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FÍSICA
ENSINO MÉDIO
MATERIAL DO PROFESSOR
3
Dinâmica I
Dinâmica 2
Força de atrito e
aplicações das leis de Newton 20
1 DINÂMICA
H
á milhares de anos, a humanidade se pergunta por que os
corpos se movem e o que os faz parar. Para Aristóteles e os
gregos antigos, o estado natural dos corpos era o repouso.
Para tirá-los desse estado era necessária uma força e, quando ela
deixava de atuar, o movimento cessava e os corpos voltavam ao
seu estado natural.
Essa concepção sobre os movimentos foi aceita durante sécu-
los, mas hoje sabe-se que está errada. Com Galileu, no século XVI,
os conceitos mudaram completamente e hoje é aceita a ideia de
que não só a Terra, mas todos os astros movem-se permanente-
mente no espaço. Muitos desses movimentos tendem a se manter
indefinidamente e não há necessidade de aplicar nenhuma força
sobre um corpo para que o movimento se mantenha.
Foi, entretanto, apenas no século XVII que Isaac Newton es-
tabeleceu sua teoria unificada dos movimentos, fundamentada
em três leis que constituem as bases da dinâmica, que será estu-
dada nos próximos capítulos. Essa é a área da física que estuda a
causa dos movimentos dos corpos.
ROTEIRO DE APRENDIZAGEM
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FÍSICA 3
ENSINO MÉDIO
DEFORMAÇÃO
A deformação é um dos efeitos causados por uma for-
ça. Por exemplo, quando se chuta uma bola, no ponto de
contato entre o pé e a bola ocorre uma deformação.
Bola restituída
Deformação
Dinâmica é o ramo da mecânica que estuda os
movimentos dos corpos considerando a causa desses
movimentos.
O agente físico capaz de modificar o movimento de um
corpo ou de produzir deformações sobre ele é a força. A exis-
tência de uma força aplicada a um corpo pressupõe a existên-
cia de outro corpo que a aplica. Portanto, força é o resultado
ALTERAÇÃO DA VELOCIDADE
da interação entre os corpos. Ao longo do estudo da dinâ- Outro efeito que a força pode produzir em um corpo
mica, constata-se que uma força pode produzir equilíbrio, é modificar sua velocidade. Esse é um ponto muito impor-
variação de velocidade e/ou deformação. tante, pois modificar a velocidade de um corpo refere-se a
alterar qualquer um dos três atributos do vetor velocidade:
CONCEITO DE FORÇA intensidade, direção ou sentido. No exemplo anterior, além
do pé da jogadora deformar a bola, simultaneamente, o
Um corpo não exerce força sobre si mesmo. Assim,
chute altera a velocidade da bola.
para um corpo em repouso entrar em movimento, é preci-
Mesmo que a intensidade da velocidade de um corpo
so que ele interaja com outro elemento (corpo) e receba a
permaneça inalterada, o simples fato de a direção do mo-
ação de uma força convenientemente aplicada. Com base
vimento mudar implica a existência de uma resultante de
nesse fato, conclui-se que:
forças não nula agindo sobre o corpo.
Direção
Sentido Intensidade
Fio
Ação do fio
F F
Equilíbrio
Ação da Terra
Terra
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FÍSICA 3
ENSINO MÉDIO
TIPOS DE FORÇA
P
Todas as transformações no universo derivam de qua-
FORÇA DE TRAÇÃO
Um exemplo de força de contato é a força de tração (T),
que aparece num fio, cabo ou barra usado para puxar ou
segurar um corpo. A direção da força é a mesma do fio ou
cabo, e o sentido está mostrado na figura abaixo.
