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-Quer ir a uma casa de árvore?

-Como?- encarei Lucas sem entender. Assim que abri a porta dei de cara com o príncipe, bem feliz
por acaso. O entusiasmo estava brilhando em seus olhos, e mesmo sem sorrir, dava para perceber
que estava a ponto de explodir.

-Eu te explico no caminho. E então, quer ou não?- encarei Lucas novamente tentando achar alguma
resposta, mas não consegui. O príncipe sabia bem controlar suas expressões. Porém, fazia tempo que
eu não via Lucas animado desse jeito, e isso era o suficiente para minha curiosidade aumentar.

-Posso só me trocar?

-Rápido. - fechei a porta novamente, mas dessa vez um sorriso curioso começava a crescer em meu
rosto. Era obvio que eu iria aceitar, e o príncipe já sabia disso antes mesmo de vir me chamar.

-Pronto, vamos!- anunciei saindo do quarto, e no mesmo momento Lucas agarrou meu pulso e
começou a correr escada abaixo. - Ei, aonde estamos indo?- ele estava praticamente voando com os
pés no chão. Corria muito rápido, era até difícil de acompanha-lo, mesmo com os sapatos baixos.

-Eu já te disse, a uma casa na árvore. - o príncipe deixava claro que estava animado. A cada cômodo
que passávamos ele acelerava o ritmo, e só parou quando viu que eu estava realmente cansada. Por
sorte, já estávamos no jardim, onde eu esperava que ficasse a tal casa na árvore. Embora não tivesse
visto nenhuma enquanto andava por lá.

-Já cansou?

-Você me fez correr de salto desde o meu quarto até aqui. - encarei o príncipe com uma expressão
que fizesse ele entender que não estava acostumada a esse tipo de atividade.

-Nós só corremos um pouquinho!- rebateu.

-Muito rápido, não acha?-Lucas suspirou. Parecia raivoso com minha reclamação, mas eu sabia que
não estava.

-Bom, vamos ou você vai ficar ai? Não tenho muito tempo.

-Vamos. - voltei a ficar em pé, e me posicionei ao lado do príncipe.- Onde fica essa casa?

-Lá no fundo.

-Mas eu nunca vi casa nenhuma por aqui.

-Eu sei. - sorriu.- É porquê é meu esconderijo secreto.- ri alto quando o príncipe disse isso. Por uns
instantes consegui imaginar um pequeno Lucas, se aventurando pelos arbustos do jardim.

-Construí com meu pai quando era pequeno. -completou.

-Com seu pai?- fiquei surpresa. Nunca imaginaria o rei com pregos e martelos construindo uma casa
na árvore com seu filho pequeno. Normalmente, ele pediria para algum mordomo fazer isso.
-Bom, foi mais com a minha mãe do que com ele. -confessou, e então as coisas fizeram um pouco
mais de sentido. Era mais a cara da rainha querer uma casa na árvore, do que do rei. Mas ainda assim
não conseguia imaginar a tão elegante senhora sobre galhos enquanto cerrava algumas madeiras.

-Era o sonho dela ter uma casa na árvore, e meu pai, como a sempre ouvia falar, fez.- continuou
explicando.- Eu era bem pequeno na época, mas lembro que ela queria que fosse algo que
fizéssemos em família, sem mordomos ou guardas para nos proteger.- Lucas parecia voltar no dia
em que construíram a tão especial casa. Seus olhos brilhavam, e sua boca ameaçava um sorriso ao se
lembrar dos momentos em família.

-Ela devia amar uns arranhões, certo?- brinquei.

-Ah, amava mesmo!- o príncipe riu. - Teve uma vez, que meu pai não conseguia fincar o prego no
lugar certo, e ela teve que subir para ajudar. Mas subiu com varias madeiras na mão, e pregou quase
todo o teto. - ri ao imaginar a rainha com um martelo e um prego na mão, fazendo o teto de uma casa
enquanto o rei apenas olhava, indignado por não conseguir pregar um prego sequer. Lucas riu
também, provavelmente se lembrando da cena.

