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Cálculo Diferencial em ‘
A definição e cálculo da derivada de uma função real de variável real, bem como algumas
das suas aplicações, são o objeto de estudo deste capítulo. Embora o tema seja já conhecido
pelos alunos, aconselha-se um estudo cuidado desta matéria, pois serão abordados assuntos que
não foram estudados no ensino secundário e, alguns que foram estudados, serão analisados com
mais pormenor. Acrescenta-se ainda que o bom conhecimento desta matéria é fundamental para a
compreensão do capítulo seguinte.
2.1 Derivadas
A velocidade média nada diz sobre a velocidade num determinado instante. Por exemplo,
às 14:30 o velocímetro poderia registar '! ou %&, ou o automóvel poderia mesmo estar parado.
Para determinar a taxa à qual o automóvel está a viajar às 14:30, é necessário conhecer o seu
movimento ou posição próxima a esse instante. Admita-se, por exemplo, que às 14:30 o automóvel
estava a "#!O7 de E e às 14:35 a "#'O7 de E. Tendo em conta estes valores, a velocidade
média nesses 5 minutos foi de
'
@7 œ " œ (#O7Î2
"#
Cálculo Diferencial em ‘ 35
Este resultado não dá uma indicação precisa da velocidade às 14:30 pois, por exemplo, o
automóvel poderia estar a deslocar-se muito lentamente às 14:30, aumentando em seguida a
velocidade de modo a chegar às 14:35 ao ponto que dista "#'O7 de E. É evidente que se obtém
uma aproximação melhor ao utilizar a velocidade média durante um intervalo de tempo menor. O
melhor, seria mesmo tomar intervalos de tempo cada vez menores na vizinhança das 14:30 e
estudar a velocidade média em cada intervalo, o que conduz a um processo de limite (neste ponto,
recomenda-se uma revisão ao estudo dos limites de funções).
Quanto mais próximo de zero estiver ?>, mais próxima da velocidade de T no instante +,
@+ , estará @7 . Define-se assim a velocidade como um limite, quando ?> tende para zero, de @7 ,
conforme a definição seguinte.
2.1.1 Definição
Seja T um ponto que percorre uma reta coordenada, de modo que a sua coordenada no
instante > é =Ð>Ñ. A velocidade, ou velocidade instantânea, @+ de T no instante + é dada por
=Ð+ ?>Ñ =Ð+Ñ
@+ œ lim
?>Ä! ?>
desde que o limite exista.
36 Análise Matemática I
2.1.2 Exemplo
Calcular a velocidade do movimento uniformemente acelerado num instante qualquer > e
"
no instante > œ #, se a lei do movimento for = œ 1># (1 œ *ß ) 7Î=# ).
#
"
No instante > œ # tem-se À =Ð#Ñ œ 1 ‚ % œ #1.
#
" "
No instante # ?> tem-se: =Ð# ?>Ñ œ 1Ð# ?>Ñ# œ 1Ð% ?># %?>Ñ.
# #
Donde,
"
=Ð# ?>Ñ =Ð#Ñ #
1Ð% ?># %?>Ñ #1 "
œ œ #1 1?>.
?> ?> #
Portanto,
@ œ lim Œ#1 1?> œ #1.
"
?>Ä! #
O conceito apresentado na definição anterior pode ser generalizado a qualquer função real
de variável real (num certo intervalo). Naturalmente, adapta-se a terminologia do fenómeno que a
função em causa representa. Veja-se como:
2.1.3 Definição
Seja C œ 0 ÐBÑ uma função definida, pelo menos, num intervalo centrado em + − ‘. Diz-se
que 0 é derivável em +, 0 é diferenciável em +, ou ainda que 0 tem derivada em +, se
0 Ð+ ?BÑ 0 Ð+Ñ
existir lim .
?BÄ! ?B
0 Ð+ ?BÑ 0 Ð+Ñ
lim representa-se por 0 w Ð+Ñ e designa-se por derivada de 0 em +.
?BÄ! ?B
2.1.4 Interpretação da derivada como uma taxa de variação: 0 w Ð+Ñ representa a taxa de
variação instantânea de C œ 0 ÐBÑ em relação a B quando B œ + (cf. o conceito de
velocidade instantânea de um objeto em movimento retilíneo).
Cálculo Diferencial em ‘ 37
2.1.5 Interpretação da derivada como a inclinação da reta tangente:
Considere-se a figura seguinte que representa uma porção do gráfico da função C œ 0 ÐBÑ.
y=f(x)
f(a) M0
a x
y
M1
f(a+Δx)
) Δy
M0 φ
f(a)
Δx
φ α
a a+Δx
x
Traçada a secante Q! Q" , designe-se por : o ângulo formado por esta secante com o eixo
das abcissas.
De acordo com a última figura tem-se
0 Ð+ ?BÑ 0 Ð+Ñ
>1 : œ Þ
?B
Se 2 tender para zero, o ponto Q" desloca-se ao longo da curva aproximando-se
indefinidamente de Q! . A secante Q! Q" move-se em torno de Q! e o ângulo : varia com ?B,
tendendo para um limite α.
A reta que passa por Q! e forma o ângulo α com o eixo SB é a tangente à curva que
representa o gráfico de 0 ÐBÑ no ponto Q! Þ O declive dessa reta tangente é
>1 α œ lim >1 :. Portanto,
?BÄ!
O declive da reta tangente ao gráfico da função C œ 0 ÐBÑ no ponto Ð+ß 0 Ð+ÑÑ é dado por
0 Ð+ ?BÑ 0 Ð+Ñ
lim œ 0 w Ð+Ñ
?BÄ! ?B
38 Análise Matemática I
Conhecido o declive da reta tangente ao gráfico da função C œ 0 ÐBÑ no ponto Ð+ß 0 Ð+ÑÑ,
deduz-se facilmente a equação desta reta:
2.1.7 Exemplo
Escrever a equação da reta tangente à parábola de equação C œ B# " no ponto de
abcissa ".
ÐB ?BÑ# " ÐB# "Ñ ?B# #B?B
C w œ lim œ lim œ #B
?BÄ! ?B ?BÄ! ?B
Portanto, C w Ð"Ñ œ # e a equação pedida é: C œ #ÐB "Ñ ! Í C œ #B #.
2.1.8 A reta normal à representação gráfica de 0 ÐBÑ no ponto Ð+ß 0 Ð+ÑÑ é uma reta que passa
neste ponto e é perpendicular à reta tangente ao gráfico de 0 ÐBÑ neste ponto. Daí que o
"
seu declive seja w
quando 0 w Ð+Ñ Á !.
0 Ð+Ñ
Assim, a equação da reta normal ao gráfico de 0 no ponto Ð+ß 0 Ð+ÑÑ é dada por
Ú "
Cœ ÐB +Ñ 0 Ð+Ñ se 0 w Ð+Ñ Á !
Û 0 w Ð+Ñ
ÜB œ + se 0 w Ð+Ñ œ !
Note-se que se a tangente a uma curva no ponto de abcissa + forma um ângulo de *!º com
o eixo SB, isto é, se ela é paralela ao eixo SC, ou seja, se ela não tem declive, então não existe
derivada da função em B œ +.
Têm-se os seguintes conceitos:
2.1.9 Definição
Se 0 tem derivada em + dizemos que Ð+ß 0 Ð+ÑÑ é um ponto ordinário de 0 . Caso contrário,
Ð+ß 0 Ð+ÑÑ é um ponto singular de 0 .
Cálculo Diferencial em ‘ 39
Além dos casos em que a reta tangente ao gráfico de 0 em Ð+ß 0 Ð+ÑÑ é paralela ao eixo das
ordenadas, existem outras situações em que não existe derivada de uma função num ponto.
Considere-se, por exemplo, a função
0 ÐBÑ œ œ
Bß ! Ÿ B Ÿ "
2.1.10
#B "ß " + B Ÿ #
?B + ! Ð?B Ä ! Ñ . Tem-se,
0 Ð" ?BÑ 0 Ð"Ñ #Ð" ?BÑ " " # #? B #
lim œ lim œ lim œ #à
?BÄ! ?B ?BÄ! ?B ?BÄ! ?B
2.1.11 Definições
Seja C œ 0 ÐBÑ e + − H0 Þ
0 Ð+ ?BÑ 0 Ð+Ñ
1. Se existir lim , diz-se que 0 é derivável à esquerda de + e a este
?BÄ! ?B
limite chama-se a derivada à esquerda de 0 em +Þ Representa-se por 0/w Ð+ÑÞ
0 Ð+ ?BÑ 0 Ð+Ñ
2. Se existir lim , diz-se que 0 é derivável à direita de + e a este limite
?BÄ! ?B
chama-se a derivada à direita de 0 em +Þ Representa-se por 0.w Ð+ÑÞ
40 Análise Matemática I
2.1.12 Teorema
Seja C œ 0 ÐBÑ uma função definida, pelo menos, num intervalo centrado em + − ‘.