FORÇA ELÁSTICA
Outro exemplo de força de contato é a que surge entre
uma mola deformada e um corpo preso a ela. Não é uma
força de contato entre superfícies, mas de contato pontual
entre a mola e o corpo, assim como a força de tração. Con-
sidere um bloco em equilíbrio sobre uma superfície hori-
zontal e encostado numa mola presa à parede, conforme
mostra a figura abaixo.
nominada peso (P). Ela é a força que todo corpo que está
m
sujeito a um campo gravitacional tem e que age em qual-
quer massa que esteja em seu campo de atuação. No caso
do planeta Terra, tem-se o exemplo:
6 tecnologias atuais. Também da importância de relacionar as leis da física com suas aplicações nas diferentes áreas da tecnologia, das
mais atuais às mais rudimentares, visto que se pode considerar como equipamento tecnológico uma simples roldana. Saber associar os
FÍSICA 3 equipamentos com as leis de Newton que os regem é fundamental, bem como o uso correto e as finalidades deles.
ENSINO MÉDIO
PETERVICIAN/THINKSTOCK/GETTYIMAGES
to, que surge da interação entre superfícies em contato e
perpendicular às superfícies nos pontos de contato.
N
SASHA NICOLE DE BRITO
FORÇA DE ATRITO
A força de atrito (fa) também é de contato, mas a dire-
ção dela é paralela às superfícies que se tocam nos pontos Os projetos realizados na construção civil mapeiam
as forças que vão agir na sustentação da obra.
de contato.
Na maioria das situações práticas, os corpos em estudo
fa ficam sujeitos a várias forças que agem simultaneamente.
No entanto, é conveniente substituir todas as forças
aplicadas num corpo por uma única, chamada resultante
das forças ou força resultante (FR). Na realidade, não se
substituem as forças que agem no corpo, mas represen-
CONEXÃO
tam-se todas, matematicamente, por meio de um vetor
que representa a adição vetorial das forças individuais.
GEOGRAFIA
No caso do exemplo a seguir, se n forças agem simul-
Cisalhamento taneamente sobre um corpo, representa-se a resultante das
A crosta terrestre não é um corpo contínuo, ela forças pelo vetor soma dessas forças, ou seja:
contém muitos tipos de falhas. Algumas delas são as
falhas normais e as inversas.
O que caracteriza o tipo de falha são as forças
F1
envolvidas na interação entre as partes da crosta, em
que direção elas estão atuando, em que sentido e
com que intensidade. As falhas normais são aquelas
em que as forças afastam as placas conforme os veto- F2
res na imagem (a), mostrando maiores aberturas. As FR
inversas resultam de esforços compressivos, confor-
DAVID SZABO/THINKSTOCK/GETTYIMAGES
n
FR = ∑F ⇒ F
i =1
i R = F1 + F2 + ... + Fn
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FÍSICA 3
ENSINO MÉDIO
1. Sobre um corpo de dimensões desprezíveis, atuam duas 3. Uma partícula encontra-se sob a ação exclusiva de
forças cujas intensidades são F1 = 8,0 N e F2 = 6,0 N. três forças, como indica a figura em escala. Qual a in-
Qual o valor da força resultante? tensidade, a direção e o sentido da resultante dessas
forças?
F1
a)
F2
F1
A resultante terá intensidade máxima quando as duas forças tiverem
mesma direção e mesmo sentido:
F1 F2
FR = F1 + F2
FR = F1 + F2 = 8,0 + 6,0
FR = 14 N
FR F2
F2 F1
b) F3 Escala:
Obtém-se o maior valor possível para a força resultante quando as duas Pela figura anterior:
forças estão no mesmo sentido: FR = 6 N, horizontal e para a direita.
FRmáx. = 5 + 7 = 12 N
Obtém-se o menor valor possível quando as forças são opostas (180°):
FRmín. = 7 – 5 = 2 N
4. Assinale a alternativa correta.
Força é uma grandeza
a) escalar, porque fica definida por um número e
uma unidade.
b) escalar, porque fica definida por uma unidade e
uma direção.
c) vetorial, porque fica definida apenas por sua direção.
d) vetorial, porque fica definida apenas por seu sentido.
e) vetorial, porque só fica definida por uma direção,
um módulo e um sentido.
