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INSTITUTO SUPERIOR DE TRANSPORTES E COMUNICAÇÕES

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I. MODELO DE RELATÓRIO
O relatório é uma exposição de pesquisa e deve conter as informações
necessárias e detalhadas para o bom entendimento da experiência realizada
e suas conclusões. Toda narrativa deve ser feita de forma impessoal e com
uso de termos técnicos pertinentes ao conteúdo abordado.
Para que um relatório seja apresentável, é fundamental que a sua
formatação seja padronizada. Com isso, seguem-se as seguintes
instrucções:

• Títulos e subtítulos: Times New Roman, tamanho 12, em negrito e


justificado;
• Texto: Times New Roman, tamanho 12 e justificado;
• Espaçamento entre linhas: Simples
• Figuras, gráficos e tabelas e suas respectivas legendas:
centralizado
Abaixo, segue a estrutura do Relatório de Trabalhos Laboratoriais:

• Capa
• Breve Introdução Teórica
• Objectivos
• Materiais e Métodos
• Resultados e Discussão
• Conclusões
• Referências Bibliográficas
• Anexos

1. Capa
Elemento obrigatório para a protecção externa do trabalho e sobre a qual
se imprimem as seguintes informações indispensáveis à sua identificação:

• Nome da Instituição (ISUTC)


• Nome do departamento (Departamento de Ciências Básicas)
• Nome da Disciplina
• Número e Título do Trabalho Laboratorial
• Autor (nome do estudante)
• Nome do docente e técnico que conduzem a aula laboratorial
• Local e data da realização da experiência

2. Breve introdução Teórica


Neste ponto, devem ser abordados conceitos teóricos pertinentes à prática
experimental, incluindo equações. Devem ser abordados conceitos e
informações relevantes para o entendimento teórico do trabalho, definindo

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os fenómenos, as leis ou princípios estudados. Não devem constar neste


ponto informações sobre o método, resultados ou conclusões do trabalho
laboratorial.
É de extrema importância a citação dos autores consultados. Não é
permitida a copia e colagem do conteúdo presente no guião laboratorial.
3. Objectivos
Os objectivos da aula laboratorial, visam responder de forma directa à
questão: Para que serve o trabalho laboratorial. Normalmente já aparecem
formulados no guião laboratorial.
4. Materiais e Métodos
Neste ponto é necessário descrever os materiais e os instrumentos
utilizados para a realização da experiência. Tratando-se de um trabalho
laboratorial convencional/virtual, deve-se identificar cada item utilizado,
sua função e a ordem de execução com as respectivas imagens para maior
compreensão.
5. Resultados e Discussão
Geralmente, os Resultados devem ser apresentados em forma de tabelas e
gráficos, não esquecer de escrever as unidades das grandezas físicas
estudadas. Devem ser realizados exemplos de cálculos representativos. Ao
obter os resultados, quando possível deve-se buscar compará-los àqueles
encontrados na literatura e o previsto na teoria discutindo as diferenças e
os possíveis erros vinculados. Analisar o significado do resultado. Aplicar a
teoria de erros.
6. Conclusões
A conclusão é o fechamento do relatório. Deve-se retomar aos objectivos
propostos e verificar se foram alcançados buscando sempre a comparação
entre a teoria e os resultados experimentais. Em caso de não concordância
entre a teoria e a experiência, deve-se buscar ressaltar os possíveis erros
vinculados.
7. Referências bibliográficas
A escrita das referências bibliográficas deve obedecer a um formato
específico. São arroladas todas as fontes bibliográficas consultadas tais
como: livros, manuais, revistas e/ou sites da internet. Recomenda-se o uso
das Normas para citar e referenciar no estilo Chicago.
No caso de livros: Autor, Ano, Título, Local e Editora.
8. Anexo
Deve conter a folha de dados experimentais assinada pelo docente.

