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FÍSICA
ENSINO MÉDIO
MATERIAL DO PROFESSOR
3

Dinâmica I

Dinâmica 2
Força de atrito e
aplicações das leis de Newton 20

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1 SATORI13/THINKSTOCK/GETTYIMAGES

Philosophiae naturalis principia mathematica, ou


Principia mathematica (Princípios matemáticos
da filosofia natural) é uma obra escrita por Isaac
Newton que contém as leis por ele demonstradas
e enunciadas, que servem de fundamento para a
mecânica clássica sobre o movimento dos corpos.

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VOCÊ VAI APRENDER A
 compreender leis físicas para interpretar processos naturais ou tecnológicos inse-
ridos no contexto da dinâmica;
 reconhecer causas ou efeitos dos movimentos de partículas, substâncias, objetos
ou corpos celestes;
 identificar terminologia científica adequada para descrever situações cotidianas
apresentadas de diferentes formas;
 descrever características físicas e parâmetros de movimentos de corpo em diferen-
tes linguagens e formas de representação.

1 DINÂMICA

H
á milhares de anos, a humanidade se pergunta por que os
corpos se movem e o que os faz parar. Para Aristóteles e os
gregos antigos, o estado natural dos corpos era o repouso.
Para tirá-los desse estado era necessária uma força e, quando ela
deixava de atuar, o movimento cessava e os corpos voltavam ao
seu estado natural.
Essa concepção sobre os movimentos foi aceita durante sécu-
los, mas hoje sabe-se que está errada. Com Galileu, no século XVI,
os conceitos mudaram completamente e hoje é aceita a ideia de
que não só a Terra, mas todos os astros movem-se permanente-
mente no espaço. Muitos desses movimentos tendem a se manter
indefinidamente e não há necessidade de aplicar nenhuma força
sobre um corpo para que o movimento se mantenha.
Foi, entretanto, apenas no século XVII que Isaac Newton es-
tabeleceu sua teoria unificada dos movimentos, fundamentada
em três leis que constituem as bases da dinâmica, que será estu-
dada nos próximos capítulos. Essa é a área da física que estuda a
causa dos movimentos dos corpos.

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C ada coisa
PARA COMEÇAR

Alguns movimentos, como a rotação da Terra, mantêm-


permanece no

SASHA NICOLE DE BRITO


A FORÇA DA COLISÃO
se quase indefinidamente sem nenhuma razão aparente para
Velocidade no momento da
seu estado, se tal. Outros, como o de um carro em uma estrada plana com colisão e sua equivalência a uma
nada o alterar; a marcha desengrenada ou o motor desligado, tendem a queda, em metros de altura
cessar, mesmo que ela seja horizontal. Por que alguns movi-
assim, aquilo que mentos tendem a se manter, enquanto outros cessam? 100
km/h 40 m
uma vez foi posto Para compreender melhor como os corpos se compor-
tam em movimento mediante a ação de forças, observe a
em movimento seguinte situação: 25 m
continuará sempre Uma batida de carro a 60 km/h, em que os passageiros 80
estão sem cinto de segurança, equivale a cair da cobertura km/h
a mover-se. de um prédio de quatro andares — uma queda de 14 metros
14 m
René Descartes de altura. O impacto dura apenas 10 centésimos de segun-
60
do, como demonstram os testes de choque (crash tests), em km/h
que os carros são ocupados por bonecos que simulam com
Orientação ao professor 1. O perfeição eletrônica o corpo humano. 40 6m
objetivo é proporcionar aos alunos, km/h
Primeiro ocorre a colisão do veículo com o chão, depois
de forma intuitiva, a noção de inér-
cia. É interessante que os conceitos dos ocupantes com o próprio carro. Isso acontece porque,
sejam formulados com base na ob- com a brusca desaceleração, a inércia mantém os passageiros (e os objetos dentro do veículo) se
servação de alguns fenômenos rela-
deslocando à velocidade que o carro desenvolveu antes do choque. No caso descrito, é como se as
cionados. Deixe que a formulação
seja realizada de forma intuitiva e pessoas fossem lançadas a 60 km/h contra obstáculos à sua frente, no interior do veículo.
faça a correção conforme as ideias É para evitar isso que o cinto de segurança entra em ação, contrapondo-se justamente à inércia,
vão surgindo.
evitando a colisão dos passageiros contra o carro. Ao mesmo tempo, a deformação da carroceria ab-
sorve parte do impacto — os carros atuais já são planejados para sofrer essa deformação (ao contrário
dos antigos, de carroceria mais rígida, nos quais o cinto é menos eficiente). Outra parte do choque é
absorvida por uma pequena distensão do cinto (já prevista em sua produção) e o restante é distribuído
pelas partes do corpo nas quais o cinto passa — tórax e bacia — que são justamente as mais resistentes.
Desse modo, o cinto evita o choque do corpo com partes do interior do veículo ou diminui drasti-
camente a intensidade desse impacto. Também impede que as pessoas sejam arremessadas para fora.
Pode-se perceber, então, que existe uma tendência em manter seu estado de movimento e que a força
do impacto não está relacionada somente à variação brusca de velocidade (aceleração), mas também
à massa dos corpos envolvidos. Essa percepção é fundamental para compreender as leis de Newton.
Converse com os colegas e o professor sobre outras situações em que se observa a tendência de
se manter em movimento ou repouso. Como você pode explicar a preocupação de um maquinista
em ter que parar momentaneamente um trem de carga em movimento?

ROTEIRO DE APRENDIZAGEM

Introdução à dinâmica Leis de Newton


• Conceito de força • Conceito de inércia
1 • Efeitos da força 2 • Princípio da inércia
• Tipos de força ou primeira lei de Newton
• Resultante das forças • Princípio fundamental
da dinâmica ou segunda
lei de Newton
• Lei da ação e reação
ou terceira lei de Newton

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INTRODUÇÃO À DINÂMICA
EFEITOS DA FORÇA
JUPITERIMAGES/THINKSTOCK/GETTYIMAGES

Pode-se reconhecer a existência de forças pelos efeitos


que produzem quando aplicadas a um corpo.

DEFORMAÇÃO
A deformação é um dos efeitos causados por uma for-
ça. Por exemplo, quando se chuta uma bola, no ponto de
contato entre o pé e a bola ocorre uma deformação.

Bola restituída

As forças que mantêm uma pessoa em equilíbrio

LEANDRO MARCONDES ARAÚJO


e em movimento são estudadas pela dinâmica.

Deformação
Dinâmica é o ramo da mecânica que estuda os
movimentos dos corpos considerando a causa desses
movimentos.
O agente físico capaz de modificar o movimento de um
corpo ou de produzir deformações sobre ele é a força. A exis-
tência de uma força aplicada a um corpo pressupõe a existên-
cia de outro corpo que a aplica. Portanto, força é o resultado
ALTERAÇÃO DA VELOCIDADE
da interação entre os corpos. Ao longo do estudo da dinâ- Outro efeito que a força pode produzir em um corpo
mica, constata-se que uma força pode produzir equilíbrio, é modificar sua velocidade. Esse é um ponto muito impor-
variação de velocidade e/ou deformação. tante, pois modificar a velocidade de um corpo refere-se a
alterar qualquer um dos três atributos do vetor velocidade:
CONCEITO DE FORÇA intensidade, direção ou sentido. No exemplo anterior, além
do pé da jogadora deformar a bola, simultaneamente, o
Um corpo não exerce força sobre si mesmo. Assim,
chute altera a velocidade da bola.
para um corpo em repouso entrar em movimento, é preci-
Mesmo que a intensidade da velocidade de um corpo
so que ele interaja com outro elemento (corpo) e receba a
permaneça inalterada, o simples fato de a direção do mo-
ação de uma força convenientemente aplicada. Com base
vimento mudar implica a existência de uma resultante de
nesse fato, conclui-se que:
forças não nula agindo sobre o corpo.

Força é fruto da interação entre corpos.


EQUILÍBRIO
O equilíbrio resulta da atuação de forças. Por exemplo,
A grandeza física força é vetorial, isto é, para caracte-
ao prender um corpo por meio de um fio em um suporte, a
rizá-la é preciso definir sua intensidade, sua direção e sen-
força que o fio aplica no corpo produz equilíbrio, evitando
tido. A figura abaixo ilustra o caráter vetorial de uma força.
que ele caia sob a ação da gravidade terrestre, conforme
ilustra a figura.
SASHA NICOLE DE BRITO

Direção

Sentido Intensidade
Fio
Ação do fio
F F

Equilíbrio

Ação da Terra
Terra

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Orientação ao professor . Os alunos precisam compreender que as causas do movimento ou repouso se dão do micro (partículas elementares) ao
macrocosmo (planetas, estrelas, galáxias). Saber relacionar o tipo de força que atua em determinado objeto com o tipo de movimento ocorrido é a chave
para isso. Fale das forças de contato e forças de ação à distância, relacionando com exemplos de movimentos causados por elas na natureza e nas diversas

TIPOS DE FORÇA 
P
Todas as transformações no universo derivam de qua- 

SASHA NICOLE DE BRITO


P
tro tipos de interações básicas: gravitacionais, eletromag-
néticas, fracas e fortes. As duas últimas referem-se basi-
camente a interações ocorridas no interior dos átomos, ao
passo que as duas primeiras podem explicar praticamente Terra

tudo que ocorre no universo.


Outras forças podem ser classificadas como forças de
SURYA ZAIDAN/THINKSTOCK/GETTYIMAGES

contato. Dentre as forças de contato destacam-se a força


de tração e a força elástica (contato em um ponto) e as
forças normal e de atrito (contato entre superfícies).

FORÇA DE TRAÇÃO
Um exemplo de força de contato é a força de tração (T),
que aparece num fio, cabo ou barra usado para puxar ou
segurar um corpo. A direção da força é a mesma do fio ou
cabo, e o sentido está mostrado na figura abaixo.

SASHA NICOLE DE BRITO



T
OLIVIER LE MOAL/THINKSTOCK/GETTYIMAGES

FORÇA ELÁSTICA
Outro exemplo de força de contato é a que surge entre
uma mola deformada e um corpo preso a ela. Não é uma
força de contato entre superfícies, mas de contato pontual
entre a mola e o corpo, assim como a força de tração. Con-
sidere um bloco em equilíbrio sobre uma superfície hori-
zontal e encostado numa mola presa à parede, conforme
mostra a figura abaixo.

As interações de campo, como a gravitacional e a magnética,


são conhecidas como de ação a distância, podendo
ocorrer sem o contato entre os corpos que interagem. 
F
m

Na sequência, é apresentada uma breve classificação


das forças para, com base nela, identificar e representar as
forças envolvidas nos estados de repouso ou movimento À medida que o bloco é empurrado contra a parede
dos corpos. por uma força externa ao sistema, a mola é comprimida e
reage, aplicando no bloco uma força conhecida como força
elástica.
FORÇA-PESO
Entre as forças de ação a distância, o exemplo mais 
simples e comum de interação é a força gravitacional, de- Fe

nominada peso (P). Ela é a força que todo corpo que está
m
sujeito a um campo gravitacional tem e que age em qual-
quer massa que esteja em seu campo de atuação. No caso
do planeta Terra, tem-se o exemplo:

6 tecnologias atuais. Também da importância de relacionar as leis da física com suas aplicações nas diferentes áreas da tecnologia, das
mais atuais às mais rudimentares, visto que se pode considerar como equipamento tecnológico uma simples roldana. Saber associar os
FÍSICA 3 equipamentos com as leis de Newton que os regem é fundamental, bem como o uso correto e as finalidades deles.
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FORÇA NORMAL RESULTANTE DAS FORÇAS
A força normal (N) é outro exemplo de força de conta-

PETERVICIAN/THINKSTOCK/GETTYIMAGES
to, que surge da interação entre superfícies em contato e
perpendicular às superfícies nos pontos de contato.

N
SASHA NICOLE DE BRITO

FORÇA DE ATRITO
A força de atrito (fa) também é de contato, mas a dire-
ção dela é paralela às superfícies que se tocam nos pontos Os projetos realizados na construção civil mapeiam
as forças que vão agir na sustentação da obra.
de contato.
 Na maioria das situações práticas, os corpos em estudo
fa ficam sujeitos a várias forças que agem simultaneamente.
No entanto, é conveniente substituir todas as forças
aplicadas num corpo por uma única, chamada resultante
das forças ou força resultante (FR). Na realidade, não se
substituem as forças que agem no corpo, mas represen-
CONEXÃO
tam-se todas, matematicamente, por meio de um vetor
que representa a adição vetorial das forças individuais.
GEOGRAFIA
No caso do exemplo a seguir, se n forças agem simul-
Cisalhamento taneamente sobre um corpo, representa-se a resultante das
A crosta terrestre não é um corpo contínuo, ela forças pelo vetor soma dessas forças, ou seja:
contém muitos tipos de falhas. Algumas delas são as
falhas normais e as inversas.

O que caracteriza o tipo de falha são as forças
F1
envolvidas na interação entre as partes da crosta, em
que direção elas estão atuando, em que sentido e
com que intensidade. As falhas normais são aquelas 
em que as forças afastam as placas conforme os veto- F2 
res na imagem (a), mostrando maiores aberturas. As FR
inversas resultam de esforços compressivos, confor-
DAVID SZABO/THINKSTOCK/GETTYIMAGES

me os vetores na imagem (b).