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FÍSICA 3
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THELEFTY/ISTOCK
principalmente na Inglaterra e na França, no século
XVIII. Ele teve raízes no Renascimento. Fundamenta-
dos nas ideias de liberdade, os pensadores iluministas
buscavam explicações lógicas e racionais para todas
as coisas. Assim, a razão era vista como a luz, sob
a qual todas as coisas devem ser analisadas e com-
preendidas. O matemático francês René Descartes é
considerado o pai do racionalismo e um dos precur-
sores do movimento iluminista.
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FÍSICA 3
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Re pouso
FR = 0 ⇔ v = constante
MONKEY BUSINESS IMAGES/THINKSTOCK/GETTYIMAGES
estático
∑ R
F = F = 0 ⇒ equilíbrio ou
dinâmico
VALORES E DIVERSIDADE
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FÍSICA 3
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B
Como a massa é constante e sempre positiva, a acele-
ração de um corpo está na mesma direção e sentido que a
F
resultante das forças que agem sobre ele:
FR a
a
F
mA =
aA
a < aB ⇒ mA > mB
F A
mB =
aB
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FÍSICA 3
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EDUARDROBERT/THINKSTOCK
ção gravitacional que a Terra exerce nele.
a=g
P
F -F
Se um corpo estiver sob a ação exclusiva da gravida-
de, a resultante das forças que agem sobre ele é o próprio
peso.
Assim, o peso é responsável pela aceleração e, de acor-
do com a equação fundamental da dinâmica, F = m ∙ a,
obtém-se:
P=m·g
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FÍSICA 3
ENSINO MÉDIO
-F
F
F
-F
As forças de ação e reação agem em corpos diferentes. -F
Assim, nunca podem se equilibrar.
Além disso, sendo forças simultâneas, não faz sentido
THINKSTOCK/GETTYIMAGES
tentar estabelecer qual delas é a ação e qual é a reação:
DORLING KINDERSLEY/
uma é reação da outra e vice-versa.
O princípio da ação e reação apresenta algumas aplica-
ções bastante interessantes.
• Quando uma pessoa anda, recebe uma força que a
empurra para a frente. Essa força é recebida do chão,
pois, no instante em que anda, empurra o chão para • As hélices de um avião ou de um barco empurram o
trás com o pé, recebendo imediatamente a reação fluido (ar ou água) para trás e recebem a reação que
contrária. impele o veículo para a frente.
RADOMAN DURKOVIC/THINKSTOCK/GETTYIMAGES
F
-F -F
AMOS MORGAN/THINKSTOCK/GETTYIMAGES
1. Nas figuras a seguir, identifique as forças que d) um carrinho puxado por um fio sobre um pla-
atuam sobre no horizontal, sem atrito.
a) um corpo que cai livremente, no vácuo, próxi-
mo à superfície terrestre.
SARA SHOWALTER/ISTOCK
b) uma caixa apoiada sobre uma superfície plana, e) um paraquedista caindo.
horizontal, em repouso.
LOGO_CITY/THINKSTOCK/GETTYIMAGES
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FÍSICA 3
ENSINO MÉDIO
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FÍSICA 3
ENSINO MÉDIO
técnica de “rapel”, que consiste em descer abismos e Supondo que o sistema se encontra em equilíbrio, é
canyons apenas em uma corda e com velocidade pra- correto afirmar que, de acordo com a Lei da Ação e
ticamente constante. A massa total do explorador e de Reação (3ª Lei de Newton),
seus equipamentos é de 80 kg. Considere g = 10 m/s². a) a força que a Mônica exerce sobre a corda e a for-
A força resultante que atua sobre o explorador, duran- ça que os meninos exercem sobre a corda formam
te a descida, em newtons, é igual a um par ação-reação.
a) zero c) 800 e) 1 000 b) a força que a Mônica exerce sobre o chão e a força
b) 400 d) 900 que a corda faz sobre a Mônica formam um par
ação-reação.
