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Brasileira
Prof. Fábio Roberto Tavares
2014
Copyright © UNIASSELVI 2014
Elaboração:
Prof. Fábio Roberto Tavares
981.041
O48p Tavares, Fábio Roberto
Formação da sociedade brasileira / Fábio Roberto Tavares.
Indaial : Uniasselvi, 2014.
204 p. : il
ISBN 978-85-7830-846-9
III
direitos humanos, redes sociais, a confiança no indivíduo, uma economia
voltada para o bem social e para a solidariedade e o desenvolvimento
consciente do meio ambiente.
NOTA
Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para
você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há
novidades em nosso material.
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova
diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também
contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa
continuar seus estudos com um material de qualidade.
IV
V
VI
Sumário
UNIDADE 1 - SURGE UMA NAÇÃO................................................................................................ 1
VII
2.2 FORMAÇÃO SOCIOCULTURAL................................................................................................ 71
2.3 ECONOMIA.................................................................................................................................... 73
3 REGIÃO NORDESTE......................................................................................................................... 75
3.1 CARACTERIZAÇÃO GERAL...................................................................................................... 75
3.2 FORMAÇÃO SOCIOCULTURAL................................................................................................ 76
3.3 ECONOMIA.................................................................................................................................... 78
3.4 OUTRAS QUESTÕES..................................................................................................................... 79
4 REGIÃO NORTE................................................................................................................................. 79
4.1 CARACTERIZAÇÃO GERAL ....................................................................................................... 80
4.2 FORMAÇÃO SOCIOCULTURAL.................................................................................................. 81
4.3 ECONOMIA...................................................................................................................................... 83
5 REGIÃO SUDESTE............................................................................................................................. 85
5.1 CARACTERIZAÇÃO GERAL...................................................................................................... 85
5.2 FORMAÇÃO SOCIOCULTURAL................................................................................................ 87
5.3 ECONOMIA.................................................................................................................................... 88
6 REGIÃO SUL........................................................................................................................................ 90
6.1 CONTEXTUALIZAÇÃO GERAL............................................................................................... 90
6.2 FORMAÇÃO SOCIOCULTURAL................................................................................................ 91
6.3 ECONOMIA.................................................................................................................................... 92
6.4 OUTRAS QUESTÕES..................................................................................................................... 94
6.4.1 A mais segura......................................................................................................................... 94
6.4.2 A mais alfabetizada............................................................................................................... 94
6.4.3 Onde mais se lê...................................................................................................................... 94
6.4.4 O melhor sistema de saúde.................................................................................................. 94
LEITURA COMPLEMENTAR.............................................................................................................. 95
RESUMO DO TÓPICO 1...................................................................................................................... 98
AUTOATIVIDADE................................................................................................................................ 99
VIII
UNIDADE 3 - A SOCIEDADE BRASILEIRA E SUAS INFLUÊNCIAS...................................... 133
IX
X
UNIDADE 1
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
Esta unidade tem por objetivos:
• estudar como se forma o povo brasileiro, seus diferentes grupos que aqui
já moravam e também os grupos que vão se estabelecer no país no início
da colonização;
• entender como o país vai se formando através da história por meio dos
seguintes aspectos: desenvolvimento e modernização;
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos, sendo que em cada um deles você
encontrará atividades visando à compreensão dos conteúdos apresentados.
1
2
UNIDADE 1
TÓPICO 1
1 INTRODUÇÃO
Vivemos. Por que vivemos? Para que vivemos? Estes são alguns dos tantos
questionamentos com os quais nos deparamos em nossa vida.
O pensar nem sempre está presente em nossas vidas. Nos tempos atuais,
os cidadãos não primam pelo pensar, como acontecia nos tempos de Sócrates,
de Platão, dos padres da Igreja, da Escola de Frankfurt e tantos outros lugares e
momentos que honravam o pensar e tudo o que podia advir desse ato tão ousado,
como o simples pensar.
3
UNIDADE 1 | SURGE UMA NAÇÃO
UNI
Neste link você vai encontrar um pequeno vídeo que conta abreviadamente a
formação do povo brasileiro. Acesse: <http://agfdsd.blogspot.com.br/2011_04_01_archive.html>.
4
TÓPICO 1 | FORMAÇÃO DO POVO BRASILEIRO
PRIMEIROS HABITANTES
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UNIDADE 1 | SURGE UMA NAÇÃO
FONTE: FAUSTO, B. História concisa do Brasil. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2002.
3 OS INDÍGENAS
É comum a população indígena ser identificada como uma população
preguiçosa, selvagem e desalmada, ou por serem os responsáveis por negociar
riquezas naturais brasileiras por quinquilharias e bugigangas da indústria
europeia. Por outro lado, também são reconhecidos pela prática de poligamia,
costume que permite a convivência de um homem com mais de uma mulher, ou
ainda pelo exotismo e excepcionalidade de sua produção artesanal, musical e
arte corporal. Isso se dá diante do fato de que as referências para compreensão
destas populações são a partir do referencial etnocêntrico da cultura europeia,
ocidental, cristã/católica.
FIGURA 2 – INDÍGENAS
6
TÓPICO 1 | FORMAÇÃO DO POVO BRASILEIRO
Por outro lado, existiu a experiência das missões jesuíticas, que foi
menos agressiva e consistia na formação de aldeias indígenas organizadas e
administradas por padres católicos jesuítas. O objetivo principal das missões
era o de criar uma sociedade dentro dos cânones europeus de civilidade e
religiosidade católico-cristã. No entanto, os padres jesuítas utilizavam a mão de
obra dos nativos também nas atividades agrícolas e artesanais.
7
UNIDADE 1 | SURGE UMA NAÇÃO
Os indígenas criaram seus mitos e lendas para explicar sua origem, seus
rituais religiosos e seus deuses. Existem mitos que se referem aos elementos
agrícolas, que se explicam à origem e à finalidade de tais alimentos e seu
simbolismo. Outro elemento importante na religiosidade dos indígenas é a
presença dos astros e elementos da natureza, como o Sol, a chuva, as estrelas, a
Lua, os relâmpagos, e demais forças e manifestações da natureza.
UNI
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TÓPICO 1 | FORMAÇÃO DO POVO BRASILEIRO
9
UNIDADE 1 | SURGE UMA NAÇÃO
FIGURA 4 – INDÍGENA
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TÓPICO 1 | FORMAÇÃO DO POVO BRASILEIRO
UNI
2- Confira a Declaração da ONU para os Direitos dos Povos Indígenas. Disponível em:
<http://www.cimi.org.br/pub/publicacoes/1191526307_Encarte299.pdf>.
4- Procure ver o filme “Caramuru: a invenção do Brasil” (2001), dirigido e escrito por
Guel Arraes e Jorge Furtado, que aborda o relacionamento entre navegadores europeus
e nativos brasileiros, sobressaindo-se a imagem de indígena ingênuo e destituído de
cultura. Por outro lado, o longa metragem valoriza os aspectos de troca e cooperação
cultural entre ambos.
4 GRUPOS EUROPEUS
Para introduzirmos este ponto que trata da imigração europeia no Brasil,
o artigo a seguir apresenta, de forma resumida, desde o início dessa imigração
até o desfecho de grandes grupos vindos da Europa no período das duas grandes
guerras. O que temos depois disso é o fluxo praticamente normal de imigração,
sem grandes volumes de pessoas cruzando o Atlântico para as nossas terras.