 F3
Fn

 n     
FR = ∑F ⇒ F
i =1
i R = F1 + F2 + ... + Fn

(a) Falha normal (b) Falha inversa

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APLICAÇÕES DA FÍSICA

1. Sobre um corpo de dimensões desprezíveis, atuam duas 3. Uma partícula encontra-se sob a ação exclusiva de
forças cujas intensidades são F1 = 8,0 N e F2 = 6,0 N. três forças, como indica a figura em escala. Qual a in-
Qual o valor da força resultante? tensidade, a direção e o sentido da resultante dessas
 forças?
F1
a)

F2 
F1
A resultante terá intensidade máxima quando as duas forças tiverem
mesma direção e mesmo sentido:
    
F1 F2
FR = F1 + F2
FR = F1 + F2 = 8,0 + 6,0
 FR = 14 N 
FR F2

 
F2 F1 
b) F3 Escala:

A resultante terá intensidade mínima quando as duas forças tiverem 1N


sentidos opostos:
    1N
F1 FR = F1 + F2
Usando a regra da poligonal para adição vetorial das forças atuantes,
FR = F1 − F2 = 8,0 − 6,0
tem-se:
  FR = 2,0 N
FR F2
2,0 N ≤ FR ≤ 14 N 
F2

2. PUC-MG — Duas forças, 5 N e 7 N, atuam no mesmo


 
F1
F3
ponto de um corpo. Se o ângulo entre as forças variar
de 0 grau a 180 graus, nessa ordem, o módulo da for-
ça resultante irá variar de
a) 0 a 12 N.    
FR = F1 + F2 + F3
b) 12 N a 2 N.
c) 2 N a 12 N.
d) 12 N a 0.

Obtém-se o maior valor possível para a força resultante quando as duas Pela figura anterior:
forças estão no mesmo sentido: FR = 6 N, horizontal e para a direita.
FRmáx. = 5 + 7 = 12 N
Obtém-se o menor valor possível quando as forças são opostas (180°):
FRmín. = 7 – 5 = 2 N
4. Assinale a alternativa correta.
Força é uma grandeza
a) escalar, porque fica definida por um número e
uma unidade.
b) escalar, porque fica definida por uma unidade e
uma direção.
c) vetorial, porque fica definida apenas por sua direção.
d) vetorial, porque fica definida apenas por seu sentido.
e) vetorial, porque só fica definida por uma direção,
um módulo e um sentido.

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LEIS DE NEWTON
CONCEITO DE INÉRCIA
CONEXÃO
Algumas das perguntas clássicas da física, no decorrer
do tempo, demonstram curiosidade sobre a natureza do mo-
HISTÓRIA
vimento: por que os corpos se movem e o que os faz parar?
Iluminismo foi um movimento cultural surgido

THELEFTY/ISTOCK
principalmente na Inglaterra e na França, no século
XVIII. Ele teve raízes no Renascimento. Fundamenta-
dos nas ideias de liberdade, os pensadores iluministas
buscavam explicações lógicas e racionais para todas
as coisas. Assim, a razão era vista como a luz, sob
a qual todas as coisas devem ser analisadas e com-
preendidas. O matemático francês René Descartes é
considerado o pai do racionalismo e um dos precur-
sores do movimento iluminista.

Até a época de Galileu, a maioria dos pensadores acre-


ditava que um corpo deveria ter o repouso como seu es-
tado natural. O movimento seria, então, o seu estado
forçado. Em nosso cotidiano, essa visão parece ser confir-
mada quando nos deparamos com objetos em estado de
repouso — de não movimento — sobre uma mesa, como
por exemplo, um copo. E mesmo quando o empurramos,
percebemos que ele não se move indefinidamente, pois
logo tende a parar. O que equivale dizer que seu movimen-
to corresponde apenas ao impulso que damos nele e que
em seguida ele retorna ao seu estado natural de repouso.
Para o copo se manter em movimento retilíneo uniforme, é
Estátua representando o filósofo grego Aristóteles. necessária a ação contínua de uma força.
Galileu demonstrou que o objeto impulsionado só in-
Para Aristóteles e os gregos antigos, o estado na- terrompe seu movimento em razão do atrito. Assim, no
tural dos corpos era o repouso. Uma força era neces- caso do copo sobre a mesa, ao ser impulsionado por uma
sária para tirá-los desse estado e, quando ela deixava força, sofre, ao mesmo tempo, a ação do atrito sobre ele,
de atuar, o movimento cessava e os corpos voltavam a vindo a parar.
seu estado considerado natural. Essa concepção sobre Assim, concluiu Galileu que a tendência natural dos
os movimentos, aceita durante séculos, estava errada. corpos é a manutenção de seu estado de repouso ou de
Em oposição a Aristóteles, Galileu elaborou a hipótese seu estado de movimento retilíneo uniforme, atribuindo
de que não há necessidade de forças para manter um a propriedade da inércia aos corpos.
corpo com velocidade constante, pois uma aceleração
nula está necessariamente associada a uma força resul- Inércia consiste na tendência natural dos corpos de
tante nula. manter velocidade constante.
Um dos principais precursores do Iluminismo, o jo-
vem Newton, estabeleceu, a teoria unificada dos movi- Todo corpo em repouso tende a permanecer em re-
mentos, fundamentada em três leis que constituem as pouso e todo corpo em movimento tende a permanecer
bases da dinâmica, derrubando assim as ideias do grego em movimento retilíneo uniforme.
Aristóteles, discípulo de Platão, sobre movimentos, que Observa-se essa tendência na pessoa que viaja em um
foram aceitas pela comunidade científica durante cerca veículo. Quando o carro arranca, a pessoa tende a perma-
de 2 mil anos. Seu trabalho científico recebeu várias necer em repouso em relação ao solo terrestre, por inércia;
influências, entre elas de Descartes, Galileu e Kepler. porém, com o movimento do carro para frente, a pessoa

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que não esteja apoiada adequadamente tende a ir para PRINCÍPIO DA INÉRCIA OU
trás.
PRIMEIRA LEI DE NEWTON
Partindo da ideia de inércia estudada por Galileu,
Newton enunciou sua primeira lei:
SASHA NICOLE DE BRITO

Todo corpo continua no estado de repouso ou de


movimento retilíneo uniforme, a menos que seja obri-
gado a mudá-lo por forças a ele aplicadas.

Nota-se a clara intenção de definir força como agente


Estando o carro em movimento e freando de repente, que altera a velocidade vetorial do corpo, vencendo a
a pessoa tende a ir para frente. Pela inércia, nesse caso, inércia — tendência natural de manter velocidade vetorial
a tendência do passageiro é continuar em movimento em constante.
relação ao solo terrestre. O carro para, o passageiro, não. Conclusão: um corpo livre de ação de forças ou com
resultante de forças nula conserva (por inércia) sua velo-
cidade vetorial constante.
Em outras palavras:

Todo corpo em equilíbrio mantém, por inércia, sua


velocidade vetorial constante.

Esquema do princípio da inércia:

   Re pouso
FR = 0 ⇔ v = constante 
MONKEY BUSINESS IMAGES/THINKSTOCK/GETTYIMAGES

( equilíbrio ) ou MRU

Um corpo em repouso tende a permanecer em repou-


so e um corpo em movimento tende a permanecer em mo-
vimento. A tendência do corpo de permanecer em equilí-
brio (repouso ou MRU) denomina-se inércia.
Conclusão da primeira lei de Newton:

Se a resultante das forças aplicadas no corpo é nula,


então ele está em equilíbrio estático (repouso) ou di-
nâmico (MRU).
O cinto de segurança nos veículos tem a função
de proteger os passageiros da inércia de seu
movimento, no caso de freada brusca ou colisão.

 estático
   
∑ R
F = F = 0 ⇒ equilíbrio  ou
dinâmico
VALORES E DIVERSIDADE 

Segundo o Detran, a cadeirinha é item obriga-


tório para crianças a partir de 1 ano, quando já têm
pleno controle do pescoço e da cabeça, até 4 anos
PRINCÍPIO FUNDAMENTAL
ou, aproximadamente,18 kg. Instala-se a cadeirinha DA DINÂMICA OU SEGUNDA
voltada para a frente do veículo, preferencialmente LEI DE NEWTON
na posição central do banco traseiro, se for equipado
Enquanto a primeira lei de Newton está relacionada ao
com cinto de segurança de três pontos.
equilíbrio de um corpo (força resultante nula), a segunda lei
de Newton está relacionada aos corpos acelerados (força

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resultante não nula). Para a segunda lei de Newton, preci- Pode-se enunciar a segunda lei de Newton como:
samos do conceito de massa de um corpo:
A resultante das forças que agem num corpo é
A massa de um corpo é uma medida quantitativa da igual ao produto de sua massa pela aceleração ad-
inércia desse corpo. quirida.
FR = m · a
A segunda lei de Newton estabelece que a razão entre
a resultante das forças aplicadas em um corpo e a acelera-
ção que o corpo adquire resulta em uma constante que é
MASSA: MEDIDA DA INÉRCIA
a massa do corpo:
O gráfico a seguir representa a relação força resul-
r r r tante x aceleração adquirida para dois corpos A e B de
FR1 FR2 FR massas diferentes — gráficos com declividades diferentes.
r = r = ... = constante r =m
a1 a2 a
r r FR
FR = m · a A

B
Como a massa é constante e sempre positiva, a acele-
ração de um corpo está na mesma direção e sentido que a
F
resultante das forças que agem sobre ele:
 
FR a
a

Isso significa que, sendo a massa do corpo constan- 0 aA aB


te, a força resultante e a aceleração produzida apresentam
intensidades diretamente proporcionais, ou seja, quanto Para um mesmo valor (F) de força resultante, a inten-
mais intensa a força resultante, maior a aceleração adqui- sidade da aceleração adquirida pelo corpo A é menor que
rida pelo corpo. a adquirida por B, ou seja, o corpo A tende a variar menos
sua velocidade que B. Isso evidencia que o corpo A oferece
PHOTODISC/THINKSTOCK/GETTYIMAGES

maior resistência à alteração de sua velocidade, isto é, o


corpo A tem maior inércia. Com base no gráfico anterior:

F
mA =
aA 
 a < aB ⇒ mA > mB
F  A
mB =
aB 

A massa de um corpo deve ser vista como propriedade


da matéria que indica a resistência do corpo à alteração de
sua velocidade.
No Sistema Internacional (SI), a unidade de medida de
massa é o quilograma (kg), e a de força, o newton (N),
como o produto de 1 kg por 1 m/s2. Ou seja:

Um newton (1 N) é a intensidade de força que pro-


A velocidade adquirida pela duziria, na massa de um quilograma (1 kg), a acelera-
bola, ao ser arremessada, ção de módulo um metro por segundo a cada segundo
depende da força aplicada
e de sua massa. (1 m/s2).

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PESO E MASSA Peso e massa são conceitos totalmente distintos. En-
quanto a massa (grandeza escalar) é uma constante carac-
Massa e peso são termos muitas vezes confundidos no
terística do corpo, o peso (grandeza vetorial) depende da
cotidiano. Por exemplo, num pacote de farinha vem marca-
aceleração local da gravidade. Massa de um corpo é uma
do o peso líquido, 1 kg, que, na verdade, é a massa.
medida de sua inércia, ao passo que peso é a força de atra-

EDUARDROBERT/THINKSTOCK
ção gravitacional que a Terra exerce nele.

LEI DA AÇÃO E REAÇÃO OU


TERCEIRA LEI DE NEWTON
Imagine dois patinadores de massas iguais, parados um
em frente ao outro numa superfície horizontal congelada.

SASHA NICOLE DE BRITO


Quando alguém diz: “Perdi alguns quilinhos, meu peso
Se um empurrar o outro, os dois adquirirão movimento
agora é 50 kg”, deveria falar “Minha massa é 50 kg”.
na mesma direção e em sentidos opostos, e os desloca-
Esse tipo de informação muitas vezes chega de forma
mentos de ambos serão efetuados no mesmo intervalo de
errada, até pelos variados meios de comunicação. Como
tempo, sugerindo que as forças aplicadas são diretamente
interpretá-los?
opostas.
Todo corpo é atraído pela Terra, por uma força de cam-
Esse exemplo ilustra a terceira lei de Newton, chamada
po denominada peso.
princípio da ação e reação, enunciado a seguir:
No estudo da cinemática, foi visto que um corpo,
abandonado no vácuo, próximo à superfície da Terra, cai
Se um corpo A exerce uma força sobre um corpo B,
com uma aceleração da gravidade, cujo módulo vale
este reage sobre A com força de mesma intensidade,
g = 9,8 m/s2 (aproximadamente 10 m/s2).
mesma direção, e de sentido oposto.

Dessa forma, é impossível aplicar uma força sem rece-


ber outra em troca. Veja outros exemplos:
KOSMOS111/THINKSTOCK/GETTYIMAGES

 
 a=g
P  
F -F
Se um corpo estiver sob a ação exclusiva da gravida-
de, a resultante das forças que agem sobre ele é o próprio
peso.
Assim, o peso é responsável pela aceleração e, de acor-
do com a equação fundamental da dinâmica, F = m ∙ a,
obtém-se:

P=m·g

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Se você empurrar um carro com as mãos, estas recebe- Se o piso sobre o qual a pessoa se apoiar for liso ou
rão do carro uma força de mesmo módulo, mesma direção não for suficientemente firme, não haverá como empurrar
e sentido contrário. o chão para trás e, consequentemente, não receberá a rea-
Ao chutar uma bola, você aplica uma força e recebe ção para a frente.
outra, de mesma intensidade, em sentido contrário. • Para alçar voo, os pássaros batem as asas empurrando
o ar para trás. Como reação a essa força, o ar em-
purra o pássaro para a frente impulsionando-o, num
princípio semelhante ao que nos faz andar. É dessa
forma, também, que conseguimos nadar ou remar
um barco.
LEANDRO MARCONDES ARAUJO


-F

F

F
-F 


As forças de ação e reação agem em corpos diferentes. -F
Assim, nunca podem se equilibrar.
Além disso, sendo forças simultâneas, não faz sentido

THINKSTOCK/GETTYIMAGES
tentar estabelecer qual delas é a ação e qual é a reação:

DORLING KINDERSLEY/
uma é reação da outra e vice-versa.
O princípio da ação e reação apresenta algumas aplica-
ções bastante interessantes.
• Quando uma pessoa anda, recebe uma força que a
empurra para a frente. Essa força é recebida do chão,
pois, no instante em que anda, empurra o chão para • As hélices de um avião ou de um barco empurram o
trás com o pé, recebendo imediatamente a reação fluido (ar ou água) para trás e recebem a reação que
contrária. impele o veículo para a frente.

