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instituicoes-oferecem-pos-graduacao-sem-credenciamento

Mesmo com proibição do MEC, instituições oferecem pós-graduação


sem credenciamento
POR EGLE LEONARDI. POSTADO EM GUIA DE CARREIRAS - 26561

Farmacêutico, você tem certeza absoluta de que o curso de pós-


graduação que está fazendo (ou pretende fazer) tem o credenciamento do
Ministério da Educação (MEC)? Se você tiver uma ponta de dúvida, vá
atrás dessa informação, pois cursos sem credenciamento não são
reconhecidos e seu diploma servirá para muito pouco no mercado de
trabalho. Vale lembrar que a Resolução 1, de 6 de abril de 2018, do MEC,
em seu Art. 2º, preconiza que os cursos de pós-graduação lato sensu só
podem ser oferecidos por instituições com o devido credenciamento do
MEC. Portanto, aqueles que não o tiverem, operam ilegalmente e os
certificados emitidos por eles não são válidos.
Antes de continuar com esta matéria de prestação de serviços ao leitor, é
importante salientar que o ICTQ – Instituto de Pesquisa e Pós-Graduação
para o Mercado Farmacêutico, embora seja devidamente credenciado pelo
MEC, não pretende denegrir a imagem de qualquer instituição que opere
neste segmento. O objetivo, aqui, é evitar que os farmacêuticos sejam
lesados ou que tomem decisões baseadas em informações incorretas. Dito
isso, vamos aos fatos.
Apesar de a Resolução 1/18, do MEC, ser bem objetiva com relação à
proibição da atuação de instituições sem o devido credenciamento,
diversas empresas no segmento de educação farmacêutica continuam
disponibilizando cursos de pós-graduação sem o devido credenciamento.
Como elas estariam fazendo isso? A prática é simples: elas estariam
comprando os certificados de outras faculdades já credenciadas para
aparentar que operam legalmente. Entretanto, essa prática não é legal.
O pior é que, quando os farmacêuticos procuram essas instituições
perguntando sobre o credenciamento, geralmente a resposta é a mesma:
elas afirmam operar com o credenciamento do MEC (mesmo que isso,
supostamente, seja comprado de outras faculdades). Aí e que mora o
problema! As empresas de cursos sem reconhecimento distorcem a
resolução vigente com interpretações infundadas – tudo isso para ludibriar
seus alunos e dar continuidade à operação.
Mediante o cenário de irregularidade na especialização de farmacêuticos,
o ICTQ buscou esclarecimentos junto ao MEC, tentando elucidar a
questão de quais instituições, de fato, ofertam cursos reconhecidos pelo
Ministério da Educação.
O Instituto questionou, ainda, objetivamente, sobre os cursos das
instituições: Associação Brasileira Redes Farmácias Drogaria (Abrafarma)
e do Instituto Brasil de Pós-Graduação, Capacitação e Assessoria (IBras).
Em resposta, o presidente da Câmara de Educação Superior do MEC,
Antônio de Araújo Freitas Junior, disse, no ofício número 71/2019: “Essas
empresas (Abrafarma e Ibras) mencionadas na consulta não possuem
autorização para ofertar cursos de Pós-Graduação Lato Sensu, ou seja,
não possuem registro no sistema e-MEC, como IES devidamente
credenciada pelo MEC”. Ressaltou ainda que ilegal a atividades de ambas
empresas ao estabelecer parceria com a Faculdade Cathedral para
certificação.
As irregularidades
Ao que parece, algumas empresas vêm cometendo irregularidades quando
mantêm cursos de pós-graduação para farmacêuticos sem atender à
Resolução 1/18, do MEC.
Um desses desvios são as supostas parcerias fechadas entre uma
faculdade credenciada no MEC e um instituto de pós-graduação sem
credenciamento neste órgão. Segundo a Resolução 01/18, no parágrafo
2º, do artigo 2º, essa parceria é expressamente proibida. Em teoria, a
parceria entre a Faculdade Cathedral e o Instituto Ibras, por exemplo, é
ilegal conforme a resolução e o parecer do MEC, enviado ao ICTQ.
Outro ponto fundamental da questão: a venda, ou oferta em sites e redes
sociais de cursos de especialização lato sensu, realizada por empresas
não credenciadas no MEC, como Instituto Racine, CSA – Centro de
Soluções Analíticas, Ibras e Abrafarma, é ilegal, de acordo com o artigo 2º,
inciso I, da resolução 01/18 do Ministério. Isso significa dizer que uma

