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Apostila Digital

Matemática
A
Análise Combinatória
Introdução à Análise Combinatória
Análise Combinatória é um conjunto de procedimentos que possibilita a construção de grupos diferentes
formados por um número finito de elementos de um conjunto sob certas circunstâncias.
Na maior parte das vezes, tomaremos conjuntos Z com m elementos e os grupos formados com elementos
de Z terão p elementos, isto é, p será a taxa do agrupamento, com p<m.
Arranjos, Permutações ou Combinações, são os três tipos principais de agrupamentos, sendo que eles
podem ser simples, com repetição ou circulares. Apresentaremos alguns detalhes de tais agrupamentos.
Observação: É comum encontrarmos na literatura termos como: arranjar, combinar ou permutar, mas todo o
cuidado é pouco com os mesmos, que às vezes são utilizados em concursos em uma forma dúbia!

Arranjos
São agrupamentos formados com p elementos, (p<m) de forma que os p elementos sejam distintos entre sí
pela ordem ou pela espécie. Os arranjos podem ser simples ou com repetição.
Arranjo simples: Não ocorre a repetição de qualquer elemento em cada grupo de p elementos.
Fórmula: As(m,p) = m!/(m-p)!
Cálculo para o exemplo: As(4,2) = 4!/2!=24/2=12.
Exemplo: Seja Z={A,B,C,D}, m=4 e p=2. Os arranjos simples desses 4 elementos tomados 2 a 2 são 12
grupos que não podem ter a repetição de qualquer elemento mas que podem aparecer na ordem trocada.
Todos os agrupamentos estão no conjunto:
As={AB,AC,AD,BA,BC,BD,CA,CB,CD,DA,DB,DC}
Arranjo com repetição: Todos os elementos podem aparecer repetidos em cada grupo de p elementos.
Fórmula: Ar(m,p) = mp.
Cálculo para o exemplo: Ar(4,2) = 42=16.
Exemplo: Seja C={A,B,C,D}, m=4 e p=2. Os arranjos com repetição desses 4 elementos tomados 2 a 2 são
16 grupos que onde aparecem elementos repetidos em cada grupo. Todos os agrupamentos estão no
conjunto:
Ar={AA,AB,AC,AD,BA,BB,BC,BD,CA,CB,CC,CD,DA,DB,DC,DD}
Arranjo condicional: Todos os elementos aparecem em cada grupo de p elementos, mas existe uma
condição que deve ser satisfeita acerca de alguns elementos.
Fórmula: N=A(m1,p1).A(m-m1,p-p1)
Cálculo para o exemplo: N=A(3,2).A(7-3,4-2)=A(3,2).A(4,2)=6×12=72.
Exemplo: Quantos arranjos com 4 elementos do conjunto {A,B,C,D,E,F,G}, começam com duas letras
escolhidas no subconjunto {A,B,C}?
Aqui temos um total de m=7 letras, a taxa é p=4, o subconjunto escolhido tem m1=3 elementos e a taxa que
este subconjunto será formado é p1=2. Com as letras A,B e C, tomadas 2 a 2, temos 6 grupos que estão no
conjunto:
PABC = {AB,BA,AC,CA,BC,CB}
Com as letras D,E,F e G tomadas 2 a 2, temos 12 grupos que estão no conjunto:
PDEFG = {DE,DF,DG,ED,EF,EG,FD,FE,FG,GD,GE,GF}
Usando a regra do produto, teremos 72 possibilidades obtidas pela junção de um elemento do conjunto
PABC com um elemento do conjunto PDEFG. Um típico arranjo para esta situação é CAFG.

Permutações
Quando formamos agrupamentos com m elementos, de forma que os m elementos sejam distintos entre sí
pela ordem. As permutações podem ser simples, com repetição ou circulares.
Permutação simples: São agrupamentos com todos os m elementos distintos.
Fórmula: Ps(m) = m!.
Cálculo para o exemplo: Ps(3) = 3!=6.
Exemplo: Seja C={A,B,C} e m=3. As permutações simples desses 3 elementos são 6 agrupamentos que
não podem ter a repetição de qualquer elemento em cada grupo mas podem aparecer na ordem trocada.
Todos os agrupamentos estão no conjunto:
Ps={ABC,ACB,BAC,BCA,CAB,CBA}
Permutação com repetição: Dentre os m elementos do conjunto C={x1,x2,x3,...,xn}, faremos a suposição
que existem m1 iguais a x1, m2 iguais a x2, m3 iguais a x3, ... , mn iguais a xn, de modo que
m1+m2+m3+...+mn=m.
Fórmula: Se m=m1+m2+m3+...+mn, então
Pr(m)=C(m,m1).C(m-m1,m2).C(m-m1-m2,m3) ... C(mn,mn)
Anagrama: Um anagrama é uma (outra) palavra construída com as mesmas letras da palavra original
trocadas de posição.
Cálculo para o exemplo: m1=4, m2=2, m3=1, m4=1 e m=6, logo: Pr(6)=C(6,4).C(6-4,2).C(6-4-
1,1)=C(6,4).C(2,2).C(1,1)=15.
Exemplo: Quantos anagramas podemos formar com as 6 letras da palavra ARARAT. A letra A ocorre 3
vezes, a letra R ocorre 2 vezes e a letra T ocorre 1 vez. As permutações com repetição desses 3 elementos
do conjunto C={A,R,T} em agrupamentos de 6 elementos são 15 grupos que contêm a repetição de todos
os elementos de C aparecendo também na ordem trocada. Todos os agrupamentos estão no conjunto:
Pr={AAARRT,AAATRR,AAARTR,AARRTA,AARTTA,
AATRRA,AARRTA,ARAART,ARARAT,ARARTA,
ARAATR,ARAART,ARAATR,ATAARA,ATARAR}
Permutação circular: Situação que ocorre quando temos grupos com m elementos distintos formando uma
circunferência de círculo.
Fórmula: Pc(m)=(m-1)!
Cálculo para o exemplo: P(4)=3!=6
Exemplo: Seja um conjunto com 4 pessoas K={A,B,C,D}. De quantos modos distintos estas pessoas
poderão sentar-se junto a uma mesa circular (pode ser retangular) para realizar o jantar sem que haja
repetição das posições?
Se considerássemos todas as permutações simples possíveis com estas 4 pessoas, teriamos 24 grupos,
apresentados no conjunto:
Pc={ABCD,ABDC,ACBD,ACDB,ADBC,ADCB,BACD,BADC,
BCAD,BCDA,BDAC,BDCA,CABD,CADB,CBAD,CBDA,
CDAB,CDBA, DABC,DACB,DBAC,DBCA,DCAB,DCBA}
Acontece que junto a uma mesa "circular" temos que:
ABCD=BCDA=CDAB=DABC
ABDC=BDCA=DCAB=CABD
ACBD=CBDA=BDAC=DACB
ACDB=CDBA=DBAC=BACD
ADBC=DBCA=BCAD=CADB
ADCB=DCBA=CBAD=BADC
Existem somente 6 grupos distintos, dados por:
Pc={ABCD,ABDC,ACBD,ACDB,ADBC,ADCB}

Combinações
Quando formamos agrupamentos com p elementos, (p<m) de forma que os p elementos sejam distintos
entre sí apenas pela espécie.
Combinação simples: Não ocorre a repetição de qualquer elemento em cada grupo de p elementos.
Fórmula: C(m,p) = m!/[(m-p)! p!]
Cálculo para o exemplo: C(4,2)=4!/[2!2!]=24/4=6
Exemplo: Seja C={A,B,C,D}, m=4 e p=2. As combinações simples desses 4 elementos tomados 2 a 2 são 6
grupos que não podem ter a repetição de qualquer elemento nem podem aparecer na ordem trocada. Todos
os agrupamentos estão no conjunto:
Cs={AB,AC,AD,BC,BD,CD}
Combinação com repetição: Todos os elementos podem aparecer repetidos em cada grupo até p vezes.
Fórmula: Cr(m,p)=C(m+p-1,p)
Cálculo para o exemplo: Cr(4,2)=C(4+2-1,2)=C(5,2)=5!/[2!3!]=10
Exemplo: Seja C={A,B,C,D}, m=4 e p=2. As combinações com repetição desses 4 elementos tomados 2 a 2
são 10 grupos que têm todas as repetições possíveis de elementos em grupos de 2 elementos não podendo
aparecer o mesmo grupo com a ordem trocada. De um modo geral neste caso, todos os agrupamentos com
2 elementos formam um conjunto com 16 elementos:
Cr={AA,AB,AC,AD,BA,BB,BC,BD,CA,CB,CC,CD,DA,DB,DC,DD}
mas para obter as combinações com repetição, deveremos excluir deste conjunto os 6 grupos que já
apareceram antes, pois AB=BA, AC=CA, AD=DA, BC=CB, BD=DB e CD=DC, assim as combinações com
repetição dos elementos de C tomados 2 a 2, são:
Cr={AA,AB,AC,AD,BB,BC,BD,CC,CD,DD}

Regras gerais sobre a Análise Combinatória


Problemas de Análise Combinatória normalmente são muito difíceis mas eles podem ser resolvidos através
de duas regras básicas: a regra da soma e a regra do produto.
Regra da soma: A regra da soma nos diz que se um elemento pode ser escolhido de m formas e um outro
elemento pode ser escolhido de n formas, então a escolha de um ou outro elemento se realizará de m+n
formas, desde que tais escolhas sejam independentes, isto é, nenhuma das escolhas de um elemento pode
coincidir com uma escolha do outro.
Regra do Produto: A regra do produto diz que se um elemento H pode ser escolhido de m formas diferentes
e se depois de cada uma dessas escolhas, um outro elemento M pode ser escolhido de n formas diferentes,
a escolha do par (H,M) nesta ordem poderá ser realizada de m.n formas.
Exemplo: Consideremos duas retas paralelas ou concorrentes sem que os pontos sob análise estejam em
ambas, sendo que a primeira r contem m pontos distintos marcados por r1, r2, r3, ..., rm e a
segunda s contem n outros pontos distintos marcados por s1, s2, s3, ..., sn. De quantas maneiras podemos
traçar segmentos de retas com uma extremidade numa reta e a outra extremidade na outra reta?

É fácil ver isto ligando r1 a todos os pontos de s e assim teremos n segmentos, depois ligando r 2 a todos os
pontos de s e assim teremos n segmentos, e continuamos até o último ponto para obter também n
segmentos. Como existem m pontos em r e n pontos em s, teremos m.n segmentos possíveis.

Número de Arranjos simples


Seja C um conjunto com m elementos. De quantas maneiras diferentes poderemos escolher p elementos
(p<m) deste conjunto? Cada uma dessas escolhas será chamada um arranjo de m elementos tomados p a
p. Construiremos uma sequência com os m elementos de C.
c1, c2, c3, c4, c5, ..., cm-2, cm-1, cm
Cada vez que um elemento for retirado, indicaremos esta operação com a mudança da cor do elemento
para a cor vermelha.
Para escolher o primeiro elemento do conjunto C que possui m elementos, temos m possibilidades. Vamos
supor que a escolha tenha caído sobre o m-ésimo elemento de C.
c1, c2, c3, c4, c5, ..., cm-2, cm-1, cm
Para escolher o segundo elemento, devemos observar o que sobrou no conjunto e constatamos que agora
existem apenas m-1 elementos. Suponhamos que tenha sido retirado o último elemento dentre os que
sobraram no conjunto C. O elemento retirado na segunda fase é o (m-1)-ésimo.
c1, c2, c3, c4, c5, ..., cm-2, cm-1, cm
Após a segunda retirada, sobraram m-2 possibilidades para a próxima retirada. Do que sobrou, se
retirarmos o terceiro elemento como sendo o de ordem (m-2), teremos algo que pode ser visualizado como:
c1, c2, c3, c4, c5, ..., cm-2, cm-1, cm
Se continuarmos o processo de retirada, cada vez teremos 1 elemento a menos do que na fase anterior.
Para retirar o p-ésimo elemento, restarão m-p+1 possibilidades de escolha.
Para saber o número total de arranjos possíveis de m elementos tomados p a p, basta multiplicar os
números que aparecem na segunda coluna da tabela abaixo:

Retirada Número de possibilidades


1 m
2 m-1
3 m-2
... ...
p m-p+1
No.de arranjos m(m-1)(m-2)...(m-p+1)
Denotaremos o número de arranjos de m elementos tomados p a p, por A(m,p) e a expressão para seu
cálculo será dada por:
A(m,p) = m(m-1)(m-2)...(m-p+1)
Exemplo: Consideremos as 5 vogais de nosso alfabeto. Quais e quantas são as possibilidades de dispor
estas 5 vogais em grupos de 2 elementos diferentes? O conjunto solução é:
{AE,AI,AO,AU,EA,EI,EO,EU,IA,IE,
IO,IU,OA,OE,OI,OU,UA,UE,UI,UO}
A solução numérica é A(5,2)=5×4=20.
Exemplo: Consideremos as 5 vogais de nosso alfabeto. Quais e quantas são as possibilidades de dispor
estas 5 vogais em grupos de 2 elementos (não necessariamente diferentes)?
Sugestão: Construir uma reta com as 5 vogais e outra reta paralela à anterior com as 5 vogais, usar a regra
do produto para concluir que há 5x5=25 possibilidades.
O conjunto solução é:
{AA,AE,AI,AO,AU,EA,EE,EI,EO,EU,IA,IE,II,
IO,IU,OA,OE,OI,OO,OU,UA,UE,UI,UO,UU}
Exemplo: Quantas placas de carros podem existir no atual sistema brasileiro de trânsito que permite 3 letras
iniciais e 4 algarismos no final?
XYZ-1234
Sugestão: Considere que existem 26 letras em nosso alfabeto que podem ser dispostas 3 a 3 e 10
algarismos que podem ser dispostos 4 a 4 e em seguida utilize a regra do produto.
Número de Permutações simples
Este é um caso particular de arranjo em que p=m. Para obter o número de permutações com m elementos
distintos de um conjunto C, basta escolher os m elementos em uma determinada ordem. A tabela de
arranjos com todas as linhas até a ordem p=m, permitirá obter o número de permutações de m elementos:
Retirada Número de possibilidades
1 m
2 m-1
... ...
p m-p+1
... ...
m-2 3
m-1 2
m 1
No.de permutações m(m-1)(m-2)...(m-p+1)...4.3.2.1
Denotaremos o número de permutações de m elementos, por P(m) e a expressão para seu cálculo será
dada por:
P(m) = m(m-1)(m-2) ... (m-p+1) ... 3 . 2 . 1
Em função da forma como construímos o processo, podemos escrever:
A(m,m) = P(m)
Como o uso de permutações é muito intenso em Matemática e nas ciências em geral, costuma-se
simplificar a permutação de m elementos e escrever simplesmente:
P(m) = m!
Este símbolo de exclamação posto junto ao número m é lido como: fatorial de m, onde m é um número
natural.
Embora zero não seja um número natural no sentido que tenha tido origem nas coisas da natureza, procura-
se dar sentido para a definição de fatorial de m de uma forma mais ampla, incluindo m=0 e para isto
podemos escrever:
0!=1
Em contextos mais avançados, existe a função gama que generaliza o conceito de fatorial de um número
real, excluindo os inteiros negativos e com estas informações pode-se demonstrar que 0!=1.
O fatorial de um número inteiro não negativo pode ser definido de uma forma recursiva através da função
P=P(m) ou com o uso do sinal de exclamação:
(m+1)! = (m+1).m!, 0! = 1
Exemplo: De quantos modos podemos colocar juntos 3 livros A, B e C diferentes em uma estante? O
número de arranjos é P(3)=6 e o conjunto solução é:
P={ABC,ACB,BAC,BCA,CAB,CBA}
Exemplo: Quantos anagramas são possíveis com as letras da palavra AMOR? O número de arranjos é
P(4)=24 e o conjunto solução é:
P={AMOR,AMRO,AROM,ARMO,AORM,AOMR,MARO,MAOR,
MROA,MRAO,MORA,MOAR,OAMR,OARM,ORMA,ORAM,
OMAR,OMRA,RAMO,RAOM,RMOA,RMAO,ROAM,ROMA}

Número de Combinações simples


Seja C um conjunto com m elementos distintos. No estudo de arranjos, já vimos antes que é possível
escolher p elementos de A, mas quando realizamos tais escolhas pode acontecer que duas coleções com p
elementos tenham os mesmos elementos em ordens trocadas. Uma situação típica é a escolha de um casal
(H,M). Quando se fala casal, não tem importância a ordem da posição (H,M) ou (M,H), assim não há a
necessidade de escolher duas vezes as mesmas pessoas para formar o referido casal. Para evitar a
repetição de elementos em grupos com a mesma quantidade p de elementos, introduziremos o conceito de
combinação.
Diremos que uma coleção de p elementos de um conjunto C com m elementos é uma combinação de m
elementos tomados p a p, se as coleções com p elementos não tem os mesmos elementos que já
apareceram em outras coleções com o mesmo número p de elementos.
Aqui temos outra situação particular de arranjo, mas não pode acontecer a repetição do mesmo grupo de
elementos em uma ordem diferente.
Isto significa que dentre todos os A(m,p) arranjos com p elementos, existem p! desses arranjos com
os mesmos elementos, assim, para obter a combinação de m elementos tomados p a p, deveremos dividir
o número A(m,p) por m! para obter apenas o número de arranjos que contem conjuntos distintos, ou seja:
C(m,p) = A(m,p) / p!
Como
A(m,p) = m.(m-1).(m-2)...(m-p+1)
então:
C(m,p) = [ m.(m-1).(m-2). ... .(m-p+1)] / p!
que pode ser reescrito
C(m,p)=[m.(m-1).(m-2)...(m-p+1)]/[(1.2.3.4....(p-1)p]
Multiplicando o numerador e o denominador desta fração por
(m-p)(m-p-1)(m-p-2)...3.2.1
que é o mesmo que multiplicar por (m-p)!, o numerador da fração ficará:
m.(m-1).(m-2).....(m-p+1)(m-p)(m-p-1)...3.2.1 = m!
e o denominador ficará:
p! (m-p)!
Assim, a expressão simplificada para a combinação de m elementos tomados p a p, será uma das
seguintes:

Número de arranjos com repetição


Seja C um conjunto com m elementos distintos e considere p elementos escolhidos neste conjunto em uma
ordem determinada. Cada uma de tais escolhas é denominada um arranjo com repetição de m elementos
tomados p a p. Acontece que existem m possibilidades para a colocação de cada elemento, logo, o número
total de arranjos com repetição de m elementos escolhidos p a p é dado por mp. Indicamos isto por:
Arep(m,p) = mp

Número de permutações com repetição


Consideremos 3 bolas vermelhas, 2 bolas azuis e 5 bolas amarelas. Coloque estas bolas em uma ordem
determinada. Iremos obter o número de permutações com repetição dessas bolas. Tomemos 10
compartimentos numerados onde serão colocadas as bolas. Primeiro coloque as 3 bolas vermelhas em 3
compartimentos, o que dá C(10,3) possibilidades. Agora coloque as 2 bolas azuis nos compartimentos
restantes para obter C(10-3,2) possibilidades e finalmente coloque as 5 bolas amarelas. As possibilidades
são C(10-3-2,5).
O número total de possibilidades pode ser calculado como:

Tal metodologia pode ser generalizada.


Número de combinações com repetição
Considere m elementos distintos e ordenados. Escolha p elementos um após o outro e ordene estes
elementos na mesma ordem que os elementos dados. O resultado é chamado uma combinação com
repetição de m elementos tomados p a p. Denotamos o número destas combinações por Crep(m,p). Aqui a
taxa p poderá ser maior do que o número m de elementos.
Seja o conjunto A=(a,b,c,d,e) e p=6. As coleções (a,a,b,d,d,d), (b,b,b,c,d,e) e (c,c,c,c,c,c) são exemplos de
combinações com repetição de 5 elementos escolhidos 6 a 6.
Podemos representar tais combinações por meio de símbolos # e vazios Ø onde cada ponto # é repetido (e
colocado junto) tantas vezes quantas vezes aparece uma escolha do mesmo tipo, enquanto o vazio Ø serve
para separar os objetos em função das suas diferenças
(a,a,b,d,d,d) equivale a ##Ø#ØØ###Ø
(b,b,b,c,d,e) equivale a Ø###Ø#Ø#Ø#
(c,c,c,c,c,c) equivale a ØØ######ØØ

Cada símbolo possui 10 lugares com exatamente 6# e 4Ø. Para cada combinação existe uma
correspondência biunívoca com um símbolo e reciprocamente. Podemos construir um símbolo pondo
exatamente 6 pontos em 10 lugares. Após isto, os espaços vazios são prenchidos com barras. Isto pode ser
feito de C(10,6) modos. Assim:
Crep(5,6) = C(5+6-1,6)
Generalizando isto, podemos mostrar que:
Crep(m,p) = C(m+p-1,p)

Propriedades das combinações


O segundo número, indicado logo acima por p é conhecido como a taxa que define a quantidade de
elementos de cada escolha.
Taxas complementares
C(m,p)=C(m,m-p)
Exemplo: C(12,10) = C(12,2)=66.

Relação do triângulo de Pascal


C(m,p)=C(m-1,p)+C(m-1,p-1)
Exemplo: C(12,10)=C(11,10)+C(11,9)=605

Número Binomial
O número de combinações de m elementos tomados p a p, indicado antes por C(m,p) é chamado
Coeficiente Binomial ou número binomial, denotado na literatura científica como:

Exemplo: C(8,2)=28.
Extensão: Existe uma importante extensão do conceito de número binomial ao conjunto dos números reais
e podemos calcular o número binomial de qualquer número real r que seja diferente de um número inteiro
negativo, tomado a uma taxa inteira p, somente que, neste caso, não podemos mais utilizar a notação de
combinação C(m,p) pois esta somente tem sentido quando m e p são números inteiros não negativos.
Como Pi=3,1415926535..., então:
A função envolvida com este contexto é a função gama. Tais cálculos são úteis em Probabilidade e
Estatística.

Teorema Binomial
Se m é um número natural, para simplificar um pouco as notações, escreveremos mp no lugar de C(m,p).
Então:
(a+b)m = am+m1am-1b+m2am-2b2+m3am-3b3+...+mmbm
Alguns casos particulares com m=2, 3, 4 e 5, são:
(a+b)2 = a2 + 2ab + b2
(a+b)3 = a3 + 3 a2b + 3 ab2 + b3
(a+b)4 = a4 + 4 a3b + 6 a2b2 + 4 ab3 + b4
(a+b)5 = a5 + 5 a4b + 10 a3b2 + 10 a2b3 + 5 ab4 + b5
A demonstração segue pelo Princípio da Indução Matemática.
Iremos considerar a Proposição P(m) de ordem m, dada por:
P(m): (a+b)m=am+m1am-1b+m2am-2b2+m3am-3b3+...+mmbm
P(1) é verdadeira pois (a+b)1 = a + b
Vamos considerar verdadeira a proposição P(k), com k>1:
P(k): (a+b)k=ak+k1ak-1b+k2ak-2b2+k3ak-3b3+...+kkbk
para provar a propriedade P(k+1).
Para que a proposição P(k+1) seja verdadeira, deveremos chegar à conclusão que:
(a+b)k+1=ak+1+(k+1)1akb+(k+1)2ak-1b2+...+(k+1)(k+1)bk+1
(a+b)k+1= (a+b).(a+b)k
= (a+b).[ak+k1ak-1b+k2ak-2b2+k3ak-3b3+...+kkbk]
a.[ak+k1ak-1b+k2ak-2 b2+k3ak-3b3+...+kkbk]
=
+b.[ak+k1ak-1b+k2ak-2b2+k3ak-3b3+...+kk bk]
ak+1+k1akb+k2ak-1b2+k3ak-2b3+...+kkabk
=
+akb+k1ak-1b2+k2ak-2 b3+k3ak-3b4+...+kkbk+1
ak+1+[k1+1]akb+[k2+k1]ak-1b2+[k3+k2]ak-2b3
=
+[k4+k3] ak-3b4+...+[kk-1+kk-2]a2bk-1+[kk+kk-1]abk+kkbk+1
ak+1+[k1+k0] akb+[k2+k1]ak-1b2+[k3+k2]ak-2b3
=
+[k4+k3]ak-3b4+...+[kk-1+kk-2]a2bk-1+[kk+kk-1]abk+kkbk+1
Pelas propriedades das combinações, temos:
k1+k0=C(k,1)+C(k,0)=C(k+1,1)=(k+1)1
k2+k1=C(k,2)+C(k,1)=C(k+1,2)=(k+1)2
k3+k2=C(k,3)+C(k,2)=C(k+1,3)=(k+1)3
k4+k3=C(k,4)+C(k,3)=C(k+1,4)=(k+1)4
... ... ... ...
kk-1+kk-2=C(k,k-1)+C(k,k-2)=C(k+1,k-1)=(k+1)k-1
kk+kk-1=C(k,k)+C(k,k-1)=C(k+1,k)=(k+1)k
E assim podemos escrever:
ak+1+(k+1)1akb + (k+1)2ak-1b2 + (k+1)3ak-2b3
(a+b)k+1=
+(k+1)4ak-3b4 +...+ (k+1)k-1a2bk-1 + (k+1)kabk + kkbk+1
que é o resultado desejado.
Conjuntos Numéricos

Definição de Conjunto: Conjunto é o agrupamento de elementos que possuem características semelhantes. Os


Conjuntos numéricos especificamente são compostos por números.
Exemplo: conjunto dos números pares positivos: P = {2,4,6,8,10,12, ... }. Esta forma de representar um conjunto, pela
enumeração dos seus elementos, chama-se forma de listagem.

O mesmo conjunto também poderia ser representado por uma propriedade dos seus elementos ou seja, sendo x um
elemento qualquer do conjunto P acima, poderíamos escrever: P = { x | x é par e positivo } = { 2,4,6, ... } Relação de
pertinência Sendo x um elemento do conjunto numérico A , escrevemos x 0 A , onde o símbolo 0significa "pertence a".
Sendo y um elemento que não pertence ao conjunto A , indicamos esse fato com a notação y A.

O conjunto que não possui elementos , é denominado conjunto vazio e representado por φ . Com o mesmo raciocínio, e
opostamente ao conjunto vazio, define-se o conjunto ao qual pertencem todos os elementos, denominado conjunto
universo, representado pelo símbolo U. Assim é que, pode-se escrever como exemplos: i= { x; x ≠ x} e U = {x; x = x}.

Subconjunto
Se todo elemento de um conjunto A também pertence a um conjunto B, então dizemos que A é subconjunto de B e
indicamos isto por A d B. Notas: a) todo conjunto numérico é subconjunto de si próprio. ( A d A ) b) o conjunto vazio é
subconjunto de qualquer conjunto. (id A) c) se um conjunto A possui m elementos então ele possui 2m subconjuntos. d)
o conjunto formado por todos os subconjuntos de um conjunto A é denominado conjunto das partes de A e é indicado
por P(A). Assim, se A = {c, d} , o conjunto das partes de A é dado por P(A) = {φ , {c}, {d}, {c,d}} e) um subconjunto de A é
também denominado parte de A.

Conjuntos numéricos fundamentais


Entendemos por conjunto numérico, qualquer conjunto cujos elementos são números. Existem infinitos conjuntos
numéricos, entre os quais, os chamados conjuntos numéricos fundamentais, a saber: Conjunto dos números naturais N
= {0,1,2,3,4,5,6,... } Conjunto dos números inteiros Z = {..., -4,-3,-2,-1,0,1,2,3,... } Obs: é evidente que N d Z.

Conjunto dos números racionais


Q = {x; x = p/q com p 0 Z , q 0 Z e q … 0 }. Temos então que número racional é aquele que pode ser escrito na forma de
uma fração p/q onde p e q são números inteiros, com o denominador diferente de zero. Lembre-se que não existe
divisão por zero! São exemplos de números racionais: 2/3, -3/7, 0,001=1/1000, 0,75=3/4, 0,333... = 1/3, 7 = 7/1, etc.
Notas: a) é evidente que N d Z d Q. b) toda dízima periódica é um número racional, pois é sempre possível escrever
uma dízima periódica na forma de uma fração. Exemplo: 0,4444... = 4/9 _

Conjunto dos números irracionais


I = {x; x é uma dízima não periódica}. Exemplos de números irracionais: Π = 3,1415926... (número pi = razão entre o
comprimento de qualquer circunferência e o seu diâmetro) 2,01001000100001... (dízima não periódica) √ 3 =
1,732050807... (raiz não exata).

Conjunto dos números reais


R = { x; x é racional ou x é irracional}. Notas: a) é óbvio que N d Z d Q d R b) I d R c) I cQ = R d) um número real é
racional ou irracional, não existe outra hipótese!

Intervalos numéricos
Dados dois números reais p e q, chama-se intervalo a todo conjunto de todos números reais compreendidos entre p e
q , podendo inclusive incluir p e q. Os números p e q são os limites do intervalo, sendo a diferença p - q , chamada
amplitude do intervalo. Se o intervalo incluir p e q , o intervalo é fechado e caso contrário, o intervalo é dito aberto. A
tabela abaixo, define os diversos tipos de intervalos.
Equações de primeiro grau

Para resolver um problema matemático, quase sempre devemos transformar uma sentença apresentada
com palavras em uma sentença que esteja escrita em linguagem matemática. Esta é a parte mais
importante e talvez seja a mais difícil da Matemática.

Sentença com palavras Sentença matemática

2 melancias + 2Kg = 14Kg 2 x + 2 = 14


Normalmente aparecem letras conhecidas como variáveis ou incógnitas. A partir daqui, a Matemática se
posiciona perante diferentes situações e será necessário conhecer o valor de algo desconhecido, que é o
objetivo do estudo de equações.

Equações do primeiro grau em 1 variável


Trabalharemos com uma situação real e dela tiraremos algumas informações importantes. Observe a
balança:

A balança está equilibrada. No prato esquerdo há um "peso" de 2Kg e duas melancias com "pesos" iguais.
No prato direito há um "peso" de 14Kg. Quanto pesa cada melancia?
2 melancias + 2Kg = 14Kg
Usaremos uma letra qualquer, por exemplo x, para simbolizar o peso de cada melancia. Assim, a equação
poderá ser escrita, do ponto de vista matemático, como:
2x + 2 = 14
Este é um exemplo simples de uma equação contendo uma variável, mas que é extremamente útil e
aparece na maioria das situações reais. Valorize este exemplo simples.
Podemos ver que toda equação tem:
 Uma ou mais letras indicando valores desconhecidos, que são denominadas variáveis ou
incógnitas;
 Um sinal de igualdade, denotado por =.
 Uma expressão à esquerda da igualdade, denominada primeiro membro ou membro da esquerda;
 Uma expressão à direita da igualdade, denominada segundo membro ou membro da direita.
A letra x é a incógnita da equação. A palavra incógnita significa desconhecida e equação tem o prefixo equa
que provém do Latim e significa igual.

2x+2 = 14
1o. membro sinal de igualdade 2o. membro

As expressões do primeiro e segundo membro da equação são os termos da equação.


Para resolver essa equação, utilizamos o seguinte processo para obter o valor de x.

2x + 2 = 14 Equação original
2x + 2 - 2 = 14 - 2 Subtraímos 2 dos dois membros
2x = 12 Dividimos por 2 os dois membros
x=6 Solução
Observação: Quando adicionamos (ou subtraímos) valores iguais em ambos os membros da equação, ela
permanece em equilíbrio. Da mesma forma, se multiplicamos ou dividimos ambos os membros da equação
por um valor não nulo, a equação permanece em equilíbrio. Este processo nos permite resolver uma
equação, ou seja, permite obter as raízes da equação.
Exemplos:
1. A soma das idades de André e Carlos é 22 anos. Descubra as idades de cada um deles, sabendo-
se que André é 4 anos mais novo do que Carlos.
Solução: Primeiro passamos o problema para a linguagem matemática. Vamos tomar a letra c para
a idade de Carlos e a letra a para a idade de André, logo a=c-4. Assim:
c + a = 22
c + (c - 4) = 22
2c - 4 = 22
2c - 4 + 4 = 22 + 4
2c = 26
c = 13

Resposta: Carlos tem 13 anos e André tem 13-4=9 anos.


2. A população de uma cidade A é o triplo da população da cidade B. Se as duas cidades juntas têm
uma população de 100.000 habitantes, quantos habitantes tem a cidade B?
Solução: Identificaremos a população da cidade A com a letra a e a população da cidade com a letra
b. Assumiremos que a=3b. Dessa forma, poderemos escrever:
a + b = 100.000
3b + b = 100.000
4b = 100.000
b = 25.000

Resposta: Como a=3b, então a população de A corresponde a: a=3×25.000=75.000 habitantes.


3. Uma casa com 260m2 de área construída possui 3 quartos de mesmo tamanho. Qual é a área de
cada quarto, se as outras dependências da casa ocupam 140m 2?
Solução: Tomaremos a área de cada dormitório com letra x.
3x + 140 = 260
3x = 260 -140
3x = 120
x = 40

Resposta: Cada quarto tem 40m2.


Exercícios: Resolver as equações
1. 2x + 4 = 10
2. 5k - 12 = 20
3. 2y + 15 - y = 22
4. 9h - 2 = 16 + 2h

Desigualdades do primeiro grau em 1 variável


Relacionadas com as equações de primeiro grau, existem as desigualdades de primeiro grau, (também
denominadas inequações) que são expressões matemáticas em que os termos estão ligados por um dos
quatro sinais:

< menor
> maior
< menor ou igual
> maior ou igual
Nas desigualdades, o objetivo é obter um conjunto de todas os possíveis valores que pode(m) assumir uma
ou mais incógnitas na equação proposta.
Exemplo: Determinar todos os números inteiros positivos para os quais vale a desigualdade:
2x + 2 < 14
Para resolver esta desigualdade, seguiremos os seguintes passos:

Passo 1 2x + 2 < 14 Escrever a equação original


Passo 2 2x + 2 - 2 < 14 - 2 Subtrair o número 2 dos dois membros
Passo 3 2x < 12 Dividir pelo número 2 ambos os membros
Passo 4 x<6 Solução
Concluímos que o conjunto solução é formado por todos os números inteiros positivos menores do que 6:
S = {1, 2, 3, 4, 5}
Exemplo: Para obter todos os números pares positivos que satisfazem à desigualdade
2x + 2 < 14
obteremos o conjunto solução:
S = {2, 4}
Observação: Se há mais do que um sinal de desigualdade na expressão, temos várias desigualdades
"disfarçadas" em uma.
Exemplo: Para determinar todos os números inteiros positivos para os quais valem as (duas)
desigualdades:
12 < 2x + 2 < 20
poderemos seguir o seguinte processo:

12 < 2x + 2 < 20 Equação original


12 - 2 < 2x + 2 - 2 < 20 - 2 Subtraímos 2 de todos os membros
10 < 2x < 18 Dividimos por 2 todos os membros
5 < x < 9 Solução
O conjunto solução é:
S = {6, 7, 8, 9}
Exemplo: Para obter todos os números inteiros negativos que satisfazem às (duas) desigualdades
12 < 2x + 2 < 20
obteremos apenas o conjunto vazio, como solução, isto é:
S=Ø={}

Desigualdades do primeiro grau em 2 variáveis


Uma situação comum em aplicações é aquela em que temos uma desigualdade envolvendo uma equação
com 2 ou mais incógnitas. Estudaremos aqui apenas o caso em aparecem 2 incógnitas x e y. Uma forma
geral típica, pode ser:
ax+by<c
onde a, b e c são valores dados.
Exemplo: Para obter todos os pares ordenados de números reais para os quais:
2x + 3y > 0
observamos que o conjunto solução contém os pares:
(0,0), (1,0), (0,1), (-1,1), (1,-1), ...
Há infinitos pares ordenados de números reais satisfazendo a esta desigualdade, o que torna impossível
exibir todas as soluções. Para remediar isto, utilizaremos um processo geométrico que permitirá obter uma
solução geométrica satisfatória.
Processo geométrico:
(1) Traçamos a reta 2x+3y=0;
(2) Escolhemos um par ordenado, como (1,1), fora da reta;
(3) Se (1,1) satisfaz à desigualdade 2x+3y>0, colorimos a região que contém este ponto, caso contrário,
colorimos a região que está do outro lado da reta.
(4) A região colorida é o conjunto solução para a desigualdade.

Sistemas linear de equações do primeiro grau


Uma equação do primeiro grau, é aquela em que todas as incógnitas estão elevadas à potência 1. Este tipo
de equação poderá ter mais do que uma incógnita.
Um sistema de equações do primeiro grau em duas incógnitas x e y, é um conjunto formado por duas
equações do primeiro nessas duas incógnitas.
Exemplo: Seja o sistema de duas equações:
2 x + 3 y = 38
3 x - 2 y = 18
Resolver este sistema de equações é o mesmo que obter os valores de x e de y que satisfazem
simultaneamente a ambas as equações.
x=10 e y=6 são as soluções deste sistema e denotamos esta resposta como um par ordenado de números
reais:
S = { (10,6) }

Método de substituição para resolver este sistema


Entre muitos outros, o método da substituição, consiste na idéia básica de isolar o valor algébrico de uma
das variáveis, por exemplo x, e, aplicar o resultado à outra equação.
Para entender o método, consideremos o sistema:
2 x + 3 y = 38
3 x - 2 y = 18
Para extrair o valor de x na primeira equação, usaremos o seguinte processo:

2x + 3y = 38 Primeira equação
2x + 3y - 3y = 38 - 3y Subtraímos 3y de ambos os membros
2x = 38 - 3y Dividimos ambos os membros por 2
x = 19 - (3y/2) Este é o valor de x em função de y
Substituímos aqora o valor de x na segunda equação 3x-2y=18:

3x - 2y = 18 Segunda equação
3(19 - (3y/2)) - 2y = 18 Após substituir x, eliminamos os parênteses
57 - 9y/2 - 2y = 18 multiplicamos os termos por 2
114 - 9y - 4y = 36 reduzimos os termos semelhantes
114 - 13y = 36 separamos variáveis e números
114 - 36 = 13y simplificamos a equação
78 = 13y mudamos a posição dos dois membros
13 y = 78 dividimos ambos os membros por 6
y=6 Valor obtido para y
Substituindo y=6 na equação x=19-(3y/2), obtemos:
x = 19 - (3×6/2) = 19 - 18/2 = 19-9 = 10
Exercício: Determinar a solução do sistema:
x+y=2
x-y=0
Cada equação do sistema acima pode ser visto como reta no plano cartesiano. Construa as duas retas no
plano e verifique que, neste caso, a solução é um par ordenado que pertence à interseção das duas retas.

Relação entre sistemas lineares e retas no plano


No contexto que estamos trabalhando aqui, cada equação da forma ax+by=c, representa uma reta no plano
cartesiano. Um sistema com duas equações de primeiro grau em 2 incógnitas sempre pode ser interpretado
como um conjunto de duas retas localizadas no plano cartesiano.
Reta 1: ax + by = c
Reta 2: dx + ey = f
Há três modos de construir retas no plano: retas concorrentes, retas paralelas e retas coincidentes.