RADOMAN DURKOVIC/THINKSTOCK/GETTYIMAGES
F
 
-F -F
AMOS MORGAN/THINKSTOCK/GETTYIMAGES

Evidentemente, em um avião a hélice não funcionaria


  no vácuo.
F -F
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REGISTRO DA APRENDIZAGEM

1. Nas figuras a seguir, identifique as forças que d) um carrinho puxado por um fio sobre um pla-
atuam sobre no horizontal, sem atrito.
a) um corpo que cai livremente, no vácuo, próxi-
mo à superfície terrestre.

SARA SHOWALTER/ISTOCK
b) uma caixa apoiada sobre uma superfície plana, e) um paraquedista caindo.
horizontal, em repouso.

LOGO_CITY/THINKSTOCK/GETTYIMAGES

c) um bloco que desliza por um plano inclinado,


sem atrito, no vácuo.

2. Imagine um automóvel se deslocando em uma es-


trada horizontal, com movimento retilíneo uni-
forme. O motor comunica ao carro uma força de
propulsão de 1 500 N. Responda às questões.
a) Qual o valor da resultante das forças que
atuam no automóvel? Justifique sua resposta.
Nula, pois o corpo encontra-se em inércia.

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b) Qual o valor das forças de retardamento que 6. Pedro viaja em uma moto, com velocidade cons-
tendem a contrariar o movimento do carro? tante de 80 km/h, em um trecho retilíneo de estra-
Justifique sua resposta. da. É correto afirmar que, nessa situação, a resul-
1 500 N. No MRU, a força resultante é nula, então, a força de tante das forças que agem sobre a moto de Pedro
propulsão é igual à força de retardamento. a) é diretamente proporcional à sua velocidade
ao quadrado.
b) é igual à força de atrito que age sobre ela.
c) é igual ao peso da moto.
d) é nula.

7. Em seu livro Philosophiae naturalis principia mathe-


matica, Isaac Newton descreveu os fundamentos
3. Um corpo de massa m, sob a ação de uma força
da mecânica, que foram importantes para a ciên-
de módulo F, sofre uma aceleração a. Se aumentar
cia. Sobre as leis de Newton e suas aplicações, con-
a massa do corpo, sob a ação da mesma força, o
sidere as seguintes afirmações:
que acontecerá com a aceleração sofrida? Justifi-
I. O princípio da inércia pode ser exemplificado
que sua resposta.
como sendo a tendência de todo corpo sem-
Diminuirá, pois massa e aceleração são inversamente proporcionais.
pre parar.
II. A primeira lei de Newton afirma que a inércia
está relacionada à dificuldade de alterar o mo-
vimento do corpo.
III. A segunda lei de Newton afirma que, para
uma mesma massa, a força resultante e a ace-
4. Com base nos conceitos das leis de Newton, anali- leração são diretamente proporcionais.
se as sentenças e marque V na(s) verdadeira(s) e F IV. De acordo com a terceira lei de Newton, para
na(s) falsa(s), justificando as alternativas a e d. toda ação existe uma reação de mesma dire-
a) ( F ) As forças de ação e reação sempre ocor- ção mas com sentido contrário, e ambas po-
rem em pares e atuam sobre o mesmo dem atuar no mesmo corpo.
corpo. Assinale a alternativa correta.
b) ( F ) Se nenhuma força atua sobre o corpo, ele a) Somente a afirmativa IV é verdadeira.
necessariamente estará em repouso. b) Somente a afirmativa III é verdadeira.
c) ( V ) Se um corpo está em movimento retilíneo c) As afirmativas I e IV são verdadeiras.
uniforme, necessariamente a força resul- d) As afirmativas II e III são verdadeiras.
tante que atua sobre ele é nula. e) As afirmativas I e II são verdadeiras.
d) ( F ) Se um corpo está em movimento retilíneo
uniforme, necessariamente sobre ele atua 8. Duas forças, F1 = F2 = 100 N, agem simultanea-
uma força. mente em um corpo. Se elas possuem a mesma
a) Essas forças atuam em corpos diferentes.
d) Não necessariamente, pelo princípio da inércia. direção, mas sentidos contrários, podemos afirmar
5. PUC-MG — Tendo-se em vista a primeira lei de que o corpo:
Newton, pode-se afirmar que a) está em equilíbrio.
a) se um objeto está em repouso, não há forças b) apresenta movimento retilíneo e uniforme.
atuando nele. c) está em repouso.
b) é uma tendência natural dos objetos buscarem d) apresenta movimento acelerado.
permanecer em repouso. e) está em equilíbrio dinâmico.
A força resultante no corpo é zero, pois as forças aplicadas pos-
c) ela se aplica tanto a objetos em movimento suem o mesmo módulo, a mesma direção, mas sentidos contrários.
quanto a objetos em repouso. Sendo FR = 0, o corpo estará em equilíbrio, podendo estar em repouso
d) uma força sempre causa o movimento de um ou em movimento retilíneo e uniforme.
I. Falsa. A inércia pode ser explicada como tendência de o corpo não
objeto.
a) Falsa. A força resultante sobre o objeto é nula, podendo ser resul- alterar seu estado de repouso ou movimento retilíneo uniforme.
tado da soma vetorial de duas ou mais forças. II. Verdadeira.
b) Falsa. A tendência do corpo é permanecer em repouso ou em III. Verdadeira.
MRU; o corpo tende a parar por ação da força de atrito. IV. Falsa. As forças do par ação e reação atuam em corpos diferentes.
c) Verdadeira.
d) Falsa. A atuação de uma força pode colocar o corpo em repouso.
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COMPREENSÃO
1. ep — O estudo dos movimentos está fundamen-
tado nas três leis de Newton. Sobre movimentos e as
leis de Newton, assinale o que for correto.
01) O princípio da inércia é válido somente quando a
força resultante sobre um corpo é não nula. Nesse contexto e com base nas Leis de Newton, é
02) Duplicando o valor da força resultante aplicada so- CORRETO afirmar que o funcionamento do ventilador
bre um objeto, a aceleração experimentada pelo aumenta a velocidade do barco.
objeto também será duplicada. a) diminui a velocidade do barco.
04) Forças de ação e reação nunca se anulam, pois b) provoca a parada do barco.
atuam sempre em corpos distintos. c) não altera o movimento do barco.
08) Um avião voando em linha reta com velocidade d) produz um movimento circular do barco.
constante está em equilíbrio dinâmico.
DESENVOLVIMENTO
5. UFTM-MG — Analisando as Leis de Newton, pode-se
2. IFSP — Um corpo de 20 kg de massa cai em queda livre concluir corretamente que
de uma altura de 2 m. Considerando a aceleração da a) o movimento retilíneo e uniforme é consequência
gravidade g = 10 m/s2, é correto afirmar que, durante da aplicação de uma força constante sobre o cor-
a queda, o corpo atrai a Terra com po que se move.
a) força desprezível, aproximadamente zero. b) a lei da inércia prevê a existência de referenciais
b) força menor que 200 N. inerciais absolutos, em repouso, como é o caso do
c) força superior a 200 N. centro de nossa galáxia.
d) força igual a 200 N. c) para toda ação existe uma reação correspondente,
sendo exemplo dessa circunstância a força normal,
e) uma força cada vez maior à medida que se apro-
que é reação à força peso sobre objetos apoiados
xima do chão.
em superfícies planas.
d) se um corpo é dotado de aceleração, esta certa-
3. PUC-MG a apta o — A respeito das leis de Newton, mente é consequência da ação de uma força, ou
são feitas três afirmativas: de um conjunto de forças de resultante diferente
I. A força resultante necessária para acelerar, unifor- de zero, agindo sobre o corpo.
memente, um corpo de massa 8 kg, de 20 m/s e) a força centrífuga é uma força que surge em de-
para 36 m/s, em uma trajetória retilínea, em 4,0s, corrência da lei da inércia, sobre corpos que obe-
tem módulo igual a 32 N. decem a um movimento circular e que tem como
II. Quando uma pessoa empurra uma mesa e ela não reação a força centrípeta.
se move, podemos concluir que a força de ação é
anulada pela força de reação. 6. UFPA — Belém tem sofrido com a carga de tráfego em
III. Durante uma viagem espacial, podem-se desligar suas vias de trânsito. Os motoristas de ônibus fazem fre-
os foguetes da nave que ela continua a se mover. quentemente verdadeiros malabarismos, que impõem
Esse fato pode ser explicado pela segunda lei de desconforto aos usuários devido às forças inerciais. Se fi-
Newton. xarmos um pêndulo no teto do ônibus, podemos observar
Assinale: a presença de tais forças. Sem levar em conta os efeitos
a) se apenas as afirmativas II e III estiverem corretas. do ar em todas as situações hipotéticas, ilustradas abaixo,
b) se todas as afirmativas estiverem incorretas. considere que o pêndulo está em repouso com relação ao
c) se apenas a afirmativa I estiver correta. ônibus e que o ônibus move-se horizontalmente.
d) se apenas as afirmativas I e III estiverem corretas.
e) se todas as afirmativas estiverem corretas.

4. UPE — A figura a seguir representa um ventilador fixa-


do em um pequeno barco, em águas calmas de certo
lago. A vela se encontra em uma posição fixa e todo
vento soprado pelo ventilador atinge a vela.

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Sendo v a velocidade do ônibus e a sua aceleração, a Considere a tirinha envolvendo a “Turma da Mônica”,
posição do pêndulo está ilustrada corretamente mostrada a seguir.
a) na situação (I).
b) nas situações (II) e (V).
c) nas situações (II) e (IV).
d) nas situações (III) e (V).
e) nas situações (III) e (IV).
Copyright ©1999 Mauricio de Sousa Produções Ltda.
7. Fatec-SP — Um explorador de cavernas utiliza-se da Todos os direitos reservados.

técnica de “rapel”, que consiste em descer abismos e Supondo que o sistema se encontra em equilíbrio, é
canyons apenas em uma corda e com velocidade pra- correto afirmar que, de acordo com a Lei da Ação e
ticamente constante. A massa total do explorador e de Reação (3ª Lei de Newton),
seus equipamentos é de 80 kg. Considere g = 10 m/s². a) a força que a Mônica exerce sobre a corda e a for-
A força resultante que atua sobre o explorador, duran- ça que os meninos exercem sobre a corda formam
te a descida, em newtons, é igual a um par ação-reação.
a) zero c) 800 e) 1 000 b) a força que a Mônica exerce sobre o chão e a força
b) 400 d) 900 que a corda faz sobre a Mônica formam um par
ação-reação.
8. nesp — Certos automóveis possuem um recur- c) a força que a Mônica exerce sobre a corda e a
so destinado a manter a velocidade do veículo cons- força que a corda faz sobre a Mônica formam um
tante durante a viagem. Suponha que, em uma parte par ação-reação.
de uma estrada sem curvas, o veículo passe por um d) a força que a Mônica exerce sobre a corda e a for-
longo trecho, em subida, seguido de uma longa des- ça que os meninos exercem sobre o chão formam
cida, sempre com velocidade constante. Desprezando um par ação-reação.
o efeito de atrito com o ar e supondo que o controle
da velocidade é atribuído, exclusivamente, ao motor, APROFUNDAMENTO
considere as afirmações: 11. UECE — Dois cubos de mesma densidade e tama-
I. Durante o percurso, a resultante das forças apli- nhos diferentes repousam sobre uma mesa horizontal
cadas sobre o automóvel é constante e não nula. e mantêm contato entre si por uma de suas faces. A
II. Durante o percurso, a resultante das forças aplica- aresta de um dos cubos mede o dobro da aresta do
das sobre o automóvel é nula. 
outro. Em um dado instante, uma força constante F ,
III. A força tangencial aplicada pela pista às rodas tem horizontal, é aplicada sobre o cubo menor que, por sua
mesmo sentido da velocidade na descida e contrá- vez, empurra o maior, conforme a figura a seguir.
rio na subida.
Está(ão) correta(s) a(s) afirmação(ões)
a) II, apenas. d) II e III, apenas.
b) I e II, apenas. e) I, II e III.
c) I e III, apenas.

9. Um ônibus de 12 toneladas trafega em uma rodovia


plana e horizontal com velocidade de 54 km/h, manti-
da constante. Em determinado momento, o motorista Despreze todos os atritos. A razão entre o módulo de

acelera, de forma constante, durante 5 segundos, até F e o módulo da força de contato entre os cubos é
atingir velocidade de 90 km/h. 1 9
a) 8. b) 2. c) . d) .
Considerando todos os atritos desprezíveis, determine 8 8
a força motora imprimida por esse motor, durante a
12. IFCE — Considere as afirmações sob a luz da 2ª lei de
aceleração.
Newton.
a) 7 500 N. c) 22 000 N.
I. Quando a aceleração de um corpo é nula, a força
b) 24 000 N. d) 27 000 N.
resultante sobre ele também é nula.
II. Para corpos em movimento circular uniforme, não
10. — Em tirinhas, é muito comum encontrarmos
se aplica a 2ª lei de Newton.
situações que envolvem conceitos de Física e que, in-
III. Se uma caixa puxada por uma força horizontal de
clusive, têm sua parte cômica relacionada, de alguma
intensidade F = 5 N deslocar-se sobre uma mesa
forma, com a Física.
com velocidade constante, a força de atrito sobre
a caixa também tem intensidade igual a 5 N.

