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MANUAL DE REDAÇÃO DE

DOCUMENTOS CIENTÍFICOS
NA FMH

Crist ina Espadinha


Sof ia Santos
Pedro Morato

2020
A todos os nossos estudantes que nos inspiraram…
…para o bem e para o mal

😊
Índice
Introdução __________________________________________________________________ 1
1. Escrita Científica ______________________________________________________ 2
1.1. Objetivo da Escrita _____________________________________________________ 2
1.2. Dúvidas de Escrita Científica _____________________________________________ 3
1.2.1. Reescrever | citar | plagiar _______________________________________________ 3
1.2.2. Citações diretas | fonte original ___________________________________________ 4
1.2.3. Citações indiretas | ‘como citado em’_______________________________________ 6
1.2.4. Abreviaturas __________________________________________________________ 7
1.2.5. Itálico. _______________________________________________________________ 7
1.2.6. Como enumerar e utilizar números. ________________________________________ 7
1.2.7. Notas de rodapé. ______________________________________________________ 8
1.3. Formatação do documento ______________________________________________ 8
1.3.1. Organização do Documento por Títulos ____________________________________ 8
1.3.2. Apresentação da Informação | Tabelas e Figuras _____________________________ 9
Tabelas. ____________________________________________________________ 10
Figuras. ____________________________________________________________ 11
1.4. Fontes, Formatações e Acessibilidade ____________________________________ 14
1.4.1. Acessibilidade | Facilidade de Navegação__________________________________ 14
2. Estrutura de um Documento Científico ____________________________________ 16
2.1. Título e autoria _______________________________________________________ 16
2.2. Agradecimentos ______________________________________________________ 16
2.3. Índice ______________________________________________________________ 16
2.4. Resumo ____________________________________________________________ 17
2.5. Introdução __________________________________________________________ 17
2.6. Revisão da Literatura __________________________________________________ 17
2.7. Método _____________________________________________________________ 18
2.8. Resultados __________________________________________________________ 18
Apresentação dos Resultados. __________________________________________ 18
Análise e Discussão de Resultados. ______________________________________ 19
2.9. Conclusão __________________________________________________________ 19

i
2.10. Referências _________________________________________________________ 19
2.11. Anexos _____________________________________________________________ 19
3. Referenciação de autores Estilo APA _____________________________________ 21
3.1. Citar as fontes ao longo do texto _________________________________________ 21
3.1.1. Uma Obra de um Autor ________________________________________________ 21
3.1.2. Uma Obra de Dois Autores _____________________________________________ 22
3.1.3. Uma Obra de Vários Autores ____________________________________________ 22
3.1.4. Entidades ou Grupos como Autor ________________________________________ 23
3.1.5. Obras Sem Autor ou Data Identificada ____________________________________ 23
3.1.6. Autor Anónimo ou Desconhecido_________________________________________ 23
3.1.7. Dois ou Mais Trabalhos no Mesmo Parêntese ______________________________ 24
Tabela com Exemplos de Referências no Texto. ____________________________ 24
3.2. Bibliografia ou Referências _____________________________________________ 24
3.2.1. Ordenação das referências. _____________________________________________ 25
3.2.2. Componentes das referências. __________________________________________ 25
Autores. ____________________________________________________________ 26
Editores. ____________________________________________________________ 27
Data de publicação. ___________________________________________________ 27
Título. ______________________________________________________________ 27
Editora ou Entidade Responsável pela Publicação. __________________________ 28
Fontes Eletrónicas e sua Localização._____________________________________ 28
Siglas Usadas. _______________________________________________________ 28
3.2.3. Fórmulas das Referências ______________________________________________ 30
Livros. _____________________________________________________________ 30
Tópico num livro tipo dicionário.__________________________________________ 31
Artigos. _____________________________________________________________ 31
Planos e Relatórios. ___________________________________________________ 31
Teses. _____________________________________________________________ 32
Eventos e Comunicações Científicas. _____________________________________ 33
Lei Portuguesa. ______________________________________________________ 33
Comunicações Pessoais e Entrevistas. ____________________________________ 34
Internet e Redes Sociais. _______________________________________________ 35
Como Fazer uma Citação se Faltar Informação. _____________________________ 36
Bibliografia _________________________________________________________________ 37

ii
Índice de Tabelas
Tabela 1 Exemplo de citação direta com omissão entre duas frases _____________________ 5
Tabela 2 Exemplo de formatação para cinco níveis de cabeçalhos da editora da APA _______ 9
Tabela 3 Exemplo de uma tabela de caracterização dos dados da amostra de um estudo ___ 10
Tabela 4 Estilos base de citação no Estilo APA. ____________________________________ 24
Tabela 5 Siglas mais usadas nas referências bibliográficas em inglês e português _________ 29