8. nesp — Certos automóveis possuem um recur- c) a força que a Mônica exerce sobre a corda e a
so destinado a manter a velocidade do veículo cons- força que a corda faz sobre a Mônica formam um
tante durante a viagem. Suponha que, em uma parte par ação-reação.
de uma estrada sem curvas, o veículo passe por um d) a força que a Mônica exerce sobre a corda e a for-
longo trecho, em subida, seguido de uma longa des- ça que os meninos exercem sobre o chão formam
cida, sempre com velocidade constante. Desprezando um par ação-reação.
o efeito de atrito com o ar e supondo que o controle
da velocidade é atribuído, exclusivamente, ao motor, APROFUNDAMENTO
considere as afirmações: 11. UECE — Dois cubos de mesma densidade e tama-
I. Durante o percurso, a resultante das forças apli- nhos diferentes repousam sobre uma mesa horizontal
cadas sobre o automóvel é constante e não nula. e mantêm contato entre si por uma de suas faces. A
II. Durante o percurso, a resultante das forças aplica- aresta de um dos cubos mede o dobro da aresta do
das sobre o automóvel é nula.
outro. Em um dado instante, uma força constante F ,
III. A força tangencial aplicada pela pista às rodas tem horizontal, é aplicada sobre o cubo menor que, por sua
mesmo sentido da velocidade na descida e contrá- vez, empurra o maior, conforme a figura a seguir.
rio na subida.
Está(ão) correta(s) a(s) afirmação(ões)
a) II, apenas. d) II e III, apenas.
b) I e II, apenas. e) I, II e III.
c) I e III, apenas.
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FÍSICA 3
ENSINO MÉDIO
ROBERTO CANDIA
tado nas três leis de Newton. Sobre movimentos e as
leis de Newton, assinale o que for correto.
01) O princípio da inércia é válido somente quando a
força resultante sobre um corpo é não nula.
02) Duplicando o valor da força resultante aplicada so- A queda do garoto justifica-se devido à(ao)
bre um objeto, a aceleração experimentada pelo
a) princípio da inércia.
objeto também será duplicada.
b) ação de uma força externa.
04) Forças de ação e reação nunca se anulam, pois
c) princípio da ação e reação.
atuam sempre em corpos distintos.
08) Um avião voando em linha reta com velocidade d) força de atrito exercida pelo obstáculo.
constante está em equilíbrio dinâmico.
18. IFSC — Um pássaro está em pé sobre uma das mãos de
14. UFPE — A respeito das leis de Newton, podemos afir- um garoto. É CORRETO afirmar que a reação à força
mar que
que o pássaro exerce sobre a mão do garoto é a força
( ) a primeira lei de Newton diz que, para que um
a) da Terra sobre a mão do garoto.
corpo esteja em movimento, é obrigatório que
b) do pássaro sobre a mão do garoto.
haja pelo menos uma força atuando sobre ele.
( ) a segunda lei de Newton não contém a primeira c) da Terra sobre o pássaro.
lei de Newton como caso particular porque elas d) do pássaro sobre a Terra.
são completamente diferentes. e) da mão do garoto sobre o pássaro.
( ) a segunda lei de Newton implica em uma equação
para cada força que atua em um corpo massivo. 19. fs — O principal combustível usado pelos gran-
( ) a terceira lei de Newton estabelece que a toda
des aviões de transporte de carga e passageiros é o
força de ação corresponde uma força de reação,
querosene, cuja queima origina diversos poluentes
sempre com ambas no mesmo corpo.
atmosféricos. As afirmativas a seguir referem-se a um
( ) as três leis de Newton valem em qualquer referencial.
avião em voo, num referencial inercial.
15. efet — Considere um bloco em repouso sobre I. Se a soma das forças que atuam no avião é dife-
uma superfície plana, sujeito a uma força externa ho- rente de zero, ele não pode estar em MRU.
rizontal. Por ação gravitacional, esse bloco atua sobre II. Se a soma das forças que atuam no avião é zero,
a superfície com uma força de compressão. A partir ele pode estar parado.
das Leis de Newton, o par ação e reação é constituído III. O princípio de conservação da energia garante que o
pelas forças avião se move em sentido contrário àquele em que
a) normal e peso. são jogados os gases produzidos na combustão.
b) peso e de atrito. Está(ão) correta(s)
c) normal e de compressão.
a) apenas I. d) apenas II e III.
d) externa e de compressão.
b) apenas I e II. e) I, II e III.
c) apenas III.