11
UNIDADE 1 | SURGE UMA NAÇÃO
12
TÓPICO 1 | FORMAÇÃO DO POVO BRASILEIRO
13
UNIDADE 1 | SURGE UMA NAÇÃO
5 GRUPOS AFRODESCENDENTES
Com este texto propõe-se abordar aspectos históricos, religiosos e
culturais das populações africanas, na tentativa de contribuir na divulgação e
reconhecimento da formação da cultura brasileira e dos demais povos. Além
disso, pretende-se favorecer a construção de relações étnico-sociais harmônicas,
respeitosas e positivas, rumo à construção de uma nação democrática e tolerante,
apontando a tolerância e convivência respeitosa diante da diversidade cultural
nos espaços de trabalho e sociabilidade, no interior de organizações, espaços
públicos, privados, empresas, escolas. Com isso, disponibilizam-se elementos
que possam nortear aspectos de gestão humana nos espaços de trabalho.
14
TÓPICO 1 | FORMAÇÃO DO POVO BRASILEIRO
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UNIDADE 1 | SURGE UMA NAÇÃO
16
TÓPICO 1 | FORMAÇÃO DO POVO BRASILEIRO
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UNIDADE 1 | SURGE UMA NAÇÃO
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TÓPICO 1 | FORMAÇÃO DO POVO BRASILEIRO
UNI
Assista ao filme O Jardineiro Fiel, dirigido por Fernando Meirelles, 2005. Cor.
Adaptado do romance de mesmo nome escrito por John Le Carré, em 2001.
O filme aborda a problemática do descaso com relação à população africana através da
história de um diplomata britânico e uma ativista para direitos humanos no interior da África,
que identificam a estratégia de laboratórios farmacêuticos que se utilizam da população,
em condições paupérrimas e sem o consentimento das mesmas, como cobaias para testar
medicamentos.
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UNIDADE 1 | SURGE UMA NAÇÃO
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TÓPICO 1 | FORMAÇÃO DO POVO BRASILEIRO
6 CULTURA AFRO-BRASILEIRA
A totalidade da formação étnica brasileira aponta para a diversidade, que é
resultante de uma ampla e longa combinação e recombinação entre negros, brancos
e amarelos, bantos, iorubás, nagôs, tupinambás, guaranis, carijós, portugueses,
alemães, italianos, japoneses, árabes e tantos outros. E reside exatamente nesta
vasta possibilidade de combinação e miscigenação o reconhecimento pela riqueza
peculiar da cultura brasileira.
21
UNIDADE 1 | SURGE UMA NAÇÃO
entre elas a criação de gado, lavouras de açúcar, tabaco, algodão, arroz, anil, entre
outros produtos agrícolas. Será neste contexto que se formarão os quilombos.
FIGURA 12 – CAMDOMBLÉ
UNI
FIGURA 13 – OXALÁ
Xangô: divindade dos raios, relâmpagos e trovões. Suas cores são o cinza,
roxo e a determinante é o marrom, e seus elementos são o ar e a terra. Podemos
observar que as cores, na maioria das vezes, combinam com os elementos
representados.
FIGURA 14 – XANGÔ
24
TÓPICO 1 | FORMAÇÃO DO POVO BRASILEIRO
Ogum: divindade do ferro e dos ferreiros, deus das guerras. Suas cores
são o branco e o vermelho, com o fogo como elemento.
FIGURA 15 – OGUM
Iansã: como vimos até agora, a maioria dos orixás é do sexo masculino.
Como a imagem nos diz muito, Iansã é guerreira, como muitos orixás, mensageira,
guardiã dos templos, das casas e das pessoas. Suas características são muito
peculiares, por exemplo, ela concentra três elementos – ar, água e fogo - e atua
nos fenômenos da natureza de forma geral.
FIGURA 16 – IANSÃ
25
UNIDADE 1 | SURGE UMA NAÇÃO
Iemanjá: divindade das águas salgadas, suas cores são o azul claro e o branco
transparente, como óbvio relacionado à sua divindade, o seu elemento é a água.
FIGURA 17 – IEMANJÁ
Oxum: divindade das águas doces. Sua cor inicial é o cobre, por ser um
metal nobre, porém o ouro pode ser considerado também sua cor predominante,
junto com o azul claro.
26
TÓPICO 1 | FORMAÇÃO DO POVO BRASILEIRO
FIGURA 18 – IBEJI
27
UNIDADE 1 | SURGE UMA NAÇÃO
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TÓPICO 1 | FORMAÇÃO DO POVO BRASILEIRO
Cordova (2010) observa que o rap, que traz ritmos marcados e repetidos,
mais a palavra fraseada, rimada e cantada, remetem às características da
musicalidade africana. Esta narrativa e musicalidade, na maioria das vezes,
acabam por denunciar a opressão e a marginalização sofrida por mestiços e
negros nos grandes centros urbanos das cidades.
29
UNIDADE 1 | SURGE UMA NAÇÃO
FIGURA 22 – CAPOEIRA
30
TÓPICO 1 | FORMAÇÃO DO POVO BRASILEIRO
31
UNIDADE 1 | SURGE UMA NAÇÃO
FIGURA 24 – SACI-PERERÊ
UNI
Visite o Museu Afro Brasil. Localizado na Avenida Pedro Álvares Cabral, s/n –Parque Ibirapuera,
Portão 10, São Paulo/SP, ou acesse o site <http://www.museuafrobrasil.org.br/>.
UNI
33
UNIDADE 1 | SURGE UMA NAÇÃO
LEITURA COMPLEMENTAR
NAÇÃO E POVO
Adriano Moreira
34
TÓPICO 1 | FORMAÇÃO DO POVO BRASILEIRO
35
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico vimos:
• A formação do povo brasileiro, com influências que vão além dos povos
europeus que aqui chegaram a partir de 1500.
36
AUTOATIVIDADE
37
38
UNIDADE 1
TÓPICO 2
1 INTRODUÇÃO
Entender a formação da sociedade brasileira passa pela compreensão
de um país que precisa se desenvolver, e esse desenvolvimento passa, no
meu entendimento, também por uma economia forte tanto interna quanto
externamente, para poder crescer. O Brasil, desde o início, serviu para o
crescimento econômico de várias nações que viam aqui uma ‘galinha dos ovos
de ouro’ dividida em várias fases: o pau-brasil, a cana-de-açúcar, o ouro, o cacau.
Esta forma de exploração vai tornando o Brasil uma nação atrasada em seu
processo de industrialização em relação ao que se desenvolve já no século XVIII
em algumas nações da Europa. Somente no século XX é que vai se efetivando
uma indústria equivalente ao tamanho do país. Furtado (2006, p. 18) nos esclarece
esta questão, mencionando que:
39
UNIDADE 1 | SURGE UMA NAÇÃO
2 O SUBDESENVOLVIMENTO E O DESENVOLVIMENTO
País de terceiro mundo. País de primeiro mundo. País subdesenvolvido,
país emergente, país em desenvolvimento. Estas são expressões que ouvimos
corriqueiramente, não só nos meios acadêmicos ou na bolsa de valores. O Brasil já
se enquadra no grupo dos países em desenvolvimento. Bill Clinton, ex-presidente
dos Estados Unidos, reforça essa visão afirmando que o Brasil se caracteriza
pelo “rápido desenvolvimento”. Não vamos aqui apresentar as características do
país para enquadrá-lo neste grupo, mas sim, em noções gerais, estudar como a
economia no país se desenvolve para, assim, identificar se realmente estamos em
desenvolvimento. No quadro que segue temos o IDH – Índice de Desenvolvimento
Humano, com algumas características que indicam a posição do Brasil e seu
desenvolvimento humano em relação a um número determinado de países que
também têm esse levantamento.
UNI
Indicadores Brasil
IDH 0,699 (73º posição)
Esperança de Vida ao Nascer 72,9 anos
Anos Médios de Estudo 7,2 anos
Anos Esperados de Escolaridade 13,8 anos
Rendimento Nacional Bruto per capita US$ 10.607
FONTE: Disponível em: <http://3terceiravia.blogspot.com.br/2010_11_01_archive.html>. Acesso
em: 11 nov. 2013.