Índice de Figuras
Figura 1. Exemplo de uma citação direta e da introdução de informação para o leitor _______ 6
Figura 2 Disposição dos elementos para a experiência do estudo ______________________ 11
Figura 3 Trepa-escadas: equipamento avaliado neste estudo _________________________ 11
Figura 4 Exemplo de um gráfico de linhas ________________________________________ 12
Figura 5 Exemplo de um gráfico de barras (neste caso particular um histograma de idades) _ 12
Figura 6 Exemplo de um gráfico circular __________________________________________ 12
Figura 7 Exemplo de um gráfico de dispersão _____________________________________ 13
Figura 8 Exemplo de facilidade de navegação num documento no processador de texto ____ 14
Figura 9. Passos para criar um pdf navegável com base num documento word ___________ 15
Figura 10 Correspondência entre a entrada na lista de referências e a citação no texto _____ 21
Figura 11 Exemplo de onde encontrar a informação que responde às 4 perguntas APA ____ 26
Figura 12. Elementos das referências do Estilo APA ________________________________ 29
Figura 13. Como fazer referências no estilo APA quando faltam elementos ______________ 36

iii
iv
Introdução
Este documento surge com o intuito de ajudar a responder a duas grandes questões que surgem
nos estudantes da nossa faculdade: qual a melhor estrutura e quais as regras de referenciação
que se devem usar na elaboração de trabalhos científicos, quer a nível das unidades curriculares,
quer a nível de dissertação.
Se não existir informação em contrário, os trabalhos na Faculdade de Motricidade
Humana seguem as regras expressas na sétima edição do livro Publication Manual of the
American Psychological Association (American Psychological Association [APA], 2019) vulgo
Estilo APA1.
Quando se escreve um documento temos de ter em atenção o conteúdo: o que se quer
transmitir, mas também a forma como se faz, i.e. estilo. O termo estilo, neste contexto, refere-se
a um conjunto de regras de escrita que facilitam a compreensão da mensagem e que estão
adequadas à área disciplinar do que se quer escrever e aos respetivos leitores. Por outras
palavras, mesmo que haja muita informação de qualidade para partilhar, se esta estiver confusa,
com erros, desorganizada, rasurada ou sem referências aos autores originais, toda a
credibilidade que possa ter o trabalho será perdida e o seu objetivo não será alcançado. É para
isso que seguir o estilo, neste caso do Estilo APA, pode aumentar o sucesso e
consequentemente “arriscar-se a ter melhor notas”.
Com o intuito de ajudar o leitor a compreender e a dominar esta forma de escrita, este
documento está dividido em três partes:

 Numa primeira parte, são abordadas as questões mais relacionadas com a descrição de
como se escreve (incluindo a formatação do documento, a facilidade de navegação e as
regras de como citar autores - ou de não cometer plágio);
 Depois abordam-se as questões de como estruturar os documentos e o que se deve
colocar em cada parte;
 E, finalmente, são abordadas as regras do Estilo APA para a referenciação dos autores
ao longo do texto e no final do documento.
Por último, é de realçar que o Estilo APA não tem nenhuma tradução oficial em Portugal,
o que levanta algumas dificuldades e o aparecimento de algumas dúvidas e formas divergentes
de aplicar este estilo. Neste manual são expressas algumas sugestões sobre a sua tradução
para a realidade portuguesa que são interpretação e da inteira responsabilidade dos autores.

1 APA é a abreviatura de American Psychological Association (Associação Americana de Psicologia) e não deve confundida com
a também conhecida e usada no contexto da saúde mental a American Psychiatric Association (Associação Americana de
Psiquiatria).

1
1. Escrita Científica
A elaboração de documentos e trabalhos na faculdade implica escrever de forma clara, simples
e que ajudem o leitor, seguindo uma estrutura lógica.
Contudo muitos trabalhos que são exigidos na faculdade têm especificidades próprias da
unidade curricular em questão e para isso os alunos devem solicitar aos docentes as regras
específicas que deve seguir:

 Extensão do trabalho – evitar exceder o número de páginas estipulado, sob o risco de


penalização;
 Apresentação – o aspeto gráfico de um trabalho é a primeira coisa que o leitor é exposto,
e por isso deve ser cuidada tendo em atenção as indicações dadas pelos docentes para
aquele trabalho em concreto;
 Estilo de escrita – a gramática e ortografia devem ser corretas, tendo em atenção o
acordo ortográfico em vigor. Deve também optar pela simplificação da linguagem para
uma compreensão perfeita e fácil, sequencialização da apresentação das ideias e
conteúdos, evitar uma escrita emotiva, redundâncias e repetição de palavras, economia
de expressão...
 Descrição com o máximo de precisão – esta característica edifica-se como uma
necessidade ao nível da escrita científica (e.g.: tópicos como o género, orientação sexual,
identidade étnica e racial, deficiência ou idade podem ser ambíguos e ser alvo de
interpretações polémicas pelo que devem ser tratadas com rigor e de acordo com o
objetivo do trabalho);
 Revisão – é usual dizer que é no fim de um trabalho que o autor está pronto para o iniciar,
ou seja, por muito bom que a pessoa seja a escrever, deve rever o trabalho no sentido de
corrigir desde gralhas e erros ortográficos até à estrutura sequencial do trabalho, de forma
a apresentar um trabalho que se coadune com a exigência do ensino superior.

1.1. Objetivo da Escrita


Quando se inicia um trabalho deve-se estar atento a algumas questões presentes ao longo do
trabalho, nomeadamente:

 O problema: qual é o objetivo principal do estudo ou questão de investigação?