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instituição (não credenciada) não pode funcionar como um simples
representante comercial de uma faculdade credenciada. Caso haja algum
acordo nesse sentido, ambas as empresas têm de ser devidamente
credenciadas.
Somado a todas estas irregularidades, há outro fator a ser considerado: o
certificado de pós-graduação reconhecido pelo MEC deve ser emitido pela
instituição que, efetivamente, ministrou o curso, de acordo com a
Resolução 01/18, em seu artigo 8°, parágrafo 1°. Vale dizer que, se o
contrato de matrícula, o boleto de pagamento, o coordenador, os
professores e os slides das aulas são de uma instituição não credenciada
pelo MEC, outra faculdade credenciada não pode certificar esses cursos
executados por essas empresas.
Descubra se seu curso é reconhecido pelo MEC
Em abril de 2018, logo após a publicação da Resolução do MEC, o ICTQ
já havia publicado matéria em seu Portal de Conteúdo, explicando o tema,
sob o título MEC Muda Regras Para Cursos De Pós-Graduação Lato
Sensu. Na ocasião, a matéria já ensinava como descobrir se cada
instituição de ensino tem o credenciamento do MEC ou não. Somado a
isso, em julho de 2018, o próprio fundador do ICTQ, Marcus Vinicius de
Andrade, fez um vídeo explicando detalhadamente o tema, que pode
ser acessado neste link.
O fato é que é extremamente importante realizar a pesquisa e considerá-la
no momento de decidir onde fazer sua pós-graduação. Escolher a
instituição correta garante um certificado reconhecido pelo MEC com
relevância e validade no mercado de trabalho.
A regularidade dos cursos pode ser verificada no cadastro do e-MEC, um
sistema eletrônico do Ministério da Educação para consulta on-line sobre a
situação das empresas credenciadas. Acompanhe esse passo a passo
para verificar a instituição:
1 - Acesse: http://emec.mec.gov.br/emec/nova
2 - Clique em consulta avançada.
3 – Selecione a opção “Buscar por: Instituição de Ensino Superior”.
4 – Preencha o nome da instituição, ignore os demais dados do formulário
e preencha o código de verificação.
5 – Clique em pesquisar.
6 – Fique atento à barra de rolagem, pois o resultado pode ser visualizado
logo abaixo do formulário.

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7 – Faça a verificação em todas as abas localizadas acima da página, com
especial atenção à aba Processos e-MEC. Assim será fácil descobrir se a
instituição tem ou não credenciamento junto ao Ministério.
Como denunciar
A nota emitida, com exclusividade ao ICTQ, pelo Ministério da Educação,
Secretaria de Regulação e Supervisão da Educação Superior do MEC, por
meio de sua assessoria de imprensa, em 28 de março de 2019, diz que os
certificados de pós-graduação válidos são aqueles emitidos pelas
instituições relacionadas no art. 2º da Res. CNE/CES nº 1/18. “As
entidades sem credenciamento ou instituições que ministrarem
irregularmente cursos de pós-graduação lato sensu devem ser
denunciadas ao MEC em conformidade com o que se encontra previsto no
Decreto nº 9.235/2017, artigos 65 e 66. Para isso, estão disponíveis os
canais do Fale Conosco do MEC, seja por telefone (0800 606161) ou pela
página eletrônica do Ministério da Educação”.
A Secretaria afirma ainda que as entidades sem credenciamento não são
supervisionadas pelo MEC. A atuação de entidades sem credenciamento
deve ser comunicada aos órgãos de defesa dos direitos difusos e do
cidadão que instaurará inquérito investigativo. “Se for constatada atuação
irregular de instituição credenciada em parceria com entidades sem
credenciamento para atuação irregular na oferta de cursos superiores,
essas instituições credenciadas se sujeitam aos procedimentos de
supervisão previstos no Decreto nº 9.235/2017 (artigos 62 a 75), cujas
penalidades a que se sujeitam as IES em atividade irregular encontram-se
previstas no art. 63 Decreto nº 9.235/2017”, diz a nota.
Vale lembrar que o MEC não tem mecanismos fiscalizadores para tal. O
termo mais adequado usado pelo Ministério são procedimentos de
supervisão: “Conforme as fases previstas no decreto citado (procedimento
preparatório, procedimento saneador e procedimento sancionador), a
supervisão dispõe, segundo a Lei nº 9784/99, de medidas de caráter
cautelar que podem ser aplicadas nos processos de supervisão, com a
devida observância ao direito de recurso da IES. Um importante
instrumento nos processos de supervisão para obtenção de elementos
para a decisão de processos de supervisão são as visitas de comissão,
que podem ser determinadas em qualquer das fases do processo”, explica
a nota do MEC.
Minha instituição não é credenciada. O que fazer?
É triste afirmar, mas é a pura realidade: se o seu curso de pós-graduação
não tem credenciamento no MEC, seu certificado não é válido.