16. — Em uma área onde ocorreu uma catástrofe
natural, um helicóptero em movimento retilíneo, a
20. IFSC — É fato que o uso do cinto de segurança previne
uma altura fixa do chão, deixa cair pacotes contendo
lesões em motoristas e passageiros em caso de aciden-
alimentos. Cada pacote lançado atinge o solo em um
tes. Isso é motivo suficiente para que cinto de seguran-
ponto exatamente embaixo do helicóptero.
ça seja obrigatório. A lei da Física, que está relacionada
Desprezando forças de atrito e de resistência, pode-se
ao funcionamento do cinto de segurança é a
afirmar que as grandezas velocidade e aceleração des-
a) Lei de Ampère.
sa aeronave são classificadas, respectivamente, como
b) Lei de Ohm.
a) variável — nula. c) constante — nula.
c) Lei Áurea.
b) nula — constante. d) variável — variável.
d) Primeira Lei de Newton.
e) Lei da Gravitação Universal de Newton.
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FÍSICA 3
ENSINO MÉDIO
2 FORÇA DE ATRITO
E APLICAÇÕES DAS
LEIS DE NEWTON
P
or que é mais fácil caminhar sobre um piso firme e áspero do
que sobre um piso escorregadio e liso? E, da mesma forma, por
que os automóveis derrapam ou patinam com mais facilidade
em dias de chuva?
Para responder às perguntas anteriores, relacionamos os fenômenos
descritos à natureza das superfícies em contato e percebemos que, em
algumas situações, o deslizamento entre superfícies é maior. Esse desliza-
mento está relacionado à força de atrito entre as superfícies.
A força de atrito pode ser observada frequentemente no cotidiano,
por exemplo: quando as pessoas esfregam as mãos, caminham, ou quan-
do os pneus de um carro entram em contato com o asfalto.
No capítulo anterior foi visto que, quando duas superfícies se com-
primem, a força de contato de compressão pode apresentar duas com-
ponentes: uma normal, perpendicular às superfícies, e outra tangencial,
tangente às superfícies e denominada força de atrito.
todos os problemas Em superfícies muito ásperas, a força de uma força e, portanto, grandeza vetorial, tem
atrito é grande porque a rugosidade pode favo- módulo, direção e sentido.
do mundo bastam recer o aparecimento de vários pontos de ade- Módulo: o módulo da força de atrito varia
três coisas: pensar, rência, como mostra a figura. de zero a um valor máximo em função da soli-
citação. Por exemplo, um corpo está num plano
SASHA NICOLE DE BRITO
Fatd Movimento
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FÍSICA 3
ENSINO MÉDIO
Fae(máx.) = 150 N
Força de atrito cinético:
Fac = μc · N = μc · m · g ⇒ Fac = 0,25 · 50 · 10
Fac = 125 N
Como a força F = 120 N aplicada sobre o bloco é me-
0
100 Faplicada(N)
nor que a força de atrito estático máxima, o bloco con-
tinua em repouso e Fa = F = 120 N.
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FÍSICA 3
ENSINO MÉDIO
CONECTIVIDADE
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FÍSICA 3
ENSINO MÉDIO
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FÍSICA 3
ENSINO MÉDIO
y
B
Fa
N
Graças à inexistência de atrito entre o bloco A e o pla- Py Px
a
no horizontal, pode-se afirmar: qualquer que seja a massa
do bloco B, os blocos entram em movimento acelerado,
P x
sendo a aceleração de módulo igual para os dois blocos.