40
TÓPICO 2 | UM PAÍS VAI SE FORMANDO
detrimento ao dólar. Em um primeiro olhar, o que isso indica? Que aqueles que
estavam atraídos em investir por aqui desviam suas intenções para o mercado
norte-americano, pela simples segurança que lhes é conferida. O que há de errado
conosco? De acordo com Furtado (2010, p.19):
FIGURA 25 – GLOBALIZAÇÃO
41
UNIDADE 1 | SURGE UMA NAÇÃO
3 MODERNIZAÇÃO
A modernização de um país acontece não só no viés econômico. Ela deve
estar acompanhada de avanços também no campo social, político, enfim, no
que alcança o indivíduo e a sociedade. A modernização precisa englobar essas
características para se mostrar forte econômica e socialmente.
42
TÓPICO 2 | UM PAÍS VAI SE FORMANDO
Podemos também salientar que esses avanços não aconteceram e ainda não
acontecem uniformemente, mas sim pontualmente, conforme as forças políticas
vão orientando a vontade dos governos de investimentos em determinadas
regiões. Vamos tratar um pouco mais sobre essas discrepâncias na próxima
unidade.
43
UNIDADE 1 | SURGE UMA NAÇÃO
LEITURA COMPLEMENTAR
PAÍSES EMERGENTES
44
TÓPICO 2 | UM PAÍS VAI SE FORMANDO
Esse modelo, adotando todas essas exigências, só foi utilizado até o ano
de 2009. Em 2010, o Índice de Desenvolvimento Humano seguiu outras vertentes:
a expectativa de vida ao nascer, o acesso ao conhecimento e um padrão de vida
digno, conhecido como PIB (PPC) per capita.
45
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico vimos:
46
AUTOATIVIDADE
47
48
UNIDADE 1
TÓPICO 3
FORMAS DE GOVERNO
1 INTRODUÇÃO
Vimos, no tópico anterior, aspectos que são determinantes para o
desenvolvimento de um país, como a modernização, o desenvolvimento
econômico, social e cultural. É um processo contínuo, ou seja, não existe um
ponto de chegada para garantir que o país está 100% desenvolvido em todos os
seus aspectos.
Vamos agora estudar outros aspectos que fazem parte desse processo de
crescimento que vai além do econômico: a governança.
49
UNIDADE 1 | SURGE UMA NAÇÃO
50
FIGURA 26 – PERÍODOS DA HISTÓRIA DO BRASIL
51
TÓPICO 3 | FORMAS DE GOVERNO
2 CAPITANIAS
Imaginemos o Brasil logo após o descobrimento. Os portugueses não
devem ter ideia da extensão territorial de sua nova aquisição. D. João, por ser o
proprietário dessas terras, as divide e as concede a pessoas de sua confiança para que
as administrem, as colonizem e as protejam das invasões de outras nações. Em troca
disso, eles, os arrendatários, poderiam explorar o que a terra oferecia em recursos
naturais. Essas terras, denominadas capitanias hereditárias, vão produzir por algum
tempo as riquezas da nova nação que se vislumbra: a madeira, tendo como carro-
chefe o pau-brasil, os minérios, um pouco mais para a frente, com a descoberta das
“minas gerais”, e também a exploração de animais. A história nos aponta que essa
forma de gerenciar as terras não alcançou bons frutos. Podemos identificar alguns
dos motivos de não terem obtido êxito: a grande extensão de terras para a época, falta
de meios de transporte, falta de mão de obra, os ataques dos índios, entre outros. Para
conhecimento, elencamos a seguir as capitanias, com destaque para as capitanias de
São Vicente e de Pernambuco, que tiveram algum sucesso.
FIGURA 27 – CAPITANIAS
52
TÓPICO 3 | FORMAS DE GOVERNO
3 IMPÉRIO
Você já deve ter ouvido ou visto a expressão “país da jabuticaba”, quando
queremos identificar algo, acontecimento, fato que só vemos por essas paragens.
Por sermos um país de dimensões continentais, sempre foi difícil estabelecer um
governo central forte. Este período imperial que vamos estudar não foge à regra.
53
UNIDADE 1 | SURGE UMA NAÇÃO
FIGURA 28 – REVOLTAS
54
TÓPICO 3 | FORMAS DE GOVERNO
UNI
Daí resultou que a Constituição escrita não pôde reproduzir, como não
reproduziu, a Constituição real do país.
Poder Moderador
Imperador
+
Conselho de Estado
Presidentes de
Província
Eleitorado
de 2º grau ou Conselhos de
Paróquia Província
Eleitorado
de 1º grau ou Conselhos
Paróquia Municipais
55
UNIDADE 1 | SURGE UMA NAÇÃO
Parlamentarismo
56
TÓPICO 3 | FORMAS DE GOVERNO
Presidencialismo
57
UNIDADE 1 | SURGE UMA NAÇÃO
baseia-se na harmonia desses três poderes, sendo que nenhum pode impor-
se ao outro ou tentar superar os demais, e para manter esse equilíbrio há um
sistema de freios e contrapesos pelo qual um poder controla o outro e cada
um depende dos outros dois. Em um regime presidencialista, o Legislativo
pode ser exercido apenas pela Câmara dos Deputados (sistema unicameral)
ou por duas casas, a Câmara e o Senado (sistema bicameral).
4 REPÚBLICA
Para entender um país e sua política, principalmente, é preciso entender
qual tipo de governo é exercido neste país. Vimos isso anteriormente, agora
queremos aqui destacar a democracia, pois é nela que vivemos atualmente.
59
UNIDADE 1 | SURGE UMA NAÇÃO
Tipos de República:
60
TÓPICO 3 | FORMAS DE GOVERNO
61
UNIDADE 1 | SURGE UMA NAÇÃO
Tipos de monarquia:
62
TÓPICO 3 | FORMAS DE GOVERNO
Características da monarquia:
CONCLUSÃO
63
UNIDADE 1 | SURGE UMA NAÇÃO
64
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico vimos:
65
AUTOATIVIDADE
66
UNIDADE 2
CONHECENDO O BRASIL
CONTEMPORÂNEO
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
Esta unidade tem por objetivos:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos e no decorrer de cada um deles
você encontrará atividades que o ajudarão a fixar os conteúdos adquiridos.
67
68
UNIDADE 2
TÓPICO 1
A QUESTÃO REGIONAL
NO BRASIL
1 INTRODUÇÃO
O Brasil é um país imenso em termos territoriais e populacionais, e
culturalmente diverso. Não é difícil perceber que fazemos parte de uma nação
heterogênea, com diferenças marcantes. Basta ligar a televisão e vemos diferenças
de sotaque, hábitos, paisagens, tradições. Assim como também é possível
observar as profundas desigualdades sociais. A televisão que glamoriza a riqueza
é a mesma que apresenta grupos que sofrem com a pobreza, a indiferença da
sociedade e o abandono do Estado.
NOTA
A divisão atual das regiões brasileiras existe desde 1970. É uma divisão oficial, mas
não se centra na autonomia. Baseia-se em critérios de proximidade nos aspectos físicos,
culturais e sociais, e ajuda nas análises e estatísticas do país.
69
UNIDADE 2 | CONHECENDO O BRASIL CONTEMPORÂNEO
2 REGIÃO CENTRO-OESTE
Quais figuras surgem na sua mente quando pensa na região Centro-
Oeste? A imagem de um caubói? Grandes fazendas? A capital federal Brasília?
Todos esses elementos fazem parte do contexto atual da região, que será mais
bem entendido agora.