-Meu pai ficou tão sem graça esse dia, porquê ela pregou quase tudo, e ele só conseguiu ficar
olhando. Por fim, quando foi ajudar a segurar o parafuso no lugar, acabou martelando o dedo. - dessa
vez Lucas me acompanhou no riso.- No mesmo dia minha mãe saiu toda arranhada pelas farpas da
madeira, mas fez questão de ressaltar a cada cinco minutos que tinha feito o teto todo, enquanto
nosso querido rei apenas ficou olhando.

-Deve ter sido engraçado.

-E foi. - confirmou.- Eu e meu irmão ajudamos em pouca coisa, por conta do tamanho, mas saíamos
do quarto escondidos para brincar lá quase todo dia. – Imaginei um Lucas pequenino junto com o
príncipe Louie correndo jardim afora com espadas e escudos de brinquedo, e a visão me fez sorrir. A
imagem que tínhamos deles eram de pessoas sérias e muito bem educadas. Era bom quebra-las as
vezes.

Coisa de segundos se passaram até Lucas me puxar para trás de uma das arvores que preenchia a
extensa fileira que compunha o jardim. Olhei adiante, e realmente, ali estava uma pequena casa feita
toda de madeira, suspensa em uma arvore um pouco diferente das demais que se encontravam no
jardim. Seus troncos eram mais rústicos. E as lascas, mais grossas.

A casa em si não era muito grande, e sua aparência entregava que não estava sendo usada a anos.

-Faz um tempinho que não venho aqui. - confessou o príncipe, como se tivesse lido meus
pensamentos.

-É, percebe-se um pouco. -brinquei, embora realmente desse para perceber.

O príncipe me estendeu a mão, me ajudando a subir as escadas, já que com a outra eu segurava o
vestido. Me arrependi completamente de ter concordado com Mary quando ela propôs de eu usar um
vestido longo. Se estivesse com um curto, teria muito menos trabalho.

O interior era como a parte de fora, sem luxo algum. Mas era como se pudéssemos sentir cada
momento, e lembrança que ali foi guardado, somente em pisar no chão. E, de repente, foi como se
tivéssemos voltado anos atrás, onde Lucas era apenas um garotinho inocente, vagando pelas paredes
desgastadas de madeira.
Se observasse bem, poderia enxergar o príncipe pequenino, com seus cachinhos sendo balançados
pelo ar que entrava pelo buraco que poderia ser considerado uma janela. Sorri com a imaginação, e
então o príncipe pareceu se lembrar que eu estava ali.

-E então?- perguntou voltando a realidade. - Gostou? Não é nada muito luxuoso, e tenho certeza de
que se tivéssemos tempo, poderíamos arrumar e com certeza ficaria bem melhor, mas...

-É incrível. - comentei cortando Lucas. Ele me encarou, aparentemente satisfeito com a resposta.

-Carregamos muitas coisas aqui.

-Dá para sentir. - Lucas sorriu. Eu amava momentos assim, onde ele parecia sair da farda de príncipe
e se tornar apenas um garoto normal, sonhando como qualquer outro. Por um momento me perguntei
se Bruna realmente não estava certa, e se eu tinha mesmo certeza de meus sentimentos.

-Sabia que, quando eu vinha aqui, comandava um navio pirata?- ri tanto que fui para trás. - É serio!-
o príncipe andou até a janela. Acompanhei. Logo, estávamos lado a lado observando a bela paisagem
que brilhava atrás do grande muro.

-Não quero perder isso. - sussurrou o príncipe. Incrivelmente, comecei a o entender. As ruas de
Angeles eram bonitas comparadas aos muros do castelo.

Encostei a cabeça no ombro de Lucas, e suspirei. Entendia o que ele queria dizer. A cada dia mais,
os rebeldes roubavam um pedaço de seu país, e, de certa forma, também não queria perder tudo
aquilo.

-Você não vai perder. - afirmei.

-Acha que August vai mesmo nos ajudar?- ponderei a questão. Mesmo sem conhecer direito, August
me passava confiança. E ele deu sua palavra. Duvidava que voltasse atrás. Porém, se voltasse, me
sentiria extremamente culpada.