 Quais as implicações teóricas do nosso estudo e de que forma se relaciona com a
pesquisa existente nesta área?
 De que forma se relaciona o método ou métodos (forma de responder ao problema) com
o próprio problema?
 Quais as hipóteses de estudo relacionadas com o problema e como podem ser testadas
(experiência ou apenas de forma teórica)?

2
1.2. Dúvidas de Escrita Científica
De acordo com o Estilo APA existem algumas sugestões de escrita a serem tidas em conta
quando se escreve um manuscrito e que clarificam algumas das dúvidas mais comuns dos
investigadores.

1.2.1. Reescrever | citar | plagiar

Sempre que precisamos de usar ideias de outra pessoa ou entidade é necessário dar crédito ao
mesmo, se não estamos a incorrer em plágio.
O Plágio é apresentar a ideia de outrem como sendo do próprio e compreende a
utilização de texto ou ideias expressas por outrem sem a necessária referência. Daí a
necessidade da introdução de referências ao longo do documento, com a sua listagem no final
do documento; mesmo quando a ideia é rescrita por outras palavras deve ser salvaguardada a
autoria mediante a referência do autor e do ano em que foi expressa em todas as frases de uma
forma explicita ou implícita (indireta).
Para cumprir esta regra o leitor do documento não deve ter qualquer dúvida da origem da
informação que está a ler (se é da autoria de quem escreve ou é uma ideia expressa por outro
autor ou entidade).
Sempre, que for possível, devemos reescrever a ideia original em que nos inspirámos, de
forma a transformá-la e adequá-la ao objetivo do nosso texto. Mas em algumas situações essa
recriação não é a melhor opção e sempre que se recorrer à citação direta esta deve ser
devidamente justificada. As citações diretas mais frequentes são:

 Excertos da lei: a legislação é algo que está escrito e que deve ser igual para todos os
que estão sujeitos a ela. A interpretação de leis e normativos é complexa e pode levar
leituras erradas, por isso sempre que há necessidade de se referir a leis e normativos faz
sentido a transcrição dos textos seguida da justificação ou do enfâse relacionado com o
objeto do manuscrito;
 Definição de conceitos: se um autor define de uma forma um conceito, não devemos
tentar reescrever as suas palavras, apenas devemos referir a importância das mesmas
ou o valor acrescentado da ideia em questão;
 Transcrição de entrevistas: se o método de trabalho passa por analisar as ideias de
diferentes participantes, então as ideias devem ser escritas como originalmente foram
expostas.
Nota: se a citação for de algum artigo ou livro da APA e ultrapasse as 400 palavras seguidas
(ou as 800 intercaladas) ou mais de três figuras ou tabelas há necessidade de pedir
autorização aos editores/autores para a utilizar. O número de palavras para se pedir
permissão de utilização para a sua reprodução varia consoante os editores ou autores do
material.

3
1.2.2. Citações diretas | fonte original

As citações diretas devem ser usadas com parcimónia e com critério, pois a APA recomenda
parafrasear os autores: escrever por palavras suas (quem está a elaborar o documento) a
interpretação do que leu e ajustando ao contexto/objetivo do seu trabalho (certamente diferente
dos objetivos do documento citado). Quando se opta pela citação direta esta deve ser
sustentando com uma justificação para a sua utilização, como por exemplo citar um excerto da
lei portuguesa ou na definição de um conceito por um autor.
Todo o material citado por outros autores ou duplicado de um texto publicado em papel
ou em formato eletrónico, e.g., deve ser reproduzido integralmente, palavra por palavra na língua
original ou, caso exista tradução disponível, em português.
As exceções a esta regra são: a primeira letra da primeira palavra pode ser alterada para
maiúscula ou minúscula, masculino ou feminino, a pontuação no final da frase pode alterada de
forma a estar de acordo com a sintaxe usada no texto que está a ser escrito, e as aspas de
citação passam para aspas simples (“e.g.” passa a ‘e.g.’). A transcrição deve ser integral,
incluindo gralhas e erros ortográficos (neste caso, o erro deve ser sinalizado com a palavra latina
sic entre parenteses retos, e.g.: “Coportamento [sic] adaptativo”). Aliás sempre que existir algo
escrito numa citação direta entre parenteses retos isto quer dizer que é uma informação adicional
do autor do documento à transcrição do texto original.
Nota: Contudo as alterações produzidas pela entrada em vigor do acordo ortográfico não são
consideradas erros ortográficos e deve-se manter a palavra como foi escrita no momento
da sua publicação.
Qualquer citação direta deve ser acompanhada por uma referência que inclua o número
da página.

 E.g.: Este tipo de avaliação “pode ser planificada, justa, válida, fiável, orientadora,
adequada e coerente” (Santos e Morato, 2002, p. 225).
No caso de estarmos na presença de informação vinda de um documento da internet
deve ser citado o número do parágrafo.

 E.g.: “Recusei para poder continuar a contar com o privilégio de trabalhar com o Dr. João
dos Santos no Centro de Saúde Mental Infantil e Juvenil de Lisboa” (para. 20).
Em documentos que não têm paginação deve colocar-se o máximo de elementos que
levem o leitor a identificar a citação em questão.

