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PREFEITURA MUNICIPAL DE QUEIMADOS/RJ

Secretaria Municipal de Saúde


Subsecretaria de Vigilância em Saúde
Departamento de Epidemiologia, Informação e Análise de Indicadores de Saúde

Informe/Boletim SEMUS/SAVS/DEIAIS - COVID-19 Queimados, 18 de novembro de 2022.

I – Introdução Um pedido de autorização para uso emergencial desse imunizante no Brasil foi feito à Agência
Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) em setembro, mas ainda não foi avaliado. Em nota, a
Nas últimas semanas foi registrado um aumento expressivo dos casos de COVID-19 Pfizer disse que ainda está investigando a efetividade da vacina bivalente em relação à
confirmados em Queimados/RJ (Figura 1) e em todo o país. A nova onda da doença tem como subvariante “BQ.1” e espera ter dados concretos em breve. A ANVISA informou que “os
causa as duas novas subvariantes da Ômicron, a saber: “BQ.1” e “XBB”, cujo impacto já foi processos estão em fase final de análise pela área técnica, para posteriormente serem
observado na Europa, na China e nos Estados Unidos. E, agora começa a ganhar magnitude no encaminhados à Diretoria da Agência para deliberação, considerando que se trata autorização
Brasil com mais casos suspeitos com resultado reagente para a COVID-19 no país nas duas de uso emergencial. Não há ainda data fixada de decisão. O imunizante já está disponível na
últimas semanas. Europa, Estados Unidos, Japão, Argentina, Chile, entre outros países.

A subvariante “BQ.1” foi detectada no Brasil pela primeira vez em 20 de outubro do corrente ano,
III – Principais sintomas da COVID-19 observados na nova onda provocada por essas
pela unidade amazonense da Fiocruz naquele estado. No dia 5 do corrente mês e ano, a
Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro confirmou um caso de COVID-19 provocado
subvariantes da linhagem ômicron
por essa variante na capital do nosso estado. E, nesta segunda-feira (07/11/2022), essa também Foram observados sintomas similares aos da gripe e do resfriado comum. O paciente infectado
teve sua circulação detectada em Porto Alegre/RS, o que caracteriza o avanço rápido de sua pode ter coriza, dor de garganta, tosse, dor de cabeça, dor no corpo, cansaço e febre. Esses
disseminação no país. sintomas podem ser combinados ou aparecerem sozinhos, a depender da gravidade do caso.

Quanto a variante “XBB”, até agora, os casos estão restritos à Singapura e Índia. Porém, Especialistas recomendam que os sintomáticos façam teste de COVID-19 para que possam
especialistas alertam que ela em breve poderá ser também introduzida no Brasil. tomar os cuidados corretos de isolamento e, se necessário, de tratamento. Diagnosticado
corretamente, o paciente tem mais chances de tratar a doença de forma a não evoluir para
quadros clínicos graves. Além disso, ao usar máscaras, não coloca outras pessoas em risco.
II – Diferenças entre as novas subvariantes e as anteriores e recursos disponíveis Se possível, é recomendado fazer o teste laboratorial, em vez dos autotestes de farmácia. Pois,
para imunização quando é feito o exame em laboratório, há a notificação obrigatória dos resultados para o
Sistema Único de Saúde, colaborando assim para que o Ministério da Saúde e os
Subvariantes são mutações do coronavírus. A “BQ.1”, por exemplo, é “descendente” da “BA.5”, pesquisadores monitorem o avanço da doença no país, tendo base para delinear as medidas
que era uma das prevalentes em todo o mundo, junto com a “BA.4”, todas elas subvariantes da necessárias de prevenção e controle.
linhagem da Ômicron. Segundo alguns especialistas a transmissibilidade da “BQ.1”, assim como
da “XBB”, tende a ser maior do que a de outras variantes que já circulam no país. Porém,
segundo Isaac Schrarstzhaupt, pesquisador e coordenador da Rede Análise da COVID-19,
ainda é cedo para afirmar com certeza essa hipótese. Uma vez que ainda não há dados IV – Recomendações quanto ao uso de máscaras
concretos sobre essas variantes, apenas dados preliminares sobre sua disseminação.
Segundo o infectologista, professor e vice-presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia
As vacinas bivalentes da Pfizer têm como alvo as variantes “BA.1”, “BA.4” e “BA.5”. E, por isso, Alexandre Naime Barbosa, neste momento, a recomendação é de que a pessoa faça avaliação
poderiam em tese, ajudar na prevenção contra a “BQ.1”, em função de pertencerem a mesma individual de risco e adote cuidados baseados na sua condição de saúde.
linhagem. Mas, ainda não há nenhuma pesquisa sobre isso, uma vez que é uma variante nova
de disseminação recente. E, portanto, não há também nenhuma movimentação até o momento A orientação é de que idosos acima de 75 anos, pessoas que passaram por transplante de
no Brasil para aplicação dessas vacinas específicas. órgãos recentemente, pessoas com doença de lúpus e imunossuprimidos em geral, evitem
aglomerações e utilizem máscaras sempre que tiverem contato com outras pessoas.
Julio Croda, médico infectologista e pesquisador da Fiocruz, concorda com as chances de
eficácia das vacinas bivalentes. Uma vez que, a variante “BQ.1” tem escape de reposta imune Pessoas com condições de saúde normais e que não são idosas devem usar máscara apenas
maior e já se tem dados sobre ela, relacionados ao anticorpo neutralizante que confere à em ambientes fechados, com aglomeração e sem circulação de ar. Se infectadas, devem utilizar
proteção contra infecção. Dessa forma, fica claro que a vacina bivalente garante maior nível de máscaras sempre que tiverem contato com outras pessoas.
anticorpos neutralizantes e, portanto, maior proteção contra essa variante.
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Informe/Boletim SEMUS/SAVS/DEIAIS - COVID-19 Queimados, 18 de novembro de 2022.