Se o sistema é formado por duas equações que são retas no plano cartesiano, temos a ocorrência de:
Retas concorrentes: quando o sistema admite uma única solução que é um par ordenado localizado na
interseção das duas retas;
Retas paralelas: quando o não admite solução, pois um ponto não pode estar localizado em duas retas
paralelas;
Retas coincidentes: quando o admite uma infinidade de soluções pois as retas estão sobrepostas.
Exemplos das três situações
Tipos de retas Sistema
x+y=2
Concorrentes
x-y=0
x+y=2
Paralelas
x+y=4
x+y=2
Coincidentes
2x + 2y = 4
Problemas com sistemas de equações:
1. A soma das idades de André e Carlos é 22 anos. Descubra as idades de cada um deles, sabendo-
se que André é 4 anos mais novo do que Carlos.
Solução: A idade de André será tomada com a letra A e a idade de Carlos com a letra C. O sistema
de equações será:
C + A = 22
C-A=4

Resposta: C = 13 e A = 9
2. A população de uma cidade A é o triplo da população da cidade B. Se as duas cidades juntas têm
uma população de 100.000 habitantes, quantos habitantes tem a cidade B?
Solucão: Identificando a população da cidade A com a letra A e a população da cidade B com B, o
sistema de equações será:
A + B = 100000
A = 3B

Resposta: A = 75000, B= 25000.


3. Uma casa com 260m2 de área construída tem 3 dormitórios de mesmo tamanho. Qual é a área de
cada dormitório se as outras dependências da casa ocupam 140m 2?
Solução: Identificaremos a área de cada dormitório com a letra D e a área das outras dependências
com a letra O. Assim, o sistema será:
3D + O = 260
O = 140

Resposta: D = 40
Desigualdades com 2 Equações em 2 variáveis
Outra situação bastante comum é aquela em que existe uma desigualdade com 2 equações em 2 ou mais
incógnitas. Estudaremos aqui apenas o caso em aparecem 2 equações e 2 incógnitas x e y. Uma forma
geral pode ter a seguinte forma típica:
ax+by<c
dx+ey>f
onde as constantes: a, b, c, d, e, f; são conhecidas.
Exemplo: Determinar todos os pares ordenados de números reais para os quais:
2x + 3y > 6
5x + 2y < 20
Há infinitos pares ordenados de números reais satisfazendo a esta desigualdade, o que torna impossível
exibir todas as soluções. Para remediar isto, utilizaremos um processo geométrico que permitirá obter uma
solução geométrica satisfatória.
Processo geométrico:
(1) Traçar a reta 2x+3y=6 (em vermelho);
(2) Escolher um ponto fora da reta, como o par (2,2) e observar que ele satisfaz à primeira desigualdade;
(3) Devemos colorir o semi-plano contendo o ponto (2,2) (em verde);
(4) Traçar a reta 5x+2y=20 (em azul);
(5) Escolher um ponto fora da reta, por exemplo, o próprio par já usado antes (2,2) (não é necessário que
seja o mesmo) e observamos que ele satisfaz à segunda desigualdade;
(6) Colorir o semi-plano contendo o ponto (2,2), inclusive a própria reta. (cor azul)
(7) Construir a interseção (em vermelho) das duas regiões coloridas.
(8) Esta interseção é o conjunto solução para o sistema com as duas desigualdades.

Esta situação gráfica é bastante utilizada em aplicações da Matemática a estudos de Economia e Processos
de otimização. Um dos ramos da Matemática que estuda este assunto é a Pesquisa Operacional.
Equações do segundo grau

Equações algébricas são equações nas quais a incógnita x está sujeita a operações algébricas como:
adição, subtração, multiplicação, divisão e radiciação.
Exemplos:
1. a x + b = 0
2. a x² + bx + c = 0
3. a x4 + b x² + c = 0
Uma equação algébrica está em sua forma canônica, quando ela pode ser escrita como:
ao xn + a1 xn-1 + ... + an-1 x1 + an = 0

onde n é um número inteiro positivo (número natural). O maior expoente da incógnita em uma equação
algébrica é denominado o grau da equação e o coeficiente do termo de mais alto grau é denominado
coeficiente do termo dominante.
Exemplo: A equação 4x²+3x+2=0 tem o grau 2 e o coeficiente do termo dominante é 4. Neste caso,
dizemos que esta é uma equação do segundo grau.

A fórmula quadrática de Sridhara (Bhaskara)


Mostraremos na sequência como o matemático Sridhara, obteve a Fórmula (conhecida como sendo) de
Bhaskara, que é a fórmula geral para a resolução de equações do segundo grau. Um fato curioso é que a
Fórmula de Bhaskara não foi descoberta por ele mas pelo matemático hindu Sridhara, pelo menos um
século antes da publicação de Bhaskara, fato reconhecido pelo próprio Bhaskara, embora o material
construído pelo pioneiro não tenha chegado até nós.
O fundamento usado para obter esta fórmula foi buscar uma forma de reduzir a equação do segundo grau a
uma do primeiro grau, através da extração de raízes quadradas de ambos os membros da mesma.
Seja a equação:
a x² + b x + c = 0
com a não nulo e dividindo todos os coeficientes por a, temos:
x² + (b/a) x + c/a = 0
Passando o termo constante para o segundo membro, teremos:
x² + (b/a) x = -c/a
Prosseguindo, faremos com que o lado esquerdo da equação seja um quadrado perfeito e para isto
somaremos o quadrado de b/2a a ambos os membros da equação para obter:
x² + (b/a) x + (b/2a)² = -c/a + (b/2a)²
Simplificando ambos os lados da equação, obteremos:
[x+(b/2a)]2 = (b² - 4ac) / 4a²
Notação: Usaremos a notação R[x] para representar a raiz quadrada de x>0. R[5] representará a raiz
quadrada de 5. Esta notação está sendo introduzida aqui para fazer com que a página seja carregada mais
rapidamente, pois a linguagem HTML ainda não permite apresentar notações matemáticas na Internet de
uma forma fácil.
Extraindo a raiz quadrada de cada membro da equação e lembrando que a raiz quadrada de todo número
real não negativo é também não negativa, obteremos duas respostas para a nossa equação:
x + (b/2a) = + R[(b²-4ac) / 4a²]
ou
x + (b/2a) = - R[(b²-4ac) / 4a²]
que alguns, por preguiça ou descuido, escrevem:
contendo um sinal ± que é lido como mais ou menos. Lembramos que este sinal ± não tem qualquer
significado em Matemática.
Como estamos procurando duas raízes para a equação do segundo grau, deveremos sempre escrever:
x' = -b/2a + R[b²-4ac] /2a
ou
x" = -b/2a - R[b²-4ac] /2a
A fórmula de Bhaskara ainda pode ser escrita como:

onde D (às vezes usamos a letra maiúscula "delta" do alfabeto grego) é o discriminante da equação do
segundo grau, definido por:
D = b² - 4ac

Equação do segundo grau


Uma equação do segundo grau na incógnita x é da forma:
a x² + b x + c = 0
onde os números reais a, b e c são os coeficientes da equação, sendo que a deve ser diferente de zero.
Essa equação é também chamada de equação quadrática, pois o termo de maior grau está elevado ao
quadrado.

Equação Completa do segundo grau


Uma equação do segundo grau é completa, se todos os coeficientes a, b e c são diferentes de zero.
Exemplos:
1. 2 x² + 7x + 5 = 0
2. 3 x² + x + 2 = 0

Equação incompleta do segundo grau


Uma equação do segundo grau é incompleta se b=0 ou c=0 ou b=c=0. Na equação incompleta o coeficiente
a é diferente de zero.
Exemplos:
1. 4 x² + 6x = 0
2. 3 x² + 9 = 0
3. 2 x² = 0

Resolução de equações incompletas do 2o. grau


Equações do tipo ax²=0: Basta dividir toda a equação por a para obter:
x² = 0
significando que a equação possui duas raízes iguais a zero.
Equações do tipo ax²+c=0: Novamente dividimos toda a equação por a e passamos o termo constante
para o segundo membro para obter:
x² = -c/a
Se -c/a for negativo, não existe solução no conjunto dos números reais.
Se -c/a for positivo, a equação terá duas raízes com o mesmo valor absoluto (módulo) mas de sinais
contrários.
Equações do tipo ax²+bx=0: Neste caso, fatoramos a equação para obter:
x (ax + b) = 0
e a equação terá duas raízes:
x' = 0 ou x" = -b/a

Exemplos gerais
1. 4x²=0 tem duas raízes nulas.
2. 4x²-8=0 tem duas raízes: x'=R[2], x"= -R[2]
3. 4x²+5=0 não tem raízes reais.
4. 4x²-12x=0 tem duas raízes reais: x'=3, x"=0
Exercícios: Resolver as equações incompletas do segundo grau.
1. x² + 6x = 0
2. 2 x² = 0
3. 3 x² + 7 = 0
4. 2 x² + 5 = 0
5. 10 x² = 0
6. 9 x² - 18 = 0

Resolução de equações completas do 2o. grau


Como vimos, uma equação do tipo: ax²+bx+c=0, é uma equação completa do segundo grau e para resolvê-
la basta usar a fórmula quadrática (atribuída a Bhaskara), que pode ser escrita na forma:

onde D=b²-4ac é o discriminante da equação.


Para esse discriminante D há três possíveis situações:
1. Se D<0, não há solução real, pois não existe raiz quadrada real de número negativo.
2. Se D=0, há duas soluções iguais:
x' = x" = -b / 2a
3. Se D>0, há duas soluções reais e diferentes:
x' = (-b + R[D])/2a
x" = (-b - R[D])/2a
Exemplos: Preencher a tabela com os coeficientes e o discriminante de cada equação do segundo grau,
analisando os tipos de raízes da equação.
Equação a b c Delta Tipos de raízes
x²-6x+8=0 1 -6 8 4 reais e diferentes
x²-10x+25=0
x²+2x+7=0
x²+2x+1=0
x²+2x=0

O uso da fórmula de Bhaskara

Mostraremos agora como usar a fórmula de Bhaskara para resolver a equação:


x² - 5 x + 6 = 0
1. Identificar os coeficientes: a=1, b= -5, c=6
2. Escrever o discriminante D = b²-4ac.
3. Calcular D=(-5)²-4×1×6=25-24=1
4. Escrever a fórmula de Bhaskara:

5. Substituir os valores dos coeficientes a, b e c na fórmula:


x' = (1/2)(5+R[1]) = (5+1)/2 = 3
x" = (1/2)(5-R[1]) = (5-1)/2 = 2

Exercícios
1. Calcular o discriminante de cada equação e analisar as raízes em cada caso:
a. x² + 9 x + 8 = 0
b. 9 x² - 24 x + 16 = 0
c. x² - 2 x + 4 = 0
d. 3 x² - 15 x + 12 = 0
e. 10 x² + 72 x - 64 = 0
2. Resolver as equações:
a. x² + 6 x + 9 = 0
b. 3 x² - x + 3 = 0
c. 2 x² - 2 x - 12 = 0
d. 3 x² - 10 x + 3 = 0

Equações fracionárias do segundo grau


São equações do segundo grau com a incógnita aparecendo no denominador.
Exemplos:
1. 3/(x² - 4) + 1/(x - 3) = 0
2. 3/(x²-4)+1/(x-2)=0
Para resolver este tipo de equação, primeiramente devemos eliminar os valores de x que anulam os
denominadores, uma vez que tais valores não servirão para as raízes da equação, pois não existe fração
com denominador igual a 0. Na sequência extraímos o mínimo múltiplo comum de todos os termos dos
denominadores das frações, se houver necessidade.
1. Consideremos o primeiro exemplo:
3/(x² - 4) + 1/(x - 3) = 0
x deve ser diferente de 3, diferente de 2 e diferente de -2, assim podemos obter o mínimo múltiplo
comum entre os termos como:
MMC(x) = (x² - 4)(x - 3)
Reduzindo as frações ao mesmo denominador que deverá ser MMC(x), teremos:
[3(x-3) + 1(x²-4)] / (x²-4)(x-3) = 0
o que significa que o numerador deverá ser:
3(x - 3) + 1(x² - 4) = 0
que desenvolvido nos dá:
x2 + 3x - 13 = 0
que é uma equação do segundo grau que pode ser resolvida pela fórmula de Bhaskara. Não
existirão números reais satisfazendo esta equação.
2. Consideremos agora o segundo exemplo:
(x+3)/(2x-1)=2x/(x+4)
O mínimo múltiplo comum entre 2x-1 e x+4 é MMC=(2x-1)(x-4) (o produto entre estes fatores) e
MMC somente se anulará se x=1/2 ou x= -4. Multiplicando os termos da equação pelo MMC,
teremos uma sequência de expressões como:
(x+3)(x+4)=2x(2x-1)
x² + 7x + 12 = 4x² - 2x
-3x² + 9x + 12 = 0
3x² - 9x - 12 = 0
x² - 3x - 4 = 0
(x-4)(x+1) = 0

Solução: x'=4 ou x"= -1


3. Estudemos outro exemplo:
3/(x²-4)+1/(x-2)=0
O mínimo múltiplo comum é MMC=x²-4=(x-2)(x+2) e este MMC somente se anulará se x=2 ou x= -2.
Multiplicando os termos da equação pelo MMC, obteremos:
3 + (x+2)=0
cuja solução é x= -5
Exercícios: Resolver as equações do segundo grau fracionárias:
1. x + 6/x = -7
2. (x+2)/(x+1) = 2x/(x-4)
3. (2-x)/x + 1/x² = 3/x
4. (x+2)/(x-2) + (x-2)/(x+2) = 1

Equações bi-quadradas
São equações do 4o. grau na incógnita x, da forma geral:
a x4 + b x² + c = 0
Na verdade, esta é uma equação que pode ser escrita como uma equação do segundo grau através da
substituição:
y = x²
para gerar
a y² + b y + c = 0
Aplicamos a fórmula quadrática para resolver esta última equação e obter as soluções y' e y" e o
procedimento final deve ser mais cuidadoso, uma vez que
x² = y' ou x² = y"
e se y' ou y" for negativo, as soluções não existirão para x.
Exemplos:
1. Para resolver x4-13x²+36=0, tomamos y=x², para obter y²-13y+36=0, cujas raízes são y'=4 ou y"=9,
assim:
x² = 4 ou x² = 9
o que garante que o conjunto solução é:
S = { 2, -2, 3, -3}
2. Para resolver x4-5x²-36=0, tomamos y=x², para obter y²-5y-36=0, cujas raízes são y'= -4 ou y"=9 e
desse modo:
x² = -4 ou x² = 9
o que garante que o conjunto solução é:
S = {3, -3}
3. Se tomarmos y=x² na equação x4+13x²+36=0, obteremos y²+13y+36=0, cujas raízes são y'= -4 ou
y"= -9 e dessa forma:
x² = -4 ou x² = -9
o que garante que o conjunto solução é vazio.
Introdução à estatística

1- Objeto da estatística
Estatística é uma ciência exata que visa fornecer subsídios ao analista para coletar, organizar, resumir,
analisar e apresentar dados. Trata de parâmetros extraídos da população, tais como média ou desvio
padrão.
A estatística fornece-nos as técnicas para extrair informação de dados, os quais são muitas vezes
incompletos, na medida em que nos dão informação útil sobre o problema em estudo, sendo assim, é
objetivo da Estatística extrair informação dos dados para obter uma melhor compreensão das situações que
representam.
Quando se aborda uma problemática envolvendo métodos estatísticos, estes devem ser utilizados mesmo
antes de se recolher a amostra, isto é, deve-se planejar a experiência que nos vai permitir recolher os
dados, de modo que, posteriormente, se possa extrair o máximo de informação relevante para o problema
em estudo, ou seja para a população de onde os dados provêm.
Quando de posse dos dados, procura-se agrupá-los e reduzi-los, sob forma de amostra, deixando de lado a
aleatoriedade presente.
Seguidamente o objetivo do estudo estatístico pode ser o de estimar uma quantidade ou testar uma
hipótese, utilizando-se técnicas estatísticas convenientes, as quais realçam toda a potencialidade da
Estatística, na medida em que vão permitir tirar conclusões acerca de uma população, baseando-se numa
pequena amostra, dando-nos ainda uma medida do erro cometido.

2- População e amostra
Qualquer estudo científico enfrenta o dilema de estudo da população ou da amostra. Obviamente teria se
uma precisão muito superior se fosse analisado o grupo inteiro, a população, do que uma pequena parcela
representativa, denominada amostra. Observa-se que é impraticável na grande maioria dos casos, estudar-
se a população em virtude de distâncias, custo, tempo, logística, entre outros motivos.
A alternativa praticada nestes casos é o trabalho com uma amostra confiável. Se a amostra é confiável e
proporciona inferir sobre a população, chamamos de inferência estatística. Para que a inferência seja válida,
é necessária uma boa amostragem, livre de erros, tais como falta de determinação correta da população,
falta de aleatoriedade e erro no dimensionamento da amostra.
Quando não é possível estudar, exaustivamente, todos os elementos da população, estudam-se só alguns
elementos, a que damos o nome de Amostra.

Quando a amostra não representa corretamente a população diz-se enviesada e a sua utilização pode dar
origem a interpretações erradas.

3- Recenseamento
Recenseamento é a contagem oficial e periódica dos indivíduos de um País, ou parte de um País. Ele
abrange, no entanto, um leque mais vasto de situações. Assim, pode definir-se recenseamento do seguinte
modo:
Estudo científico de um universo de pessoas, instituições ou objetos físicos com o propósito de adquirir
conhecimentos, observando todos os seus elementos, e fazer juízos quantitativos acerca de características
importantes desse universo.

4- Estatística descritiva e estatística indutiva

Sondagem
Por vezes não é viável nem desejável, principalmente quando o número de elementos da população é muito
elevado, inquirir todos os seus elementos sempre que se quer estudar uma ou mais características
particulares dessa população.
Assim surge o conceito de sondagem, que se pode tentar definir como:
Estudo científico de uma parte de uma população com o objetivo de estudar atitudes, hábitos e preferências
da população relativamente a acontecimentos, circunstâncias e assuntos de interesse comum.

5- Amostragem
Amostragem é o processo que procura extrair da população elementos que através de cálculos
probabilísticos ou não, consigam prover dados inferenciais da população-alvo.
Não Probabilística
Acidental ou conveniência
Intencional
Quotas ou proporcional
Tipos de Amostragem Desproporcional
Probabilística
Aleatória Simples
Aleatória Estratificada
Conglomerado

Não Probabilística

A escolha de um método não probabilístico, via de regra, sempre encontrará desvantagem frente ao método
probabilístico. No entanto, em alguns casos, se faz necessário a opção por este método. Fonseca (1996),
alerta que não há formas de se generalizar os resultados obtidos na amostra para o todo da população
quando se opta por este método de amostragem.

5.1- Acidental ou conveniência


Indicada para estudos exploratórios. Frequentemente utilizados em super mercados para testar produtos.

Intencional
O entrevistador dirige-se a um grupo em específico para saber sua opinião. Por exemplo, quando de um
estudo sobre automóveis, o pesquisador procura apenas oficinas.

5.2- Quotas ou proporcional


Na realidade, trata-se de uma variação da amostragem intencional. Necessita-se ter um prévio
conhecimento da população e sua proporcionalidade. Por exemplo, deseja-se entrevistar apenas indivíduos
da classe A, que representa 12% da população. Esta será a quota para o trabalho. Comumente também
substratifica-se uma quota obedecendo a uma segunda proporcionalidade.

5.3- Desproporcional
Muito utilizada quando a escolha da amostra for desproporcional à população. Atribui-se pesos para os
dados, e assim obtém-se resultados ponderados representativos para o estudo.

Probabilística
Para que se possa realizar inferências sobre a população, é necessário que se trabalhe com amostragem
probabilística. É o método que garante segurança quando investiga-se alguma hipótese. Normalmente os
indivíduos investigados possuem a mesma probabilidade de ser selecionado na amostra.

5.4- Aleatória Simples


É o mais utilizado processo de amostragem. Prático e eficaz, confere precisão ao processo de amostragem.
Normalmente utiliza-se uma tabela de números aleatórios e nomeia-se os indivíduos, sorteando-se um por
um até completar a amostra calculada
Uma variação deste tipo de amostragem é a sistemática. Em um grande número de exemplos, o
pesquisador depara-se com a população ordenada. Neste sentido, tem-se os indivíduos dispostos em
sequência o que dificulta a aplicação exata desta técnica.
Quando se trabalha com sorteio de quadras de casas por exemplo, há uma regra crescente para os
números das casas. Em casos como este, divide-se a população pela amostra e obtém-se um coeficiente
(y). A primeira casa será a de número x, a segunda será a de número x + y; a terceira será a de número x +
3. y.
Supondo que este coeficiente seja 6. O primeiro elemento será 3. O segundo será 3 + 6. O terceiro será 3 +
2.6. O quarto será 3 + 3.6, e assim sucessivamente.

Aleatória Estratificada
Quando se deseja guardar uma proporcionalidade na população heterogênea. Estratifica-se cada
subpopulação por intermédio de critérios como classe social, renda, idade, sexo, entre outros.

5.5- Conglomerado
Em corriqueiras situações, torna-se difícil coletar características da população. Nesta modalidade de
amostragem, sorteia-se um conjunto e procura-se estudar todo o conjunto. É exemplo de amostragem por
conglomerado, famílias, organizações e quarteirões.

6- Dimensionamento da amostra
Quando deseja-se dimensionar o tamanho da amostra, o procedimento desenvolve-se em três etapas
distintas:
• Avaliar a variável mais importante do grupo e a mais significativa;
• Analisar se é ordinal, intervalar ou nominal;
• Verificar se a população é finita ou infinita;

Variável intervalar e população infinita

Variável intervalar e população finita

Variável nominal ou ordinal e população infinita

Variável nominal ou ordinal e população finita

Obs.: A proporção (p) será a estimativa da verdadeira proporção de um dos níveis escolhidos para a variável
adotada. Por exemplo, 60% dos telefones da amostra é Nokia, então p será 0,60.
A proporção (q) será sempre 1 - p. Neste exemplo q, será 0,4. O erro é representado por d.
Para casos em que não se tenha como identificar as proporções confere-se 0,5 para p e q.

7- Tipos de dados
Basicamente os dados, dividem-se em contínuos e discretos. O primeiro é definido como qualquer valor
entre dois limites quaisquer, tal como um diâmetro. Portanto trata-se de um valor que ser "quebrado". São
dados contínuos, questões que envolvem idade, renda, gastos, vendas, faturamento, entre muitas outras.
Quando fala-se em valores discretos, aborda-se um valor exato, tal como quantidade de peças defeituosas.
Comumente utiliza-se este tipo de variáveis para tratar de numero de filhos, satisfação e escalas nominais
no geral.
O tipologia dos dados determina a variável, ela será portanto contínua ou discreta. Isto quer dizer que ao
definir-se uma variável com contínua ou discreta, futuramente já definiu-se que tipo de tratamento se dará a
ela.
De acordo com o que dissemos anteriormente, numa análise estatística distinguem-se essencialmente duas
fases:
Uma primeira fase em que se procura descrever e estudar a amostra:
Estatística Descritiva e uma segunda fase em que se procura tirar conclusões para a população:

1ª Fase Estatística Descritiva


Procura-se descrever a amostra, pondo em evidência as características principais e as propriedades.

2ª Fase Estatística Indutiva


Conhecidas certas propriedades (obtidas a partir de uma análise descritiva da amostra), expressas por meio
de proposições, imaginam-se proposições mais gerais, que exprimam a existência de leis (na população).
No entanto, ao contrário das proposições deduzidas, não podemos dizer que são falsas ou verdadeiras, já
que foram verificadas sobre um conjunto restrito de indivíduos, e portanto não são falsas, mas não foram
verificadas para todos os indivíduos da População, pelo que também não podemos afirmar que são
verdadeiras !
Existe, assim, um certo grau de incerteza (percentagem de erro) que é medido em termos de Probabilidade.
Considerando o que foi dito anteriormente sobre a Estatística Indutiva, precisamos aqui da noção de
Probabilidade, para medir o grau de incerteza que existe, quando tiramos uma conclusão para a população,
a partir da observação da amostra.

8- Dados, tabelas e gráficos


Distribuição de frequência
Quando da análise de dados, é comum procurar conferir certa ordem aos números tornando-os visualmente
mais amigáveis. O procedimento mais comum é o de divisão por classes ou categorias, verificando-se o
número de indivíduos pertencentes a cada classe.
1. Determina-se o menor e o maior valor para o conjunto:
2. Definir o limite inferior da primeira classe (Li) que deve ser igual ou ligeiramente inferior ao menor valor
das observações:
3. Definir o limite superior da última classe (Ls) que deve ser igual ou ligeiramente superior ao maior valor
das observações:

4. Definir o número de classes (K), que será calculado usando . Obrigatoriamente deve estar
compreendido entre 5 a 20.
5. Conhecido o número de classes define-se a amplitude de cada classe:
6. Com o conhecimento da amplitude de cada classe, define-se os limites para cada classe (inferior e
superior)

Distribuições simétricas
A distribuição das frequências faz-se de forma aproximadamente simétrica, relativamente a uma classe
média

Caso especial de uma distribuição simétrica


Quando dizemos que os dados obedecem a uma distribuição normal, estamos tratando de dados que
distribuem-se em forma de sino.

Distribuições Assimétricas
A distribuição das freqüências apresenta valores menores num dos lados:

Distribuições com "caudas" longas


Observamos que nas extremidades há uma grande concentração de dados em relação aos concentrados
na região central da distribuição.

9- Medidas de tendência Central


As mais importante medidas de tendência central, são a média aritmética, média aritmética para dados
agrupados, média aritmética ponderada, mediana, moda, média geométrica, média harmônica, quartis.
Quando se estuda variabilidade, as medidas mais importantes são: amplitude, desvio padrão e variância.
Medidas

Média aritmética

Média aritmética para dados


agrupados

Média aritmética ponderada

1) Se n é impar, o valor é central, 2) se n é par, o


Mediana
valor é a média dos dois valores centrais
Moda Valor que ocorre com mais frequência.
Média geométrica
Média harmônica

Quartil

Sendo a média uma medida tão sensível aos dados, é preciso ter cuidado com a sua utilização, pois pode
dar uma imagem distorcida dos dados.
Pode-se mostrar, que quando a distribuição dos dados é "normal", então a melhor medida de localização do
centro, é a média.
Sendo a Distribuição Normal uma das distribuições mais importantes e que surge com mais frequência nas
aplicações, (esse fato justifica a grande utilização da média).
A média possui uma particularidade bastante interessante, que consiste no seguinte:
se calcularmos os desvios de todas as observações relativamente à média e somarmos esses desvios o
resultado obtido é igual a zero.
A média tem uma outra característica, que torna a sua utilização vantajosa em certas aplicações:
Quando o que se pretende representar é a quantidade total expressa pelos dados, utiliza-se a média.
Na realidade, ao multiplicar a média pelo número total de elementos, obtemos a quantidade pretendida.

9.1- Moda
Define-se moda como sendo: o valor que surge com mais frequência se os dados são discretos, ou, o
intervalo de classe com maior frequência se os dados são contínuos.
Assim, da representação gráfica dos dados, obtém-se imediatamente o valor que representa a moda ou a
classe modal
Esta medida é especialmente útil para reduzir a informação de um conjunto de dados qualitativos,
apresentados sob a forma de nomes ou categorias, para os quais não se pode calcular a média e por vezes
a mediana.

9.2- Mediana
A mediana, é uma medida de localização do centro da distribuição dos dados, definida do seguinte modo:
Ordenados os elementos da amostra, a mediana é o valor (pertencente ou não à amostra) que a divide ao
meio, isto é, 50% dos elementos da amostra são menores ou iguais à mediana e os outros 50% são
maiores ou iguais à mediana
Para a sua determinação utiliza-se a seguinte regra, depois de ordenada a amostra de n elementos:
Se n é ímpar, a mediana é o elemento médio.
Se n é par, a mediana é a semi-soma dos dois elementos médios.

9.3-Considerações a respeito de Média e Mediana


Se se representarmos os elementos da amostra ordenada com a seguinte notação: X1:n , X2:n , ... , Xn:n
então uma expressão para o cálculo da mediana será:
Como medida de localização, a mediana é mais robusta do que a média, pois não é tão sensível aos dados.
1- Quando a distribuição é simétrica, a média e a mediana coincidem.
2- A mediana não é tão sensível, como a média, às observações que são muito maiores ou muito menores
do que as restantes (outliers). Por outro lado a média reflete o valor de todas as observações.
Como já vimos, a média ao contrário da mediana, é uma medida muito influenciada por valores "muito
grandes" ou "muito pequenos", mesmo que estes valores surjam em pequeno número na amostra. Estes
valores são os responsáveis pela má utilização da média em muitas situações em que teria mais significado
utilizar a mediana.
A partir do exposto, deduzimos que se a distribuição dos dados:
1. for aproximadamente simétrica, a média aproxima-se da mediana
2. for enviesada para a direita (alguns valores grandes como "outliers"), a média tende a ser maior que a
mediana
3. for enviesada para a esquerda (alguns valores pequenos como "outliers"), a média tende a ser inferior à
mediana.

10 - Medidas de dispersão
Introdução
No capítulo anterior, vimos algumas medidas de localização do centro de uma distribuição de dados.
Veremos agora como medir a variabilidade presente num conjunto de dados através das seguintes medidas:
10.1- Medidas de dispersão
Um aspecto importante no estudo descritivo de um conjunto de dados, é o da determinação da variabilidade
ou dispersão desses dados, relativamente à medida de localização do centro da amostra.
Supondo ser a média, a medida de localização mais importante, será relativamente a ela que se define a
principal medida de dispersão - a variância, apresentada a seguir.

10.2- Variância
Define-se a variância, como sendo a medida que se obtém somando os quadrados dos desvios das
observações da amostra, relativamente à sua média, e dividindo pelo número de observações da amostra
menos um.

10.3- Desvio padrão


Uma vez que a variância envolve a soma de quadrados, a unidade em que se exprime não é a mesma que
a dos dados. Assim, para obter uma medida da variabilidade ou dispersão com as mesmas unidades que os
dados, tomamos a raiz quadrada da variância e obtemos o desvio padrão:
O desvio padrão é uma medida que só pode assumir valores não negativos e quanto maior for, maior será a
dispersão dos dados.
Algumas propriedades do desvio padrão, que resultam imediatamente da definição, são:
o desvio padrão será maior, quanta mais variabilidade houver entre os dados.

11. Distribuição Normal


A distribuição normal é a mas importante distribuição estatística,
considerando a questão prática e teórica. Já vimos que esse tipo de distribuição apresenta-se em formato
de sino, unimodal, simétrica em relação a sua média.
Considerando a probabilidade de ocorrência, a área sob sua curva soma 100%. Isso quer dizer que a
probabilidade de uma observação assumir um valor entre dois pontos quaisquer é igual à área
compreendida entre esses dois pontos.

68,26% => 1 desvio


95,44% => 2 desvios
99,73% => 3 desvios

Na figura acima, tem as barras na cor marrom representando os desvios padrões. Quanto mais afastado do
centro da curva normal, mais área compreendida abaixo da curva haverá. A um desvio padrão, temos
68,26% das observações contidas. A dois desvios padrões, possuímos 95,44% dos dados compreendidos e
finalmente a três desvios, temos 99,73%. Podemos concluir que quanto maior a variabilidade dos dados em
relação à média, maior a probabilidade de encontrarmos o valor que buscamos embaixo da normal.
Propriedade 1:
"f(x) é simétrica em relação à origem, x = média = 0;
Propriedade 2:
"f(x) possui um máximo para z=0, e nesse caso sua ordenada vale 0,39;
Propriedade3:
"f(x) tende a zero quando x tende para + infinito ou - infinito;
Propriedade4:
"f(x) tem dois pontos de inflexão cujas abscissas valem média + DP e média - DP, ou quando z tem dois pontos de inflexão cujas
abscissas valem +1 e -1.
Funções, Constante, 1º e 2 Grau
Tipos particulares de funções

FUNÇÃO CONSTANTE
Uma função é dita constante quando é do tipo f(x) = k, onde k não depende de x .
Exemplos:
a) f(x) = 5
b) f(x) = -3
Nota : o gráfico de uma função constante é uma reta paralela ao eixo dos x .
Veja o gráfico a seguir:

FUNÇÃO DO 1º GRAU
Uma função é dita do 1º grau , quando é do tipo y = ax + b , onde a ¹ 0 .
Exemplos :
f(x) = 3x + 12 ( a = 3 ; b = 12 )
f(x) = -3x + 1 (a = -3; b = 1).
Propriedades da função do 1º grau :
1) o gráfico de uma função do 1º grau é sempre uma reta .

2) na função f(x) = ax + b , se b = 0 , f é dita função linear e se b ¹ 0 f é dita função afim .


Nota: consta que o termo AFIM foi introduzido por Leonhard Euler (pronuncia-se óiler) - excepcional
matemático suíço - 1701/1783).
3) o gráfico intercepta o eixo dos x na raiz da equação f(x) = 0 e, portanto, no ponto de
abcissa x = - b/a .
4) o gráfico intercepta o eixo dos y no ponto (0 , b) , onde b é chamado coeficiente linear .
5) o valor a é chamado coeficiente angular e dá a inclinação da reta .
6) se a > 0 , então f é crescente .
7) se a < 0 , então f é decrescente .
8) quando a função é linear, ou seja, y = f(x) = ax , o gráfico é uma reta que sempre passa na origem.
Exercício resolvido:
1 - Determine a função f(x) = ax + b, sabendo-se que f(2) = 5 e f(3) = -10.
SOLUÇÃO:
Podemos escrever:
5 = 2.a + b
-10 = 3.a + b
Subtraindo membro a membro, vem:
5 - (- 10) = 2.a + b - (3.a + b)
15 = - a \ a = - 15
Substituindo o valor de a na primeira equação (poderia ser na segunda), fica:
5 = 2.(- 15) + b \ b = 35.
Logo, a função procurada é: y = - 15x + 35.
Agora resolva esta:
A função f é definida por f(x) = ax + b. Sabe-se que f(-1) = 3 e f(3) = 1, então podemos afirmar que f(1) é
igual a:
*a) 2
b) -2
c) 0
d) 3
e) -3

FUNÇÃO DO 2º GRAU
Uma função é dita do 2º grau quando é do tipo f(x) = ax2 + bx + c , com a ¹ 0 .
Exemplos: f(x) = x2 - 2x + 1 ( a = 1 , b = -2 , c = 1 ) ;
y = - x2 ( a = -1 , b = 0 , c = 0 )
Gráfico da função do 2º grau y = ax2 + bx + c : é sempre uma parábola de eixo vertical .

Propriedades do gráfico de y = ax2 + bx + c :


1) se a > 0 a parábola tem um ponto de mínimo .
2) se a < 0 a parábola tem um ponto de máximo
3) o vértice da parábola é o ponto V(xv , yv) onde:
xv = - b/2a
yv = - D /4a , onde D = b2 - 4ac
4) a parábola intercepta o eixo dos x nos pontos de abcissas x' e x'' , que são as raízes da
equação ax2 + bx + c = 0 .
5) a parábola intercepta o eixo dos y no ponto (0 , c) .
6) o eixo de simetria da parábola é uma reta vertical de equação x = - b/2a.
7) ymax = - D / 4a ( a < 0 )
8) ymin = - D /4a ( a > 0 )
9) Im(f) = { y Î R ; y ³ - D /4a } ( a > 0 )
10) Im(f) = { y Î R ; y £ - D /4a} ( a < 0)
11) Forma fatorada : sendo x1 e x2 as raízes da de f(x) = ax2 + bx + c , então ela pode ser escrita na forma
fatorada a seguir :
y = a(x - x1).(x - x2)

Exercícios Resolvidos
1 - UCSal - Sabe-se que -2 e 3 são raízes de uma função quadrática. Se o ponto
(-1 , 8) pertence ao gráfico dessa função, então:
a) o seu valor máximo é 1,25
b) o seu valor mínimo é 1,25
c) o seu valor máximo é 0,25
d) o seu valor mínimo é 12,5
*e) o seu valor máximo é 12,5.
SOLUÇÃO:
Sabemos que a função quadrática, pode ser escrita na forma fatorada:
y = a(x - x1)(x - x2) , onde x1 e x2, são os zeros ou raízes da função.

Portanto, poderemos escrever:


y = a[x - (- 2 )](x - 3) = a(x + 2)(x - 3)
y = a(x + 2)(x - 3)
Como o ponto (-1,8) pertence ao gráfico da função, vem:
8 = a(-1 + 2)(-1 - 3)
8 = a(1)(-4) = - 4.a
Daí vem: a = - 2
A função é, então: y = -2(x + 2)(x - 3) , ou y = (-2x -4)(x - 3)
y = -2x2 + 6x - 4x + 12
y = -2x2 + 2x + 12
Temos então: a = -2 , b = 2 e c = 12.
Como a é negativo, concluímos que a função possui um valor máximo.
Isto já elimina as alternativas B e D.
Vamos então, calcular o valor máximo da função.
D = b2 - 4ac = 22 - 4 .(-2).12 = 4+96 = 100
Portanto, yv = - 100/4(-2) = 100/8 = 12,5
Logo, a alternativa correta é a letra E.
2 - Que número excede o seu quadrado o máximo possível?
*a) 1/2
b) 2
c) 1
d) 4
e) -1/2
SOLUÇÃO:
Seja x o número procurado.
O quadrado de x é x2 .
O número x excede o seu quadrado , logo: x - x 2.
Ora, a expressão anterior é uma função quadrática y = x - x 2 .
Podemos escrever:
y = - x2 + x onde a = -1, b = 1 e c = 0.
O valor procurado de x, será o xv (abcissa do vértice da função).

Assim,
xv = - b / 2.a = - 1 / 2(-1) = 1 / 2
Logo, a alternativa correta é a letra A .
Geometria Básica

Volume

Volume de um sólido é a quantidade de espaço que esse sólido ocupa. Nesse cálculo, temos que
ressaltar as três dimensões do sólido, observando o seu formato. O entendimento de volume é usado,
mesmo que intuitivamente, em nossas ações no dia-a-dia, por exemplo: antes de estacionar um carro,
calculamos mentalmente o espaço do carro e verificamos se tal espaço é compatível com as dimensões do
carro, ao instalar uma TV em um móvel, conferimos, primeiro, se o espaço disponível pode comportar a TV,
entre outros exemplos.

Alguns sólidos geométricos são formados por polígonos e esses polígonos recebem o nome de faces do
polígono. Já o segmento que une duas faces do polígono recebe o nome de aresta do sólido. Assim como
no cálculo da área, o cálculo do volume de um sólido depende do formato do sólido. Mas, de forma geral, o
volume de um sólido geométrico é calculado a partir do produto de sua base por sua altura. Por enquanto,
calcularemos o volume de alguns sólidos, como: o paralelepípedo retângulo, o cubo e o cilindro.

