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Delinquent Natsu| Nerd Lucy.

Capitulo 1: encontro inusitado.


Os corredores estavam lotados de alunos que iam de um lado a outro procurando lugares para
almoçar ou descansar com seus amigos, mas não impedia Natsu de correr por eles esbarrando
e derrubando qualquer pobre coitado que não saísse de seu caminho. A razão para toda essa
correria? Ele estava fugindo de um professor queria evitar mais algumas horas de detenção
aquela semana. E, finalmente ele avistou sua salvação um armário de vassouras vazio, aqueles
que ficavam no fundo da sala, estava com uma das portas abertas e sem hesitar ele entrou no
armário e se fechou lá dentro (uma decisão não muito sábia).

- Acho que pelo menos aqui ele não vai me achar. Aquele idiota acha que tudo é minha culpa –
falava o rosado ofegante. Ele se mexeu um pouco naquele pequeno espaço e ouviu um
gritinho abafado – o que? Mas que droga – ele se virou e com pouquíssima claridade viu que
havia uma pessoa ali, uma garota – que porr* você está fazendo aqui garota?

- Eu que devia perguntar você chega do nada invade meu esconderijo e eu que devo responder
as suas perguntas? – disse a loira massageando o nariz. Sua voz estava um pouco estranha
talvez devido a pancada.

- Claro você ficou aí me ouvindo sem fazer um som sequer, você gosta de observar pessoas
como uma louca?

- Claro que não eu só estava chocada e assustada com o brutamontes estúpido que invadiu
meu espaço.

- Do que você me chamou?

- BRU-TA – Lucy começou a repetir, mas foi silenciada pela mão do garoto.

- Shhhh, o professor está aqui ele vai me achar – sussurrou enquanto olhava atentamente
pelos buracos que havia na porta.

Lucy ficou sem reagir por alguns minutos, mas começou a sentir falta do ar. Então deu uma
leve batida na mão do rosado que olhou para ela indignado e viu a sua respiração ficar
ofegante.

- Ah desculpa – disse libertando os lábios de Lucy.

Ele voltou a olhar os buracos e Lucy olhava atentamente o rapaz percebeu gotas de suor des -
cendo pelo rosto até o pescoço, notou ali uma pequena cicatriz já branca, seu peitoral subindo
e descendo de acordo com a sua respiração, mas logo percebeu o que estava fazendo e ficou
extremamente envergonhada olhou para baixo e se afastou o máximo que pode do garoto.
Natsu percebeu a movimentação da loira e ficou confuso.

- O que foi? Ficou com medo de mim de repente? – disse Natsu sorrindo de lado.

- N-não é-é i-isso... – gaguejava Lucy.

- Nossa nem parece a garota que estava me insultando segundos atrás – ele soltou um risinho
caçoando de Lucy – de qualquer maneira parece que sua barra tá limpa até ratinha de armário
– despediu-se, mas quando tentou abrir o armário a porta não abria – a, mas só pode ser uma
brincadeira com a minha cara.
- O que foi? – perguntou a loira tomando coragem para olhar novamente para o rosado.

- Essa merda não quer abrir.

- Ah é mesmo, por isso sempre deixo a outra porta aberta quando me escondo aqui.

- Agora faz sentido você se escondendo atras de uma só porta. Peraí você sempre faz isso?

Lucy olhou para baixo achando seus pés extremamente interessantes.

- Ei eu te fiz uma pergunta – disse o rosado um pouco zangado com ela – ei loirinha olha pra
mim agora. Por que você sempre se esconde aqui? – disse ele levantando o queixo da garota
brutamente. Foi quando viu que os olhos estavam inchados e vermelhos. A lembrança da voz
estranha da garota quando se encontraram percorreu a sua mente – Você estava chorando?

A loira desviou o seu rosto o tirando da mão do rosado, mas ele fez com que ela olhasse para
ele de novo.

- Responde a pergunta – mandou Natsu.