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Está(ão) correta(s) 17. efet — A imagem mostra um garoto sobre um
a) apenas III. c) apenas I. e) II e III. skate em movimento com velocidade constante que,
b) apenas II. d) I e III. em seguida, choca-se com um obstáculo e cai.

13. — O estudo dos movimentos está fundamen-

ROBERTO CANDIA
tado nas três leis de Newton. Sobre movimentos e as
leis de Newton, assinale o que for correto.
01) O princípio da inércia é válido somente quando a
força resultante sobre um corpo é não nula.
02) Duplicando o valor da força resultante aplicada so- A queda do garoto justifica-se devido à(ao)
bre um objeto, a aceleração experimentada pelo
a) princípio da inércia.
objeto também será duplicada.
b) ação de uma força externa.
04) Forças de ação e reação nunca se anulam, pois
c) princípio da ação e reação.
atuam sempre em corpos distintos.
08) Um avião voando em linha reta com velocidade d) força de atrito exercida pelo obstáculo.
constante está em equilíbrio dinâmico.
18. IFSC — Um pássaro está em pé sobre uma das mãos de
14. UFPE — A respeito das leis de Newton, podemos afir- um garoto. É CORRETO afirmar que a reação à força
mar que
que o pássaro exerce sobre a mão do garoto é a força
( ) a primeira lei de Newton diz que, para que um
a) da Terra sobre a mão do garoto.
corpo esteja em movimento, é obrigatório que
b) do pássaro sobre a mão do garoto.
haja pelo menos uma força atuando sobre ele.
( ) a segunda lei de Newton não contém a primeira c) da Terra sobre o pássaro.
lei de Newton como caso particular porque elas d) do pássaro sobre a Terra.
são completamente diferentes. e) da mão do garoto sobre o pássaro.
( ) a segunda lei de Newton implica em uma equação
para cada força que atua em um corpo massivo. 19. fs — O principal combustível usado pelos gran-
( ) a terceira lei de Newton estabelece que a toda
des aviões de transporte de carga e passageiros é o
força de ação corresponde uma força de reação,
querosene, cuja queima origina diversos poluentes
sempre com ambas no mesmo corpo.
atmosféricos. As afirmativas a seguir referem-se a um
( ) as três leis de Newton valem em qualquer referencial.
avião em voo, num referencial inercial.
15. efet — Considere um bloco em repouso sobre I. Se a soma das forças que atuam no avião é dife-
uma superfície plana, sujeito a uma força externa ho- rente de zero, ele não pode estar em MRU.
rizontal. Por ação gravitacional, esse bloco atua sobre II. Se a soma das forças que atuam no avião é zero,
a superfície com uma força de compressão. A partir ele pode estar parado.
das Leis de Newton, o par ação e reação é constituído III. O princípio de conservação da energia garante que o
pelas forças avião se move em sentido contrário àquele em que
a) normal e peso. são jogados os gases produzidos na combustão.
b) peso e de atrito. Está(ão) correta(s)
c) normal e de compressão.
a) apenas I. d) apenas II e III.
d) externa e de compressão.
b) apenas I e II. e) I, II e III.
c) apenas III.
16. — Em uma área onde ocorreu uma catástrofe
natural, um helicóptero em movimento retilíneo, a
20. IFSC — É fato que o uso do cinto de segurança previne
uma altura fixa do chão, deixa cair pacotes contendo
lesões em motoristas e passageiros em caso de aciden-
alimentos. Cada pacote lançado atinge o solo em um
tes. Isso é motivo suficiente para que cinto de seguran-
ponto exatamente embaixo do helicóptero.
ça seja obrigatório. A lei da Física, que está relacionada
Desprezando forças de atrito e de resistência, pode-se
ao funcionamento do cinto de segurança é a
afirmar que as grandezas velocidade e aceleração des-
a) Lei de Ampère.
sa aeronave são classificadas, respectivamente, como
b) Lei de Ohm.
a) variável — nula. c) constante — nula.
c) Lei Áurea.
b) nula — constante. d) variável — variável.
d) Primeira Lei de Newton.
e) Lei da Gravitação Universal de Newton.

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21. — A imagem abaixo ilustra uma bola de ferro
Competência 6 — Apropriar-se de conhecimentos da física para,
após ser disparada por um canhão antigo. em situações-problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções
científico-tecnológicas.
Habilidade 20 — Caracterizar causas ou efeitos dos movimentos de
partículas, substâncias, objetos ou corpos celestes.
ROBERTO CANDIA

24. ne — Durante uma faxina, a mãe pediu que o filho


a ajudasse deslocando um móvel para mudá-lo de lu-
solo gar. Para escapar da tarefa, o filho disse ter aprendido
na escola que não poderia puxar o móvel, pois a tercei-
Desprezando-se a resistência do ar, o esquema que ra lei de Newton define que se puxar o móvel, o móvel
melhor representa as forças que atuam sobre a bola o puxará igualmente de volta, e assim não conseguirá
de ferro é exercer uma força que possa colocá-lo em movimento.
a) c) Qual argumento a mãe utilizará para apontar o erro de
interpretação do garoto?
a) A força de ação é aquela exercida pelo garoto.
b) d) b) A força resultante sobre o móvel é sempre nula.
c) As forças que o chão exerce sobre o garoto se
anulam.
22. fs — O uso de hélices para propulsão de aviões
d) A força de ação é um pouco maior que a força de
reação.
ainda é muito frequente. Quando em movimento, es-
e) O par de forças de ação e reação não atua em um
sas hélices empurram o ar para trás; por isso, o avião se
mesmo corpo.
move para frente. Esse fenômeno é explicado pelo(a)
a) 1ª lei de Newton. Competência 6 — Apropriar-se de conhecimentos da física para,
b) 2ª lei de Newton. em situações-problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções
científico-tecnológicas.
c) 3ª lei de Newton. Habilidade 20 — Caracterizar causas ou efeitos dos movimentos de
partículas, substâncias, objetos ou corpos celestes.
d) princípio de conservação de energia.
e) princípio da relatividade do movimento.
25. nesp — Ao tentar arrastar um móvel de 120 kg
ESTUDO PARA O ENEM sobre uma superfície plana e horizontal, Dona Elvira
23. ne — Em 1543, Nicolau Copérnico publicou um li- percebeu que, mesmo exercendo sua máxima força
vro revolucionário em que propunha a Terra girando em sobre ele, não conseguiria movê-lo devido à força de
torno do seu próprio eixo e rodando em torno do Sol. atrito entre o móvel e a superfície do solo. Chamou,
Isso contraria a concepção aristotélica, que acredita que então, Dona Dolores para ajudá-la. Empurrando jun-
a Terra é o centro do universo. Para os aristotélicos, se tas, elas conseguiram arrastar o móvel em linha reta,
a Terra gira do oeste para o leste, coisas como nuvens e com aceleração escalar constante de módulo 0,2 m/s2.
pássaros, que não estão presas à Terra, pareceriam estar Sabendo que as forças aplicadas pelas duas senhoras
sempre se movendo do leste para o oeste, justamente tinham a mesma direção e o mesmo sentido do movi-
como o Sol. Mas foi Galileu Galilei que, em 1632, ba- mento do móvel, que Dona Elvira aplicou uma força
seando-se em experiências, rebateu a crítica aristotélica, de módulo igual ao dobro da aplicada por Dona Dolo-
confirmando assim o sistema de Copérnico. Seu argu- res e que durante o movimento atuou sobre o móvel
mento, adaptado para a nossa época, é se uma pessoa, uma força de atrito de intensidade constante e igual a
dentro de um vagão de trem em repouso, solta uma 240 N, é correto afirmar que o módulo da força aplica-
bola, ela cai junto a seus pés. Mas se o vagão estiver se da por Dona Elvira, em newtons, foi igual a
movendo com velocidade constante, a bola também cai a) 340.
junto a seus pés. Isso porque a bola, enquanto cai, con- b) 60.
tinua a compartilhar do movimento do vagão. c) 256.
O princípio físico usado por Galileu para rebater o ar- d) 176.
gumento aristotélico foi e) 120.
a) a lei da inércia.
Competência 6 — Apropriar-se de conhecimentos da física para,
b) ação e reação. em situações-problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções
c) a segunda lei de Newton. científico-tecnológicas.
d) a conservação da energia. Habilidade 20 — Caracterizar causas ou efeitos dos movimentos de
partículas, substâncias, objetos ou corpos celestes.
e) o princípio da equivalência.
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1 IMANTSU/ISTOCK

A força de atrito entre a lâmina dos patins


e o gelo é muito pequena, possibilitando
deslocamentos com grande velocidade.

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VOCÊ VAI APRENDER A
 aplicar leis físicas para interpretar processos naturais ou tecnológicos inseridos no
contexto da dinâmica;
 caracterizar causas ou efeitos dos movimentos de partículas, substâncias, objetos
ou corpos celestes;
 empregar terminologia científica adequada para descrever situações cotidianas
apresentadas de diferentes formas;
 descrever características físicas e parâmetros de movimentos de corpos em dife-
rentes linguagens e formas de representação;
 confrontar interpretações científicas com interpretações baseadas no senso co-
mum, ao longo do tempo ou em diferentes culturas.

2 FORÇA DE ATRITO
E APLICAÇÕES DAS
LEIS DE NEWTON

P
or que é mais fácil caminhar sobre um piso firme e áspero do
que sobre um piso escorregadio e liso? E, da mesma forma, por
que os automóveis derrapam ou patinam com mais facilidade
em dias de chuva?
Para responder às perguntas anteriores, relacionamos os fenômenos
descritos à natureza das superfícies em contato e percebemos que, em
algumas situações, o deslizamento entre superfícies é maior. Esse desliza-
mento está relacionado à força de atrito entre as superfícies.
A força de atrito pode ser observada frequentemente no cotidiano,
por exemplo: quando as pessoas esfregam as mãos, caminham, ou quan-
do os pneus de um carro entram em contato com o asfalto.
No capítulo anterior foi visto que, quando duas superfícies se com-
primem, a força de contato de compressão pode apresentar duas com-
ponentes: uma normal, perpendicular às superfícies, e outra tangencial,
tangente às superfícies e denominada força de atrito.

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P ara resolver
PARA COMEÇAR

todos os problemas Em superfícies muito ásperas, a força de uma força e, portanto, grandeza vetorial, tem
atrito é grande porque a rugosidade pode favo- módulo, direção e sentido.
do mundo bastam recer o aparecimento de vários pontos de ade- Módulo: o módulo da força de atrito varia
três coisas: pensar, rência, como mostra a figura. de zero a um valor máximo em função da soli-
citação. Por exemplo, um corpo está num plano
SASHA NICOLE DE BRITO

pensar e pensar. horizontal em repouso cuja força de atrito má-


xima é de 50 N. Ao aplicar 10 N tem-se a força
Isaac Newton
de atrito 10 N; ao aplicar 30 N, a força de atrito
A rugosidade das superfícies
é fator importante no atrito. será 30 N; ao aplicar 50 N, a força de atrito será
Orientação ao professor . O
50 N e o corpo ainda permanece em repouso.
objetivo é proporcionar aos alunos,
de forma intuitiva, a noção de atrito.
Os pontos de aderência, ou colagem, que Aplicando-se uma força de 60 N, vence-se a for-
Comente: as leis que governam as surgem entre superfícies em contato, são resul- ça de atrito estático máxima, e o corpo entra em
forças de atrito estabelecidas ante- tado da força atrativa entre os átomos que as movimento.
riormente são aproximadas, e não
exatas. Em particular, o coeficiente constituem.
de atrito cinético pode variar com Atrito é uma força de contato, ou seja, só A força de atrito cinético é sempre menor
a velocidade se um grande interva- existe quando houver compressão entre um cor- que a força máxima de atrito estático.
lo de velocidade estiver envolvido,
embora a suposição de que isso não po e outro ou um corpo e uma superfície. Sendo
ocorra seja usualmente muito boa
quando se trata de um intervalo mo-
derado de velocidades. O coeficiente
de atrito estático é sempre maior
que o coeficiente de atrito cinético, ROTEIRO DE APRENDIZAGEM
porque é possível verificar invaria-
velmente que, para qualquer siste-
ma, uma força maior é requerida
para “quebrar arestas” do que para 1 Força de atrito
• Força de atrito estático
2 Aplicações das leis de Newton
• Sistemas de blocos
manter um deslizamento constante
ou movimento rolante. • Força de atrito cinético • Blocos empurrados em
superfície horizontal
• Blocos em plano vertical:
máquina de Atwood
• Sistemas de blocos
horizontais-verticais
• Plano inclinado
• Elevadores

FORÇA DE ATRITO ESTÁTICO


A força de atrito estático acontece em con-
LJUPCO/THINKSTOCK/GETTYIMAGES

sequência das interações do corpo e da super-


fície de apoio, que impedem o deslizamento do
bloco. De modo geral, a força de atrito estático
ocorre quando o corpo é solicitado por uma for-
ça que não consegue colocá-lo em movimento.
No caso de um bloco em equilíbrio, em um
plano horizontal, sendo puxado por uma força
Fhorizontal, a força de atrito estático Fae é hori-
zontal e se opõe à tendência de movimento do
bloco, conforme a figura.
v=0 
Fhorizontal

22 A força de atrito estático impede o
Fae
deslizamento da bicicleta morro abaixo.
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Como o bloco está em equilíbrio, a intensidade da for- μe é o coeficiente de atrito estático, um número sem
ça de atrito estático é igual à intensidade da força aplicada unidade de medida, associado a interações das superfícies
no corpo. atritadas.
Fae = Fhorizontal Se a intensidade da força aplicada for igual à do atrito
estático máximo, o corpo está na iminência de movimen-
A intensidade da força de atrito estático varia de zero to. Se a intensidade da força aplicada for maior que a in-
até um valor máximo, proporcional ao módulo da força tensidade da força de atrito estático máximo, o corpo entra
normal (N) de contato. Assim: em movimento. Nesse caso, a força de atrito deixa de ser
estática e passa a ser cinética ou dinâmica.
Fae ≤ μe · N

FORÇA DE ATRITO CINÉTICO


significa que é mais fácil manter um corpo em movimento
PICS-XL/THINKSTOCK/GETTYIMAGES

do que colocá-lo em movimento.