 E.g.: “A educação inclusiva é uma questão de direitos humanos: todas as crianças têm o
direito de aprender, em conjunto e não devem ser excluídas pelo facto de apresentarem
deficiências ou outros problemas que dificultam a sua aprendizagem” (REDEInclusão,
2010, Porquê a educação inclusiva? para.1).

4
Quando o documento é constituído por uma estrutura rígida (e.g. organizado por artigos),
deve citar-se o número do artigo em vez da página. Ou seja, independentemente do formato ou
língua do documento, a estrutura mantém-se inalterável.

 E.g.: A Convenção dos Direitos da Pessoa com Deficiência define no seu artigo 3.º, alínea
(e) a igualdade de oportunidades como um dos seus princípios gerais. Na versão inglesa
deste documento lê-se “Article 3 – Geral principles: (e) Equality of opportunity”, na versão
francesa “Article 3 – Principes généraux: (e) L’égalité des chances” e assim
sucessivamente.
Quando na citação se omite informação utilizam-se espaço, reticências, espaço entre
parênteses - ( … ) - indicando que se omite informação da fonte original, e.g.:

 No estudo do quociente de inteligência “o sujeito é submetido a um processo de testagem,


sem se considerar a situação actual do mesmo (…), somente, daquele momento de
observação” (Santos e Morato, 2002, p. 71).
Não deve ser utilizada a informação de omissão - ( … ) - nem no final nem no início de
qualquer citação, exceção quando se pretende prevenir interpretações dúbias. São utilizados 4
pontos entre parenteses - ( . … ) - para indicar qualquer omissão entre duas frases (ver o exemplo
da tabela 1).
Tabela 1 Exemplo de citação direta com omissão entre duas frases

Texto original (Santos e Morato, 2002, p. 20) Citação


Este mesmo modelo demonstra a necessidade de apoios que reflecte a actuação
“Este mesmo modelo demonstra a necessidade de apoios que
das populações e que a sua presença/ausência influencia reciprocamente o seu
reflecte a actuação das populações ( . ... ) como uma componente
funcionamento. É de realçar que os serviços de apoio não são transpostos para
principal, uma vez que são perspectivados como respostas de
este modelo como uma componente principal, uma vez que são perspectivados
suporte às necessidades denotadas.”
como respostas de suporte às necessidades denotadas.

A incorporação da citação com menos de 40 palavras deve ser entre aspas, tal como visto
nos exemplos anteriores; no caso em que a citação é superior a 40 palavras deve ser feita sem
recorrer às aspas, num parágrafo novo formando um bloco com avanço em relação à margem
esquerda, e.g.:
Este mesmo modelo [Modelo de Funcionamento Humano] demonstra a necessidade de
apoios reflecte a actuação das populações e que a sua presença/ausência influencia
reciprocamente o seu funcionamento.
É de realçar que os serviços de apoio não são transpostos para este modelo como
uma componente principal, uma vez que são perspectivados como respostas de suporte
às necessidades denotadas (Santos e Morato, 2002, p. 20).
Sempre que ao retirar a frase do contexto seja necessário adicionar informação para o
leitor compreender melhor, o autor tem liberdade de acrescentá-la entre parenteses retos, tal
como visto no exemplo anterior que foi acrescentado [Modelo de Funcionamento Humano] ou no
exemplo da figura 1.

5
Figura 1. Exemplo de uma citação direta e da introdução de informação para o leitor

“adultos” adicionado entre parenteses Citação encurtada pelas reticências


retos para clarificar o sentido

De Backer and Fisher (2012) noted “those [adults] who read gossip magazines, watch gossip-
related television shows, or read gossip articles from internet sites ( … ) may feel guilty about
wasting their time on a leisure pursuit (p. 421). They emphasized that “it is important to
remember that gossip helped our ancestors survive [emphasis added], and thus by accessing
gossip, one is faced with an opportunity to vicariously learn solutio [sic] to adaptative problems”
De Backer & Fisher, 2012, p. 421).

“enfâse adicionado” para identificar a adição do itálico Erro identificado no original

Nota: Traduzido da figura 8.6 (p.285) de American Psychological Association (2020). Publication manual of the American psychological association (7.ª ed.). Autor.

Não se devem omitir referências a outros autores que estejam nas citações diretas, no
entanto não é necessário colocar essa mesma referência na nossa lista:

 e.g.: “A consideração da etiologia da deficiência (AAMR, 1992) desempenha um papel


fundamental na classificação das deficiências” (Santos e Morato, 2002, p. 29).