Em vista do cenário epidemiológico atual com aumento expressivo de casos de COVID-19 Todas as pessoas com quadro de Síndrome Gripal (SG), bem como casos assintomáticos com
positivos nas últimas duas semanas, volta a ser obrigatório o uso de máscaras de proteção diagnóstico confirmado laboratorialmente de COVID-19 (com teste de RT-PCR ou antígeno
facial em todas as unidades de saúde do Município de Queimados/RJ. A determinação é positivo), deverão realizar isolamento domiciliar até cumprimento dos seguintes critérios, de
uma forma prevenir a contaminação pela COVID-19 no município. O uso de máscaras acordo com as precauções baseadas na transmissão, conforme o QUADRO ANEXO I.
continua a ser recomendado para pessoas com comorbidades, ou as que apresentam
sintomas gripais, até que sejam testadas para a doença e em locais com aglomeração. A
Secretaria Municipal de Saúde (SEMUS) pede à população que esteja com alguma dose da
vacina contra a COVID-19 em atraso que procure um dos pontos de imunização.

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V – Sobre a imunidade cruzada entre as vacinas já aplicadas no Brasil em relação as Segundo Anderson Brito, pesquisador científico do Instituto ITpS que coordena uma
novas variantes pesquisa de monitoramento da positividade dos testes para diagnóstico da doença no País,
ainda é difícil de prever o impacto da nova onda. Porém, ele acredita ser “improvável” que o
As vacinas contra COVID-19 já administradas (Pfizer, AstraZeneca, Coronavac etc.) têm Brasil sofra, novamente, impactos grandes por conta de sua disseminação. Segundo ele,
proteção contra a nova variante, mas o nível de eficácia é menor. Segundo a OMS, o risco de onda após onda, temos visto número de hospitalizações e mortes cada vez menores. Muito
reinfecção pode ser mais elevado em relação a “BQ.1” e a “XBB”. Uma vez que o material disso se deve ao avanço da vacinação. Ainda assim, as subvariantes responsáveis pelo
genético do coronavírus sofre mutações, dando origem a mais variações (novas versões do aumento de casos positivos em países da Europa, como a “BQ.1.1”, se originaram da
vírus, com algumas diferenças em relação à original). Dessa forma, a vacina que foi variante “BA.5”, e devem chegar ao Brasil, provocando com isso, um aumento expressivo de
desenvolvida com base em uma variante pode não ter eficácia tão alta contra variantes mais casos, porém sem perspectiva de muita gravidade. O que pode ser ser observado também
recentes. Vacinas e vírus funcionam como uma “chave” e uma “fechadura”, pois quando a chave nos indicadores municipais nas figuras 3 e 4, uma vez que as taxas de mortalidade e de
sofre algum tipo de deformação, passa a não encaixar tão bem na fechadura quanto encaixava internações permanecem zeradas no mês de novembro do corrente ano até a presente data
originalmente. Por isso, é importante tomar todas as doses de reforço da vacina. Essas doses com tendência a manutenção da redução.
de reforço são preparadas com incrementos em relação às principais novas variantes em
circulação. Dessa forma, ao tomá-las, a pessoa se torna mais protegida contra novas variantes.