0 tem derivada em + se e só se 0 é derivável à esquerda e à direita de + e 0/w Ð+Ñ œ 0.w Ð+Ñ.
Tem-se 0/w Ð+Ñ œ 0.w Ð+Ñ œ 0 w Ð+ÑÞ
2.1.13 Exemplos
1. Relativamente à função dada em 2.1.10, pode-se dizer que 0.w Ð"Ñ œ #ß 0/w Ð"Ñ œ " e que,
tal como já se tinha constatado, 0 não é derivável em B œ " porque 0.w Ð"Ñ Á 0/w Ð"Ñ.
Ú
2. Seja 0 ÐBÑ œ Û
"
B -9= =/ B , !
Ü B =/ B Ÿ !
B . Verificar se 0 é diferenciável em B œ !
2.1.14 Exercícios
1. Verifique se a função 1Ð>Ñ œ œ
Ð> $Ñ# "ß ! Ÿ > + $
é diferenciável em > œ $Þ
#> &ß $Ÿ>Ÿ&
2.1.15 Definição
Uma função 0 é derivável no intervalo Ó+ß ,Ò ÐÓ+ß ,Ò © H0 Ñ se 0 é derivável em todos os
pontos de Ó+ß ,Ò.
Uma função 0 é derivável no intervalo Ò+ß ,Ó ÐÒ+ß ,Ó © H0 Ñ se 0 é derivável em Ó+ß ,Ò, à
direita de + e à esquerda de , .
2.1.16 Exemplos
1. A função definida em 2.1.10 é derivável em Ò!ß "Ó e em Ò"ß #Ó (mas não em Ò!ß #Ó!).
Cálculo Diferencial em ‘ 41
Um dos conceitos fundamentais do Cálculo é o de derivada de uma função, que se
apresenta de seguida.
2.1.17 Definição
Chama-se derivada da função C œ 0 ÐBÑ em relação a B, ao limite (se existir) para o qual
tende a razão do crescimento da função e o crescimento da variável independente, quando
.C .
este último tende para zero. Representa-se por 0 w ÐBÑß Cw ß CBw ß ß 0 ÐBÑß ÞÞÞ
.B .B
0 ÐB ?BÑ 0 ÐBÑ
0 w ÐBÑ œ lim
?BÄ! ?B
O processo de passagem ao limite segundo o qual se obtém 0 w ÐBÑ a partir de 0 ÐBÑ define
um modo de obter uma nova função, 0 w , a partir de uma dada função 0 . A este processo chama-
-se derivação de 0 (ou diferenciar 0 ou determinar a derivada de 0 Ñ e 0 w é chamada a primeira
derivada de 0 ou, simplesmente, a derivada de 0 .
O domínio da função 0 w consiste em todos os números reais para os quais 0 é
diferenciável, e também, possivelmente, em pontos extremos do domínio de 0 .
2.1.18 Exemplo
Seja 1ÐBÑ œ B# . Determinar a derivada de 1Þ
2.1.19 Exemplo
Retome-se o último exemplo. Para se calcular 1w Ð$Ñ pode-se fazer:
1w ÐBÑ œ #B. Portanto, 1w Ð$Ñ œ # ‚ $ œ '
ou
Ð$ ?BÑ# *
1w Ð$Ñ œ lim œ lim ?B ' œ'
?BÄ! ?B ?BÄ!
2.1.20 Definições
Se 0 w é uma função real de variável real, pode ter derivada. Esta, se existir, representa-se
por 0 w w e chama-se a segunda derivada de 0 .
De modo análogo, a terceira derivada de 0 é a primeira derivada de 0 w w e representa-se por
w
0 w w ; a derivada de ordem 8 de 0 (8 , $Ñ representa-se por 0 Ð8Ñ e define-se como sendo a
primeira derivada de 0 Ð8 "Ñ
.
42 Análise Matemática I
De um modo geral, chamam-se derivadas de ordem superior as derivadas diferentes da
primeira. Existem outras notações para estas funções. Admitindo que C œ 0 ÐBÑ, algumas delas são:
w .# C .$ C .% C .8 C
Cw w ß C w w ß C Ð%Ñ ß â ß C Ð8Ñ ; ß ß ß â ß
.B# .B$ .B% .B8
2.1.21 Exemplo
Retome-se a função 1ÐBÑ œ B# .
Sabe-se que a sua primeira derivada é definida por 1w ÐBÑ œ #B. A segunda derivada de 1ÐBÑ,
1w w ÐBÑ, é a função derivada de 1w ÐBÑ, isto é,
w #ÐB ?BÑ #B
1w ÐBÑ œ lim œ #.
?BÄ! 2
ww # #
Também se pode acrescentar que 1w ÐBÑ œ 1Ð8Ñ ÐBÑ œ lim œ !.
?BÄ! ?B
Derivabilidade e Continuidade
f(x)=|x|
0 ÐBÑ œ œ
B =/ B !
B =/ B + !
?B ! ?B !
0.w Ð!Ñ œ lim ?B
œ "à 0/w Ð!Ñ œ lim ?B
œ "
?BÄ! ?BÄ!
Este exemplo permite concluir que nem toda a função contínua em B œ + é diferenciável
em B œ +. No entanto, o contrário já não se verifica:
Cálculo Diferencial em ‘ 43
2.1.22 Teorema
Se uma função 0 ÐBÑ é diferenciável em B œ +, então ela é contínua em B œ +.
Demonstração:
Admita-se que 0 é derivável em B œ +.
Ora,
0 Ð+ ?BÑ 0 Ð+Ñ 0 ÐBÑ 0 Ð+Ñ
0 w Ð+Ñ œ lim œ lim
?BÄ! ?B Ð? B œ B +Ñ BÄ+ B +
e
0 ÐBÑ 0 Ð+Ñ
0 ÐBÑ 0 Ð+Ñ œ ‚ ÐB +Ñ
B +
Portanto,
0 ÐBÑ 0 Ð+Ñ
lim 0 ÐBÑ 0 Ð+Ñ œ lim ‚ lim B + œ 0 w Ð+Ñ ‚ ! œ !
BÄ+ BÄ+ B + BÄ+
Como,
lim 0 ÐBÑ 0 Ð+Ñ œ 0 Í lim 0 ÐBÑ œ 0 Ð+Ñ, conclui-se que 0 é contínua em B œ +.
BÄ+ BÄ+
2.1.23 Deste teorema deduz-se que uma função não é diferenciável nos seus pontos de
descontinuidade.
Como se verificou, a derivada de uma função é um limite. Este, nem sempre se calcula
facilmente. Para simplificar o cálculo das derivadas, organizou-se uma tabela com alguns
resultados conhecidos, cuja demonstração se omite mas que pode ser encontrada num bom livro
de Análise Matemática.
Esta tabela divide-se em duas partes distintas: a primeira contém as regras da álgebra das
derivadas; a segunda apresenta a derivadas de algumas funções, nomeadamente, de funções
trigonométricas diretas, inversas e hiperbólicas, da função logarítmica e da função exponencial.
44 Análise Matemática I
œ Derivadas œ
Sejam ? e @ funções reais de uma variável real, B, 8 um número natural, α um número real e +
um número real positivo diferente de ".
Regras de Derivação
w
• ?@ œ @?@ " ?w @w ?@ 68 ?
1Þ Bw œ " 2Þ αw œ !
3Þ ˆ68 B‰ œ 4Þ ˆ691+ B‰ œ
w " w "
B B 68+
9Þ ˆ>1 B‰ œ
w "
œ Ð" >1# BÑ œ =/- # B
-9=# B
10Þ ˆ-9>1 B‰ œ
w "
œ Ð" -9>1# BÑ œ -9=/- # B
=/8# B
Cálculo Diferencial em ‘ 45
2.1.24 Exercícios
3. A partir da definição das funções hiperbólicas demonstre que
" "
Ð>12 BÑw œ Ð-9>12 BÑw œ
-9=2# B =/82# B
4.6. C œ È$?
$ " "
4.5. 2ÐBÑ œ B # #B # %B # "
4.8. >Ð)Ñ œ È
" B
4.7. >ÐBÑ œ &
Ð"!)# (Ñ$
ÐB "Ñ# B #
$B %
5.1. C œ 5.2. 2Ð?Ñ œ +<->1? 5.3. 0 ÐBÑ œ Ð>1BÑw
B "
9. Um balonista, a ")!7 acima do solo, deixa cair do balão um saco com areia. Após >
segundos, o saco de areia está a ")! &># metros do solo.
9.1. A que distância do solo se encontra o saco após % segundos?
9.2. Qual a distância percorrida pelo saco nos primeiros # segundos?
9.3. Com que velocidade o saco atinge o solo?
46 Análise Matemática I
10. Determine as equações da reta tangente e da normal às seguintes curvas, nos pontos
indicados:
10.4. 1ÐBÑ œ È%
#
10.3. 2ÐBÑ œ ß B! œ " B# ß B! œ #
B $
2.1.26 Exemplos
1. Com base no último teorema tem-se, para C œ =/8 #B,
.C
Cw œ œ Ð=/8 ?Ñw Ð#BÑw œ # -9= ? œ # -9= #B.
