Você está na página 1de 2

CVX - 2020-2021

TPC 4 ROMANOS VIII


2 – nov - 2020
____________________________________________________________

Graça a pedir: Reconhecer a mia criação limitada como um sopro do amor de Deus.
_____________________________________________________________________________

Pistas para oração


http://www.paroquias.org/biblia/index.php?c=Sl+39

Salmo 39 - Salmo de David.

1
Eu disse a mim próprio: "Vigiarei sobre a minha conduta,
para não pecar com a língua;
refrearei a minha boca,
enquanto o ímpio estiver diante de mim."
2
Fiquei calado e em silêncio, mas sem proveito,
porque se agravou a minha dor.
3
O coração ardia-me no peito;
de tanto pensar nisto, esse fogo avivava-se
e deixei a minha língua dizer:
4
SENHOR, dá-me a conhecer o meu fim
e o número dos meus dias,
para que veja como sou efémero.
5
De poucos palmos fizeste os meus dias;
diante de ti a minha existência é como nada;
o homem não é mais do que um sopro!
6
Ele passa como simples sombra!
É em vão que se agita:
amontoa riquezas e não sabe para quem ficam.
7
Agora, Senhor, que posso eu esperar?
A minha esperança está em ti.
9Livra-me de todas as minhas faltas;
não deixes que o insensato se ria de mim.

_____________________________________________________________________________

"O elogio da imperfeição"


Paolo Scquizzato

Da negação do limite a uma vida inautêntica

Christian Bobin escreve:

«Nunca me empolguei muito por exames. Não que fosse mau aluno, como sói dizer-se.
Quando adivinhava o que se esperava de mim, então eu dava-o. Fazia da arte de aprender
uma arte deveras subtil da oferta; é preciso dar ao outro o que ele espera de nós, e não o que
desejamos para nós. O que se espera de nós, não aquilo que somos. Porque o que ele espera
nunca é o que nós somos, é sempre outra coisa. Portanto, aprendi muito depressa a dar aquilo
que não tinha» (Elogio do nada).
CVX - 2020-2021
ROMANOS VIII
____________________________________________________________
O homem é um esplêndido ator. O drama que representa é viver segun do aquilo que os
outros esperam dele, e não o facto de ser realmente capaz de realizar a sua história, quer
dizer, a verdade.

O problema é que o outro espera sempre de nós algo diferente do que somos; isto comporta,
inevitavelmente, que demos e manifestemos sempre aquilo que não temos e que, afinal, não
somos. A questão será sempre parecermos aos outros que somos perfeitos, não manchados
por limites ou fragilidades, isto é, que vivamos através daquelas performances que eles
esperam de nós e que nos tornam bem aceites, bem-queridos. Amados.

Aprendemos isto desde pequeninos em relação aos nossos pais, para, depois, vivê-lo com os
professores, os educadores, os empregadores, o nosso partner, com nós próprios e com Deus.

Mas não se pode viver uma vida assim; não se pode resistir a um esforço continuado de nos
mostrarmos adequados, performantes, perfeitos, para tranquilizar os outros a fim de lhes dar
prazer.

«Um princípio basilar para o nosso percurso de vida é: «Não te deixes condicionar pelos
outros. Não permitas que os outros te prescrevam a estrada que deves percorrer. Vai pela tua
estrada. Torna-te tu próprio. Descobre a forma autêntica e incontaminada que o Senhor te
atribuiu. E tem a coragem de viver o aspeto originário de ti mesmo. Quem eras antes de os
teus pais te educarem? Quem eras em Deus, antes de nasceres?» Lembra-te do teu núcleo
divino. Se entrares em contacto com ele, poderás percorrer livremente a tua estrada (Anselm
Grün, O livro da arte de viver).

O nosso drama de cristãos é desejarmos ser performantes, até diante de Deus. Fizemos do
Cristianismo a religião do «tender para o perfecionismo moral» – confundindo-o com a
santidade –, como se fosse a única condição para obter o amor de Deus e os seus dons. Mas o
único dom que Deus poderá conceder-nos não será senão Ele próprio, quer dizer, amor,
perdão e misericórdia. E Deus só me poderá dar tudo isto quando eu me reconhecer
necessitado de amor, pecador e pobre.

___✟___

Você também pode gostar