Paralelepípedo Retângulo

O paralelepípedo retângulo é um sólido cujas seis faces são


retângulos. Para calcular o volume do paralelepípedo retângulo
é necessário fazer o produto da área de sua base pela altura.
Mas, como a base do paralelepípedo retângulo tem o formato
retangular, exprimimos o valor de sua área por b x c. Portanto,
se multiplicarmos o valor da área da base pela altura (a) do
paralelepípedo retângulo, acharemos o valor do volume (V)
desse sólido:
V=axbxc

Cubo

O cubo é um sólido geométrico cujas seis faces são quadrados de


mesmo lado. Para calcular o volume do cubo é necessário fazer o
produto da área de sua base pela altura. Mas, como a base do cubo é
um quadrado de lado a, o valor de sua área é, então, definido pelo
lado ao quadrado (a²). Sendo assim, se multiplicarmos o valor da área
da base pela altura (a) do cubo, acharemos o valor do volume (V)
desse sólido:

V = a x a x a ou V = a³

Cilindro

Cilindro é um sólido geométrico que pode ser entendido como um círculo


prolongado até uma altura h. O cilindro possui duas faces iguais e de formato
circular. Para calcular o volume do cilindro, deve-se fazer o produto da área de
sua base pela altura. No caso do cilindro, sua base é um círculo, portanto a área
de sua base é igual a (pi) x r². Multiplicando esse valor pela altura (h) do cilindro,
achamos o seu volume (V):

V = (pi) x r² x h
Área
Área é a região plana interna delimitada pelos lados de um polígono. Tal conceito é amplamente usado no
dia-a-dia, como na medição de um terreno, na delimitação de um espaço, entre outros. O valor da área de
um polígono varia de acordo com seu formato.

Cada polígono tem uma forma peculiar para calcular sua área. Exemplificaremos alguns conhecidos, tais
como: retângulo, quadrado, paralelogramo, triângulo, trapézio, losango e círculo.

Retângulo

Já sabemos que o retângulo possui dois lados iguais chamados de base e


outros dois lados iguais chamados de altura. Para sabermos o valor da
área de um retângulo (A), devemos multiplicar a medida da base (b) pela
medida da altura (h).

A=bxh

Quadrado

No quadrado, podemos aplicar o mesmo raciocínio usado para calcular a área do


retângulo, multiplicando a medida da base pela medida da altura, mas, como no
quadrado a medida de todos os lados é igual (l):

A = l x l ou A = l²

Paralelogramo

Se observarmos a figura ao lado, podemos notar que o


paralelogramo é semelhante a um retângulo com os lados
inclinados. Se tirarmos uma das partes inclinadas do paralelogramo
e a enxertarmos no outro lado, formaremos um retângulo. Assim, a
área do paralelogramo é calculado da mesma forma da área do
retângulo, ou seja, multiplica-se o valor da base (b) pelo valor da
altura (h).

A=bxh

Triângulo

No caso do triângulo, pode-se notar que ele é exatamente metade de um


retângulo, portanto, num retângulo cabem dois triângulos, ambos de mesma
área. Por conseguinte, a área do triângulo é metade da área do retângulo, ou
seja:

A=bxh/2
Losango

Ao traçar as diagonais, maior (D) e menor (d) do losango, o dividimos em quatro triângulos de áreas iguais,
onde cada um tem a oitava parte da área do retângulo de base igual ao valor da diagonal menor do losango
e de alura igual ao valor da diagonal maior. Logo, a área do losango é igual a quatro vezes a área de um
dos quatro triânglos, resultando na metade da área desse retângulo. Portanto:

A=Dxd/2

Trapézio

Dado um trapézio, como o da figura ao lado, contendo a base


menor (b), a base maior (B) e a altura (h). Se ao lado desse
trapézio colocarmos um segundo trapézio, idêntico ao
primeiro, mas invertido, ou seja, sua base menor voltada para
cima e sua base menor voltada para baixo, formaremos um
paralelogramo de base igual à soma das bases do trapézio e
de mesma altura do trapézio. Assim, encontramos a área
desse paralelogramo multiplicando sua base pela altura. Note
que o valor achado é igual a área dos dois trapézios idênticos.
Portanto, para calcular a área do trapézio, basta dividir o valor
encontrado para a área do paralelogramo.

A = [(B + b) x h] / 2

Círculo

Considere um círculo de raio r. Divida-o em várias partes iguais, corte-o de


forma que os pedaços sejam de formato triangular e abra a figura, formando
um retângulo de base igual a 2x(pi)x r e altura igual ao próprio raio r do
círculo. Portanto a área desse retângulo é achada multiplicando sua base
pela altura. Deve-se notar que a área desse retângulo é o dobro da área do
círculo, sendo assim, acha-se a área do círculo dividindo a área do retângulo
por 2.

A = (pi) x r²

Perímetro
Perímetro é a soma das medidas dos lados de um polígono. Notoriamente, tal conceito é muito simples,
basta verificar se todos os lados estão representados pelas mesmas unidades de comprimento e somá-los.
Alguns casos valem ser ressaltados:

Retângulo

No retângulo, a medida de suas duas bases (b) são iguais, assim como a
medida de suas duas alturas (h). Como perímetro é a soma de todos os
lados, portanto seu perímetro é:

P=2xb+2xh

Polígonos Regulares

Nos polígonos regulares, tem-se uma particularidade: a medida de todos os lados é semelhante. Assim, o
perímetro desses polígonos será o produto do número de lados (n) pela medida do lado (l), ou seja:

P=nxl

Medidas de Volume
Quando falamos de medidas de volume, tem-se que mencionar que tal conceito vem sendo usado desde a
antiguidade e, atualmente, convive-se com ele no dia-a-dia. Diversas são as atividades onde são usados o
conhecimento sobre volume, como na construção de uma barragem, faz-se necessário calcular o volume de
concreto para a obra; em um caminhão de transporte, onde é necessário conhecer o volume de carga total
desse caminhão; na construção de uma piscina, onde é preciso conhecer o volume de água que a piscina
suporta; em um botijão de gás, onde nele está marcado o volume de gás que ele contém, etc.

A unidade padrão de volume é o metro cúbico (m³), já que a unidade padrão de comprimento é o metro (m).
Para calcular o valor de um volume, pode-se usar os múltiplos ou submúltiplos da unidade padrão de
volume, se o valor for muito maior ou menor de que o metro cúbico, respectivamente. Os múltiplos são o
quilômetro cúbico (km³), o hectômetro cúbico (hm³) e o decâmetro cúbico (dam³); os submúltiplos são o
decímetro cúbico (dm³), o centímetro cúbico (cm³) e o milímetro cúbico (mm³).
Cada unidade de medida de volume vale 1000 vezes a unidade imediatamente inferior. Para fazer-se uma
mudança de unidade entre as medidas de volume, deve-se multiplicar, se a mudança for de uma unidade
maior para uma menor, ou dividir, se a mudança for de uma unidade menor para uma maior, dependendo do
número de unidades mudadas. Para tornar tal procedimento um pouco mais viável, pode-se deslocar a
vírgula para a esquerda ou direita, dependendo da mudança. Para cada unidade mudada, a vírgula se
desloca três casas decimais para a esquerda ou para a direita.

Maior -> Menor: deve-se multiplicar por 1000 para cada unidade mudada, ou seja, para cada unidade
mudada, a vírgula se desloca três casas decimais para a direita.
Ex: 0,0059 cm³ para mm³
Haverá a mudança para uma unidade de volume inferior, assim, desloca-se a vírgula três casas para a
direita.
Portanto, o valor será de 0,0059 x 1000 = 5,9 mm³

Menor -> Maior: deve-se dividir por 1000 para cada unidade mudada, ou seja, para cada unidade mudada, a
vírgula se desloca três casas decimais para a esquerda.
Ex: 526000 dm³ para dam³
Haverá a mudança para duas unidades de volume superiores, assim, desloca-se a vírgula seis casas para a
esquerda.
Portanto, o valor será de 526000 : 1000000 = 0,526 dam³

Medidas de Superfície
Não se sabe ao certo quando foi usado pela primeira o cálculo da área de uma superfície. O que se sabe é
que é algo muito antigo, antes mesmo de Cristo. No Egito Antigo, essa noção era utilizada para calcular o
valor do imposto que um agricultor tinha que pagar ao faraó pelo uso da terra nas proximidades do rio Nilo.
O valor de tal imposto era proporcional à extensão de terra que o agricultor possuía.

Atualmente, podemos citar vários exemplos de aplicação do cálculo da área de uma superfície: para saber a
extensão de um terreno rural ou urbano, para estimar a área da superfície de um rio, para calcular o valor
da área de uma figura geométrica, etc.

Como a unidade padrão de comprimento é o metro (m), a unidade padrão de superfície é o metro quadrado
(m²). Assim como na unidade de comprimento, a unidade de superfície tem seus múltiplos e submúltiplos,
que são usados para medir superficies maiores ou menores do que o metro quadrado. Os múltiplos são o
quilômetro quadrado (km²), o hectômetro quadrado (hm²) e o decâmetro quadrado (dam²); os submúltiplos
são o decímetro quadrado (dm²), o centímetro quadrado (cm²) e o milímetro quadrado (mm²).

Cada unidade de medida de superfície vale 100 vezes a unidade imediatamente inferior. Para fazer-se uma
mudança de unidade entre as medidas de superfície, deve-se multiplicar, se a mudança for de uma unidade
maior para uma menor, ou dividir, se a mudança for de uma unidade menor para uma maior, dependendo do
número de unidades mudadas. Para tornar tal procedimento mais simples, pode-se deslocar a vírgula para
a esquerda ou direita, dependendo da mudança. Para cada unidade mudada, a vírgula se desloca duas
casas decimais para a esquerda ou para a direita.

Maior -> Menor: deve-se multiplicar por 100 para cada unidade mudada, ou seja, para cada unidade
mudada, a vírgula se desloca duas casas decimais para a direita.
Ex: 0,09 m² para cm²
Haverá a mudança para duas unidades de superfície inferiores, assim, desloca-se a vírgula quatro casas
para a direita.
Portanto, o valor será de 0,09 x 10000 = 900 cm²

Menor -> Maior: deve-se dividir por 100 para cada unidade mudada, ou seja, para cada unidade mudada, a
vírgula se desloca duas casas decimais para a esquerda.
Ex: 2000 dm² para hm²
Haverá a mudança para três unidades de superfície superiores, assim, desloca-se a vírgula seis casas para
a esquerda.
Portanto, o valor será de 2000 : 1000000 = 0,002 hm²

Medidas de Comprimento
Durante muito tempo as unidades de medida eram muitas, variavam de acordo com o povoado. Por
exemplo: um povoado mais ao Norte usava um palmo de mão como referência para medir comprimento e
um outro povoado mais ao Sul usava o pé como unidade. Assim, tornava-se inviável estabelecer relações
comerciais, o que impedia o progresso de grande parte dos povoados. Devido a essa dificuldade, tornou-se
necessário estabelecer uma unidade padrão de comprimento, algo que fosse aceito por todos. Isso
aconteceu no final do século XVIII, quando reformadores franceses escolheram uma comissão de cinco
matemáticos para que elaborassem um sistema padronizado, foi quando definiu-se o metro (m) como
unidade internacional de comprimento e seu valor é igual a fração 1/300.000.000 da distância percorrida
pela luz, no vácuo em um segundo.

Dependendo do que vai ser medido, fica inviável medir usando o metro. Portanto deve-se usar medidas
maiores ou menores do que o metro, múltiplos ou submúltiplos, respectivamente. Os múltiplos são o
quilômetro (km), hectômetro (hm) e decâmetro (dam). Já os submúltiplos são o decímetro (dm), centímetro
(cm) e milímetro (mm).

Para fazer-se uma mudança de unidade entre as medidas de comprimento, deve-se multiplicar, se a
mudança for de uma unidade maior para uma menor, ou dividir, se a mudança for de uma unidade menor
para uma maior, dependendo do número de unidades mudadas. Para tornar tal procedimento mais simples,
pode-se deslocar a vírgula para a esquerda ou direita, dependendo da mudança.

Maior -> Menor: deve-se multiplicar por 10 para cada unidade mudada, ou seja, para cada unidade mudada,
a vírgula se desloca uma casa decimal para a direita.
Ex: 3,7 dm para mm
Haverá a mudança para duas unidades de comprimento inferiores, assim, desloca-se a vírgula duas casas
para a direita.
Portanto, o valor será de 3,7 x 100 = 370 mm

Menor -> Maior: deve-se dividir por 10 para cada unidade mudada, ou seja, para cada unidade mudada, a
vírgula se desloca uma casa decimal para a esquerda.
Ex: 680 cm para dam
Haverá a mudança para três unidades de comprimento superiores, assim, desloca-se a vírgula três casas
para a esquerda.
Portanto, o valor será de 680 : 1000 = 0,68 dam
Geometria Espacial

Geometria Espacial: Elementos de Geometria Espacial

Introdução
A Geometria espacial (euclidiana) funciona como uma ampliação da Geometria plana (euclidiana) e trata
dos métodos apropriados para o estudo de objetos espaciais assim como a relação entre esses elementos.
Os objetos primitivos do ponto de vista espacial, são: pontos, retas, segmentos de retas, planos, curvas,
ângulos e superfícies. Os principais tipos de cálculos que podemos realizar são: comprimentos de curvas,
áreas de superfícies e volumes de regiões sólidas. Tomaremos ponto, reta e plano como conceitos
primitivos, os quais serão aceitos sem definição.

Planos e retas
Um plano é um subconjunto do espaço R3 de tal modo que quaisquer dois pontos desse conjunto, podem
ser ligados por um segmento de reta inteiramente contido no conjunto.
Duas retas (segmentos de reta) no espaço R3 podem ser: paralelas, concorrentes ou reversas.
Retas paralelas: Duas retas são paralelas se elas não possuem interseção e estão em um mesmo plano.

Retas concorrentes: Duas retas são concorrentes se elas têm um ponto em comum. As retas
perpendiculares são retas concorrentes que formam entre si um ângulo reto.

Retas reversas: Duas retas são ditas reversas quando uma não tem interseção com a outra e elas não são
paralelas. Isto significa que elas estão em planos diferentes. Pode-se pensar de uma reta r desenhada no
chão de uma casa e uma reta s, não paralela a r, desenhada no teto dessa mesma casa.

Posições de pontos, retas e planos


Um plano no espaço R3 pode ser determinado por qualquer uma das situações:
1. Três pontos não colineares (não pertencentes à mesma reta).
2. Um ponto e uma reta ou um segmento de reta que não contém o ponto.
3. Um ponto e um segmento de reta que não contém o ponto.
4. Duas retas paralelas que não se sobrepõe.
5. Dois segmentos de reta paralelos que não se sobrepõe.
6. Duas retas concorrentes.
7. Dois segmentos de reta concorrentes.
Posições de retas e planos
Há duas relações importantes, relacionando uma reta e um plano no espaço R 3.
Reta paralela a um plano: Uma reta r é paralela a um plano no espaço R3, se existe uma reta s
inteiramente contida no plano que é paralela à reta dada.

Reta perpendicular a um plano: Uma reta é perpendicular a um plano no espaço R3, se ela intersecta o
plano em um ponto P e todo segmento de reta contido no plano que tem P como uma de suas extremidades
é perpendicular à reta.

Distância de um ponto a um plano


Seja P um ponto localizado fora de um plano. A distância do ponto ao plano é a medida do segmento de reta
perpendicular ao plano em que uma extremidade é o ponto P e a outra extremidade é o ponto que é a
interseção entre o plano e o segmento.

Se o ponto P estiver no plano, a distância é nula.

Posições entre planos


1. Planos concorrentes no espaço R3 são planos cuja interseção é uma reta.
2. Planos paralelos no espaço R3 são planos que não tem interseção.
3. Diedro: Quando dois planos são concorrentes, dizemos que tais planos formam um diedro.

4. Ângulo diedral: É ângulo formado por dois planos concorrentes. Para obter o ângulo diedral, basta
tomar o ângulo formado por quaisquer duas retas perpendiculares aos planos concorrentes.
5. Planos normais são aqueles cujo ângulo diedral é um ângulo reto (90 graus).

Geometria Espacial: A noção de Espaço

O que é espaço?
O que é o espaço? Reconhecemos e usamos o espaço, mas se alguém perguntar o que é o espaço, muitos
irão ter dificuldades em explicar. Na verdade, é mais fácil explicar o que se pode fazer com este ente
primitivo que não tem definição para nós.
"Na casa de meu Pai há muitas moradas; se não fosse assim, eu vo-lo teria dito; vou preparar-vos lugar."
João 14:2, A Bíblia Sagrada
Uma primeira tentativa para explicar isto, é dizer que é tudo o que nos envolve e é o local onde podemos
nos mover para a frente, para o lado e para cima.
Pelo conceito expresso, observamos que vivemos em um ambiente tridimensional. Basta então conhecer as
três direções para identificar a posição relativa que ocupamos.

Quando afirmamos que vamos andar para a frente, para o


lado e para cima, devemos quantificar e identificar o quanto
iremos nos deslocar nestas direções, logo necessitamos
conhecer uma origem para o sistema e identificar este ponto
como (0,0,0) pois esperamos que ele esteja localizado a uma
distância num ponto de referência para todos os outros pontos.

O Sistema Cartesiano tridimensional


Um procedimento matemático simples é tomar um ponto genérico como:
P=(x,y,z)
onde x indicará a quantidade deslocada na direção positiva do eixo que
contem os deslocamentos para frente, y indicará a quantidade
deslocada na direção positiva do eixo que contem os deslocamentos
para o lado e z indicará a quantidade deslocada na direção positiva do
eixo que contem os deslocamentos para cima.
Para facilitar as coisas do ponto de vista matemático, iremos denominar
tais direções por: Eixo OX, Eixo OY e Eixo OZ.
O sistema tridimensional é o conjunto de todos os ternos ordenados (x,y,z),
sendo que ordem não pode ser mudada sob pena de nos deslocarmos para
outro lugar. A palavra cartesiano se deve a René Descartes, conhecido como
cartesius. x recebe o nome de abscissa, y o nome de afastamento e z o nome
de cota.

Exemplo: Se um indivíduo está no centro da cidade em uma posição O=(0,0,0) e quer andar para a frente 3
quadras, depois andar para o lado 5 quadras e depois subir até o 10o. andar de um prédio a posição final do
mesmo após o percurso será o ponto P=(3,5,10) e podemos observar que as unidades não são
necessariamente as mesmas. Se este mesmo indivíduo se deslocasse para a posição final P=(3,10,5),
certamente chegaria a um lugar diferente.

Outros sistemas de localização


Existem outras formas de localização no espaço tridimensional como é o caso do sistema de coordenadas
cilíndricas, sistema de coordenadas esféricas, dentre outros. Particularmente importantes são os sistemas
de coordenadas no plano. O sistema cartesiano plano é um caso particular do sistema cartesiano espacial
tridimensional, mas existe um outro sistema muito importante que é o sistema de coordenadas polares.

O Sistema de Coordenadas Polares (R2)


Vamos considerar agora um mundo plano onde os pontos são indicados por
P=(x,y). No sistema bidimensional a medida x recebe o nome de abscissa e a
medida y recebe o nome de ordenada.
Existe um sistema que considera uma linha básica horizontal de referência,
por exemplo, o Eixo OX indicado positivamente e outra forma de indicar um
ponto P=(x,y). Consideremos que a distância da origem O=(0,0) ao ponto P=(x,y) seja indicada por r e que o
ângulo formado entre o segmento OP e o Eixo OX indicado positivamente seja indicado por t. Neste caso o
ângulo deverá ser um parâmetro tal que 0<t<2Pi. Assim, um ponto será indicado por
P=(r,t)
onde
r = (x2+y2)½, e t = arctan(y/x)
Exemplo: Para um indivíduo pontual se deslocar da origem O=(0,0) ao ponto P=(3,4), ele deverá se
deslocar 5 unidades na direção da reta que forma um ângulo de t=36.87 graus com o Eixo OX. Assim, o
ponto será descrito como P=(3,4) ou em Coordenadas Polares como:
P=(5, 36.87)
A tangente de 36.87 graus = 0.75 = 3/4.

O Sistema de Coordenadas Cilíndricas


Este sistema considera duas linhas básicas que passam pela origem
O=(0,0,0), uma linha de referência no plano do chão como o Eixo OX
indicado positivamente, uma outra linha de referência como o Eixo OZ e o
ângulo indicado por t e formado pela projeção no plano do chão do
segmento OP e o Eixo OX indicado positivamente. O ângulo deverá ser
um parâmetro tal que 0<t<2Pi. Assim, um ponto P=(x,y,z) será indicado por
P=(r,t,z)
Observamos que este sistema é uma mera ampliação das coordenadas polares, mantendo a mesma
coordenada z, conhecida na literatura como a cota z.
A idéia básica para indicar um ponto neste sistema é construir um cilindro circular reto com o centro na
origem 0=(0,0,0) e que passe exatamente pelo ponto P=(x,y,z). A projeção deste ponto no plano do chão
que é indicada pelo plano z=0 é o ponto Po=(x,y,0) e determinamos as coordenadas polares do par
ordenado (x,y) considerado como um ponto de um plano e não do espaço.

Exemplo: Para um indivíduo se deslocar da origem O=(0,0,0) ao


ponto P=(3,4,10), ele deverá se deslocar 5 unidades na direção
da reta que forma um ângulo de t=36.87 graus com o Eixo OX e
subir 10 unidades, logo o ponto será descrito como P=(3,4,10) ou
em coordenadas cilíndricas como:
P=(5, 36.87, 10)

O Sistema de Coordenadas Esféricas


Este sistema considera o plano do chão (z=0) que passa pela
origem O=(0,0,0) contendo o Eixo OX orientado positivamente e
o Eixo OZ orientado positivamente, que é uma linha reta
perpendicular ao plano do chão.
Neste sistema, o ponto P=(x,y,z) é indicado por três medidas: r a distância entre O=(0,0,0) e o ponto
P=(x,y,z), u o ângulo formado entre projeção no plano do chão do segmento OP e o Eixo OX indicado
positivamente e v o ângulo formado entre o segmento OP e o Eixo OZ indicado positivamente.
Enquanto o ângulo u pode ser tal que 0<u<2Pi pois a projeção de OP sobre o plano do chão pode dar uma
volta completa, o ângulo v pertence ao intervalo 0<v<Pi, pois este ângulo chega a ser no máximo um ângulo
raso.

Assim, um ponto P=(x,y,z) será indicado por


P=(r,u,v)
onde
r = (x2+y2+z2)½ , u = arctan(y/x) e v = arccos(z/r)
Um Sistema Geográfico
Há um Sistema Geográfico de identificação de posição na face da Terra que leva em consideração outros
objetos como: meridianos e paralelos, para indicar a longitude e a latitude do ponto na superfície do globo
terrestre. Como uma circunferência de círculo tem um arco com 360 graus, os cientistas dividiram 360 graus
por 24 (horas) para obter 15 graus por hora.
Consideraram a planificação do globo terrestre traçaram linhas imaginárias geodésicas (verticais) sobre a
superfície terrestre, as quais passam pelos polos Norte e Sul e estas são denominadas meridianos e a
referência básica foi a cidade de Greenwich (Inglaterra) que tem o meridiano 0.
Fizeram o mesmo com linhas horizontais na planificação e denominaram tais linhas de paralelos. Hoje
podemos observar a localização de uma cidade em qualquer lugar do mundo situada no meridiano M e
paralelo P. E´ lógico que cada local está localizado com a cota z acima do nível do mar, razão pela qual este
sistema pode ser indicado como:
P=(M,P,z)
Exemplo: O Terminal Rodoviário da cidade XYZ está localizada na posição (a,b,c). Resolva este problema
para a sua cidade.

O Sistema cartesiano R4
Você já pensou que ao invés de estar num sistema tridimensional como dissemos antes, talvez você esteja
num sistema tetradimensional? Na verdade, vivemos num sistema R 4, pois são necessárias 4 coordenadas
para indicar a posição relativa de um objeto.
Um objeto colocado às 12:00 h no ponto (3,4,12) não é o mesmo objeto colocado às 13:00 h no mesmo
ponto (3,4,12).
Para entender melhor, exija um sacrifício de uma pessoa e a coloque parada (se possível, estática) às 12:00
h em um local de sua casa, que tomaremos como o ponto (3,4,12). Você espera que esta pessoa seja a
mesma pessoa às 13:00 h? É óbvio que aconteceram modificações no comportamento da mesma, mesmo
que você não tenha observado.
Você acha que uma árvore plantada em um local por mais de 20 anos é a mesma a cada instante? O corpo
humano também é composto de átomos que se movem a uma velocidade que não pode ser visualizada,
assim, um corpo está em constante movimento e dependendo dos estímulos recebidos das mais diversas
fontes, terá alteração, logo não será o mesmo de antes, nem mesmo 1 segundo depois!
Até o momento já observamos como é possível estender o conceito de espaço a algo além daquilo que
possamos desenhar ou conceber geometricamente.

Uma ideia sobre o Rn


Quando o governo calcula a inflação de um determinado período, ele afirma que a inflação inf é uma função
que depende de várias variáveis como X(xuxu), A(abacate), Co(Condomínio), Ca(Carro), E(Escola),
I(Indecisão do governo), D(Dívida Interna), E(etc) e outros "objetos". Uma pessoa normal colocaria o Xuxu
ou limão como um dos itens para a análise e cálculo da inflação?
Isto significa a um matemático sério, que
inf = f(X,A,Co,Ca,E,I,D,E)
e é logico que esta função é bem construída e é consistente, no entanto você não consegue desenhar o
gráfico da mesma nesse ambiente tridimensional que você vive. Isto indica que você está trabalhando em
um sistema com as 8 coordenadas (X,A,Co,Ca,E,I,D,E), logo o gráfico desta função deve estar em R 9. Para
obter seriamente a inflação você precisa medir o comportamento de n (ou centenas de) variáveis e não
somente de poucas.
Isto não quer dizer que a inflação é uma função construída para enganar o povo. Na verdade, o que deveria
ser feito para obter a inflação é a consideração das principais variáveis que causam esta alteração no
Sistema Financeiro Nacional, mas uma coisa é óbvia: O governo não leva em consideração os fatores que
realmente distorcem o processo inflacionário pois não considera nesses cálculos os fatores que geram tal
inflação mas somente alguns elementos da cesta básica que nada tem a ver com a realidade nacional.
Com este exemplo, eu espero ter dado uma ideia sobre o significado do espaço R n, que é uma mera
extensão dos espaços bidimensional e tridimensional, nossos velhos conhecidos.
A nossa capacidade ainda é muito pequena para entender um espaço multidimensional R n.
Observemos a passagem bíblica citada no início deste trabalho, que nos diz que existem outros ambientes
(espaços) que o senso de um homem comum é incapaz de conceber.
Ha uma necessidade do ser humano alterar o seu comportamento para ver algo além das coisas comuns
desse mundo. Há muitas pessoas que olham para uma parede de uma casa e não conseguem ver nada
além dela. Você já se imaginou num quarto de uma casa, pensando exatamente que estivesse no quarto
vizinho com todas as coisas boas ou ruins que o mesmo possui? Será que você é daqueles que percorre o
trajeto de sua casa até o seu serviço sempre usando o mesmo caminho? Você já pensou que na outra rua
existem (coisas ruins e) coisas belas que você nunca percebeu porque nunca passou por lá?

Geometria Espacial: Cilindros

Introdução aos cilindros


O conceito de cilindro é muito importante. Nas cozinhas encontramos aplicações intensas do uso de
cilindros. Nas construções, observamos caixas d'água, ferramentas, objetos, vasos de plantas, todos eles
com formas cilíndricas.

Existem outras formas cilíndricas diferentes das comuns, como por exemplo o cilindro sinuzoidal obtido pela
translação da função seno.

Aplicações práticas: Os cilindros abaixo sugerem alguma aplicação importante em sua vida?

A Construção de cilindros
Seja P um plano e nele vamos construir um círculo de raio r e tomemos também um segmento de reta AB
que não seja paralelo ao plano P e nem esteja contido neste plano P. Um cilindro circular é a reunião de
todos os segmentos congruentes e paralelos a AB com uma extremidade no círculo.

Observamos que um cilindro é uma superfície no espaço R³, mas muitas vezes vale a pena considerar o
cilindro como a região sólida contida dentro do cilindro. Quando nos referirmos ao cilindro como um sólido
usaremos aspas, isto é, "cilindro" e quando for à superfície, simplesmente escreveremos cilindro.
A reta que contém o segmento AB é denominada geratriz e a curva que fica no plano do "chão" é a diretriz.
Em função da inclinação do segmento AB em relação ao plano do "chão", o cilindro será chamado reto ou
oblíquo, respectivamente, se o segmento AB for perpendicular ou oblíquo ao plano que contém a curva
diretriz.
Objetos geométricos em um "cilindro"
Em um cilindro, podemos identificar vários elementos:
1. Base: É a região plana contendo a curva diretriz e todo o seu interior. Num cilindro existem duas
bases.
2. Eixo: É o segmento de reta que liga os centros das bases do "cilindro".
3. Altura: A altura de um cilindro é a distância entre os dois planos paralelos que contêm as bases do
"cilindro".
4. Superfície Lateral: É o conjunto de todos os pontos do espaço, que não estejam nas bases,
obtidos pelo deslocamento paralelo da geratriz sempre apoiada sobre a curva diretriz.
5. Superfície Total: É o conjunto de todos os pontos da superfície lateral reunido com os pontos das
bases do cilindro.
6. Área lateral: É a medida da superfície lateral do cilindro.
7. Área total: É a medida da superfície total do cilindro.
8. Seção meridiana de um cilindro: É uma região poligonal obtida pela interseção de um plano
vertical que passa pelo centro do cilindro com o cilindro.

Extensão do conceito de cilindro


As características apresentadas antes para cilindros circulares, são também possíveis para outros tipos de
curvas diretrizes, como: elipse, parábola, hipérbole, seno ou outra curva simples e suave num plano.
Mesmo que a diretriz não seja uma curva conhecida, ainda assim existem cilindros obtidos quando a curva
diretriz é formada por uma reunião de curvas simples. Por exemplo, se a diretriz é uma curva retangular,
temos uma situação patológica e o cilindro recebe o nome especial de prisma.
Em função da curva diretriz, o cilindro terá o nome de cilindro: elíptico, parabólico, hiperbólico, sinuzoidal
(telha de eternit).

Classificação dos cilindros circulares


1. Cilindro circular oblíquo: Apresenta as geratrizes oblíquas em relação aos planos das bases.
2. Cilindro circular reto: As geratrizes são perpendiculares aos planos das bases. Este tipo de
cilindro é também chamado de cilindro de revolução, pois é gerado pela rotação de um retângulo.
3. Cilindro equilátero: É um cilindro de revolução cuja seção meridiana é um quadrado.

Volume de um "cilindro"
Em um cilindro, o volume é dado pelo produto da área da base pela altura.
V = A(base) h
Se a base é um círculo de raio r, e pi=3,141593..., então:
V = pi r² h
Exercício: Calcular o volume de um cilindro oblíquo com base elíptica (semi-eixos a e b) e altura h.
Sugestão: Veja nesta mesma Página um material sobre a área da região elíptica.

Área lateral e área total de um cilindro circular reto


Em um cilindro circular reto, a área lateral é dada por A(lateral)=2pi.r.h, onde r é o raio da base e h é a altura
do cilindro. A área total corresponde à soma da área lateral com o dobro da área da base.

A(total) = A(lateral) + 2 A(base)


A(total) = 2 pi r h + 2 pi r²
A(total) = 2 pi r(h+r)

Exemplo: Um cilindro circular equilátero é aquele cuja altura é igual ao diâmetro da base, isto é h=2r. Neste
caso, para calcular a área lateral, a área total e o volume, podemos usar as fórmulas, dadas por:

A(lateral) = 4 pi r²
A(base) = pi r²
A(total) = A(lateral) + 2 A(base) = 6 pi r²
Volume = A(base).h = pi r².2r = 2 pi r³

Exercício: Seja um cilindro circular reto de raio igual a 2cm e altura 3cm. Calcular a área lateral, área total e
o seu volume.
A(base) = pi.r² = pi.2² = 4 pi cm²
A(lateral) = 2.pi.r.h = 2.pi.2.3 = 12 pi cm²
A(total) = A(lateral) + 2 A(base) = 12pi + 8pi = 20 pi cm²
Volume = A(base).h = pi.r²h = pi.4.3 = 12 pi cm³
Geometria Espacial: Cones

O conceito de cone
Considere uma região plana limitada por uma curva suave (sem quinas), fechada e um ponto P fora desse
plano.

Denominamos cone ao sólido formado pela reunião de todos os segmentos de reta que têm uma
extremidade em um ponto P (vértice) e a outra num ponto qualquer da região.

Elementos do cone
Em um cone, podem ser identificados vários elementos:

1. Vértice de um cone é o ponto P, onde concorrem todos os segmentos de reta.


2. Base de um cone é a região plana contida no interior da curva, inclusive a própria curva.
3. Eixo do cone é quando a base do cone é uma região que possui centro, o eixo é o segmento de
reta que passa pelo vértice P e pelo centro da base.
4. Geratriz é qualquer segmento que tenha uma extremidade no vértice do cone e a outra na curva
que envolve a base.
5. Altura é a distância do vértice do cone ao plano da base.
6. Superfície lateral de um cone é a reunião de todos os segmentos de reta que tem uma
extremidade em P e a outra na curva que envolve a base.
7. Superfície do cone é a reunião da superfície lateral com a base do cone que é o círculo.
8. Seção meridiana de um cone é uma região triangular obtida pela interseção do cone com um plano
que contem o eixo do mesmo.
Classificação do cone
Ao observar a posição relativa do eixo em relação à base, os cones podem ser classificados como retos ou
oblíquos. Um cone é dito reto quando o eixo é perpendicular ao plano da base e é oblíquo quando não é um
cone reto. Ao lado apresentamos um cone oblíquo.

Observação: Para efeito de aplicações, os cones mais importantes são os cones retos. Em função das
bases, os cones recebem nomes especiais. Por exemplo, um cone é dito circular se a base é um círculo e é
dito elíptico se a base é uma região elíptica.

Observações sobre um cone circular reto


Um cone circular reto é denominado cone de revolução por ser obtido pela rotação (revolução) de um
triângulo retângulo em torno de um de seus catetos

A seção meridiana do cone circular reto é a interseção do cone com um plano que contem o eixo do cone.
Na figura ao lado, a seção meridiana é a região triangular limitada pelo triângulo isósceles VAB.
Em um cone circular reto, todas as geratrizes são congruentes entre si. Se g é a medida da geratriz então,
pelo Teorema de Pitágoras, temos uma relação notável no cone: g²=h²+r², que pode ser "vista" na figura
abaixo:

A Área Lateral de um cone circular reto pode ser obtida em função de g (medida da geratriz) e r (raio da
base do cone):
A(lateral) = pi.r.g
A Área total de um cone circular reto pode ser obtida em função de g (medida da geratriz) e r (raio da base
do cone):
A(total) = pi.r.g + pi.r² = = pi.r.(g+r)
Cones Equiláteros
Um cone circular reto é um cone equilátero se a sua seção meridiana é uma região triangular equilátera e
neste caso a medida da geratriz é igual à medida do diâmetro da base.

A área da base do cone é dada por:


A(base) = pi r²
Pelo Teorema de Pitágoras temos que (2r)²=h²+r², logo h²=4r²-r²=3r², assim:
h=r

Como o volume do cone é obtido por 1/3 do produto da área da base pela altura, então:
V = (1/3) pi r3

Como a área lateral pode ser obtida por:


A(lateral) = pi.r.g = pi.r.2r = 2.pi.r²
então a área total será dada por:
A(total) = 3 pi r²

Exercícios resolvidos
Notação: Usaremos a notação R[3] para representar a raiz quadrada de 3.
1. A geratriz de um cone circular reto mede 20 cm e forma um ângulo de 60 graus com o plano da
base. Determinar a área lateral, área total e o volume do cone.
Como sen(60o)=h/20, então
(1/2) R[3] = h/20
h = 10 R[3] cm

Como V = (1/3)×(A(base).h, então:


V = (1/3) pi.r²h
V = (1/3) pi.10².10 R[3]
V = (1/3) 1000.R[3].pi cm³

Se r=10cm; g=20cm e A(lateral)=pi.r.g, escreveremos:


A(lataral) = pi.r.g = pi.10.20 = 200.pi cm²
A(total) = A(lateral) + A(base)
= pi.r.g + pi.r² = pi.r.(r+g)
= pi.10.(10+20) = 300 pi cm²

2. A hipotenusa de um triângulo retângulo


mede 2cm e um dos ângulos mede 60
graus. Girando-se o triângulo em torno
do cateto menor, obtêm-se um cone.
Qual é o seu volume? Como sen(60º)=r/2, segue que:
R[3]/2 = r/2
r = R[3] cm

Substituindo os valores de g e de r, na relação g²=h²+r², obtemos


h = 1cm
V = (1/3).A(base).h = (1/3) pi.r²h
= (1/3).pi.3 = pi cm³

3. Os catetos de um triângulo retângulo medem b e c, e a sua


área mede 2m². O cone obtido pela rotação do triângulo em
torno do cateto b tem volume 16 pi m³. Obteremos a
medida do cateto c. Como a área do triângulo mede 2m²,
segue que: (1/2)bc=2, o que garante que bc=4. Como a
área da base é dada por A(base)=pi.r²=pi.c², temos que
V = 16 pi = (1/3) pi c² b
c = 12 m

4. As áreas das bases de um cone circular reto e de um prisma quadrangular reto são iguais. O prisma
tem altura 12 cm e volume igual ao dobro do volume do cone. Determinar a altura do cone.
Se
h(prisma) = 12
A(base do prisma) = A(base do cone) = A
V(prisma) = 2×V(cone)

assim:
A×h(prisma) = 2(A h)/3
A 12 = (2/3)A h
h = 18 cm

5. Anderson colocou uma casquinha de sorvete dentro de uma lata


cilíndrica de mesma base, mesmo raio r e mesma altura h da
casquinha. Qual é o volume do espaço (vazio) compreendido
entre a lata e a casquinha de sorvete?
V = V(cilindro) - V(cone)
= A(base).h - (1/3) A(base).h
= pi.r².h - (1/3).pi.r².h
= (2/3) pi.r².h cm³

Geometria Espacial: Esferas

O conceito de esfera
A esfera no espaço R³ é uma superfície muito importante em função de suas aplicações a problemas da
vida. Do ponto de vista matemático, a esfera no espaço R³ é confundida com o sólido geométrico (disco
esférico) envolvido pela mesma, razão pela qual muitas pessoas calculam o volume da esfera. Na maioria
dos livros elementares sobre Geometria, a esfera é tratada como se fosse um sólido, herança da Geometria
Euclidiana.
Embora não seja correto, muitas vezes necessitamos falar palavras que sejam entendidas pela coletividade.
De um ponto de vista mais cuidadoso, a esfera no espaço R³ é um objeto matemático parametrizado por
duas dimensões, o que significa que podemos obter medidas de área e de comprimento mas o volume tem
medida nula. Há outras esferas, cada uma definida no seu respectivo espaço n-dimensional. Um caso
interessante é a esfera na reta unidimensional:
So = {x em R: x²=1} = {+1,-1}
Por exemplo, a esfera
S1 = { (x,y) em R²: x² + y² = 1 }
é conhecida por nós como uma circunferência de raio unitário centrada na origem do plano cartesiano.