1.2.3. Citações indiretas | ‘como citado em’

A citação indireta é feita quando não existe possibilidade de consultar a obra original e
escrevemos com base na leitura desse documento por um outro autor.
Tanto quanto possível dever-se-á evitar a utilização de citações indiretas, pois a
informação original pode-se ter perdido ou ter sido mal-interpretada.
Por isso, só mesmo nos casos em que a sua utilização se caracterize por ser
imprescindível e acrescente valor ao trabalho é que deve ser utilizada. Nestes casos, deve-se
nomear a fonte secundária na lista de referências e no texto fazer a referência a esta situação.

 e.g. Se for uma obra publicada, mas que não conseguimos consultar a mesma, então
devemos colocar a fonte tal como citada pelo autor que estamos a consultar: … papel de
pessoa com deficiência definido em 1970 por Shafilios-Rothschild (1970, como citado por
Barnes e Mercer, 2003). Ou … papel de pessoa com deficiência de Shafilios-Rothschild
(1970) citado em Barnes e Mercer (2003).
 e.g. se Luís Vaz de Camões e a sua obra é citada por Silva então no texto deve aparecer:
A obra de Camões citada em Silva (2011) … ou A obra de Camões (como citada em Silva,
2011) …
 e.g. Em inglês: (Rabbitt, 1982, as cited in Lyon et al. 2014) ou Allport’s diary (as cited in
Nicholson, 2003)
Nota: Alteração da edição 7.ª da APA (substituiu o ‘cit. in’)

6
1.2.4. Abreviaturas

As abreviaturas devem ser utilizadas para poupar tempo e simplificar o trabalho.


É o caso das abreviaturas oriundas do latim e.g. para por exemplo i.e. para isto é. Todas
as abreviaturas são realizadas colocando a primeira letra da palavra ou primeiras letras da
palavra seguido de ponto “.”, e.g.: a abreviatura de número fica n.º; a abreviatura da Senhor é
Sr.
Nota: Exceção - Abreviaturas científicas, estatísticas e acrónimos o ponto não é utilizado para
construir a abreviatura (e.g. cm para centímetros; sd para desvio-padrão; OMS para
Organização Mundial de Saúde).
Sempre que não sejam abreviaturas usadas universalmente, cada abreviatura deve ser
apresentada na primeira entrada no documento (exceção feita a títulos e ao resumo) e apenas
usada se assim se justificar (i.e., se for usada frequentemente e ajudar o leitor).

1.2.5. Itálico.

A utilização do itálico deve ser feita para chamar a atenção do leitor para um termo ou uma
frase, e não deve ser usada de forma indiscriminada. Se seguida são apresentados alguns
exemplos de utilização correta desta formatação:

 identificar títulos dos livros, revistas e outras publicações;


 palavras/frases citadas como exemplos linguísticos;
 introdução de termos técnicos;
 pontuações dos testes e resultados.
Não se deve utilizar itálico com:

 termos químicos (NaCl, LSD);


 termos trigonométricos (sen/cos, ...);
 letras gregas;
 frases estrangeiras enraizadas na língua (à posteriori, ...);
 símbolos ou expressões matemáticas;
 para dar enfâse a uma frase (utilizar antes o negrito com parcimónia).

1.2.6. Como enumerar e utilizar números.

Os números devem ser escritos na forma de algarismos quando:

 em processos de comparação, enumeração, descrição...;


 precedentes de unidades de medida (e.g. 5 cm);
 números que representem funções estatísticas ou matemáticas, datas, tempo, idades,
amostra...;

7
No entanto, existem exceções às quais se deve estar atento:

 números inferiores a 10 que não representem medidas precisas ou que se agrupem para
comparação com números inferiores a 10 (e.g.: ...repetir a tarefa três vezes; ...existem
sete razões para...; ...oito itens...);
 números a iniciar frases, títulos ou cabeçalhos (e.g.: doze participantes contribuíram para
a aplicação do teste...);
 frações comuns (um quinto da população..., dois terços dos alunos opinaram que...);
 termos comumente aceites (os Doze Apóstolos, os Dez Mandamentos...);
 no caso das frações decimais utilizamos o zero (0) antes do ponto decimal quando os
números são inferiores a 1: e.g. 0.23 cm;
 ao nível das correlações/proporções e níveis estatísticos de significância não colocamos
o zero (0): e.g.: p<.05.

1.2.7. Notas de rodapé.

As Notas de Rodapé devem ser sempre usadas de forma parcimoniosa e apenas quando
estritamente necessárias.
As notas de rodapé mais usuais são as relativas ao conteúdo, ou seja, que
complementam ou amplificam a informação do texto (para além do essencial). Apenas devem
ser introduzidas se reforçam o texto e acrescentam valor ao mesmo.

1.3. Formatação do documento


A qualidade da apresentação de um documento encoraja um leitor a ler o documento, devendo,
por isso, ser valorizada.
Por outro lado, a utilização de processadores de texto e a formatação do documento pode
ajudar o autor a reformular a estrutura do seu trabalho, melhorando-o sem perca de tempo.
De acordo com o Estilo APA existem algumas sugestões de formatação de documentos,
que podem ajudar neste processo. A partir da APA 7 existe o reforço de cumprir regras de
acessibilidade dos documentos.
Organização do Documento por Títulos
Um documento escrito num processador de texto tem a vantagem de o podermos organizar logo
por Títulos (Headings – termo inglês) que indicam a estrutura do trabalho e estabelecem a
importância relativa de cada tópico. Assim, todos os tópicos com a mesma importância têm o
mesmo nível de Título (e.g.: nome dos capítulos vs. subcapítulos).
Caso utilize outro tipo de formatação de títulos (que não a sugestão da tabela 2) tenha
presente que é importante que as diferenças visuais de formatação permitam identificar a
hierarquia da estrutura do trabalho, i.e., a relação entre os capítulos e subcapítulos. Em

