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FÍSICA
ENSINO MÉDIO
MATERIAL DO PROFESSOR
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Estática
Equilíbrio 2
Orientação ao professor 1.
Introduza o conceito intuitivo de
equilíbrio com exemplos do cotidiano
do aluno como pontes, prédios e até
1
mesmo, equilibristas em uma corda
bamba. Estimule os alunos a pensar
sobre as forças que atuam em um
corpo em equilíbrio.
EQUILÍBRIO
A
mecânica se divide em três partes: cinemática, estáti-
ca e dinâmica. Na estática estudamos o equilíbrio dos
corpos. Esse equilíbrio pode ser dividido ainda em duas
partes: dos corpos extensos e dos pontos materiais. O tema
principal desse estudo é o equilíbrio de várias forças que atu-
am no mesmo corpo. Um dos casos desse estudo é a análise de
um corpo em repouso, ou seja, sem movimento em relação ao
referencial adotado. Quando todas as forças que atuam em
um mesmo corpo se anulam, podemos dizer que esse corpo
está em equilíbrio. Por isso dizemos que um corpo em repouso
está em equilíbrio estático. Essa área da Física é extremamente
importante para os projetistas de uma estrutura que não pos-
sa movimentar-se, como uma ponte, um prédio, um estádio e
uma casa, entre outros.
alavanca e um
WARRENGOLDSWAIN/DREAMSTIME
ponto de apoio e
moverei o mundo
Arquimedes
Dependendo da
posição das crianças
e da massa delas, a
gangorra pende para
um lado ou outro.
Você já parou para pensar como uma ponte consegue ficar equilibrada, sem cair? Quando um
carro passa por ela, a força que ela precisa aguentar aumenta. Sua estrutura precisa ser pensada para
que ela consiga suportar todo seu peso mais pesos de pessoas e veículos sobre ela. Ela também não
pode se mexer, ou seja, precisa estar estática, ou em equilíbrio. A partir do capítulo anterior vimos
que quando um corpo está sujeito a várias forças, pode haver uma força resultante atuando nele.
Essa resultante pode ou não ser nula e, caso não seja nula, o corpo está sujeito a uma aceleração. No
caso das pontes, elas não podem sair por aí; precisam ficar estáticas. Logo, a força resultante atuando
Orientação ao professor 2. sobre elas deve ser nula. Essa é uma das características da estática: a força resultante atuando em
Essas questões servem para avaliar os um corpo é nula. Outro ponto interessante sobre essa parte da Física pode ser visto em um parqui-
conhecimentos prévios dos alunos acerca
do assunto que será estudado. Há três nho: se duas pessoas de mesma massa estiverem em uma gangorra e sentarem em seus extremos,
itens que devem ser observados com a gangorra ficará na horizontal. Agora, se uma das pessoas sentar perto do meio e a outra pessoa
atenção:
continuar na ponta, a gangorra não ficará mais na horizontal. Mesmo que a força peso das crianças
• se os alunos escreveram as ações e
reações; não se altere, a posição que elas ocupam com relação ao eixo em que a gangorra gira faz com que a
• se os alunos aplicaram setas para iden- gangorra rotacione e saia de seu equilíbrio. Vemos que não são só as forças que atuam em um corpo
tificar as forças; e
que podem fazê-lo sair de equilíbrio, mas também que a distância a determinado ponto que cada
• se eles diferenciaram as intensidades e
direções das forças com setas de tama- força é aplicada também pode fazê-lo rodar.
nhos e direções/sentidos diferentes.
Como esse assunto é muito intuitivo, o
professor poderá discutir com eles essa Vamos refletir?
abordagem espontânea para iniciar a Analise as imagens e pense nas forças aplicadas em cada situação.
aula. Caso eles não apresentem esponta-
neamente suas ideias nessa abordagem,
WILLIAM RODRIGUES DOS SANTOS/DREAMSTIME
Ponte estaiada em
São Paulo, capital.
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ROTEIRO DE APRENDIZAGEM
∑F = 0
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c a
A C
b Lei dos senos.
a b c
= =
senA senB senC
A artista não Suponha que três forças atuem em um corpo confor-
cai porque se
mantém em me figura a seguir e que a resultante das forças atuando
equilíbrio em nesse corpo é nula.
relação a todas as
forças que atuam F3 F1
em seu corpo.