Aplicação: volumes de líquidos


Um problema fundamental para empresas que armazenam líquidos em tanques esféricos, cilíndricos ou
esféricos e cilíndricos é a necessidade de realizar cálculos de volumes de regiões esféricas a partir do
conhecimento da altura do líquido colocado na mesma. Por exemplo, quando um tanque é esférico, ele
possui um orifício na parte superior (polo Norte) por onde é introduzida verticalmente uma vara com
indicadores de medidas. Ao retirar a vara, observa-se o nível de líquido que fica impregnado na vara e esta
medida corresponde à altura de líquido contido na região esférica. Este não é um problema trivial, como
observaremos pelos cálculos realizados na sequência.

A seguir apresentaremos elementos esféricos básicos e algumas fórmulas para cálculos de áreas na esfera
e volumes em um sólido esférico.

A superfície esférica
A esfera no espaço R³ é o conjunto de todos os pontos do espaço que estão localizados a uma mesma
distância denominada raio de um ponto fixo chamado centro.
Uma notação para a esfera com raio unitário centrada na origem de R³ é:
S² = { (x,y,z) em R³: x² + y² + z² = 1 }
Uma esfera de raio unitário centrada na origem de R 4 é dada por:
S³ = { (w,x,y,z) em R4: w² + x² + y² + z² = 1 }
Você conseguiria imaginar espacialmente tal esfera?

Do ponto de vista prático, a esfera pode ser pensada como a película fina que envolve um sólido esférico.
Em uma melancia esférica, a esfera poderia ser considerada a película verde (casca) que envolve a fruta.

É comum encontrarmos na literatura básica a definição de esfera como sendo o sólido esférico, no entanto
não se deve confundir estes conceitos. Se houver interesse em aprofundar os estudos desses detalhes,
deve-se tomar algum bom livro de Geometria Diferencial que é a área da Matemática que trata do
detalhamento de tais situações.
O disco esférico é o conjunto de todos os pontos do espaço que estão localizados na casca e dentro da
esfera. Do ponto de vista prático, o disco esférico pode ser pensado como a reunião da película fina que
envolve o sólido esférico com a região sólida dentro da esfera. Em uma melancia esférica, o disco esférico
pode ser visto como toda a fruta.

Quando indicamos o raio da esfera pela letra R e o centro da esfera pelo ponto (0,0,0), a equação da esfera
é dada por:
x² + y² + z² = R²
e a relação matemática que define o disco esférico é o conjunto que contém a casca reunido com o interior,
isto é:
x² + y² + z² < R²
Quando indicamos o raio da esfera pela letra R e o centro da esfera pelo ponto (x o,yo,zo), a equação da
esfera é dada por:
(x-xo)² + (y-yo)² + (z-zo)² = R²

e a relação matemática que define o disco esférico é o conjunto que contém a casca reunido com o interior,
isto é, o conjunto de todos os pontos (x,y,z) em R³ tal que:
(x-xo)² + (y-yo)² + (z-zo)² < R²

Da forma como está definida, a esfera centrada na origem pode ser construída no espaço euclidiano R³ de
modo que o centro da mesma venha a coincidir com a origem do sistema cartesiano R³, logo podemos fazer
passar os eixos OX, OY e OZ, pelo ponto (0,0,0).

Seccionando a esfera x²+y²+z²=R² com o plano z=0, obteremos duas superfícies semelhantes: o hemisfério
Norte ("boca para baixo") que é o conjunto de todos os pontos da esfera onde a cota z é não negativa e o
hemisfério Sul ("boca para cima") que é o conjunto de todos os pontos da esfera onde a cota z não é
positiva.
Se seccionarmos a esfera x²+y²+z²=R² por um plano vertical que passa em (0,0,0), por exemplo, o plano
x=0, teremos uma circunferência maximal C da esfera que é uma circunferência contida na esfera cuja
medida do raio coincide com a medida do raio da esfera, construída no plano YZ e a equação desta
circunferência será:
x=0, y² + z² = R2
sendo que esta circunferência intersecta o eixo OZ nos pontos de coordenadas (0,0,R) e (0,0,-R). Existem
infinitas circunferências maximais em uma esfera.
Se rodarmos esta circunferência maximal C em torno do eixo OZ, obteremos a esfera através da rotação e
por este motivo, a esfera é uma superfície de revolução.
Se tomarmos um arco contido na circunferência maximal cujas extremidades são os pontos (0,0,R) e (0,p,q)
tal que p²+q²=R² e rodarmos este arco em torno do eixo OZ, obteremos uma superfície denominada calota
esférica.

Na prática, as pessoas usam o termo calota esférica para representar tanto a superfície como o sólido
geométrico envolvido pela calota esférica. Para evitar confusões, usarei "calota esférica" com aspas para o
sólido e sem aspas para a superfície.
A partir da rotação, construiremos duas calotas em uma esfera, de modo que as extremidades dos arcos
sejam (0,0,R) e (0,p,q) com p²+q²=R² no primeiro caso (calota Norte) e no segundo caso (calota Sul) as
extremidades dos arcos (0,0,-R) e (0,r,-s) com r²+s²=R² e retirarmos estas duas calotas da esfera, teremos
uma superfície de revolução denominada zona esférica.

De um ponto de vista prático, consideremos uma melancia esférica. Com uma faca, cortamos uma "calota
esférica" superior e uma "calota esférica" inferior. O que sobra da melancia é uma região sólida envolvida
pela zona esférica, algumas vezes denominada zona esférica.
Consideremos uma "calota esférica" com altura h1 e raio da base r1 e retiremos desta calota uma outra
"calota esférica" com altura h2 e raio da base r2, de tal modo que os planos das bases de ambas sejam
paralelos. A região sólida determinada pela calota maior menos a calota menor recebe o nome de segmento
esférico com bases paralelas.

No que segue, usaremos esfera tanto para o sólido como para a superfície, "calota esférica" para o sólido
envolvido pela calota esférica, a letra maiúscula R para entender o raio da esfera sobre a qual estamos
realizando os cálculos, V será o volume, A(lateral) será a área lateral e e A(total) será a área total.

Algumas fórmulas (relações) para objetos esféricos


Objeto Relações e fórmulas
Volume = (4/3) Pi R³
Esfera
A(total) = 4 Pi R²
R² = h (2R-h)
Calota esférica A(lateral) = 2 Pi R h
(altura h, raio da base r) A(total) = Pi h (4R-h)
V=Pi.h²(3R-h)/3=Pi(3R²+h²)/6
Segmento esférico R² = a² + [(r1² -r2²-h²)/2h)]²
(altura h, raios das bases r1>r²) A(lateral) = 2 Pi R h
A(total) = Pi(2Rh+r1²+r2²)
Volume=Pi.h(3r1²+3r2²+h²)/6
Estas fórmulas podem ser obtidas como aplicações do Cálculo Diferencial e Integral, mas nós nos
limitaremos a apresentar um processo matemático para a obtenção da fórmula do cálculo do volume da
"calota esférica" em função da altura da mesma.

Geometria Espacial: Pirâmides

Utilizaremos R[z] para denotar a raiz quadrada de z>0.


O conceito de pirâmide
Consideremos um polígono contido em um plano (por exemplo, o plano horizontal) e um ponto V localizado
fora desse plano. Uma Pirâmide é a reunião de todos os segmentos que têm uma extremidade em P e a
outra num ponto qualquer do polígono. O ponto V recebe o nome de vértice da pirâmide.

Exemplo: As pirâmides do Egito, eram utilizadas para sepultar faraós, bem como as pirâmides no México e
nos Andes, que serviam a finalidades de adoração aos seus deuses. As formas piramidais eram usadas por
tribos indígenas e mais recentemente por escoteiros para construir barracas.

Elementos de uma pirâmide


Em uma pirâmide, podemos identificar vários elementos:

1. Base: A base da pirâmide é a região plana poligonal sobre a qual se apoia a pirâmide.
2. Vértice: O vértice da pirâmide é o ponto isolado P mais distante da base da pirâmide.
3. Eixo: Quando a base possui um ponto central, isto é, quando a região poligonal é simétrica ou
regular, o eixo da pirâmide é a reta que passa pelo vértice e pelo centro da base.
4. Altura: Distância do vértice da pirâmide ao plano da base.
5. Faces laterais: São regiões planas triangulares que passam pelo vértice da pirâmide e por dois
vértices consecutivos da base.
6. Arestas Laterais: São segmentos que têm um extremo no vértice da pirâmide e outro extremo num
vértice do polígono situado no plano da base.
7. Apótema: É a altura de cada face lateral.
8. Superfície Lateral: É a superfície poliédrica formada por todas as faces laterais.
9. Aresta da base: É qualquer um dos lados do polígono da base.
Classificação das pirâmides pelo número de lados da base
triangular quadrangular pentagonal hexagonal

base:triângulo base:quadrado base:pentágono base:hexágono

Pirâmide Regular reta


Pirâmide regular reta é aquela que tem uma base poligonal regular e a projeção ortogonal do vértice V
sobre o plano da base coincide com o centro da base.
R raio do circulo circunscrito
r raio do círculo inscrito
l aresta da base
ap apótema de uma face lateral
h altura da pirâmide
al aresta lateral
As faces laterais são triângulos isósceles congruentes

Área Lateral de uma pirâmide


Às vezes podemos construir fórmulas para obter as áreas das superfícies que envolvem um determinado
sólido. Tal processo é conhecido como a planificação desse sólido. Isto pode ser realizado se tomarmos o
sólido de forma que a sua superfície externa seja feita de papelão ou algum outro material.
No caso da pirâmide, a idéia é tomar uma tesoura e cortar (o papelão d)a pirâmide exatamente sobre as
arestas, depois reunimos as regiões obtidas num plano que pode ser o plano de uma mesa.
As regiões planas obtidas são congruentes às faces laterais e também à base da pirâmide.
Se considerarmos uma pirâmide regular cuja base tem n lados e indicarmos por A(face) a área de uma face
lateral da pirâmide, então a soma das áreas das faces laterais recebe o nome de área lateral da pirâmide e
pode ser obtida por:
A(lateral) = n A(face)
Exemplo: Seja a pirâmide quadrangular regular que está planificada na figura acima, cuja aresta da base
mede 6cm e cujo apótema mede 4cm.
Como A(lateral)=n.A(face) e como a pirâmide é quadrangular temos n=4 triângulos isósceles, a área da face
lateral é igual à área de um dos triângulos, assim:

A(face) = b h/2 = 6.4/2 = 12


A(lateral) = 4.12 = 48 cm²

Exemplo: A aresta da base de uma pirâmide hexagonal regular mede 8


cm e a altura 10 cm. Calcular a área lateral.
Tomaremos a aresta com a=8 cm e a altura com h=10 cm. Primeiro
vamos calcular a medida do apótema da face lateral da pirâmide
hexagonal. Calcularemos o raio r da base.
Como a base é um hexágono regular temos que r=(a/2)R[3], assim
r=8R[3]/2=4R[3] e pela relação de Pitágoras, segue que (ap)²=r²+h², logo:
(ap)²= (4R[3])²+10² = 48+100 = 148 = 4·37 = 2R[37]
A área da face e a área lateral, são dadas por:
A(face) = 8.2[37]/2 = 8.R[37]
A(lateral) = n.A(face) = 6.8.R[37] = 48.R[37]

Área total de uma Pirâmide


A área total de uma pirâmide é a soma da área da base com a área lateral, isto é:
A(total) = A(lateral) + A(base)
Exemplo: As faces laterais de uma pirâmide quadrangular regular formam ângulos de 60 graus com a base
e têm as arestas da base medindo 18 cm. Qual é a área total?
Já vimos que A(lateral)=n.A(face) e como cos(60º)=(lado/2)/a, então 1/2=9/a donde segue que a=18, assim:
A(face) = b.h/2 = (18.18)/2 = 162
A(lateral) = 4.162 = 648
A(base) = 18² = 324
Concluímos que:
A(total) = A(lateral) + A(base) = 648+324 = 970

Exemplo: Um grupo de escoteiros quer obter a área total de suas


barracas, as quais têm forma piramidal quadrangular. Para isso, eles
usam medidas escoteiras. Cada dois passos de um escoteiro mede 1
metro. A barraca tem 4 passos escoteiros de lado da base e 2 passos de
apótema. Calcular a área da base, área lateral e a área total.

A(base) = 2.2 = 4 m²
A(lateral) = 4.2.1 = 8 m³
Logo, a área total da barraca é
A(total) = A(lateral) + A(base) = 8+4 = 12 m²

Volume de uma Pirâmide


O volume de uma pirâmide pode ser obtido como um terço do produto da área da base pela altura da
pirâmide, isto é:
Volume = (1/3) A(base) h
Exemplo: Juliana tem um perfume contido em um frasco com a forma de uma
pirâmide regular com base quadrada. A curiosa Juliana quer saber o volume
de perfume que o frasco contém. Para isso ela usou uma régua e tirou duas
informações: a medida da aresta da base de 4cm e a medida da aresta lateral
de 6cm.
Como V(pirâmide)=A(base).h/3, devemos calcular a área da base e a medida
da altura. Como a base tem forma quadrada de lado a=4cm, temos que
A(base)=a²=4cm.4cm=16 cm².

A altura h da pirâmide pode ser obtida como a medida de um cateto de um triângulo


retângulo cuja hipotenusa é dada pela altura L=6cm da aresta lateral e o outro cateto
Q=2×R[2] que é a metade da medida da diagonal do quadrado. Dessa forma h²=L²-
Q², se onde segue que h²=36-8=28 e assim temos que h=2R[7] e o volume será
dado por V=(1/3).16.2R[7]=(32/3)R[7].

Seção Transversal de uma pirâmide


Seção transversal de uma pirâmide é a interseção da pirâmide com um plano paralelo à base da mesma. A
seção transversal tem a mesma forma que a base, isto é, as suas arestas correspondentes são
proporcionais. A razão entre uma aresta da seção transversal e uma aresta correspondente da base é dita
razão de semelhança.

Observações sobre seções transversais:


1. Em uma pirâmide qualquer, a seção transversal e a base são regiões poligonais semelhantes. A
razão entre a área da seção transversal e a área da base é igual ao quadrado da razão de
semelhança.
2. Ao seccionar uma pirâmide por um plano paralelo à base, obtemos outra pirâmide menor (acima do
plano) semelhante em todos os aspectos à pirâmide original.
3. Se duas pirâmides têm a mesma altura e as áreas das bases são iguais, então as seções
transversais localizadas à mesma distância do vértice têm áreas iguais.

Volume da seção até o vértice


V(seção)
(volume da pirâmide menor)
V(piram) Volume da pirâmide (maior)
A(seção) Área da seção transversal
(base da pirâmide menor)
A(base) Área da base da pirâmide (maior)
Distância do vértice à seção
h
(altura da pirâmide menor)
H Altura da pirâmide (maior)
Assim:
V(seção) A(seção) h
= ·
V(base) A(piram) H

A(seção) h²
=
A(base) H²

Então:

V(seção) h³
=
V(base) H³

Exemplo: Uma pirâmide tem a altura medindo 9cm e volume igual a 108cm³. Qual é o volume do tronco
desta pirâmide, obtido pelo corte desta pirâmide por um plano paralelo à base da mesma, sabendo-se que a
altura do tronco da pirâmide é 3cm?
Como
V(pirMenor)/V(pirâmide) = h³/H³
V(pirMenor)/108 = 6³/9³
V(pirMenor) = 32

então
V(tronco)=V(pirâmide)-V(pirMenor)= 108cm³-2cm³ = 76 cm³

Geometria Espacial: Poliedros

Poliedro
Poliedro é um sólido limitado externamente por planos no espaço R³. As regiões planas que limitam este
sólido são as faces do poliedro. As interseções das faces são as arestas do poliedro. As interseções das
arestas são os vértices do poliedro. Cada face é uma região poligonal contendo n lados.
Poliedros convexos são aqueles cujos ângulos diedrais formados por planos adjacentes têm medidas
menores do que 180 graus. Outra definição: Dados quaisquer dois pontos de um poliedro convexo, o
segmento que tem esses pontos como extremidades, deverá estar inteiramente contido no poliedro.

Poliedros Regulares
Um poliedro é regular se todas as suas faces são regiões poligonais regulares com n lados, o que significa
que o mesmo número de arestas se encontram em cada vértice.
Tetraedro Hexaedro (cubo) Octaedro

Características dos poliedros convexos


Notações para poliedros convexos: V: Número de vértices, F: Número de faces, A: Número de arestas, n:
Número de lados da região poligonal regular (de cada face), a: Medida da aresta A e m: Número de ângulos
entre as arestas do poliedro convexo.

Característica do
Medida da característica
poliedro convexo
Relação de Euler V+F=A+2
Número m de ângulos diedrais m=2A

Ângulo diedral

Raio do círculo inscrito

Raio do círculo circunscrito

Área da superfície externa

Volume do sólido poliédrico

Relações de Euler em poliedros regulares


As relações de Euler são duas importantes relações entre o número F de faces, o número V de vértices, o
número A de arestas e o número m de ângulos entre as arestas.
F + V = A + 2, m=2A

Na tabela abaixo, você pode observar o cumprimento de tais relações para os cinco (5) poliedros regulares
convexos.
Poliedro regular Cada face Faces Vértices Arestas Ângulos entre
convexo é um (F) (V) (A) as arestas (m)
triângulo
Tetraedro 4 4 6 12
equilátero
Hexaedro quadrado 6 8 12 24
Octaedro triângulo 8 6 12 24
equilátero
pentágono
Dodecaedro 12 20 30 60
regular
triângulo
Isocaedro 20 12 30 60
equilátero

Raios de círculos e ângulo diedral


Poliedro Raio do círculo Raio do círculo Ângulo
regular inscrito (r) circunscrito (R) diedral (d)
Tetraedro (a/12) R[6] (a/4) R[6] 70o31'44"
Hexaedro a/2 (a/2) R[3] 90o00'00"
Octaedro (a/6) R[6] (a/2) R[2] 109o28'16"
Dodecaedro (a/100)R{50+22R[5]} (a/4)(R[3]+R[15]) 116o33'54"
Icosaedro (a/2)R{(7+R[45])/6} (a/4) R{10+R[20]} 138o11'23"
Nesta tabela, a notação R[z] significa a raiz quadrada de z>0.

Áreas e Volumes
Poliedro regular Área Volume
Tetraedro a2 R[3] (1/12) a³ R[2]
Hexaedro 6 a2 a³
Octaedro 2 a2 R[3] (1/3) a³ R[2]
Dodecaedro 3a2 R{25+10·R[5]} (1/4) a³ (15+7·R[5])
Icosaedro 5a2 R[3] (5/12) a³ (3+R[5])
Nesta tabela, a notação R[z] significa a raiz quadrada de z>0.

Geometria Espacial: Prismas

Prisma
Prisma é um sólido geométrico delimitado por faces planas, no qual as bases se situam em planos
paralelos. Quanto à inclinação das arestas laterais, os prismas podem ser retos ou oblíquos.
Prisma reto Aspectos comuns Prisma oblíquo
Bases são regiões poligonais
congruentes

A altura é a distância entre as


bases

Arestas laterais são paralelas


com as mesmas medidas

Faces laterais são


paralelogramos

Objeto Prisma reto Prisma oblíquo


Arestas laterais têm a mesma medida têm a mesma medida
são perpendiculares são oblíquas
Arestas laterais
ao plano da base ao plano da base
Faces laterais são retangulares não são retangulares

Quanto à base, os prismas mais comuns estão mostrados na tabela:


Prisma triangular Prisma quadrangular Prisma pentagonal Prisma hexagonal

Base:Triângulo Base:Quadrado Base:Pentágono Base:Hexágono

Seções de um prisma
Seção transversal: É a região poligonal obtida pela interseção do prisma
com um plano paralelo às bases, sendo que esta região poligonal é
congruente a cada uma das bases.
Seção reta (seção normal): É uma seção determinada por um plano
perpendicular às arestas laterais.
Princípio de Cavalieri: Consideremos um plano P sobre o qual estão
apoiados dois sólidos com a mesma altura. Se todo plano paralelo ao plano
dado interceptar os sólidos com seções de áreas iguais, então os volumes
dos sólidos também serão iguais.

Prisma regular
É um prisma reto cujas bases são regiões poligonais regulares.
Exemplos: Um prisma triangular regular é um prisma reto cuja base é um triângulo equilátero. Um prisma
quadrangular regular é um prisma reto cuja base é um quadrado.

Planificação do prisma
Um prisma é um sólido formado por todos os pontos do espaço localizados dentro dos planos que contêm
as faces laterais e os planos das bases.

As faces laterais e as bases formam a envoltória deste sólido. Esta envoltória é uma "superfície" que pode
ser planificada no plano cartesiano. Tal planificação se realiza como se cortássemos com uma tesoura esta
envoltória exatamente sobre as arestas para obter uma região plana formada por áreas congruentes às
faces laterais e às bases. A planificação é útil para facilitar os cálculos das áreas lateral e total.

Volume de um prisma
O volume de um prisma é dado por:
V(prisma) = A(base).h

Área lateral do prisma reto com base poligonal regular


A área lateral de um prisma reto que tem por base uma região poligonal regular de n lados é dada pela
soma das áreas das faces laterais. Como neste caso todas as áreas das faces laterais são iguais, basta
tomar a área lateral como:
A(lateral) = n A(Face Lateral)

Uma forma alternativa para obter a área lateral de um prisma reto tendo como base um polígono regular de
n lados é tomar P como o perímetro desse polígono e h como a altura do prisma.
A(lateral) = P.h

Tronco de prisma
Quando seccionamos um prisma por um plano não paralelo aos planos das
bases, a região espacial localizada dentro do prisma, acima da base inferior
e abaixo do plano seccionante é denominado tronco de prisma. Para calcular
o volume do tronco de prisma, multiplicamos a média aritmética das arestas
laterais do tronco de prisma pela área da base.
Inequação do 1º Grau

Uma inequação do 1° grau na incógnita x é qualquer expressão do 1° grau que pode ser escrita numa das
seguintes formas:
ax + b > 0;
ax + b < 0;
ax + b ≥ 0;
ax + b ≤ 0.
Onde a, b são números reais com a ≠ 0.
Exemplos:
-2x + 7 > 0
x – 10 ≤ 0
2x + 5 ≤ 0
12 – x < 0

Resolvendo uma inequação de 1° grau


Uma maneira simples de resolver uma equação do 1° grau é isolarmos a incógnita x em um dos membros
da igualdade. Observe dois exemplos:
Exemplo1: Resolva a inequação -2x + 7 > 0.
Solução:
-2x > -7
Multiplicando por (-1)
2x < 7
x < 7/2
Portanto a solução da inequação é x < 7/2.
Exemplo 2: Resolva a inequação 2x – 6 < 0.
Solução:
2x < 6
x < 6/2
x<3
Portanto a solução da inequação e x < 3
Pode-se resolver qualquer inequação do 1° grau por meio do estudo do sinal de uma função do 1° grau,
com o seguinte procedimento:
1. Iguala-se a expressão ax + b a zero;
2. Localiza-se a raiz no eixo x;
3. Estuda-se o sinal conforme o caso.
Exemplo 1:
-2x + 7 > 0
-2x + 7 = 0
x = 7/2

Exemplo 2:
2x – 6 < 0
2x – 6 = 0
x=3
Inequação de 2º Grau

As inequações são expressões matemáticas que utilizam, na sua formatação, os seguintes sinais de
desigualdades:

>: maior que


<: menor que
≥: maior ou igual
≤: menor ou igual
≠: diferente

As inequações do 2º grau são resolvidas utilizando o teorema de Bháskara. O resultado deve ser
comparado ao sinal da inequação, com o objetivo de formular o conjunto solução.

Exemplo 1

Vamos resolver a inequação 3x² + 10x + 7 < 0.

S = {x ? R / –7/3 < x < –1}

Exemplo 2

Determine a solução da inequação –2x² – x + 1 ≤ 0.


S = {x ? R / x ≤ –1 ou x ≥ 1/2}

Exemplo 3

Determine a solução da inequação x² – 4x ≥ 0.

S = {x ? R / x ≤ 0 ou x ≥ 4}

Exemplo 4

Calcule a solução da inequação x² – 6x + 9 > 0.

S = {x ? R / x < 3 e x > 3}
Juros Compostos

O atual sistema financeiro utiliza o regime de juros compostos, pois ele oferece uma maior
rentabilidade se comparado ao regime de juros simples, onde o valor dos rendimentos se torna fixo,
e no caso do composto o juro incide mês a mês de acordo com o somatório acumulativo do capital
com o rendimento mensal, isto é, prática do juro sobre juro. As modalidades de investimentos e
financiamentos são calculadas de acordo com esse modelo de investimento, pois ele oferece um
maior rendimento, originando mais lucro.

Considere que uma pessoa aplique R$ 500,00 durante 8 meses em um banco que paga 1% de juro ao
mês. Qual será o valor ao final da aplicação?

A tabela demonstrará mês a mês a movimentação financeira na aplicação do regime de juros


compostos.

No final do 8º mês o montante será de R$ 541,43.

Uma expressão matemática utilizada no cálculo dos juros compostos é a seguinte:

M = C * (1 + i)t, onde:
M: montante
C: capital
i: taxa de juros
t: tempo de aplicação

Obs.: Os cálculos envolvendo juros compostos exigem conhecimentos de manuseio de


uma calculadora científica.

Exemplo 2
Qual o montante produzido por um capital de R$ 7.000,00 aplicados a uma taxa de juros mensais de
1,5% durante um ano?

C: R$ 7.000,00
i: 1,5% ao mês = 1,5/100 = 0,015
t: 1 ano = 12 meses

M = C * (1 + i)t
M = 7000 * (1 + 0,015)12
M = 7000 * (1,015)12
M = 7000 * 1,195618
M = 8369,33
O montante será de R$ 8.369,33.

Com a utilização dessa fórmula podemos também calcular o capital de acordo com o montante.

Exemplo 3
Calcule o valor do capital que, aplicado a uma taxa de 2% ao mês, rendeu em 10 meses a quantia de
R$ 15.237,43?

M: R$ 15.237,43
t: 10
i: 2% a.m. = 2/100 = 0,02

M = C * (1 + i)t
15237,43 = C * (1 + 0,02)10
15237,43 = C * (1,02)10
15237,43 = C * 1,218994
C = 15237,43 / 1,218994
C = 12500,00

O capital é de R$ 12.500,00.

Calculando a taxa de juros da aplicação.

Exemplo 4
Qual a taxa de juros empregada sobre o capital de R$ 8.000,00 durante 12 meses que gerou o
montante de R$ 10.145,93?

C: R$ 8.000,00
M: R$ 10.145,93
t: 12
i: ?

A taxa de juros da aplicação foi de 2%.

Calculando o tempo da aplicação. (Uso de técnicas de logaritmo)

Exemplo 5
Por quanto tempo devo aplicar um capital de R$ 800,00 a uma taxa de juros de 3% ao mês, para que
produza um montante de R$ 1.444,89?
C: R$ 800,00
M: R$ 1.444,89
i: 3% a.m.= 3/100 = 0,03
t: ?

1.444,89 = 800 * (1 + 0,03)t


1.444,89 = 800 * 1,03t
1.444,89/800 = 1,03t
1,03t = 1,806 (aplicar propriedade dos logaritmos)
log1,03t = log1,806
t * log1,03 = log1,806
t * 0,013 = 0,257
t = 0,257/0,013
t = 20

O capital deverá ficar aplicado por 20 meses.

Na tabela dos 100 primeiros números naturais destacamos em azul os números primos, portanto os
números primos entre 1 e 100 são: 2, 3, 5, 7, 11, 13, 17, 19, 23, 29, 31, 37, 41, 43, 47, 53, 59, 61, 67,
71, 73, 79, 83, 89, 97.
Juros Simples
O regime de juros será simples quando o percentual de juros incidir apenas sobre o valor principal. Sobre os juros
gerados a cada período não incidirão novos juros. Valor Principal ou simplesmente principal é o valor inicial emprestado
ou aplicado, antes de somarmos os juros. Transformando em fórmula temos:

J=P.i.n

Onde:

J = juros
P = principal (capital)
i = taxa de juros
n = número de períodos

Exemplo: Temos uma dívida de R$ 1000,00 que deve ser paga com juros de 8% a.m. pelo regime de juros simples e
devemos pagá-la em 2 meses. Os juros que pagarei serão:

J = 1000 x 0.08 x 2 = 160

Ao somarmos os juros ao valor principal temos o montante.

Montante = Principal + Juros


Montante = Principal + ( Principal x Taxa de juros x Número de períodos )

M=P.(1+(i.n))

Exemplo: Calcule o montante resultante da aplicação de R$70.000,00 à taxa de 10,5% a.a. durante 145 dias.
SOLUÇÃO:
M = P . ( 1 + (i.n) )
M = 70000 [1 + (10,5/100).(145/360)] = R$72.960,42
Observe que expressamos a taxa i e o período n, na mesma unidade de tempo, ou seja, anos. Daí ter dividido 145
dias por 360, para obter o valor equivalente em anos, já que um ano comercial possui 360 dias.

Exercícios sobre juros simples:

1) Calcular os juros simples de R$ 1200,00 a 13 % a.t. por 4 meses e 15 dias.

0.13 / 6 = 0.02167
logo, 4m15d = 0.02167 x 9 = 0.195

j = 1200 x 0.195 = 234

2 - Calcular os juros simples produzidos por R$40.000,00, aplicados à taxa de 36% a.a., durante 125 dias.
Temos: J = P.i.n
A taxa de 36% a.a. equivale a 0,36/360 dias = 0,001 a.d.
Agora, como a taxa e o período estão referidos à mesma unidade de tempo, ou seja, dias, poderemos calcular
diretamente:
J = 40000.0,001.125 = R$5000,00
3 - Qual o capital que aplicado a juros simples de 1,2% a.m. rende R$3.500,00 de juros em 75 dias?
Temos imediatamente: J = P.i.n ou seja: 3500 = P.(1,2/100).(75/30)
Observe que expressamos a taxa i e o período n em relação à mesma unidade de tempo, ou seja, meses. Logo,
3500 = P. 0,012 . 2,5 = P . 0,030; Daí, vem:
P = 3500 / 0,030 = R$116.666,67

4 - Se a taxa de uma aplicação é de 150% ao ano, quantos meses serão necessários para dobrar um capital aplicado
através de capitalização simples?

Objetivo: M = 2.P
Dados: i = 150/100 = 1,5
Fórmula: M = P (1 + i.n)
Desenvolvimento:
2P = P (1 + 1,5 n)
2 = 1 + 1,5 n
n = 2/3 ano = 8 meses

Exercícios

1) O juro produzido por um capital de 5.000,00 aplicado à taxa de juros simples de 6% a.a. durante 2 anos é igual a:
a) 500,00
b) 1.200,00
c) 1.000,00
d) 800,00
e) 600,00

2) O juro de uma aplicação de 1.000,00 em 18 meses, se a taxa de juros é de 42% a.a. é de:
a) 720,00
b) 420,00
c) 756,00
d) 630,00
e) 1.200,00

3) A quantia a ser aplicada em uma instituição financeira que paga a taxa de juros simples de 8% a.a., para que se
obtenha 1.000,00 no fim de 4 anos é:
a) 320,00
b) 543,47
c) 238,09
d) 570,00
e) 757,58

4) Um capital aplicado a 5% ao mês a juro simples, triplicará em:


a) 3 anos
b) 80 meses
c) 40 meses
d) 12 meses
e) 50meses

5) Um principal de R$ 5.000,00 é aplicado à taxa de juros simples de 2,2% a.m., atingindo, depois de certo período, um
montante equivalente ao volume de juros gerados por outra aplicação de R$ 12.000,00 a 5% a.m. durante 1 ano. O
prazo de aplicação do primeiro principal foi de:
a) 10 meses
b) 20 meses
c) 2 anos
d) 1,5 ano
e) 30 meses

6) A taxa de juros simples relativa a uma aplicação de R$ 10.000,00 por um período de 10 meses, que gera um
montante de R$ 15.000,00 é de:
a) 48% a.a.
b) 15% a.m.
c) 10% a.m.
d) 100% a.a.
e) 5% a.m.

7) Uma loja oferece um relógio por R$ 3.000,00 à vista ou 20% do valor à vista, como entrada, e mais um pagamento de
R$ 2.760,00 após 6 meses. A taxa de juros cobrada é de:
a) 30% a.a.
b) 1% a.d.
c) 3% a.m.
d) 360% a.a.
e) 12% a.a.

8) As taxas de juros ao ano, proporcionais às taxas 25% a.t.; 18% a.b.; 30% a.q. e 15% a.m., são, respectivamente:
a) 100%; 108%; 90%; 180%
b) 100%; 180%; 90%; 108%
c) 75%; 26%; 120%; 150%
d) 75%; 150%; 120%; 26%
e) 100%; 150%; 120%; 108%

9) As taxas de juros bimestrais equivalentes às taxas de 120% a.a.; 150% a.s.; 86% a.q. e 90% a.t. são
respectivamente:
a) 40%; 100%; 86%; 120%
b) 60%; 43%; 50%; 20%
c) 20%; 50%; 43%; 60%
d) 120%; 86%; 100%; 40%
e) 20%; 43%; 50%; 60%

10) Uma pessoa aplicou R$ 1.500,00 no mercado financeiro e após 5 anos recebeu o montante de R$ 3.000,00. Que
taxa equivalente semestral recebeu?
a) 10%
b) 40%
c) 6,6%
d) 8,4%
e) 12%

11) Os juros simples comercial e exato das propostas abaixo relacionadas são, respectivamente:
• R$ 800,00 a 20% a.a., por 90 dias
• R$ 1.100,00 a 27% a.a., por 135 dias
• R$ 2.800,00 a 30% a.a., por 222 dias
a) 111,38 e 109,85; 518,00 e 510,90; 40,00 e 39,45
b) 40,00 e 39,45; 111,38 e 109,85; 518,00 e 519,90
c) 39,45 e 40,00; 109,85 e 111,38; 510,90 e 518,00
d) 40,00 e 39,95; 109,85 e 111,38; 518,00 e 510,90
e) 40,00 e 111,38; 39,45 e 109,85; 510,90 e 518,00

12) O juro simples exato do capital de R$ 33.000,00, colocado à taxa de 5% a.a., de 2 de janeiro de 1945 a 28 de maio
do mesmo ano, foi de:
a) R$ 664,52
b) R$ 660,00
c) R$ 680,00
d) R$ 658,19
e) R$ 623,40

13) A quantia de R$ 1.500,00 foi aplicada à taxa de juros de 42% a.a., pelo prazo de 100 dias. O juro dessa aplicação se
for considerado juro comercial e juro exato, será, em R$, respectivamente:
a) 175,00 e 172,12
b) 172,12 e 175,00
c) 175,00 e 172,60
d) 172,60 e 175,00
e) 170,00 e 175,00

14) Um capital de R$ 2.500,00 foi aplicado à taxa de 25% a.a. em 12 de fevereiro de 1996. Se o resgate for efetuado
em 03 de maio de 1996, o juro comercial recebido pelo aplicador foi, em R$, de:
a) 138,89
b) 138,69
c) 140,26
d) 140,62
e) 142,60

15) Certa pessoa obteve um empréstimo de R$ 100.000,00, à taxa de juros simples de 12% a.a. Algum tempo depois,
tendo encontrado quem lhe emprestasse R$ 150.000,00 à taxa de juros simples de 11% a.a., liquidou a dívida inicial e,
na mesma data, contraiu novo débito. Dezoito meses depois de ter contraído o primeiro empréstimo, saldou sua
obrigação e verificou ter pago um total de R$ 22.500,00 de juros. Os prazos do primeiro e do segundo empréstimo são,
respectivamente:
a) 12 meses e 6 meses
b) 18 meses e 6 meses
c) 6 meses e 12 meses
d) 6 meses e 18 meses
e) 12 meses e 18 meses

16) João fez um depósito a prazo fixo por 2 anos. Decorrido o prazo, o montante, que era de R$ 112.000,00, foi
reaplicado em mais um ano a uma taxa de juros 15% superior à primeira. Sendo o montante de R$ 137.760,00 e o
regime de capitalização juros simples, o capital inicial era, em R$:
a) 137.760,00
b) 156.800,00
c) 80.000,00
d) 96.000,00
e) 102.000,00

17) O prazo em que um capital colocado à taxa de 5% a.a., rende um juro comercial igual a 1/50 de seu valor é igual a:
a) 144 dias
b) 146 dias
c) 150 dias
d) 90 dias
e) 80 dias

18) Uma pessoa sacou R$ 24.000,00 de um banco sob a condição de liquidar o débito no final de 3 meses e pagar ao
todo R$ 24.360,00. A taxa de juro cobrada pelo uso daquele capital foi de:
a) 4,06% a.a.
b) 6% a.a.
c) 4,5% a.a.
d) 8% a.a.
e) 1% a.m.

19) Um agricultor, possuidor de um estoque de 5.000 sacas de café, na esperança de uma alta do produto, rejeita uma
oferta de compra desse estoque ao preço de R$ 80,00 a saca. Dois meses mais tarde, forçado pelas circustâncias,
vende o estoque ao preço de R$ 70,00 a saca. Sabendo-se que a taxa corrente de juro é de 6% a.a., o prejuízo real do
agricultor, em R$, foi de:
a) 350.000,00
b) 50.000,00
c) 54.000,00
d) 38.000,00
e) 404.000,00

20) A taxa de juros anual a que de ser colocado um capital para que produza 1/60 de seu valor em 4 meses é de:
a) 7,2%
b) 8%
c) 4%
d) 6%
e) 5%

21) Um negociante obteve R$ 100.000,00 de empréstimo à taxa de 7% a.a. Alguns meses depois, tendo encontrado
quem lhe oferecesse a mesma importância a 6% a.a., assumiu o compromisso com essa pessoa e, na mesma data,
liquidou a dívida com a primeira. Um ano depois de realizado o primeiro empréstimo, saldou o débito e verificou que
pagou, ao todo, R$ 6.250,00 de juros. O prazo do primeiro empréstimo foi de?
a) 9 meses
b) 6 meses
c) 11 meses
d) 3 meses
e) 7 meses

22) Uma pessoa deposita num banco um capital que, no fim de 3 meses (na época do encerramento das contas), se
eleva, juntamente com o juro produzido, a R$ 18.180,00. Este montante, rendendo juro à mesma taxa e na mesma
conta, produz, no fim de 6 meses, outro montante de R$ 18.543,60. O capital inicial foi de, em R$:
a) 18.000,00
b) 16.000,00
c) 15.940,00
d) 17.820,00
e) 17.630,00

23) A taxa de juro do banco foi de:


a) 48% a.a.
b) 3% a.m.
c) 8% a.a.
d) 10% a.a.
e) 4% a.a.
24) O prazo para que o montante produzido por um capital de R$ 1.920,00, aplicado a 25% a.a., se iguale a um outro
montante produzido por um capital de R$ 2.400,00 aplicado a 15% a.a., admitindo-se que os dois capitais sejam
investidos na mesma data, é de:
a) 4 meses
b) 6 anos
c) 6 meses
d) 2 anos
e) 4 anos

25) Emprestei R$ 55.000,00, durante 120 dias, e recebi juros de R$ 550,00. A taxa mensal aplicada foi de:
a) 2,5% a.m.
b) 25,25% a.m.
c) 2,25% a.m.
d) 0,25% a.m.
e) 4% a.m.

