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-O quê quer dizer, Bruna? Ele é apenas meu amigo.

-Será mesmo? Não é o que parece ultimamente. Encontros fora de hora, conversas para lá e para cá.
Você nem dá chance para quem realmente quer competir!- encarei as meninas sem acreditar.

-Eu não acredito que estamos mesmo brigando por um garoto.

-Ele não é um garoto, é o PRINCIPE!- gritou Bruna.

-UM GAROTO!- gritei frustrada. - Ele é um amigo. Vocês, mais do que ninguém, sabem disso. -
encarei as três garotas a minha frente, esperando encontrar em seus olhos, a certeza de que elas ainda
sabiam disso. Mas não encontrei.

-Nem você tem mais tanta certeza assim, Milly. - concluiu lançando seu ultimo olhar antes de
chamar as outras e partirem pelo corredor.

Meu mundo desmoronou. Era a primeira vez que brigava com as meninas. Elas eram minhas
melhores amigas, eu só vim para o castelo por causa delas. Como poderiam pensar que eu faria algo
contra elas?

Não pude evitar. Talvez fosse a pressão que colocavam em nós pela seleção, as duvidas, ou a briga
com as meninas. Não sabia ao certo o motivo, mas comecei a chorar.

As palavras e desconfiança de Bruna me afetaram muito mais do que eu pensei que afetaria. Entrei
no quarto aos prantos, e provavelmente o castelo todo teria ouvido minha porta bater. Mas não me
importava, só queria a cama, que nunca me pareceu tão confortável.

Chorei. Os soluços vieram, e deixei que eles ocupassem o vazio do espaço. Toquei o sino
repetidamente para chamar uma das criadas. Tentei ao máximo secar o rosto para não preocupar logo
de cara, mas assim que Lucy cruzara a porta aflita, não consegui segurar. Meus olhos lacrimejaram
novamente.

-Senhorita?- Lucy perguntou preocupada. Talvez pela quantidade de vezes em que o sino foi tocado.
- Precisa de alguma coisa?- abri os braços.

-Pode me dar um abraço?- pedi segurando as lagrimas. Lucy, ao ver meu estado atendeu
rapidamente meu pedido.

No ombro de Lucy, deixei as lágrimas caírem novamente, molhando o uniforme bem passado da
garota. Mas aparentemente ela não ligava para isso.

-O que houve, senhorita?- perguntou acariciando alguns fios de meu cabelo. Balançei a cabeça, e
isso foi o suficiente para ela entender que não queria falar. - Vai ficar tudo bem.- Lucy respondeu
por fim, suspirando.

Eu queria acreditar em suas palavras, mas, no momento, elas pareciam distantes. Apenas concordei,
e a criada me deixou chorar em seu ombro, sem se importar com a roupa molhada.

Alguns dias se passaram desde o acontecimento com as garotas, e desde então o castelo não havia
sido o mesmo.
-Senhorita Milly?

-Sim?- respondi saindo de meu transe temporário.

-A senhorita está me ouvindo?- perguntou Sônia.

-Sim. Perfeitamente, senhora. - rebati.

-Muito bem. Então, sobre o que estávamos falando?

-Bem, sobre...- parei um pouco para pensar. Tinha certeza que se me esforçasse um pouco lembraria
de pelo menos uma coisa que Sonia falara.- O governo francês e sua revolução?- perguntei insegura,
mas para minha alegria, Sonia sorriu.

-Muito bem, senhorita. - suspirei aliviada.- Bom, voltemos ao foco!

-Você está bem, Milly?- Tiny sussurrou atrás de mim. - Parece um pouco distante hoje.

-Estou bem, Tiny. Não se preocupe. - sorri.

-Bom, se precisar de algo, sabe onde me encontrar. -sussurrou. Sorri novamente em resposta, ditando
um “Obrigada” sincero.

O tempo havia passado devagar. Os minutos ficavam cada vez mais lentos, e aos poucos se
transformavam em horas.