70
TÓPICO 1 | A QUESTÃO REGIONAL NO BRASIL
71
UNIDADE 2 | CONHECENDO O BRASIL CONTEMPORÂNEO
NOTA
2.3 ECONOMIA
Retomando a questão dos projetos de ocupação, eles provocam uma
descentralização da produção antes concentrada no litoral e, com isso, grande
parte do território brasileiro se torna ocupado, explorando o imenso potencial
dessas terras. Isso é essencial para compreender a dinâmica econômica da região,
pautada na produção agropecuária.
73
UNIDADE 2 | CONHECENDO O BRASIL CONTEMPORÂNEO
74
TÓPICO 1 | A QUESTÃO REGIONAL NO BRASIL
3 REGIÃO NORDESTE
A região Nordeste remete a imagens de praias, mar azul, tranquilidade,
carnavais típicos. Não é à toa: os sete Estados que compõem a região são banhados
pelo mar. Mas muitas vezes também surgem imagens de seca, falta de chuva,
sofrimento da população no interior do território. Esse contraste é importante
para se entender a região, sua economia, dinâmica populacional e formação social.
NOTA
Quando se diz que é uma região populosa, quer se destacar o total de habitantes
que ela apresenta, quantos indivíduos vivem ali. Isso é diferente de uma região povoada, que
se refere à distribuição da população em um território, o que é mensurado pela densidade
demográfica (número de habitantes por quilômetro quadrado).
75
UNIDADE 2 | CONHECENDO O BRASIL CONTEMPORÂNEO
NOTA
3.3 ECONOMIA
O modelo de produção do período de colonização não se reflete apenas
em termos culturais, mas também em estruturas econômicas importantes que
resistem e influenciam os dias de hoje.
78
TÓPICO 1 | A QUESTÃO REGIONAL NO BRASIL
DICAS
O livro Morte e Vida Severina, de João Cabral de Melo Neto, mostra, de forma
lírica, os percalços e sofrimento da vida no sertão nordestino, como também o contraste
entre a vida no interior e a vida no litoral. Acompanhe um trecho:
4 REGIÃO NORTE
Quando se pensa na região Norte, logo se associa a imensidão e riqueza
da floresta amazônica, que é de fato o bioma predominante da região. Mas não só
as árvores compõem essa região, ela possui uma colonização portuguesa antiga
e, nos dias de hoje, possui grandes metrópoles, como Belém (PA) e Manaus
79
UNIDADE 2 | CONHECENDO O BRASIL CONTEMPORÂNEO
80
TÓPICO 1 | A QUESTÃO REGIONAL NO BRASIL
NOTA
Os povos tradicionais não envolvem apenas grupos indígenas. É todo povo que
possui uma cultura e uma organização social diferenciada. Eles possuem conhecimentos,
inovações e práticas tradicionais transmitidos de geração para geração. Assim, essa categoria
abrange os povos indígenas, os quilombolas, os ribeirinhos, os pomeranos, dentre outros.
Essa visão obscurecida das populações indígenas que ali viviam traz
como reflexo um dos grandes impasses vividos nos dias de hoje: a questão
da demarcação de terras indígenas. Não é algo exclusivo da região, mas é um
aspecto forte, pela quantidade de povos tradicionais que ali habitam. Cerca de
180 povos indígenas vivem na região, que somados são aproximadamente 208
mil indivíduos. A demarcação de suas terras foi reconhecida pela Constituição
de 1988, com direito ao usufruto exclusivo das riquezas naturais nelas existentes
(HECK; LOEBENS; CARVALHO, 2013).
81
UNIDADE 2 | CONHECENDO O BRASIL CONTEMPORÂNEO
NOTA
A região amazônica está presente em grande parte da região, mas expande sua
fronteira ocupando pequenas porções do território do Centro-Oeste e Nordeste.
82
TÓPICO 1 | A QUESTÃO REGIONAL NO BRASIL
Esses dois pontos marcam as características culturais até os dias atuais. Por
um lado, existe a população indígena, com os principais símbolos da região (danças,
pinturas, comida). Entretanto, essa massa de migrantes vinda de diversos lugares do
país, em especial do Nordeste, também traz outro aspecto do caldeirão cultural ali
encontrado. Esses fluxos migratórios são essenciais para compreender a formação da
população do Norte do país e não podem ser ignorados (CRAICE; SOUZA, 2013).
4.3 ECONOMIA
Entre as capitais dos Estados da região, duas foram fundamentais nos
planos da integração do território proposto pelo regime militar: Belém e Manaus.
Na verdade, ambas possuem destaque desde o início do século XX, com o “ciclo
da borracha”, quando essas capitais concentraram os portos e, consequentemente,
a comercialização do produto (BECKER, 2009). Essa centralidade comercial
também provoca uma atração de população a esses municípios desde o período.
Isso pode ser mais bem compreendido nos grandes projetos (rodovias,
hidrelétricas, extração mineral de grande porte) propostos pelo governo que são
realizados ali desde a década de 1960. Esses projetos não buscam simplesmente
integrar a região ao país, mas também explorar seus recursos (BECKER, 2009). E
83
UNIDADE 2 | CONHECENDO O BRASIL CONTEMPORÂNEO
muitas vezes não há um real benefício para o Estado que os abriga e a sua população,
já que não é instalada a infraestrutura necessária para o desenvolvimento e
autonomia para além do momento de construção dos grandes projetos.
DICAS
5 REGIÃO SUDESTE
O Sudeste é popularmente conhecido como o coração econômico do
Brasil. A imagem do Sudeste é recheada de superlativos: é a região mais populosa
(maior número de habitantes), com população vivendo em todas as suas partes,
mais industrializada, lugar que abriga os maiores centros urbanos do país (e,
no caso de São Paulo, do mundo), sinônimo de desenvolvimento tecnológico e
econômico. Enfim, diversas são as visões dessa parte do país, que ganha destaque
nas mídias pela centralidade e poderio que exerce no território nacional. Vamos
conhecer um pouco mais dessa região?
85
UNIDADE 2 | CONHECENDO O BRASIL CONTEMPORÂNEO
DICAS
Você sabia que a maior parte dos grandes centros urbanos no Brasil foi
construída em cima de rios? Isso inclui o município de São Paulo, em que grande parte
dos rios foi encanada e servia de traçados para as principais vias que cortam a cidade e
por onde passam milhares de carros diariamente. O documentário Entre Rios mostra a
urbanização da maior cidade brasileira e a transformação dos seus rios. Busque na internet
ou confira em <http://vimeo.com/14770270>.
86
TÓPICO 1 | A QUESTÃO REGIONAL NO BRASIL
87
UNIDADE 2 | CONHECENDO O BRASIL CONTEMPORÂNEO
5.3 ECONOMIA
Retomando o ponto da produção cafeeira, ainda restam algumas questões
sobre como a economia do Sudeste adquiriu tamanha centralidade. Rocha e
Oliveira (2011, p. 252) respondem a essa questão.
88
TÓPICO 1 | A QUESTÃO REGIONAL NO BRASIL
89
UNIDADE 2 | CONHECENDO O BRASIL CONTEMPORÂNEO
6 REGIÃO SUL
Prosseguindo com nossa discussão sobre as regiões do Brasil, chegamos à
nossa última (mas não menos importante), a região Sul. Suas principais referências
passam pelos costumes tradicionais, principalmente de origem alemã, com festas
e danças, pela alta qualidade de vida que seu povo vive, pela sua vasta produção
rural. Vamos, então, conhecê-la melhor?