26) Uma pessoa deposita R$ 30.000,00 num banco que paga 4% a.a. de juros, e receber, ao fim de certo tempo, juros
iguais a 1/6 do capital. O prazo de aplicação desse dinheiro foi de:
a) 60 meses
b) 80 meses
c) 50 meses
d) 4 anos
e) 2100 dias

27) Uma pessoa emprestou certo capital a 6% a.a. Depois de um ano e meio retirou o capital e os juros e aplicou
novamente o total, desta vez a 8% a.a. Sabendo que no fim de 2 anos e meio, após a segunda aplicação, veio a retirar
o montante de R$ 26.160,00. O capital emprestado no início foi de, em R$:
a) 20.000,00
b) 21.800,00
c) 23.600,00
d) 19.000,00
e) 19.630,00

28) O capital que, aplicado a uma taxa de 3/4% a.m., produz R$ 10,80 de juros anuais é, em R$:
a) 144,00
b) 97,20
c) 110,00
d) 90,00
e) 120,00

29) Um capital aumentado de seus juros durante 15 meses se elevou a R$ 264,00. Esse mesmo capital diminuído de
seus juros durante 10 meses ficou reduzido a R$ 224,00. A taxa empregada foi de:
a) 18% a.a.
b) 8% a.a.
c) 1% a.m.
d) 0,5% a.m.
e) 0,01% a.d.

30) Certa pessoa emprega metade de seu capital juros simples, durante 2 anos, à taxa de 5% a.a. e metade durante 3
anos, à taxa de 8% a.a., obtendo, assim, o rendimento total de R$ 2.040,00. O seu capital é de, em R$:
a) 6.000,00
b) 12.000,00
c) 14.000,00
d) 7.000,00
e) 12.040,00

31) A taxa mensal de um capital igual R$ 4.200,00, aplicado por 480 dias e que rendeu R$ 1.232,00 de juros é de:
a) 2,08%
b) 8.08%
c) 1,83%
d) 3,68%
e) 2,44%

32) (TTN/89) Calcular os juros simples que um capital de 10.000,00 rende em um ano e meio aplicado à taxa de 6% a.a.
Os juros são de:
a) 700,00
b) 1.000,00
c) 1.600,00
d) 600,00
e) 900,00

33) (TTN/89) O capital que, investido hoje a juros simples de 12% a.a., se elevará a R$ 1.296,00 no fim de 8 meses, é
de:
a) 1.100,00
b) 1.000,00
c) 1.392,00
d) 1.200,00
e) 1.399,68

34) (TTN/92) Quanto se deve aplicar a 12% ao mês, para que se obtenha os mesmos juros simples que os produzidos
por Cr$ 400.000,00 emprestados a 15% ao mês, durante o mesmo período?
a) Cr$ 420.000,00
b) Cr$ 450.000,00
c) Cr$ 480.000,00
d) Cr$ 520.000,00
e) Cr$ 500.000,00

Gabarito:

1E – 2D – 3E – 4C – 5B – 6E – 7A – 8A – 9C – 10A – 11B – 12B – 13C – 14D – 15C -16C – 17A – 18B – 19C – 20E –
21D – 22A – 23E – 24E – 25D – 26C – 27A – 28E – 29B – 30B – 31C – 32E – 33D – 34E
Matemática Financeira

Elementos básicos em Matemática Financeira


A Matemática Financeira é uma ferramenta útil na análise de algumas alternativas de investimentos ou
financiamentos de bens de consumo. A idéia básica é simplificar a operação financeira a um Fluxo de Caixa
e empregar alguns procedimentos matemáticos.
Capital: O Capital é o valor aplicado através de alguma operação financeira. Também conhecido como:
Principal, Valor Atual, Valor Presente ou Valor Aplicado. Em língua inglesa, usa-se Present Value, indicado
nas calculadoras financeiras pela tecla PV.
Juros: Juros representam a remuneração do Capital empregado em alguma atividade produtiva. Os juros
podem ser capitalizados segundo os regimes: simples ou compostos, ou até mesmo, com algumas
condições mistas.

Regime Processo de funcionamento


Simples Somente o principal rende juros.
Após cada período, os juros são incorporados ao Capital,
Compostos
proporcionando juros sobre juros.

Notações comuns que serão utilizadas neste material

C Capital
n número de períodos
j juros simples decorridos n períodos
J juros compostos decorridos n períodos
r taxa percentual de juros
i taxa unitária de juros (i = r / 100)
P Principal ou valor atual
M Montante de capitalização simples
S Montante de capitalização composta

Compatibilidade dos dados


Se a taxa de juros for mensal, trimestral ou anual, os períodos deverão ser respectivamente, mensais,
trimestrais ou anuais, de modo que os conceitos de taxas de juros e períodos sejam compatíveis, coerentes
ou homogêneos. Situações onde isto não ocorre, serão estudadas à parte e deverão ser feitas conversões
de unidades.
Exemplo: Na fórmula
F(i,n) = 1 + i n
a taxa unitária de juros i deverá estar indicada na mesma unidade de tempo que o número de períodos n, ou
seja, se a taxa é i=0,05 ao mês, então n deverá ser um número indicado em meses.

Juros simples
1. Se n é o numero de periodos, i é a taxa unitária ao período e P é o valor principal, então os juros
simples são calculados por:
j=Pin
Exemplo: Os juros simples obtidos por um capital P=1.250,00 durante 4 anos à taxa de 14% ao ano
são dados por:
j = 1.250,00 x 0,14 x 4 = 700,00
2. Se a taxa ao período é indicada percentualmente, substituimos i por r/100 e obtemos a fórmula:
j = P r n / 100
Exemplo: Os juros simples obtidos por um capital P=1.250,00 durante 4 anos à taxa de 14% ao ano
são dados por:
j = 1.250,00 x 14 x 4 / 100 = 700,00
3. Se a taxa é r % ao mês, usamos m como o número de meses e a fórmula:
j = P r m / 100
Exemplo: Os juros simples obtidos por um capital P=1.250,00 durante 4 anos (48 meses) à taxa de
2% ao mês são dados por:
j = 1.250,00 x 2 x 48 / 100 = 1.200,00
4. Se a taxa é r% ao dia, usamos d como o número de dias para obter os juros exatos (número exato
de dias) ou comerciais simples com a fórmula:
j = P r d / 100
Exemplo: Os juros simples obtidos por um capital P=1.250,00 durante 6 meses (180 dias) à taxa de
0,02% ao dia são dados por:
j = 1.250,00 x 0,02 x 180 / 100 = 45,00
Exemplo: Os juros simples exatos obtidos por um capital P=1.250,00 durante os 6 primeiros meses
do ano de 1999 (181 dias), à taxa de 0,2% ao dia, são dados por:
j = 1.250,00 x 0,2 x 181 / 100 = 452,50

Montante simples
Montante é a soma do Capital com os juros. O montante também é conhecido como Valor Futuro. Em língua
inglesa, usa-se Future Value, indicado nas calculadoras financeiras pela tecla FV. O montante é dado por
uma das fórmulas:
M = P + j = P (1 + i n)
Exemplo a: Se a taxa de uma aplicação é de 150% ao ano, quantos meses serão necessários para dobrar
um capital aplicado através de capitalização simples?
Objetivo: M=2P
Dados: i=150/100=1,5; Fórmula: M=P(1+in)
Desenvolvimento: Como 2P=P(1+1,5 n), então 2=1+1,5 n, logo
n = 2/3 ano = 8 meses

Exemplo b: Qual é o valor dos juros simples pagos à taxa i=100% ao ano se o valor principal é P=R$
1.000,00 e a dívida foi contraída no dia 10 de janeiro, sendo que deverá ser paga no dia 12 de abril do
mesmo ano?
Contagem do tempo:

Período Número de dias


De 10/01 até 31/01 21 dias
De 01/02 até 28/02 28 dias
De 01/03 até 31/03 31 dias
De 01/04 até 12/04 12 dias
Total 92 dias
Fórmula para o cálculo dos juros exatos:
j = P r (d / 365) / 100
Cálculo:
j = (1000×100×92/365)/100 = 252,05
Fluxo de caixa
Apresentaremos aqui, apenas alguns elementos sobre fluxo de caixa. O internauta interessado em obter
mais detalhes, poderá acessar outro link que construímos sobre Fluxo de caixa. Em nossa Página, existem
muitos outros links sobre Matemática Financeira que construímos para dar suporte a este curso.
Fluxo de Caixa é um gráfico contendo informações sobre Entradas e Saídas de capital, realizadas em
determinados períodos. O fluxo de caixa pode ser apresentado na forma de uma linha horizontal (linha de
tempo) com os valores indicados nos respectivos tempos ou na forma de uma tabela com estas mesmas
indicações.
A entrada de dinheiro para um caixa em um sistema bancário poderá ser indicada por uma seta para baixo
enquanto que o indivíduo que pagou a conta deverá colocar uma seta para cima. A inversão das setas é
uma coisa comum e pode ser realizada sem problema.
Consideremos uma situação em que foi feito um depósito inicial de R$5.000,00 em uma conta que rende
juros de 4% ao ano, compostos mensalmente e que se continue a depositar mensalmente valores de
R$1.000,00 durante os 5 meses seguintes. No 6º. mês quer-se conhecer o Valor Futuro da reunião destes
depósitos.

Para obter o Valor Futuro deste capital depositado em vários meses, usamos o fluxo de caixa e conceitos
matemáticos para calcular o valor resultante ou montante acumulado.

Juros compostos
Em juros compostos, o problema principal consiste em calcular o montante (soma) S obtido pela aplicação
de um único valor principal P no instante t=0, à taxa i de juros (por período) durante n períodos.
Exemplo preparatório: Consideremos uma situação hipotética que, em 1994 a correção da caderneta de
poupança tenha sido de 50% em cada um dos 5 primeiros meses do ano. Se uma pessoa depositou
$100,00 em 01/01/94, poderiamos montar uma tabela para obter o resultado acumulado em 01/06/94.

Tempo Data Valor Principal Juros Montante


0 01/01/94 100,00 0 100,00
1 01/02/94 100,00 50,00 150,00
2 01/03/94 150,00 75,00 225,00
3 01/04/94 225,00 112,50 337,50
4 01/05/94 337,50 168,75 506,20
5 01/06/94 506,25 253,13 759,38
Observamos que os juros foram calculados sobre os Principais nos inícios dos meses que correspondiam
aos montantes dos finais dos meses anteriores.
Juros Compostos são juros sobre juros (anatocismo)
A situação apresentada acima, pode ser analisada do ponto de vista matemático, com P=100,00 e
i=50%=0,5. Assim:
S1=100(1,5)1 S2=100(1,5)2 S3=100(1,5)3 S4=100(1,5)4 S5=100(1,5)5
Em geral:
Sn = P (1+i)n
onde

Sn Soma ou montante
P Valor Principal aplicado inicialmente
i taxa unitária
n número de períodos da aplicação
Observação: Relembramos que a taxa e o número de períodos devem ser compatíveis ou homogêneos com
respeito à unidade de tempo.

Montante composto
A fórmula para o cálculo do Montante, em função do valor Principal P, da taxa i ao período e do número de
períodos n, é dada por:
S = P (1+i)n
Exemplo: Se a taxa de uma aplicação é de 150% ao ano, quanto tempo será necessário para dobrar o
capital aplicado através de capitalização composta?
Objetivo: S=2P
Taxa anual: i=150/100=1,5. A fórmula é dada por:
S=P(1+i)n
Solução: 2P=P(1+1,5)n, logo
(2,5)n = 2
Para resolver esta última equação, aplicamos logaritmos a ambos os lados da igualdade, para obter:
n = log(2) / log(2,5) = 0,7564708 de 1 ano

Fator de Acumulação de Capital (Fator de P para S)


Se i é a taxa ao período, n é o número de períodos, definimos o Fator de Acumulação de Capital ou Fator de
P para S, denotado por FAC(i,n) ou FPS(i,n), como:
FAC(i,n) = FPS(i,n) = (1 + i)n
Agora, podemos escrever o montante composto S como o produto do valor Principal P por FAC(i,n):
S = P FAC(i,n) = P FPS(i,n)

Utilidade: O FAC(i,n)=(1+i)n pode ser obtido com uma calculadora simples, dessas que normalmente não
executam potências. Digita-se i, soma-se 1, aperta-se o sinal X (de multiplicação) e a seguir tecla-se o sinal
de igualdade n-1 vezes.

Existem algumas variações da fórmula do Montante Composto, que estão apresentadas abaixo:

S = P (1 + i)n

P = S (1+i)-n

Uma variação da fórmula de Montante composto é usada na obtenção do Valor Atual P de um capital futuro
conhecido S.
P=S(1+i)-n

Fator de Valor Atual


Se i é a taxa ao período, n é o número de períodos, o Fator de Valor Atual ou Fator de S para P ou Fator de
Desconto, denotado por FVA(i,n) ou FSP(i,n) como o inverso de FAC(i,n)=FPS(i,n):
FVA(i,n) = FSP(i,n) = (1+i)-n

Utilidade: O FVA(i,n)=(1+i)-n pode ser obtido com uma calculadora simples, dessas que normalmente não
executam potências. Digita-se i, soma-se 1, aperta-se o sinal X (de multiplicação) e o sinal = (igual) n-1
vezes para obter FAC(i,n) e a seguir teclamos o sinal de divisão e finalmente o sinal = (igual) para obter o
FVA(i,n), que é o inverso do FAC(i,n).

Cálculo de juros Compostos


J = P [(1+i)n-1]
Exemplo: Qual é o valor dos juros compostos pagos à taxa i=100% ao ano se o Principal é R$1.000,00 e a
dívida foi contraída no dia 10/01/94 e deverá ser paga em 12/04/94?
Solução: A contagem dos dias corresponde a d=92 dias.
Dúvida: Qual será a fórmula para juros compostos quando a taxa é anual e o período está indicado em uma
unidade diferente de 1 ano? A idéia é transformar 92 dias em unidades anuais para obter:
n = 92/365 de 1 ano = ~ 0,252055 = 1/4 ano
Principal: P=1000; Taxa anual: i=100/100=1. A fórmula empregada é:
J = P [(1+i)n-1]
Solução:
J=1000[(1+1)1/4-1]=1000(1,189207-1)=189,21
Teste: Você saberia obter a raiz quarta de um número com uma calculadora que só extrai a raiz quadrada?
E a raiz oitava de um número que só extrai a raiz quadrada?

Taxas
Taxa é um índice numérico relativo cobrado sobre um capital para a realização de alguma operação
financeira.
Taxas: (Matemática Financeira, Introdução ao Cap.6, José Dutra Vieira Sobrinho: "No mercado financeiro
brasileiro, mesmo entre os técnicos e executivos, reina muita confusão quanto aos conceitos de taxas de
juros principalmente no que se refere às taxas nominal, efetiva e real. O desconhecimento generalizado
desses conceitos tem dificultado o fechamento de negócios pela consequente falta de entendimento entre
as partes. Dentro dos programas dos diversos cursos de Matemática Financeira existe uma verdadeira
'poluição' de taxas de juros."
Não importando se a capitalização é simples ou composta, existem três tipos principais de taxas:

Taxa Nominal: A taxa Nominal é quando o período de formação e incorporação dos juros ao Capital não
coincide com aquele a que a taxa está referida.
Exemplos:
1. 1200% ao ano com capitalização mensal.
2. 450% ao semestre com capitalização mensal.
3. 300% ao ano com capitalização trimestral.

Taxa Efetiva: A taxa Efetiva é quando o período de formação e incorporação dos juros ao Capital coincide
com aquele a que a taxa está referida.
Exemplos:
1. 120% ao mês com capitalização mensal.
2. 450% ao semestre com capitalização semestral.
3. 1300% ao ano com capitalização anual.
Taxa Real: Taxa Real é a taxa efetiva corrigida pela taxa inflacionária do período da operação.

Conexão entre as taxas real, efetiva e de inflação: A taxa Real não é a diferença entre a taxa efetiva e a
taxa da inflação. Na realidade, existe uma ligação íntima entre as três taxas, dadas por:
1+iefetiva = (1+ireal) (1+iinflação)

Exemplo: Se a taxa de inflação mensal foi de 30% e um valor aplicado no início do mês produziu um
rendimento global de 32,6% sobre o valor aplicado, então o resultado é igual a 1,326 sobre cada 1 unidade
monetária aplicada. Assim, a variação real no final deste mês, será definida por:
vreal = 1 + ireal
que pode ser calculada por:
vreal = resultado / (1 + iinflação)
isto é:
vreal = 1,326 / 1,3 = 1,02
o que significa que a taxa real no período, foi de:
ireal = 2%

Aplicação em caderneta de poupança: Se o governo anuncia que a Caderneta de Poupança proporciona um


rendimento real de 0,5% ao mês (=0,005), significa que o seu dinheiro deve ser corrigido pela taxa da
inflação iinflação, isto é, deve ser multiplicado por 1 + iinflação e depois multiplicado por 1+0,5%=1,005.
Exemplo: Se uma pessoa possuia numa caderneta de poupança o valor de CR$ 670.890,45 no dia 30/04/93
e a taxa da inflação desde esta data até 30/05/93 foi de 35,64% entao ele terá em sua conta no dia
30/05/93, o valor de:
V = 670.890,45 x 1,3564 x 1,005 = 914.545,77

Taxas equivalentes
Duas taxas i1 e i2 são equivalentes, se aplicadas ao mesmo Capital P durante o mesmo período de tempo,
através de diferentes sistemas de capitalização, produzem o mesmo montante final.
Exemplo: A aplicação de R$1.000,00 à taxa de 10% ao mês durante 3 meses equivale a uma única
aplicação com a taxa de 33,1% ao trimestre. Observemos o Fluxo de caixa da situação.

Tomando P=1.000,00; i1=0,1 ao mês e n1=3 meses, seguirá pela fórmula do Montante composto, que :
S1=P(1+i1)3=1000(1+0,1)3=1000.(1,1)3=1331,00
Tomando P=1.000,00; i2=33,1% ao trimestre e n2=1 trimestre e usando a fórmula do Montante composto,
teremos:
S2=C(1+i2)1=1000(1+0,331)=1331,00
Logo S1=S2 e a taxa de 33,1% ao trimestre é equivalente à taxa capitalizada de 10% ao mês no mesmo
trimestre.
Observação sobre taxas equivalentes: Ao afirmar que a taxa nominal de uma aplicação é de 300% ao ano
capitalizada mensalmente, estamos entendemos que a taxa é de 25% ao mês e que está sendo aplicada
mês a mês, porque:
i = 300/12 = 25
Analogamente, temos que a taxa nominal de 300% ao ano corresponde a uma taxa de 75% ao trimestre,
aplicada a cada trimestre, porque:
i = 300/4 = 75
É evidente que estas taxas não são taxas efetivas.

Cálculos de taxas equivalentes: Como vimos, taxas equivalentes são aquelas obtidas por diferentes
processos de capitalização de um mesmo Principal P para obter um mesmo montante S.
Consideraremos ia uma taxa ao ano e ip uma taxa ao período p, sendo que este período poderá ser: 1
semestre, 1 quadrimestre, 1 trimestre, 1 mês, 1 quinzena, 1 dia ou outro que se deseje. Deve ficar claro que
tomamos 1 ano como o período integral e que o número de vezes que cada período parcial ocorre em 1 ano
é indicado por Np.
Exemplo: 1 ano = 2 semestres = 3 quadrimestres = 4 trimestres = 12 meses = 24 quinzenas = 360 dias.
A fórmula básica que fornece a equivalência entre duas taxas é:
1 + ia = (1+ip)Np
onde

ia taxa anual
ip taxa ao período
Np número de vezes em 1 ano

Situações possíveis com taxas equivalentes


Fórmula Taxa Período Número de vezes
1+ia = (1+isem)2 isem semestre 2
1+ia = (1+iquad)3 iquad quadrimestre 3
1+ia = (1+itrim)4 itrim trimestre 4
1+ia = (1+imes)12 imes mês 12
1+ia = (1+iquinz)24 iquinz quinzena 24
1+ia = (1+isemana)24 isemana semana 52
1+ia = (1+idias)365 idias dia 365

Exemplo: Qual será a taxa efetiva que equivale à taxa de 12% ao ano capitalizada mês a mês?
Vamos entender a frase: "12% ao ano capitalizada mês a mês". Ela significa que devemos dividir 12% por
12 meses para obter a taxa que é aplicada a cada 1 mês. Se estivesse escrito "12% ao ano capitalizada
trimestralmente" deveriamos entender que a taxa ao trimestre seria igual a 12% dividido por 4 (número de
trimestres de 1 ano) que é 3%.
Vamos observar o fluxo de caixa da situação:
Solução: A taxa mensal é i1=12%/12=1%=0,01, assim a taxa efetiva pode ser obtida por
1+i2 = (1,01)12 = 1,1268247
logo
i2 = 0,1268247 = 12,68247%
Observação: Se iinflação=0, a taxa real equivale à taxa efetiva.
Exemplo: Qual é a taxa mensal efetiva que equivale à taxa de 12% ao ano? Neste caso, a fórmula a ser
usada é:
1+ia = (1 + imes)12
Como ia=12%=0,12 basta obter i(mes) com a substituição dos valores na fórmula acima para obter:
1,12 = [1 + i(mes)]12
Existem outras maneiras para resolver esta equação exponencial mas aplicaremos o logaritmo na base 10 a
ambos os lados da igualdade para obter:
log(1,12) = 12 log[1+i(mes)]
log(1,12)/12 = log[1 + i(mes)]
0,04921802267018/12 = log[1 + i(mes)]
0,004101501889182 = log[1+i(mes)]

assim
100,004101501889182 = 10log[1+i(mes)]
Desenvolvendo a potência obtemos:
1,009488792934 = 1 + i(mes)
0,009488792934 = i(mes)
i(mes) = 0,9488792934%

Observação: Interprete os últimos exemplos com muito cuidado!


Descontos
Notações comuns na área de descontos:

D Desconto realizado sobre o título


A Valor Atual de um título
N Valor Nominal de um título
i Taxa de desconto
n Número de períodos para o desconto
Desconto é a diferença entre o Valor Nominal de um título (futuro) N e o Valor Atual A deste mesmo título.
D=N-A
Há dois tipos básicos de descontos: Comerciais (por fora) ou Racionais (por dentro).
Tipos de descontos
Descontos simples são obtidos com cálculos lineares, mas os Descontos compostos são obtidos com
cálculos exponenciais.

Desconto Simples Comercial (por fora): O cálculo deste desconto é análogo ao cálculo dos juros simples,
substituindo-se o Capital P na fórmula de juros simples pelo Valor Nominal N do título.

Desconto por fora Juros simples


D=Nin j=Pin
N = Valor Nominal P = Principal
i = taxa de desconto i = taxa de juros
n = no. de períodos n = no. de períodos
O valor atual no desconto por fora, é calculado por:
A = N-D = N-N.i.n = N(1-i.n)

Desconto Simples Racional (por dentro): O cálculo deste desconto funciona análogo ao cálculo dos juros
simples, substituindo-se o Capital P na fórmula de juros simples pelo Valor Atual A do título.
O cálculo do desconto racional é feito sobre o Valor Atual do título.

Desconto por dentro Juros simples


D=Ain j = P.i.n
N = Valor Atual P = Principal
i = taxa de desconto i = taxa de juros
n = no. de períodos n = no. de períodos
O valor atual, no desconto por dentro, é dado por:
A = N / (1 + i n)

Desconto Comercial composto (por fora): Este tipo de desconto não é usado no Brasil e é análogo ao
cálculo dos Juros compostos, substituindo-se o Principal P pelo Valor Nominal N do título.

Desconto composto por fora Juros compostos


A = N(1-i)n S = P(1+i)n
A = Valor Atual P = Principal
i = taxa de desconto negativa i = taxa de juros
n = no. de períodos n = no. de períodos
Apenas para fins didáticos, iremos obter a fórmula para o cálculo deste desconto. Ela é obtida por
aplicações repetidas do desconto simples para 1 período.
Para n=1, o desconto composto por fora funciona como o desconto simples por fora, logo:
A1 = N(1-i)
onde A1 é o valor atual do título com valor nominal N. Para n=2, devemos reaplicar o mesmo processo,
substituindo agora N por A1, para obter A2, isto é:
A2 = A1(1-i) = N(1-i)2
Por este raciocínio, temos que, para cada número natural n:
An = N(1-i)n
Esta fórmula é similar à formula do montante composto, dada por:
S = P(1+i)n

Desconto Racional composto (por dentro): Este tipo de desconto é muito utilizado no Brasil.
Como D = N - A e como N = A(1 + i)n , então
D = N-N(1+i)-n = N.[1-(1+i)-n]
O melhor estudo que se pode fazer com o desconto racional composto é considerar o Valor Atual A como o
capital inicial de uma aplicação e o Valor Nominal N como o montante desta aplicação, levando em
consideração que as taxas e os tempos funcionam de forma similar nos dois casos.

Exemplo a: Qual é o desconto racional composto de um título cujo valor nominal é R$10.000,00, se o prazo
de vencimento é de n=5 meses e a taxa de desconto é de 3,5% ao mês.
Solução:
D = 10.000,00 [(1,035)5-1]/1,0355 = 1.580,30

Exemplo b: Uma empresa emprestou um valor que deverá ser pago 1 ano após em um único pagamento de
R$ 18.000,00 à taxa de 4,5% ao mês. Cinco meses após ter feito o empréstimo a empresa já tem condições
de resgatar o título. Se a empresa tiver um desconto racional composto calculado a uma taxa equivalente à
taxa de juros cobrada na operação do empréstimo, qual será o valor líquido a ser pago pela empresa?
Dados: Valor nominal: N=18.000,00; taxa mensal: i=4,5%=0,045
Número de períodos para o desconto: n=12-5=7
Fórmula: D = N.[(1+i)n-1]/(1+i)n
Matrizes e Determinantes
Matriz de ordem m x n : Para os nossos propósitos, podemos considerar uma matriz como sendo uma
tabela rectangular de números reais (ou complexos) dispostos em m linhas e n colunas. Diz-se então que a
matriz tem ordem m x n (lê-se: ordem m por n)

Exemplos:

A = ( 1 0 2 -4 5) ® Uma linha e cinco colunas ( matriz de ordem 1 por 5 ou 1 x 5)

B é uma matriz de quatro linhas e uma coluna, portanto de ordem 4 x 1.

Notas:

1) se m = n , então dizemos que a matriz é quadrada de ordem n.

Exemplo:

A matriz X é uma matriz quadrada de ordem 3x3 , dita simplesmente de ordem 3 .


2) Uma matriz A de ordem m x n , pode ser indicada como A = (a ij )mxn , onde aij é um elemento da linha i e
coluna j da matriz.
Assim , por exemplo , na matriz X do exemplo anterior , temos a 23 = 2 , a31 = 4 , a33= 3 , a3,2 = 5 , etc.

3) Matriz Identidade de ordem n : In = ( aij )n x n onde aij = 1 se i = j e aij = 0 se i ¹ j .

Assim a matriz identidade de 2ª ordem ou seja de ordem 2x2 ou simplesmente de ordem 2 é:

A matriz identidade de 3ª ordem ou seja de ordem 3x3 ou simplesmente de ordem 3 é:

4) Transposta de um matriz A : é a matriz At obtida de A permutando-se as linhas pelas colunas e vice-


versa.

Exemplo:
A matriz At é a matriz transposta da matriz A .

Notas:

4.1) se A = At , então dizemos que a matriz A é simétrica.

4.2) Se A = - At , dizemos que a matriz A é anti-simétrica.


É óbvio que as matrizes simétricas e anti-simétricas são quadradas .

4.3) sendo A uma matriz anti-simétrica , temos que A + At = 0 (matriz nula) .

Produto de matrizes

Para que exista o produto de duas matrizes A e B , o número de colunas de A , tem de ser igual ao número
de linhas de B.
Amxn x Bnxq = Cmxq

Observe que se a matriz A tem ordem m x n e a matriz B tem ordem n x q , a matriz produto C tem ordem m
xq.
Vamos mostrar o produto de matrizes com um exemplo:

Onde L1C1 é o produto escalar dos elementos da linha 1 da 1ª matriz pelos elementos da coluna1 da
segunda matriz, obtido da seguinte forma:

L1C1 = 3.2 + 1.7 = 13. Analogamente, teríamos para os outros elementos:


L1C2 = 3.0 + 1.5 = 5
L1C3 = 3.3 + 1.8 = 17
L2C1 = 2.2 + 0.7 = 4
L2C2 = 2.0 + 0.5 = 0
L2C3 = 2.3 + 0.8 = 6
L3C1 = 4.2 + 6.7 = 50
L3C2 = 4.0 + 6.5 = 30
L3C3 = 4.3 + 6.8 = 60, e, portanto, a matriz produto será igual a:

Observe que o produto de uma matriz de ordem 3x2 por outra 2x3, resultou na matriz produto P
de ordem 3x3.
Nota: O produto de matrizes é uma operação não comutativa, ou seja: A x B ¹ B x A

DETERMINANTES

Entenderemos por determinante , como sendo um número ou uma função, associado a uma matriz
quadrada , calculado de acordo com regras específicas .

É importante observar , que só as matrizes quadradas possuem determinante .


Regra para o cálculo de um determinante de 2ª ordem
Dada a matriz quadrada de ordem 2 a seguir:

• O determinante de A será indicado por det(A) e calculado da seguinte forma :


• det (A) = ½ A½ = ad - bc

Exemplo:

Ora, senx.senx + cosx.cosx = sen2x + cos2x = 1 ( Relação Fundamental daTrigonometria ) . Portanto, o


determinante da matriz dada é igual à unidade.

Regra para o cálculo de um determinante de 3ª ordem ( Regra de SARRUS).

SARRUS (pronuncia-se Sarrí), cujo nome completo é Pierre Frederic SARRUS(1798 - 1861), foi professor
na universidade francesa de Strasbourg. A regra de SARRUS, foi provavelmente escrita no ano de 1833.

Nota: São escassas, e eu diria, inexistentes, as informações sobre o Prof. SARRUS nos livros de
Matemática do segundo grau, que apresentam (ou mais simplesmente apenas citam) o nome do professor,
na forma REGRA DE SARRUS, para o cálculo dos determinantes de terceira ordem. Graças ao Prof. José
Porto da Silveira - da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, pudemos disponibilizar a valiosa
informação acima! O Prof. SARRUS, foi premiado pela Academia Francesa de Ciências, pela autoria de um
trabalho que versava sobre as integrais múltiplas, assunto que vocês estudarão na disciplina Cálculo III,
quando chegarem à Universidade.

Para o cálculo de um determinante de 3ª ordem pela Regra de Sarrus, proceda da seguinte maneira:

1 - Reescreva abaixo da 3ª linha do determinante, a 1ª e 2ª linhas do determinante.

2 - Efetue os produtos em "diagonal" , atribuindo sinais negativos para os resultados à esquerda e sinal
positivo para os resultados à direita.

3 - Efetue a soma algébrica. O resultado encontrado será o determinante associado à matriz dada.

Exemplo:

.2 3 5
.1 7 4
Portanto, o determinante procurado é o número real negativo .- 77.

Principais propriedades dos determinantes

P1) somente as matrizes quadradas possuem determinantes.

P2) o determinante de uma matriz e de sua transposta são iguais: det(A) = det( A t ).

P3) o determinante que tem todos os elementos de uma fila iguais a zero , é nulo.
Obs: Chama-se FILA de um determinante, qualquer LINHA ou COLUNA.
P4) se trocarmos de posição duas filas paralelas de um determinante, ele muda de sinal.

P5) o determinante que tem duas filas paralelas iguais ou proporcionais, é nulo.

P6) multiplicando-se (ou dividindo-se) os elementos de uma fila por um número, o determinante fica
multiplicado (ou dividido) por esse número.

P7) um determinante não se altera quando se substitui uma fila pela soma desta com uma fila paralela,
multiplicada por um número real qualquer.

P8) determinante da matriz inversa : det( A -1) = 1/det(A) .


Se A-1 é a matriz inversa de A , então A . A-1 = A-1 . A = In , onde In é a matriz identidade de ordem n . Nestas
condições , podemos afirmar que det(A.A-1) = det(In) e portanto igual a 1.
Logo , podemos também escrever det(A) . det(A-1) = 1 ;
logo , concluímos que: det(A-1) = 1 / det(A).

Notas:

1) se det(A) = 0 , não existe a matriz inversa A-1. Dizemos então que a matriz A é SINGULAR ou NÃO
INVERSÍVEL .

2) se det A ¹ 0 , então a matriz inversa A-1 existe e é única . Dizemos então que a matriz A é INVERSÍVEL .

P9) Se todos os elementos situados de um mesmo lado da diagonal principal de uma matriz quadrada de
ordem n , forem nulos (matriz triangular), o determinante é igual ao produto dos elementos da diagonal
principal.

P10) Se A é matriz quadrada de ordem n e k Î R então det(k.A) = kn . det A

Exemplos:

1) Qual o determinante associado à matriz?

Observe que a 4ª linha da matriz é proporcional à 1ª linha (cada elemento da 4ª linha é obtido multiplicando
os elementos da 1ª linha por 3). Portanto, pela propriedade P5 , o determinante da matriz dada é NULO.

2) Calcule o determinante:

Observe que a 2ª coluna é composta por zeros; FILA NULA Þ DETERMINANTE NULO , conforme
propriedade P3 acima. Logo, D = 0.

3) Calcule o determinante:
Ora, pela propriedade P9 acima, temos: D = 2.5.9 = 90

Exercícios propostos:

1) As matrizes A e B , quadradas de ordem 3, são tais que B = 2.At , onde A t é a matriz transposta de A. Se
o determinante de B é igual a 40 , então o determinante da matriz inversa de A é igual a:

*a) 1/5
b) 5
c) 1/40
d) 1/20
e) 20

2) Seja a matriz A de ordem n onde aij = 2 para i = j e aij = 0 para i ¹ j .


Se det (3A) = 1296 , então n é igual a:
Resp: n = 4
3) Determine a soma dos elementos da diagonal principal da matriz A = ( aij ) 3 X 3 , onde
aij = i + j se i ³ j ou aij = i - j se i < j. Qual o determinante de A?
Resp: soma dos elementos da diagonal principal = 12 e determinante = 82

4) Se A = ( aij ) é matriz quadrada de ordem 3 tal que aij = i - j então podemos afirmar que o determinante da
matriz 5 A é igual a:
Resp: zero

Matrizes e Determinantes II

1 - Definições:
1.1 - Chama-se Menor Complementar ( Dij ) de um elemento aij de uma matriz quadrada A, ao determinante
que se obtém eliminando-se a linha i e a coluna j da matriz.
Assim, dada a matriz quadrada de terceira ordem (3x3) A a seguir :

Podemos escrever:
D23 = menor complementar do elemento a23 = 9 da matriz A . Pela definição, D23 será igual ao determinante
que se obtém de A, eliminando-se a linha 2 e a coluna 3, ou seja:

Da mesma forma determinaríamos D11, D12, D13, D21, D22, D31, D32 e D33. Faça os cálculos como
exercício!
1.2 - Cofator de um elemento aij de uma matriz : cof ( aij ) = (-1 ) i+j . Dij .
Assim por exemplo, o cofator do elemento a23 = 9 da matriz do exemplo anterior, seria igual a:
cof(a23) = (-1)2+3 . D23 = (-1)5 . 10 = - 10.

2 - Teorema de Laplace

• O determinante de uma matriz quadrada é igual à soma dos produtos dos elementos de uma fila
qualquer (linha ou coluna) pelos respectivos cofatores.

• Este teorema permite o cálculo do determinante de uma matriz de qualquer ordem. Como já
conhecemos as regras práticas para o cálculo dos determinantes de ordem 2 e de ordem 3, só
recorremos à este teorema para o cálculo de determinantes de 4ª ordem em diante. O uso desse
teorema, possibilita abaixar a ordem do determinante. Assim, para o cálculo de um determinante de
4ª ordem, a sua aplicação resultará no cálculo de quatro determinantes de 3ª ordem. O cálculo de
determinantes de 5ª ordem, já justifica o uso de planilhas eletrônicas, a exemplo do Excel for
Windows, Lótus 1-2-3, entre outros.

• Para expandir um determinante pelo teorema de Laplace, é mais prático escolher a fila (linha ou
coluna) que contenha mais zeros, pois isto vai facilitar e reduzir o número de cálculos necessários.

• Pierre Simon Laplace - (1749-1827) - Matemático e astrônomo francês.

3 - Cálculo da inversa de uma matriz.


a) A matriz inversa de uma matriz X , é a matriz X-1 , tal que X . X-1 = X-1 . X = In , onde In é a matriz
identidade de ordem n.

b) Matriz dos cofatores da matriz A: é a matriz obtida substituindo-se cada elemento pelo seu respectivo
cofator.
Símbolo: cof A .

c) Fórmula para o cálculo da inversa de uma matriz:

Onde: A-1 = matriz inversa de A;


det A = determinante da matriz A;
(cof A)T = matriz transposta da matriz dos cofatores de A .

Exercícios propostos

1 - Se A = ( aij ) é matriz quadrada de ordem 3 tal que aij = i - j então podemos afirmar que o seu
determinante é igual a:

*a) 0
b) 1
c) 2
d) 3
e) -4

2 - UFBA-90 - Calcule o determinante da matriz:


Resp: 15

3 - Considere a matriz A = (aij)4x4 definida por aij = 1 se i ³ j e aij = i + j se i < j. Pede-se calcular a soma dos
elementos da diagonal secundária.
Resp: 12

4 - As matrizes A e B , quadradas de ordem 3, são tais que B = 2.At , onde At é a matriz transposta de A.
Se o determinante de B é igual a 40 , então o determinante da matriz inversa de A é igual a:

*a) 1/5
b) 5
c) 1/40
d) 1/20
e) 20
5 - Dadas as matrizes A = (aij)3x4 e B = (bij)4x1 tais que aij = 2i + 3j e bij = 3i + 2j, o elemento
c12 da matriz C = A.B é:

a)12
b) 11
c) 10
d) 9
*e) inexistente
Média aritmética simples
Dos vários tipos de médias utilizados, o mais simples e o mais comum é a média aritmética simples.
Dados os números 1200, 1400, 1000 e 1600, para apurarmos o valor médio artimético deste conjunto,
simplesmente o totalizamos e dividimos o total obtido pela quantidade de valores do conjunto:

Agora preste atenção neste conjunto de números após o colocarmos em ordem crescente:

{ 1000, 1200, 1400, 1600 }

Observe que se fossemos inserir o valor médio de 1300 neste conjunto de números ordenados, a sua
posição seria exatamente no meio da sequência, ou seja, seria o valor médio.

Observe ainda está propriedades das médias, que se o valor médio for inserido ao conjunto de números
originais, a média ainda continuará a mesma:

Digamos que em um concurso você tenha feito três provas e tenha tirado as seguintes notas: 10, 8 e 3.
Qual foi a sua nota média afinal?

Vejamos:

Como a nota mínima para passar no concurso era a nota 7, você se sente feliz e aliviado por ter conseguido
alcançá-la.

Média aritmética ponderada

Mas foi aí que lhe veio a surpresa! Na última hora você soube que a nota média seria calculada atribuindo-
se um peso diferente a cada prova. Você fica apreensivo. E agora?!?
Nos bastidores você soube que a primeira prova teria peso 3, a segunda peso 2 e a terceira teria peso 5.
Vamos aos cálculos:

Que pena meu rapaz! Infelizmente a sua média de 6,1 não atingiu o valor mínimo de 7.