8
documentos muito extensos aconselha-se a numerar os mesmos para facilitar a leitura desta
hierarquia.
Tabela 2 Exemplo de formatação para cinco níveis de cabeçalhos da editora da APA

Nível de Título Formatação sugerida para o título e para o texto a seguir


Centrado, Negrito, Todas as Palavras Principais Iniciadas com Letra Maiúscula
1
Texto começa como um novo parágrafo.
Alinhado à Esquerda, Negrito, Todas as Palavras Principais Iniciadas com letra Maiúscula
2
Texto começa como um novo parágrafo.
Alinhado à Esquerda, Negrito, Itálico, Todas as Palavras Principais Iniciadas com letra Maiúscula
3
Texto começa como um novo parágrafo.
Com Avanço em Relação à Margem Esquerda, Negrito, Todas as Palavras Principais Iniciadas com letra Maiúscula,
4
Termina com Ponto. Texto continua no seguimento do título e contínua como uma frase normal.
Com Avanço em Relação à Margem Esquerda, Negrito, Itálico, Todas as Palavras Principais Iniciadas com letra Maiúscula,
5
Termina com Ponto. Texto continua no seguimento do título e contínua como uma frase normal.
Nota. Adaptado da tabela 2.3 (p. 48) de American Psychological Association (2020). Publication manual of the American psychological association (7.ª ed.). Autor.

1.3.1. Apresentação da Informação | Tabelas e Figuras

Existem vários métodos de apresentação dos dados estatísticos e matemáticos (símbolos,


texto corrido, equações...).
Não é necessário introduzir referências bibliográficas para identificar a estatística mais
em voga, apesar de referenciarmos a estatística menos comum ou a utilizada de forma
controversa.
Sempre que se reporta a descrição estatística (dos vários testes utilizados) deve-se incluir
informação suficiente que permita ao leitor corroborar as análises efetuadas.

 E.g.: “Tal como se pode observar pelos resultados não existem diferenças quando se
compara o grupo com Dificuldades Intelectuais e Desenvolvimentais e o grupo com T21
(p<.05), exceção ao nível do desenvolvimento físico (p>.05)”.
Ter em atenção na descrição dos dados a:

 na apresentação da estatística descritiva em tabelas não é necessário repetir a


informação em texto corrido, apenas devendo ser salientados os dados mais relevantes
para o trabalho;
 apresentar a correlação correta entre os conceitos e os seus valores, como por exemplo,
dar sempre o valor da média sempre com o respetivo desvio-padrão em parêntesis: e.g.
“obtiveram os valores médios de 2.43 (±0.50), 2.59 (±1.21), respetivamente”;
 ter especial atenção que existem regras para a utilização de algumas letras para
representar conceitos tal como o N para a amostra total vs. n para designar o número de
elementos numa parte da amostra (e.g. “da nossa amostra (N=25) apenas responderam
cerca de metade (n=12)”.

9
Tabelas. A utilização de tabelas ou quadros na apresentação da informação é eficiente,
possibilitando mostrar uma grande quantidade de informação de uma forma sistemática e clara.
Em primeiro lugar, há que determinar a quantidade de informação que o leitor necessita para a
discussão dos resultados e, em seguida decidir sobre a modalidade de apresentação dos dados.
Todas as tabelas devem ser parte integrante do texto, devendo ser inteligíveis e suficientemente
elucidativas. Todas devem ter um título, devendo estar igualmente enumeradas para uma maior
facilidade de consulta e referenciadas no texto (e.g.: “tal como se observa na tabela 3...”).
Tabela 3 Exemplo de uma tabela de caracterização dos dados da amostra de um estudo no âmbito da deficiência visual

Baixa Visão Cego Total


Mulher Homem Mulher Homem N=66 100%
Desempregados 3 2 2 5 12 18.2%
Trabalhadores não qualificados 6 0 4 13 23 34.8%
Operários ou Pessoal administrativo 3 4 2 3 12 18.2%
Especialistas 3 5 4 7 19 28.8%

As tabelas devem ter uma nota geral no seu final que explica a informação geral (e.g.
“Nota: Os desvios padrão estão indicados entre parênteses”) e sempre que se retirou parte ou
copiou na íntegra a informação de outro autor, deve-se incluir a informação sobre a fonte original
(e.g. “Nota: adaptado de American Psychological Association (2020). Publication manual of the
American psychological association (7.ª ed.). Autor”).
Podem incluir também notas específicas que se referem a uma coluna/linha específica
(e.g. “ este participante não completou o teste porque...”).
1

Finalmente, pode incluir uma nota de probabilidade que indica o resultado dos testes de
significância, estando convencionado usar o carater asterisco para identificar os valores:

 um asterisco para a probabilidade de 95% de confiança “*p<.05”;


 dois asteriscos para 90% “**p<.01”;
 e, três asteriscos para 99% de confiança “***p<.001”.
Sempre que pensar usar este tipo material, o Estilo APA recomenda que responda
primeiro às seguintes questões (adaptado de APA, 2020, p. 207):
A tabela é mesmo necessária e é uma mais-valia?
Todas as tabelas têm o mesmo tipo de formatação?
A legenda é pequena, mas explicativa?
Todas as colunas têm título?
Todas as abreviaturas, siglas, parênteses, símbolos estão identificados?
Todas as notas seguem a seguinte ordem: notas gerais, específicas e de probabilidade?
Se a tabela ou parte desta é retirada de alguma publicação inclui a respetiva referência?
Todas as tabelas estão mencionadas no texto?