Veja diagramas das forças atuantes nos dois blocos. a
NA a T
Como há equilíbrio no eixo y:
A
N = Py = P · cos
aB
No eixo x, como o bloco acelera para baixo, vem:
A T B FR = Px – Fa ⇒ m · a = m · g · sen – μc · N
Sendo N = m · g · cos , a aceleração do bloco é dada
por
PA PB
a = g (sen – μc · cos )
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FÍSICA 3
ENSINO MÉDIO
30º
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FÍSICA 3
ENSINO MÉDIO
BALONCICI/THINKSTOCK/GETTYIMAGES
T = 2 · 2,5 ⇒ T = 5,0 N
A
B
30º
fa = 10 N
SASHA NICOLE DE BRITO
T P
º A
n 30
P · se
fa
Com o elevador em repouso ou em movimento uni-
30º forme (subindo ou descendo), o corpo suspenso, acompa-
nhando esses estados do elevador, está em equilíbrio. Nes-
c) o coeficiente de atrito dinâmico entre o bloco A e ses casos, a leitura no dinamômetro (valor da tração) é igual
o plano inclinado. ao valor do peso do corpo suspenso.
Bloco A Com o elevador em aceleração vertical (a), a indicação
3 do dinamômetro pode ser maior que o valor do peso do
N = P · cos 30° = 20 · = 10 3 N
2 corpo (no caso da aceleração ascendente) ou menor que o
Logo : fa = µ d· N valor do peso do corpo (aceleração descendente), de acor-
3 do com a segunda lei de Newton. Isso ocorre independen-
10 = µ d· 10 3 ⇒ µ d =
3 temente do sentido de movimento do elevador.
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FÍSICA 3
ENSINO MÉDIO
T<P no pacote.
T FR = m · a ⇒ P – N = m · a ⇒ m · g – N = m · g ⇒ N = 0
a
c) o elevador sobe acelerado, com aceleração de
P P
2,0 m/s2
Aplicando o princípio fundamental da dinâmica no
Analogamente ao estudo anterior, a leitura do dinamô-
pacote:
metro de pressão (valor da normal) pode ser maior, menor
N
ou igual ao valor do peso do corpo pendurado nele sobre
ele. Isso depende do estado cinemático do corpo. FR = m · a
• Vulgarmente, tais dinamômetros são conhecidos N–P=m·a
a 2,0 kg N – 20 = 2,0 · 2,0
como balanças de mola, porque podem ter suas es-
calas mudadas para informar a massa de corpos (em P N = 24 N
equilíbrio).
Observação: Eventualmente, a leitura dos dinamôme- 2. Um dinamômetro está preso ao teto de um eleva-
tros (valor da força de tração ou da força normal) denomi- dor, num local onde a aceleração da gravidade vale
na-se peso aparente do corpo que se encontra suspenso 10 m/s2. Suspenso ao dinamômetro encontra-se um
ou apoiado neles. bloco de peso 10 N, embora o aparelho indique peso
aparente de 13 N.
EXERCÍCIOS RESOLVIDOS
1. Num local onde g = 10 m/s2, um pacote de massa
2,0 kg encontra-se apoiado sobre um dinamômetro 13 N
T = 13 N FR = m ⋅ a
P
T −P = ⋅a
Determine a indicação do dinamômetro nos seguintes g
casos: a
10
13 − 10 = ⋅a
a) o elevador está em equilíbrio P = 10 N 10
A indicação do dinamômetro corresponde à intensida- a = 3,0 m/s2 (vertical para cima)
de da força normal trocada entre ele e o pacote.
b) O elevador está subindo ou descendo?
Com o sistema em equilíbrio (repouso ou MRU), a força
Como a aceleração do elevador é orientada para cima,
normal tem a mesma intensidade do peso do pacote.
ele pode estar subindo em movimento acelerado ou
N = 20 N descendo em movimento retardado.