- Foram três perguntas

Natsu processou por alguns segundos.

- Não importa responde.

A loira suspirou e voltou o seu olhar para o rosado.

- Sim eu sempre faço isso, estava me escondendo de umas garotas que fazem bullying comigo,
ultimamente elas estão chegando longe demais.

- Que idiotas – disse Natsu com raiva.

- Por que você se importa? – Lucy murmurou, mas Natsu a escutou perfeitamente.

- Porque somos parceiros de armário.

Lucy riu e Natsu percebeu que aquela era primeira vez que viu seu sorriso.

- Isso soou beeem estranho. E eu nem sei o seu nome como somos parceiros.

- Verdade. Eu me chamo Natsu e você?

- Sou Lucy prazer em te conhecer.

- O prazer é meu – disse o garoto com um grande sorriso.

E como se fosse planejado (N\A: claro que é planejado) a porta foi aberta seguida por uma voz
zangada de uma professora:

- O que os dois estão fazendo aí? – ambos olharam assustados para ela e perceberam que ha -
viam passado o tempo do almoço presos ali juntos – venham já comigo para diretoria.

- Eu acho que não professora eu já escapei de um professor hoje não tem problema nenhum
fugir de outro – disse Natsu confundindo a professora que não teve muito tempo para
processar o que ele havia dito, pois ele agarrou o braço de Lucy e saiu correndo dali o mais
rápido que pode.

Continua...
Capítulo 2: lugar secreto
Eles correram até despistar a professora. Os dois buscavam desesperadamente o ar, principal -
mente Lucy que não era a pessoa mais atlética. Quando a respiração deles se acalmou um
pouco eles se entreolharam e começaram a rir.

- Eu tô tão ferrada – disse Lucy em meio aos risos.

- Claro que não eu saí de lá antes que ela olhasse seu rosto, tenho certeza.

- Mesmo que isso tenha acontecido aquela era a minha professora de química – Lucy suspirou
– ela me conhece.

- Ah... sim. Se você receber alguma punição eu me entrego, pelo menos você não vai sofrer
sozinha.

- Hããã... obrigada, eu acho.

Lucy olhou o lugar ao redor. Eles estavam na parte de trás da escola, onde ficavam prédios an -
tigos de clubes (N\A: tipo naqueles animes de esporte que tem um prédio de uns dois andares
com várias salas onde ficam guardado materiais, em haikyuu eles usam pra guardar as coisas
deles e trocar de roupa).

- Por que viemos pra cá?

Natsu a olhou e abriu um sorriso do tipo vou causar problemas de propósito e Lucy teve um
mau pressentimento.

- Queria te mostrar um lugar melhor pra se esconder do que aquele armário desconfortável.

- Não pode ser outra hora? – Lucy hesitava, mesmo com a oferta tentadora, por causa do
modo que ele estava sorrindo – as aulas da tarde já começaram.

- Geralmente as aulas da tarde nem valem tanto a pena. Sempre a maioria dorme por causa do
almoço.

- Pra mim elas valem, eu sempre estudo bastante durante elas – disse orgulhosa de si.

- É? – ele disse arqueando a sobrancelha – que aula você tem agora senhora certinha?

- Estudo independente – Lucy murmurou.

- Perfeito então, vamos – disse ele abrindo mais ainda o sorriso.

Não sei se ele é feliz ou só gosta de exibir os dentes por aí. Nem sabia que pessoas podiam ter
presas até hoje, pensou Lucy.

Eles andaram até o prédio antigo. O lugar parecia abandonado e provavelmente era mesmo já
que em outra parte do campus havia um prédio bem mais novo que aquele.

- Desde que construíram o novo prédio para os clubes esse lugar mal é usado, algumas salas
ainda são depósitos e outras estão trancadas, acho que perderam as chaves ou algo assim e
devem estar vazias – Natsu falou como se estivesse lendo os pensamentos da garota.
Eles andaram até a sala mais afastada, e Natsu tirou um dragão vermelho do bolso o
brinquedo era bem detalhado, mas aquilo na verdade era um chaveiro e ele destrancou a
porta.