Epa! Espere um pouco! Você cometeu um erro! Os pesos não estão na ordem correta! A primeira prova teria
peso 3, a segunda peso 5 e a terceira teria peso 2. Vejamos se houve alguma mudança, parece-me que
você ainda tem chances:

Como você pode perceber, a média aritmética ponderada possibilita atribuir peso ou importância diferentes
a cada valor. Provavelmente por ser mais importante no processo de seleção, a segunda nota tinha um
peso maior. Por isto os itens com maior peso influenciam mais na média final que os de menor peso. Veja o
exemplo abaixo:

Você percebe que o primeiro valor tem peso 1, sete vezes menor que o peso do segundo valor que é igual a
7. Por isto a média final se aproximou muito mais de segundo valor (2), que do primeiro (10), embora este
tenha sido cinco vezes maior que o segundo.

Resumindo, para se apurar a média aritmética ponderada, primeiramente multiplique cada valor pelo seu
respectivo peso. Some todos os produtos encontrados e divida este total pela soma dos pesos.

Exercícios resolvidos

1) Qual é a média aritmética simples dos números 11, 7, 13 e 9?

Como visto na parte teórica, a solução deste exercício resume-se em somarmos os números e dividirmos
este total por quatro, que é a quantidade de números:

Logo:
A média aritmética simples destes números é 10.

2) Qual é a média aritmética ponderada dos números 10, 14, 18 e 30 sabendo-se que os seus pesos são
respectivamente 1, 2, 3 e 5?

Neste outro caso a solução consiste em multiplicarmos cada número pelo seu respectivo peso e somarmos
todos estes produtos. Este total deve ser então dividido pela soma total dos pesos:

Assim sendo:
A média aritmética ponderada deste conjunto de números é 22.

3) Dado um conjunto de quatro números cuja média aritmética simples é 2,5 se incluirmos o número 8 neste
conjunto, quanto passará a ser a nova média aritmética simples?

Na parte teórica vimos que a soma dos elementos de um conjunto de números, dividida pela quantidade de
elementos deste conjunto, resulta na média aritmética simples entre eles. Se chamarmos esta soma de S,
em função do enunciado podemos nos expressar matematicamente assim:

Passando o divisor 4 para o segundo membro e o multiplicando pelo termo 2,5, obteremos a soma destes
quatro números que é igual a 10:

Ao incluirmos o número 8 neste conjunto de números, a soma dos mesmos passará de 10 para 18 e como
agora teremos 5 números ao invés de 4, a média dos mesmos será 18 dividido por 5 que é igual a 3,6:
Portanto:
Ao inserirmos o número 8 neste conjunto de números, a média aritmética simples passará a ser igual a 3,6.

4) Em uma sala de aula os alunos têm altura desde 130cm até 163cm, cuja média aritmética simples é de
150cm. Oito destes alunos possuem exatamente 163cm. Se estes oito alunos forem retirados desta classe,
a nova média aritmética será de 148cm. Quantos alunos há nesta sala de aula?

Sabemos que a média aritmética simples de um conjunto de números é igual à soma dos mesmos dividida
pela quantidade de números deste conjunto. Se chamarmos de S a soma da altura de todos os alunos desta
classe e de n o número total de alunos, podemos escrever a seguinte equação:

Isolando a variável S temos:

O enunciado nos diz que se retirarmos todos os oito alunos que medem 163cm, teremos 148cm como a
nova média de altura da turma. Expressando esta informação em forma de equação temos:

Novamente isolemos a variável S:

Como na primeira equação calculamos que , vamos trocar S na segunda equação por 150n:

Enfim:

Nesta sala de aula há 60 alunos.


PROGRESSÕES GEOMÉTRICAS E ARITMÉTICAS

Progressão Aritmética

Definição
É uma sequência em que cada termo, a partir do segundo. É a soma do anterior com uma constante,
denominada razão. Esta razão e representada pela letra r.

Elementos

a1 - 1o termo
an - termo genérico (ou n-ésimo termo)
r - razão
n - número de termos
Sn - soma dos termos
TM - termo médio

Fórmula do termo Geral da P.A.


an = a1 + (n-1).r

Interpolação Aritmética
Interpolar ou inserir 'k' meios aritméticos entre os termos a 1 e an significa formar uma progressão aritmática
de 'k + 2' termos, onde a1 e an são extremos.

Soma dos Termos da P.A.


A soma dos termos de uma P.A. limitada (ou finita) é igual ao produto da semi-soma dos extremos pelo
número de termos.

Termo Médio de uma P.A.

Consequência da Fórmula da Soma


P.A. de número ÍMPAR de termos S n = TM .

Si - Sp = TM

onde: Si = a1 + a3+ a5 + ... e Sp = a2 + a4 + a6 + ...

P.A. de número PAR de termos:


Representação de 3 termos na P.A.
Quando três termos desconhecidos estão em progressão aritmética, pode-se usar o seguinte artifício:
(x-r) ; x ; (x+r)

Exercícios - PROGRESSÃO ARITMÉTICA - P.A.


Questões
1-) Encontre o termo geral da P.A. (2, 7, ...).
2-) Encontre o termo geral da P.A. (7/3, 11/4, ...).
3-) Qual é o décimo quinto termo da P.A. (4, 10, ...).
4-) Qual é o centésimo número natural par ?
5-) Ache 0 5o termo da P.A. (a+b ; 3a-2b ; ...).
6-) Ache o sexagésimo número natural ímpar.
7-) Numa P.A. de razão 5, o primeiro termo é 4. Qual é a posição do termo igual a 44 ?
8-) Ache a1 numa P.A., sabendo que r=1/4 e a17=21.

9-) Quantos termos tem uma P.A. finita, de razão 3, sabendo-se que o primeiro termo é -5 e o último é 16 ?
10-) Calcule o número de termos da P.A. (5, 10, ..., 785).
11-) Qual é o primeiro termo de uma P.A. cujo sétimo termo é 46, sendo o termo precedente 39 ?
12-) Quantos múltiplos de 7 podemos escrever com 3 algarismos ?
13-) Quantos são os números naturais menores que 98 e divisíveis por 5 ?
14-) Quantos números inteiros existem, de 100 a 500, que não são divisíveis por 8 ?
15-) Interpole 11 meios aritméticos entre 1 e 37.
16-) Quantos termos aritméticos devemos interpolar entre 2 e 66 para que a razão da interpolação seja 8 ?
17-) Determine a média aritmética dos seis meios aritméticos que podem ser interpolados entre 10 e 500.
18-) Numa estrada existem dois telefones instalados no acostamento: um no quilometro 3 e outro no
quilometro 88. Entre eles serão colocados mais 16 telefones, mantendo-se entre dois telefones
consecutivos sempre a mesma distância. Determine em quais marcos quilométricos deverão ficar esses
novos telefones.
19-) (ITA-SP) Quantos números inteiros existem, de 1000 a 10000, que não são divisíveis nem por 5 nem
por 7 ?
20-) Uma fábrica produziu, em 1986, 6530 unidades de um determinado produto e, em 1988, produziu
23330 unidades do mesmo produto. Sabendo que a produção anual desse produto vem crescendo em
progressão aritmética, pede-se:

a) Quantas unidades do produto essa fábrica produziu em 1987 ?

b) Quantas unidades foram produzidas em 1991 ?

Respostas
Questão 1
Dados: a1 = 2 ; r = 7 - 2 = 5 ; an = ? ; n = ?

Resolução:
an = a1 + (n-1).r
an = 2 + (n -1).5
an = 2 + 5n - 5
an = 5n - 3

Resposta: an = 5n - 3

Questão 2
Dados: a1 = 7/3 ; r = 11/4 - 7/3 = (33 - 28)/12 = 5/12 ; a n = ? ; n = ?

Resolução:
an = a1 + (n-1).r
an = 7/3 + (n -1). 5/12
an = 7/3 + 5/12n - 5/12
an = 5/12n + 28/12 - 5/12
an = 5/12n + 23/12

Resposta: an = 5/12n + 23/12 ou an = (5n + 23)/12

Questão 3
Dados: a1 = 4 ; r = 10 - 4 = 6 ; an = a15 = ? ; n = 15

Resolução:
an = a1 + (n-1).r
a15 = 4 + (15 -1).6
a15 = 4 + 14.6
a15 = 4 + 84
a15 = 88

Resposta: a15 = 88

Questão 4
Dados: a1 = 0 ; r = 2 - 0 = 2 ; an = a100 = ? ; n = 100

Resolução:
an = a1 + (n-1).r
a100 = 0 + (100 -1).2
a100 = 0 + 99.2
a100 = 198

Resposta: a100 = 198

Questão 5
Dados: a1 = a+b
r = (3a-2b)-(a+b)
r = 3a-2b - a-b
r = 2a-3b
an = a 5 = ? ; n = 5

Resolução:
an = a1 + (n-1).r
a5 = a+b + (5-1).(2a-3b)
a5 = a+b + 4.(2a-3b)
a5 = a+b +8a-12b
a5 = 9a - 11b

Resposta: a5 = 9a - 11b

Questão 6
Dados: a1 = 1 ; r = 3 - 1 = 2 ; an = a60 = ? ; n = 60

Resolução:
an = a1 + (n-1).r
a60 = 1 + (60 -1).2
a60 = 1 + 59.2
a60 = 1 + 118
a60 = 119

Resposta: a60 = 119

Questão 7
Dados: a1 = 4 ; r = 5 ; an = 44 ; n = ?

Resolução:
an = a1 + (n-1).r
44 = 4 + (n-1).5
44 = 4 + 5n -5
44 -4 + 5 = 5n
45 = 5n
45/5 = n
9 = n ou n = 9
Resposta: 9a posição

Questão 8
Dados: a1 = ? ; r = 1/4 ; a17 = 21 ; n = 17

Resolução:
an = a1 + (n-1).r
a17 = a1 + (17-1).(1/4)
21 = a1 + 16/4
21 = a1 + 4
21 - 4 = a1
17 = a1

Resposta: a1 = 17
Questão 9
Dados: a1 = -5 ; r = 3 ; an = 16 ; n = ?

Resolução:
an = a1 + (n-1).r
16 = -5 + (n-1).3
16 = -5 + 3n -3
16 = 3n - 8
16 + 8 = 3n
24 = 3n
24/3 = n
8=n
Resposta: n = 8

Questão 10
Dados: a1 = 5 ; r = 5 ; an = 785 ; n = ?

Resolução:
an = a1 + (n-1).r
785 = 5 + (n-1).5
785 = 5 + 5n -5
785 = 5n
785/5 = n
157 = n
Resposta: n = 157

Questão 11
Dados: a1 = ? ; an = a7 = 46 ; a6 = 39 ; r = a7 - a6 ; r = 46 - 39 ==> r = 7 ; n = 7

Resolução:
an = a1 + (n-1).r
46 = a1 + (7-1).7
46 = a1 + 6.7
46 = a1 + 42
46 - 42 = a1
4 = a1

Resposta: a1 = 4

Questão 12
Dados: P.A.(105,...,994); a1 = 105 ; an = 994 ; r = 7 ; n = ?

Resolução:
an = a1 + (n-1).r
994 = 105 + (n-1).7
994 = 105 + 7n - 7
994 = 105 - 7 + 7n
994 = 98 + 7n
994 - 98 = 7n
896 = 7n
896/7 = n
128 = n
Resposta: n = 128

Questão 13
Dados: P.A.(0,...,95);a1 = 0 ; an = 95 ; r = 5 ; n = ?

Resolução:
an = a1 + (n-1).r
95 = 0 + (n-1).5
95 = 0 + 5n - 5
95 + 5 = 5n
100 = 5n
100 = 5n
100/5 = n
20 = n
Resposta: n = 20

Questão 14
1-) Calculamos a quantidade de números, entre 100 e 500, que são divisíveis por 8.
Dados: P.A.(104,...,496); a1 = 104 ; an = 496 ; r = 8 ; n = ?

Resolução:
an = a1 + (n-1).r
496 = 104 + (n-1).8
496 = 104 + 8n - 8
496 = 96 + 8n
496 - 96 = 8n
400 = 8n
400/8 = n
50 = n
2-) Calculamos a quantidade de todos os números, entre 100 e 500.
Dados: P.A.(100,...,500); a1 = 100 ; an = 500 ; r = 1 ; n = ?

Resolução:
an = a1 + (n-1).r
500 = 100 + (n-1).1
500 = 100 + n - 1
500 = 99 + n
500 - 99 = n
401 = n
3-) Calculamos o número de termos que não são divisíveis por 8, fazendo: n = 401 - 50 = 351
Resposta: n = 351

Questão 15
P.A.(1, _, _, _, _, _, _, _, _, _, _, _,37)
Dados: a1 = 1 ; r = ? ; an = a13 = 37 ; n = 13

Resolução:
an = a1 + (n-1).r
a13 = 1 + (13-1).r
37 = 1 + 12.r
37 -1 = 12r
36 = 12r
36/12 = r
3=r
Calculamos as 11 interpolações:
a2 = a1 + r = 1+3 = 4
a3 = a2 + r = 4+3 = 7
a4 = a3 + r = 7+3 = 10
a5 = a4 + r = 10+3 = 13
a6 = a5 + r = 13+3 = 16
a7 = a6 + r = 16+3 = 19
a8 = a7 + r = 19+3 = 22
a9 = a8 + r = 22+3 = 25
a10 = a9 + r = 25+3 = 28
a11 = a10 + r = 28+3 = 31
a12 = a11 + r = 31+3 = 34

Resposta: an = P.A.(1, 4, 7, 10, 13, 16, 19, 22, 25, 28, 31, 34, 37)

Questão 16
Dados: P.A.(2,...,66); a1 = 2 ; an = 66 ; r = 8 ; n = ?

Resolução:
an = a1 + (n-1).r
66 = 2 + (n-1).8
66 = 2 + 8n - 8
66 = 8n - 6
66 + 6 = 8n
72 = 8n
72/8 = n
9=n
Subtraímos 2 termos dos 9 termos encontrados: n = 9 - 2 = 7.
Resposta: n = 7

Questão 17
Dados: P.A.(10, _, _, _, _, _, _,500); a1 = 10 ; an = a8 = 500 ; r = ? ; n = 8

Resolução:
an = a1 + (n-1).r
500 = 10 + (8-1).r
500 = 10 + 7.r
500 - 10 = 7r
490 = 7r
490/7 = r
70 = r
Calculamos as 6 interpolações:
a2 = a1 + r = 10+70 = 80
a3 = a2 + r = 80+70 = 150
a4 = a3 + r = 150+70 = 220
a5 = a4 + r = 220+70 = 290
a6 = a5 + r = 290+70 = 360
a7 = a6 + r = 360+70 = 430
Calculamos a média aritmética:
M.A. = Adição dos termos / número de termos adicionados = (a 2 + a3 + a4 + a5 + a6 + a7) / 6
M.A. = (80 + 150 + 220 + 290 + 360 + 430) / 6 = 1530 / 6 = 255
Resposta: M.A. = 255

Questão 18
P.A.(3,..,88)
Dados: a1 = 3 ; r = ? ; an = a18 = 88 ; n = 18

Resolução:
an = a1 + (n-1).r
a18 = 3 + (18-1).r
88 = 3 + 17.r
88 - 3 = 17r
85 = 17r
85/17 = r
5=r
Calculamos as 16 interpolações:
a2= a1 + r = 3+5 = 8
a3= a2 + r = 8+5 = 13
a4= a3 + r = 13+5 = 18
a5= a4 + r = 18+5 = 23
a6= a5 + r = 23+5 = 28
a7= a6 + r = 28+5 = 33
a8= a7 + r = 33+5 = 38
a9= a8 + r = 38+5 = 43
a10= a9+ r = 43+5 = 48
a11= a10+ r = 48+5 = 53
a12= a11+ r = 53+5 = 58
a13= a12+ r = 58+5 = 63
a14= a13+ r = 63+5 = 68
a15= a14+ r = 63+5 = 73
a16= a15+ r = 73+5 = 78
a17= a16+ r = 78+5 = 83

Resposta: Marcos quilométricos: 8, 13, 18, 23, 28, 33, 38, 43, 48, 53, 58, 63, 68, 73, 78, 83

Questão 19
Dados: M(5) = 1000, 1005, ..., 9995, 10000.
M(7) = 1001, 1008, ..., 9996.
M(35) = 1015, 1050, ... , 9975.
M(1) = 1, 2, ..., 10000.
Resolução:
Para múltiplos de 5, temos: an = a1+ (n-1).r => 10000 = 1000 + (n - 1). 5 => n = 9005 / 5 => n = 1801.
Para múltiplos de 7, temos: an = a1+ (n-1).r => 9996 = 1001 + (n - 1). 7 => n = 9002 / 7 => n = 1286.
Para múltiplos de 35, temos: an = a1 + (n - 1).r => 9975 = 1015 + (n - 1).35 => n = 8995 / 35 => n = 257.
Para múltiplos de 1, temos: an = a1 = (n -1).r => 10000 = 1000 + (n - 1).1 => n = 9001.
Sabemos que os múltiplos de 35 são múltiplos comuns de 5 e 7, isto é, eles aparecem no conjunto dos
múltiplos de 5 e no conjunto dos múltiplos de 7 (daí adicionarmos uma vez tal conjunto de múltiplos).
Total = M(1) - M(5) - M(7) + M(35).
Total = 9001 - 1801 - 1286 + 257 = 6171
Resposta: n = 6171

Questão 20
P.A.(6530, _ , 23330)
Dados: a1 = 6530 ; r = ? ; an = 23330 ; n = 3

Resolução:
an = a1 + (n-1).r
a3 = 6530 + (3-1).r
23330 = 6530 + 2.r
23330 - 6530 = 2r
16800 = 2r
16800/2 = r
8400 = r
a2 = a 1 + r
a2 = 6530 + 8400
a2 = 14930

P.A.(6530, 14930, 23330, _ , _, _)


Dados:
a1 = 6530 ; r = 8400 ; an = a6 = ? ; n = 6

Resolução:
an = a1 + (n-1).r
a6 = 6530 + (6-1).8400
a6 = 6530 + 5.8400
a6 = 6530 + 42000
a6 = 48530

Resposta: a) 14930; b) 48530


Progressão Geométrica
Definição
É uma sequência em que cada termo, a partir do segundo, é o produto do anterior com uma constante,
denominada razão, representada pela letra 'q'.

Elementos

a1 - 1o termo
an - termo genérico, termo geral (ou n-ésimo termo)
q - razão
n - número de termos
Sn - soma dos termos
Pn- produto dos termos

Fórmula do Termo Geral da P.G.


an = a1 . qn-1

Produtos dos Termos de uma P.G.


O produto dos 'n' termos de uma P.G. é dado por:

ou

Soma dos Termos da P.G.


P.G. limitada (ou finita)

ou
P.G. ilimitada (ou infinita) decrescente

Obs.: para -1 < q < 1 e o número de termos tendendo ao infinito.

Termo Médio de uma P.G.


TM2 = a1.an

Representação de 3 termos na P.G.


Para representar três termos em P.G., sendo dado o produto dos termos, use:
Exercícios - PROGRESSÃO GEOMÉTRICA - P.G.
Questões
1-) Escreva os cinco primeiros termos de cada P.G., sendo dados:
a) a1 = 2 e q = 3

Resposta: P.G. (2, 6, 18, 54, 162, ...)


b) a1 = 3 e q = -1

Resposta: P.G. (3, -3, 3, -3, 3, ...)


c) a1 = -6 e q = 1/2

Resposta: P.G. (-6; -3; -1,5; -0,75; -0,375; ...) ou (-6; -3; -3/2; -3/4; -3/8; ...)
d) a1 = -2 e q = 5/4

Resposta: P.G. (-2; -5/2; -25/8; -125/32; -625/128; ...)


e) a1 = 7 e q = 0

Resposta: P.G. (7, 0, 0, 0, 0, 0, ...)


f) a1 = q = 1

Resposta: P.G. (1, 1, 1, 1, 1, ...)


2-) Calcule o valor do primeiro termo de uma P.G., sabendo que o quarto termo é -108 e a razão é q = 3.
3-) A soma do 2o com o 3o termo de uma P.G. vale 16 e o produto do 1o com o 3o é 16. Determine essa P.G.
sabendo que ela é crescente.
Resolução:
a2 + a3 = 16 (I)
a1 . a3 = 16 (II)
Fazer a3 = a1 . q 2 e substituir em (II).
a1 . a1 . q 2 = 16
a1 2 .q 2 = 16
Extrair a raiz quadrada dos dois membros.
a1 .q = 4
a1 = 4/q
Se a2 = a1 .q
a2 = 4/q . q
a2 = 4
Como a2 + a3 = 16, temos:
a3 = 12
q = a3 / a2 = 12/4 = 3
Daí a1 = 4/q
a1 = 4/3

Resposta: P.G. (4/3, 4, 12, ...)


4-) Interpole quatro meios geométricos entre 1/8 e 4.
5-) Interpole seis meios geométricos entre 1 e 2187.
Resolução:
an = a1. qn-1
2187 = 1.q 8-1
2187 = 1.q 7
Fatorando 2187, temos: 2187 = 37.
Então, 37 = q 7
Se os expoentes são iguais, as bases das potências também são iguais. Logo, q = 3
a2 = a 1 . q
a3 = a 2 . q
a4 = a 3 . q
a5 = a 4 . q
a6 = a 5 . q
a7 = a 6 . q
P.G.(1, 3, 9, 27, 81, 243, 729, 2187)
6-) Uma pessoa aplicou R$ 8.000,00 à taxa de 2,5 por cento ao mês. Calcule por quanto tempo esse
dinheiro deve ficar aplicado para que o montante seja de R$ 11.586,38. (Use log 1,025 = 0,0107 e log
1,4129732 = 0,1501.)
7-) Calcule a soma dos 6 primeiros termos da P.G. (7, 14, ...).
Resolução:
Sn = a1. (qn-1) / q-1
S6 = 7.(26-1) / 2-1
S6 = 7.(64-1) / 1
S6 = 7.63
S6 = 441
Porcentagem
* Definição

PORCENTAGEM pode ser definida como a centésima parte de uma grandeza, ou o cálculo baseado em
100 unidades.
É visto com freqüência as pessoas ou o próprio mercado usar expressões de acréscimo ou redução nos
preços de produtos ou serviços.

Alguns exemplos:

- O Leite teve um aumento de 25%


Quer dizer que de cada R$ 100,00 teve um acréscimo de R$ 25,00

- O cliente teve um desconto de 15% na compra de uma calça jeans


Quer dizer que em cada R$ 100,00 a loja deu um desconto de R$ 15,00

- Dos funcionários que trabalham na empresa, 75% são dedicados.


Significa que de cada 100 funcionários, 75 são dedicados ao trabalho ou a empresa.

* Noção da porcentagem em números

Exemplos:

a)

60 de 150 dias de trabalho = 90 dias


100

O número 90 dias de trabalho representa : PORCENTAGEM

b)

70 de R$ 120,00 de compra = R$ 84,00


100

O valor de R$ 84,00 representa : PORCENTAGEM

* O que é taxa de porcentagem

É definido como taxa de porcentagem o valor obtido aplicando uma determinada taxa a um certo valor.
Também pode-se fixar a taxa de porcentagem como o numerador de uma fração que tem como
denominador o número 100.

* Como calcular porcentagem

Todo o cálculo de porcentagem, como informado, é baseado no número 100.

O cálculo de tantos por cento de uma expressão matemática ou de um problema a ser resolvido é indicado
pelo símbolo (%), e pode ser feito, na soma, por meio de uma proporção simples.

Para que se possam fazer cálculos com porcentagem (%), temos que fixar o seguinte:

1) A taxa está para porcentagem (acréscimo, desconto, etc), assim como o valor 100 está para a quantia a
ser encontrada.
Exemplificando:

Um título tem desconto 10%, sobre o valor total de R$ 100,00. Qual o valor do título?

30% : R$ 100,00

100% : X

X = R$ 30,00

2) O número que se efetua o cálculo de porcentagem é representado por 100.

Exemplificando:

Efetue o cálculo 10% de 50

100% : 50

10% :X

X=5

Obs. Nos dois exemplos dados foram usados o sistema de cálculo de regra de três, já ensinados em
tutoriais anteriores.

3) O capital informado tem sempre por igualdade ao 100.

Exemplificando:

Efetua-se o resgate de um cheque pré-datado no valor de R$ 150,00 e obtem-se um desconto de 20%

100% : R$ 150,00

20% : X

X = R$ 30,00

* Exemplos para fixação de definição

1) Um jogador de basquete, ao longo do campeonato, fez 250 pontos, deste total 10% foram de cestas de
02 pontos. Quantas cestas de 02 pontos o jogador fez do total de 250 pontos.

10% de 250 = 10 X 250 = 2500 = 25


100 100

Portanto, do total de 250 pontos o jogador fez 25 pontos de 02 pontos.

2) Um celular foi comprado por R$ 300,00 e revendido posteriormente por R$ 340,00, qual a taxa percentual
de lucro ?

Neste caso é procurado um valor de porcentagem no qual são somados os R$ 300,00 iniciais com a
porcentagem aumentada e que tenha como resultado o valor de R$ 340,00

300 + 300.X/100 = 340

3X = 340 – 300
X = 40/3

X = 13,333 (dízima periódica)

Assim, a taxa de lucro obtida com esta operação de revenda foi de 13,33%

* Fator Multiplicante

Há uma dica importante a ser seguida, no caso de cálculo com porcentagem. No caso se houver acréscimo
no valor, é possível fazer isto diretamente através de uma operação simples, multiplicando o valor do
produto/serviço pelo fator de multiplicação.

Veja:

Tenho um produto X, e este terá um acréscimo de 30% sobre o preço normal, devido ao prazo de
pagamento. Então basta multiplicar o valor do mesmo pelo número 1,30. Caso o mesmo produto ao invés
de 30% tenha 20% de acréscimo então o fator multiplicante é 1,20.

Observe esta pequena tabela:

Exemplo: Aumente 17% sobre o valor de um produto de R$ 20,00, temos R$ 20,00 * 1,17 = R$ 23,40

E assim sucessivamente, é possível montar uma tabela conforme o caso.

Da mesma forma como é possível, ter um fator multiplicante quando se tem acréscimo a um certo valor,
também no decréscimo ou desconto, pode-se ter este fator de multiplicação.

Neste caso, faz-se a seguinte operação: 1 – taxa de desconto (isto na forma decimal)

Veja:

Tenho um produto Y, e este terá um desconto de 30% sobre o preço normal. Então basta multiplicar o valor
do mesmo pelo número 0,70. Caso o mesmo produto ao invés de 30% tenha 20% de acréscimo então o
fator multiplicante é 0,80.

Observe esta pequena tabela:


Exemplo: Desconto de 7% sobre o valor de um produto de R$ 58,00, temos R$ 58,00 * 0,93 = R$ 53,94

E assim sucessivamente, é possível montar uma tabela conforme o caso.

* Exercícios resolvidos de porcentagem

Os exercícios propostos estão resolvidos, em um passo-a-passo prático para que se possa acompanhar a
solução de problemas envolvendo porcentagem e também para que se tenha uma melhor fixação sobre o
conteúdo.

1) Qual valor de uma mercadoria que custou R$ 555,00 e que pretende ter com esta um lucro de 17%?

Solução:

100% : 555
17 X

X = 555x17 /100 = 9435/100

X = 94,35

Temos o valor da mercadoria: R$ 555,00 + R$ 94,35

Preço Final: R$ 649,35

Obs. Este cálculo poderia ser resolvido também pelo fator multiplicador: R$ 555,00 * 1,17 = R$ 649,35

2) Um aluno teve 30 aulas de uma determinada matéria. Qual o número máximo de faltas que este aluno
pode ter sabendo que ele será reprovado, caso tenha faltado a 30% (por cento) das aulas ?

Solução:

100% : 30
30% :X

X = 30.30 / 100 = 900 / 100 = 9

X=9

Assim, o total de faltas que o aluno poderá ter são 9 faltas.

3) Um imposto foi criado com alíquota de 2% sobre cada transação financeira efetuada pelos consumidores.
Se uma pessoa for descontar um cheque no valor de R$ 15.250,00, receberá líquido quanto?

100% : 15.250
0,7% : X

Neste caso, use diretamente o sistema de tabela com fator multiplicador. O capital principal que é o valor do
cheque é : R$ 15.250,00 * 0,98 = R$ 14.945,00

Assim, o valor líquido do cheque após descontado a alíquota será de R$ 14.945,00. Sendo que os 2% do
valor total representam a quantia de R$ 305,00.

Somando os valores: R$ 14.945,00 + R$ 305,00 = R$ 15.250,00


Probabilidade

1 – Introdução

Chama-se experimento aleatório àquele cujo resultado é imprevisível, porém pertence necessariamente a
um conjunto de resultados possíveis denominado espaço amostral.
Qualquer subconjunto desse espaço amostral é denominado evento.
Se este subconjunto possuir apenas um elemento, o denominamos evento elementar.

Por exemplo, no lançamento de um dado, o nosso espaço amostral seria U = {1, 2, 3, 4, 5, 6}.

Exemplos de eventos no espaço amostral U:


A: sair número maior do que 4: A = {5, 6}
B: sair um número primo e par: B = {2}
C: sair um número ímpar: C = {1, 3, 5}

Nota: O espaço amostral é também denominado espaço de prova.


Trataremos aqui dos espaços amostrais equiprováveis, ou seja, aqueles onde os eventos elementares
possuem a mesma chance de ocorrerem.
Por exemplo, no lançamento do dado acima, supõe-se que sendo o dado perfeito, as chances de sair
qualquer número de 1 a 6 são iguais. Temos então um espaço equiprovável.

Em oposição aos fenômenos aleatórios, existem os fenômenos determinísticos, que são aqueles cujos
resultados são previsíveis, ou seja, temos certeza dos resultados a serem obtidos.

Normalmente existem diversas possibilidades possíveis de ocorrência de um fenômeno aleatório, sendo a


medida numérica da ocorrência de cada uma dessas possibilidades, denominada Probabilidade.

Consideremos uma urna que contenha 49 bolas azuis e 1 bola branca. Para uma retirada, teremos duas
possibilidades: bola azul ou bola branca. Percebemos entretanto que será muito mais freqüente obtermos
numa retirada, uma bola azul, resultando daí, podermos afirmar que o evento "sair bola azul" tem maior
probabilidade de ocorrer, do que o evento "sair bola branca".

2 – Conceito elementar de Probabilidade

Seja U um espaço amostral finito e equiprovável e A um determinado evento ou seja, um subconjunto de


U. A probabilidade p(A) de ocorrência do evento A será calculada pela fórmula

p(A) = n(A) / n(U)

onde:
n(A) = número de elementos de A e n(U) = número de elementos do espaço de prova U.

Vamos utilizar a fórmula simples acima, para resolver os seguintes exercícios introdutórios:

1.1 - Considere o lançamento de um dado. Calcule a probabilidade de:

a) sair o número 3:
Temos U = {1, 2, 3, 4, 5, 6} [n(U) = 6] e A = {3} [n(A) = 1]. Portanto, a probabilidade procurada será igual
a p(A) = 1/6.

b) sair um número par: agora o evento é A = {2, 4, 6} com 3 elementos; logo a probabilidade procurada será
p(A) = 3/6 = 1/2.
c) sair um múltiplo de 3: agora o evento A = {3, 6} com 2 elementos; logo a probabilidade procurada será
p(A) = 2/6 = 1/3.

d) sair um número menor do que 3: agora, o evento A = {1, 2} com dois elementos. Portanto,p(A) = 2/6 =
1/3.

e) sair um quadrado perfeito: agora o evento A = {1,4} com dois elementos. Portanto, p(A) = 2/6 = 1/3.

1.2 - Considere o lançamento de dois dados. Calcule a probabilidade de:

a) sair a soma 8
Observe que neste caso, o espaço amostral U é constituído pelos pares ordenados (i,j), onde i = número no
dado 1 e j = número no dado 2.
É evidente que teremos 36 pares ordenados possíveis do tipo (i, j) onde i = 1, 2, 3, 4, 5, ou 6, o mesmo
ocorrendo com j.
As somas iguais a 8, ocorrerão nos casos:(2,6),(3,5),(4,4),(5,3) e (6,2). Portanto, o evento "soma igual a 8"
possui 5 elementos. Logo, a probabilidade procurada será igual a p(A) = 5/36.

b) sair a soma 12
Neste caso, a única possibilidade é o par (6,6). Portanto, a probabilidade procurada será igual a p(A) = 1/36.

1.3 – Uma urna possui 6 bolas azuis, 10 bolas vermelhas e 4 bolas amarelas. Tirando-se uma bola com
reposição, calcule as probabilidades seguintes:

a) sair bola azul


p(A) = 6/20 = 3/10 = 0,30 = 30%

b) sair bola vermelha


p(A) = 10/20 =1/2 = 0,50 = 50%

c) sair bola amarela


p(A) = 4/20 = 1/5 = 0,20 = 20%

Vemos no exemplo acima, que as probabilidades podem ser expressas como porcentagem. Esta forma é
conveniente, pois permite a estimativa do número de ocorrências para um número elevado de
experimentos. Por exemplo, se o experimento acima for repetido diversas vezes, podemos afirmar que em
aproximadamente 30% dos casos, sairá bola azul, 50% dos casos sairá bola vermelha e 20% dos casos
sairá bola amarela. Quanto maior a quantidade de experimentos, tanto mais a distribuição do número de
ocorrências se aproximará dos percentuais indicados.

3 – Propriedades
P1: A probabilidade do evento impossível é nula.
Com efeito, sendo o evento impossível o conjunto vazio (Ø), teremos:
p(Ø) = n(Ø)/n(U) = 0/n(U) = 0
Por exemplo, se numa urna só existem bolas brancas, a probabilidade de se retirar uma bola verde (evento
impossível, neste caso) é nula.
P2: A probabilidade do evento certo é igual a unidade.
Com efeito, p(A) = n(U)/n(U) = 1
Por exemplo, se numa urna só existem bolas vermelhas, a probabilidade de se retirar uma bola vermelha
(evento certo, neste caso) é igual a 1.
P3: A probabilidade de um evento qualquer é um número real situado no intervalo real [0, 1].
Esta propriedade, decorre das propriedades 1 e 2 acima.
P4: A soma das probabilidades de um evento e do seu evento complementar é igual a unidade.
Seja o evento A e o seu complementar A'. Sabemos que A U A' = U.
n(A U A') = n(U) e, portanto, n(A) + n(A') = n(U).
Dividindo ambos os membros por n(U), vem:
n(A)/n(U) + n(A')/n(U) = n(U)/n(U), de onde conclui-se:
p(A) + p(A') = 1

Nota: esta propriedade simples, é muito importante pois facilita a solução de muitos problemas
aparentemente complicados. Em muitos casos, é mais fácil calcular a probabilidade do evento
complementar e, pela propriedade acima, fica fácil determinar a probabilidade do evento.
P5: Sendo A e B dois eventos, podemos escrever:
p(A U B) = p(A) + p(B) – p(A Ç B)
Observe que se A ÇB= Ø (ou seja, a interseção entre os conjuntos A e B é o conjunto vazio), então p(A U B)
= p(A) + p(B).

Com efeito, já sabemos da Teoria dos Conjuntos que


n(A U B) = n(A) + n(B) – n(A ÇB)
Dividindo ambos os membros por n(U) e aplicando a definição de probabilidade, concluímos rapidamente a
veracidade da fórmula acima.

Exemplo:

Em uma certa comunidade existem dois jornais J e P. Sabe-se que 5000 pessoas são assinantes do jornal
J, 4000 são assinantes de P, 1200 são assinantes de ambos e 800 não lêem jornal. Qual a probabilidade de
que uma pessoa escolhida ao acaso seja assinante de ambos os jornais?

SOLUÇÃO:
Precisamos calcular o número de pessoas do conjunto universo, ou seja, nosso espaço amostral. Teremos:
n(U) = N(J U P) + N.º de pessoas que não lêem jornais.
n(U) = n(J) + N(P) – N(J ÇP) + 800
n(U) = 5000 + 4000 – 1200 + 800
n(U) = 8600
Portanto, a probabilidade procurada será igual a:
p = 1200/8600 = 12/86 = 6/43.
Logo, p = 6/43 = 0,1395 = 13,95%.

A interpretação do resultado é a seguinte: escolhendo-se ao acaso uma pessoa da comunidade, a


probabilidade de que ela seja assinante de ambos os jornais é de aproximadamente 14%.(contra 86% de
probabilidade de não ser).

4 – Probabilidade condicional

Considere que desejamos calcular a probabilidade da ocorrência de um evento A, sabendo-se de antemão


que ocorreu um certo evento B. Pela definição de probabilidade vista anteriormente, sabemos que a
probabilidade de A deverá ser calculada, dividindo-se o número de elementos de elementos de A que
também pertencem a B, pelo número de elementos de B. A probabilidade de ocorrer A, sabendo-se que já
ocorreu B, é denominada Probabilidade condicional e é indicada por p(A/B) – probabilidade de ocorrer A
sabendo-se que já ocorreu B – daí, o nome de probabilidade condicional.

Teremos então:

p(A/B) = n(A Ç B)/ n(B)

onde A Ç B = interseção dos conjuntos A e B.

Esta fórmula é importante, mas pode ser melhorada. Vejamos:


Ora, a expressão acima, pode ser escrita sem nenhum prejuízo da elegância, nem do rigor, como:
p(A/B) = [n(A ÇB)/n(U)] . [n(U)/n(B)]
p(A/B) = p(A ÇB) . 1/p(B)
Vem, então: P(A/B) = p(A Ç B)/p(B), de onde concluímos finalmente:

p(A ÇB) = p(A/B).p(B)

Esta fórmula é denominada Lei das Probabilidades Compostas.


Esta importante fórmula, permite calcular a probabilidade da ocorrência simultânea dos eventos A e B,
sabendo-se que já ocorreu o evento B.
Se a ocorrência do evento B, não mudar a probabilidade da ocorrência do evento A, então p(A/B) = p(A) e,
neste caso, os eventos são ditos independentes, e a fórmula acima fica:

p(A ÇB) = p(A) . p(B)

Podemos então afirmar, que a probabilidade de ocorrência simultânea de eventos independentes, é igual ao
produto das probabilidades dos eventos considerados.

Exemplo:

Uma urna possui cinco bolas vermelhas e duas bolas brancas.


Calcule as probabilidades de:

a) em duas retiradas, sem reposição da primeira bola retirada, sair uma bola vermelha (V) e depois uma
bola branca (B).

Solução:
p(V Ç B) = p(V) . p(B/V)
p(V) = 5/7 (5 bolas vermelhas de um total de 7).
Supondo que saiu bola vermelha na primeira retirada, ficaram 6 bolas na urna. Logo:
p(B/V) = 2/6 = 1/3
Da lei das probabilidades compostas, vem finalmente que:
P(V Ç B) = 5/7 . 1/3 = 5/21 = 0,2380 = 23,8%

b) em duas retiradas, com reposição da primeira bola retirada, sair uma bola vermelha e depois uma bola
branca.