N=P
2,0 kg (Equilíbrio) N=m·g
N = 2,0 · 10
v a v a
N = 20 N
P = 20 N
Subida acelerada Descida retardada
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FÍSICA 3
ENSINO MÉDIO
1. Um bloco de massa 4 kg está apoiado sobre uma su- 4. a apta o — Um elevador funciona de acor-
perfície horizontal, em repouso. Os coeficientes de do com o esquema simplificado mostrado na figura
atrito estático e cinético entre as superfícies valem, a seguir. Um motor é responsável por exercer uma
respectivamente, μe = 0,9 e μc = 0,8. Uma força ho- força sobre o elevador por meio de um cabo de aço.
rizontal F = 30 N é aplicada ao corpo. Considerando Passando por uma roldana, outro cabo de aço liga o
g = 10 m/s2, determine: elevador a um contrapeso.
a) a intensidade da força de atrito;
Motor Roldana
F Contrapeso
No elevador:
Fmotor + Fcontrapeso = Pelevador
Fa
Isolando a força do motor:
Fmotor = Pelevador – Fcontrapeso
Como a força exercida pelo
P contrapeso é igual ao próprio
O bloco está sujeito a três forças: seu peso _P, a força externa _F e Elevador
peso, vem
a força de contato de compressão exercida pela superfície, represen- Fmotor = Pelevador – Pcontrapeso
tada na figura pelas componentes normal _N e força de atrito _Fa.
A força normal, N = P = mg = 4 · 10 ⇒ N = Ambos os cabos de aço e a roldana possuem mas-
A força de atrito estático máxima será, então, sas desprezíveis. Quando o elevador está subindo a
Faemáx. = μe · N = 0,9 · 40 ⇒ Faemáx. = 36 N uma velocidade constante, é correto afirmar que o
a) Como a força solicitadora F = 30 N é menor que a força de atrito
estático máxima, não ocorre movimento. Assim: Fa = F = módulo da força exercida pelo motor sobre o ele-
b) Como não há movimento, a aceleração é nula. a vador é igual
2. Com relação às leis do atrito, é correto afirmar que a) ao peso do elevador.
a) ( V ) o coeficiente de atrito depende da nature- b) a zero, uma vez que a velocidade do elevador
za das superfícies em contato. é constante.
b) ( F ) para um mesmo par de superfícies, o coe- c) à soma dos módulos do peso do elevador e do
ficiente de atrito cinético é sempre maior peso do contrapeso.
que o coeficiente de atrito estático. d) à diferença entre os módulos do peso do ele-
c) ( V ) a força de atrito estático máxima que age vador e o peso do contrapeso.
sobre um corpo é diretamente proporcio-
5. Uma situação comum no dia a dia é a sensação de
nal à força de compressão normal que ele
frio na barriga quando andamos em um elevador
exerce sobre a superfície.
acelerado. Suponha que uma garota, com massa
d) ( V ) a força de atrito estático máxima que age
de 50 kg, esteja no elevador sobre uma balança
sobre um corpo é diretamente proporcio-
calibrada em newtons. O elevador move-se verti-
nal ao coeficiente de atrito estático entre o
calmente, com aceleração para cima na subida e
corpo e a superfície em que está apoiado.
com aceleração para baixo na descida. O módu-
e) ( V ) a força de atrito age sempre no sentido
lo da aceleração é constante e igual a 2 m/s2 em
de se opor à tendência de escorregamen-
ambas as situações. Considerando g = 10 m/s2, a
to entre duas superfícies.
diferença, em newtons, entre o peso aparente da
f) ( F ) a força de atrito cinético que age sobre
garota, indicado na balança, quando o elevador
um corpo é inversamente proporcional à
sobe e quando o elevador desce, é igual a
sua velocidade.