.B
Cálculo Diferencial em ‘ 47
È? e ? œ B
#
" .C
2. Sabendo que C œ $? , calcular .
B .B
C é uma função composta (é função de ? que, por sua vez, é função de B). Pela regra da
cadeia,
œ Š$ ‹‚ œ Š$ ‹‚
#B# ÐB# B# "
#È ?
.C .C .? " "Ñ "
#É B B "
œ
.B .? .B B# # B#
C œ $Š ‹ Ê
B# " B# "
, o que é, certamente, muito mais trabalhoso.
B B
Pode-se considerar C œ 0 ÐBÑ como sendo a composição de mais de duas funções. Para
C œ =/8 ÐÐ68 BÑ$ Ñ pode-se fazer
C œ =/8 ?ß ? œ @$ e @ œ 68 B.
2.1.27 Exercícios
12. Calcule a função derivada das seguintes funções.
12.1. 1Ð<Ñ œ =/8Ð#< "Ñ 12.2. 0 ÐBÑ œ =/8$ ÐB$ Ñ
-9=È
>
12.3. >ÐBÑ œ =/8B >1B# $
B 12.4. <Ð>Ñ œ / # /+<-=/8>
13.2. 0 Ð1ÐBÑÑ œ È
$
1ÐBÑ 1ÐBÑ œ =/8B
#?
13.3. 0 Ð?Ñ œ / ? œ 68> > œ B# "
48 Análise Matemática I
14. Seja 0 Ð?Ñ œ ?=/8? e ? œ È$> . Utilizando o teorema da função composta, determine
0 Œ .
. 1#
.> $
15. Sejam 0 ß 2 e 1 f.r.v.r. diferenciáveis tais que 0 ÐBÑ œ 2Ð1ÐBÑÑ. Sabendo que 2 $ œ "ß
"
1 # œ $ß 2w $ œ % e 1w # œ , determine a equação da reta tangente à curva de 0 ÐBÑ no
#
ponto B œ #.
2.1.28
A equação %B# #C œ ' é equivalente a C œ #B# $. Por isso, diz-se que C é uma função
implícita de B.
ŠSe fizermos C œ 0 ÐBÑ œ #B# $ na equação %B# #C œ ', obtemos
%B# #Ð#B# $Ñ œ ' Í %B# %B# ' œ ' Í ' œ '‹.
Algumas equações em B e em C podem definir mais de uma função implícita. Por exemplo,
B# C# œ " define, implicitamente, duas funções:
C œ 0 ÐBÑ œ È" B# e C œ 1ÐBÑ œ È" B#
É possível dar condições sob as quais uma função implícita existe e é diferenciável em
pontos do seu domínio. No entanto, no âmbito desta unidade curricular, admiti-se sempre que
equação dada em B e em C define uma função diferenciável 0 tal que, se C é substituido por 0 ÐBÑ,
a equação torna-se uma identidade para todo o B no domínio de 0 . Pode-se então achar a derivada
de 0 pelo método da diferenciação implícita, segundo o qual se diferencia cada termo da equação
em relação a B.
.C
Se C œ 0 ÐBÑ, com 0 ÐBÑ uma função desconhecida, faz-se Cw œ 0 w ÐBÑ ou œ 0 w ÐBÑ e
.B
escreve-se, por exemplo,
. 8 . 8 " .C
ÐC Ñ œ 8C8 " Cw ou ÐC Ñ œ 8C8
.B .B .B
Cálculo Diferencial em ‘ 49
2.1.29 Exemplos
1. Supondo que a equação C% $C %B$ œ &B " define, implicitamente, uma função
diferenciável 0 tal que C œ 0 ÐBÑ, determine a sua derivada.
. % . .C .C
ÐC $C %B$ Ñ œ Ð&B "Ñ Í %C $ $ "#B# œ & Í
.B .B .B .B
.C .C & "#B#
Í Ð%C $ $Ñ œ & "#B# Í œ , desde que %C $ $ Á !Þ
.B .B %C $ $
2.1.30 Exercícios
16. Admitindo que as seguintes funções definem, implicitamente, uma função
diferenciável 0 tal que C œ 0 ÐBÑ, determine Cw Þ
16.1. #B$ B# C C$ œ "
16.2. #B ÈBC C$ œ "'
16.3. B# È=/8C C# œ "
17. Seja C œ 0 ÐBÑ uma função diferenciável definida implicitamente por =/8$ $C œ B# C.
Determine a equação da reta normal ao gráfico de C œ 0 ÐBÑ no ponto ˆÈ1ß 1‰Þ
50 Análise Matemática I
2.2 Aplicações das Derivadas
Nesta secção serão estudados processos de obter dados sobre uma função a partir da sua
derivada: o valor aproximado duma função num ponto onde é difícil, ou mesmo impossível, calcular
o valor exato; detetar raízes reais de uma equação e representar graficamente uma função
indicando, com precisão, os intervalos onde a função é crescente e onde é decrescente. A partir
destes intervalos, é possível conhecer os maiores e os menores valores da função, informação que
é da maior importância em aplicações que envolvem tempo, volume, pressão, lucros, despesas e,
de um modo geral, qualquer grandeza que possa ser representada por uma função.
Acréscimos e Diferenciais
.C
Como se sabe, a derivada de C œ 0 ÐBÑ pode ser representada por . Este é apenas um
.B
"símbolo", tal como Cw . Nesta secção, é introduzida terminologia e notação que permite encarar
.C
como um quociente.
.B
Como se viu atrás, se B varia de B" a B# denota-se essa variação por ?B, isto é,
?B œ B# B" (B# œ ?B B" ). A ?B chama-se acréscimo de B.
Cálculo Diferencial em ‘ 51
Geometricamente,
y
y=f(x)
f(x2)
Δy
f(x1)
Δx
x1 x2 x
2.2.1 Exercício
Se C œ $B# &, determine ?C para B œ # e ?B œ !Þ".
2.2.2 Definição
Se C œ 0 ÐBÑ é derivável em B, o diferencial da variável dependente, .C, é dado por
.C œ 0 w ÐBÑ?B e o diferencial da variável independente, .B, é dado por .B œ ?B.
Sabe-se, por 2.1.17, que se C œ 0 ÐBÑ é uma função derivável em Ò+ß ,Ó, então
?C
aB − Ò+ß ,Ó, 0 w ÐBÑ œ lim Þ
?BÄ! ?B
?C
Sendo assim, quando ?B Ä !, difere de 0 w ÐBÑ por uma quantidade infinitamente
?B
pequena:
?C
œ 0 w ÐBÑ α Ð lim α œ !Ñ
?B ?BÄ!
?C 0 w ÐBÑ?B α?B α
lim œ lim œ" lim œ" !œ"
?BÄ! .C ?BÄ! 0 w ÐBÑ?B ?BÄ! 0 w ÐBÑ
Por consequência, ?C ¸ .C. Por outras palavras, se C œ 0 ÐBÑ então .C pode ser usado
como aproximação da variação exacta ?C correspondente a uma pequena variação em Bß ?B.
52 Análise Matemática I
Interpretação geométrica dos diferenciais:
y y
T y=f(x) Q
Q
dy T Δy
Δy
P R P dy
Δx=dx R
Δx=dx
x x+Δx x x x+Δx x
2.2.3 Exemplo
Se C œ $B# & use .C para aproximar ?C se B varia de # a #ß ". Qual é o valor do erro
cometido nessa aproximação? Indique um valor aproximado da função em B œ #ß "Þ
Para conhecer o erro cometido nesta aproximação, é necessário conhecer o valor exato de
?C : ?C œ Ò$ ‚ Ð#Þ"Ñ# &Ó Ò$ ‚ ## &Ó œ "Þ#$
Portanto, o erro cometido é: l?C .Cl œ l"Þ#$ "Þ#l œ !Þ!$
2.2.4 Exercícios
19. Calcule o diferencial das seguintes funções, nos pontos indicados, para os
acréscimos referidos:
#
19.1. <ÐCÑ œ /C "
Cœ" .C œ !Þ#
1 1
19.2. 0 Ð)Ñ œ =/8# ) )œ .) œ
% *!
Cálculo Diferencial em ‘ 53
20. Obtenha, com auxílio de diferenciais, uma aproximação de À
20.1. Ð!ß *)Ñ% 20.2. È#&ß $ 20.3. -9>1%%º
È>
È>
"
21. Considere a função 0 Ð>Ñ œ Þ
"
Utilizando diferenciais, calcule um valor aproximado de 0 Ð$ß *)ÑÞ
22. Um triângulo isósceles tem os lados iguais com &-7 cada. Se o ângulo entre esses lados
aumenta de '!º para '#º, utilize diferenciais para aproximar a variação da área do
triângulo.