10
Nota: Na versão 7 da APA as tabelas mantêm a sua legenda na sua parte superior, e quer na
tabela quer nas figuras a fonte passa a estar numa nota na parte inferior.

Figuras. De acordo com o Estilo APA existem vários formatos de figuras: fotografias,
gráficos, fluxogramas, imagens, mapas, desenhos, …
As fotografias denotam uma boa forma de atrair o leitor. Deverão ser caraterizadas pela
qualidade, com um fundo contrastante e não esquecer a sua enumeração (referenciada no índice
e no momento da sua apresentação) na ordem em que é mostrada (e.g.: “tal como se observa
na figura 3...”).
A legenda constitui-se como uma parte fundamental da figura e permite ao leitor perceber
a sua relação e pertinência para o documento (e.g.: “dispor o material como na figura 2...”).
Deste modo, a seleção dos desenhos e imagens deve ser seletiva e transmitirem ao leitor
de uma forma flexível a ideia ou enfatizar aspetos da mesma.
Figura 2 Disposição dos elementos para a experiência do estudo Figura 3 Trepa-escadas: equipamento avaliado neste estudo

Os gráficos implicam que o leitor faça a estimativa de alguns valores apresentados, por
isso, normalmente, a preferência da utilização recai nas tabelas pela maior exatidão da
informação apresentada. Contudo, os gráficos permitem ao leitor identificar relações entre os
dados de forma mais fácil ao olhar globalmente para os resultados, sendo particularmente úteis
na descrição de interações (ou falta de) e de relações não-lineares.
Existem vários tipos de gráficos que devem ser escolhidos em função do tipo de relações
(comparações e distribuições) a enfatizar. Em seguida, são apresentados alguns dos exemplos
mais usados na investigação da faculdade.

11
 Gráficos de linhas: enfatiza a relação entre variáveis quantitativas, mostrando
tendências de dados em intervalos iguais, tal como o representado na figura 4.
Figura 4 Exemplo de um gráfico de linhas

 Gráficos de barras: enfatiza comparações entre itens individuais e categoriais. As barras


podem ser representadas na horizontal ou na vertical. Um exemplo muito utilizado na
representação da frequência de idades é o histograma (representado na figura 5).
Figura 5 Exemplo de um gráfico de barras (neste caso particular um histograma de idades)

 Gráficos circulares ou de ‘queijos’: utilizado para mostrar proporções de uma série de


dados (muitas vezes os dados são dados em percentagens, como se pode observar na
figura 6).

Figura 6 Exemplo de um gráfico circular

GELADO PREFERIDO
Outros
20%

Natas Chocolate
10% 50%

Morango
10%
Caramelo
10%

12
 Gráficos de dispersão: conjunto de pontos simples que representam eventos de forma
a identificar tendências (ver figura 7).
Figura 7 Exemplo de um gráfico de dispersão

As figuras devem ter uma nota geral no seu final que explica a informação geral (e.g.
“Nota: Os desvios padrão estão indicados entre parênteses”) e sempre que se retirou parte ou
copiou na íntegra a informação de outro autor, deve-se incluir a informação sobre a fonte original
(e.g. “Nota: adaptado de American Psychological Association (2020). Publication manual of the
American psychological association (7.ª ed.). Autor”).
Sempre que pensar usar este tipo material o Estilo APA recomenda que responda
primeiro às seguintes questões (adaptado de APA, 2020, p. 232):
Esta figura é necessária e é uma mais-valia?
A figura é simples, clara e sem pormenores desnecessários?
A legenda da figura descreve de forma adequada o conteúdo da mesma?
Todos os elementos da figura estão claramente legendados?
A escala, dimensão e direção dos elementos da grelha estão claramente identificados?
As figuras de conceitos com igual importância estão preparadas de acordo com a mesma
escala?
Todas as figuras estão numeradas sequencialmente com numeração árabe?
Todas as figuras estão mencionadas no texto?
Todas as figuras têm a informação sobre a sua proveniência?
Todas as figuras têm resolução suficiente para uma adequada reprodução?

Nota: Na versão 7 da APA as figuras passaram a ter a sua legenda na sua parte superior, e
quer na tabela quer nas figuras a fonte passa a estar numa nota na parte inferior.

13
1.4. Fontes, Formatações e Acessibilidade
A 7.ª edição da APA (2019) para além da fonte Times New Roman (tamanho 12) recomendada
nas versões anteriores, alargou as suas opções para outras fontes que são legíveis e que incluem
símbolos matemáticos e letras gregas: Lucinda Sans Unicode ou Normal Computer Modern
(tamanho 10), e, Calibri ou Arial ou Georgia (tamanho 11)
Na FMH, ou quando de deseja publicar numa dada revista, podem ser usados outros tipos
de fontes, espaçamento entre linhas, margens para os diferentes trabalhos, devendo ser sempre
consultadas as normas de cada trabalho. Contudo, recomenda-se usar sempre o mesmo tipo de
fonte ao longo de todo o documento, com exceção do texto de figuras e tabelas que pode variar
entre 8 e 14 pontos, os títulos que podem ter um tamanho superior à da fonte do texto e as notas
de rodapé podem ter dimensão menor.