C B
( )
Para obter a resultante de um sistema de forças ∑ F , A
F3
A
F2
F2
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α = 30O β = 60O
T2
T1
α = 30O β = 60O
P = 80 N
Nesse esquema não foi representada a tração T3, pois é imediato visualizar que essa tração
é exatamente o valor do peso do semáforo. Logo, T3 = 80 N.
Decompondo as trações nos fios, obtêm-se:
P = T3 = 80 N
T1 ⋅ cos(30o ) = T2 ⋅ cos(60o )
3 1
T1 ⋅ = T2 ⋅
2 2
T2 = T1 ⋅ 3
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MICHAEL KLENETSKY/DREAMSTIME
O amassador de alho tem
braço de força maior que o
braço de carga, tornando
necessária pequena força
para amassar o alho.
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x
F1
M = ± F ⋅ d ⋅ senα
α F2 F3
MOMENTO DE UM SISTEMA
A gangorra DE FORÇAS COPLANARES
é um bom
exemplo de Segundo
o teorema de Varignon, sendo FR a resultante
momento de das Fn forças que atuam num corpo:
força. Quanto
mais a pessoa se O momento da força resultante em relação a um ponto
afasta do ponto O é igual à soma do momento de cada uma das forças Fn
fixo, maior o
seu momento
em relação ao mesmo ponto O.
com relação a
esse ponto.
Orientação ao professor 3. Trata-se de uma convenção, que é diferente da utilizada no Ensino Superior porque há alguns
detalhes matemáticos que geralmente não são vistos no Ensino Médio (produto vetorial). No Ensino Médio, geralmente, os
livros assumem que vão adotar a convecção de positivo para o sentido horário e negativo para o anti-horário (ou vice-versa). 9
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CONECTIVIDADE
CONEXÕES Ou seja,
Uma construção bastante ( ) ( ) ( )
FR ⋅ d ⋅ senα = ± F1 ⋅ d1 ⋅ senα1 + ± F2 ⋅ d2 ⋅ senα 2 + ± Fn ⋅ dn ⋅ senαn para um sistema de n forças.
interessante feita há
milênios e que aplica
na prática conceitos de MOMENTO DE UM BINÁRIO
estática é Stonehenge, na Um binário constitui-se de duas forças de mesma intensidade, mesma direção, sentidos opostos
Inglaterra. Aliada a bas-
e aplicadas em pontos distintos do mesmo corpo, conforme a figura.
tante misticismo, diversas
teorias procuram explicar
IDA JAROSOVA/ISTOCK
como foi construída e
sua função.
Leia mais sobre os mís-
térios, a história e veja
fotos das festas em torno
do Stonehenge nos links
abaixo.
Como visitar o local.
Disponível em:
<http:// O guidão de uma motocicleta é
existeumlugarnomundo. um exemplo prático de binário.
com.br/inglaterra/
stonehenge-misterio-de-
5-mil-anos-e-uma-das- Considere o binário da figura atuando sobre um corpo.
maiores-atracoes-da-
-F
inglaterra/>. Acesso em:
maio 2016.
História e mistérios.
Disponível em: <http:// d
www.on.br/conteudo/
informe/Os_misterios_
de_Stonehenge.pdf>.
Acesso em: maio 2016. F
Fotos. Disponível em:
<http://noticias.uol.com. Adotando um ponto P qualquer como polo e convencionando o sentido horário como positivo,
br/album/2014/12/22/ calcule o momento resultante dos momentos de cada uma das forças.
solsticio-de-inverno-
Matematicamente:
e-celebrado-em-
stonehenge-na-inglaterra. Mbin = F ∙ d
htm#fotoNav=1>. Esse resultado é válido para qualquer escolha do ponto P quando se trata de um binário de
Acesso em: maio 2016. forças. Se a resultante das forças sobre o corpo é nula, não há aceleração de translação, mas o corpo
pode entrar em movimento de rotação acelerado. É o caso do binário.
Conclusão: uma força aplicada sobre um corpo pode produzir diferentes efeitos: translação
(deslocamento), rotação (giro), deformação etc. No caso do binário, a resultante das forças é nula,
portanto não há translação, mas rotação.
ALAVANCA
Alavanca é uma máquina simples, que normalmente permite multiplicar a força aplicada, com a
finalidade de realizar uma tarefa com maior facilidade. Constitui-se de uma barra rígida apoiada num
ponto fixo, usada para levantar cargas de peso maior do que a força aplicada.