Para um corpo em repouso, solicitado por uma força
F crescente, o gráfico do módulo da força de atrito Fa em
função do módulo da força F é dado na figura a seguir.
Fa
repouso
Fae (máx.)

Fatd Movimento

Pneu de carro específico para andar na


neve, com superfície que aumenta o atrito. F
0

Quando uma caixa, apoiada num piso horizontal, re- Observações:


cebe um impulso, à medida que se movimenta perde velo- • enquanto o módulo da força de atrito não atingir o valor
cidade até parar. Isso acontece em razão do atrito entre a máximo, ele será igual ao módulo da força F;
caixa e o piso. À força de atrito entre a caixa e o piso en- • a partir do instante em que o bloco entra em movi-
quanto a caixa está em movimento dá-se o nome de força mento, a força de atrito passa a ser cinética e seu mó-
de atrito cinético (Fac). dulo permanece constante.

v≠0 v As leis de atrito não permitem determinar a intensi-


 dade da força de atrito estático, se não conhecermos
Fac
a força externa F aplicada no corpo, mas apenas seu
limite máximo. Além disso, a força de atrito sempre se
opõe ao movimento relativo ou à tendência de movi-
A força de atrito cinético é constante e não depende
mento entre as superfícies.
da velocidade do corpo. Sua intensidade é diretamente pro-
porcional à intensidade da força normal (N) de compressão
entre o corpo e a superfície: O atrito é bom ou ruim? Depende. As peças de uma bi-
cicleta se desgastam por atrito, o motor de um carro pode
Fac = μc · N se superaquecer por atrito etc, mas sem ele não seria pos-
sível andar, pois se escorregaria. O carro não pararia em
μc é o coeficiente de atrito cinético. De modo análogo função do freio a disco, as pessoas não conseguiriam ficar
ao atrito estático, o coeficiente de atrito cinético é um núme- sentadas na cadeira, os óculos não parariam sobre o nariz,
ro sem unidade de medida, associado às superfícies atritadas. aviões não voariam e os automóveis não sairiam do lugar.
Na prática, o coeficiente de atrito cinético é menor Foi por meio do atrito que os primeiros seres humanos des-
que o coeficiente de atrito estático, ou seja: μc < μe. Isso cobriram o fogo.

23
FÍSICA 3
ENSINO MÉDIO

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b) F = 160 N
MAXUSER/THINKSTOCK/GETTYIMAGES

Como F = 160 N é maior que a força de atrito estático


máxima, o bloco entra em movimento. Nessas condi-
ções, a força de atrito é cinética. Portanto:
Fa = Fac = 125 N.

O uso de 2. Um corpo de massa 10 kg desliza sobre uma superfície


óleo lubri- horizontal em movimento acelerado com a = 2,0 m/s²,
ficante no
motor reduz sob a ação de uma força horizontal F = 50 N. Sendo
significati- g  = 10 m/s², o coeficiente de atrito cinético entre o
vamente o
atrito entre corpo e a superfície horizontal é
os compo- a) 0,10.
nentes.
b) 0,20.
c) 0,25.
d) 0,30.
e) 0,35.
VALORES E DIVERSIDADE
N = P = m · g ⇒ N = 10 · 10 = 100 N
Movimento acelerado:
Em pistas molhadas, um pneu com pouca ou ne-
FR = F – Fa ⇒ m · a = F – μc · N
nhuma ranhura empurra a água para a frente e desli-
10 · 2,0 = 50 – μc · 100 ⇒ μc = 0,30
za sobre a água entre ele e a pista, condição perigosa
conhecida como aquaplanagem. 3. Um automóvel de massa 980 kg e velocidade de
Os pneus especiais para chuva drenam a água 90 km/h é brecado e percorre 50 m até parar. Determi-
por suas ranhuras e se mantêm em contato com a ne o coeficiente de atrito entre os pneus do automóvel
pista, o que gera maior força de atrito, reduzindo os e a pista horizontal. Considere g = 10 m/s² e que no
riscos de aquaplanagem. Essa situação é extrema- momento da frenagem as rodas ficam travadas.
mente perigosa, pois são grandes chances de o carro Durante a fase de frenagem, a aceleração do automó-
sair da pista ou provocar algum acidente. Quando o vel é:
carro aquaplana, deslizando sobre a água, não resta v 2 = v 02 + 2 · a · ∆s
muita coisa a fazer, além de tirar o pé do acelerador 2
 90 
e manter o volante em linha reta. 0= + 2 ⋅ a ⋅ 50 ⇒ a = −6 , 25 m/s2
 3, 6 
Sendo FR = Fa = µ c · N e N = P = m · g :
a 6, 25
m · a = µ c · m· g ⇒ µ c = = ⇒ µ c = 0, 625
EXERCÍCIOS RESOLVIDOS g 10
1. Um bloco com 50 kg de massa encontra-se em repou-
so sobre uma superfície horizontal. Os coeficientes de 4. Um bloco de massa 20 kg, inicialmente em repouso
atrito estático e cinético entre o bloco e a superfície va- sobre uma superfície horizontal, recebe a ação de uma
lem, respectivamente, 0,30 e 0,25. Uma força horizon- força horizontal F. A figura seguinte mostra a relação
tal F é aplicada no bloco. Considerando g = 10 m/s², entre a intensidade da força de atrito e a intensidade
determine o módulo da força de atrito no bloco nos da força F aplicada.
seguintes casos:
Fatrito(N)
a) F = 120 N
100
Força de atrito estático máxima:
Fae(máx.) = μe · N = μe · m · g ⇒ Fae(máx.) = 0,30 · 50 · 10 80

Fae(máx.) = 150 N
Força de atrito cinético:
Fac = μc · N = μc · m · g ⇒ Fac = 0,25 · 50 · 10
Fac = 125 N
Como a força F = 120 N aplicada sobre o bloco é me-
0
100 Faplicada(N)
nor que a força de atrito estático máxima, o bloco con-
tinua em repouso e Fa = F = 120 N.

24
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Com base nesses dados e considerando g = 10 m/s², I. Alternativa correta. De acordo com o gráfico:
julgue as afirmativas seguintes. Fae(máx.) = 100 N
I. A intensidade máxima da força de atrito estático Sendo Fae(máx.) = μe · N e N = P = m · g, tem-se:
é 100 N e o coeficiente de atrito estático entre o Fae(máx.) = μe · m · g ⇒ 100 = μe · 20 · 10
bloco e a superfície horizontal é 0,50. μe = 0,50
II. Sendo Faplic. > 100 N, o coeficiente de atrito entre II. Alternativa correta. Sendo Faplic. > 100 N, o bloco
o bloco e a superfície é cinético e vale 0,40. entra em movimento. Nesse caso, a força de atrito
III. O bloco entra em movimento desde que Faplic. > 80 N. é cinética. Assim Fac = μc · N = μc · m · g. Substi-
tuindo os valores:
80 = μc · 20 · 10 ⇒ μc = 0,40
III. Alternativa incorreta. Para o bloco entrar em mo-
vimento, deve-se ter Faplic. > 100 N.

APLICAÇÕES DAS LEIS DE NEWTON


SISTEMAS DE BLOCOS aplicando a segunda lei de Newton, pode-se calcular a
taxa de variação da velocidade (aceleração).
SCANRAIL/THINKSTOCK/GETTYIMAGES

CONECTIVIDADE

Use um simulador de dinâmica para explorar os


gráficos que mostram forças, posição, velocidade e
aceleração versus tempo e o diagrama de corpo livre
de todas as forças, incluindo as forças gravitacional
e normal. Disponível em <http://phet.colorado.edu/
pt_BR/simulation/forces-and-motion>.

No deslocamento do trem, é importante


dimensionar as forças entre os vagões. BLOCOS TRACIONADOS EM
SUPERFÍCIE HORIZONTAL
Inicia-se este estudo com análise do movimento retilí-
Considere a representação de dois blocos, A e B, de
neo de sistemas de blocos sobre superfícies horizontais e
massas iguais a 3,0 kg e 2,0 kg, respectivamente, apoiados
sobre superfícies inclinadas, além do movimento vertical de
numa superfície horizontal isenta de atritos. O fio que liga
blocos suspensos. Nisso aplicam-se as três leis de Newton.
A em B é ideal (massa desprezível e inextensível). Sendo o
De modo geral, o método de análise desses sistemas
módulo da força horizontal, que puxa o sistema, igual a
consiste, basicamente, de três procedimentos:
20 N, qual a aceleração de cada bloco e a tração no fio que
1. Assinalam-se todas as forças atuantes em cada bloco,
une os blocos?
lembrando que forças trocadas internamente entre
A figura ilustra as forças atuantes em cada bloco e no
dois blocos do sistema constituem um par ação-rea-
fio, bem como os pares ação-reação.
ção, ou seja, têm as mesmas intensidades.

2. Nos movimentos em planos horizontais, as forças ver- a
ticais equilibram-se. Assim, se há resultante de forças

em cada bloco do sistema, ela é uma força horizontal, Fio A F
o que impõe a existência de uma aceleração na mesma B
direção do movimento, ou seja, horizontal. 2,0 kg 3,0 kg
3. Se a resultante das forças é igual a zero, o bloco em
estudo está em equilíbrio, repouso ou MRU; se a re- Observando o equilíbrio das forças verticais, identifi-
sultante das forças é diferente de zero, o bloco apre- ca-se a intensidade da resultante horizontal em cada bloco.
senta movimento com velocidade variável. Nesse caso,

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 Em cada bloco, na vertical há equilíbrio das forças.
 NA
NB N=P=m·g
    Na horizontal, o sistema de blocos acelera para a di-
T2 −T2 T1 −T1 
Fio F reita. Assim, aplicando a segunda lei de Newton para
B A cada bloco:
• Bloco A → FRA = F – F1 – FaA
Ação e Ação e
 reação reação mA · a = F – F1 – μc · NA (1)
PB  • Bloco B → FRB = F1 – F2 – FaB
PA
mB · a = F1 – F2 – μc · NB (2)
• Bloco A: FRA = F – T1 ⇒ mA · a = F – T1 (1) • Bloco C → FRC = F2 – FaC
• Fio ideal: FR(F) = T1 – T2 mC · a = F2 – μc · NC (3)
mF · a = T1 – T2 (2) Somando as equações (1), (2) e (3):
• Bloco B: FRB = T2 ⇒ mB · a = T2 (3) mA · a + mB · a + mC · a =
Como o fio é ideal, (mF = 0), T1 = T2 = F – μc · NA – μc · NB – μc · NC
Assim, somando as expressões: Isolando a aceleração a:
F F − µ c ⋅ (NA + NB + NC )
(mA + mB ) ⋅ a = F ⇒ a = a=
mA + mB mA + mB + mC
Substituindo os valores numéricos: F − µ c ⋅ g ⋅ (mA + mB + mC )
a=
20 mA + mB + mC
a= ⇒ a = 4 , 0 m /s 2
3, 0 + 2, 0 Substituindo os valores numéricos, obtém-se o valor da
A intensidade da força de tração que o fio exerce nos aceleração do sistema de blocos.
blocos pode ser obtida, por exemplo, pela equação (3). 24 − 0, 20 ⋅ 10 ⋅ (3, 0 + 2, 0 + 1, 0)
a=
T = T1 = T2 = mB · a ⇒ T = 2,0 · 4,0 ⇒ T = 8,0 N 3, 0 + 2, 0 + 1, 0
a = 2, 0 m /s2
Observação: Se o atrito entre os blocos e a superfície
BLOCOS EMPURRADOS EM horizontal é desprezível (μC = 0), a aceleração dos blo-
SUPERFÍCIE HORIZONTAL cos é dada por
Considere um sistema formado por três blocos, A, B F 24
a= =
e C, de massas mA = 3,0 kg, mB = 2,0 kg e mC = 1,0 kg, mA + mB + mC 3, 0 + 2, 0 + 1, 0
em repouso, encostados entre si e apoiados sobre uma su- a = 4 , 0 m /s 2
perfície horizontal. O conjunto é empurrado por meio de
uma força horizontal F = 24 N, conforme a figura. Sendo o
coeficiente de atrito cinético entre cada bloco e a superfície
BLOCOS EM PLANO VERTICAL:
horizontal igual a 0,20, qual a aceleração de cada bloco? MÁQUINA DE ATWOOD
Use g = 10 m/s². A figura representa a montagem realizada pelo físico

a inglês George Atwood (1745-1807) para estudar corpos
em queda.

F A
B
C
3,0 kg 2,0 kg 1,0 kg

Inicia-se assinalando as forças atuantes em cada bloco,


conforme a figura.
 