Os diferenciais são muito úteis para o cálculo de fórmulas aproximadas. Por exemplo, para
obter um fórmula do volume de uma coroa cilíndrica de altura 2, raio interior < e espessura >.
t
r
2.2.5 Exercícios
23. Obtenha, por meio de diferenciais, o aumento aproximado do volume de um cubo se
o comprimento de cada aresta varia de "!-7 para "!Þ"-7. Qual a variação exacta do
volume?
24. À medida que a areia escoa de um recipiente vai formando uma pilha cónica cuja
altura é sempre igual ao raio. Se, num dado instante, o raio é "!-7, use diferenciais
para aproximar a variação do raio que provoca um aumento de #-7$ no volume da
pilha.
54 Análise Matemática I
O estudo dos diferenciais pode parecer supérfluo no sentido em que o uso de uma
calculadora é mais eficiente. Para contrariar esta ideia, considere-se o seguinte exemplo de
utilização de diferenciais na estimativa de erros que podem ocorrer em razão de aproximação de
medidas:
2.2.6 Exemplo
Mede-se como "#-7 o raio de um balão esférico, com erro máximo de !ß !'-7. Aproxime o
erro máximo no cálculo do volume da esfera.
2.2.7 Exercícios
25. A aresta de um cubo tem $! -7, com um possível erro de medida de !ß "-7. Estime o
erro máximo possível no cálculo
25.1. Do volume do cubo
25.2. Da área de superfície do cubo
26. Um copo de papel tem a forma de um cone com "!-7 de alturaÞ Sabendo que se pode
cometer, no máximo, um erro de "% na medição do diâmetro, utilize diferenciais para
aproximar o erro percentual máximo que se pode cometer no cálculo do volume do
"
copo. (O volume do cone é Z œ 1<# 2)
$
Cálculo Diferencial em ‘ 55
Teoremas das funções regulares
2.2.8 Definição
Uma função real de variável real diz-se regular num conjunto E se é contínua em E e
derivável, pelo menos, no interior de E.
Geometricamente, se 0 é uma função regular em Ò+ß ,Ó e 0 Ð+Ñ œ 0 Ð,Ñ então existe, pelo
menos, um ponto - − Ó+ß ,Ò tal que a tangente ao gráfico de 0 , nesse ponto, é paralela ao eixo das
abcissas.
y
y=f(x)
a b
c1 c2 x
f(a)=f(b)
2.2.10 Corolário
Se 0 é uma função regular em Ò+ß ,Ó e 0 Ð+Ñ œ 0 Ð,Ñ œ ! então existe, pelo menos, um zero
da função derivada de 0 em Ó+ß ,Ò.
2.2.11 Corolário
Se 0 é regular em Ò+ß ,Ó e + e , são zeros consecutivos de 0 w , então não pode haver mais
do que um zero de 0 em Ó+ß ,Ò.
56 Análise Matemática I
2.2.12 Exemplos
1.
y y
y=f(x)
y=f(x)
a c1 c2 b a c1 c2 c3 c4 b
x x
#
2. A função 0 ÐBÑ œ " B $ anula-se em B œ " e B œ ", mas 0 w ÐBÑ não tem zeros em
Ò "ß "Ó. Como se explica este facto face ao teorema de Rolle?
$È
#
0 w ÐBÑ œ $
B
Ora, 0 w ÐBÑ não se anula entre os zeros de0 ÐBÑ, mas isto não contradiz o teorema de Rolle
porque 0 ÐBÑ não é regular em Ò "ß "Ó (porque 0 w ÐBÑ não é definida em B œ !)Þ
Defina-se a função 0 ÐBÑ œ +<->1 B BÐ#B# $Ñ, que é uma função regular, e procurem-
-se os zeros da sua derivada:
" 'B% *B# %
0 w ÐBÑ œ 'B# $œ
" B# " B#
Como 0 w ÐBÑ não tem zeros, 0 ÐBÑ tem, quando muito, um zero. Ora, 0 Ð!Ñ œ !, por isso
B œ ! é o único zero da função, ou seja, a única solução da equação dada.
2.2.13 Exercícios
27. Determine o número de soluções reais da equação $B% #B$ $B# œ "Þ
28. Use o Teorema de Rolle para demonstrar que existe, no máximo, um ponto B − Ó "ß "Ò
para o qual B$ $B , œ !ß a, − ‘Þ
Cálculo Diferencial em ‘ 57
29. Seja 2ÐBÑ œ ¸B #¸Þ Mostre que 2Ð!Ñ œ 2Ð%Ñß mas que 2w ÐBÑ nunca se anula em Ò!ß %Ó.
Este resultado contradiz o teorema de Rolle?
Se 0 é regular em Ò+ß ,Ó e 0 Ð+Ñ Á 0 Ð,Ñ, também existe, pelo menos, um ponto de abcissa
- − Ó+ß ,Ò tal que a tangente ao gráfico de 0 em Ð-ß 0 Ð-ÑÑ é paralela à reta que une os pontos Ð+ß 0 Ð+ÑÑ
e Ð,ß 0 Ð,ÑÑ:
y
y y=f(x)
f(b) f(a)
y=f(x)
f(a) f(b)
a c b x a c1 c2 b x
Em termos de taxa de variação, este Teorema garante que existe um ponto em Ó+ß ,Ò no
qual a taxa de variação instantânea é igual à taxa de variação média em Ò+ß ,Ó.
Do Teorema de Lagrange deduz-se o seguinte resultado, que se irá utilizar muitas vezes:
58 Análise Matemática I
2.2.15 Corolário
Se 0 e 1 são funções regulares em Ò+ß ,Ó, então 0 w ÐBÑ œ 1w ÐBÑ para todo o B − Ó+ß ,Ò se e só
se existe uma constante G tal que 0 ÐBÑ œ 1ÐBÑ Gß aB − Ó+ß ,Ò.
2.2.16 Exercícios
30. Seja 0 ÐBÑ œ B# e 1ÐBÑ œ B$ B# $B #. Mostre que 0Ð "Ñ œ 1Ð "Ñ e
0 Ð#Ñ œ 1Ð#Ñ, pelo que existe, pelo menos, um ponto - − Ó "ß #Ò no qual a reta tangente
a 0 em Ð-ß 0 Ð-ÑÑ é paralela à reta tangente a 1 em Ð-ß 1Ð-ÑÑ. Encontre -.
31. Suponha que 0 ÐBÑ é uma função ímpar e diferenciável em ‘. Prove que
a , − ‘ ß b - − ‘ ,ß , À 0 w Ð-Ñ œ
0 Ð,Ñ
Þ
,
Conhecido o sinal da derivada de uma função regular, num certo intervalo, sabe-se se,
nesse intervalo, a função é crescente, decrescente ou constante. De facto,
2.2.17 Teorema
Se 0 é uma função regular em Ò+ß ,Ó e
3Ñ 0 w ÐBÑ , !ß aB − Ó+ß ,Ò então 0 é estritamente crescente em Ó+ß ,Òà
33Ñ 0 w ÐBÑ + !ß aB − Ó+ß ,Ò então 0 é estritamente decrescente em Ó+ß ,Òà
333Ñ 0 w ÐBÑ œ !ß aB − Ó+ß ,Ò então 0 é constante em Ó+ß ,Ò.
2.2.18 Exemplos
"
1. Determinar os intervalos de crescimento da função 1ÐBÑ œ B -9= B.
#
A função é crescente nos intervalos em que a sua derivada é positiva. Procurem-se esses
intervalos:
"
1w ÐBÑ œ =/8 BÞ
#
" " 1 &
1w ÐBÑ , ! Í =/8 B , ! Í =/8 B , Í B − Ó#5 1 ß #5 1 1Òß 5 − ™
# # ' '
Cálculo Diferencial em ‘ 59
B& B&
2. Determinar os intervalos de decrescimento da função 2ÐBÑ œ 68 B Þ
& #&
B% B%
2w ÐBÑ œ B% 68 B & &
œ B% 68 BÞ
2w ÐBÑ + ! Í B% 68 B + ! Í 68 B + ! Í B − Ó!ß "ÒÞ
2.2.19 Exercícios
32. Estude as seguintes funções reais de variável real quanto à monotonia
Estudem-se agora os pontos do domínio de uma função onde a sua derivada muda de
sinal.
2.2.20 Definições
1. O maior (menor) valor que uma função 0 toma num determinado subconjunto W do seu
domínio, designa-se por valor máximo (valor mínimo) de 0 em W .
2. Quando W coincide com o domínio de 0 , o maior (menor) valor de 0 designa-se por
máximo absoluto (mínimo absoluto) de 0 .
3. Um valor máximo ou mínimo de 0 também se designa por valor extremo de 0 .
Considere-se o seguinte teorema que indica as condições em que uma função tem um
valor máximo ou mínimo num intervalo:
60 Análise Matemática I
Entre os valores extremos de uma f.r.v.r., distinguem-se os seguintes:
2.2.22 Definições
Seja 0 uma f.r.v.r. e - um número real pertencente ao domínio de 0 .