Por um momento, resolvi acreditar.

-Confio nele. - mesmo sem ver, sabia que Lucas sorria.

-Eu também.

Não sei ao certo por quanto tempo continuamos assim, mas foi só até eu começar a ouvir o tilintar da
água batendo na madeira.

-Está chovendo!- exclamei maravilhada. Desde que chegara ao castelo, não havia presenciado uma
chuva sequer. Nem garoa. Lucas riu, se posicionando atrás de mim.

-Só você para achar graça em algo que acaba com o dia das pessoas. -encarava maravilhada a água
correndo os ares, e despontando na grama verde do jardim. Respirei fundo, desejando sentir essas
gotas em meus pés.

O príncipe pareceu perceber esse meu desejo, já que segurou firme em minha mão, olhou pela janela
a procura de guardas, e assim que viu que não tinha nenhum, desceu correndo as escadas.

Logo estávamos no gramado novamente. Estendi as mãos, sentindo as gotas passearem por minhas
palmas. Lucas riu, e me empurrou por completo para debaixo da chuva. O príncipe se esquivava,
falhando miseravelmente ao tentar fugir da água que eu tentava jogar.
Foi pouco tempo até estarmos totalmente encharcados.

Meu vestido, já pesado pela água, me incomodava. Mas não ligávamos para isso. Eram raros os
momentos em que Lucas ficava assim, tão relaxado. E eu não queria estragar isso apenas porquê o
vestido incomodava.

-Ei!- reclamei assim que Lucas encheu as mãos, e jogou a água depositada em mim. Ele ria, feliz por
ter conseguido me molhar mais ainda. - Isso não vale. Você sabe, não é?

-Oras! Já que vocês ficarem discutindo com Silvia sobre minha intimidade com cada uma é valido,
creio que isso também é. - suspirei, soltando o vestido para encarar Lucas. Se observasse a cena de
longe, seria, ao menos, ridícula.

Meu cabelo estava grudado em minha testa, e para encarar o príncipe precisei tirar, o que deixou
mais cômica ainda. Mas, se o príncipe queria saber os segredos das garotas, agora ele iria saber.

-Pois bem!- pisei firme, dando um passo para frente. - O que você quer saber, vossa alteza?- o
sorriso de Lucas mudou para algo mais malicioso.

-Como vocês descobriram que eu beijei Olivia?

-Ela contou, oras!- dei de ombros. - Ela beijou o príncipe. Acha mesmo que não contaria?- o príncipe
pareceu pensar por um segundo, depois, fez uma expressão de quem dizia “Faz sentido.”- Minha
vez!- sorri.

-Você não sabia mesmo dos livros da sala do seu pai?

-Não, mas agora já estou a par de tudo. Meu pai me fez ler todos, do começo ao fim.

-Você ainda pensa no garoto lá de fora?-respirei fundo, sem ter certeza se estava pronta para expor
meus sentimentos. Sabia que podia confiar no príncipe, mas aquilo já era intimidade demais.

-Não tenho certeza se já esqueci ele por completo.

-Compreendo. - foi o que respondeu. O príncipe parou por uns instantes, parecendo pensar se deveria
continuar falando, ou não. - Beijei Gabriele. - disparou, finalmente. Não pude evitar o choque. Pelo
que eu sabia, eles haviam se encontrado ao máximo, duas vezes. Apesar que já deveria esperar.

Ele era o príncipe. E ela, estava ali disputando o coração dele. Iria acontecer mais cedo ou mais
tarde. Mas, por algum motivo, que eu achava ser a distancia entre nós ultimamente, saber aquele
fato, de certa forma, me incomodou.

-Achei que deveria saber. - completou, por fim. Respirei fundo, e concordei com a cabeça. Gostaria
de ter ouvido de Gabi, e saber que elas não estavam nem preocupadas em me contar, acabou por me
chatear mais do que eu gostaria.

-Bom, que ótimo! Ela é uma menina maravilhosa. - fui sincera.

Sempre achei minhas amigas maravilhosas, e Gabriele, com sua intensidade e seu jeito único de ser,
apenas ressaltava isso.