Não tinha visto Lucas desde o dia da briga, e confesso que sua presença fazia falta.

-Senhorita Milly!

-Sim?- respondi ao que Sonia gritou meu nome.

-A senhorita me ouviu? Pedi que olhassem para frente, estamos treinando postura! É assim que a
senhorita pretende receber seus convidados? Olhando para o chão e divagando enquanto eles falam?-
Senti os olhares pesarem sobre mim. Eu sabia que as meninas estariam olhando, por isso, tratei de
me recompor rapidamente.

-Perdão, senhora. - pedi levantando a cabeça e mantendo a postura reta.

-Muito bem. Mais atenção, senhorita. Você está muito distraída esses últimos dias. - concordei ao
que Sonia saia da minha frente e os olhares sobre mim se desfaziam a medida que a mulher andava
em frente a fila.

Alguns minutos se passaram, e nós finalmente pudemos sair da aula de Sonia.

Ao passar em frente aos guardas, um deles me parou.

-A senhorita está bem?- perguntou gentilmente o soldado de olhos azuis.

-Sim. Obrigada.
-Sua expressão não condiz muito com sua resposta, senhorita. - rebateu. Por algum motivo, aquela
resposta me fez sorrir.

-Bem, o senhor parece perito em feições. Certo, soldado...?- o soldado sorriu.

-Denner. - se apresentou. - As suas ordens, senhorita. - completou. - Sabe, em dias assim é bom
tomar um chá e relaxar um pouco. O castelo é enorme. Procure e tenho certeza que a senhorita vai
achar algo que goste. - sorri.

-Obrigada, soldado Denner. O senhor é muito gentil. - comentei e o soldado fez graça, tirando o
chapéu e se curvando em reverencia. - Vou seguir sua sugestão. Com licença. - agradeci gentilmente
e o soldado sorriu novamente antes de eu sair em direção ao meu quarto.

O conselho do soldado Denner não poderia ter vindo em hora melhor. Assim que o horário de
almoço passou, desci as escadarias correndo. Não sabia sobre tudo o que tinha no castelo, e estava
curiosa. Com certeza haviam coisas ali que eu nem sequer imaginava, mas estava a procura de um
cantinho para ficar um pouco escondida.

Primeiro, pensei no jardim. Eu amava passar o tempo ali, ao ar livre. E na maioria das vezes que
vinha, era com o príncipe. Então era bom mudar um pouco e vir sozinha.

Mas essa ideia se esvaiu assim que pûs os pés na porta e vi Gaby, Bruna e Gabriele conversando
entre as plantas.

Decidi sair dali antes que elas percebessem minha presença, e procurar outro lugar.

Por sorte, ao chegar perto da biblioteca, vi uma sala que me chamou atenção.

Não pude evitar minha curiosidade e entrei. A sala era incrível, e eu me perguntava porquê nunca
havia ido aquele lugar.

-Como ninguém veio aqui ainda?- perguntei encantada com os instrumentos encostados nas paredes.

No centro, um piano pedia para ser tocado. E ao lado, violão, violino e outros instrumentos
compunham a grande sala de musica.

Sentei na banqueta e passei os dedos pelas teclas do piano. Havia algumas partituras em cima dele,
mas nenhuma eram musicas que eu sabia tocar, por isso, dedilhei algo conhecido pelos meus
ouvidos.

A musica preencheu a sala, e aos poucos fui relaxando. O soldado tinha razão. Se procurasse, iria
achar algo que gostasse no castelo.

Aos poucos os dedos foram se acostumando com as teclas. Talvez devesse fazer tempo que não
tocavam, visto que as teclas estavam um pouco pesadas e desacostumadas. Por sorte, o piano
continuava afinado. Não duvidaria que alguém viesse fazer manutenção de semana em semana,
mesmo ninguém tocando.

Me perguntei se alguém da família tocava ou se teriam colocado ali apenas para as candidatas.