1. 0 Ð-Ñ é máximo relativo de 0 se existe um intervalo aberto Ó+ß ,Ò que contém - tal que
0 ÐBÑ Ÿ 0 Ð-Ñ para todo o B em Ó+ß ,ÒÞ
2. 0 Ð-Ñ é mínimo relativo de 0 se existe um intervalo aberto Ó+ß ,Ò que contém - tal que
0 ÐBÑ 0 Ð-Ñ para todo o B em Ó+ß ,Ò Þ
3. 0 Ð-Ñ é extremo relativo de 0 se é máximo ou mínimo relativo de 0 .
Observe-se que se uma função definida em Ò+ß ,Ó tiver um extremo relativo 0 Ð-Ñ, então -
encontra-se no interior do intervalo, isto é, - − Ó+ß ,ÒÞ
Por exemplo, na função C œ 0 ÐBÑ definida em ÒB" ß B' Óß
y
x1 x2 x3 x4 x5 x6
0 ÐB" Ñ é o valor mínimo mas não é mínimo relativo de 0 à 0 ÐB# Ñ e 0 ÐB% Ñ são máximos
relativos de 0 mas são inferiores ao maior valor de 0 , 0 ÐB' Ñ.
Note-se ainda que uma função contínua em Ò+ß ,Ó tem um valor máximo e um mínimo em
Ò+ß ,Ó, mas pode não ter nem máximo nem mínimo relativo em Ò+ß ,Ó. É o que acontece com a
função
y
a b x
Cálculo Diferencial em ‘ 61
2.2.23 Definição
Se 0 Ð-Ñ é máximo (mínimo) de 0 , diz-se que "0 tem um máximo (mínimo) em - " e
também que "- é maximizante (minimizante) de 0 ".
2.2.24 Teorema
Se uma função 0 é contínua em Ò+ß ,Ó, - − Ó+ß ,Ò e 0 Ð-Ñ é um extremo de 0 , então ou
0 w Ð-Ñ œ ! ou 0 w Ð-Ñ não existe.
Deste teorema decorre que os valores em que a derivada se anula ou não existe,
desempenham um papel de relevo na pesquisa dos extremos de uma função. Por isso, têm um
nome próprio:
2.2.25 Definição
Dizemos que o número real - é um ponto crítico de 0 se - − H0 e 0 w Ð-Ñ œ ! ou 0 w Ð-Ñ não
existe.
Pode-se então afirmar que o valor máximo e o valor mínimo de uma função 0 contínua em
Ò+ß ,Ó ocorrem nos extremos do intervalo Ò+ß ,Ó ou em pontos críticos de 0 em Ó+ß ,Ò; os extremos
relativos de uma função contínua em Ò+ß ,Ó, se existirem, ocorrem em pontos críticos de 0 em Ó+ß ,Ò.
Observe-se que o teorema 2.2.24 não é uma condição necessária e suficiente, pelo que -
pode ser ponto crítico de 0 e 0 Ð-Ñ não ser extremo de 0 . Acontece isto, por exemplo, com a função
0 ÐBÑ œ B$ À
0 w ÐBÑ œ ! Í $B# œ ! Í B œ !ß logo ! é ponto crítico de 0 . Será extremo?
Em qualquer intervalo aberto que contém B œ !, existem pontos positivos, onde 0 ÐBÑ é
positiva e pontos negativos para os quais 0 ÐBÑ é negativa. Logo, 0 Ð!Ñ não é máximo nem mínimo
de 0 .
Conhecendo o gráfico de 0 ÐBÑ œ B$ , é imediato que 0 Ð!Ñ não é extremo de 0 :
y f(x)=x3
62 Análise Matemática I
Para saber se num ponto crítico, -, a função 0 tem um máximo, ou um mínimo (relativo), ou
se não tem extremo, não é preciso calcular 0 Ð-Ñ e comparar o seu valor com o da imagem de
outros pontos críticos. De facto, basta aplicar o teste da primeira derivada:
Se 0 w w Ð-Ñ œ ! deve-se recorrer ao teste da primeira derivada para saber se 0 Ð-Ñ é extremo
e, nesse caso, se é máximo ou mínimo.
2.2.28 Exemplos
1. Determinar os valores máximo e mínimo de 0 ÐBÑ œ B$ "#B em Ò $ß &Ó.
Os valores extremos de 0 ÐBÑ são 0Ð $Ñ œ Ð $Ñ$ "# ‚ Ð $Ñ œ *,
$
0 Ð&Ñ œ & "# ‚ & œ '& ou os extremos relativos de 0 em Ò $ß &Ó.
Cálculo Diferencial em ‘ 63
2. Calcular os valores extremos da função 0 ÐBÑ œ B$ B# &B &Þ
Esta função é regular em ‘. Os seus valores máximo e mínimo coincidem com extremos
relativos, uma vez que não se procuram os extremos de 0 ÐBÑ num intervalo mas sim em todo o seu
domínio, ‘.
Procurem-se então os pontos críticos de 0 ÐBÑ À
0 w ÐBÑ œ $B# #B &
w # &
0 ÐBÑ œ ! Í $B #B & œ ! Í B œ " ” B œ $
Þ
&
Os pontos críticos são B œ " / B œ $
. Agora é preciso saber se 0 ÐBÑ tem extremos
nestes pontos:
&
0 w ÐBÑ , ! Í B − Ó ∞ß $Ò ∪ Ó"ß ∞Ò
w &
0 ÐBÑ + ! Í B − Ó $ ß "Ò
& &
Como 0 w ÐBÑ é positiva à esquerda e negativa à direita de $, 0Ð $Ñ é máximo de 0 ;
w
0 Ð"Ñ é mínimo de 0 porque 0 ÐBÑ é negativa à esquerda e positiva à direita de ".
Outro processo:
0 w w ÐBÑ œ 'B #
0 wwÐ &
$Ñ œ ) + ! Ê 0Ð &
$Ñ é máximo
ww
0 Ð"Ñ œ ) , ! Ê 0 Ð"Ñ é mínimo.
2.2.29 Exercícios
34. Determine os valores extremos das seguintes funções
64 Análise Matemática I
Problemas de Otimização
Uma das mais importantes aplicações das derivadas consiste na resolução de problemas
práticos relativos à maximização ou minimização de funções.
2.2.30 Exemplos
1. Um determinado cartaz deverá ter '!!-7# para a mensagem impressa. Deve ter (ß &-7
de margem no topo e na base e uma margem de &-7 em cada lado.
Determinar as dimensões totais do cartaz para que a quantidade de papel usada seja
mínima.
A primeira coisa a fazer é definir a função que queremos minimizar, ou seja, a área:
Um dos lados do cartaz deve ter (ß &-7 mais (ß &-7 para as margens e B-7 para a parte
impressa; o outro lado deve ter &-7 mais &-7 para as margens e C-7 para a parte impressa.
Portanto, a área total deve ser
E œ Ð# ‚ (ß & BÑ ‚ Ð# ‚ & CÑ œ "&! "&C "!B BC
'!!
Como, por hipótese, BC œ '!!, tem-se C œ (B Á !), donde
B
'!! *!!!
E œ "&! "& ‚ "!B '!! Í E œ (&! "!B
B B
Depois de se ter definido a função, procuram-se os seus extremos:
.E *!!!
œ ! Í "! œ ! Í "!B# *!!! œ ! Í B# œ *!! Í B œ „$!
.B B#
É impossível ter B œ $!. Portanto, o único ponto crítico é B œ $!Þ
#
. E ")!!!
#
œ . Para B œ $! a 2ª derivada é positiva, pelo que B œ $! é minimizante da
.B B$
função.
Portanto, as dimensões procuradas são:
(ß & (ß & $! œ %&-7à & & #! œ $!-7Þ
2. Um fabricante vende certo artigo aos distribuidores a #!! /?<9= por unidade para pedidos
inferiores a &! unidades. No caso de os pedidos serem de &! a '!! unidades, o preço unitário goza
de um desconto igual a #!% do número de unidades encomendadas.
Qual é o volume da encomenda que proporciona maior receita ao fabricante?
Cálculo Diferencial em ‘ 65
Represente-se por B o número de artigos encomendados e por V a receita.
2.2.31 Exercícios
36. Determine o ponto da reta 'B C œ * que está mais próximo do ponto Ð $ß "Ñ.
37. Pretende-se construir uma caixa com base retangular, a partir de um rectângulo de
cartolina com 16cm de largura e 21cm de comprimento, cortando-se um quadrado em
cada canto. Determine as dimensões desse quadrado para que a caixa tenha o maior
volume possível.
66 Análise Matemática I
38. Pretende-se construir um recipiente com tampa, com a forma de um cilindro circular
reto. Sabendo que apenas se dispõe de #"'1 -7# de material para a sua construção,
determine as dimensões do recipiente de volume máximo.