Importante ressaltar que a região faz fronteira com três países latino-
americanos: o Paraguai, a Argentina e o Uruguai, além de todos os seus Estados
terem saída para o mar. De um lado, estabelece relação com outros países,
de outro, escoa a produção pelo oceano (ROCHA; OLIVEIRA, 2011). Isso é
importante, principalmente em termos econômicos, pois se configura como
área estratégica para estabelecer relações com os países vizinhos.
90
TÓPICO 1 | A QUESTÃO REGIONAL NO BRASIL
91
UNIDADE 2 | CONHECENDO O BRASIL CONTEMPORÂNEO
6.3 ECONOMIA
Obviamente, a economia da região Sul tem profundas relações e
reflexos da forma como aconteceu sua ocupação e quem ali chegou. Primeiro, a
característica de lotes pequenos e propriedades familiares permanece (ROCHA;
OLIVEIRA, 2011). Produtos tradicionalmente cultivados por esses imigrantes,
como feijão, milho e mandioca, além da produção do próprio vinho e da carne
de porco defumada, frutas para compotas e geleias, ainda fazem parte das bases
econômicas da região.
92
TÓPICO 1 | A QUESTÃO REGIONAL NO BRASIL
93
UNIDADE 2 | CONHECENDO O BRASIL CONTEMPORÂNEO
Observou que interessante? Veja que também é a região com menor taxa
de analfabetismo. São dados importantes que ilustram aspectos da região e que a
fazem tão conhecida pela sua qualidade de vida.
94
TÓPICO 1 | A QUESTÃO REGIONAL NO BRASIL
LEITURA COMPLEMENTAR
Por exemplo, a participação do PIB por região, entre 1995 e 2009, não teve
grandes mudanças. O Sudeste participava de 59,1% do PIB do país em 1995, e
hoje tem 55,3% do total. O Nordeste teve um leve aumento, de 12% para 13,5%, e
o Sul continuou no mesmo patamar: 16,2% em 95 e 16,5% em 2009.
95
UNIDADE 2 | CONHECENDO O BRASIL CONTEMPORÂNEO
século XXI para as anteriores é notada por duas determinantes deste crescimento,
que são específicas dos anos 2000. A primeira é uma inserção diferente do Brasil
no comércio internacional com as exportações brasileiras sendo multiplicadas
por 4, passando de 50 bilhões para 200 bilhões em 10 anos. Tal movimento foi
concentrado em setores que possuem, segundo Delgado, vantagens produtivas
ou no produto final.
[...]
97
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico vimos:
98
AUTOATIVIDADE
5%
2,2% 13,1%
Variação 11,7%
Norte 127%
Variação
Nordeste 12%
8,9%
3,9% 65,5%
Variação 56,4%
Centro-Oeste 128%
Variação
16,7% 16,6%
Sudeste -14%
Variação
Sul -0,6%
PIB 1968 2008
99
d) Considerando o que foi estudado sobre a ocupação das regiões no Brasil,
você acredita que esse crescimento do PIB tem a ver com o processo de
ocupação?
100
UNIDADE 2 TÓPICO 2
PANORAMA ECONÔMICO: “PRA
FRENTE BRASIL”
1 INTRODUÇÃO
2 O SISTEMA ECONÔMICO
Vivemos em um mundo globalizado. Você com certeza já ouviu essa
expressão. Mas o que realmente isso significa? Como podemos entender os
fenômenos contemporâneos que afetam o Brasil e o mundo? O educador Marshall
McLuhan (1989) desenvolveu a ideia da "aldeia global", isto é, a concepção de que
o mundo está se tornando um espaço de convergência e de comunicação direta
entre as diferentes nações. As barreiras que impediam essas conexões estão sendo
derrubadas graças à tecnologia, como a internet e a telefonia celular. Desse modo,
diversos aspectos do comportamento social estão em transformações nunca antes
imaginadas.
101
UNIDADE 2 | CONHECENDO O BRASIL CONTEMPORÂNEO
102
TÓPICO 2 | PANORAMA ECONÔMICO: “PRA FRENTE BRASIL”
DICAS
Por fim, cabe salientar que uma estratégia recente do Brasil, para estabelecer
uma economia forte, é a promoção do desenvolvimento socioeconômico de todas
as suas regiões, de forma contrária à história nacional, marcada por "bolsões"
econômicos (cana-de-açúcar no Nordeste, minérios em Minas Gerais, borracha
na Amazônia etc.). No plano internacional, os países buscam se fortalecer através
de blocos econômicos, sendo o mais conhecido a União Europeia. Por aqui,
paulatinamente se constrói o Mercosul (Mercado Comum do Sul), que pretende
unir as forças dos países da América do Sul via tratados diplomáticos e comerciais.
Importante também é o grupo político de cooperação chamado BRICS, formado
103
UNIDADE 2 | CONHECENDO O BRASIL CONTEMPORÂNEO
pelos países emergentes Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Devido a
suas economias em crescente ascensão, podem agora, de forma conjunta, tomar
medidas que pressionem as nações desenvolvidas e influenciem as decisões
internacionais.
104
TÓPICO 2 | PANORAMA ECONÔMICO: “PRA FRENTE BRASIL”
NOTA
NOTA
106
TÓPICO 2 | PANORAMA ECONÔMICO: “PRA FRENTE BRASIL”
0
Produção primária Produção secundária Produção terciária
que se modernizou desde então. São vários elementos envolvidos nesse processo,
como:
108
TÓPICO 2 | PANORAMA ECONÔMICO: “PRA FRENTE BRASIL”
109
UNIDADE 2 | CONHECENDO O BRASIL CONTEMPORÂNEO
É importante atentar que é o setor que mais cria novos postos de trabalho
nos últimos anos. O setor está mais presente nas grandes cidades, principalmente o
oferecimento de serviços, e é o grande responsável pela criação de empregos. Porém,
nos últimos anos, tal qual o setor secundário, o comércio está passando por um
processo de interiorização, que significa o aparecimento de mais estabelecimentos
comerciais no interior (CNC, 2008). Não que as grandes cidades estejam perdendo
sua área comercial, mas ela passa a se fortalecer em municípios menores.
110
TÓPICO 2 | PANORAMA ECONÔMICO: “PRA FRENTE BRASIL”
LEITURA COMPLEMENTAR
Hilaine Yaccoub
Uma “nova classe média” existe?
[...]
Na pesquisa da FGV, essa “nova classe média”, ou “nova classe C”, está
compreendida abaixo da A e B e acima da D e E. A fim de quantificar a renda, foi
realizado um cálculo da renda per capita de cada domicílio. Dessa forma, a classe
C tem uma renda entre R$ 1.064,00 e R$ 4.561,00 e se localiza acima dos 50% mais
pobres e abaixo dos 10% mais ricos do país. A chamada “nova classe média”
brasileira – a classe C – refere-se a 52,67% da população, o equivalente a quase 98
milhões de pessoas. Dessa forma, o economista Marcelo Neri (2008, p. 5) aponta
que a classe C “é a imagem mais próxima da sociedade brasileira”.
111
UNIDADE 2 | CONHECENDO O BRASIL CONTEMPORÂNEO
[...]
[...]
112
TÓPICO 2 | PANORAMA ECONÔMICO: “PRA FRENTE BRASIL”
[...]
Definir “classes” é muito mais que definir renda, pois devemos tratar de
status social sempre de forma relacional; para definirmos ou classificarmos as
identidades de grupos ou estratos sociais, precisamos muito mais do que renda
ou tipo (ou intensidade) de consumo. Como considerar pertencente à classe
média um taifeiro aposentado entrevistado pela Folha de S. Paulo se, apesar de
ganhar mensalmente R$ 3.400,00, ele sustenta cinco pessoas? Sua família não tem
lazer, ele diz nunca terem ido a um cinema, moram em rua sem calçamento que,
até bem pouco tempo atrás, sequer possuía rede de esgoto.