Solução:
Com a reposição da primeira bola retirada, os eventos ficam independentes. Neste caso, a probabilidade
buscada poderá ser calculada como:
P(V Ç B) = p(V) . p(B) = 5/7 . 2/7 = 10/49 = 0,2041 = 20,41%

Observe atentamente a diferença entre as soluções dos itens (a) e (b) acima, para um entendimento perfeito
daquilo que procuramos transmitir.
Razão e Proporção

RAZÃO
Conceitualmente a razão do número a para o número b, sendo b ≠ 0, é igual ao quociente de a por b que podemos
representar das seguintes formas:


As razões acima podem ser lidas como:
• razão de a para b
• a está para b
• a para b
Em qualquer razão, ao termo a chamamos de antecedente e ao termo b chamamos de consequente.

Razão inversa ou recíproca


Vejamos as seguintes razões:

e
Elas são tidas como razões inversas ou recíprocas.
Note que o antecedente de uma é o consequente da outra e vice-versa.
Uma propriedade das razões inversas é que o produto delas é sempre igual a 1, isto se deve ao fato de uma ser o
inverso multiplicativo da outra.
Agora vejamos as seguintes razões:

e
A primeira razão possui os números 1 e 2 como seu respectivo antecedente e consequente, já a segunda razão possui
o número 2 como o seu antecedente e o número 1, omitido, como o seu consequente. Em função disto, pelo
antecedente de uma ser o consequente da outra e vice-versa, estas duas razões também são inversas uma em relação
a outra.
Apesar de uma razão ser apresentada na forma de uma fração ou de uma divisão, você pode calcular o seu valor final a
fim de se obter o seu valor na forma decimal. Por exemplo:
A razão de 15 para 5 é 3, pois 15 : 5 = 3 na forma decimal, ou seja, 15 é o triplo de 5.
Neste outro caso, a razão de 3 para 4 é 0,75, pois 3 : 4 = 0,75 na forma decimal.

Razão centesimal
Como visto acima, a razão de 3 para 4 é 0,75, pois 3 : 4 = 0,75 na forma decimal, ou seja, 3 equivale a 75% de 4. 75%
nada mais é que uma razão de antecedente igual 75 e consequente igual a 100. É por isto é chamada de razão
centesimal.

Exemplos
O salário de Paulo é de R$ 2.000,00 e João tem um salário de R$ 1.000,00. Qual a razão de um salário para outro?
Temos: Salário de Paulo : Salário de João.
Então:

A razão acima pode ser lida como a razão de 2000 para 1000, ou 2000 está para 1000. Esta razão é igual a 2, o que
equivale a dizer que o salário de Paulo é o dobro do salário de João, ou seja, através da razão estamos fazendo uma
comparação de grandezas, que neste caso são os salários de Paulo e João.
Portanto a razão de um salário para outro é igual a 2.
Eu tenho uma estatura de 1,80m e meu filho tem apenas 80cm de altura. Qual é a razão de nossas alturas?
Como uma das medidas está em metros e a outra em centímetros, devemos colocá-las na mesma unidade. Sabemos
que 1,80m é equivalente a 180cm. Temos então a razão de 180cm para 80cm:

2,25 é a razão de nossas alturas.

Proporção

A igualdade entre razões denomina-se proporção.


Os números a, b, c e d, todos diferentes de zero, formam nesta ordem, uma proporção se, e somente se, a razão a : b
for igual à razão c : d.
Indicamos esta proporção por:

Chamamos aos termos a e d de extremos e aos termos b e c chamamos de meios.


Veja que a razão de 10 para 5 é igual a 2 (10 : 5 = 2).
A razão de 14 para 7 também é igual a 2 (14 : 7 = 2).
Podemos então afirma que estas razões são iguais e que a igualdade abaixo representa uma proporção:

Lê-se a proporção acima da seguinte forma:


"10 está para 5, assim como 14 está para 7".

Propriedade fundamental das proporções


Qualquer que seja a proporção, o produto dos extremos é igual ao produto dos meios. Assim sendo, dados os números
a, b, c e d, todos diferentes de zero e formando nesta ordem uma proporção, então o produto de a por d será igual ao
produto de b por c:

Segunda propriedade das proporções


Qualquer que seja a proporção, a soma ou a diferença dos dois primeiros termos está para o primeiro, ou para o
segundo termo, assim como a soma ou a diferença dos dois últimos termos está para o terceiro, ou para o quarto termo.
Então temos:

ou
Ou

ou

Terceira propriedade das proporções


Qualquer que seja a proporção, a soma ou a diferença dos antecedentes está para a soma ou a diferença dos
consequentes, assim como cada antecedente está para o seu respectivo consequente. Temos então:

ou
Ou

ou
Quarta proporcional
Dados três números a, b, e c, chamamos de quarta proporcional o quarto número x que junto a eles formam a
proporção:

Tendo o valor dos números a, b, e c, podemos obter o valor da quarta proporcional, o número x, recorrendo à
propriedade fundamental das proporções. O mesmo procedimento utilizado na resolução de problemas de regra de três
simples.

Terceira proporcional
Em uma proporção onde os meios são iguais, um dos extremos é a terceira proporcional do outro extremo:

Na proporção acima a é a terceira proporcional de c e vice-versa.

Exemplos
Paguei R$15,00 por 1kg de carne. Se eu tivesse pago R$25,00 teria comprado 2kg. A igualdade da razão do preço de
compra pela quantidade, dos dois casos, resulta em uma proporção?
Os termos da nossa suposta proporção são: 15, 1, 25 e 2.
Podemos utilizar a propriedade fundamental das proporções para verificamos se tais termos nesta ordem formam ou
não uma proporção.
Temos então:

Como 30 difere de 25, não temos uma igualdade, consequentemente não temos uma proporção.
Poderíamos também ter analisado as duas razões:

Como as duas razões possuem valores diferentes, obviamente não se trata de uma proporção.

Como uma das razões resulta em 15 e a outra resulta em 12,5, concluímos que não se trata de uma proporção, já que
15 difere de 12,5.
A proporção não ocorreu porque ao comprar 2kg de carne, eu obteria um desconto de R$ 2,50 no preço do quilograma,
o que deixaria as razões desproporcionais.

A soma de dois números é igual a 240. Sabe-se que um deles está para 5, assim como o outro está para 7. Quais são
estes números?
Para a resolução deste exemplo utilizaremos a terceira propriedade das proporções. Chamando um dos números de a e
o outro de b, podemos montar a seguinte proporção:

Sabemos que a soma de a com b resulta em 240, assim como a adição de 5 a 7 resulta em 12. Substituindo estes
valores na proporção teremos:

Portanto:
Concluímos então que os dois números são 100 e 140.

Quatro números, todos diferentes de zero, 10, 8, 25 e x formam nesta ordem uma proporção. Qual o valor de x?
Seguindo o explicado sobre a quarta proporcional temos:

O valor do número x é 20.

Exercícios 1

1) Qual a razão que é igual a 2/7 e cujo antecedente seja igual a 8.

Resolução:

Vamos igualar as razões.

8=2
X 7

2x = 8 x 7

2x = 56

X = 56/2

X = 28

Desta forma a razão igual a 2/7, com antecedente igual a 8 é : 8/28 = 2/7

2) Almejando desenhar uma representação de um objeto plano de 5m de comprimento, usando uma escala de
1:20, qual será o comprimento no desenho:

Resolução:

Escala: 1
20

Sabendo que 1m = 100 cm.


Então 5m = 5 x 100 = 500 cm.

O comprimento no desenho será:

500 x 1 = 500 / 20 =
20

25 cm

Desta forma em uma escala 1:20 em plano de 5m, o comprimento do desenho será 25 cm.

3) Em uma sala de aula, a razão de moças para o número de rapazes é de 5/4. Se o número total de alunos desta
turma é de 45 pessoas, caso exista uma festa quantas moças ficariam sem par ?

Resolução:

Primeiro vamos denominar o número de moças por X, e o número de rapazes por Y.

x/y = 5/4 (Igualam-se as razões)

x + y = 45 (Soma total de alunos)

x + y = 5 + 4 (Aplicação das propriedades das proporções)


x 5

45/x = 9/5

45 x 5 = 9x

225 = 9x ---> x = 225/9 ---> x = 25 moças

Substituindo X = 25 na expressão x + y = 45, temos :

25 + y = 45 ---> y = 45 – 25 ----> y = 20 rapazes

Tendo por base que cada rapaz fique apenas com uma moça, o número de moças que ficariam sem par será : 25 – 20 =
5 moças

Então, o número de moças que ficará sem par é igual a 5.

EXERCÍCIOS 2

01. Se (3, x, 14, ...) e (6, 8, y, ...) forem grandezas diretamente proporcionais, então o valor de x + y é:
a) 20
b) 22
c) 24
d) 28
e) 32

02. Calcular x e y sabendo-se que (1, 2, x, ...) e (12, y, 4, ...) são grandezas inversamente proporcionais.

03. Dividir o número 160 em três partes diretamente proporcionais aos números 2, 3 e 5.

04. Repartir uma herança de R$ 495.000,00 entre três pessoas na razão direta do número de filhos e na razão inversa
das idades de cada uma delas. Sabe-se que a 1ª pessoa tem 30 anos e 2 filhos, a 2ª pessoa tem 36 anos e 3 filhos e a
3ª pessoa 48 anos e 6 filhos.

05. Dois números estão na razão de 2 para 3. Acrescentando-se 2 a cada um, as somas estão na razão de 3 para 5.
Então, o produto dos dois números é:

a) 90
b) 96
c) 180
d) 72
e) -124

06. (PUC) Se (2; 3; x; ...) e (8; y; 4; ...) forem duas sucessões de números diretamente proporcionais, então:

a) x = 1 e y = 6
b) x = 2 e y = 12
c) x = 1 e y = 12
d) x = 4 e y = 2
e) x = 8 e y = 12

07. Sabe-se que y é diretamente proporcional a x e que y = 10 quando x = 5. De acordo com estes dados, qual:

a) a sentença que relaciona y com x?


b) o gráfico da função f: [-2; 3] ® ℝ definida pela sentença anterior?
c) o valor de y quando x = 2?

08. São dados três números reais, a < b < c. Sabe-se que o maior deles é a soma dos outros dois e o menor é um
quarto do maior. Então a, b e c são, respectivamente, proporcionais a:

a) 1, 2 e 3
b) 1, 2 e 5
c) 1, 3 e 4
d) 1, 3 e 6
e) 1, 5 e 12

09. Dividindo-se 70 em partes proporcionais a 2, 3 e 5, a soma entre a menor e a maior parte é:

a) 35
b) 49
c) 56
d) 42
e) 28

10. Três pessoas montam uma sociedade, na qual cada uma delas aplica, respectivamente, R$ 20.000,00, R$
30.000,00 e R$ 50.000,00. O balanço anual da firma acusou um lucro de R$ 40.000,00. Supondo-se que o lucro seja
dividido em partes diretamente proporcionais ao capital aplicado, cada sócio receberá, respectivamente:

a) R$ 5.000,00; R$ 10.000,00 e R$ 25.000,00


b) R$ 7.000,00; R$ 11.000,00 e R$ 22.000,00
c) R$ 8.000,00; R$ 12.000,00 e R$ 20.000,00
d) R$ 10.000,00; R$ 10.000,00 e R$ 20.000,00
e) R$ 12.000,00; R$ 13.000,00 e R$ 15.000,00

Resolução:

01. E

02. x = 3 e y = 6

03. As partes são: 32, 48 e 80.

04. A 1ª pessoa deve receber R$ 120.000,00, a 2ª pessoa R$ 150.000,00 e a terceira pessoa R$ 225.000,00.

05. B

06. C

07. a) y = 2x

c) y = 4

08. C
09. B
10. Cvg
Relações Métricas do Triângulo retângulo
Num triângulo retângulo, os lados perpendiculares, aqueles que formam um ângulo de 90º, são
denominados catetos e o lado oposto ao ângulo de 90º recebe o nome de hipotenusa. O teorema de
Pitágoras é aplicado ao triângulo retângulo e diz que: hipotenusa ao quadrado é igual à soma dos
quadrados dos catetos,hip² = c² + c².

Relações métricas no triângulo retângulo

Observe os triângulos:

Os triângulos AHB e AHC são semelhantes, então podemos estabelecer algumas relações métricas
importantes:

h² = mn b² = ma c² = an bc = ah

Aplicações do Teorema de Pitágoras

Diagonal do quadrado

Dado o quadrado de lado l, a diagonal D do quadrado será a hipotenusa de um triângulo retângulo com
catetos l, com base nessa definição usaremos o teorema de Pitágoras para uma expressão que
calcula a diagonal do quadrado em função da medida do lado.
Altura de um triângulo equilátero

O triângulo PQR é equilátero, vamos calcular sua altura com base na medida l dos lados. Ao
determinarmos a altura (h) do triângulo PQR, podemos observar um triângulo retângulo PHQ catetos: h
e l/2 e hipotenusa h. Aplicando o teorema de Pitágoras temos:

Diagonal do bloco retangular (paralelepípedo)

Observe o bloco de arestas a, b e c, iremos calcular a diagonal (d), mas usaremos a diagonal x da
base em nossos cálculos. Veja:
x² = a² + b²
d² = x² + c²

substituindo, temos:

Diagonal do cubo (caso particular do paralelepípedo)

Consideremos o cubo um caso particular de um bloco retangular, então:


a=b=c=l

Teorema de Pitágoras

O Teorema de Pitágoras é considerado uma das principais descobertas da Matemática, ele descreve
uma relação existente no triângulo retângulo. Vale lembrar que o triângulo retângulo pode ser
identificado pela existência de um ângulo reto, isto é, medindo 90º. O triângulo retângulo é formado por
dois catetos e a hipotenusa, que constitui o maior segmento do triângulo e é localizada oposta ao
ângulo reto. Observe:

Catetos: a e b
Hipotenusa: c

O Teorema diz que: “a soma dos quadrados dos catetos é igual ao quadrado da hipotenusa.”

a² + b² = c²
Exemplo 1
Calcule o valor do segmento desconhecido no triângulo retângulo a seguir.

x² = 9² + 12²
x² = 81 + 144
x² = 225
√x² = √225
x = 15

Foi através do Teorema de Pitágoras que os conceitos e as definições de números irracionais


começaram a ser introduzidos na Matemática. O primeiro irracional a surgir foi √2, que apareceu ao ser
calculada a hipotenusa de um triângulo retângulo com catetos medindo 1. Veja:

x² = 1² + 1²
x² = 1 + 1
x² = 2
√x² = √2
x = √2

√2 = 1,414213562373....

Exemplo 2
Calcule o valor do cateto no triângulo retângulo abaixo:
x² + 20² = 25²
x² + 400 = 625
x² = 625 – 400
x² = 225
√x² = √225
x = 15

Exemplo 3
Um ciclista acrobático vai atravessar de um prédio a outro com uma bicicleta especial, percorrendo a
distância sobre um cabo de aço, como demonstra o esquema a seguir:

Qual é a medida mínima do comprimento do cabo de aço?

Pelo Teorema de Pitágoras temos:

x² = 10² + 40²
x² = 100 + 1600
x² = 1700
x = 41,23 (aproximadamente)
Sistema métrico decimal
1 - Medidas de comprimento
No sistema métrico decimal, a unidade fundamental para medir comprimentos é o metro, cuja abreviação é
m. Existem os múltiplos e os submúltiplos do metro, veja na tabela:

Múltiplos u.f. Submúltiplos

quilômetro hectômetro decâmetr metro Decímetro centímetro Milímetro


o

km hm dam m Dm cm mm

1 000 m 100 m 10 m 1m 0,1 m 0,01 m 0,001 m

Existem outras unidades de medida mas que não pertencem ao sistema métrico decimal. Vejamos as
relações entre algumas dessas unidades e as do sistema métrico decimal:
1 polegada = 25 milímetros
1 milha = 1 609 metros
1 légua = 5 555 metros
1 pé = 30 centímetros
Obs: valores aprximados

1.1 - Transformação de unidades de comprimento


Observando o quadro das unidades de comprimento, podemos dizer que cada unidade de comprimento é
10 vezes maior que a unidade imediatamente inferior, isto é, as sucessivas unidades variam de 10 em 10.
Concluí-se então que para transformar uma unidade para um submúltiplo, basta multiplicar por 10 n onde n
é o número de colunas à direita do número na tabela. Já para passar para um múltiplo, basta dividir por 10 n
onde n é o número de colunas à esquerda do número na tabela.
Por exemplo: 7 m = 7 x 102 cm = 700 cm
500 m = 500 x 10-3 km = 0,5 km

2- Medidas de superfície
No sistema métrico decimal, a unidade fundamental para medir superfícies é o metro quadrado, cuja
representação é m2 . O metro quadrado é a medida da superfície de um quadrado de um metro de lado.
Como na medida de comprimento, na área também temos os múltiplos e os submúltiplos:

Múltiplos u.f. Submúltiplos

km2 hm2 dam2 m2 dm2 cm2 mm2

1 000 000 m2 10 000 m2 100 m2 1 m2 0,01 m2 0,0001 m2 0,000001 m2

2.1 - Transformação de unidades de superfície


Analogamente à transformação de unidades da medida de comprimento, faremos para a medida de área,
porém para cada devemos multiplicar ou dividir por 10 2 e não 10. Veja os exemplos:
a) 5 m2 = 5 x 102 dm2 = 500 dm2
b) 3 km2 = 3 x 106 m2 = 3 000 000 m2
c) 20 000 m2 = 20 000 x 10-6 km2 = 0,02 km2
obs. Quando queremos medir grandes porções de terra (como sítios, fazendas etc.) usamos uma unidade
agrária chamada hectare (ha).
O hectare é a medida de superfície de um quadrado de 100 m de lado.
1 hectare (há) = 1 hm2 = 10 000 m2
Em alguns estados do Brasil, utiliza-se também uma unidade não legal chamada alqueire.
- 1 alqueire mineiro é equivalente a 48 400 m2.
- 1 alqueire paulista é equivalente a 24 200 m 2.

3 - Áreas das figuras geométricas planas


Constantemente no estudo de gráficos, precisamos determinar a área compreendida entre a curva e o eixo-
x. Daremos aqui as fórmulas, para o cálculo da área, das figuras mais utilizadas na Física.

4 - Medidas de volume
No sistema métrico decimal, a unidade fundamental para medir volume é o metro cúbico, cuja abreviatura
é m3 . O metro cúbico (m3) é o volume ocupado por um cubo de 1 m de aresta. Como nas medidas de
comprimento e de área, no volume também temos os múltiplos e os submúltiplos:

Múltiplos u.f. Submúltiplos

km3 hm3 dam3 m3 dm3 cm3 mm3

1 000 000 000 1000 000 1000 m3 1 m3 0,001 m3 0,00001 m3 0,000000001 m3


m3 m3

As mais utilizadas, além do metro cúbico, são o decímetro cúbico e o centímetro cúbico.

4.1 - Transformação de unidades de volume


Analogamente à transformação de unidades da medida de comprimento, faremos para a medida de área,
porém para cada devemos multiplicar ou dividir por 10 3 e não 10. Veja os exemplos:
a) 8,2 m3 = 8,2 x 103 dm3 = 8 200 dm3
b) 500 000 cm3 = 500 000 x 10-6 m3 = 0,5 m3

5 - Medidas de capacidade
A unidade fundamental para medir capacidade de um sólido é o litro.
De acordo com o Comitê Internacional de Pesos e Medidas, o litro é, aproximadamente, o volume
equivalente a um decímetro cúbico, ou seja:
1 litro = 1,000027 dm3
Porém, para todas as aplicações práticas, simples, podemos definir:
1 litro = 1 dm3
Veja os exemplos:
1) Na leitura do hidrômetro de uma casa, verificou-se que o consumo do último mês foi de 36 m 3. Quantos
litros de água foram consumidos?
Solução: 36 m3 = 36 000 dm3 = 36 000 litros
2) Uma indústria farmacêutica fabrica 1 400 litros de uma vacina que devem ser colocados em ampolas de
35 cm3 cada uma. Quantas ampolas serão obtidas com essa quantidade de vacina?
Solução: 1 400 litros = 1 400 dm3 = 1 400 000 cm3
(1 400 000 cm3) : (35 cm3) = 40 000 ampolas.
5.1 - Outras unidades para medir a capacidade
São também utilizadas outras unidades para medir capacidade, que são múltiplos e submúltiplos do litro:

Múltiplos u.f. Submúltiplos

hectolitro decalitro litro decilitro centilitro mililitro

hl dal l dl cl ml

100 l 10 l 1l 0,1 l 0,01 l 0,001 l

Obs. 1) Não é usado nem consta da lei o quilolitro.


Obs. 2) Além do litro, a unidade mais usado é o mililitro (ml), principalmente para medir pequenos volumes,
como a quantidade de líquido de uma garrafa, de uma lata ou de uma ampola de injeção.

5.1.1 - Transformação de unidades de capacidade


Observando o quadro das unidades de capacidade, podemos verificar que cada unidade de capacidade é
10 vezes maior que a unidade imediatamente inferior, isto é, as sucessivas unidades variam de 10 em 10.
Veja os exemplos:
1) Expressar 15 l em ml.
Solução: 15 l = (15 x 103) ml = 15 000 ml
2) Expressar 250 ml em cm3.
Solução: 250 ml = 0,25 l = 0,25 dm3 = 250 cm3
Sistemas Lineares

1 - Equação linear
Entenderemos por equação linear nas variáveis (incógnitas) x 1, x2, x3, ... , xn , como sendo a equação da
forma
a1.x1 + a2.x2 + a3.x3 + ... + an.xn = b onde a1, a2, a3, ... an e b são números reais ou complexos.
a1, a2, a3, ... an são denominadoscoeficientes e b, termo independente.

Nota: se o valor de b for nulo, diz-se que temos uma equação linear homogênea.

Exemplos de equações lineares:

2x1+3x2 =7(variáveis ou incógnitas x1 e x2,coeficientes 2 e 3,e termo independente7)

3x + 5y = 5 (variáveis ou incógnitas x e y, coeficientes 3 e 5, e termo independente 5)

2x + 5y + z = 17 (variáveis ou incógnitas x, y e z, coeficientes 2,5 e 1 e termo independente 17)

-x1 + 3x2 -7x3 + x4 = 1 (variáveis x1, x2 , x3 e x4, coeficientes -1, 3, -7, e 1 e termo independente 1)

2x + 3y + z - 5t = 0 (variáveis ou incógnitas x, y, z e t, e termo independente nulo).


Logo, este é um exemplo de equação linear homogênea.

2 - A solução de uma equação linear

Já estamos acostumados a resolver equações lineares de uma incógnita (variável), que são as equações de
primeiro grau. Por exemplo: 2x + 8 = 36, nos leva à solução única x = 14. Já, se tivermos uma equação com
duas incógnitas (variáveis), por exemplo x + y = 10, a solução não é única, já que poderemos ter um número
infinito de pares ordenados que satisfazem à equação, ou seja: x=1 e y=9 [par ordenado (1,9)], x =4 e y =6
[par ordenado (4,6)], x = 3/2 e y 17/2 [par ordenado (3/2,17/2)], ... , etc.

Consideremos agora, uma equação com 3 incógnitas.

Seja por exemplo: x + y + z = 5

As soluções, serão x=1, y=4 e z=0, uma vez que 1+4+0 =5; x=3, y=7 e z=-5, uma vez que
3+7- 5=5; x=10, y=-9 e y=4 (uma vez que 10-9+4=5); ... , que são compostas por 3 elementos, o que nos
leva a afirmar que as soluções são os ternos ordenados (1,4,0), (3,7,-5) , (10, -9, 4), ... , ou seja,
existem infinitas soluções (um número infinito de ternos ordenados) que satisfazem à equação dada.

De uma forma geral, as soluções de uma equação linear de duas variáveis, sãopares ordenados;
de três variáveis, são ternos ordenados; de quatro variáveis, sãoquadras ordenadas; ... .
Se a equação linear possuir n variáveis, dizemos que as soluções são n - uplas (lê-se ênuplas) ordenadas.
Assim, se a ênupla ordenada (r1, r2, r3 , ... , rn) é solução da equação linear
a1.x1 + a2.x2 + a3.x3 + ... + an.xn = b, isto significa que a igualdade é satisfeita para
x1 = r1, x2 = r2 , x3 = r3 , ... , xn = rn e poderemos escrever:
a1.r1 + a2.r2 + a3.r3 + ... + an.rn = b.

3 - Exercícios resolvidos:

1 - Se o terno ordenado (2, 5, p) é solução da equação linear 6x - 7y + 2z = 5, qual o valor de p?


Solução: Teremos por simples substituição, observando que x = 2, y = 5 e z = p,
6.2 -7.5 + 2.p = 5. Logo, 12 - 35 + 2p = 5. Daí vem imediatamente que 2p = 28 e portanto, p = 14.

2 - Escreva a solução genérica para a equação linear 5x - 2y + z = 14, sabendo que o terno ordenado
(a , b , g ) é solução.

Solução: Podemos escrever: 5a - 2b + g = 14. Daí, tiramos: g = 14 - 5a + 2b . Portanto, a solução genérica


será o terno ordenado (a , b , 14 - 5a + 2b ).

Observe que arbitrando-se os valores para a e b , a terceira variável ficará determinada em função desses
valores. Por exemplo, fazendo-se a = 1, b = 3, teremos
g = 14 - 5a + 2b = 14 - 5.1 + 2.3 = 15, ou seja, o terno (1, 3, 15) é solução, e assim, sucessivamente.
Verificamos pois que existem infinitas soluções para a equação linear dada, sendo o terno ordenado
(a , b , 14 - 5a + 2b ) a solução genérica.

Agora resolva estes:

1 - Qual o conjunto solução da equação linear 0x + 0y + 0z = 1?


Resp : S = f

2 - Determine o valor de 6p, sabendo-se que a quadra ordenada (2, p, -3, p+3) é solução da equação
3x + 4y - 5z + 2t = 10.
Resp : -17

Sistemas Lineares II

1 - Sistema linear
É um conjunto de m equações linearesde n incógnitas (x1, x2, x3, ... , xn) do tipo:
a11x1 + a12x2 + a13x3 + ... + a1nxn = b1
a21x1 + a22x2 + a23x3 + ... + a2nxn = b2
a31x1 + a32x2 + a33x3 + ... + a3nxn = b3
.................................................................
.................................................................
am1x1 + am2x2 + am3x3 + ... + amnxn = bn

Exemplo:
3x + 2y - 5z = -8
4x - 3y + 2z = 4
7x + 2y - 3z = 2
0x + 0y + z = 3

Temos acima um sistema de 4 equações e 3 incógnitas (ou variáveis).


Os termos a11, a12, ... , a1n, ... , am1, am2, ..., amn são denominados coeficientes e b1,b2, ... , bn são os
termos independentes.
A ênupla (a 1, a 2 , a 3 , ... , a n) será solução do sistema linear se e somente se satisfizer simultaneamente
a todas as m equações.

Exemplo: O terno ordenado (2, 3, 1) é solução do sistema:


x + y + 2z = 7
3x + 2y - z = 11
x + 2z = 4
3x - y - z = 2
pois todas as equações são satisfeitas para x=2, y=3 e z=1.
Notas:
1 - Dois sistemas lineares são EQUIVALENTES quando possuem as mesmas soluções.
Exemplo: Os sistemas lineares

2x + 3y = 12
S1:
3x - 2y = 5

5x - 2y = 11
S2:
6x + y = 20
são equivalentes, pois ambos admitem o par ordenado (3, 2) como solução. Verifique!

2 - Se um sistema de equações possuir pelo menos uma solução, dizemos que ele é POSSÍVEL ou
COMPATÍVEL.

3 - Se um sistema de equações não possuir solução, dizemos que ele é IMPOSSÍVEL ou INCOMPATÍVEL.

4 - Se o sistema de equações é COMPATÍVEL e possui apenas uma solução, dizemos que ele é
DETERMINADO.

5 - Se o sistema de equações é COMPATÍVEL e possui mais de uma solução, dizemos que ele é
INDETERMINADO.

6 - Se os termos independentes de todas as equações de um sistema linear forem todos nulos, ou seja
b1 = b2 = b3 = ... = bn = 0, dizemos que temos um sistema linear HOMOGÊNEO.

Exemplo:
x + y + 2z = 0
2x - 3y + 5z = 0
5x - 2y + z = 0

2 - Exercícios Resolvidos

2.1 - UEL - 84 (Universidade Estadual de Londrina)


Se os sistemas

x+y=1
S1:
x - 2y = -5

ax - by = 5
S2:
ay - bx = -1
são equivalentes, então o valor de a2 + b2 é igual a:

a) 1
b) 4
c) 5
d) 9
e) 10

Solução:

Como os sistemas são equivalentes, eles possuem a mesma solução. Vamos resolver o sistema S 1:
x+y=1
x - 2y = -5
Subtraindo membro a membro, vem: x - x + y - (-2y) = 1 - (-5). Logo, 3y = 6 \ y = 2.
Portanto, como x+y = 1, vem, substituindo: x + 2 = 1 \ x = -1.
O conjunto solução é portanto S = {(-1, 2)}.
Como os sistemas são equivalentes, a solução acima é também solução do sistema S 2. Logo, substituindo
em S2 os valores de x e y encontrados para o sistema S1, vem:
a(-1) - b(2) = 5 Þ - a - 2b = 5
a(2) - b (-1) = -1 Þ 2 a + b = -1
Multiplicando ambos os membros da primeira equação (em azul) por 2, fica:
-2 a - 4b = 10
Somando membro a membro esta equação obtida com a segunda equação (em vermelho),
fica: -3b = 9 \ b = - 3
Substituindo o valor encontrado para b na equação em vermelho acima (poderia ser também na outra
equação em azul), teremos:
2 a + (-3) = -1 \ a = 1.
Portanto, a2 + b2 = 12 + (-3)2 = 1 + 9 = 10.
Portanto a alternativa correta é a letra E.

2.2 - Determine o valor de m de modo que o sistema de equações abaixo,


2x - my = 10
3x + 5y = 8, seja impossível.

Solução:
Teremos, expressando x em função de m, na primeira equação:
x = (10 + my) / 2
Substituindo o valor de x na segunda equação, vem:
3[(10+my) / 2] + 5y = 8

Multiplicando ambos os membros por 2, desenvolvendo e simplificando, vem:


3(10+my) + 10y = 16
30 + 3my + 10y = 16
(3m + 10)y = -14
y = -14 / (3m + 10)

Ora, para que não exista o valor de y e, em conseqüência não exista o valor de x, deveremos ter o
denominador igual a zero, já que , como sabemos, NÃO EXISTE DIVISÃO POR ZERO.

Portanto, 3m + 10 = 0 , de onde conclui-se m = -10/3, para que o sistema seja impossível, ou seja, não
possua solução.

Agora, resolva e classifique os seguintes sistemas:

a) 2x + 5y .- ..z = 10
.............3y + 2z = ..9
.....................3z = 15

b) 3x - 4y = 13
.....6x - 8y = 26

c) 2x + 5y = 6
....8x + 20y = 18

Resp:
a) sistema possível e determinado. S = {(25/3, -1/3, 5)}
b) sistema possível e indeterminado. Possui um número infinito de soluções.
c) sistema impossível. Não admite soluções.
Teoria dos Conjuntos
Introdução aos conjuntos
No estudo de Conjuntos, trabalhamos com alguns conceitos primitivos, que devem ser entendidos e aceitos
sem definição. Para um estudo mais aprofundado sobre a Teoria dos Conjuntos, pode-se ler: Naive Set
Theory, P.Halmos ou Axiomatic Set Theory, P.Suppes. O primeiro deles foi traduzido para o português sob o
título (nada ingênuo de): Teoria Ingênua dos Conjuntos.

Alguns conceitos primitivos


Conjunto: representa uma coleção de objetos.
a. O conjunto de todos os brasileiros.
b. O conjunto de todos os números naturais.
c. O conjunto de todos os números reais tal que x²-4=0.
Em geral, um conjunto é denotado por uma letra maiúscula do alfabeto: A, B, C, ..., Z.
Elemento: é um dos componentes de um conjunto.
a. José da Silva é um elemento do conjunto dos brasileiros.
b. 1 é um elemento do conjunto dos números naturais.
c. -2 é um elemento do conjunto dos números reais que satisfaz à equação x²-4=0.
Em geral, um elemento de um conjunto, é denotado por uma letra minúscula do alfabeto: a, b, c, ..., z.
Pertinência: é a característica associada a um elemento que faz parte de um conjunto.
a. José da Silva pertence ao conjunto dos brasileiros.
b. 1 pertence ao conjunto dos números naturais.
c. -2 pertence ao conjunto de números reais que satisfaz à equação x²-4=0.
Símbolo de pertinência: Se um elemento pertence a um conjunto utilizamos o símbolo que se lê:
"pertence".
Para afirmar que 1 é um número natural ou que 1 pertence ao conjunto dos números naturais, escrevemos:
1 N
Para afirmar que 0 não é um número natural ou que 0 não pertence ao conjunto dos números naturais,
escrevemos:

0 N
Um símbolo matemático muito usado para a negação é a barra / traçada sobre o símbolo normal.

Algumas notações para conjuntos


Muitas vezes, um conjunto é representado com os seus elementos dentro de duas chaves { e } através de
duas formas básicas e de uma terceira forma geométrica:
Apresentação: Os elementos do conjunto estão dentro de duas chaves { e }.
a. A={a,e,i,o,u}
b. N={1,2,3,4,...}
c. M={João,Maria,José}
Descrição: O conjunto é descrito por uma ou mais propriedades.
a. A={x: x é uma vogal}
b. N={x: x é um número natural}
c. M={x: x é uma pessoa da família de Maria}
Diagrama de Venn-Euler: (lê-se: "Ven-óiler") Os conjuntos são mostrados graficamente.
Subconjuntos

Dados os conjuntos A e B, diz-se que A está contido em B, denotado por A B, se todos os elementos de A
também estão em B. Algumas vezes diremos que um conjunto A está propriamente contido em B, quando o
conjunto B, além de conter os elementos de A, contém também outros elementos. O conjunto A é
denominadosubconjunto de B e o conjunto B é o superconjunto que contém A.

Alguns conjuntos especiais


Conjunto vazio: É um conjunto que não possui elementos. É representado por { } ou por Ø. O conjunto vazio
está contido em todos os conjuntos.
Conjunto universo: É um conjunto que contém todos os elementos do contexto no qual estamos trabalhando
e também contém todos os conjuntos desse contexto. O conjunto universo é representado por uma letra U.
Na sequência não mais usaremos o conjunto universo.

Reunião de conjuntos
A reunião dos conjuntos A e B é o conjunto de todos os elementos que pertencem ao conjunto A ou ao
conjunto B.
A B = { x: x A ou x B}
Exemplo: Se A={a,e,i,o} e B={3,4} então A B={a,e,i,o,3,4}.

Interseção de conjuntos
A interseção dos conjuntos A e B é o conjunto de todos os elementos que pertencem ao conjunto A e ao
conjunto B.
A B = { x: x Aex B}
Exemplo: Se A={a,e,i,o,u} e B={1,2,3,4} então A B=Ø.

Quando a interseção de dois conjuntos A e B é o conjunto vazio, dizemos que estes conjuntos são disjuntos.

Propriedades dos conjuntos


1. Fechamento: Quaisquer que sejam os conjuntos A e B, a reunião de A e B, denotada por A Bea
interseção de A e B, denotada por A B, ainda são conjuntos no universo.
2. Reflexiva: Qualquer que seja o conjunto A, tem-se que:
A A=A e A A=A
3. Inclusão: Quaisquer que sejam os conjuntos A e B, tem-se que:
A A B, B A B, A B A, A B B
4. Inclusão relacionada: Quaisquer que sejam os conjuntos A e B, tem-se que:
A B equivale a A B=B
A B equivale a A B=A
5. Associativa: Quaisquer que sejam os conjuntos A, B e C, tem-se que:
A (B C) = (A B) C
A (B C) = (A B) C
6. Comutativa: Quaisquer que sejam os conjuntos A e B, tem-se que:
A B=B A
A B=B A
7. Elemento neutro para a reunião: O conjunto vazio Ø é o elemento neutro para a reunião de
conjuntos, tal que para todo conjunto A, se tem:
A Ø=A
8. Elemento "nulo" para a interseção: A interseção do conjunto vazio Ø com qualquer outro conjunto A,
fornece o próprio conjunto vazio.
A Ø=Ø
9. Elemento neutro para a interseção: O conjunto universo U é o elemento neutro para a interseção de
conjuntos, tal que para todo conjunto A, se tem:
A U=A
10.Distributiva: Quaisquer que sejam os conjuntos A, B e C, tem-se que:
A (B C ) = (A B) (A C)
A (B C) = (A B) (A C)
Os gráficos abaixo mostram a distributividade.

Diferença de conjuntos
A diferença entre os conjuntos A e B é o conjunto de todos os elementos que pertencem ao conjunto A
e nãopertencem ao conjunto B.
A-B = {x: x Aex B}
Do ponto de vista gráfico, a diferença pode ser vista como:

Complemento de um conjunto
O complemento do conjunto B contido no conjunto A, denotado por CAB, é a diferença entre os conjuntos A
e B, ou seja, é o conjunto de todos os elementos que pertencem ao conjunto A e não pertencem ao conjunto
B.
CAB = A-B = {x: x Aex B}
Graficamente, o complemento do conjunto B no conjunto A, é dado por:
Quando não há dúvida sobre o universo U em que estamos trabalhando, simplesmente utilizamos a
letra c posta como expoente no conjunto, para indicar o complemento deste conjunto. Muitas vezes usamos
a palavracomplementar no lugar de complemento.
Exemplos: Øc=U e Uc=Ø.

Leis de Augustus De Morgan


1. O complementar da reunião de dois conjuntos A e B é a interseção dos complementares desses
conjuntos.
(A B)c = Ac Bc
2. O complementar da reunião de uma coleção finita de conjuntos é a interseção dos complementares
desses conjuntos.
(A1 A2 ... An)c = A1c A2c ... Anc
3. O complementar da interseção de dois conjuntos A e B é a reunião dos complementares desses
conjuntos.
(A B)c = Ac Bc
4. O complementar da interseção de uma coleção finita de conjuntos é a reunião dos complementares
desses conjuntos.
(A1 A2 ... An)c = A1c A2c ... Anc

Diferença simétrica
A diferença simétrica entre os conjuntos A e B é o conjunto de todos os elementos que pertencem à reunião
dos conjuntos A e B e não pertencem à interseção dos conjuntos A e B.
A B = { x: x A Bex A B}
O diagrama de Venn-Euler para a diferença simétrica é:

Exercício: Dados os conjuntos A, B e C, pode-se mostrar que:


1. A=Ø se, e somente se, B=A B.
2. O conjunto vazio é o elemento neutro para a operação de diferença simétrica. Usar o ítem anterior.
3. A diferença simétrica é comutativa.
4. A diferença simétrica é associativa.
5. A A=Ø (conjunto vazio).
6. A interseção entre A e B C é distributiva, isto é:
A (B C) = (A B) (A C)
7. A B está contida na reunião de A C e de B C, mas esta inclusão é própria, isto é:
A B (A C) (B C)
TRIGONOMETRIA

O papel da trigonometria
A palavra Trigonometria é formada por três radicais gregos: tri (três), gonos (ângulos) e metron (medir). Daí
vem seu significado mais amplo: Medida dos Triângulos, assim através do estudo da Trigonometria
podemos calcular as medidas dos elementos do triângulo (lados e ângulos).
Com o uso de triângulos semelhantes podemos calcular distâncias inacessíveis, como a altura de uma torre,
a altura de uma pirâmide, distância entre duas ilhas, o raio da terra, largura de um rio, entre outras.
A Trigonometria é um instrumento potente de cálculo, que além de seu uso na Matemática, também é usado
no estudo de fenômenos físicos, Eletricidade, Mecânica, Música, Topografia, Engenharia entre outros.