2.2.32 Teorema
Se a segunda derivada de 0 , uma f.r.v.r., existe num intervalo aberto M , então o gráfico de
0 tem
3Ñ a concavidade voltada para cima (a curva é côncava) em M se 0 w w ÐBÑ , ! em M à
33Ñ a concavidade voltada para baixo (a curva é convexa) em M se 0 w w ÐBÑ + ! em M Þ
2.2.33 Definição
Um ponto Ð-ß 0 Ð-ÑÑ do gráfico de 0 é um ponto de inflexão se 0 é contínua em -, 0 w w Ð-Ñ œ !
ou 0 w w Ð-Ñ não existe, e o gráfico de 0 muda de concavidade em Ð-ß 0 Ð-ÑÑ.
2.2.34 Exemplo
Encontrar os pontos de inflexão e determinar os intervalos de concavidade e de
convexidade do gráfico de 0 ÐBÑ œ B =/8 B.
w
0 ÐBÑ œ " -9= B / 0 w w ÐBÑ œ =/8 B
ww
0 ÐBÑ œ ! Í =/8 B œ ! Í B œ 5 1ß 5 − ™
ww
0 ÐBÑ , ! Í =/8 B + ! Í B − Ó1 #5 1ß #1 #5 1Òß 5 − ™
ww
0 ÐBÑ + ! Í =/8 B , ! Í B − Ó#5 1ß 1 #5 1Òß 5 − ™.
Portanto, o gráfico tem a concavidade voltada para cima em Ó1 #5 1ß #1 #5 1Òß 5 − ™, a
concavidade voltada para baixo em Ó#5 1ß 1 #5 1Òß 5 − ™ e os seus pontos de inflexão são
Ð5 1ß 5 1Ñß 5 − ™Þ
Cálculo Diferencial em ‘ 67
2.2.35 Exercícios
40. Estude as seguintes funções quanto à convexidade e concavidade e determine os
pontos de inflexão:
"
40.1. 0 Ð>Ñ œ >$ $># 40.2. 1ÐBÑ œ / B "
C
40.3. 2ÐCÑ œ 40.4. 0 ÐBÑ œ B >1B
68C
Indeterminações
2.2.37 Nota
Esta regra também é válida quando B Ä ∞ß B Ä ∞ß B Ä + ou B Ä + .
2.2.38 Exemplos
B
1. Calcular lim .
BÄ! +<->1 B
!
Está-se perante uma indeterminação do tipo !
Þ Como as funções do numerador e do
denominador satisfazem as condições da regra de L'Hôpital, é possível aplicá-la:
Bw " B
lim œ lim " œ lim " B# œ ". Portanto, lim œ "Þ
BÄ! Ð+<->1 BÑw BÄ! BÄ! BÄ! +<->1 B
" B#
68 Análise Matemática I
/B / B
#B
2. Calcular lim Þ
BÄ! B =/8 B
Ð/B / B #BÑw /B / B # !
lim w
œ lim . Encontrou-se outra indeterminaçãoÐ Ñ. Como
BÄ! ÐB =/8 BÑ BÄ! " -9= B !
B B
/ / #e" -9= B satisfazem as condições da regra de L'Hôpital, pode-se aplicá-la outra
vez:
Ð/B / B #Ñw /B / B ! Ð/B / B Ñw /B / B
lim œ lim Ð Ñ; lim œ lim œ#
BÄ! Ð" -9= BÑw BÄ! =/8 B ! BÄ! Ð=/8 BÑw BÄ! -9= B
/B / B
#B
Portanto, lim œ #Þ
BÄ! B =/8 B
68 B
3. Calcular lim Þ
BÄ ∞ #B "
B5
4. Calcular lim ß5− Þ
BÄ ∞ /B
Cálculo Diferencial em ‘ 69
2.2.39 Exemplo
"
lim B =/8 é uma indeterminação do tipo ∞ ‚ 0. Então faz-se
BÄ ∞ B
" =/8 B" !
lim B =/8 œ lim que é uma indeterminação do tipo Þ
BÄ ∞ B BÄ ∞ B" !
2.2.40 Exemplo
Calcular limŠ ‹Þ
" B "
BÄ! 68 ÐB "Ñ B
limŠ ‹ œ
" B " Ð∞ ∞Ñ B 68 ÐB "ÑB 68 ÐB "Ñ !
lim Ð Ñ
BÄ! 68 ÐB "Ñ B BÄ! B68 ÐB "Ñ !
B "
ÐB 68 ÐB "ÑB 68 ÐB "ÑÑw " B "
68 ÐB "Ñ B " 68 ÐB "Ñ
lim œ lim B œ lim B
BÄ! ÐB68 ÐB "ÑÑw BÄ! 68 ÐB "Ñ B "
BÄ! 68 ÐB "Ñ B "
œ lim Š ‹
"
Ð 68 ÐB "ÑÑw B " " " B "
lim B w
œ lim " "
œ
BÄ! Ð68 ÐB "Ñ "Ñ #
BÄ! BÄ! 68 ÐB "Ñ B
B B " ÐB "Ñ#
2.2.41 Exercícios
41. Calcule os seguintes limites.
#=/8# ˆB 1‰
41.2. lim Œ -9=/-?
%
" "
41.1. lim1 1
BÄ # B #
?Ä! ?
41.4. lim Œ
B " "
41.3. lim / 68B
BÄ ∞ BÄ" B " 68B
70 Análise Matemática I
Assíntotas
2.2.42 Definição
Uma reta diz-se assíntota de uma curva se a distância de um ponto variável, Q , da
curva a essa reta tende para zero, quando o ponto Q tende para o infinito.
A) Assíntotas Verticais
y y
y=f(x)
y=f(x)
a a x
y y
y=f(x)
y=f(x)
a a x
Cálculo Diferencial em ‘ 71
2.2.43 Exemplo
#
Seja 0 ÐBÑ œ Þ
B &
5 x
Admita-se que a curva de equação C œ 0 ÐBÑ tem uma assíntota não vertical quando B tende
para ∞.
Representando a equação da assíntota por C œ 7B , , tem-se
lim Ò0 ÐBÑ 7B ,Ó œ !.
BÄ ∞
Determine-se 7 e , :
0 ÐBÑ ,
lim Ò0 ÐBÑ 7B ,Ó œ ! Í lim BÒ 7 Ó œ !.
BÄ ∞ BÄ ∞ B B
0 ÐBÑ ,
Como B Ä ∞, devemos ter lim Ò 7 Ó œ !.
BÄ ∞ B B
, 0 ÐBÑ
Atendendo a que , é constante, lim œ !. Logo, lim Ò 7Ó œ !, ou
BÄ ∞ B BÄ ∞ B
0 ÐBÑ
2.2.44 7 œ lim (‡)
BÄ ∞ B
72 Análise Matemática I
2.2.46 Notas
1. Se algum dos limites, (‡Ñ ou Ї‡Ñ, não existir, então a curva não tem assíntota não
vertical quando B Ä ∞.
2. Todo este raciocínio é válido quando B Ä ∞.
2.2.47 Exemplo
Determinar as assíntotas não verticais do gráfico de 0 ÐBÑ œ B +<->1 BÞ
Verifique-se se existe uma assíntota C" œ 7" B ," quando B Ä ∞ e uma assíntota
C# œ 7# B ,# quando B Ä ∞À
"
B +<->1 B " " B#
7" œ lim œ lim œ"
BÄ ∞ B BÄ ∞ "
1
," œ lim ÐB +<->1 B BÑ œ
BÄ ∞ #
1
7# œ 7" / ,# œ lim ÐB +<->1 B BÑ œ
BÄ ∞ #
1 1
Portanto, C œ B #
e CœB #
são assíntotas ao gráfico de 0 ÐBÑÞ
2.2.48 Exercícios
42. Determine, caso existam, as assíntotas aos gráficos das seguintes funções:
" =/8?
42.1. 0 ÐBÑ œ 42.2. 0 Ð?Ñ œ
B# B # ?
C
42.3. 2ÐCÑ œ 42.4. 0 ÐBÑ œ B >1B
68C
Cálculo Diferencial em ‘ 73
Representação Gráfica de uma Função
O gráfico de uma f.r.v.r. é uma curva ou uma união de curvas. Para representar
graficamente uma função é necessário estudá-la, estudo esse que se baseia em toda a teoria de
funções que se considerou até ao momento.
2.2.50 Notas
1. Se a função 0 ÐBÑ é par, isto é, se 0 Ð BÑ œ 0 ÐBÑ, basta estudar a função e construir o
seu gráfico apenas para os valores positivos da variável independente que pertencem ao domínio
da função. Para os valores negativos da variável, o gráfico constrói-se por simetria do gráfico já
conhecido em relação ao eixo das ordenadas.
3. Pode ser preferível inverter a ordem dos pontos a estudar quando se pretende
representar determinadas funções pois, por vezes, certas propriedades da função permitem
deduzir outras.