Talvez tenha me distraído demais com a música, ou fechado os olhos quando comecei a cantar, pois
só percebi Lucas na porta assim que ouvi as palmas quando acabei a canção.
-Desde quando você estava ai?- perguntei assustada. Não queria que ele tivesse me pegado
praticamente gritando na casa dele.

-Podemos considerar que desde o começo. - respondeu entrando de fato na sala.- Apesar de eu não
saber de fato onde se inicia.- completou rindo.- Foi você quem compôs?

-Minha mãe cantava quando eu era pequena, mas não sei quem é o autor.

-É bonita. - completou antes de se sentar na banqueta ao meu lado.- Como você está? Não nos vimos
muito essa semana.

-Bom, você ficou tendo seus encontros por aí, e esqueceu que tem uma amiga que quer saber das
coisas.- fiz graça e o príncipe riu.

-Ah, claro! Como pude me esquecer da minha tão bela amiga?- brincou.

-Sabe que eu também não sei?- ri. -Respondendo sua pergunta, estou bem.

-Aconteceu algo entre você e as meninas? Vi vocês um pouco distante essa semana. - fiquei um
pouco surpresa pelo príncipe ter percebido, mas não sabia ao certo como contar para ele que nós
tínhamos discutido.

Neguei com a cabeça, indicando que estava tudo bem.

-Sabe, você é péssima em esconder as coisas. - o príncipe comentou virando a banqueta e apoiando
o braço no piano.- Sua feição não condiz muito com sua resposta.- assim que ouvi a frase, lembrei
do simpático soldado Denner, que havia dito essa frase de manhã. Sorri com a coincidência, e o
príncipe me encarou confuso. -O que foi?

-Alguém me disse a mesma coisa pela manhã. - expliquei encarando os olhos castanhos de Lucas. -
Não duvido que vocês tenham combinado. - o príncipe riu.

-Quem foi?

-Um soldado. - Lucas me encarou, pedindo por mais informações. - Olhos azuis. Um soldado de
olhos azuis. - completei e o príncipe pareceu pensar.

-Hum. Não temos só um soldado de olhos azuis. Especifique, por favor.

-Já disse o bastante. - rebati para o príncipe revirar os olhos e mudar de assunto.

-Então, essa musica, como aprendeu?

-Meu pai sempre tocava ela comigo no colo. Então foi fácil aprender. - expliquei enquanto uma leve
lembrança de mim sentada na coxa de meu pai veio a mente. - Gostou?

-É bonita, mas sua voz estraga um pouco. - revirei os olhos ao ouvir isso. É claro que ele estava
brincando, mas não podia deixar de rebater.

-Ah, é mesmo? Ótimo. Então cante você, alteza. Quero ver como fica na sua voz.

-Ah! Sabe o quê é? Não vai dar. - disfarçou fazendo uma expressão de dor forçada.- Minha garganta
não está muito boa hoje. Outro dia eu canto.

-É claro.
-Bem...Vai ficar aqui por muito mais tempo?- Lucas perguntou, mudando rapidamente de assunto.

-Não sei. Gostei da sala, mas estou com um pouco de fome.

-Então que tal descermos até a cozinha e fazer um lanche?

-E nós podemos fazer isso?- perguntei curiosa, mas mesmo sem a resposta, Lucas sabia que já havia
me convencido.

-Ora, eu sou o príncipe. Posso tudo. Menos infringir as regras do meu pai. - sorri com a resposta, e
em seguida o príncipe me estendeu a mão.- E então, vamos?

-Eu acho que consigo ir sozinha. - rebati recusando o convite de segurar em seu braço. Lucas se
surpreendeu, mas me deixou ir.

Descemos lentamente a escadaria, conversando aleatoriamente enquanto o príncipe, entre um


assunto e outro, me contava de seus encontros.

Assim que me contou sobre Any e sobre o quanto ela repetia a palavra “Lindo!”, desatei a rir.

-É serio!- Lucas repreendeu. - A cada cinco minutos ela repetia a palavra “linda!”.