- Pronto, um esconderijo a prova de bullies – disse ele estendendo o braço como se fosse um
corretor orgulhoso mostrando seu melhor apartamento.

O lugar estava praticamente vazio, só havia alguns colchões, uma bolsa, mangás e pacotes de
batatas e doce espalhados pelo chão. O cheiro não era muito bom, mas não era insuportável.

- É um bom lugar.

- É um ótimo lugar, mil vezes melhor que um armário de vassouras apertado.

- Sim, mas o armário pelo menos era um pouco mais limpo.

- Detalhes – Natsu deu de ombros e se dirigiu até um dos colchões e se deitou – com certeza
você não consegue fazer isso naquele armário.

- Por que parece que você quer me vender um apartamento?

- Porque você insiste em não querer usar aqui como esconderijo – disse mastigando uma
batata que havia encontrado em dos pacotes.

- Na verdade eu gostaria, seria muito mais agradável – Lucy disse sorrindo – só não entendo o
porquê de você querer tanto me ajudar.

- Já disse somos parceiros de armário.

- Só isso? – perguntou incrédula.

- É. Precisa de mais algum motivo?

Lucy piscou os olhos confusa. Ele não parecia alguém ruim. Lucy pegou um dos colchões,
colocou perto do rosado e se sentou.

- Por que você estava fugindo de um professor?

- Hmm? – Natsu a encarou confuso, a pergunta o pegara desprevenido – tinha um cara me


olhando com cara de “quer lutar seu idiota” e eu gritei pra ele “o que você tá olhando perdeu
a noção na minha cara?” e ele teve a audácia de dizer que não tava me olhando com um
sorriso debochado e eu odeio esse tipo de expressão, então soquei ele bem na boca, mas um
professor viu gritou comigo e eu saí correndo e depois ficamos presos no armário – narrou
com um olhar orgulhoso.

Lucy começou a rir deixando Natsu confuso e com um pouco de raiva.

- Por que você está rindo? – rosnou o rosado.

- Nada... nada – disse ela sem fôlego – é só que você socar uma pessoa só porque ela estava te
encarando é engraçado.

- O que?? Ele que pediu – disse indignado.

- Tá bom, tá bom, você tem razão – disse ela tentando controlar o riso.
- Claro que te... – Natsu se interrompeu e ficou atento de repente. Lucy ia falar algo, mas ele
fez um gesto de silêncio. Rapidamente ele foi até a porta e a trancou. Foi nesse momento que
Lucy ouviu passos e algumas vozes abafadas, mas logo aquelas pessoas foram embora.

- Devem ter vindo pegar algum material em alguma outra sala – disse ele se virando pra ela –
temos que ter o maior cuidado para não acharem esse lugar, se não já era o cantinho do
Natsu.

- E da Lucy – completou a loira e Natsu sorriu concordando.

Depois de passado o “perigo", eles ficaram em um silêncio confortável lendo alguns dos
mangás que estavam espalhados pelo chão, mas surgiram algumas dúvidas na mente de Lucy.

- Natsu – chamou Lucy. Ele apenas murmurou em resposta sem olhar para a loira – como você
faz aquilo?

- Aquilo o quê? – disse ele agora com sua atenção completamente em Lucy.

- Parece que você consegue ouvir tudo ao seu redor mesmo quando alguém está falando com
você.

- Ahh... – disse pensativo – na verdade não sei sempre consegui fazer isso. Ajudava muito
quando eu queria jogar vídeo game até tarde e meus pais vinham ver se eu estava realmente
dormindo – disse rindo.

- Hmm... só mais uma pergunta – Natsu se voltou novamente para ela – como você achou esse
lugar?

- Eu estava andando pela escola sem vontade de assistir aula e arrombei a porta dessa sala,
não é como se esse prédio estivesse escondido mesmo, e depois troquei a fechadura.

