palavras, é
pintar os efeitos com luz.

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 Efeitos e finalização

No exemplo acima, um recurso bem popular entre os artistas, é

pintar sobre uma camada COLOR DODGE (Subexposição de
cores). Esta cria áreas de alto contraste, de cores e valores.
Veja mais alguns exemplos a seguir:

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 Conclusão Com o uso cada vez maior de computação gráfica nas artes e
ilustrações, os artistas de mangá e anime vem desenvolvendo
e criando novas técnicas e soluções, de colorização de seus tra-
balhos. Mas este desenvolvimento nunca menospreza os fun-
damentos essenciais das artes tradicionais. Acompanha sim as
demandas do mercado e dos fãs do mundo todo.
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 Autor Formado pela Escola Técnica Federal de São Paulo, Edson
Kohatsu trabalhou como Técnico em Eletrônica, mas sua
paixão mesmo sempre foi desenho.
Como profissional, atua em áreas diferentes, como publici-
dade, design, editoras, ilustrando livros infantis, capas e story-
boards para agências.
Cria e colabora em projetos de quadrinhos, como o Gralha e
Relinkarium.
Desenhou para tokusatsus, e participou de concursos nacio-
nais e internacionais, ganhando menção honrosa. Ministrou
aulas de desenho de mangá, no Sesc, Gibiteca, Fundação Cul-
tural Brasil Japão e eventos de anime.

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