Segundo especialistas, o ideal é que a pessoa tenha tomado a última dose de reforço para que
esteja parcialmente protegida contra as novas subvariantes. Enquanto a ANVISA não libere o
uso emergencial da vacina bivalente da Pfizer, para reforçar a imunização de pessoas
imunossuprimidas e outros grupos de risco.
REFERÊNCIAS:
Para consultar a informação sobre quantas doses já tomou o cidadão pode verificar os dados no
comprovante físico da aplicação fornecido nos postos de saúde. Caso isso não seja possível, as Barbosa AN. Teremos uma nova onda de covid-19. Sociedade Brasileira de Infectologia
aplicações são registradas no sistema do SUS, o Conecte SUS. (SBI). Disponível em (último acesso 08/11/2022 as 14:38h):
https://infectologia.org.br/2022/11/07/teremos-uma-nova-onda-de-covid-19/
VI – Como está ocorrendo a nova onda em outros países e qual a perspectiva de cenário
epidemiológico em relação a COVID-19, em função da introdução destas subvariantes no Instituto Todos pela Saúde (ItpS). Disponível em (último acesso 08/11/2022 as 18:20h):
Brasil https://www.itps.org.br/

A nova onda da COVID-19 tem se espalhado mundialmente. Casos de infecção por “BQ.1” Ko AI. Works. Yale School of Public Health. New Haven, CT – USA. Disponível em (último
foram identificados na Europa, que tem visto elevação de diagnósticos positivos e internações. acesso 08/11/2022 as 17:23h): https://orcid.org/0000-0001-9023-2339
Segundo Albert Ko, especialista da Universidade de Saúde Pública de Yale nos Estados Unidos,
o aumento de casos também vem sendo notado, com atualmente 12 subvariantes da linhagem World Health Organization. Coronavirus disease (COVID-19) vaccines. Disponível em
da Ômicron em grande circulação no país. Na China foi registrado no dia 7 deste mês o maior (último acesso 08/11/2022 as 21:42h):
número de infecções por COVID-19 nos últimos seis meses, com o retorno da adoção de https://www.who.int/emergencies/diseases/novel-coronavirus-2019/covid-19-vaccines
algumas medidas restritivas no país.
World Health Organization. Coronavirus disease (COVID-19) science conversation.
No Brasil, se confirmada uma nova onda, será a terceira registrada no país em menos de um Disponível em (último Acesso: 08/11/2022 as 20:16h):
ano, todas ocasionadas pela linhagem da Ômicron. A primeira, entre dezembro de 2021 e https://www.who.int/emergencies/diseases/novel-coronavirus-2019/media-resources/science-
fevereiro de 2022, foi provocada pela subvariante “BA.1” ; a segunda, entre maio e julho, foi in-5
causada pelas subvariantes “BA.4” e “BA.5”, que são, hoje, as que circulam no Brasil com maior
prevalência. Todas muito menos graves que as ondas ocorridas nos anos anteriores, graças ao World Health Organization. COVID-19 vaccines/Explainers. Disponível em (último acesso
processo de imunização da população, que conferiu imunidade mesmo que parcial e também a 08/011/2022 as 19:10h):
característica de pouca gravidade que as subvariantes dessa linhagem tem demonstrado até o https://www.who.int/emergencies/diseases/novel-coronavirus-2019/covid-19-vaccines/
momento. explainers

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Prefeitura Municipal de Queimados/RJ

GLAUCO BARBOSA HOFFMAN KAIZER


Prefeito

Secretaria Municipal de Saúde

MARCELLE NAYDA PIRES PEIXOTO


Secretária

Subsecretaria Adjunta de Vigilância em Saúde

ANA SARA SEMEÃO DE SOUZA


Subsecretária

Departamento de Epidemiologia, Informação e


Análise de Indicadores de Saúde

MARCOS THADEU FERNANDES LAGROTTA


Diretor

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