FONTE: YACCOUB, Hilaine. A chamada “nova classe média”: cultura material, inclusão e distinção
social. Horiz. antropol. [on-line]. Vol.17, n.36, 2011. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.
php?pid=S0104-71832011000200009&script=sci_arttext&tlng=pt#nt00>. Acesso em: 28 nov. 2013.
114
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico vimos:
115
AUTOATIVIDADE
a) Setor primário
b) Setor secundário
c) Setor terciário
116
UNIDADE 2 TÓPICO 3
ESPAÇOS E ATORES
POLÍTICOS
1 INTRODUÇÃO
Em junho de 2013 o Brasil viveu um momento de rebuliço social. Milhares
de pessoas saíram às ruas em diferentes cidades do país, grandes centros urbanos
ou pequenas cidades, protestando. E simplesmente protestando, não se sabe ao
certo qual era a principal reinvindicação, quem eram essas pessoas. O mês foi um
marco para o descontentamento social.
117
UNIDADE 2 | CONHECENDO O BRASIL CONTEMPORÂNEO
NOTA
118
TÓPICO 3 | ESPAÇOS E ATORES POLÍTICOS
Os resultados obtidos com essa nova dinâmica (apesar de a lei ser antiga)
são avaliados positivamente. Segundo Faria (2012, p. 281):
119
UNIDADE 2 | CONHECENDO O BRASIL CONTEMPORÂNEO
Deste modo, pode-se afirmar que o terceiro setor não é público nem
privado. Ele se situa num entremeio, preenchendo lacunas do Estado através de
uma atuação na esfera privada. Assim, as organizações visam prestar serviços com
fins de atender demandas sociais em áreas como saúde, educação, cultural etc.
Seu formato típico é da Organização Não Governamental (ONG), e sim do setor
120
TÓPICO 3 | ESPAÇOS E ATORES POLÍTICOS
estatal e do setor privado, que visa suprir as falhas do Estado e do setor privado
no atendimento às necessidades da população, numa relação conjunta. Entretanto,
algumas organizações estão evitando tal denominação, como explicam Fischer e
Falcone (1998, p. 4):
De fato, a imagem das Organizações Sociais colou nas ONGs, mas elas são na
verdade múltiplas e assumem vários formatos. Uma das críticas a essas organizações
seria sobre uma atuação que serviria apenas a fins privados, não abrangendo a
dimensão social da questão. Outro ponto seria sobre o enriquecimento de algumas
organizações, que obtinham lucro irregularmente. Entretanto, as organizações
sociais se apresentam como uma alternativa que, quando considerados todos os
seus preceitos, funcionam efetivamente junto à população.
3.1 HISTÓRICO
O surgimento das Organizações Sociais acontece no contexto de crise
do último quarto do século XX, a partir da proposta de Estado mínimo nos
anos 80 pelo neoliberalismo, que significa a maior redução possível do Estado
na economia, o que significou um corte nos programas destinados ao apoio da
população. Na década de 1990 essa proposta começa a se mostrar irreal e se inicia
um retorno do Estado a uma posição mais atuante.
121
UNIDADE 2 | CONHECENDO O BRASIL CONTEMPORÂNEO
da vida social. Outro ponto que fortalece é a visão dessas organizações como espaço
possível para a prática da cidadania, tornando efetiva a democracia participativa.
122
TÓPICO 3 | ESPAÇOS E ATORES POLÍTICOS
O MST surge entre os finais dos anos 70 e início dos 80, tendo como base
fundante o coletivo, que permanece até os dias de hoje. Deve-se pensar no grupo
e em grupo, com decisões tomadas por todos e que beneficiem a todos. Na sua
origem, o MST tinha o ideário cristão, que visava defender os mais pobres e
oprimidos, excluídos do campo (SCHERER-WARREN, 2000).
123
UNIDADE 2 | CONHECENDO O BRASIL CONTEMPORÂNEO
124
TÓPICO 3 | ESPAÇOS E ATORES POLÍTICOS
125
UNIDADE 2 | CONHECENDO O BRASIL CONTEMPORÂNEO
NOTA
126
TÓPICO 3 | ESPAÇOS E ATORES POLÍTICOS
NOTA
O filme Quanto Vale ou é por Quilo?, do diretor Sérgio Bianchi, desenvolve uma
crítica sobre a atuação das ONGs no Brasil. Busque e assista!
127
UNIDADE 2 | CONHECENDO O BRASIL CONTEMPORÂNEO
LEITURA COMPLEMENTAR
Marilena Chauí
O inferno urbano
128
TÓPICO 3 | ESPAÇOS E ATORES POLÍTICOS
[...]
[...]
Por isso foi às ruas sem definir-se como expressão de partidos políticos
e, em São Paulo, quando, na comemoração da vitória, os militantes partidários
compareceram às ruas foram execrados, espancados e expulsos como
oportunistas – sofreram repressão violenta por parte da massa. Ou seja, alguns
manifestantes praticaram sobre outros a violência que condenaram na polícia.
A crítica às instituições políticas não é infundada, mas possui base concreta:
c. a crítica ao PT: de ter abandonado a relação com aquilo que determinou seu
nascimento e crescimento, isto é, o campo das lutas sociais auto-organizadas
e ter se transformado numa máquina burocrática e eleitoral (como têm dito e
escrito muitos militantes ao longo dos últimos 20 anos).
Isso, porém, embora explique a recusa, não significa que esta tenha sido
motivada pela clara compreensão do problema por parte dos manifestantes. De
fato, a maioria deles não exprime em suas falas uma análise das causas desse
129
UNIDADE 2 | CONHECENDO O BRASIL CONTEMPORÂNEO
Assim, sob este aspecto, apesar do uso das redes sociais e da crítica
aos meios de comunicação, a maioria dos manifestantes aderiu à mensagem
ideológica difundida anos a fio pelos meios de comunicação de que os partidos
são corruptos por essência.
130
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico vimos:
• A atuação social na esfera política para além do momento da eleição com o voto
nos representantes. Nesse sentido, dois grupos foram apresentados: aqueles
espaços proporcionados pelo governo de atuação direta do espaço civil, as
Conferências e Organizações Sociais; e outro grupo já mais estabelecido, que
pressiona os governantes com os movimentos sociais, representado pelo MST e
as ONGs. Muito além de elementos estagnados no tempo, eles se transformam
ao longo do tempo e ampliam sua luta pela cidadania.
131
AUTOATIVIDADE
132
UNIDADE 3
A SOCIEDADE BRASILEIRA E
SUAS INFLUÊNCIAS
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. Ao final de cada um deles
você encontrará atividades que o(a) ajudarão a refletir e fixar os conheci-
mentos abordados.
133
134
UNIDADE 3
TÓPICO 1
NOVOSCONCEITOS?
1 INTRODUÇÃO
A sociedade atual, essa mesma em que vivemos, tem características muito
peculiares desse tempo. Não vamos elencar todas essas características, mas essa
realidade, sim, o que nos possibilita aqui fazer uma leitura dos comportamentos,
das relações humanas etc., diferentemente do que era no século XIX. A imagem
a seguir retrata somente situações, acontecimentos negativos; reais, sim, mas
carregados de negatividade porque agridem o ser humano, desestabilizam
relações, desacreditam na humanidade, mas que servem de reflexão acerca
deste meio em que vivemos.
135
UNIDADE 3 | A SOCIEDADE BRASILEIRA E SUAS INFLUÊNCIAS
2OSCONCEITOS–SOCIEDADE,INDIVÍDUO,COMUNIDADE
Nossa carteira de identidade traz a foto/imagem do nosso rosto. As
formas do nosso rosto indicam algumas de nossas características, que são muito
pessoais. Essas características indicam nossa identidade pessoal e intransferível,
pelo menos visualmente, a não ser que tenhamos um gêmeo univitelino, e através
de uma foto não se pode identificar as diferenças.