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II. TEORIA DE ERROS


Introdução
Algarismos Significativos
Erros e desvio
Bibliografia

1. Introdução
Uma afirmação inicial que pode ser feita é que nada é exacto numa ciência
experimental. Medidas de tempo, comprimento, massa, força e temperatura
são apenas alguns exemplos de grandezas físicas e pode-se identificar uma
série de aplicações no quotidiano. A prática experimental mostra que,
mesmo repetindo os cuidados e procedimentos pela mesma pessoa ou por
pessoas diferentes, os resultados obtidos em sucessivas medições não são,
em geral, idênticos.
Assim, ao medir-se diversas vezes o valor de uma grandeza física, esta é
caracterizada por um número e observa-se pequenas variações entre esses
dados obtidos seja no laboratório real ou virtual. Quanto menores forem
essas variações, mais confiável é a medida.
As medições classificam-se em dois grupos: directas e indirectas. As
medições directas são aquelas em que a grandeza que se pretende medir
obtém-se como resultado da aplicação directa do instrumento de medição
como por exemplo o comprimento ou massa de um lápis enquanto que as
indirectas são aquelas cuja grandeza a determinar obtém-se através de uma
relação funcional conhecida a partir de outras medições como por exemplo
a densidade da água.
Logo, a maneira de se obter e manipular os dados experimentais, com a
finalidade de conseguir estimar com precisão o valor da grandeza física
medida e o seu erro, exige um tratamento adequado que é o objectivo da
chamada “Teoria de Erros”.
2. Algarismos significativos
Consideremos um lápis que se deseje medir o seu comprimento utilizando
uma régua graduada em centímetros. Aproximando-se a régua ao lápis,
observa-se a situação descrita na figura 1.

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Figura 1: Medida de comprimento do lápis


A régua em causa nos dá precisamente o valor da medida em centímetros,
mas a casa dos milímetros pode ser apenas estimada, já que a régua não
tem graduação em milímetros. Da casa seguinte, a casa de décimo de
milímetros, não temos a menor ideia e não faz nenhum sentido a avaliação
dela.
O resultado do comprimento L do lápis, deve ser expresso com todos os
algarismos precisos mais o algarismo duvidoso. O comprimento do lápis
será expresso como 6,8 cm em que o algarismo 8 resulta de uma estimativa
de fracção das divisões de 1 cm da régua. Se a régua fosse graduada em
milímetros, a medida deveria ser igual a 6,80 cm.
Os algarismos que compõem o resultado de uma medida são chamados de
algarismos significativos. Logo, algarismos significativos podem ser
definidos como a medida de todos os algarismos que temos certeza e mais
um e somente um duvidoso sendo este sempre o último da direita.
Observação 1: Os zeros a esquerda do primeiro algarismo não nulo não são
algarismos significativos, pois o número de algarismos significativos não
depende da unidade da grandeza física. Assim:
6,8 cm = 0,068 m = 0,000068 km
Em todos os casos, tem se apenas 2 algarismos significativos sendo um
preciso e outro duvidoso.
Observação 2: os zeros a direita do último algarismo significativo não nulo
são significativos, pois indicam um valor medido. Assim;
0,0680 m tem três algarismos significativos
6,8000 cm tem cinco algarismos significativos
2.1. Operação com algarismos significativos
Quando queremos fazer operações com algarismos significativos, como
veremos adiante, muitas vezes é necessário tirar um ou vários algarismos
significativos. Abaixo estão listadas as regras de arredondamento.
Quando o algarismo a ser retirado for:
a) Menor que cinco, o anterior não muda;
b) Maior que cinco, adiciona-se uma unidade ao anterior
c) O número cinco, temos dois casos:
- Quando o anterior for par, anterior não muda;

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- Quando o anterior for ímpar, adiciona-se uma unidade ao anterior.