NA NB  B
NC
    
−F1 F1 −F2 F2 A
F m A > mB
A B C
  
FaA FaB FaC Supondo que a roldana apresente massa desprezível
  
PB PC em relação às demais do sistema, observe os esquemas de
P A
forças atuantes após o sistema ser liberado.

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Bloco A Bloco B Roldana
 De acordo com as imagens, extraem-se as equações
  T1 para os dois blocos.
T T • Bloco A: FR(A) = T = mA · a
  • Bloco B: FR(B) = PB – T = mB · a
aA A B aB
Somando as duas equações correspondentes às forças
  resultantes:
PA PB
  PB = mA · a + mB · a
T T
mB ⋅ g
mB · g = (mA + mB ) · a ⇒ a =
Como o peso do bloco A é maior que o do bloco B, o mA + mB
bloco A desce em movimento acelerado e o bloco B sobe A tração no fio que une os dois blocos é dada por
em movimento acelerado, tal que aA = aB = a. Assim: T = mA · a
• Bloco A: FR(A) = PA – T Consideram-se exemplos numéricos:
mA · a = mA · g – T (1) mA = 8, 0 kg, mB = 2, 0 kg, g = 10 m / s2
• Bloco B: FR(B) = T – PB Nessas condições :
mB · a = T – mB · g (2) mB ⋅ g 2, 0 ⋅ 10
Somando as equações (1) e (2) e isolando a aceleração • a= ⇒a= ⇒ a = 2, 0 m /s2
mA + mB 8, 0 + 2, 0
a: • T = mA · a
m − mB
a= A ⋅g T = 8, 0 · 2, 0 ⇒ T = 16 N
mA + mB
A intensidade da tração no fio que une os blocos é
dada por PLANO INCLINADO
T = mA · (g – a) ou T = mB · (g + a) Considere um bloco de massa m apoiado no plano in-
clinado de ângulo em relação à horizontal, de modo que
SISTEMAS DE BLOCOS deslize em movimento acelerado. O coeficiente de atrito
cinético entre o bloco e o plano inclinado é μc.
HORIZONTAIS-VERTICAIS A figura ilustra as forças que atuam no bloco: a for-
Considere a figura de um bloco A apoiado numa su- ça-peso e as componentes da força de contato (normal e
perfície horizontal perfeitamente lisa e ligado, por um fio, a atrito). Considerando um sistema cartesiano (x, y), de modo
um bloco B, que se encontra dependurado. que um dos eixos seja paralelo ao plano inclinado (eixo x) e
o outro perpendicular (eixo y), pode-se decompor a força
A -peso nos dois eixos.
Px = P · sen
Py = P · cos

y
B 
Fa 
N
 
Graças à inexistência de atrito entre o bloco A e o pla- Py Px
a
no horizontal, pode-se afirmar: qualquer que seja a massa
do bloco B, os blocos entram em movimento acelerado, 
P x
sendo a aceleração de módulo igual para os dois blocos.
Veja diagramas das forças atuantes nos dois blocos. a
 
NA a T
Como há equilíbrio no eixo y:
A
N = Py = P · cos
 
aB
No eixo x, como o bloco acelera para baixo, vem:
A T B FR = Px – Fa ⇒ m · a = m · g · sen – μc · N
Sendo N = m · g · cos , a aceleração do bloco é dada
  por
PA PB
a = g (sen – μc · cos )

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Observações: no caso de não existir atrito entre o blo- Determine a massa do bloco B, sabendo que ele se mo-
co e o plano inclinado, a aceleração do bloco é dada por vimenta para baixo com a = 2,0 m/s2.
a = g · sen . Adote g = 10 m/s2, sen 30° = 0,50, cos 30° = 0,87.
Se o bloco está em repouso no plano (a = 0), mas na A figura mostra os diagramas de forças nos dois blocos.
iminência de deslizar, o coeficiente de atrito é estático e o 
 TA
ângulo é tal que: NA
A 
Px = Fae  TB
FaA
m · g · sen = μe · m · g · cos  B

tg = μe PA PB
30º
Ou seja, esse resultado também mostra que, para de-
terminado coeficiente de atrito estático, há uma inclinação Sendo TA = TB = T para o sistema (A + B) acelerado,
máxima que o plano inclinado pode ter para ainda perma- vem:
necer em equilíbrio. Essa inclinação pode ser obtida através FR(AB) = PB – (PA · sen 30° + Fa(A))
da equação anterior. (mA + mB) · a =
= mB · g – (mA · g · sen 30° + µ · mA · g · cos 30°)
(10 + mB) · 2,0 =
EXERCÍCIOS RESOLVIDOS = mB · 10 – (10 · 10 · 0,50 + 0,15 · 10 · 10 · 0,87)
1. Um bloco de massa 10 kg é colocado no alto de uma 20 + 50 + 13,05 = mB · (10 – 2,0) ⇒ mB = 10,4 kg
rampa inclinada 37° com a horizontal. Os coeficientes de
atrito estático e cinético, entre o bloco e a rampa, são, 3. Um bloco A de massa 2,0 kg, que desliza sem atri-
respectivamente, 0,25 e 0,20. O bloco permanece em re- to sobre um plano inclinado de 30° com a horizontal,
pouso ou entra em movimento? Justifique sua resposta. está ligado por um fio, que passa por uma polia, a um
Dados: g = 10 m/s2, sen 37° = 0,60, cos 37° = 0,80 bloco B de mesma massa, que desliza sobre um plano
A figura mostra o diagrama de forças no bloco coloca- horizontal liso.
do na rampa. B

N  A
Fa

30º

 Sendo 10 m/s2 o módulo da aceleração da gravidade


37º P 37º
local e considerando ideais a polia e o fio, pede-se
Com base na figura: a) o módulo da aceleração do sistema;
N = P · cos 37° ⇒ N = m · g · cos 37° = 10 · 10 · 0,80 Aplica-se a segunda lei de Newton nos blocos.
N = 80 N 
a 
Fae (máx.) = µe · N = 0,25 · 80 ⇒ Fae = 20 N T
Fac = µc · N = 0,20 · 80 ⇒ Fac = 16 N
n A
Px = P · sen 37° ⇒ Px = m · g · sen 37° · se
PA
Px = 10 · 10 · 0,60
Px = 60 N 30º
Sendo Px > Fae (máx.), o bloco entra em movimento ace- 
a
lerado, com aceleração igual a
FR = Px – Fac ⇒ 10 · a = 60 – 16 ⇒ a = 4,4 m/s2 
T B
2. Dois blocos, A e B, estão dispostos conforme a figura.
O coeficiente de atrito cinético entre o bloco A, de
10 kg de massa, e o plano inclinado é 0,15. • Bloco A • Bloco B
PA · sen 30° – T = mA · a T = mB · a
20 · 0,5 – T = 2 · a T=2·a
A
10 – T = 2 · a
Resolvendo o sistema de equações por substituição:
B
10 – (2 · a) = 2 · a
30º
10 = 4 · a ⇒ a = 2,5 m/s2

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b) o módulo da força de tração no fio. ELEVADORES
T=2·a

BALONCICI/THINKSTOCK/GETTYIMAGES
T = 2 · 2,5 ⇒ T = 5,0 N

4. O sistema montado na figura, formado pelos blocos A


e B de 2,0 kg cada um, apresenta-se em movimento
uniforme, com o bloco B em movimento descendente.

A
B

30º

Considere o fio e a polia como ideais e adote


g = 10 m/s2.
Determine
a) o módulo da força de tração do fio.
Analisando o equilíbrio dinâmico (MRU) do bloco B:
T = P = m · g = 2 · 10
A tração nos cabos dos elevadores varia em função
T = 20 N da aceleração adquirida durante o movimento.

T
Para estudar a resultante das forças em situações
de não equilíbrio, pode-se recorrer a um sistema que se
B move acelerado na vertical. Exemplo: corpo dentro de um
elevador.
Nesse caso, dependendo do estado de movimento do

P corpo suspenso por um dinamômetro de tração, a indica-
ção do dinamômetro pode ser uma força de intensidade
b) o módulo da força de atrito em A. maior, menor ou igual à intensidade do peso (P) do corpo.
Como o bloco A também se encontra em equilíbrio
(MRU), vem:
T = PA · sen 30° + fa 
20 = 20 · 0,5 + fa T

fa = 10 N
 
SASHA NICOLE DE BRITO

T P

º A
n 30
P · se

fa
Com o elevador em repouso ou em movimento uni-
30º forme (subindo ou descendo), o corpo suspenso, acompa-
nhando esses estados do elevador, está em equilíbrio. Nes-
c) o coeficiente de atrito dinâmico entre o bloco A e ses casos, a leitura no dinamômetro (valor da tração) é igual
o plano inclinado. ao valor do peso do corpo suspenso.
Bloco A Com o elevador em aceleração vertical (a), a indicação
3 do dinamômetro pode ser maior que o valor do peso do
N = P · cos 30° = 20 · = 10 3 N
2 corpo (no caso da aceleração ascendente) ou menor que o
Logo : fa = µ d· N valor do peso do corpo (aceleração descendente), de acor-
3 do com a segunda lei de Newton. Isso ocorre independen-
10 = µ d· 10 3 ⇒ µ d =
3 temente do sentido de movimento do elevador.

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T>P b) o elevador despenca em queda livre
 Com o sistema em queda livre (a = g), a única força
T
 atuante no pacote é seu peso. Logo, a indicação do
a
 dinamômetro é nula, pois não existe força normal. Ob-
T=P P
 serva-se isso quando se aplica a segunda lei de Newton
T
SASHA NICOLE DE BRITO

 T<P no pacote.
T FR = m · a ⇒ P – N = m · a ⇒ m · g – N = m · g ⇒ N = 0

 
a
c) o elevador sobe acelerado, com aceleração de
P P
2,0 m/s2
Aplicando o princípio fundamental da dinâmica no
Analogamente ao estudo anterior, a leitura do dinamô-
pacote:
metro de pressão (valor da normal) pode ser maior, menor 
N
ou igual ao valor do peso do corpo pendurado nele sobre
ele. Isso depende do estado cinemático do corpo. FR = m · a
• Vulgarmente, tais dinamômetros são conhecidos  N–P=m·a
a 2,0 kg N – 20 = 2,0 · 2,0
como balanças de mola, porque podem ter suas es-

calas mudadas para informar a massa de corpos (em P N = 24 N
equilíbrio).
Observação: Eventualmente, a leitura dos dinamôme- 2. Um dinamômetro está preso ao teto de um eleva-
tros (valor da força de tração ou da força normal) denomi- dor, num local onde a aceleração da gravidade vale
na-se peso aparente do corpo que se encontra suspenso 10  m/s2. Suspenso ao dinamômetro encontra-se um
ou apoiado neles. bloco de peso 10 N, embora o aparelho indique peso
aparente de 13 N.

EXERCÍCIOS RESOLVIDOS
1. Num local onde g = 10 m/s2, um pacote de massa
2,0  kg encontra-se apoiado sobre um dinamômetro 13 N

(graduado em newtons), no interior de um elevador,


como mostra a figura. P = 10 N

a) Qual a aceleração do elevador?


A indicação do dinamômetro corresponde ao valor da
2,0 kg
força de tração trocada entre ele e o bloco. Aplicando
então o princípio fundamental da dinâmica no bloco:

T = 13 N FR = m ⋅ a
P
T −P = ⋅a
Determine a indicação do dinamômetro nos seguintes  g
casos: a
10
13 − 10 = ⋅a
a) o elevador está em equilíbrio P = 10 N 10
A indicação do dinamômetro corresponde à intensida- a = 3,0 m/s2 (vertical para cima)
de da força normal trocada entre ele e o pacote.
b) O elevador está subindo ou descendo?
Com o sistema em equilíbrio (repouso ou MRU), a força
Como a aceleração do elevador é orientada para cima,
normal tem a mesma intensidade do peso do pacote.
ele pode estar subindo em movimento acelerado ou
N = 20 N descendo em movimento retardado.
N=P
2,0 kg (Equilíbrio) N=m·g
N = 2,0 · 10    
v a v a
N = 20 N
P = 20 N
Subida acelerada Descida retardada

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REGISTRO DA APRENDIZAGEM

1. Um bloco de massa 4 kg está apoiado sobre uma su- 4. a apta o — Um elevador funciona de acor-
perfície horizontal, em repouso. Os coeficientes de do com o esquema simplificado mostrado na figura
atrito estático e cinético entre as superfícies valem, a seguir. Um motor é responsável por exercer uma
respectivamente, μe = 0,9 e μc = 0,8. Uma força ho- força sobre o elevador por meio de um cabo de aço.
rizontal F = 30 N é aplicada ao corpo. Considerando Passando por uma roldana, outro cabo de aço liga o
g = 10 m/s2, determine: elevador a um contrapeso.
a) a intensidade da força de atrito;
Motor Roldana

SASHA NICOLE DE BRITO


b) a aceleração do bloco.