FIGURA 48 – INDIVÍDUO
136
TÓPICO 1 | NOVOS CONCEITOS?
137
UNIDADE 3 | A SOCIEDADE BRASILEIRA E SUAS INFLUÊNCIAS
NOTA
Neste site você vai encontrar mais informações sobre estes três pensadores
de destaque: <http://contextoshistoricos.blogspot.com.br/2012/04/saiba-mais-sobre-
karl-marx.html>.
Vamos começar por Karl Marx, simplesmente por ser o mais famoso dos três.
138
TÓPICO 1 | NOVOS CONCEITOS?
Emile Durkheim, nosso segundo autor, tem na obra “Da divisão social
do trabalho” seu destaque nesta seara da sociologia. Este pensador e também
filósofo vai embrenhar-se na sociologia, destacando-se as seguintes ideias:
▪ Como ser
▪ Como sentir.
▪ Como comportar-se.
139
UNIDADE 3 | A SOCIEDADE BRASILEIRA E SUAS INFLUÊNCIAS
realidade do seria
composta de caracteriza-se
indivíduo generalidade
por
140
TÓPICO 1 | NOVOS CONCEITOS?
UNI
Max Weber, assim como Marx e Durkheim, vai além do estudo moderno
da sociologia, contribuindo também para a filosofia, o direito, a economia.
141
UNIDADE 3 | A SOCIEDADE BRASILEIRA E SUAS INFLUÊNCIAS
UNI
142
TÓPICO 1 | NOVOS CONCEITOS?
143
UNIDADE 3 | A SOCIEDADE BRASILEIRA E SUAS INFLUÊNCIAS
144
TÓPICO 1 | NOVOS CONCEITOS?
O autor deixa claro que, para ser denominada comunidade, precisa ter
como objetivo o bem comum como condição, se não por todos, pelo menos pela
maioria integrante da comunidade, e que também almeja ‘perpetuidade’ na sua
existência. Mesmo que haja divisões, não são divisões que se digladiam, mas que
se fazem necessárias como forma de organização de funções em vista do bem
maior, que é o bem comum.
145
UNIDADE 3 | A SOCIEDADE BRASILEIRA E SUAS INFLUÊNCIAS
FIGURA 57 – QUEBRA-CABEÇA
146
TÓPICO 1 | NOVOS CONCEITOS?
Hoje, dois anseios muito fortes e muito cobrados pela sociedade são a
segurança e a preservação do meio ambiente. São duas realidades que são
muito próximas, mesmo sendo de diferentes concepções e de características tão
adversas. Os movimentos sociais sabem dessas diferenças, mas sabem também
que não há desenvolvimento sem segurança e sem a preservação do meio em que
vivemos, da natureza que ainda resta.
147
UNIDADE 3 | A SOCIEDADE BRASILEIRA E SUAS INFLUÊNCIAS
3 CARACTERÍSTICAS DA SOCIEDADE
CONTEMPORÂNEA BRASILEIRA
Como podemos caracterizar a sociedade brasileira? Qual o princípio para
esta caracterização? A história seria uma ferramenta? Acredito que podemos
seguir por este caminho e acrescentar as questões econômicas, políticas e – é claro
– sociais para entender a sociedade brasileira.
148
TÓPICO 1 | NOVOS CONCEITOS?
Se nos reportarmos à filosofia, ela vai identificar esta situação como negação
do outro, ou até nós mesmos, no achismo de querer identificar a sociedade a partir
de apenas uma base, ou uma causa, ou um modo, seja econômico, político, religioso
etc. O que podemos perceber é que temos uma relação dinâmica entre vários fatores.
4 PERFIL SOCIAL
Uma palavra recorrente hoje é a palavra perfil. Nas redes sociais é muito
comum encontrá-la. Qual é o seu perfil? Perfil para que? O seu perfil pessoal
se anula no perfil social? Mesmo sendo utilizada hoje com muita frequência, a
condição de se ter um perfil, uma identificação (neste caso, social), já remonta aos
primórdios, quando ainda não havia tantos grupos legitimamente formados e
nem um Estado que organizasse a sociedade.
150
TÓPICO 1 | NOVOS CONCEITOS?
FIGURA 61 – CORRUPÇÃO
151
UNIDADE 3 | A SOCIEDADE BRASILEIRA E SUAS INFLUÊNCIAS
LEITURA COMPLEMENTAR
1 CONTEXTO
152
TÓPICO 1 | NOVOS CONCEITOS?
153
UNIDADE 3 | A SOCIEDADE BRASILEIRA E SUAS INFLUÊNCIAS
Não é estranho que desde o início dos anos 80, em várias capitais
brasileiras, aumentaram os motins e as rebeliões de presos em cadeias públicas,
distritos policiais, casas de detenção e penitenciárias. Alguns desses eventos foram
controlados e vítimas poupadas. Em outros, sobretudo naqueles estabelecimentos
que concentravam grande número de presos, os resultados foram quase sempre
deploráveis, resultaram em mortos e feridos dentre os presos ou agentes do
sistema penitenciário, além da destruição do patrimônio público. Em todo o país,
essas intervenções vêm se sucedendo com relativa constância desde 1985.
2 EXPLICAÇÕES
154
TÓPICO 1 | NOVOS CONCEITOS?
c) crise no sistema de justiça criminal. Não são poucos os estudos que reconhecem
a incapacidade do sistema de justiça criminal – agências policiais, ministério
155
UNIDADE 3 | A SOCIEDADE BRASILEIRA E SUAS INFLUÊNCIAS
156
RESUMO DO TÓPICO 1
157
AUTOATIVIDADE
158
UNIDADE 3
TÓPICO 2
1 INTRODUÇÃO
A globalização tem a interdependência como uma forte característica
entre as nações, sejam elas desenvolvidas ou não. E isso pode ser para coisas boas
como também para coisas ruins, como, por exemplo, no campo econômico, que,
por vezes, pode viver momentos de augúrio ou de recessão.
FIGURA 62 – AGRICULTURA
159
UNIDADE 3 | A SOCIEDADE BRASILEIRA E SUAS INFLUÊNCIAS
FIGURA 63 – PECUÁRIA
2 GLOBALIZAÇÃO E A ÉTICA
A globalização é um fenômeno amplo e complexo, que, por suas
características próprias, impõe uma tomada de posição em termos éticos em
nível pessoal, social e religioso. Não há como compreender a sociedade sem levar
em conta esse fenômeno da globalização, com suas influências que vão além do
campo econômico.
A segunda fase, que dura de 1850 a 1950, traz novas formas de dependência
econômica dos países periféricos. Neste período foram criados diversos mecanismos
e organizações econômicas em nível mundial, e há a imposição do domínio americano
após a Segunda Guerra Mundial.
160
TÓPICO 2 | A SOCIEDADE E NOVAS REALIDADES
Podemos perceber que o Brasil foi vivenciando em sua curta história, com
maior ou menor intensidade, essas fases da globalização.
161
UNIDADE 3 | A SOCIEDADE BRASILEIRA E SUAS INFLUÊNCIAS
UNI
FIGURA 65 – GLOBALIZAÇÃO
162
TÓPICO 2 | A SOCIEDADE E NOVAS REALIDADES
Mercados emergentes?
163
UNIDADE 3 | A SOCIEDADE BRASILEIRA E SUAS INFLUÊNCIAS
mão de obra altamente qualificada etc., requisitos que elas nem sempre são
capazes de possuir.