TIPOS DE ALAVANCA
É célebre a frase de Arquimedes “deem-me um ponto de apoio e moverei o mundo”. A dificul-
dade está em apoiar essa alavanca. Os quatro elementos de uma alavanca são: braço da alavanca
(comprimento), ponto de apoio, força aplicada (potência) e carga a erguer (resistência). Dependendo
da posição do ponto fixo (ponto de apoio) em relação à potência e à resistência, existem três tipos de
alavanca: interfixa, inter-resistente e interpotente.
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ALAVANCA INTER-RESISTENTE
Força de Resistência entre o ponto de aplicação da potência e
A perna pode resistência
constituir exemplo de o ponto fixo.
alavanca interfixa.
Força de resistência
DZMITRI MIKHALTSOV |
DREAMSTIME
Quebra-nozes —
alavanca
Ponto de apoio Força de ação inter-resistente.
Pirâmide do Museu do Louvre, França. Monumento megalítico da Idade do Bronze de Stonehenge, Inglaterra.
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CG
CG
Peso
CG
P
Um carro como esse tem o CG muito próximo
do solo, o que aumenta sua estabilidade.
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F3
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CG
P CG
S
P
S F
F
EQUILÍBRIO ESTÁVEL
F F
S
S
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ENSINO MÉDIO
CONEXÃO
CONEXÕES
PHOTOS.COM/THINKSTOCK/GETTYIMAGENS
lenda sobre um rei
que encomendou
uma coroa de ouro
maciço. Desconfia-
x do que a coroa não
Sabendo que a plataforma do andaime é homogênea fosse feita de ouro
e tem peso igual a 1000 N e que o pintor tem peso igual puro, esse rei incum-
a 800 N, qual deve ser a distância máxima x de uma das biu Arquimedes de
cordas para que ela não arrebente? achar uma maneira
Seja Pa o peso do andaime, aplicado no centro de mas- de descobrir se a
sa, e Pp o peso do pintor. Nessa situação, a corda B é a que coroa era mesmo de
tem maior perigo de arrebentar. Nesse caso, o andaime irá ouro puro. Um dia,
girar em torno do ponto O, mostrado na figura. enquanto estava em
uma banheira, ob-
Ilustração retratando o matemático
A 5m B servou que quando Arquimedes e alguns de seus
entrava nela, o nível instrumentos de trabalho.
de água aumentava.
Arquimedes deduziu que o volume de água
Tb
O deslocado era proporcional ao peso do corpo nela
mergulhado.
x
Logo, se a coroa fosse de ouro puro, deveria des-
Pa locar uma quantidade de água equivalente à quanti-
dade de ouro que teria sido usada na sua fabricação.
Pp
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MARIE DU BLEU
porque assim é necessário menos força para
rotacioná-las.
( V ) Um sistema constituído por duas forças parale-
las, de mesma intensidade, com sentidos con- 4. O centro de gravida-
de do garoto está loca-
trários, caracteriza-se como binário, desde que
lizado próximo ao um-
as linhas de ação das forças não coincidam. bigo. Podemos imaginar
( F ) A única condição necessária para que um cor- que toda sua massa
po extenso rígido esteja em equilíbrio em re- está concentrada nesse
lação a um referencial é que a resultante das
forças nele aplicadas seja nula. ponto. A linha vertical (paralela à força peso) que passa pelo seu centro
de massa também passa pelo seu pé, o que garante seu equilíbrio.
2. Uma mãe pretende construir uma gangorra para 5. Dois blocos, A e B, estão sobre uma plataforma de
seus dois filhos: Lucas, que tem massa 40 kg, 10 kg e em equilíbrio. A plataforma mede 3 m e as
e Verônica, dois anos mais velha, já com 50 kg. distâncias dos blocos ao ponto onde ela se equili-
Para isso, a mãe dispõe de uma tábua que mede bra estão representadas a seguir. Como o sistema está em
equilíbrio, temos:
3,6 m. Como ela deve dispor o ponto de apoio para ∑M = 0 ⇒ P d A A − Pplataformadplataforma − PBdB = 0 ⇒ 10 ⋅ g − 10g ⋅ (1,5 − 1) − mBg ⋅ 2 = 0
a gangorra ficar equilibrada com as duas crianças Centro de massa
2m
em seus extremos? 10 − 5 = 2mB ⇒ mB = 2,5 kg
1m B
Desconsidere o peso da tábua e use g = 10 m/s2. A
x: distância de Verônica ao ponto de apoio
3,6 – x: distância de Lucas
Aplica-se a condição de equilíbrio: ∑ M = 0
500 ∙ x – 400 ⋅ (3,6 – x) = 0
Logo, 900x = 1440 Sabendo que a massa do bloco A é de 10 kg, qual
Então, x = 1,6 m
O ponto de apoio deverá ser colocado a 1,60 m é a massa do bloco B?
da extremidade onde está Verônica e à distância de 2,00 m de
Lucas.