74 Análise Matemática I
2.2.51 Exercícios
"Ñ# e >ÐBÑ œ 68 ¹ ¹ têm, respetivamente as
B #
43. Verifique que as funções 2ÐBÑ œ Ð/B
$ B
seguintes representações gráficas.
44. Esboce o gráfico de uma função real de variável real, 0 ÐBÑ, que verifique as seguintes
condições:
• H0 œ ‘ÏÖ "× • Hw0 œ Ó ∞ß "Ó ∪ Ó#ß ∞Ò
•0 w ÐBÑ Ÿ ! Í B − Ò!ß #Ó
Cálculo Diferencial em ‘ 75
Cálculo Diferencial em ‘ Exercícios de Revisão
Ú B#
45. Verifique se a função 0 ÐBÑ œ Û # "ß B + #
Ü #B
é diferenciável em B œ #.
"ß B #
47. Um atleta percorre uma pista de "!!7. A distância percorrida, em metros, após > segundos é
"
dada por: WÐ>Ñ œ ># )>Þ
&
47.1. Determine a que distância da meta se encontra o atleta após & segundos.
47.2. Determine a velocidade do atleta
47.2.1. no início da corrida. 47.2.2. na reta final.
48. Determine as equações da reta tangente e da normal às seguintes curvas, nos pontos indicados:
, no ponto B œ #+ + − ‘\e!f Þ
)+$
49. Determine a equação da reta normal à curva C œ
%+# B#
50. Determine α e " , constantes reais, de modo que a reta normal à parábola C œ B# αB " no
" "$
ponto Ð "ß (Ñ seja C œ B Þ
# #
+<->1Ê
" ?#
51.3. <Ð?Ñ œ ? 51.4. 2Ð+Ñ œ 691( Ð=/8+# Ñ
" ?#
"
B
51.5. C œ & B " 51.6. >ÐBÑ œ $ 68B
/) "
51.7. 1Ð)Ñ œ 51.8. 0 ÐBÑ œ =/82B
" /)
76 Exercícios de Revisão
52. Calcule a derivada de segunda ordem das seguintes funções
%È B
" $
52.1. 1ÐCÑ œ 68 52.2. 0 ÐBÑ œ &B
C
-9=# Œ Þ
" B$
56. Considere a função diferenciável C œ 0 Ð1ÐBÑ), tal que 0 Ð"Ñ œ "ß 0 w Ð"Ñ œ e 1ÐBÑ œ $B
' #
56.1. Determine 1w ÐBÑ e Cw .
56.2. Mostre que, no ponto de abcissa zero, C œ #Cw .
57. Admitindo que as seguintes funções definem, implicitamente, uma função diferenciável 0 tal
que C œ 0 ÐBÑ, determine Cw Þ
58. Determine a equação da reta tangente à circunferência de centro na origem e raio # no ponto
Ð"ß È$Ñ.
59. Calcule o diferencial das seguintes funções, nos pontos indicados, para os acréscimos referidos:
59.1. 0 ÐBÑ œ È
%
B B œ "' .B œ !Þ%
61. O comprimento do lado de um azulejo quadrado é $!-7. Utilizando diferenciais, calcule um valor
aproximado da área do azulejo se o comprimento de cada lado aumentar !ß "&-7Þ
Cálculo Diferencial em ‘ 77
62. O raio da tampa de um poço circular é estimado em %!-7 com erro máximo de medida de !ß "-7Þ
Utilize diferenciais para aproximar o erro máximo que se pode cometer no cálculo da área da tampa.
63. Um determinado ponto está situado a '7 da base de um poste. Mediu-se o ângulo de
elevação do topo do poste ao ponto, tendo-se obtido como medida $!º.
63.1. Determine a altura do poste.
63.2. Sabendo que se pode ter cometido, no máximo, um erro de &º na medição do ângulo,
utilize diferenciais para determinar a altura máxima do poste.
=/8B
64. Considere a função 0 ÐBÑ œ Þ
#-9=# B
64.1. Determine 0 w ÐBÑ e mostre que 0 w ÐBÑ œ =/-BŒ >1# BÞ
"
#
64.2. Utilizando diferenciais, calcule um valor aproximado de 0 Ð!ß "ÑÞ
È$
65. Considere um triângulo equilátero de lado 6.
"
66. Admita que a função =Ð>Ñ œ > " representa o deslocamento, em metros, de uma
Ð> "Ñ#
partícula T , com > medido em segundos.
66.1. Determine a velocidade média de T no intervalo de tempo Ò"ß #Ó.
66.2. Determine a velocidade de T no instante > œ ".
66.3. Sabendo que o tempo é medido com um erro máximo de !ß " =/1?8.9=, qual é o erro
máximo que se pode cometer quando se calcula a distância percorrida por T após "
=/1?8.9?
67. Suponha que $B# B# C$ %C œ "# define uma função diferenciável 0 tal que C œ 0 ÐBÑ. Se
0 Ð#Ñ œ !, utilize diferenciais para obter um valor aproximado da variação de 0 ÐBÑ quando B varia
de # para "ß *(.
78 Exercícios de Revisão
+<--9=
ÈB
B " 1
69. Considere as funções 0 B œ B# 68B " e 1B œ . Seja 5 B œ 0 91 B .
# %
Utilizando diferenciais, calcule um valor aproximado de 5 "ß *) .
70. Mostre que 0 ÐBÑ œ $B# "#B "" satisfaz as hipóteses do Teorema de Rolle em Ò!ß %Ó.
"
71. Determine o número de soluções reais da equação $B$ B œ !.
$
72. Mostre que a função 0 ÐBÑ œ B% %B " tem, no máximo, duas raizes reais.
73. Mostre que a função 0 ÐBÑ œ B$ 'B# *B # tem um e um só zero no intervalo Ó"ß $Ò.
74. Verifique se as seguintes funções satisfazem as hipóteses do Teorema do Valor Médio nos
intervalos indicados e, em caso afirmativo, determine - que satisfaz a conclusão do referido
Teorema.
#C "
74.1. 1ÐCÑ œ / Ò ß !Ó
#
"
74.2.0 ÐBÑ œ Ò!ß #Ó
ÐB "Ñ#
77. Uma fábrica de componentes eléctricos pode produzir, diariamente, #!!! unidades de um
certo componente. Sabe-se que o lucro obtido com a venda de > unidades desse produto é dado
por PÐ>Ñ œ "!!> !Þ!%># Þ
77.1. Comente: "Quanto maior é a produção maior é o lucro obtido".
77.2. Indique a função da variação aproximada do lucro quando há um acréscimo de uma
unidade na produção dos componentes.
Cálculo Diferencial em ‘ 79
79. Mostre que B œ & é um ponto crítico da função 0 ÐBÑ œ # ÐB &Ñ$ ß mas 0 Ð&Ñ não é extremo
da função.
80. Pretende-se construir, junto à parede de um celeiro, um jardim retangular com &!7# de área.
Determine as dimensões do jardim por forma a que a cerca que o delimita tenha o menor
comprimento possível.
81. A figura abaixo é uma planta simplificada de um escritório. Sabendo que o escritório deve ter
&%7# de área e que as paredes custam "!!€ por metro linear, determine a planta que
minimiza o custo total das paredes (nota: despreze a parte das paredes acima das portas).
1m
x
1m
Sala de
espera gabinete
82. Vão ser usados $!!7 de gradeamento, com determinada altura, para construir 6 canteiros
iguais numa estufa, conforme a figura. Determine as dimensões que maximizam a área
cercada.
83. Um administrador de um complexo de "!! apartamentos sabe, por experiência, que todos os
apartamentos serão arrendados se ele cobrar de renda %!! /?<9=Î7/=. Uma pesquisa de
mercado sugere que, em média, por cada aumento de & /?<9= na renda, é desocupado um
apartamento. Qual deve ser o valor da renda pedida pelo administrador para maximizar o seu
rendimento?
84. Um poço de petróleo ÐT Ñ está situado no mar. O ponto \ é o local da costa mais próximo de T ,
sendo a distância entre eles de $ O7. A refinaria está a %O7 do ponto \ , ao longo da costa.
Sabendo que colocar oleodutos no mar é duas vezes mais caro do que colocá-los em terra, qual o
trajeto do oleoduto do poço para a refinaria que minimiza o custo?
80 Exercícios de Revisão
85. Considere um triângulo retângulo definido pelos eixos coordenados e pela reta que intersecta
os eixos nos pontos Ð$ß !Ñ e Ð!ß %Ñ. Determine as dimensões do retângulo de maior área que
pode ser inscrito no triângulo.
86. Um pesquisa de opinião revela que B meses após anunciar a sua candidatura, certo político
"
terá o apoio de WÐBÑ œ Ð B$ 'B# '$B "!)!Ñ% dos eleitores, sendo ! Ÿ B Ÿ "#. Se a
#*
eleição estiver marcada para novembro, qual o melhor mês para anunciar a candidatura? Se
o político necessita de, pelo menos, &!% dos votos para vencer, quais são as hipóteses de
ser eleito?