-Serio mesmo?

-Sério! A cada dez palavras, sete eram direcionadas a “lindo”.- continuei a rir. Minha barriga já
começava a doer de tanto que eu gargalhava, e o príncipe, por mais frustrado que estava com o
encontro, parecia contente por ouvir minha risada.

-Espera um pouco!- pedi parando na escadaria. - Minha barriga está doendo.- completei colocando a
mão na barriga, tentando fazer a risada cessar.

-Não tem graça.

-É hilário!- rebati. - Mas, então! Fora Any, o que mais de interessante teve em sua semana?

-Bom. - o príncipe pareceu procurar em sua mente algo novo para me contar.- Consegui fazer o
comitê de infraestrutura me ouvir.

-Isso é bom. - completei.

-Ah! E também tive um encontro com Bruna. Ela parecia bem ansiosa.

-Bem, e como foi?- logo me interessei no assunto. O príncipe rapidamente percebeu meu interesse,
mas, deixando passar, começou a contar sobre o encontro.

-Bem. Ela é uma garota doce.

-Sim. - sorri imaginando a animação dela ao receber o convite de Lucas, e como teria saído
suspirando ao acabar o encontro.

-Ela me perguntou sobre você. - Lucas soltou enquanto caminhava pelos últimos degraus da escada.
Obviamente o príncipe viu minha cara de surpresa, e talvez já soubesse que ela viria, já que me
encarava pelo canto dos olhos afim de pegar minha reação.

-Mesmo?- me surpreendi com a possibilidade dela ter perguntado sobre mim para o príncipe. - E o
que ela disse?
-Nada demais. - deu de ombros.- Eu havia perguntado sobre a amizade de vocês, e ela respondeu que
eram bem próximas fazia um tempo.

-Ah!- Era evidente minha frustração, e Lucas havia percebido ela facilmente. Queria contar para o
príncipe, mas não sabia se deveria. - Realmente, nos conhecemos desde pequenas.

-Hum. - resmungou ele.- Por que será que sinto como se estivesse me escondendo algo, senhorita
Singer?- se virou rapidamente para mim, assim que alcançou a ponta da escada. - Devo me
preocupar?

Baixei a cabeça, ponderando falar.

Normalmente, quando eu e as meninas brigávamos, logo se resolvia. Dessa vez, porém, eu não tinha
essa certeza.

Queria contar, expor para fora tudo que carregava ao longo da semana, mas não podia. De qualquer
forma Lucas era o príncipe, tinha mais coisas para se preocupar do que um desentendimento de
amigas.

Ainda mais quando a razão era ele.

-Amizade tem barreiras, vossa alteza. -brinquei. -Nada que um pouco de tempo não resolva. -Ele
apertou os olhos, pensando se confiava na minha palavra ou não. Por fim, para tirar qualquer
tentativa de adivinha da parte do príncipe, o acalmei. - Sem preocupações. - ele apertou mais os
olhos, agora ficando com eles quase fechados. -Mesmo.

O príncipe endireitou a postura e respirou fundo, arrumando o terno bem passado.

-Ok. Lhe darei esse voto de confiança.- brincou ao que estendia o braço, pedindo silenciosamente
que eu o segurasse. E assim o fiz.

Seguimos pelo espaço, como se fossemos entrar no Salão Principal, mas Lucas me puxou para outra
direção.

Uma escada iluminada se seguia, e descendo ela, a cozinha.

Uma grande mesa de madeira se estendia pela cozinha. Massas de pães descansando e anotações
pelos armários, janelas e geladeiras indicavam o que o próximo turno deveria fazer.

A madeira deixava o local aconchegante, e o cheiro de pães e verduras cozidas me fazia voltar a
minha casa, onde minha mãe se movimentava de um lado para o outro na cozinha, correndo para que
nada queimasse.

Mal percebi quando uma lagrima solitária escorreu por minha bochecha, talvez tivesse entrado
demais na imaginação.

