EAD 2018 – CICLO IV

ATENDIMENTO A EMERGÊNCIAS COM

PRODUTOS PERIGOSOS
Maj. QOBM Jonas EMMANUEL Benghi Pinto (texto)
1º Ten. QOBM THYAGO Giaberardino (vídeo)

MÓDULO I – CONCEITOS BÁSICOS

CORPO DE BOMBEIROS MILITAR

DO PARANÁ
Por uma vida todo sacrifício é dever
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MÓDULO I – CONCEITOS BÁSICOS

INTRODUÇÃO A RESPEITO DOS MÓDULOS:

O presente material didático foi concebido a partir do texto base do Manual Técnico para Atendimento a
Emergências Envolvendo Produtos Perigosos, obra deste Autor que no momento está em fase final de produção.
Atende plenamente as normas nacionais estipuladas pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) e
internacionais, tais como aquelas propostas pela National Fire Protection Association (NFPA).
O objetivo geral é estabelecer, tanto quanto possível, uma doutrina estadual de atendimento nas emergências
com os produtos classificados como perigosos, resguardando a pessoas, inclusive as equipes de resposta, o meio
ambiente e a propriedade.

Paranaguá, PR, 13 de agosto de 2018.

Maj. QOBM Jonas Emmanuel Benghi Pinto

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MÓDULO I – CONCEITOS BÁSICOS

OBJETIVOS DESTE MÓDULO:

❖ REVER CONCEITOS BÁSICOS RELACIONADOS;
❖ REALIZAR UMA ABORDAGEM PRÁTICA DO ASSUNTO
APLICANDO CONCEITOS FUNDAMENTAIS DE QUÍMICA E FÍSICA
(NÍVEL MÉDIO);
❖ PREPARAR O LEITOR PARA OS MÓDULOS SUBSEQUENTES.
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CONCEITOS NFPA E ABNT DE PRODUTOS PERIGOSOS:

“Uma substância (sólida, liquida ou gasosa) que, quando liberada, tem a
capacidade de gerar ameaça às pessoas, ao meio ambiente e à propriedade”
(EUA, NFPA 471, 1997);

“ Produtos que tenham potencial de causar dano ou apresentem risco à saúde,

segurança e meio ambiente e tenham sido classificados como tais de acordo
com critérios definidos pela regulamentação de transporte” (BRASIL, ABNT NBR
14.064:2015);
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CONCEITO AMPLO PROPOSTO:

Aqueles produtos, classificados pelas Organizações das Nações Unidas (ONU) e
Agencia Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), que, quando produzidos,
processados, armazenados, manuseados ou transportados, nos mais diversos
modais, em qualquer estado físico da matéria, concebidos como substâncias
puras, misturas ou artefatos, podem, em especial quando fora de sua contenção
original e devido à sua ação química, biológica, radiológica, nuclear ou explosiva,
causar sérias ameaças às pessoas, ao meio ambiente e à propriedade.
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COMO A ONU ESTABELECE A RELAÇÃO DE PRODUTOS PERIGOSOS?

A ONU, por meio do documento Recomendações no
Transporte de Produtos Perigosos, também conhecido
como Orange Book (“Livro Laranja”), padroniza
internacionalmente a relação dos produtos considerados
perigosos, atribuindo a cada um deles um número com 04
(quatro) dígitos chamado “número ONU”.
A 19ª Edição do Livro Laranja da ONU relacionou 3534
produtos considerados perigosos.
No Brasil, a Resolução nº 5232, de 14 de dezembro de
2016, atualizou nacionalmente a relação.
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MODAIS DE TRANSPORTE: rodoviário, ferroviário, dutoviário, aquaviário

e aeroviário.
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ESTADOS FÍSICOS DA MATÉRIA - devido às forças de atração

ou repulsão entre suas partículas, a matéria se apresenta em
três estados físicos distintos, sendo:
❖ ESTADO SÓLIDO - onde as partículas da matéria, devido à força de coesão, se
encontram muito próximas e estáveis, formando uma estrutura cristalina. As
variações de pressão não alteram o volume de um sólido. Ou seja, para
efeitos práticos, os sólidos são considerados incompressíveis. As variações de
temperatura produzem efeitos de pequena envergadura, mas, cabe lembrar,
que uma barra de ferro (estrutura sólida), quando aquecida, experimenta
certa dilatação;
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ESTADOS FÍSICOS DA MATÉRIA:

❖ ESTADO LÍQUIDO - as partículas da matéria, devido ao equilíbrio entre
as forças de coesão e repulsão, estão mais distantes entre si e podem
“deslizar” umas sobre as outras de forma fluida, garantindo aos líquidos
a capacidade de escoamento. Além disso, os líquidos tendem a tomar a
forma do recipiente que os contém. Para efeitos práticos, os líquidos,
como os sólidos, são considerados incompressíveis. Variações de
temperatura produzem certa alteração de volume;
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ESTADOS FÍSICOS DA MATÉRIA:

❖ ESTADO GASOSO - estado onde as moléculas da matéria estão bem
separadas entre si e se movimentam em todas as direções. O gás tende
a ocupar o volume do recipiente que eventualmente o contém. Com
variações de pressão e temperatura, pode-se provocar a expansão ou a
compressão dos gases, alterando-se significativamente seu volume.
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DIFERENÇA ENTRE GÁS E VAPOR:

❖ GASES - são as substâncias que nas Condições Normais de Temperatura e
Pressão (CNTP), sendo 0º C e 1 atm, se encontram no estado gasoso.
Geralmente são invisíveis e podem ou não apresentar odor. São exemplos de
gases: cloro, amônia, nitrogênio, metano, propano, butano, etc.;

❖ VAPORES - são porções de matéria que, em CNTP, evaporam de um solido ou

líquido e geralmente são caracterizados pelos odores. São exemplos de
vapores: vapor de gasolina, vapor de éter, vapor de diesel, etc.

Nota importante: para efeitos operacionais, iremos considerar gases e vapores

como sinônimos.
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CLASSIFICAÇÃO SIMPLES DA MATÉRIA:

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TIPOS DE REAÇÕES:
❖ REAÇÃO EXOTÉRMICA - aquela em que
ocorre a liberação de calor para o meio
provocando a elevação de sua
temperatura. A queima de um combustível
pode ser considerada uma reação
exotérmica. Como o calor é energia, sua
liberação é bastante perigosa já que pode
afetar as substâncias próximas. A imagem
ao lado mostra pastilhas de enxofre
queimando em reação exotérmica.
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TIPOS DE REAÇÕES:

❖ REAÇÃO ENDOTÉRMICA - aquela que, para ocorrer, retira calor

do ambiente, resfriando-o. A evaporação da água é um exemplo
de reação endotérmica. O corpo humano realiza o trabalho de
evaporar água, por meio do suor, buscando controlar sua
temperatura.
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CORPO, SISTEMA, MECANISMO E RECIPIENTE:

❖ CORPO - é a quantidade definida e mensurável de matéria. Uma barra de ferro é um
“corpo”, uma cadeira é um corpo que, tendo uma finalidade e um uso, passa também
a ser considerada um objeto. Um ferro de passar roupas é um corpo que é
considerado um utensilio doméstico. Um planeta é considerado um corpo celeste;

❖ SISTEMA - é o conjunto de elementos (ex.: corpos) que se relacionam e se conectam

entre si por meio de estruturas físicas (uma correia transportadora), virtuais (rede de
Internet), abstratas (pensamento) ou forças (gravidade) a fim de promoverem
processos produtivos/criativos, destrutivos ou de equilíbrio.
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CORPO, SISTEMA, MECANISMO E RECIPIENTE:

❖ MECANISMO, MÁQUINA, DISPOSITIVO, ARTEFATO E ARTIGO - ao conjunto de elementos físicos
(partes) que utiliza força e energia para executar um trabalho dá-se o nome de máquina ou
mecanismo. O motor de um carro é um exemplo de máquina. Ao resultado (produto) da engenharia
humana, resultante de trabalho mecânico, que pode ser transportado, dá-se o nome de artefato ou
artigo. Um martelo é um artefato. Um cilindro de GLP é um artefato. Ao elemento do mecanismo ou
artefato que tem uma finalidade única bem definida dá-se o nome de dispositivo. A válvula de alívio
de pressão de um cilindro de GLP é um dispositivo de segurança;

❖ RECIPIENTE - trata-se de determinada estrutura física (frasco, tanque, cilindro, vaso, garrafa,
bombona, balde, etc.) capaz de conter a matéria em seus vários estados físicos. Os recipientes que
contém os Produtos Perigosos, projetados e homologados para tal, apresentam, além de outras
características, resistência física, capacidade volumétrica, resistência química e compatibilidade
química com o material contido.
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GRANDEZAS FÍSICAS:
❖ MASSA - didaticamente, pode-se conceituar “massa” como a quantidade de matéria
de um corpo, independentemente do local em que o corpo se encontra. Ou seja, uma
pessoa que tenha 60 Kg de massa na Terra, continuará tendo os mesmos 60 Kg de
massa na Lua. A unidade fundamental de massa é o Quilograma (Kg);

❖ PESO - o peso pode ser entendido como a força a que um corpo está submetido em
função do produto de sua massa pela aceleração da gravidade a que está sujeito.
Variações de gravidade fazem variar o peso. Assim, o peso de um corpo na Terra é
seis vezes maior do que na Lua. O peso pode ser expresso em Quilogramas Força
(Kgf) ou Newtons (N).
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GRANDEZAS FÍSICAS:
❖ VOLUME - a quantidade de espaço ocupado por um corpo. Grandeza
tridimensional expressa em metro cúbico (m3). Deve-se estar atendo para se
fazer a diferenciação entre volume interno e externo de um recipiente;

❖ CAPACIDADE - volume interno de um recipiente que pode conter a matéria em

seus diferentes estados. A unidade fundamental da capacidade é o litro (L). O
volume interno do tanque de um caminhão que transporta Produto Perigoso,
em estado líquido, poderá ser de 30.000L. Isto é, a capacidade do tanque é de
30.000L;
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GRANDEZAS FÍSICAS:
❖ ÁREA - grandeza bidimensional que expressa
determinada superfície ou espaço. Sua unidade
de medida (SI) é o m2. A área, principalmente
nos incidentes com PP, onde é comum o
isolamento em círculo, não pode ser confundida
com raio ou circunferência. A figura ao simula a
utilização do aplicativo livre Google Earth na a
obtenção da área (31.698,65 m2), da
circunferência (630,71 m) e do raio (100,59m).
Este último é de suma importância ao se projetar
os isolamentos e evacuações durante as
emergências.
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GRANDEZAS FÍSICAS:
❖ COMPRIMENTO - grandeza unidimensional que indica a distância entre dois
pontos. Sua unidade fundamental é o metro (m). Na figura anterior, o raio do
círculo tem um comprimento de 100,59m;

❖ FORÇA – pela definição do físico inglês Isaac Newton, entende-se “força” como
sendo um agente capaz de modificar um corpo em repouso ou de movimento
retilíneo uniforme. Sua unidade fundamental (SI) é o Newton (N).
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GRANDEZAS FÍSICAS:
❖ PRESSÃO – é a grandeza que expressa uma relação (razão) entre força e área.