N


F Contrapeso
No elevador:
 Fmotor + Fcontrapeso = Pelevador
Fa
Isolando a força do motor:
Fmotor = Pelevador – Fcontrapeso
 Como a força exercida pelo
P contrapeso é igual ao próprio
O bloco está sujeito a três forças: seu peso _P, a força externa _F e Elevador
peso, vem
a força de contato de compressão exercida pela superfície, represen- Fmotor = Pelevador – Pcontrapeso
tada na figura pelas componentes normal _N e força de atrito _Fa.
A força normal, N = P = mg = 4 · 10 ⇒ N = Ambos os cabos de aço e a roldana possuem mas-
A força de atrito estático máxima será, então, sas desprezíveis. Quando o elevador está subindo a
Faemáx. = μe · N = 0,9 · 40 ⇒ Faemáx. = 36 N uma velocidade constante, é correto afirmar que o
a) Como a força solicitadora F = 30 N é menor que a força de atrito
estático máxima, não ocorre movimento. Assim: Fa = F = módulo da força exercida pelo motor sobre o ele-
b) Como não há movimento, a aceleração é nula. a vador é igual
2. Com relação às leis do atrito, é correto afirmar que a) ao peso do elevador.
a) ( V ) o coeficiente de atrito depende da nature- b) a zero, uma vez que a velocidade do elevador
za das superfícies em contato. é constante.
b) ( F ) para um mesmo par de superfícies, o coe- c) à soma dos módulos do peso do elevador e do
ficiente de atrito cinético é sempre maior peso do contrapeso.
que o coeficiente de atrito estático. d) à diferença entre os módulos do peso do ele-
c) ( V ) a força de atrito estático máxima que age vador e o peso do contrapeso.
sobre um corpo é diretamente proporcio-
5. Uma situação comum no dia a dia é a sensação de
nal à força de compressão normal que ele
frio na barriga quando andamos em um elevador
exerce sobre a superfície.
acelerado. Suponha que uma garota, com massa
d) ( V ) a força de atrito estático máxima que age
de 50 kg, esteja no elevador sobre uma balança
sobre um corpo é diretamente proporcio-
calibrada em newtons. O elevador move-se verti-
nal ao coeficiente de atrito estático entre o
calmente, com aceleração para cima na subida e
corpo e a superfície em que está apoiado.
com aceleração para baixo na descida. O módu-
e) ( V ) a força de atrito age sempre no sentido
lo da aceleração é constante e igual a 2 m/s2 em
de se opor à tendência de escorregamen-
ambas as situações. Considerando g = 10 m/s2, a
to entre duas superfícies.
diferença, em newtons, entre o peso aparente da
f) ( F ) a força de atrito cinético que age sobre
garota, indicado na balança, quando o elevador
um corpo é inversamente proporcional à
sobe e quando o elevador desce, é igual a
sua velocidade.
a) 50. Elevador com aceleração ascendente:
b) 100. N–P=m∙a⇒N=m∙a+m∙g⇒
3. Uma força de 140 N atua sobre um corpo de massa ⇒ N = 50 ∙ (2 + 10) ⇒ N = 600 N
100 kg. Sobre o corpo, age também uma força de c) 150. Elevador com aceleração descendente:
atrito de 40 N. Então, a aceleração do corpo, em d) 200. P–N=m∙a⇒N=m∙g–m∙a⇒
m/s2, vale: e) 250. ⇒ N = 50 ∙ (10 – 2) ⇒ N = 400 N
Diferença:
Considere ambas as forças na mesma direção. ΔN = 600 – 400 ⇒ ΔN = 200 N
a) 180 b) 18 c) 1,8 d) 1
A força resultante sobre o corpo será igual à diferença entre a força aplicada e a força de atrito, portanto:
FR = m · a ⇒ F – Fat = m · a ⇒ 140 – 40 = 100 · a ⇒ 100 = 100 · a ⇒ a = 1 s
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COMPREENSÃO DESENVOLVIMENTO
1. PUC-MG — A figura 1 representa um bloco de massa 3. Uma pessoa de 80 kg de massa encontra-se num ele-
m que, após ser lançado com velocidade v, sobe uma vador descendo com velocidade constante. Em deter-
rampa de comprimento L, sem atrito, inclinada de um minado instante, o elevador é brecado com aceleração
ângulo . de módulo 0,50 m/s2 até parar. Durante a aplicação
Figura 1 dos freios, a força que a pessoa exerce no piso do ele-
vador é, em newton, igual a (considere g = 10 m/s2).
a) 760.

g b) 800.
m c) 840.
d) 880.
e) 920.

4. Dois blocos, A e B, de massas 10 kg e 20 kg, respec-


Assinale a opção que corresponde às forças que atuam tivamente, unidos por um fio de massa desprezível,
no bloco enquanto ele estiver subindo a rampa. estão em repouso sobre um plano horizontal sem
a) c) atrito. Uma força, também horizontal, de intensidade
F  =  60  N é aplicada no bloco B, conforme mostra a
figura. Qual o valor da leitura do dinamômetro?
Considere desprezível a massa do dinamômetro.
b) d) 
Dinamômetro F
A B

2. IFCE — Na figura abaixo, o fio inextensível que une


a) 10 N
os corpos A e B e a polia têm massas desprezíveis. As
b) 20 N
massas dos corpos são mA = 4,0 kg e mB = 6,0 kg.
c) 30 N
Desprezando-se o atrito entre o corpo A e a superfície,
d) 40 N
a aceleração do conjunto, em m/s2, é de (considere a
e) 50 N
aceleração da gravidade 10,0 m/s2)
5. UFRGS — Dois blocos, de massas m1 = 3,0 kg e m2 = 1,0
kg, ligados por um fio inextensível, podem deslizar sem
A
atrito sobre um plano horizontal. Esses blocos são pu-
xados por uma força horizontal F de módulo F = 6 N,
conforme a figura. (Desconsidere a massa do fio.)


F
m1
B m2

a) 4,0. A tensão no fio que liga os dois blocos é


b) 6,0. a) zero. e) 6,0 N.
c) 8,0. b) 2,0 N.
d) 10,0. c) 3,0 N.
e) 12,0. d) 4,5 N.

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6. UFPB — Para um país crescer, é preciso ter infraestru-
tura adequada. No Brasil, hoje, a maior parte da pro-
dução industrial circula por caminhões. Carregar um 
caminhão em tempo hábil é importante para o sistema F

SASHA NICOLE DE BRITO


40 kg 100 kg
não parar e continuar gerando lucros. Suponha que
um frigobar de massa de 10 kg seja transportado para
dentro de um caminhão do tipo baú. Para esse fim,
utiliza-se uma rampa inclinada de 3 m de comprimento
com 1,5 m de altura, acoplada a um sistema mecânico Sendo o piso horizontal e as forças de atrito despre-
composto de um cabo de aço de massa desprezível, zíveis, o módulo da força F e o da força de tração na
uma polia e um motor. O procedimento funciona da corrente são, em N, respectivamente,
seguinte maneira: uma das extremidades do cabo é a) 70 e 20.
presa ao frigobar e a outra extremidade, ao motor, que b) 70 e 40.
puxará o frigobar pela rampa até ficar em segurança c) 70 e 50.
dentro do baú, conforme ilustrado na figura. d) 60 e 20.
e) 60 e 50.
Motor
8. an — Um elevador possui massa de 1 500 kg.
Considerando a aceleração da gravidade igual a 10 m/s2,
SASHA NICOLE DE BRITO

1,5 m a tração no cabo do elevador, quando ele sobe vazio,


3,0 m com uma aceleração de 3 m/s2, é de
a) 4 500 N.
b) 6 000 N.
c) 15 500 N.
Nesse contexto, ao ser ligado, o motor imprime uma
d) 17 000 N.
tensão ao cabo, de forma que o frigobar, partindo do
e) 19 500 N.
repouso, atinge uma velocidade de 0,8 m/s no final do
primeiro metro de deslocamento. Em seguida, a tensão
no cabo é modificada para 50 N. 9. . . Itajubá-MG — Três blocos são atados por fios
Nesse caso, o módulo da velocidade com que o frigo- ideais e puxados no espaço interestelar, onde inexiste

bar entrará no caminhão é de gravidade, com uma aceleração a de módulo 10 m/s2.
a) 0,8 m/s 
a
b) 1,0 m/s   
T1 T2 T3
c) 1,2 m/s
A B C
d) 1,5 m/s
e) 1,8 m/s MA = 1,0 kg MB = 2,0 kg MC = 3,0 kg

Quais as intensidades T1, T2 e T3 das forças tensoras


7. FGV-SP — Dois carrinhos de supermercado podem ser nos fios?
acoplados um ao outro por meio de uma pequena cor-
rente horizontal, de modo que uma única pessoa, em
10. UEL-PR — Os blocos X e Y, representados no esque-
vez de empurrar dois carrinhos separadamente, possa
ma a seguir, estão em movimento retilíneo sobre uma
puxar o conjunto pelo interior do supermercado. Um
superfície horizontal perfeitamente lisa, sob a ação de
cliente aplica uma força horizontal de intensidade F
uma força resultante F, cujo módulo é 4,0 N.
sobre o carrinho da frente, dando ao conjunto uma
aceleração de intensidade 0,5 m/s2. 
F
Y
X

Mx = 3,0 kg
My = 5,0 kg

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Nessas condições, a intensidade da força de reação do 3. Para um mesmo valor da aceleração da aeronave
bloco Y sobre o bloco X, em newtons, vale em relação à Terra, com módulo maior que μg,
a) 1,5. maletas feitas de mesmo material e mesmo tama-
b) 2,5. nho, mas com massas diferentes, escorregarão no
c) 3,5. interior do avião com o mesmo valor da acelera-
d) 4,0. ção em relação ao chão da aeronave.
e) 8,0. Assinale a alternativa correta.
a) Somente a afirmativa 1 é verdadeira.
APROFUNDAMENTO b) Somente a afirmativa 3 é verdadeira.
11. nesp — Uma força F arrasta três corpos de mas- c) Somente as afirmativas 1 e 2 são verdadeiras.
sas m1, m2 e m3 ligados por cordas de massas des- d) Somente as afirmativas 2 e 3 são verdadeiras.
prezíveis, sobre uma superfície sem atrito, produzindo e) Somente as afirmativas 1 e 3 são verdadeiras.
uma aceleração a no sistema. São escritas várias equa-
ções relacionadas com o estudo do movimento desses
13. s an — Um trabalhador da construção
civil tem massa de 70 kg e utiliza uma polia e uma cor-
blocos.
da ideais e sem atrito para transportar telhas do solo
    
F4 F3 F2 F1 F até a cobertura de uma residência em obras, conforme
m3 m2 m1 desenho abaixo.
polia

I. m1 · a = F – F1
II. m2 · a = F2 – F3
corda
III. (m1 + m2) a = F – F3
telhas
IV. m3 · a = F3
V. (m1 + m2 + m3) a = F
Podemos afirmar que desenho ilustrativo - fora de escala
a) todas estão corretas.
O coeficiente de atrito estático entre a sola do sapato
b) só I e IV estão certas.
do trabalhador e o chão de concreto é μe = 1,0 e a
c) só V está certa.
massa de cada telha é de 2 kg.
d) estão certas somente I, IV e V.
O número máximo de telhas que podem ser sustenta-
e) estão certas somente II, III e IV.
das em repouso, acima do solo, sem que o trabalhador
deslize, permanecendo estático no solo, para um ân-
12. UFPR — Um avião voa numa trajetória retilínea e ho- gulo entre a corda e a horizontal, é
rizontal próximo à superfície da Terra. No interior da
aeronave, uma maleta está apoiada no chão. O coe- Dados:
ficiente de atrito estático entre a maleta e o chão do Aceleração da gravidade: g = 10 m/s2
avião é μ e a aceleração da gravidade no local do voo cos = 0,8
é g. Considerando esta situação, analise as seguintes sen = 0,6
afirmativas:
a) 30.
1. Se a maleta não se mover em relação ao chão do
b) 25.
avião, então um passageiro pode concluir correta-
c) 20.
mente, sem acesso a qualquer outra informação,
d) 16.
que o avião está se deslocando com velocidade
e) 10.
constante em relação ao solo.
2. Se o avião for acelerado com uma aceleração su-
14. efet — Uma caixa, inicialmente em repouso, so-
perior a μg, então o passageiro verá a maleta se
bre uma superfície horizontal e plana, é puxada por
mover para trás do avião, enquanto um obser-
um operário que aplica uma força variando linearmen-
vador externo ao avião, em repouso em relação
te com o tempo. Sabendo-se que há atrito entre a cai-
à superfície da Terra, verá a maleta se mover no
xa e a superfície, e que a rugosidade entre as áreas
mesmo sentido em que o avião se desloca.
em contato é sempre a mesma, a força de atrito, no

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decorrer do tempo, está corretamente representada intensidade da força que atua entre blocos, nas situa-
pelo gráfico ções I e II, é, respectivamente,
a) F F
a) e .
4 4
F 3F
b) e .
4 4
F F
c) e .
2 2
b)
3F F
d) e .
4 4
e) F e F.

c) 17. UECE — Uma criança desliza em um tobogã muito lon-


go, com uma aceleração constante. Em um segundo
momento, um adulto, com o triplo do peso da criança,
desliza por esse mesmo tobogã, com aceleração tam-
bém constante. Trate os corpos do adulto e da criança
como massas puntiformes e despreze todos os atritos.
d)
A razão entre a aceleração do adulto e a da criança
durante o deslizamento é
a) 1.
b) 2.
1
e) c) .
3
d) 4.