6. Um dos fatores considerados para a elaboração de
projetos estruturais é a ação do vento. Explique por
que o vento é um fator que deve ser previsto nos pro-
jetos de edifícios, principalmente os mais elevados.
3. Classifique o equilíbrio dos corpos das figuras a seguir. Apesar de não ser muito intenso, quando age em estruturas de gran-
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de tempo.
1 2
b)
SASHA BRITO
(X)
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SASHA BRITO
daime indo do lado esquerdo, figura X, para o lado
direito, figura Y.
Assinale a alternativa que preenche corretamente as la-
cunas da sentença abaixo, na ordem em que aparecem. Dados: g = 10m/s2
Após o trabalhador ter-se movido para a direita (figura sen 30o = 0,50
30o
Y), podemos afirmar corretamente que, em relação à cos 30o = 0,87
situação inicial (figura X), a soma das tensões nos ca- F
bos 1 e 2 , visto que .
a) permanece a mesma — as tensões nos cabos 1 e
2 permanecem as mesmas
b) permanece a mesma — a diminuição da tensão Qual é o valor da força normal exercida pela parede
no cabo 1 corresponde a igual aumento na tensão sobre o bloco de gelo, em newtons?
no cabo 2 a) 5,0
c) aumenta — aumenta a tensão no cabo 2 e perma- b) 5,8
nece a mesma tensão no cabo 1 c) 8,7
d) aumenta — aumenta a tensão no cabo 1 e perma- d) 10
nece a mesma tensão no cabo 2 e) 17
e) diminui — diminui a tensão no cabo 1 e permane-
ce a mesma tensão no cabo 2
7. Unicamp-SP — A figura a seguir mostra uma árvore
que sofreu uma poda drástica e perdeu a parte esquer-
DESENVOLVIMENTO da da sua copa. Após a poda, o centro de massa (CM)
5. Mack-SP da árvore passou a ser à direita do eixo do tronco. Uma
2,40 m forte rajada de vento exerce uma força horizontal F vento
2,00 m
sobre a árvore, atuando ao longo de uma linha que fica
a uma altura h da raiz.
F
O
A B
F vento
CM
SASHA BRITO
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Fvento solo
SASHA BRITO m suporte
20 N
F
30o
10 N
mg
F1
Dado: considere cos 30º = 0,86 e sem 30º = 0,5.
F3
F2 Para que a barra esteja em equilíbrio, o valor de F, em
newtons, vale
d) a) 17,2.
b) 12,7.
Fvento
c) 10,0.
d) 20,0.
e) 18,0.
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x 30 cm
10 cm 10 cm
X
D
B A
C
θ 30o
θ θ
B
Tb A
g P
g
θ
20
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a) d)
P
R b) e)
N
Fat
d
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cm
a) é mais provável que a dobradiça A arrebente pri-
meiro que a B.
b) é mais provável que a dobradiça B arrebente pri- Modelo 1
meiro que a A.
c) seguramente as dobradiças A e B arrebentarão
simultaneamente. 30
cm
d) nenhuma delas sofrerá qualquer esforço.
e) o portão quebraria ao meio, ou nada sofreria.
Modelo 2
Competência 5 — Entender métodos e procedimentos próprios
das ciências naturais e aplicá-los em diferentes contextos.
Habilidade 18 — Relacionar propriedades físicas, químicas ou
biológicas de produtos, sistemas ou procedimentos tecnológicos
às finalidades a que se destinam.
cm
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ENSINO MÉDIO
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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CARRON, W.; GUIMARÃES, O. As faces da Física. São Paulo: Moderna, 2002.
FOGIEL, M. The high school physics tutor. New Jersey: Research and Education Association, 2014.
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NICOLAU, Gilberto et. al. Física, ciência e tecnologia. São Paulo: Moderna, 2012.
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15-07543 CDD-530.07