Lucy finalmente realizou uma coisa.

- Meu Deus se nos acharem aqui vamos no meter em tantos problemas – disse olhando nervo -
samente para a porta como se um monstro estivesse tentando abri-la.

- Exatamente SE, por isso sempre que vier aqui mantenha a porta fechada e tente fazer o
maior silêncio possível – disse o rosado andando até um canto da sala onde havia uma bolsa e
pegou algo ali dentro – Aqui – entregou uma chave para a loira – Pode vir aqui sempre que
quiser mesmo que eu não esteja com você.

Lucy ficou emocionada e confusa. Emocionada porque a maioria das pessoas que ela conhecia
naquela escola não a tratavam tão bem e confusa porque um garoto que ela mal conhecia
havia decidido dividir seu precioso espaço com ela.

- Ei, por que você está chorando?? – disse ele preocupado.

Lucy tocou no próprio rosto nem havia notado que começou a chorar. Abaixou o rosto
envergonhada tentando limpar e esconder as lágrimas.

- Nã-não é nada – pensou em tentar forçar um sorriso, mas tinha medo de acabar chorando
mais.

Natsu se abaixou e levou a mão ao rosto da garota para tentar consolá-la.


- Ei se tentarem fazer algo de ruim com você pode ir atrás de mim não vou deixar que ninguém
te machuque – disse ele com um olhar determinado.

Por causa daquelas palavras Lucy conseguiu olhar para ele. O garoto exibia novamente o seu
sorriso™ e aquilo lhe encheu de confiança.

- Tá bom, vou falar que o temido Natsu é meu amigo – disse ela sorrindo, mesmo que estivesse
brincando aquilo lhe deixou feliz.

- Exatamente quando ouvirem meu nome tenho certeza de que eles vão correr de você.

Lucy apenas riu. A confiança do garoto não parecia sem base.

Continua...
Capítulo 3: Eu prometo.
Eles passaram o resto da tarde ali, e mesmo na hora da saída queriam passar mais um tempo
juntos, foram nas salas um do outro buscar o seu material e descobriram que elas ficavam uma
ao lado da outra. Natsu levou Lucy para casa e descobriu que eles moravam perto, ele já havia
pensado em várias maneiras de surpreender a loira, mas ela não deixou que ele visse onde era
exatamente a sua casa. O rosado ficou um pouco magoado com a falta de confiança dela, mas
logo deixou para lá. Lucy só estava um pouco preocupada com a reação de seu pai em relação
ao garoto. Ela e o pai não tinham um bom relacionamento e talvez levar um encrenqueiro para
casa não fosse a melhor opção.

No dia seguinte...

Natsu acordou com o pé direito naquele dia, geralmente, ele acordava mal-humorado e
atrasado para a escola o que o deixava ainda mais irritadiço – por causa disso que ele sempre
se metia em alguma briga logo de manhã -, mas naquele dia ele acordou cedo e teve tempo o
suficiente de tomar café e ir tranquilamente para escola. Ele queria andar com sua nova amiga
para a escola, mas não sabia que horas ela saía de casa e nem havia pegado o número dela (ele
iria resolver isso tudo hoje, afinal era a melhor manhã que ele teve desde que entrou no
ensino médio).

Quando ele se dirigiu a sala de Lucy viu uma cena que arruinou completamente seu bom
humor. Lucy estava cercada por algumas garotas que pareciam a estar a intimidando, e o que
fez o sangue de Natsu ferver mais ainda foi que as outras pessoas da sala ou fingiam que nada
estava acontecendo ou davam risinhos em aprovação. O garoto estava pronto para virar
aquela sala de cabeça para baixo quando percebeu o semblante da loira: seus olhos chocolate
estavam sem brilho e seu semblante parecia abatido e assustado. Natsu sentiu seu coração se
partir em mil pedaços e foi em direção a loira, empurrando uma das meninas que caiu no chão
como uma fruta madura.