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De acordo com o advogado, Marcos César Gonçalves de Oliveira, as
entidades não credenciadas junto ao MEC não podem executar atividades
acadêmicas e prerrogativas institucionais e, simultaneamente, intermediar
a expedição de certificado de curso como se outra instituição o tivesse
feito. “Caso o faça, o curso é formalmente considerado curso livre, sem
validade de curso de pós-graduação. Assim, em qualquer situação em que
se exija do aluno a apresentação de certificado, o reconhecimento do título
pode vir a ser negado”, afirma ele.
No caso, os alunos serão prejudicados, por exemplo, em situações nas
quais usualmente se exige a apresentação de certificado: processos
seletivos de empresa privadas, concursos públicos, matrícula em
instituição de ensino que exija pré-requisito etc.
Aos alunos que se sentirem prejudicados com o não credenciamento da
instituição onde cursaram a pós-graduação, Oliveira dá uma orientação:
“Eles podem pedir reparação pelos prejuízos sofridos perante o Poder
Judiciário, tanto os de ordem material como os de ordem moral”.
Além disso, ele explica que as entidades que intermediam a expedição do
certificado de maneira irregular podem vir a ser condenadas a reparar o
dano material e moral coletivo gerado (por ferir o direito da coletividade
dos alunos) e, ainda, pelos danos individuais gerados aos alunos que
ingressarem com ação judicial.
“As instituições credenciadas que “vendem” o credenciamento podem ser
igualmente condenadas nos mesmos termos e, além disso, podem vir a
perder o credenciamento junto ao MEC”, alerta Oliveira.
Aos que ainda estão em curso, o momento de agir é agora. Não vale a
pena esperar, pois a situação é premente. Vale uma dica: é possível tentar
uma transferência para uma instituição credenciada e pedir uma avaliação
específica de cada caso.
12 instituições que não têm credenciamento no MEC e vendem
ilegalmente, Pós-Graduação sem reconhecimento para
farmacêuticos, de acordo com o Ministério da Educação:
1 - Abrafarma – vende ilegalmente Pós-Graduação com certificados da
Faculdade Cathedral;

2 - CSA – Centro de Soluções Analíticas – vende ilegalmente Pós-


Graduação com certificados da Faculdade Cambury;

3 - Ibras - vende ilegalmente Pós-Graduação com certificados da


Faculdade Cathedral;

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4 – Instituto Racine - vende ilegalmente Pós-Graduação com certificados
da Faculdade Inovare;

5 - Dalmas - vende ilegalmente Pós-Graduação com certificados da


Faculdade Cambury;

6 - Instituto Hone – vende ilegalmente Pós-Graduação com certificados da


FACOM;

7 - Instituto Pessoa - vende ilegalmente Pós-Graduação com certificados


da Facunicamps;

8 - IEPG – vende ilegalmente Pós-Graduação com certificados da Uniube


e Faculdade Oswaldo Cruz;

9 - Capacitare – vende ilegalmente Pós-Graduação com certificados da


Faculdade Iporá;

10 - IFAR – vende ilegalmente Pós-Graduação com certificados da LS


Educacional;

11 - Incursos – vende ilegalmente Pós-Graduação com certificados do


Censuteg;

12 - Instituto Plattinum – vende ilegalmente Pós-Graduação com


certificados da FAC-DF.

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