-Sim. - o príncipe concordou, mas parecia ter um certo receio em sua voz. Talvez ele estivesse com
medo de me falar, por saber que éramos amigas. Mas, eu disse que ajudaria ele. Então ele podia me
contar, certo?
Encarei o príncipe, certa de que havia mais alguma coisa escondida em sua resposta.

-Mas?- ele respirou fundo, satisfeito por eu conhece-lo tão bem.

-Receio que agora ela espera mais proximidade. - respondeu com um suspiro.

-Bom, acho que todas aqui esperam. - Lucas me encarou.- Menos eu, claro.- o príncipe riu, como se
já soubesse que eu falaria aquilo.

-Eu sei. Mas, digo, agora que isso aconteceu, acho que ela espera que fiquemos mais próximos
ainda. Talvez, que eu insista mais, procure mais.

-E você?- perguntei. O príncipe soltou os ombros, como se deixasse o peso que havia sobre eles,
cair.

-Eu?- riu. - Eu tenho alguma escolha?- perguntou olhando para a grama, e depois voltando seu olhar
para mim. Imaginei que aquela duvida ia muito além de Gabriele, mas resolvi não tocar no assunto.

-Você sempre tem escolha.- ele sorriu, satisfeito com a resposta, mas discordando dela. Resolvi não
discutir. Se ele discordava é porquê tinha motivos, e eu não sabia quais eram.

- Bem! Acho que á essa altura todas esperam uma proximidade maior com você. Você é o príncipe.
E se beijar uma delas, é obvio que elas vão esperar, querer cada vez mais. Algumas, mais riquezas.
Outras, querem cada vez mais você.

-As vezes acho que nem os relatórios enormes que me fazem ler são tão confusos quanto mulheres.-
ri com as palavras. Lucas odiava relatórios. Principalmente as reuniões de infraestrutura onde
ninguém o escutava. E mesmo assim, o príncipe preferia tudo isso, a tentar entender uma garota. Era,
ao menos, engraçado.

-Não sei o que fazer. - confessou.- Sei que ela é sua amiga, mas ainda restam vinte e duas garotas, e
não posso dar atenção só a uma.- o príncipe parecia realmente confuso, e se eu não estivesse
concentrada em escuta-lo, diria que tinha ouvido errado.

-Vinte e duas?- perguntei receosa. Éramos em 28.

Lucas respirou fundo.

-Preciso fazer o próximo corte. Meu pai disse que o povo já está impaciente para saber quem vai, e
quem ainda fica. - sempre que ocorria os cortes, eu ficava sem reação. Por mais que não fosse tão
próxima de todas as garotas, me doía ver uma delas saírem.

-Bom! Se é isso que a população quer, você vai ter que fazer. - o príncipe concordou, já cansado
daquela conversa.

Tinha outras perguntas a fazer, mas quase todas eram relacionadas as garotas, e não queria estragar
aquele momento com mais duvidas.

Desci meus olhos aos meus pés, e uma sensação engraçada me alcançou.

Encostado embaixo da sombra, meus sapatos todo decorado com joias, se protegia da chuva. Há um
mês atrás estariam ali, sapatilhas surradas.

-Você...- o príncipe começou, aparentemente mudando a pergunta assim que meus olhos
encontraram o dele.- Você quer dançar?- ri com a pergunta, mas, por fim, concordei.
-Mas, sou péssima.

-Nós vamos devagar. - concordei com a cabeça, e Lucas se aproximou, tomando minha mão e
segurando firme com a outra, minha cintura.

Estávamos próximos o suficiente para eu conseguir sentir o perfume do príncipe, apesar da chuva
que o deixava mais suave.

Meu rosto repousou em seu peito, e Lucas descansou sua cabeça sobre a minha.

Se me concentrasse, seria capaz de ouvir seu coração.

O príncipe apertava minha cintura, nos deixando cada vez mais próximos. E assim balançamos quase
sem nos mexer, ao som da chuva que estralava na grama verde do jardim.

Por um momento, senti que não queria mais nada. Apenas estar ali, em meio a chuva, sendo
sustentada pelos braços de Lucas.