- EII OLHA POR – ela não conseguiu terminar o que iria dizer, pois Natsu a olhou irado o que a
fez engolir em seco.

- Vem comigo – ele disse puxando o braço da loira que o seguiu sem resistir.

Ele a levou para seu esconderijo, queria fazer algo por ela, mas não sabia. Ela ainda exibia a
mesma expressão. Ele sentiu vontade de ir lá e acabar com a raça daquelas garotas, xingar
cada um dos que não tinham coragem de agir, mas sentiu que devia proteger Lucy antes.
Então ele fez a única coisa que sabia que funcionava, ele a abraçou.

No começo, ela pareceu confusa, mas retribuiu o abraço. Ele a sentiu tremer em seus braços e
sua camisa ficar molhada, mas não se importou, ele a deixou chorar tudo o que estava preso
no seu coração.

- Natsu... eu... – ela tentava falar em meio ao choro e ele a apertou um pouco incentivando-a
continuar – não aguento mais – ela finalmente conseguiu dizer – elas me perturbam desde o
primeiro dia de aula, no começo eram só piadinhas, mas elas começaram a destruir coisas
minhas, jogar água ou outras coisas em mim, mas...mas hoje elas me mostraram algumas fotos
que tiraram quando estávamos trocando de roupa para a aula de educação física. Eu não sei o
que elas querem fazer com aquilo, Natsu – o sangue de Natsu voltou a ferver.

- Qual delas? – ele rosnou – qual delas está com essas fotos?

Lucy o olhou confusa, mas entendeu o que ele queria fazer. Queria impedi-lo, mas não o fez,
ela apenas abaixou o rosto e disse:

- A loira.

- Aquela que eu joguei no chão – Lucy apenas assentiu – mais alguma delas tem?

- Não sei.

- Tá bom, vou dar um jeito, me espere aqui volto em alguns minutos.

Natsu voltou para sala de Lucy com ódio queimando em seus olhos, já havia um professor na
sala, mas aquilo não o impediu de entrar ruidosamente na sala e se dirigir a menina loira que
empurrou alguns minutos antes. Ela estava com o celular embaixo da mesa o que facilitou
Natsu pegá-lo. Ele o levantou e rosnou para ela.

- Mais alguém tem essas fotos?

Ela logo entendeu e abriu um sorriso sapeca para ele.

- Ah não sabia que seu tipo eram loiras sem graça Natsu Dragneel – ela ronronou o seu nome o
que embrulhou o estomago do garoto.

- Eu te fiz uma pergunta – ele disse tentando controlar a raiva.

- Vocês dois. Estamos no meio da aula – disse o professor que finalmente perdeu a paciência.

- Você pode continuar com sua aula, mas tem algo que preciso resolver e parece que você e
todos os outros adultos dessa escola parecem incapazes para fazer alguma coisa.

Ele viu a garota e mais outras duas ficarem tensas. Então, ele sorriu ironicamente e falou mais
alto ainda.

- Parece que vocês têm coragem de mexer com uma garota indefesa, mas não de levarem uma
punição por causa disso. Aprendam uma coisa: numa briga se você dá um soco em alguém,
tem que estar preparado para receber um de volta e parece que vocês ficaram muito
acomodados, já que ela não estava revidando, mas, se depender de mim, não vai ser mais
assim, eu prometo – ele disse essa última parte olhando diretamente para a garota a sua
frente que engoliu em seco – agora reponde MAIS ALGUÉM TEM ESSAS FOTOS? – ela negou
com a cabeça rapidamente – ótimo – então com as próprias mãos ele destruiu o celular da
garota, sem que ela pudesse fazer nada.