-Sabia que iria gostar. - disse o príncipe, me puxando novamente para perto da mesa forrada de
farinha. Com todo cuidado ele puxou uma pesada porta de ferro, embora esta não fosse tão grande
assim. Dentro, pães, bolos e tranças terminavam seu processo de cozimento, assados pelo calor do
forno.

Observei quando Lucas pegou uma toalha de pratos e retirou com cuidado uma das formas de
dentro, pousando-a sobre a enorme mesa.
Em seguida, com alguns molhos que achara, dispôs a mesa, juntamente com talheres que de acordo
com Sonia não eram adequados para aquela refeição, mas ele não parecia se importar muito com
isso.

-Quando era pequeno ficava a maior parte do tempo explorando o castelo, sem muita coisa para
fazer. - Começou enquanto escolhia uma trança e a apoiava sobre a mesa. - Em uma dessas
explorações, conheci a cozinha. O aroma quentinho dos pães me trouxe da escada até aqui. Fiquei
maravilhado quando soube que era daqui, com um monte de pessoas trabalhando que vinha a comida
servidas lá em cima, já que eu achava ser um mago quem fazia e nos mandava.

Ri com a imaginação do príncipe com seus cachinhos definidos e olhos curiosos descobrindo que
quem fazia suas comidas preferidas eram pessoas normais, e não magos mágicos.

-Desde então costumava vir aqui quando estava perto do horário de almoço. Era divertido ver toda
aquela gente se mexendo desesperado de um lado para o outro, enquanto gritavam instruções uns
para os outros. - disse, cortando a trança que estava sobre a mesa. Ri fraco quando ele, sem perceber,
jogou a toalha que usava para segurar a massa sobre o ombro, me lembrando de como minha mãe
fazia a mesma coisa e de como ficou parecido com ela nesse quesito.

-Foi meu lugar preferido desde então. Claro, até eu completar a idade suficiente para meu pai me
arrastar para reuniões de orçamento e outras coisas mais entediantes. -completou me estendendo uma
fatia do pão enquanto terminava de passar algo, que eu julgava ser uma geleia, por cima. Aceitei e
coloquei na boca.

-Humm!- exclamei assim que a geleia que agora descobrira ser frutas vermelhas se misturava com o
adocicado e leveza do pão. - Maravilhoso.- sorri.

Ele sorriu de volta, mordendo o pedaço do seu pão enquanto se apoiava na mesa e mantinha o pano
nos ombros.

Mas antes que pudéssemos continuar com nossa degustação e nosso bem estar, um grito nos chamou
de volta para a realidade.

O rei no andar de cima, chamava por seu filho.

O príncipe respirou fundo, silenciosamente se desculpando por ter acabado tão rápido. Então, antes
de subir, veio até mim e parou em minha frente.

Me assustei. Próximo demais. Mas ele não parecia ligar para a pequena distancia entre nós.

-Sei que é difícil pra você lidar com tudo isso. E que é pedir demais que esteja sempre bem quando
as vezes nem nós mesmos estamos, mas quero que saiba que estou aqui para o que precisar. E que
algumas coisas podem, nem que minimamente, te fazer sentir em casa.

Sorri em resposta. Ele era tão puro, era fácil entender porque Bruna o queria a todo custo.

-Obrigada, Lucas. Por tudo.

Ele sorriu também, levando suas mãos sujas de farinha até a mecha que caia sobre minha bochecha,
para então a levar atrás da orelha e beijar aquele local.

E tão subitamente como apareceu, se foi, me deixando ali sozinha. Eu e meus pensamentos.

E novamente me vi me acalmando em sua presença. Me vi segura novamente.


E como sempre acontecia, a voz delas ecoaram em minha cabeça, tão nitidamente como um raio.

“Nem você entende mais o que está acontecendo.”

Custava a me assumir, custava muito. Mas não podia negar.

Por uma vez na vida, elas estavam certas. Eu não tinha mais controle da situação.

Pouco menos de mim mesma.

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