18. fs — O sangue é um exemplo de fluido real, res-


ponsável pelo transporte das substâncias necessárias à
15. UEMA — Um estudante analisou uma criança brin- vida em grande parte dos seres vivos. Uma proprieda-
cando em um escorregador o qual tem uma leve de hidrodinâmica importante é a pressão exercida pelo
inclinação. sangue sobre os vasos sanguíneos. Essa grandeza varia
A velocidade foi constante em determinado trecho do grandemente ao longo do circuito vascular, tal que, em
escorregador em razão de o(a) seres humanos saudáveis, ela tem um valor máximo de
a) aceleração ter sido maior que zero. 120 mmHg quando sai do coração e cai a 4 mmHg ao
b) atrito estático ter sido igual a zero. retomar a esse órgão. A que pode ser atribuída a que-
c) atrito estático ter sido menor que o atrito cinético. da de pressão ocorrida ao longo do circuito vascular?
d) atrito estático ter sido igual ao atrito cinético. a) Ao atrito entre o sangue e as paredes dos vasos.
e) aceleração ter sido igual a zero. b) À redução da vazão sanguínea ao longo do circuito.
c) À redução da área da seção reta dos vasos.
16. fr s — Dois blocos, 1 e 2, são arranjados de duas d) À transição do regime de escoamento laminar
maneiras distintas e empurrados sobre uma superfície para turbulento.

sem atrito, por uma mesma força horizontal F . e) Ao aumento da densidade do sangue.
As situações estão representadas nas figuras I e II
abaixo. 19. nifor — Sobre um paralelepípedo de granito de
massa m = 900,0 Kg apoiado sobre um terreno plano
 2  2 e horizontal, é aplicada uma força paralela ao plano
F F
1 1 de F = 2 900,0 N. Os coeficientes de atrito dinâmico e
estático entre o bloco de granito e o terreno são 0,25
I II
e 0,35, respectivamente. Considere a aceleração da
Considerando que a massa do bloco 1 é m1 e que a
gravidade local igual a 10,0 m/s2. Estando inicialmente
massa do bloco 2 é m2 = 3m1 a opção que indica a

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em repouso, a força de atrito que age no bloco é, em Com base nas informações apresentadas no gráfico
newtons e na situação vivida pelos irmãos, em casa, é correto
 afirmar que
F m a) o valor da força de atrito estático é sempre maior
do que o valor da força de atrito cinético entre as
duas mesmas superfícies.
a) 2 250. b) a força de atrito estático entre o guarda-roupa e
b) 2 900. o chão é sempre numericamente igual ao peso do
c) 3 150. guarda-roupa.
d) 7 550. c) a força de intensidade F, exercida inicialmente pelo
e) 9 000. estudante, foi inferior ao valor da força de atrito
cinético entre o guarda-roupa e o chão.
d) a força resultante da ação dos dois irmãos conse-
20. Uerj — Um bloco de madeira encontra-se em equilíbrio
guiu deslocar o guarda-roupa porque foi superior
sobre um plano inclinado de 45º em relação ao solo. A
ao valor máximo da força de atrito estático entre o
intensidade da força que o bloco exerce perpendicular-
guarda-roupa e o chão.
mente ao plano inclinado é igual a 2,0 N. Entre o bloco
e) a força resultante da ação dos dois irmãos conse-
e o plano inclinado, a intensidade da força de atrito,
guiu deslocar o guarda-roupa porque foi superior
em newtons, é igual a
à intensidade da força de atrito cinético entre o
a) 0,7.
guarda-roupa e o chão.
b) 1,0.
c) 1,4.
d) 2,0. 22. efet — Na figura, os blocos A e B, com massas
iguais a 5 e 20 kg, respectivamente, são ligados por
meio de um cordão inextensível.
21. UEPB — Um jovem aluno de física, atendendo ao pedi-
do de sua mãe para alterar a posição de alguns móveis B
da residência, começou empurrando o guarda-roupa
do seu quarto, que tem 200 kg de massa. A força que
ele empregou, de intensidade F, horizontal, paralela à
superfície sobre a qual o guarda-roupa deslizaria, se A

mostrou insuficiente para deslocar o móvel. O estu-


dante solicitou a ajuda do seu irmão e, desta vez, so-
mando à sua força uma outra força igual, foi possível a
mudança pretendida.
O estudante, desejando compreender a situação-pro- Desprezando-se as massas do cordão e da roldana e
blema vivida, levou-a para sala de aula, a qual foi tema qualquer tipo de atrito, a aceleração do bloco A, em
de discussão. Para compreendê-la, o professor apre- m/s2, é igual a
sentou aos estudantes um gráfico, abaixo, que rela- a) 1,0.
cionava as intensidades da força de atrito (fe, estático, b) 2,0.
e fc, cinético) com as intensidades das forças aplicadas c) 3,0.
ao objeto deslizante. d) 4,0.
Força de atrito

23. IFCE — Dois blocos, A e B, cujas massas são mA e mB


(mA < mB), unidas por uma barra de massa m muito
fe menor que a massa de A, deslizam com atrito despre-
Atrito cinético
fc zível sobre um plano inclinado no laboratório, como
mostra a figura ao lado. Sendo a resistência do ar des-
prezível nas condições desta experiência, é correto afir-
Atrito estático
mar-se sobre a tensão na barra

Força aplicada F

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costumes, ela não admitia servir macarrão sem o pe-
A gador, mas não desejava desfazer a mesa já arruma-
m da. Suponha que ela precise de um ângulo mínimo
B de 15°, com a horizontal, na abertura da tampa, para
conseguir colocar o braço dentro da caixa e alcançar
o pegador. Qual deve ser o valor mínimo do coefi-
ciente de atrito estático entre a madeira da tampa e
a toalha sobre a qual está a louça para que o desejo
a) é nula. da mãe seja satisfeito?
b) a barra está comprimida, sendo sua tensão pro- (Considere sen 15° = 0,26 e cos 15° = 0,96.)
porcional a mB − mA. a) 0,03
c) a barra está comprimida, sendo sua tensão pro- b) 0,09
porcional a mB + mA. c) 0,11
d) a barra está distendida, sendo sua tensão propor- d) 0,18
cional a mB − mA. e) 0,27
e) a barra está distendida, sendo sua tensão propor-
cional a mB + mA.
26. nis — Um livro de física, de peso 10 N está em
repouso e apoiado sobre uma superfície horizontal e
24. IFCE — Um carrinho pode mover-se sobre uma mesa rugosa. Considerando que o coeficiente de atrito está-
horizontal. Puxa-se o carrinho por meio de uma corda tico entre o livro e a superfície é de 0,1 e o coeficiente
e mede-se a sua aceleração. de atrito dinâmico é de 0,05, qual deve ser a força
Ao mesmo tempo, um dinamômetro D intercalado na mínima necessária para provocar um deslocamento
corda permite medir a força correspondente exercida horizontal no livro?
pela corda, como mostra a figura 1. Numa série de a) 10 N
experiências, obteve-se o gráfico da figura 2 que repre- b) 1 N
senta a aceleração a em função da força F medida pelo c) 100 N
dinamômetro. Essa curva, extrapolada para baixo, não d) 0,1 N
passa pela origem. Ocorreu isso, porque se desprezou e) 0,5 N
a

27. — Uma caixa de massa m1 = 1,0 Kg está apoia-


 da sobre uma caixa de massa m2 = 2,0 Kg, que se en-
D
F
contra sobre uma superfície horizontal sem atrito. Exis-

te atrito entre as duas caixas. Uma força F horizontal
F
Figura 1 Figura 2 constante é aplicada sobre a caixa de baixo, que entra
em movimento com aceleração de 2,0 m/s2. Observa-
a) a massa do carrinho.
se que a caixa de cima não se move em relação à caixa
b) o atrito entre o carrinho e a mesa.
de baixo.
c) o peso do carrinho. 
O módulo da força F , em newtons, é
d) a força normal que a mesa exerce sobre o carrinho.
a) 6,0.
e) a força que o carrinho exerce sobre a corda.
b) 2,0.
c) 4,0.
25. UCS-RS — Uma família, passando suas férias num d) 3,0.
camping, resolveu fazer uma macarronada. Após o e) 1,5.
preparo desse prato, a mãe improvisou uma mesa,
usando a caixa de madeira que serviu para transpor-
28. — Sobre uma superfície sem atrito, há um bloco
tar parte da bagagem. Sobre a tampa fechada, ela
de massa m1 = 4,0 kg sobre o qual está apoiado um
estendeu a toalha e por cima colocou os talheres,
bloco menor de massa m2 = 1,0 kg. Uma corda puxa
pratos, copos e a panela com a macarronada. Aí ela
o bloco menor com uma força horizontal F de módulo
se deu conta de que tinha esquecido o pegador de
10 N, como mostrado na figura abaixo, e observa-se
macarrão dentro da caixa. Tradicional quanto aos
que nesta situação os dois blocos movem-se juntos.

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F a) Perpendicular ao plano e no mesmo sentido do
2
movimento.
b) Paralelo ao plano e no sentido contrário ao
1 movimento.
c) Paralelo ao plano e no mesmo sentido do
movimento.
d) Horizontal e no mesmo sentido do movimento.
A força de atrito existente entre as superfícies dos blo- e) Vertical e sentido para cima.
cos vale em Newtons
Competência 6 — Apropriar-se de conhecimentos da física para,
a) 10. em situações-problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções
b) 2,0. científico-tecnológicas.
Habilidade 20 — Caracterizar causas ou efeitos dos movimentos de
c) 40. partículas, substâncias, objetos ou corpos celestes.
d) 13.
e) 8,0.
31. ne — Os freios ABS são uma importante medida de
segurança no trânsito, os quais funcionam para impe-
29. — A figura representa dois alpinistas A e B, em
dir o travamento das rodas do carro quando o sistema
que B, tendo atingido o cume da montanha, puxa A
de freios é acionado, liberando as rodas quando estão
por uma corda, ajudando-o a terminar a escalada. O
no limiar do deslizamento. Quando as rodas travam,
alpinista A pesa 1 000 N e está em equilíbrio na encos-
a força de frenagem é governada pelo atrito cinético.
ta da montanha, com tendência de deslizar num ponto
As representações esquemáticas da força de atrito fat
de inclinação de 60° com a horizontal (sen 60° = 0,87
entre os pneus e a pista, em função da pressão p apli-
e cos 60° = 0,50); há atrito de coeficiente 0,1 entre os
cada no pedal de freio, para carros sem ABS e com
pés de A e a rocha. No ponto P, o alpinista fixa uma
ABS, respectivamente, são
roldana que tem a função exclusiva de desviar a dire-
ção da corda. a)

P
B

b)
Roberto Candia

A
60° c)

A componente horizontal da força que B exerce sobre


o solo horizontal na situação descrita, tem intensidade,
em N,
d)
a) 380. d) 820.
b) 430. e) 920.
c) 500.

ESTUDO PARA O ENEM e)


30. ne — Uma pessoa necessita da força de atrito em seus
pés para se deslocar sobre uma superfície. Logo, uma
pessoa que sobe uma rampa em linha reta será auxiliada
pela força de atrito exercida pelo chão em seus pés.
Em relação ao movimento dessa pessoa, quais são a
Competência 6 — Apropriar-se de conhecimentos da física para,
direção e o sentido da força de atrito mencionada no em situações-problema, interpretar, avaliar ou planejar interven-
ções científico-tecnológicas.
texto? Habilidade 20 — Caracterizar causas ou efeitos dos movimentos
de partículas, substâncias, objetos ou corpos celestes.

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32. Enem — O freio ABS é um sistema que evita que as c) o coeficiente de atrito estático ser menor que o
rodas de um automóvel sejam bloqueadas durante dinâmico, independentemente da superfície de
uma frenagem forte e entrem em derrapagem. Testes contato entre os pneus e o pavimento.
demonstram que, a partir de uma dada velocidade, a d) a superfície de contato entre os pneus e o pavi-
distância de frenagem será menor se for evitado o blo- mento ser maior com as rodas desbloqueadas, in-
queio das rodas. dependentemente do coeficiente de atrito.
O ganho na eficiência da frenagem na ausência de blo- e) a superfície de contato entre os pneus e o pavi-
queio das rodas resulta do fato de mento ser maior com as rodas desbloqueadas e
a) o coeficiente de atrito estático tornar-se igual ao o coeficiente de atrito estático ser maior que o
dinâmico momentos antes da derrapagem. dinâmico.
b) o coeficiente de atrito estático ser maior que o di-
Competência 6 — Apropriar-se de conhecimentos da física para,
nâmico, independentemente da superfície de con- em situações-problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções
tato entre os pneus e o pavimento. científico-tecnológicas.
Habilidade 20 — Caracterizar causas ou efeitos dos movimentos de
partículas, substâncias, objetos ou corpos celestes.

QUADRO DE RESPOSTAS
Dinâmica
1. 14 (02+04+08) 6. B 11. D 16. C 21. A
2. D 7. A 12. D 17. A 22. C
3. D 8. A 13. 14 (02+04+08) 18. E 23. A
4. D 9. B 14. F, F, F, F, F 19. B 24. E
5. D 10. C 15. C 20. D 25. D

Força de atrito e aplicações das leis de Newton


1. C 8. E 14. B 21. D 28. E
2. B 9. T1 = 60 N, 15. E 22. B 29. D
3. C T2 = 50 N, T3 = 30 N 16. D 23. A 30. C
4. B 10. B 17. A 24. B 31. A
5. D 11. A 18. A 25. E 32. B
6. A 12. D 19. B 26. B
7. C 13. B 20. D 27. A

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AMAUDI, U. Imagens da física. São Paulo: Scipione,1995.
CARRON, W.; GUIMARÃES, O. As faces da física. São Paulo: Moderna, 2002.
FOGIEL, M. The high school physics tutor. New Jersey: Research and Education Association, 2014.
HALLIDAY, D.; RESNICK, R. Fundamentos de física 1. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos, 2013.
LEÃO, M. Princípios da biofísica. Rio de Janeiro: Guanabara, 1982.
NEWTON, I. Princípia: o movimento dos corpos. Tradução de: RICCI, T. et al. São Paulo: Edusp, 2002.
NICOLAU, Gilberto et. al. Física, ciência e tecnologia. São Paulo: Moderna, 2012.
TALAVERA, A. C. et al. Física: ensino médio. São Paulo: Nova Geração, 2005.

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ISBN 978-85-430-1369-5 (professor)

1. Física (Ensino médio) I. Souza, Ari Herculano de.

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