Estranhei esse sentimento, e mentalmente me perguntei o que estava acontecendo. Mas não deu
tempo de ouvir a resposta. Em partes, porque eu não me sentia capaz de responder.

O príncipe segurou minha mão, e me rodopiou, e eu acabei por rir de sua atitude inesperada.

A chuva engrossava, de modo que os pingos ardiam se caíssem em nossos rostos. Mas nem Lucas,
nem eu parecíamos ligar para isso.

Meu vestido já pesava mais que o normal, e a camisa do príncipe estava praticamente transparente,
de tão molhada que estava. Seu terno, que era um pouco mais claro hoje, havia escurecido pela água.

Mas nada disso importava. Estávamos felizes, e longe dos problemas.

Estávamos tão perto, que, se eu quisesse, poderia tocar o nariz do príncipe com o meu.

Os olhos do príncipe pareciam concentrados, e eu sabia o que ele estava pensando. Era errado, não
era? Eu tinha dito para mim mesma e para Lucas que não sentia nada. Mas, por algum motivo que eu
não sei o qual, também passei a desejar aquilo.

Mas, um barulho ecoou antes que qualquer coisa acontecesse.

-Parece que está piorando. - o príncipe comentou, se referindo a chuva.

-Sim. - concordei feliz. Havia muito tempo que não chovia.

-Acho melhor entrarmos, antes que um de nós adoeça. - concordei, indo em direção dos meus
sapatos.

Estávamos saindo, quando um trovão ecoou no céu, seguido de um raio. Assustada, segurei a mão do
príncipe, e começamos a correr.

Logo, o susto virou motivo de riso.

O príncipe apertava forte minha mão, e corria em direção ao que eu achava ser a porta do Salão
Principal.

E realmente era. Porém, assim que chegamos, olhares pesaram sobre nós.
Grande parte das garotas estavam no Salão. Pelo menos a grande maioria.

E foi só nós chegarmos, que o foco mudou completamente para nós dois.

Era obvio. Eu estava com o príncipe, de mãos dadas, e estávamos completamente encharcados.

Se não chamasse atenção, algo estaria errado.

Lucas também parecia em choque. Com certeza ele também não esperava encontrar todas as suas
candidatas no Salão a esse horário.

Senti os olhares de Bruna e Gabi estralarem sobre mim.

Elas me encaravam, pedindo com o olhar uma resposta para aquela cena. Mas eu não tinha, e não
daria.

-Com licença. - disse baixinho soltando a mão de Lucas e esticando os pés para deixar um beijo em
sua bochecha.

O príncipe estranhou o ato, mas não reclamou. Boa parte porque não havia dado tempo. Havia saído
antes mesmo dele assumir uma expressão surpresa no rosto.

Senti os olhares das outras queimando em minhas costas, e sabia que Bruna estaria no meio. Mas, no
momento, isso não me importava.

Tentei, mas não tinha jeito. Ia deixar rastros de água por onde passasse.

-Desculpem o incômodo, senhoritas. Tenham uma boa tarde!- anunciou Lucas antes de sair rumo á
seu quarto. Ele estava encharcado, de modo que a barra da calça arrastava no chão por conta do peso
que a água fazia, mas ele insistia em manter a postura seria, o que deixava a cena ridícula.

-Ah!- exclamou se lembrando de algo, e virando para as garotas. -E, por gentileza, se uma de vocês
puderem pedir para uma criada limpar essa bagunça, ficarei imensamente agradecido.- as garotas
concordaram, fazendo uma reverencia, e o príncipe sorriu antes de continuar seu trajeto.

Ri, achando impossível a ideia de leva-lo a serio naquele estado.

Parei um pouco, me preparando para o que vinha. Se conhecesse bem as meninas, elas viriam falar
comigo mais tarde, afim de tirar informações. Suspirei. Não queria que elas viessem, mas isso já
estava estampado em seus rostos fulminantes quando passei.

Respirei fundo pensando nas respostas que daria. Se elas fossem vir mesmo, era bom estar
preparada.

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