a) 50. Elevador com aceleração ascendente:
b) 100. N–P=m∙a⇒N=m∙a+m∙g⇒
3. Uma força de 140 N atua sobre um corpo de massa ⇒ N = 50 ∙ (2 + 10) ⇒ N = 600 N
100 kg. Sobre o corpo, age também uma força de c) 150. Elevador com aceleração descendente:
atrito de 40 N. Então, a aceleração do corpo, em d) 200. P–N=m∙a⇒N=m∙g–m∙a⇒
m/s2, vale: e) 250. ⇒ N = 50 ∙ (10 – 2) ⇒ N = 400 N
Diferença:
Considere ambas as forças na mesma direção. ΔN = 600 – 400 ⇒ ΔN = 200 N
a) 180 b) 18 c) 1,8 d) 1
A força resultante sobre o corpo será igual à diferença entre a força aplicada e a força de atrito, portanto:
FR = m · a ⇒ F – Fat = m · a ⇒ 140 – 40 = 100 · a ⇒ 100 = 100 · a ⇒ a = 1 s
31
FÍSICA 3
ENSINO MÉDIO
F
m1
B m2
32
FÍSICA 3
ENSINO MÉDIO
Mx = 3,0 kg
My = 5,0 kg
33
FÍSICA 3
ENSINO MÉDIO
I. m1 · a = F – F1
II. m2 · a = F2 – F3
corda
III. (m1 + m2) a = F – F3
telhas
IV. m3 · a = F3
V. (m1 + m2 + m3) a = F
Podemos afirmar que desenho ilustrativo - fora de escala
a) todas estão corretas.
O coeficiente de atrito estático entre a sola do sapato
b) só I e IV estão certas.
do trabalhador e o chão de concreto é μe = 1,0 e a
c) só V está certa.
massa de cada telha é de 2 kg.
d) estão certas somente I, IV e V.
O número máximo de telhas que podem ser sustenta-
e) estão certas somente II, III e IV.
das em repouso, acima do solo, sem que o trabalhador
deslize, permanecendo estático no solo, para um ân-
12. UFPR — Um avião voa numa trajetória retilínea e ho- gulo entre a corda e a horizontal, é
rizontal próximo à superfície da Terra. No interior da
aeronave, uma maleta está apoiada no chão. O coe- Dados:
ficiente de atrito estático entre a maleta e o chão do Aceleração da gravidade: g = 10 m/s2
avião é μ e a aceleração da gravidade no local do voo cos = 0,8
é g. Considerando esta situação, analise as seguintes sen = 0,6
afirmativas:
a) 30.
1. Se a maleta não se mover em relação ao chão do
b) 25.
avião, então um passageiro pode concluir correta-
c) 20.
mente, sem acesso a qualquer outra informação,
d) 16.
que o avião está se deslocando com velocidade
e) 10.
constante em relação ao solo.
2. Se o avião for acelerado com uma aceleração su-
14. efet — Uma caixa, inicialmente em repouso, so-
perior a μg, então o passageiro verá a maleta se
bre uma superfície horizontal e plana, é puxada por
mover para trás do avião, enquanto um obser-
um operário que aplica uma força variando linearmen-
vador externo ao avião, em repouso em relação
te com o tempo. Sabendo-se que há atrito entre a cai-
à superfície da Terra, verá a maleta se mover no
xa e a superfície, e que a rugosidade entre as áreas
mesmo sentido em que o avião se desloca.
em contato é sempre a mesma, a força de atrito, no
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Força aplicada F
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P
B
b)
Roberto Candia
A
60° c)
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QUADRO DE RESPOSTAS
Dinâmica
1. 14 (02+04+08) 6. B 11. D 16. C 21. A
2. D 7. A 12. D 17. A 22. C
3. D 8. A 13. 14 (02+04+08) 18. E 23. A
4. D 9. B 14. F, F, F, F, F 19. B 24. E
5. D 10. C 15. C 20. D 25. D
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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CARRON, W.; GUIMARÃES, O. As faces da física. São Paulo: Moderna, 2002.
FOGIEL, M. The high school physics tutor. New Jersey: Research and Education Association, 2014.
HALLIDAY, D.; RESNICK, R. Fundamentos de física 1. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos, 2013.
LEÃO, M. Princípios da biofísica. Rio de Janeiro: Guanabara, 1982.
NEWTON, I. Princípia: o movimento dos corpos. Tradução de: RICCI, T. et al. São Paulo: Edusp, 2002.
NICOLAU, Gilberto et. al. Física, ciência e tecnologia. São Paulo: Moderna, 2012.
TALAVERA, A. C. et al. Física: ensino médio. São Paulo: Nova Geração, 2005.
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