87.4. lim Š ‹
B >1#B $ "#
87.3. lim
BÄ! B >1#B DÄ# D # D# %
88. Esboce o gráfico de um função real de variável real, 0 ÐBÑ, que verifique as condições:
89. Esboce o gráfico de uma função real de variável real, 0 ÐBÑ, que verifique as seguintes
condições:
0 w ÐBÑ Ÿ ! Í 0 w ÐBÑ Ÿ ! Í B − c #ß !d
w
0 ÐBÑ
lim œ" lim 0 ÐBÑ B œ! lim 0 ÐBÑ œ lim B68B
BÄ ∞ B BÄ ∞ BÄ ∞ BÄ!
Cálculo Diferencial em ‘ 81
Cálculo Diferencial em ‘ Soluções dos Exercícios
Derivadas
4.
$È
ÈB ÈB$ #È$?
" " $
4.5. 2w ÐBÑ œ B # 4.6. Cw œ
# "
È
# # "#)
4.7. >w ÐBÑ œ # 4.8. >w Ð)Ñ œ
ÐB "Ñ$ B # &
Ð"!)# (Ñ#
5Þ
w # w #? w " %=/8# B
5.1. Cw œ $ 5.2. 2w Ð?Ñ œ # 5.3. 0 w ÐBÑ œ
B " " ?# -9=% B
7.
8 8x
7Þ3Þ >Ð8Ñ Ð?Ñ œ "
?8 "
8.
8.1. distância œ = $ = " œ #)7 8.2. @Ð#Ñ œ "#7Î=
8.3. +Ð'Ñ œ %#7Î=# 8.4. @Ð%Ñ œ #%7Î=
9.
9.1. =Ð%Ñ œ "!!7 9.2. distância œ ")! =Ð#Ñ œ #!7
9.3. @Ð'Ñ œ '!7Î=
11.
11.1. -Þ=Þ œ œ ß " 11.2. -Þ=Þ œ ef
"
*
12.
12.1. 1w Ð<Ñ œ #-9=Ð#< "Ñ 12.2. 0 w ÐBÑ œ *B# -9= B$ =/8# ÐB$ Ñ
=/8È /+<-=/8>
È È È " >#
#B=/8B $
B "
12.3. >w ÐBÑ œ -9= B >1B# 12.4. <w Ð>Ñ œ
-9=# B# $
$ B # # />
#C "
12.5. >w ÐCÑ œ 12.6. @w Ð<Ñ œ
" C# 68& " <# +<->1<
"
w 68$ /) "
12.7. > ÐBÑ œ $ 68B 12.8. 1w Ð)Ñ œ #
B 68# B " /)
13.
È È
" -9=B %B
13.1. 0 w ÐBÑ œ 13.2. 0 w ÐBÑ œ 13.3. 0 w ÐBÑ œ $
B# " B# $
$ =/8# B B# "
0Œ œ
. 1# $
14.
.> $ #
15. C œ #B $
16.
'B# #BC
16.1. C w œ
B# $C#
C %ÈBC
'C# ÈBC
16.2. Cw œ
B
%BÈ=/8C
-9=C %CÈ=/8C
16.3. Cw œ
È
" "
17. C œ B 1Þ
# 1 #
18. α œ %
Cálculo Diferencial em ‘ 83
Aplicações das Derivadas
19.
1
19.1. .< œ !ß % 19.2Þ .0 œ
*!
&
22Þ A área aumenta, aproximadamente, 1-7# Þ
(#
"
24. .< œ -7
&!1
25.
25.1. #(! -7$ 25.2. $' -7#
29Þ Este resultado não contradiz o teorema de Rolle porque 2 B não é regular em Ò!ß %Ó
w
uma vez que não existe 2 # . Dado que não estão satisfeitas as hipóteses deste teorema, no
intervalo comsiderado, então não é possível aplicá-lo.
32.
34.
34.1. O valor máximo é )! e o mínimo é ". 34.2. O valor máximo é # e o mínimo ".
35.1Þ mínimo: 0
È# È#
" $
œ $ Þ
$
È$ %È$ È$ 2È$
35.2Þmáximo:0 œ / * à mínimo: 0
$
œ/ * Þ
$
35.3Þ máximo: 2Š #5 1‹ œ 2Š #5 1‹ œ
1 1 &
ß 5 − ™à
$ $ %
mínimos: 2 #5 1 œ " e 2 1 #5 1 œ "ß 5 − ™Þ
36Þ Œ ß Þ
%& '$
$( $(
40.
40.1Þ 0 é convexa em d ∞ß "c e concava em d"ß ∞c .
ponto de inflexão: !ß ! .
#=/8# ˆB 1‰
41.
41.2. lim Œ -9=/-? œ !
%
" "
41.1Þ lim1 1 œ#
BÄ # B #
?Ä! ?
41.4. lim Œ œ
B " " "
41.3. lim / 68B œ !
BÄ ∞ BÄ" B " 68B #
Cálculo Diferencial em ‘ 85
42.
42.1Þ assíntotas verticais: B œ #ß B œ "
assíntota horizontal À C œ !
assíntota oblíqua À C œ B #
Exercícios de Revisão
47.
47.1. distância œ "!! =Ð&Ñ œ &&7
47.2.
47.2.1. @Ð!Ñ œ )7Î= 47.2.2. @Ð"!Ñ œ "#7Î=
48.
48.1. equação da reta tangente: C œ %> $
equação da reta normal: %C œ > &
48.2. equação da reta tangente: C œ )? "&
equação da reta normal: )C œ ? (&
49. C œ #B &+
50Þ α œ %à " œ *
51.
?% #? " #+ -9>1+#
51.3. <w Ð?Ñ œ ?% " 51.4. 2w Ð+Ñ œ
68(
/) "
51.7. 1w Ð)Ñ œ # 51.8. 0 w ÐBÑ œ -9=2B
" /)
52Þ
È
w " w "
52.1. 1w ÐCÑ œ 52.2. 0 w ÐBÑ œ $!B
C# B B
w w '>& ")>
É"
52.3. Cw œ % #&-9=&B 52.4. 5 w Ð>Ñ œ
$
>%
55. Œ œ
.2
#
.? ˆ " ‰
#
56.1. 1w ÐBÑ œ $ $ # $
# B =/8ÐB Ñ
Cw œ 0 w Ð1ÐBÑÑÞˆ$ $ # $ ‰
# B =/8ÐB Ñ
57.
-9=C #B=/8C
57.1. C w œ #C B=/8C 57.2. Cw œ
" B# -9=C
58. È$C œ B %Þ
59.
" $
59.1. .0 œ œ !Þ!"#& 59.2. .C œ œ !Þ!$
)! "!!
60.
60.1. È*Þ!!# ¶
*!!" " %"
60.2. ¶
$!!! $Þ* "'!
61Þ E ¶ *!*7#
63Þ
63.1. 2 œ #È$7
#1
63.2. O erro máximo que se pode cometer é, aproximadamente, 7Þ
*
Cálculo Diferencial em ‘ 87
64.2. 0 Ð!Þ"Ñ ¶ !Þ!&
66.
$" $
66.1. 7Î= 66.2. 7Î= 66.3. O erro máximo é de !ß !!(&7
$' %
67. ˜C ¶ .C œ !Þ!*Þ
"%
68. , ¶ "&
74.
74.1Þ - œ 68
È/ "
"
Þ
74.2. 0 ÐBÑ não satisfaz as hipóteses do teorema (" Â H0 , logo 0 não é regular no intervalo Ò!ß #Ó).
75. 0 B não é contínua em B œ ", logo não é regular no intervalo Ò!ß #Ó. Assim, o resultado obtido não
contradiz o teorema do valor médio, na medida em que não pode ser aplicado (não estão satisfeitas
as hipóteses do teorema).
76.
77.
77.1. PÐ>Ñ é crescente em d!ß "#&!c e decrescente em d"#&!ß #!!!c ß logo a afirmação é falsa.
77.2. ˜P ¶ .P Í ˜P ¶ "!! !Þ!)>Þ
78.4Þ mínimo: CŒ œ
" "
78.3Þ mínimo: 0 Ð$Ñ œ $ 68#(Þ Þ
# #/
81Þ O escritório deverá ter '7 de largura ÐBÑ por *7 de comprimento ÐCÑÞ
&! (&
82Þ Cada canteiro deverá ter 7 de comprimento ÐBÑ por 7 de largura ÐCÑÞ
$ %
83. O administrador deverá pedir %&! /?<9= de renda para maximizar o rendimento.
$
85. B œ ß C œ #Þ
#
86. ??
87.
68Ð68BÑ /> "
87.1. lim œ! 87.2Þ lim œ"
BÄ ∞ B >Ä! >
87.4. lim Š ‹œ
B >1#B $ "# $
87.3. lim œ $
BÄ! B >1#B DÄ# D # D# % %
Cálculo Diferencial em ‘ 89
90 Soluções dos Exercícios