Ponto móvel sobre uma curva


Consideremos uma curva no plano cartesiano. Se um ponto P está localizado sobre esta curva,
simplesmente dizemos P pertence à curva e que P é um ponto fixo na mesma. Se assumirmos que este
ponto possa ser deslocado sobre a curva, este ponto receberá o nome de ponto móvel.
Um ponto móvel localizado sobre uma circunferência, partindo de um ponto A pode percorrer esta
circunferência em dois sentidos opostos. Por convenção, o sentido anti-horário (contrário aos ponteiros de
um relógio) é adotado como sentido positivo.

Arcos da circunferência
Se um ponto móvel em uma circunferência partir de A e parar em M, ele descreve um arco AM. O ponto A é
a origem do arco e M é a extremidade do arco.
Quando escolhemos um dos sentidos de percurso, o arco é denominado arco orientado e simplesmente
pode ser denotado por AB se o sentido de percurso for de A para B e BA quando o sentido de percurso for
de B para A.
Quando não consideramos a orientação dos arcos formados por dois pontos A e B sobre uma
circunferência, temos dois arcos não orientados sendo A e B as suas extremidades.

Medida de um arco
A medida de um arco de circunferência é feita por comparação com um outro arco da mesma circunferência
tomado como a unidade de arco. Se u for um arco de comprimento unitário (igual a 1), a medida do arco AB,
é o número de vezes que o arco u cabe no arco AB.
Na figura em anexo, a medida do arco AB é 5 vezes a medida do arco u. Denotando a medida do arco AB
por m(AB) e a medida do arco u por m(u), temos m(AB)=5 m(u).
A medida de um arco de circunferência é a mesma em qualquer um dos sentidos. A medida algébrica de um
arco AB desta circunferência, é o comprimento deste arco, associado a um sinal positivo se o sentido de A
para B for anti-horário, e negativo se o sentido for horário.

O número pi
Para toda circunferência, a razão entre o perímetro e o diâmetro é constante. Esta constante é denotada
pela letra grega , que é um número irracional, isto é, não pode ser expresso como a divisão de dois
números inteiros. Uma aproximação para o número é dada por:
= 3,1415926535897932384626433832795...

Unidades de medida de arcos


A unidade de medida de arco do Sistema Internacional (SI) é o radiano, mas existem outras medidas
utilizadas pelos técnicos que são o grau e o grado. Este último não é muito comum.
Radiano: Medida de um arco que tem o mesmo comprimento que o raio da circunferência na qual estamos
medindo o arco. Assim o arco tomado como unidade tem comprimento igual ao comprimento do raio ou 1
radiano, que denotaremos por 1 rad.

Grau: Medida de um arco que corresponde a 1/360 do arco completo da circunferência na qual estamos
medindo o arco.
Grado: É a medida de um arco igual a 1/400 do arco completo da circunferência na qual estamos medindo
o arco.
Exemplo: Para determinar a medida em radianos de um arco de comprimento igual a 12 cm, em uma
circunferência de raio medindo 8 cm, fazemos,
comprimento do arco(AB) 12
m(AB)= =
comprimento do raio 8
Portanto m(AB)=1,5 radianos

Arcos de uma volta


Se AB é o arco correspondente à volta completa de uma circunferência, a medida do arco é igual a C=2 r,
então:
comprimento do arco(AB) 2 r
m(AB)= = = 2
comprimento do raio r
Assim a medida em radianos de um arco de uma volta é 2 rad, isto é,
2 rad=360 graus
Podemos estabelecer os resultados seguintes

Desenho

Grau 90 180 270 360


Grado 100 200 300 400
Radiano /2 3 /2 2
0 graus = 0 grado = 0 radianos

Mudança de unidades
Consideremos um arco AB de medida R em radianos, esta medida corresponde a G graus. A relação entre
estas medidas é obtida pela seguinte proporção,
2 rad …………… 360 graus
R rad …………… G graus
Assim, temos a igualdade R/2 =G/360, ou ainda,
R G
=
180
Exemplos
1. Para determinar a medida em radianos de um arco de medida 60 graus, fazemos
R 60
=
180
Assim R= /3 ou 60 graus= /3 rad
2. Para determinar a medida em graus de um arco de medida 1 radiano, fazemos:

1 G
=
180
Asim 1 rad=180/ graus.

Trigonometria e aplicações
Introduzimos aqui alguns conceitos relacionados com a Trigonometria no triângulo retângulo, assunto
comum na oitava série do Ensino Fundamental. Também dispomos de uma página mais aprofundada sobre
o assunto tratado no âmbito do Ensino Médio.
A trigonometria possui uma infinidade de aplicações práticas. Desde a antiguidade já se usava da
trigonometria para obter distâncias impossíveis de serem calculadas por métodos comuns.
Algumas aplicações da trigonometria são:
 Determinação da altura de um certo prédio.
 Os gregos determinaram a medida do raio de terra, por um processo muito simples.
 Seria impossível se medir a distância da Terra à Lua, porém com a trigonometria se torna simples.
 Um engenheiro precisa saber a largura de um rio para construir uma ponte, o trabalho dele é mais
fácil quando ele usa dos recursos trigonométricos.
 Um cartógrafo (desenhista de mapas) precisa saber a altura de uma montanha, o comprimento de
um rio, etc. Sem a trigonometria ele demoraria anos para desenhar um mapa.
Tudo isto é possível calcular com o uso da trigonometria do triângulo retângulo.

Triângulo Retângulo
É um triângulo que possui um ângulo reto, isto é, um dos seus ângulos mede noventa graus, daí o nome
triângulo retângulo. Como a soma das medidas dos ângulos internos de um triângulo é igual a 180°, então
os outros dois ângulos medirão 90°.
Observação: Se a soma de dois ângulos mede 90°, estes ângulos são denominados complementares,
portanto podemos dizer que o triângulo retângulo possui dois ângulos complementares.

Lados de um triângulo retângulo


Os lados de um triângulo retângulo recebem nomes especiais. Estes nomes são dados de acordo com a
posição em relação ao ângulo reto. O lado oposto ao ângulo reto é a hipotenusa. Os lados que formam o
ângulo reto (adjacentes a ele) são os catetos.

Termo Origem da palavra


Cathetós:
Cateto
(perpendicular)
Hypoteinusa:
Hipotenusa
Hypó(por baixo) + teino(eu estendo)

Para padronizar o estudo da Trigonometria, adotaremos as seguintes notações:

Letra Lado Triângulo Vértice = Ângulo Medida


a Hipotenusa A = Ângulo reto A=90°
b Cateto B = Ângulo agudo B<90°
c Cateto C = Ângulo agudo C<90°

Nomenclatura dos catetos


Os catetos recebem nomes especiais de acordo com a sua posição em relação ao ângulo sob análise. Se
estivermos operando com o ângulo C, então o lado oposto, indicado por c, é o cateto oposto ao ângulo C e
o lado adjacente ao ângulo C, indicado por b, é o cateto adjacente ao ângulo C.

Ângulo Lado oposto Lado adjacente


C c cateto oposto b cateto adjacente

B b cateto oposto c cateto adjacente

Um dos objetivos da trigonometria é mostrar a utilidade do conceitos matemáticos no nosso cotidiano.


Iniciaremos estudando as propriedades geométricas e trigonométricas no triângulo retângulo. O estudo da
trigonometria é extenso e minucioso.

Propriedades do triângulo retângulo


1. Ângulos: Um triângulo retângulo possui um ângulo reto e dois ângulos agudos complementares.
2. Lados: Um triângulo retângulo é formado por três lados, uma hipotenusa (lado maior) e outros dois
lados que são os catetos.
3. Altura: A altura de um triângulo é um segmento que tem uma extremidade num vértice e a outra
extremidade no lado oposto ao vértice, sendo que este segmento é perpendicular ao lado oposto ao
vértice. Existem 3 alturas no triângulo retângulo, sendo que duas delas são os catetos. A outra altura
(ver gráfico acima) é obtida tomando a base como a hipotenusa, a altura relativa a este lado será o
segmento AD, denotado por h e perpendicular à base.

A hipotenusa como base de um triângulo retângulo


Tomando informações da mesma figura acima, obtemos:
1. o segmento AD, denotado por h, é a altura relativa à hipotenusa CB, indicada por a.
2. o segmento BD, denotado por m, é a projeção ortogonal do cateto c sobre a hipotenusa CB,
indicada por a.
3. o segmento DC, denotado por n, é a projeção ortogonal do cateto b sobre a hipotenusa CB,
indicada por a.

Projeções de segmentos
Introduziremos algumas idéias básicas sobre projeção. Já mostramos, no início deste trabalho, que a luz do
Sol ao incidir sobre um prédio, determina uma sombra que é a projeção oblíqua do prédio sobre o solo.
Tomando alguns segmentos de reta e uma reta não coincidentes é possível obter as projeções destes
segmentos sobre a reta.

Nas quatro situações apresentadas, as projeções dos segmentos AB são indicadas por A'B', sendo que no
último caso A'=B' é um ponto.

Projeções no triângulo retângulo


Agora iremos indicar as projeções dos catetos no triângulo retângulo.

1. m = projeção de c sobre a hipotenusa.


2. n = projeção de b sobre a hipotenusa.
3. a = m+n.
4. h = média geométrica entre m e n.

Relações Métricas no triângulo retângulo


Para extrair algumas propriedades, faremos a decomposição do triângulo retângulo ABC em dois triângulos
retângulos menores: ACD e ADB. Dessa forma, o ângulo A será decomposto na soma dos ângulos CÂD=B
e DÂB=C.

Observamos que os triângulos retângulos ABC, ADC e ADB são semelhantes.


Triângulo hipotenusa cateto maior cateto menor
ABC a b c
ADC b n h
ADB c h m
Assim:
a/b = b/n = c/h
a/c = b/h = c/m
b/c = n/h = h/m
logo:
a/c = c/m equivale a c² = a.m
a/b = b/n equivale a b² = a.n
a/c = b/h equivale a a.h = b.c
h/m = n/h equivale a h² = m.n

Existem também outras relações do triângulo inicial ABC. Como a=m+n, somando c² com b², obtemos:
c² + b² = a.m + a.n = a.(m+n) = a.a = a²
que resulta no Teorema de Pitágoras:
a² = b² + c²
A demonstração acima, é uma das várias demonstrações do Teorema de Pitágoras.

Funções trigonométricas básicas


As Funções trigonométricas básicas são relações entre as medidas dos lados do triângulo retângulo e seus
ângulos. As três funções básicas mais importantes da trigonometria são: seno, cosseno e tangente. O
ângulo é indicado pela letra x.

Função Notação Definição

medida do cateto oposto a x


seno sen(x)
medida da hipotenusa

medida do cateto adjacente a x


cosseno cos(x)
medida da hipotenusa

medida do cateto oposto a x


tangente tan(x)
medida do cateto adjacente a x

Tomando um triângulo retângulo ABC, com hipotenusa H medindo 1 unidade, então o seno do ângulo sob
análise é o seu cateto oposto CO e o cosseno do mesmo é o seu cateto adjacente CA. Portanto a tangente
do ângulo analisado será a razão entre seno e cosseno desse ângulo.

CO CO CA CA CO sen(x)
sen(x)= = cos(x)= = tan(x)= =
H 1 H 1 CA cos(x)

Relação fundamental: Para todo ângulo x (medido em radianos), vale a importante relação:
cos²(x) + sen²(x) = 1
Círculo Trigonométrico
Considere uma circunferência de raio unitário com centro na origem de um sistema cartesiano ortogonal e o
ponto A=(1,0). O ponto A será tomado como a origem dos arcos orientados nesta circunferência e o sentido
positivo considerado será o anti-horário. A região contendo esta circunferência e todos os seus pontos
interiores, é denominada círculo trigonométrico
.

Nos livros de língua inglesa, a palavra círculo se refere à curva envolvente da região circular enquanto
circunferência de círculo é a medida desta curva. No Brasil, a circunferência é a curva que envolve a região
circular.
Os eixos OX e OY decompõem o círculo trigonométrico em quatro quadrantes que são enumerados como
segue:

2o. quadrante 1o. quadrante


abscissa: negativa abscissa: positiva
ordenada: positiva ordenada: positiva
90º<ângulo<180º 0º<ângulo<90º
3o. quadrante 4o. quadrante
abscissa: negativa abscissa: positiva
ordenada: negativa ordenada: negativa
180º<ângulo<270º 270º<ângulo<360º
Os quadrantes são usados para localizar pontos e a caracterização de ângulos trigonométricos. Por
convenção, os pontos situados sobre os eixos não pertencem a qualquer um dos quadrantes.

Arcos com mais de uma volta


Em Trigonometria, algumas vezes precisamos considerar arcos cujas medidas sejam maiores do que 360º.
Por exemplo, se um ponto móvel parte de um ponto A sobre uma circunferência no sentido anti-horário e
para em um ponto M, ele descreve um arco AM. A medida deste arco (em graus) poderá ser menor ou igual
a 360º ou ser maior do que 360º. Se esta medida for menor ou igual a 360º, dizemos que este arco está em
sua primeira determinação.

Acontece que o ponto móvel poderá percorrer a circunferência uma ou mais vezes em um determinado
sentido, antes de parar no ponto M, determinando arcos maiores do que 360º ou arcos com mais de uma
volta. Existe uma infinidade de arcos mas com medidas diferentes, cuja origem é o ponto A e cuja
extremidade é o ponto M.
Seja o arco AM cuja primeira determinação tenha medida igual a m. Um ponto móvel que parte de A e pare
em M, pode ter várias medidas algébricas, dependendo do percurso.
Se o sentido for o anti-horário, o ponto M da circunferência trigonométrica será extremidade de uma
infinidade de arcos positivos de medidas
m, m+2 , m+4 , m+6 , ...
Se o sentido for o horário, o ponto M será extremidade de uma infinidade de arcos negativos de medidas
algébricas
m-2 , m-4 , m-6 , ...
e temos assim uma coleção infinita de arcos com extremidade no ponto M.
Generalizando este conceito, se m é a medida da primeira determinação positiva do arco AM, podemos
representar as medidas destes arcos por:
µ(AM) = m + 2k
onde k é um número inteiro, isto é, k pertence ao conjunto Z={...,-2,-3,-1,0,1,2,3,...}.

Família de arcos: Uma família de arcos {AM} é o conjunto de todos os arcos com ponto inicial em A e
extremidade em M.
Exemplo: Se um arco de circunferência tem origem em A e extremidade em M, com a primeira
determinação positiva medindo 2 /3, então os arcos desta família {AM}, medem:
Determinações positivas (sentido anti-horário)
k=0 µ(AM)=2 /3
k=1 µ(AM)=2 /3+2 =8 /3
k=2 µ(AM)=2 /3+4 =14 /3
k=3 µ(AM)=2 /3+6 =20 /3
... ...
k=n µ(AM)=2 /3+2n =(2+6n) /3

Determinações negativas (sentido horário)


k=-1 µ(AM)=2 /3-2 =-4 /3
k=-2 µ(AM)=2 /3-4 =-6 /3
k=-3 µ(AM)=2 /3-6 =-16 /3
k=-4 µ(AM)=2 /3-8 =-22 /3
... ...
k=-n µ(AM)=2 /3-2n =(2-6n) /3

Arcos côngruos e Ângulos


Arcos côngruos: Dois arcos são côngruos se a diferença de suas medidas é um múltiplo de 2 .
Exemplo: Arcos de uma mesma família são côngruos.

Ângulos: As noções de orientação e medida algébrica de arcos podem ser estendidas para ângulos, uma
vez que a cada arco AM da circunferência trigonométrica corresponde a um ângulo central determinado
pelas semi-retas OA e OM.
Como no caso dos arcos, podemos considerar dois ângulos orientados um positivo (sentido anti-horário)
com medida algébrica a correspondente ao arco AM e outro negativo (sentido horário) com medida b=a-2
correspondente ao arco AM.
Existem também ângulos com mais de uma volta e as mesmas noções apresentadas para arcos se aplicam
para ângulos.

Arcos de mesma origem, simétricos em relação ao eixo OX


Sejam os arcos AM e AM' na circunferência trigonométrica, com A=(1,0) e os pontos M e M' simétricos em
relação ao eixo horizontal OX. Se a medida do arco AM é igual a m, então a medida do arco AM' é dada por:
µ(AM')=2 -m.

Os arcos da família {AM}, aqueles que têm origem em A e extremidades em M, têm medidas iguais a 2k
+m, onde k é um número inteiro e os arcos da família {AM'} têm medidas iguais a 2k -m, onde k é um
número inteiro.

Arcos de mesma origem, simétricos em relação ao eixo OY


Sejam os arcos AM e AM' na circunferência trigonométrica com A=(1,0) e os pontos M e M' simétricos em
relação ao eixo vertical OY. Se a medida do arco AM for igual a m, então a medida do arco AM' será dada
pela expressão µ(AM')= -m.

Os arcos da família {AM'}, isto é, aqueles com origem em A e extremidade em M', medem 2k + -
m=(2k+1) -m onde k é um número inteiro.

Arcos com a mesma origem e extremidades simétricas em relação à origem


Sejam os arcos AM e AM' na circunferência trigonométrica com A=(1,0) e os pontos M e M' simétricos em
relação a origem (0,0).
Se a medida do arco AM é igual a m, então a medida do arco AM' é dada por: µ(AM')= +m. Arcos
genéricos com origem em A e extremidade em M' medem:
µ(AM') = 2k + + m = (2k+1) +m

Seno e cosseno
Dada uma circunferência trigonométrica contendo o ponto A=(1,0) e um número real x, existe sempre um
arco orientado AM sobre esta circunferência, cuja medida algébrica corresponde a x radianos.

Seno: No plano cartesiano, consideremos uma circunferência trigonométrica, de centro em (0,0) e raio
unitário. Seja M=(x',y') um ponto desta circunferência, localizado no primeiro quadrante, este ponto
determina um arco AM que corresponde ao ângulo central a. A projeção ortogonal do ponto M sobre o eixo
OX determina um ponto C=(x',0) e a projeção ortogonal do ponto M sobre o eixo OY determina outro ponto
B=(0,y').
A medida do segmento OB coincide com a ordenada y' do ponto M e é definida como o seno do arco AM
que corresponde ao ângulo a, denotado por sen(AM) ou sen(a).

Como temos várias determinações para o mesmo ângulo, escreveremos


sen(AM)=sen(a)=sen(a+2k )=y'

Para simplificar os enunciados e definições seguintes, escreveremos sen(x) para denotar o seno do arco de
medida x radianos.

Cosseno: O cosseno do arco AM correspondente ao ângulo a, denotado por cos(AM) ou cos(a), é a medida
do segmento 0C, que coincide com a abscissa x' do ponto M.

Como antes, existem várias determinações para este ângulo, razão pela qual, escrevemos
cos(AM) = cos(a) = cos(a+2k ) = x'

Tangente
Seja a reta t tangente à circunferência trigonométrica no ponto A=(1,0). Tal reta é perpendicular ao eixo OX.
A reta que passa pelo ponto M e pelo centro da circunferência intersecta a reta tangente t no ponto T=(1,t').
A ordenada deste ponto T, é definida como a tangente do arco AM correspondente ao ângulo a.

Assim a tangente do ângulo a é dada pelas suas várias determinações:


tan(AM) = tan(a) = tan(a+k ) = µ(AT) = t'
Podemos escrever M=(cos(a),sen(a)) e T=(1,tan(a)), para cada ângulo a do primeiro quadrante. O seno, o
cosseno e a tangente de ângulos do primeiro quadrante são todos positivos.
Um caso particular importante é quando o ponto M está sobre o eixo horizontal OX. Neste caso:
cos(0)=1, sen(0)=0 e tan(0)=0
Ampliaremos estas noções para ângulos nos outros quadrantes

Ângulos no segundo quadrante


Se na circunferência trigonométrica, tomamos o ponto M no segundo quadrante, então o ângulo a entre o
eixo OX e o segmento OM pertence ao intervalo /2<a< . Do mesmo modo que no primeiro quadrante, o
cosseno está relacionado com a abscissa do ponto M e o seno com a ordenada deste ponto. Como o ponto
M=(x,y) possui abscissa negativa e ordenada positiva, o sinal do seno do ângulo a no segundo quadrante é
positivo, o cosseno do ângulo a é negativo e a tangente do ângulo a é negativa.

Outro caso particular importante é quando o ponto M está sobre o eixo vertical OY e neste caso:

cos( /2)=0 e sen( /2)=1


A tangente não está definida, pois a reta OM não intercepta a reta t, pois elas são paralelas.

Ângulos no terceiro quadrante


O ponto M=(x,y) está localizado no terceiro quadrante, o que significa que o ângulo pertence ao intervalo:
<a<3 /2. Este ponto M=(x,y) é simétrico ao ponto M'=(-x,-y) do primeiro quadrante, em relação à origem do
sistema, indicando que tanto a sua abscissa como a sua ordenada são negativos. O seno e o cosseno de
um ângulo no terceiro quadrante são negativos e a tangente é positiva.

Em particular, se a= radianos, temos que


cos( )=-1, sen( )=0 e tan( )=0
Ângulos no quarto quadrante
O ponto M está no quarto quadrante, 3 /2<a< 2 . O seno de ângulos no quarto quadrante é negativo, o
cosseno é positivo e a tangente é negativa.

Quando o ângulo mede 3 /2, a tangente não está definida pois a reta OP não intercepta a reta t, estas são
paralelas. Quando a=3 /2, temos:
cos(3 /2)=0, sin(3 /2)=-1

Simetria em relação ao eixo OX


Em uma circunferência trigonométrica, se M é um ponto no primeiro quadrante e M' o simétrico de M em
relação ao eixo OX, estes pontos M e M' possuem a mesma abscissa e as ordenadas possuem sinais
opostos.

Sejam A=(1,0) um ponto da circunferência, a o ângulo correspondente ao arco AM e b o ângulo


correspondente ao arco AM', obtemos:
sen(a) = -sen(b)
cos(a) = cos(b)
tan(a) = -tan(b)

Simetria em relação ao eixo OY


Seja M um ponto da circunferência trigonométrica localizado no primeiro quadrante, e seja M' simétrico a M
em relação ao eixo OY, estes pontos M e M' possuem a mesma ordenada e as abscissa são simétricas.

Sejam A=(1,0) um ponto da circunferência, a o ângulo correspondente ao arco AM e b o ângulo


correspondente ao arco AM'. Desse modo:
sen(a) = sen(b)
cos(a) = -cos(b)
tan(a) = -tan(b)

Simetria em relação à origem


Seja M um ponto da circunferência trigonométrica localizado no primeiro quadrante, e seja M' simétrico de M
em relação a origem, estes pontos M e M' possuem ordenadas e abscissas simétricas.
Sejam A=(1,0) um ponto da circunferência, a o ângulo correspondente ao arco AM e b o ângulo
correspondente ao arco AM'. Desse modo:
sen(a) = -sen(b)
cos(a) = -cos(b)
tan(a) = tan(b)

Senos e cossenos de alguns ângulos notáveis


Uma maneira de obter o valor do seno e cosseno de alguns ângulos que aparecem com muita frequência
em exercícios e aplicações, sem necessidade de memorização, é através de simples observação no círculo
trigonométrico.

Primeira relação fundamental


Uma identidade fundamental na trigonometria, que realiza um papel muito importante em todas as áreas da
Matemática e também das aplicações é:
sin²(a) + cos²(a) = 1
que é verdadeira para todo ângulo a.
Necessitaremos do conceito de distância entre dois pontos no plano cartesiano, que nada mais é do que a
relação de Pitágoras. Sejam dois pontos, A=(x',y') e B=(x",y").

Definimos a distância entre A e B, denotando-a por d(A,B), como:

Se M é um ponto da circunferência trigonométrica, cujas coordenadas são indicadas por (cos(a),sen(a)) e a


distância deste ponto até a origem (0,0) é igual a 1. Utilizando a fórmula da distância, aplicada a estes
pontos, d(M,0)=[(cos(a)-0)²+(sen(a)-0)²]1/2, de onde segue que 1=cos²(a)+sin²(a).
Segunda relação fundamental
Outra relação fundamental na trigonometria, muitas vezes tomada como a definição da função tangente, é
dada por:
sen(a)
tan(a) =
cos(a)
Deve ficar claro, que este quociente somente fará sentido quando o denominador não se anular.
Se a=0, a= ou a=2 , temos que sen(a)=0, implicando que tan(a)=0, mas se a= /2 ou a=3 /2, segue
que cos(a)=0 e a divisão acima não tem sentido, assim a relação tan(a)=sen(a)/cos(a) não é verdadeira
para estes últimos valores de a.
Para a 0, a ,a 2 ,a /2 e a 3 /2, considere novamente a circunferência trigonométrica na
figura seguinte.

Os triângulos OMN e OTA são semelhantes, logo:


AT OA
=
MN ON

Como AT=|tan(a)|, MN=|sen(a)|, OA=1 e ON=|cos(a)|, para todo ângulo a, 0<a<2 com a /2 e
a 3 /2 temos
sen(a)
tan(a) =
cos(a)

Forma polar dos números complexos


Um número complexo não nulo z=x+yi, pode ser representado pela sua forma polar:
z = r [cos(c) + i sen(c)]
onde r=|z|=R[x²+y²], i²=-1 e c é o argumento (ângulo formado entre o segmento Oz e o eixo OX) do número
complexo z.

A multiplicação de dois números complexos na forma polar:


A = |A| [cos(a)+isen(a)]
B = |B| [cos(b)+isen(b)]
é dada pela Fórmula de De Moivre:
AB = |A||B| [cos(a+b)+isen(a+b)]
Isto é, para multiplicar dois números complexos em suas formas trigonométricas, devemos multiplicar os
seus módulos e somar os seus argumentos.
Se os números complexos A e B são unitários então |A|=1 e |B|=1, e nesse caso
A = cos(a) + i sen(a)
B = cos(b) + i sen(b)
Multiplicando A e B, obtemos
AB = cos(a+b) + i sen(a+b)
Existe uma importantíssima relação matemática, atribuída a Euler (lê-se "óiler"), garantindo que para todo
número complexo z e também para todo número real z:
eiz = cos(z) + i sen(z)
Tal relação, normalmente é demonstrada em um curso de Cálculo Diferencial, e, ela permite uma outra
forma para representar números complexos unitários A e B, como:
A = eia = cos(a) + i sen(a)
B = eib = cos(b) + i sen(b)
onde a é o argumento de A e b é o argumento de B. Assim,
ei(a+b) = cos(a+b)+isen(a+b)
Por outro lado
ei(a+b) = eia . eib = [cos(a)+isen(a)] [cos(b)+isen(b)]
e desse modo
ei(a+b) = cos(a)cos(b) - sen(a)sen(b)
+ i [cos(a)sen(b) + cos(b)sen(a)]
Para que dois números complexos sejam iguais, suas partes reais e imaginárias devem ser iguais, logo
cos(a+b) = cos(a)cos(b) - sen(a)sen(b)
sen(a+b) = cos(a)sen(b) + cos(b)sen(a)
Para a diferença de arcos, substituímos b por -b nas fórmulas da soma
cos(a+(-b)) = cos(a)cos(-b) - sen(a)sen(-b)
sen(a+(-b)) = cos(a)sen(-b) + cos(-b)sen(a)
para obter
cos(a-b) = cos(a)cos(b) + sen(a)sen(b)
sen(a-b) = cos(b)sen(a) - cos(a)sen(b)

Seno, cosseno e tangente da soma e da diferença


Na circunferência trigonométrica, sejam os ângulos a e b com 0£a£2 e 0£b£2 , a>b, então;
sen(a+b) = sen(a)cos(b) + cos(a)sen(b)
cos(a+b) = cos(a)cos(b) - sen(a)sen(b)
Dividindo a expressão de cima pela de baixo, obtemos:
sen(a)cos(b)+cos(a)sen(b)
tan(a+b)=
cos(a)cos(b)-sen(a)sen(b)
Dividindo todos os quatro termos da fração por cos(a)cos(b), segue a fórmula:
tan(a)+tan(b)
tan(a+b)=
1-tan(a)tan(b)
Como
sen(a-b) = sen(a)cos(b) - cos(a)sen(b)
cos(a-b) = cos(a)cos(b) + sen(a)sen(b)
podemos dividir a expressão de cima pela de baixo, para obter:
tan(a)-tan(b)
tan(a-b)=
1+tan(a)tan(b)

Cotangente
Seja a reta s tangente à circunferência trigonométrica no ponto B=(0,1). Esta reta é perpendicular ao eixo
OY. A reta que passa pelo ponto M e pelo centro da circunferência intersecta a reta tangente s no ponto
S=(s',1). A abscissa s' deste ponto, é definida como a cotangente do arco AM correspondente ao ângulo a.

Assim a cotangente do ângulo a é dada pelas suas várias determinações

cot(AM) = cot(a) = cot(a+2k ) = µ(BS) = s'


Os triângulos OBS e ONM são semelhantes, logo:
BS ON
=
OB MN
Como a circunferência é unitária |OB|=1
cos(a)
cot(a)=
sen(a)
que é equivalente a
1
cot(a)=
tan(a)
A cotangente de ângulos do primeiro quadrante é positiva.
Quando a=0, a cotangente não existe, pois as retas s e OM são paralelas.

Ângulos no segundo quadrante

Se o ponto M está no segundo quadrante, de modo que o ângulo pertence ao intervalo /2<a< , então a
cotangente de a é negativa. Quando a= /2, tem-se que cot( /2)=0.
Ângulos no terceiro quadrante
Se o ponto M está no terceiro quadrante, o ângulo está no intervalo <a<3 /2 e nesse caso, a
cotangente é positiva. Quando a= , a cotangente não existe, as retas que passam por OM e BS são
paralelas.

Ângulos no quarto quadrante


Se o ponto M está no quarto quadrante, o ângulo a pertence ao intervalo 3 /2<a<2 , assim a cotangente
de a é negativa. Se a=3 /2, cot(3 /2)=0.

Secante e cossecante
Seja a reta r tangente à circunferência trigonométrica no ponto M=(x',y'). Esta reta é perpendicular à reta
que contém o segmento OM. A interseção da reta r com o eixo OX determina o ponto V=(v,0). A abscissa do
ponto V, é definida como a secante do arco AM correspondente ao ângulo a.

Assim a secante do ângulo a é dada pelas suas várias determinações:

sec(AM) = sec(a) = sec(a+2k ) = µ(OV) = v


A interseção da reta r com o eixo OY é o ponto U=(0,u). A ordenada do ponto U, é definida como a
cossecante do arco AM correspondente ao ângulo a. Então a cossecante do ângulo a é dada pelas suas
várias determinações

csc(AM) = csc(a) = csc(a+2k ) = µ(OU) = u


Os triângulos OMV e Ox'M são semelhantes, deste modo,
OV OM
=
OM Ox'
que pode ser escrito como
1
sec(a)=
cos(a)
se cos(a) é diferente de zero.
Os triângulos OMU e Ox'M são semelhantes, logo:
OU = OM
OM x'M
que pode ser escrito como
1
csc(a)=
sen(a)
desde que sen(a) seja diferente de zero.

Algumas propriedades da secante e da cossecante


Observando as representações geométricas da secante e da cossecante, podemos constatar as seguintes
propriedades.
1. Como os pontos U e V sempre estão no exterior da circunferência trigonométrica, as suas
distâncias até o centro da circunferência é sempre maior ou igual à medida do raio unitário. Daí
segue que:
sec(a)<-1 ou sec(a)>1
csc(a)<-1 ou csc(a)>1
2. O sinal da secante varia nos quadrantes como o sinal do cosseno, positivo no 1o. e no 4o.
quadrantes e negativo no 2o. e no 3o. quadrantes.
3. O sinal da cossecante varia nos quadrantes como o sinal do seno, positivo no 1o. e no 2o.
quadrantes e negativo no 3o. e no 4o. quadrantes.
4. Não existe a secante de ângulos da forma a= /2+k , onde k é um número inteiro, pois nesses
ângulos o cosseno é zero.
5. Não existe a cossecante de ângulos da forma a=k , onde k é um número inteiro, pois são ângulos
cujo seno é zero.

Relações trigonométricas com secante e cossecante


Valem as seguintes relações trigonométricas
sec²(a) = 1 + tan²(a)
csc²(a) = 1 + cot²(a)
Estas fórmulas são justificadas como segue
sen²(a) 1
1+tan²(a)=1+ = =sec²(a)
cos²(a) cos²(a)

cos²(a) 1
1+cot²(a)=1+ = =csc²(a)
sen²(a) sen²(a)

Alguns ângulos notáveis


arco xº sen(x) cos(x) tan(x) cot(x) sec(x) csc(x)
0 0º 0 1 0 não existe 1 não existe
/6 30º ½ ½ 2 2

/4 45º ½ ½ 1 1
/3 60º ½ ½ 2 2

/2 90º 1 0 não existe 0 não existe 1


2 /3 120º ½ -½ - - -2 2

3 /4 135º ½ -½ -1 -1 -

5 /6 150º ½ -½ - - -2 2
180º 0 -1 0 não existe -1 não existe
7 /6 210º -½ -½ -2 -2

5 /4 225º -½ -½ 1 1 - -

4 /3 240º -½ -½ -2 -2

3 /2 270º -1 0 não existe 0 não existe -1


5 /3 300º -½ ½ - - 2 -2

7 /4 315º -½ ½ -1 -1 -

11 /6 330º -½ ½ - - 2 -2
2 360º 0 1 0 não existe 1 não existe

Resolução de triângulos
Os elementos fundamentais de um triângulo são os seus lados, os seus ângulos e a sua área, resolver um
triângulo, segnifica conhecer as medidas destes elementos. Conhecendo-se três entre estes elementos
podemos usar as relações métricas ou as relações trigonométricas dependendo do caso, para calcular os
outros elementos. Estas relações estão expostas na sequência.

Lei dos Senos


Seja um triângulo qualquer, como o que aparece na figura ao lado, com lados a, b e c, que são os lados
opostos aos ângulos A, B e C, respectivamente. O quociente entre a medida de cada lado e o seno do
ângulo oposto a este lado é uma constante igual a 2R, em que R é o raio da circunferência circunscrita ao
triângulo, isto é:
a b c
= = =2R
sen(A) sen(B) sen(C)

Demonstração: Para simplificar as notações iremos denotar o ângulo correspondente a cada vértice pelo
nome do vértice, por exemplo para o triângulo de vértices ABC os ângulos serão A, B e C respectivamente,
assim quando escrevermos sen(A) estaremos nos referindo ao seno do ângulo correspondente ao vértice A.
Seja ABC um triângulo qualquer, inscrito numa circunferência de raio R. Tomando como base do triângulo o
lado BC, construimos um novo triângulo BCA', de tal modo que o segmento BA' seja um diâmetro da
circunferência. Este novo triângulo é retângulo em C.
Temos três casos a considerar, dependendo se o triângulo ABC é acutângulo, obtusângulo ou retângulo.

1. Triângulo acutângulo: Os ângulos correspondentes aos vértices A e A' são congruentes, pois são
ângulos inscritos à circunferência que correspondem a um mesmo arco BC. Então:

a
sen(A')=sen(A)=
2R
isto é,
a
=2R
sen(A)
Repetindo o mesmo processo para as bases AC e AB, encontraremos os outros quocientes
b c
= =2R
sen(B) sen(C)

2. Triângulo obtusângulo: Se A e A' são os ângulos que correspondem aos vértices A e A', a relação
entre eles é dada por A'= -A, pois são ângulos inscritos à circunferência correspondentes a arcos
replementares BAC e BA'C. Então

a
sen( -A)= = sen( -A)
2R
isto é,
a
=2R
sen(A)
Repetindo o mesmo processo para as bases AC e AB, encontraremos os outros quocientes
b c
= =2R
sen(B) sen(C)

3. Triângulo retângulo: Como o triângulo ABC é um triângulo retângulo, é imediato que

b c
sen(B)= , sen(C)= e sen(A)=sen( /2)=1
a a
Como, neste caso a=2R, temos,
a b c
= =
sen(A) sen(B) sen(C)

Lei dos Cossenos


Em um triângulo qualquer, o quadrado da medida de um lado é igual a diferença entre a soma dos
quadrados das medidas dos outros dois lados e o dobro do produto das medidas desses lados pelo cosseno
do ângulo formado por estes lados.
a² = b² + c² - 2bc cos(A)
b² = a² + c² - 2ac cos(B)
c² = a² + b² - 2ab cos(C)

Demonstração: Temos três casos a considerar, dependendo se o triângulo ABC é acutângulo, obtusângulo
ou retângulo.

1. Triângulo retângulo: Se o triângulo ABC é retângulo, com ângulo reto no vértice A. A relação
a² = b² + c² - 2bc cos(A)
recai no teorema de Pitágoras.
a² = b² + c²
uma vez que cos(A)=cos( /2)=0.

2. Triângulo acutângulo: Seja o triângulo ABC um triângulo acutângulo com ângulo agudo
correspondente ao vértice A, como mostra a figura.
Seja o segmento de reta HC perpendicular ao lado AB (altura do triângulo relativa ao lado AB),
passando pelo vértice C. Aplicando o Torema de Pitágoras no triângulo CHB, temos:
a² = h²+(c-x)² = h²+(c²-2cx+x²) =
=(h²+x²)+c²-2cx (Eq.1)
No triângulo AHC, temos que b²=h²+x² e também cos(A)=x/b, ou seja, x = b cos(A)
Substituindo estes resultados na equação (Eq. 1), obtemos:
a²=b² + c² - 2bc cosA

3. Triângulo obtusângulo: Seja o triângulo obtusângulo ABC com o ângulo obtuso correspondente ao
vértice A, como mostra a figura.

Seja o segmento de reta HC perpendicular ao lado AB (altura do triângulo relativa ao lado AB),
passando pelo vértice C. Aplicando o Torema de Pitágoras no triângulo CHB, temos que:
a² = h²+(c+x)² = h²+(c²+2cx+x²) =
=(h²+x²)+c²+2cx (Eq.2)
No triângulo AHC, temos que b²=h²+x² e também:
cos(D)=x/b=cos( -A)=-cos(A), então, x = -b cos(A)
Substituindo estes resultados na equação (Eq.2), obtemos:
a² = b² + c² - 2bc cos(A)

As expressões da lei dos cossenos podem ser escritas na forma


b²+c²-a² a²+c²-b² a²+b²-c²
cos(A)= ,cos(B)= ,cos(C)=
2bc 2ac 2ab

Área de um triângulo em função dos lados


Existe uma fórmula que permite calcular a área de um triângulo conhecendo-se as medidas de seus lados.
Se a, b e c são as medidas dos lados do triângulo, p a metade do perímetro do triângulo, isto é: 2p=a+b+c,
então,
S = R[p(p-a)(p-b)(p-c)]
onde R[z] é a nossa notação para a raiz quadrada de z>0.

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