Pela equação acima, fica claro que para aumentarmos a pressão, devemos elevar a Força ou diminuir a
Área. De extrema importância nas emergências PP, a pressão tem como unidade fundamental (SI) o
Newton por metro quadrado (N/m2), mas também poderá ser expressa, dentre outras, pelas seguintes
unidades: Atmosferas (atm), Libras por Polegadas Quadradas (PSI, do inglês Pound Square Inch) Quilograma
Força por Centímetro Quadrado (Kgf/cm2) ou Bar (bar). Sendo que, para efeitos práticos:
1 Kgf/cm2 = 1 bar = 1 atm = 15 psi
Lembrando que muitos gases (vapores), para passarem ao estado líquido, devem ser submetidos a certas
pressões no interior dos recipientes que os contém. O GLP, por exemplo, para se “liquefazer” (se fazer
líquido) dentro dos cilindros de gás, deve estar submetido a pressões que variam de 3 a 15 Kgf/cm2.
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GRANDEZAS FÍSICAS:
❖ TEMPO – grandeza física expressa (SI) em segundos (s). No atendimento a emergências com
Produtos Perigosos não se deve confundir o tempo cronológico (grandeza) como o tempo
meteorológico, que diz respeito à condição momentânea da atmosfera;

❖ TEMPERATURA – é a grandeza física que define o estado térmico de um determinado corpo

ou sistema. Relaciona-se diretamente com o estado de agitação das partículas (energia
cinética) que compõe um corpo/sistema. Isto é, corpos/sistemas aquecidos apresentam
grande agitação de suas partículas. Por outro lado, corpos resfriados, apresentam baixa
agitação de suas partículas. Em sistemas estáveis, os corpos sempre procuram atingir o
equilíbrio térmico. Vale ressaltar que: a elevação da temperatura em um sistema faz com
que se aumente a velocidade das reações nele existentes.
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GRANDEZAS FÍSICAS:
❖ ENERGIA – não há um conceito acabado que possa definir integralmente a grandeza física energia. A
energia está associada ao “poder” existente no universo capaz de interagir com a matéria
transformando as coisas, alterando os sistemas, realizando trabalhos, provocando ou anulando
movimentos. Assim, há diversos tipos de energias ligados a vários sistemas, tais como: a energia
cinética (do movimento), a energia elétrica, a energia térmica, a energia luminosa, a energia nuclear,
etc.
Uma simples vela queimando sobre uma mesa representa a existência de várias formas de energia. A
luminosa, que clareia o ambiente, a térmica, que pode até provocar incêndios, a potencial gravitacional,
caso a vela caia da mesa, etc.
A unidade para quantificar a energia, pelo Sistema Internacional (SI) é o Joule (J), mas há outras unidades
que quantificam a energia como, por exemplo, o Quilowatt Hora (KWh), utilizada para medição da energia
(consumo) elétrica. A Lei da Conservação de Energia diz que: a quantidade total de energia existente em
sistemas isolados permanece sempre a mesma. Desta forma, a energia não pode ser criada do nada nem
destruída, ela apenas se transforma. Um belo exemplo é a transformação da energia solar em energia
química pelo processo da fotossíntese que ocorre nas plantas.
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POTENCIAL DE HIDROGÊNIO (pH) – ACIDEZ E ALCALINIDADE:

O Potencial de Hidrogênio (pH), potencial de
concentração do íon Hidrogênio (H+), é um valor
mensurável que pode indicar a acidez, neutralidade
ou alcalinidade de um meio. Os valores de pH podem
variar de 0 (máxima acidez) a 14 (máxima
alcalinidade). Quanto mais forte for um ácido, maior
será a concentração do íon Hidrogênio.
A 25º C uma solução considerada neutra tem um pH
= 7. A água pura, considerada neutra, tem um pH
igual a 7. Substâncias com pH superiores a 7 são
consideradas alcalinas (bases); substâncias com pH
abaixo de 7 são consideradas ácidas.
Na figura ao lado, alguns exemplos:
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PROPRIEDADES FÍSICO-QUÍMICAS IMPORTANTES – DENSIDADE RELATIVA DOS GASES E VAPORES:

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PROPRIEDADES FÍSICO-QUÍMICAS IMPORTANTES – DENSIDADE RELATIVA DOS LÍQUIDOS:

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PROPRIEDADES FÍSICO-QUÍMICAS IMPORTANTES – COMPORTAMENTO DE GASES/VAPORES

E LÍQUIDOS EM FUNÇÃO DE SUA DENSIDADE DURANTE O ATENDIMENTO:
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PROPRIEDADES FÍSICO-QUÍMICAS IMPORTANTES:

❖ MISCIBILIDADE - refere-se à propriedade de duas ou mais substâncias se
misturarem entre si formando misturas homogêneas, com apenas uma fase, ou
heterogêneas, com mais de uma fase. Quando as substâncias de misturam, são
ditas miscíveis. Quando não se misturam, são ditas imiscíveis;

❖ SOLUBILIDADE - refere-se à capacidade de dissolução de uma substância dita

soluto (ex.: sal) em outra, de característica homogênea, dita solvente (ex.: água),
formando uma solução. Quando uma substância não consegue se dissolver em
outra, dizemos que ela é insolúvel.
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PROPRIEDADES FÍSICO-QUÍMICAS IMPORTANTES:

❖ POLARIDADE DAS MOLÉCULAS - a polaridade das moléculas de uma substância, que
está relacionada à diferença de eletronegatividade e à geometria molecular, também
influencia na questão solubilidade.
Algumas substâncias possuem moléculas consideradas polares, que se dissolvem e se
misturam na água, que é composta por moléculas polares. Outras possuem moléculas
consideradas apolares, que não se dissolvem nem se misturam com a água.
As moléculas orgânicas constituídas exclusivamente por átomos de Carbono (C) e
Hidrogênio (H) formam os hidrocarbonetos. Como praticamente não há diferença de
eletronegatividade na molécula e elas possuem um arranjo bastante simétrico, dizemos
que os hidrocarbonetos são apolares.
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PROPRIEDADES FÍSICO-QUÍMICAS IMPORTANTES:

❖ POLARIDADE DAS MOLÉCULAS – a regra básica é:
“Semelhante dissolve semelhante. Polar dissolve polar, apolar dissolve apolar”
Isto é, se tenho as mãos sujas com graxa, que é uma substância composta por moléculas apolares, devo
limpá-las com, por exemplo, querosene, que é outra substância com moléculas apolares; e não apenas
com água pura, que é composta por moléculas polares.
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PROPRIEDADES FÍSICO-QUÍMICAS IMPORTANTES:

❖ DECOMPOSIÇÃO QUÍMICA - ocorre quando uma substância composta, submetida a
determinadas condições (ex.: aquecimento pelo fogo), se divide (se decompõe) em
duas ou mais substâncias ou elementos químicos. Ou seja:
AB → A + B
O fertilizante mineral Nitrato de Amônio
(NH4NO3), por exemplo, quando envolvido
em um incêndio, mesmo sendo ele
incombustível, pode se decompor
liberando gás amônia (NH3) e gases
nitrosos (NOx).
NH4NO3 → NOx + NH3
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PROPRIEDADES FÍSICO-QUÍMICAS IMPORTANTES:

❖ POLIMERIZAÇÃO - a polimerização, de certa forma, é o inverso da decomposição. Assim, ela se
constitui no processo em que determinadas moléculas, chamados de monômeros e que se
encontram dissociadas em um determinado ambiente, são agrupadas em uma única
macromolécula (grande tamanho e massa molecular) que passa a se chamar polímero. Para que
tal processo ocorra, o meio em que as moléculas dissociadas se encontram sofre uma reação
química com aplicação de catalizadores (aceleradores), emulsificantes, calor ou agitação mecânica.
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QBRNe:
O termo QBRNe, em inglês, Chemical, Biological, Radiological and Nuclear (CBRN), sigla
para Químicos, Biológicos, Radiológicos ou Nucleares, combinados ou não com
Explosivos, vem ganhando destaque. Basicamente, refere-se aos tipos de agentes que
podem trazer ameaças às pessoas, ao meio ambiente e/ou à propriedade em contextos e
cenários diversos.
O atendimento a eventos QBRNe não difere, em linhas gerais, aos princípios técnicos
relacionados à contenção e ao controle daqueles rotineiros envolvendo Produtos
Perigosos. Até porque, todos os agentes QBRNe guardam similaridades ou são os mesmos
relativos à classificação ONU para Produtos Perigosos. Talvez, a maior diferença diga
respeito à amplitude, propósitos e origem dos incidentes QBRN.
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QBRNe – AÇÕES TERRORISTAS:

Dentre as motivações que resultam em ameaças QBRNe, destacam-se o atos terroristas.
Atos terroristas, utilizando agentes QBRNe, têm como objetivo, dentre outros:
❖ Produzir um elevado número de mortos e feridos;
❖ Atacar locais de reunião de público e meios de transporte;
❖ Desorganizar as equipes de resposta;
❖ Provocar o caos nos centros médicos (hospitais) de referência;
❖ Atingir diretamente as equipes de resposta (policiais, bombeiros, socorristas, etc.);
❖ Disseminar (espalhar) agentes contaminantes para locais e áreas distantes da zona de
impacto propriamente dita (Zona Quente), incluindo os hospitais que recebem as
vítimas oriundas do mesmo ataque;
❖ Dificultar ao máximo a identificação dos agentes QBRNe envolvidos no ataque;
❖ Dificultar processos de descontaminação devido ao elevado número de vítimas.
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QBRNe – AÇÕES TERRORISTAS - EXEMPLOS:

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EXPLOSÕES:
CONCEITO DE EXPLOSÃO - processo onde há grande e
súbita liberação de energia para o meio externo de
um determinado artefato ou sistema com potencial
para causar danos no entorno. De forma geral, a
energia liberada durante uma explosão está
correlacionada ao repentino aumento de pressão, à
produção e expansão dos gases, ao aumento de
temperatura, à produção de ondas de pressão (onda
de choque), ao lançamento de estilhaços e à produção
de um forte estrondo.
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EXPLOSÕES:
Quanto à origem as explosões podem ser do tipo:

❖ EXPLOSÕES QUÍMICAS - são aquelas envolvendo violentas e rápidas reações exotérmicas de oxidação,
provenientes de explosivos químicos ou vapores inflamáveis, com a produção massiva de gases aquecidos
(ex.: TNT);
❖ EXPLOSÕES MECÂNICAS - são aquelas de caráter físico relacionadas ao aumento de pressão interna dentro
de um artefato resultando no colapso estrutural das paredes do vaso/contêiner com a consequente
liberação de energia, mesmo sem a presença de fogo (ex.: colapso explosivo de uma panela de pressão);
❖ EXPLOSÕES ELÉTRICAS - são aquelas geradas por potentes arcos voltaicos que acabam gerando aumento de
temperatura, expansão de gases, emissão de luz, formação de estrondo, bem como danos estruturais. São
exemplos: curtos circuitos em redes de alta tensão, descargas atmosféricas, etc.;
❖ EXPLOSÕES NUCLEARES - aquelas com massiva liberação de energia proveniente da fissão ou fusão nuclear.
Como exemplo: as bombas atômicas por fissão nuclear (quebra do núcleo atônico) de Hiroshima e Nagazaki
no Japão durante a II Guerra Mundial.
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EXPLOSÕES:
Quanto à velocidade de propagação da reação no material as explosões podem ser do tipo:
❖ DETONAÇÃO - onde a velocidade de propagação da reação no
material é elevadíssima (de 1.000 a 8.000m/s), ocorrendo por ondas
de choque que o decompõe instantaneamente. Pode produzir
temperaturas que giram em torno de 3.000 a 5.000º C. Exemplos:
explosões com dinamite, TNT, nitroglicerina, explosivo C4, etc.
❖ DEFLAGRAÇÃO - combustão acelerada onde a velocidade de
propagação da reação no material não é tão elevada (de 400 a 900
m/s), ocorrendo de partícula a partícula. Pode produzir temperaturas
que giram em torno de 1.000 a 2.000º C. Exemplos: misturas de GLP +
ar atmosférico, misturas de vapores inflamáveis + ar atmosféricos,
pólvora concentrada, propelentes de foguetes.
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IMPLOSÃO:
CONCEITO DE IMPLOSÃO - Processo inverso à explosão, a implosão
ocorre com a atuação de forças que agem de fora para dentro de
uma estrutura ou sistema, concentrando energia e matéria para seu
ponto central, ocasionando destruição sobre si mesma, com ou sem
a presença de combustão. Assim, uma implosão pode ocorrer com
reação de oxidação presente, como na implosão de um edifício com
auxílio de dinamite, ou “sem fogo”, como no colapso estrutural de
um artefato devido à alta pressão hidrostática no fundo do mar.
Quando provocada intencionalmente pelo homem, a implosão
tende a ser um fenômeno controlado.
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LIMITES DE INFLAMABILDIADE / EXPLOSIVIDADE:

❖ LIMITE INFERIOR DE EXPLOSIVIDADE (LIE) – LOWER EXPLOSIVE LIMIT (LEL) - é a menor

concentração de gás ou vapor que, em mistura com o ar, é capaz de queimar. Abaixo
desse limite a mistura é considerada muito pobre, não permitindo a queima;

❖ LIMITE SUPERIOR DE EXPLOSIVIDADE (LSE) – UPPER EXPLOSIVE LIMIT (UEL) - é a maior

concentração de gás ou vapor que, em mistura com o ar, é capaz de queimar. Acima
desse limite a mistura é considerada muito rica, também não permitindo a queima.
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LIMITES DE INFLAMABILDIADE / EXPLOSIVIDADE:

Tomemos como exemplo o Gás Liquefeito

de Petróleo (GLP), que é uma mistura dos
hidrocarbonetos derivados de petróleo
Propano (C3H8) e Butano (C4H10). Seu LIE é
1,8%, e seu LSE é 9,5%.
Assim, vejamos a imagem ao lado:
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LIMITES DE INFLAMABILDIADE / EXPLOSIVIDADE:

Em comparação com o Acetileno (C2H2), outro
hidrocarboneto derivado do petróleo, com LIE de 2,5% e
LSE de 80%, vejamos a imagem ao lado.
Ora, fica fácil observarmos que o GLP, em comparação
como o Acetileno, pode ser considerado um gás mais
seguro. Isto porque, sua faixa de
explosividade/inflamabilidade tem uma amplitude menor
que a do Acetileno. Portanto, em situações onde há
vazamentos (escape) dos dois gases para o meio externo,
haverá uma possibilidade maior de nos encontramos em
uma atmosfera mais suscetível à explosão no ambiente com
Acetileno do que no ambiente com GLP.
Desconsiderando-se questões econômicas e poder
calorífico, não é por acaso que em nossos lares cozinhamos
com GLP; e não com Acetileno.
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PARÂMETROS E CONCEITOS TOXICOLÓGICOS:

❖ TÓXICO - Característica de um produto capaz de provocar efeitos nocivos a organismos vivos, quando ingeridos, inalados ou por
contato com a pele (Ref. ABT NBR 14.064:2015);

❖ INTOXICAÇÃO - Manifestação clínica dos efeitos nocivos decorrentes da interação entre uma substância química e o organismo (Ref.
ABT NBR 14.064:2015);