O professor ficara sem reação. As palavras de Natsu haviam pesado em sua mente, não sabia o
que estava acontecendo com seus alunos e se sentiu um péssimo profissional. O rosado
apanhou as coisas de Lucy e se dirigiu a porta, mas antes de sair olhou para o professor e disse:

- Se quiser me punir porque interrompi sua aula me chamo Natsu Dragneel, mas você devia
saber que não sou o único que merece punição nessa sala – ele disse, mas não era mais
necessário o adulto estava determinado a descobrir o que deixou acontecer bem debaixo de
seu nariz e punir cada responsável.

Natsu voltou para sua sala e encontrou Lucy sentada em um dos colchões abraçando os
joelhos.

- Trouxe as suas coisas, vamos sair daqui.

Lucy o olhou curiosa.

- Vamos para onde?

- Para minha casa, hoje vai ser seu dia de folga.

Lucy pensou em dizer algo contra, mas percebeu que não sentia vontade de voltar para aula
ainda mais com aquelas meninas lá. Então, resolveu seguir a ideia do rosado.

Continua...
Capítulo 4: maratona
Fora da escola.

- Dois dias seguidos matando aula. Acho que você é a pessoa que minha mãe mandou ficar
longe.

- Sempre escuto isso – disse Natsu rindo.

- Natsu, e a sua bolsa? – o garoto ainda carregava a mochila dela e Lucy se preocupou que o
rosado achasse que fosse a dele.

- Relaxa eu não a levei hoje.

Lucy olhou para ele com várias interrogações nos olhos.

- Eu já tinha decidido que seria meu dia de folga – disse ele rindo, mas na verdade ele havia
deixado em casa, para ter uma desculpa de falar com Lucy para emprestar algum de seus
livros. Natsu corou um pouco quando pensou nisso, mas a loira não percebeu.

- Então... – disse Lucy – o que vamos fazer hoje?

- Não sei – disse o garoto pensativo – não pensei muito nisso, só senti que era melhor te tirar
de lá.

- Que tal fazer um dia de cinema? – perguntou empolgada e Natsu se sentiu aliviado de ver
seus olhos brilhando novamente.

- Parece perfeito – ele disse com seu sorriso™ - o que você quer assistir?

Lucy pensou um pouco.

- Que tal Tinker Bell? Tem vários filmes a gente podia fazer uma maratona – ela disse
empolgada até olhar a cara que Natsu fazia – que foi??

- Não imaginei que você gostasse de filme de menininha.

- Eii, em minha defesa eu sou uma menininha – disse ela fingindo ultraje – e os filmes da Tinker
são uma relíquia da humanidade.

Natsu a olhava com um olhar que dizia “eu esperava mais de você”.

- Dá uma chance, sei que você vai gostar.

Natsu suspirou.

- Tá bom, mas da próxima vez eu escolho o que vamos assistir – Lucy assentiu e estendeu a
mão.
- Fechado. No nosso próximo dia de cinema, vou assistir qualquer coisa que você quiser sem
reclamar nada.

Eles apertaram as mãos e rumaram para casa do rosado. Quando chegaram lá Natsu se
lembrou o quanto seu quarto estava bagunçado, por algum motivo não queria que Lucy visse
seu quarto daquele jeito.

- Ah Lucy, vou ajeitar as coisas no meu quarto para a gente poder assistir os filmes – ele disse
nervoso – a cozinha fica bem ali, você pode fazer pipoca pra gente. Ah... tem que ser bastante
– ele falava rápido por causa do nervosismo, mas Lucy não ligou muito.

- Tá bom vou fazer o necessário pra gente ver todos os filmes – ela disse sorrindo e se virou. E
nesse momento Natsu saiu correndo escadas acima.

O quarto do rosado parecia um campo de guerra. Então ele começou a arrumar tudo o mais
rápido que pode. Não foi bem arrumar, ele apenas escondeu o que estava espalhado pelo
chão, havia desde roupa suja até algumas revistas um pouco... impróprias. Felizmente, quando
Lucy terminou de fazer a pipoca ele havia escondido toda a sua bagunça.

- Natsu onde é o seu quarto? – ela falou em algum ponto no corredor. Ele saiu e a chamou.