FONTE: Melhem Adas/Panorama Geográfico do Brasil. Adaptado por: Geo-Conceição. Disponível em:
<http://geoconceicao.blogspot.com.br/2012/09/a-globalizacao-mundializacao-do.html>. Acesso em:
19 nov. 2013.
164
TÓPICO 2 | A SOCIEDADE E NOVAS REALIDADES
165
UNIDADE 3 | A SOCIEDADE BRASILEIRA E SUAS INFLUÊNCIAS
3 CONHECIMENTO E A INFORMAÇÃO
Informação, conhecimento, sociedade. Conceitos muito usados por todos
nós, em todos os lugares, de todas as formas, em todos os momentos. Conceitos
indispensáveis num mundo globalizado.
166
TÓPICO 2 | A SOCIEDADE E NOVAS REALIDADES
A globalização, que falamos antes, não pode ser vista somente do ponto
de vista econômico, mas também como uma realidade atual, contemporânea,
privilégio nosso. Podemos aqui apresentar algumas características da globalização
que trazem essa identificação com a economia, mas que também se identificam
com a ideologia política, com a língua e com os modos de comunicação. Vejamos,
então, a primeira característica da globalização:
NOTA
167
UNIDADE 3 | A SOCIEDADE BRASILEIRA E SUAS INFLUÊNCIAS
UNI
169
UNIDADE 3 | A SOCIEDADE BRASILEIRA E SUAS INFLUÊNCIAS
insumos, força de trabalho, energia. O que vai perpassar essa evolução e contribui
para isso é a capacidade da informação de trazer os avanços tecnológicos para a
indústria, com destaque para a eletrônica, a informatização, a telecomunicação.
170
TÓPICO 2 | A SOCIEDADE E NOVAS REALIDADES
• Conhecimento intelectual.
• Conhecimento popular.
• Conhecimento científico.
• Conhecimento teológico.
171
UNIDADE 3 | A SOCIEDADE BRASILEIRA E SUAS INFLUÊNCIAS
A nossa espécie, porém, por força das pressões evolutivas a que fomos
submetidos em nossa formação, desenvolveu um mecanismo que possibilita
modificar nosso comportamento e adotar diferentes soluções para resolver as
demandas da vida, o que permitiu nossa ocupação de diversos nichos ecológicos
por todo o planeta.
Ao contrário dos animais, não nascemos sabendo como agir para solucionar
nossas demandas naturais, instintivamente. Precisamos de um longo aprendizado
para adquirir os conhecimentos necessários para sobrevivermos. Este período é
chamado de processo de socialização ou endoculturação: aprendizado contínuo
da cultura da sociedade à qual pertencemos e que é, desta forma, interiorizado
em nós, nos guiando em nossas práticas.
Nascemos num mundo social que nos transmite uma tradição, representada
por nossa cultura, a qual nós modificamos por nossas ações e questionamentos.
173
UNIDADE 3 | A SOCIEDADE BRASILEIRA E SUAS INFLUÊNCIAS
174
TÓPICO 2 | A SOCIEDADE E NOVAS REALIDADES
LEITURA COMPLEMENTAR
176
RESUMO DO TÓPICO 2
177
AUTOATIVIDADE
178
UNIDADE 3
TÓPICO 3
OS DESAFIOS CONTINUAM
1 INTRODUÇÃO
No decorrer da história sempre existiram os dominantes e os dominados,
os favorecidos e os desfavorecidos. O drama histórico é marcado pela busca
de liberdade e igualdade por parte daqueles que se encontram em situação de
opressão. Nesse sentido, sempre houve uma busca pela igualdade de direitos
entre todos os seres humanos, ou pelo menos o respeito por sua cultura, educação
e tradições. E a sociedade brasileira, desde seus primórdios, lutou por isso até os
dias atuais.
UNI
179
UNIDADE 3 | A SOCIEDADE BRASILEIRA E SUAS INFLUÊNCIAS
180
TÓPICO 3 | OS DESAFIOS CONTINUAM
181
UNIDADE 3 | A SOCIEDADE BRASILEIRA E SUAS INFLUÊNCIAS
182
TÓPICO 3 | OS DESAFIOS CONTINUAM
183
UNIDADE 3 | A SOCIEDADE BRASILEIRA E SUAS INFLUÊNCIAS
185
UNIDADE 3 | A SOCIEDADE BRASILEIRA E SUAS INFLUÊNCIAS
UNI
4 AS RELAÇÕES INTERPESSOAIS E
DIREITOS HUMANOS NO TRABALHO
A convivência com outras pessoas é um desafio, pois as diferentes
personalidades, temperamentos, tradições, cultura e educação influenciam
diretamente nas relações sociais. Nesse sentido se faz necessário conhecer os
direitos humanos, para que as atitudes individuais não violem estes direitos.
O grande desafio dos líderes da atualidade, seja em qualquer segmento social,
é gerir através de uma política que respeite o ser humano e suas diferenças. O
filósofo Kant (apud SARLET, 2011, p. 40-41) sustenta que:
O homem, e, de uma maneira geral, todo ser racional, existe como um fim
em si mesmo, não simplesmente como meio para o uso arbitrário desta
ou daquela vontade. Pelo contrário, em todas as ações, tanto nas que se
dirigem a ele mesmo como nas que se dirigem a outros seres racionais,
ele tem sempre de ser considerado simultaneamente como um fim...
Portanto, o valor de todos os objetos que possamos adquirir pelas nossas
ações é sempre condicional. Os seres cuja existência depende, não em
verdade da nossa vontade, mas da natureza, têm, contudo, se são seres
irracionais, apenas um valor relativo como meios e por isso se chamam
coisas, ao passo que os seres racionais se chamam pessoas, porque a sua
natureza os distingue já como fins em si mesmos, quer dizer, como algo
que não pode ser empregado como simples meio e que, por conseguinte,
limita nessa medida todo o arbítrio (e é um objeto de respeito).
A partir desta citação é possível perceber que o ser humano possui uma
singularidade não encontrada em qualquer outra coisa ou lugar. Diferente
de um objeto qualquer, a qualidade de raciocinar que o ser humano possui é o
elemento distintivo das demais coisas, pois ele pode construir sua própria história
e determinar, mesmo que de maneira parcial, seu próprio destino.
UNI
187
UNIDADE 3 | A SOCIEDADE BRASILEIRA E SUAS INFLUÊNCIAS
188
TÓPICO 3 | OS DESAFIOS CONTINUAM
FIGURA 73 – CONHECIMENTO
189
UNIDADE 3 | A SOCIEDADE BRASILEIRA E SUAS INFLUÊNCIAS
Deveres do cidadão
Direitos do cidadão
190
TÓPICO 3 | OS DESAFIOS CONTINUAM
• Os bens de uma pessoa, quando ela morrer, passam para seus herdeiros;
• Em tempo de paz, qualquer pessoa pode ir de uma cidade para outra,
ficar ou sair do país, obedecendo à lei feita para isso.
191
UNIDADE 3 | A SOCIEDADE BRASILEIRA E SUAS INFLUÊNCIAS
192
TÓPICO 3 | OS DESAFIOS CONTINUAM
UNI
No link a seguir você vai encontrar um vídeo da faculdade de Guarulhos que vai
tratar sobre o mito da caverna de Platão, a partir da associação entre o grupo de alienados
da caverna com os diferentes grupos de alienados da atual sociedade. Muito interessante,
forte nas imagens, mas esclarecedor e impactante.
<http://eixodajustica.blogspot.com.br/2010/03/o-mito-da-caverna-vs-sociedade-atual.html>.
193
RESUMO DO TÓPICO 3
194
AUTOATIVIDADE
195
196
REFERÊNCIAS
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ANOTAÇÕES
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