Na adição e subtracção, o resultado deve ser expresso com a parcela com


menor número casas decimais. O arredondamento pode ser feito antes ou
depois da operação. Exemplo:
20,23 m + 17,853 m + 2,6 m = 40,683 m
Arredondando para a parcela com menor número de casas decimais,
ficamos com 40,7 m.
Na multiplicação e na divisão, o resultado deve ter o mesmo número de
algarismos significativos que o factor com menor número de casas decimais.
3. Erros e desvio
Todos os erros que podem influir na medição, podem ser agrupados em dois
grandes tipos: os erros sistemáticos e os erros aleatórios. Os erros
sistemáticos surgem como consequência de imperfeição nos instrumentos
de medição (erros sistemáticos instrumentais) e/ou provocados pelo
observador que realiza a medição (erros sistemáticos pessoais) enquanto
que os erros aleatórios são todos os erros provocados por factores
imprevisíveis ou de difícil controle, mesmo quando as medidas forem bem
planejadas como por exemplo realizar a medida do tempo de queda de um
objecto, nas mesmas condições e com o mesmo instrumento, mais de uma
vez, é provável que os resultados seja, diferentes.
Considerando o mesmo exemplo de lápis e considerando 5 medições, será
observado que cada medição pode ser diferente doutra apresentando uma
pequena diferença para mais ou menos entre as medidas estimadas. O valor
provável do comprimento do lápis é dado pela média aritmética 𝐿̅ dessas
medidas através da equação:
∑𝑁
𝑖=1 𝐿𝑖
𝐿̅ = (1)
𝑁
Com i variando de 1 até N e sendo N o número de medições.
Com o valor mais provável definido, pode-se observar o quanto cada medida
se afastou, fazendo apenas a diferença entre o valor mais provável e o valor
obtido em cada medida, calculando assim o desvio ou discrepância de cada
medida ΔL pela equação:
Δ𝐿 = |𝐿̅ − 𝐿𝑖 | (2)
A seguir, calcula-se a média dos desvios ̅Δ𝐿̅̅̅ (erro absoluto) para no fim se
identificar o intervalo de incerteza como sendo:
𝐿̅ ± ̅̅
Δ𝐿̅̅ (3)

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Certamente, o comprimento correcto do lápis se encontra nesse intervalo


de incerteza.
O erro relativo, pode ser calculado pela expressão:
̅Δ𝐿
̅̅̅
𝐸𝑅𝑅𝑂 = ∗ 100% (4)
𝐿̅
Para casos em que o valor experimental pode ser confrontado com valor
teórico, o erro da medição, pode ser calculado pela expressão:
|𝑉𝑎𝑙𝑜𝑟𝐸𝑥𝑝𝑒𝑟𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑎𝑙 (𝐿̅) − 𝑉𝑎𝑙𝑜𝑟𝑇𝑒ó𝑟𝑖𝑐𝑜|
𝐸𝑅𝑅𝑂 = ∗ 100% (5)
𝑉𝑎𝑙𝑜𝑟𝑇𝑒ó𝑟𝑖𝑐𝑜
Em experiências de laboratório virtual, uma boa medição é aquela em que
o valor máximo do erro é de 5%.
Exemplo: Consideremos um sistema de medição de tempo com um
cronómetro digital. Fez-se 6 medições em segundos e obteve-se os seguintes
resultados: 3,60; 3,65; 3,70; 3,62; 3,80; 3,74.
Estes dados e os cálculos, devem organizar-se numa tabela.
i 𝑡𝑖 (𝑠) 𝑡𝑖 − 𝑡̅ Δt = |𝑡𝑖 − 𝑡̅|
1 3,60 -0,085 0,085
2 3,65 -0,035 0,035
3 3,70 0,015 0,015
4 3,62 -0,065 0,065
5 3,80 0,115 0,115
6 3,74 0,055 0,055
Soma 22,11 Deve anular-se 0,370

O valor provável, será dado pela expressão (1):


∑𝑁
𝑖=1 𝑡𝑖 22,11
𝑡̅ = = = 3,685 𝑠
𝑁 6
A média dos desvios, será dado por:
0,37
̅̅̅ =
Δ𝑡 = 0,06 𝑠
6
Com isso, o resultado da medição será apresentado de acordo com a
expressão (3):
𝑡 = 3,68 ± 0,06 𝑠
O erro relativo da medição será calculado através da expressão (4):
0,06
𝐸𝑅𝑅𝑂 = ∗ 100% = 1,6%
3,685

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4. Bibliografia

1. P. A Tipler e G. Mosca, 2009. FÍSICA para Cientistas e Engenheiros, Vol.1,


6ª Ed., Brasil: LTC Editora.
2. M. Alonso e E. J. Finn, 2012. Física, Portugal: Escolar Editora.
3. Sena, Márco José Cordeiro. 2016. Um Laboratório de Física: Do real
ao virtual. Universidade Federal do Pará, Belém

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