Ela havia trazido o maior recipiente que encontrou com a pipoca. Natsu olhou curioso achava
que nunca tinha visto tanta pipoca assim de uma vez.

- É muito? – ela perguntou repentinamente envergonhada.

- Não.

- Que bom porque não tem mais milho.

- Peraí Lucy, você usou os dois sacos??

- Sim.

- E estourou tudo.

- Mais ou menos deve ter alguns milhos não estourados no fundo.

Natsu suspirou. Torceu para que ninguém da sua família quisesse pipoca.

- Então vamos assistir? – disse Lucy. Apoiando a pipoca na cama de Natsu.

- Vamos - Natsu ligou a tv e procurou Tinker Bell – não acredito que vou fazer isso mesmo –
suspirou e olhou para Lucy que estava parada no meio do quarto meio sem graça – O que foi?
Por que não se senta na cama?

- Ahh... mas eu.

- Tudo bem, não me importo.

Lucy se sentou na cama do garoto e corou um pouco, Natsu se limitou apenas a rir, achando
graça da vergonha da loira.

- Então qual deles é o primeiro?

Lucy olhou para tv e disse:

- Aquele, aventura no mundo das fadas.


- Eu realmente não acredito que tô fazendo isso.

- Sai dessa! você vai ver como é legal.

Ele colocou o filme e se aconchegou ao lado de Lucy. Ele não colocava nenhuma expectativa
no filme, mas ele se viu preso na história de uma fadinha loira que nasceu da risada de um
bebê.

Lucy dormiu durante o primeiro filme e não percebeu quando Natsu colocou o próximo filme.
Ela acordou da sua pequena soneca e viu um Natsu com os olhos marejados, porque a Tinker
acabara de brigar com o seu melhor amigo, parecia que o filme estava tocando
profundamente o coração do rosado. Ela alcançou um pouco de pipoca e comeu com um
sorriso no rosto pensando “eu não disse que você ia gostar?”

- Que pai horrível! – dizia o rosado indignado – ela fez esses desenhos com tanta dedicação e
ele resolve que é melhor jogar tudo fora??!

- SIIM – concordou a loira com igual indignação – e daí que ela acredita em fadas ela tem 7
ANOS.

- Exatamente – bufou o garoto.

- Eu não disse que você ia gostar? – disse a loira com um risinho

Natsu corou. Ele havia ficado tão envolvido com a história que esqueceu o que tinha dito
antes.

- É não esperava muito de um filme sobre fadas.

- Falei que era uma relíquia da humanidade. Só não são tão icônicos quanto os filmes da
Barbie, mas amo.

- Nunca entendi o negócio com os filmes da Barbie – disse o rosado dando de ombros – e
desses eu posso falar, porque já assisti alguns e não gostei.

Lucy o olhou com um misto de surpresa e pena.

- Não sabia que estava diante de uma alma perdida.

- Ah, por favor, não vem com essa – ele se virou para ela – é uma questão de gosto, não sou
um cara sem salvação só porque não gosto dos filmes, que foram feitos pra vender uma
boneca.

- Pobre alma perdida – suspirou Lucy – por quanto tempo vou ter que testemunhar seus
infortúnios?

Natsu bufou vencido.

- Não vou tentar de convencer de nada e você não vai me fazer assistir filmes da Barbie,
porque eu vou decidir o que a gente vai assistir na próxima.

- Tá bom, mas na próxima da próxima vai ser a minha vez de novo e vamos ver a princesa e
plebeia – Lucy sorriu triunfante.

- Parece que criamos uma pequena tradição.

Lucy olhou confusa para o garoto.


- Nosso dia de cinema – ele disse sorrindo – já temos planos pra próxima da próxima vez e nem
acabamos de ver o da primeira vez.

- Verdade – a garota retribuiu o sorriso – obrigada, Natsu, por ser meu amigo.

- Obrigado também por ser minha amiga.

Continua...

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