❖ TOXICIDADE - Capacidade, inerente a uma substância química ou a um produto químico, de produzir um efeito deletério sobre um
sistema biológico (Ref. ABT NBR 14.064:2015);

❖ TOXICIDADE AGUDA - É aquela em que os efeitos tóxicos em animais são produzidos por uma única ou por múltiplas exposições a uma
substância, por qualquer via, por um curto período, inferior a um dia. Geralmente as manifestações ocorrem rapidamente (Ref.
FIOCRUZ);

❖ TOXICIDADE SUBCRÔNICA: É aquela em que os efeitos tóxicos em animais produzidos por exposições diárias repetidas a uma
substância, por qualquer via, aparecem em um período de aproximadamente 10% do tempo de vida de exposição do animal ou alguns
meses (Ref. FIOCRUZ);

❖ TOXICIDADE CRÔNICA: É aquela em que os efeitos tóxicos ocorrem após repetidas exposições, por um período longo de tempo,
geralmente durante toda a vida do animal ou aproximadamente 80% do tempo de vida.
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MÓDULO I – CONCEITOS BÁSICOS

PARÂMETROS E CONCEITOS TOXICOLÓGICOS:

PARTES POR MILHÃO (ppm) - referência utilizada para avaliarmos a concentração de uma
solução, principalmente no estado líquido ou gasoso, quando a quantidade de soluto é muito
pequena, ou seja, em soluções muito diluídas.
A concentração em ppm indica quantas partes de um soluto existem em um milhão de partes
(106) da solução, em volume ou massa. Exemplo:
15 ppm de CO no ar atmosférico = 15g de CO em 106g de ar atmosférico

Para entendermos melhor, imaginemos um volume de 1m3 de

solvente Y, em que 1cm3 é ocupado exclusivamente pelo soluto
X:
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PARÂMETROS E CONCEITOS TOXICOLÓGICOS:

Ao dispersarmos/diluirmos/pulverizarmos o
volume de 1cm3 do soluto no 1m3 do solvente,
iremos criar uma solução (XY) com
concentração de 1ppm de X, conforme a
imagem ao lado:
Importante salientar que a concentração de um gás “em ppm” pode indicar, também,
sua contribuição “em volume” para um determinado ambiente. Assim, 1% em volume
de um gás, em uma determinada atmosfera, equivale a 10.000 ppm desse mesmo gás,
em termos de concentração, nesse espaço.
A perigosa redução de 1% de Oxigênio (O2) em um ambiente pode estar, por exemplo,
sendo provocada pela presença de 10.000 ppm de outro gás.
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PARÂMETROS E CONCEITOS TOXICOLÓGICOS:

❖ CONCENTRAÇÃO LETAL 50 (CL50) - concentração de produto químico no ar ou na água que provoque a morte
de 50% de um grupo de animais (ex.: ratos) submetido a determinado ensaio durante certo período de tempo
(ex.: 4 horas). Exemplo: CL50 para Monóxido de Carbono (CO) é de 1807 ppm, em 04 h, para ratos (Ref. FISPQ
White Martins Praxair INC);
❖ Dose Letal 50 (DL50) - é a dose de uma substância química,
administrada de uma única vez, que provoca a morte de 50% de um
grupo de animais da mesma espécie (ex.: ratos), quando
administrada pela mesma via (ex.: via oral, intravenosa, etc.)
durante certo período de tempo. Indica a toxicidade aguda de uma
substância. Normalmente expressa em miligramas (mg) de
substância por quilograma (kg) de massa corporal (mg/kg). Quanto
mais baixo seu valor, mais tóxica a substância é. Exemplo: DL50 para
Etanol é de 7.060 mg/kg, via oral (ingestão), para ratos (Ref. FISPQ
Usina Califórnia).
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FORMAS DE CONTAMINAÇÃO – ENTRADA DE CONTAMINANTES NO ORGANISMO:

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FIM DO MÓDULO I