1.4.1. Acessibilidade | Facilidade de Navegação

Quando se escreve um documento extenso, a organização por capítulos ajuda o autor e o leitor,
pois facilita a navegação dentro do documento: quer no processador de texto escolhido (ver
figura 8) quer na posterior transformação em formato de visualização como é o caso dos ebooks
ou pdf.
Figura 8 Exemplo de facilidade de navegação num documento no processador de texto (word) enquanto se escreve um documento

No menu Ver, selecionar


o Painel de Navegação

Nota: Procurar nas opções de visualização o painel de navegação para navegar no documento

Para produzir um documento em formato pdf com navegação, caso o documento já tenha
sido formatado com este objetivo (incluindo a possibilidade de fazer um índice automático) e caso
esteja a usar o word é só seguir os passos da figura 9.
Se quiser formação sobre o tema, com pequenos vídeos tutoriais, pode consultar o site
do office: https://support.office.com/pt-pt/article/forma%C3%A7%C3%A3o-em-v%C3%ADdeo-
sobre-acessibilidade-71572a1d-5656-4e01-8fce-53e35c3caaf4

14
Figura 9. Passos para criar um pdf navegável com base num documento word com estrutura de capítulos

1. Para fazer o pdf


usando a função
“Guardar Como”,
optar pelo formato
pdf, e depois
selecionar “Opções”

2. Selecionar a opção “Criar marcadores utilizando” … “Cabeçalhos”

3. Procurar o símbolo de
Marcador no programa
que usa para ver o pdf e
clicar. Passa a ter a
estrutura para navegar no
documento (não apenas
no índice).

15
2. Estrutura de um Documento Científico
Cada trabalho ou documento escrito no âmbito de um curso de nível superior tem a sua estrutura
própria. Contudo, o Estilo APA sugere e descreve as componentes principais de um manuscrito
de cariz científico, que serão descritas em seguida.

2.1. Título e autoria


O título deve resumir de forma clara a ideia dominante do trabalho/artigo. De acordo com o Estilo
APA o título deve ter cerca de 10 a 12 palavras – isto em inglês. O título deve ser indicativo da
natureza do relatório, variáveis estudadas, grupos tomados ou procedimentos empregues.
É usual a seguir ao título ter a autoria do documento que deve incluir o nome dos autores
e instituição de pertença (ou afiliação). Se for para publicação pública deve também ser incluído
a referência de qual o autor que disponibiliza para ser contactado e o respetivo contacto.

2.2. Agradecimentos
A parte relativa aos agradecimentos são facultativos, devendo ser breves e claros. Ocupam o
primeiro lugar logo a seguir à folha de rosto, sendo a sua enumeração feita em numeração
romana.
As referências a apoios financeiros ou institucionais devem aparecer de forma explícita a
seguir aos agradecimentos.

2.3. Índice
O índice deve conter todos os elementos significativos das partes do documento, sendo
normalmente usados os capítulos e subcapítulos do mesmo identificando a respetiva página. Por
isso, deve ser ponderado até que nível de subcapítulo deve ser identificado ou mesmo se deve
fazer parte do documento (e.g. em documentos pequenos não é necessário ter índice).
Em documentos mais extensos pode existir a necessidade de colocar um índice de figuras
e um índice de tabelas, sendo a enumeração de todas as páginas dos índices feita em
numeração romana.
O índice para além de ajudar na navegação do trabalho, representa o inventário de toda
informação contida no documento de forma esquemática e organizada, para uma compreensão
rápida e global da estrutura do manuscrito (um leitor experiente pode avaliar a coerência de um
trabalho por este elemento).
Os documentos são mais acessíveis se permitirem a sua navegação através do
índice/estrutura do documento (capítulos e subcapítulos).

16
2.4. Resumo
O resumo ou abstract é um elemento determinante para consulta de um documento e serve
para ser consultado sem necessidade de ler o documento na íntegra.
Este elemento é um resumo breve e holístico dos conteúdos do documento caracterizado
por ser preciso, conciso e específico, não avaliativo, coerente e legível. Deve sumarizar o
problema, o método de observação, os resultados, a interpretação dos dados e as implicações
ou principais conclusões.
Um artigo de um de estudo empírico (e.g. trabalho de campo), deve ter no máximo 250
palavras e incluir:

 problema de investigação (numa frase, se possível);


 a amostra e as suas características (número, género, idade, ...);
 método experimental (instrumentos utilizados, outras variáveis, ...);
 os dados obtidos, incluindo os resultados estatísticos;
 conclusões, implicações e aplicações...
Já num resumo de artigo teórico (e.g. revisão da literatura) devem conter:

 o problema a ser investigado numa frase;


 os critérios e elegibilidade para a escolha das referências usadas e as fontes
pesquisadas;
 as principais conclusões ou implicações…

2.5. Introdução
É na introdução que é apresentado o problema específico do estudo realizado, bem como a
descrição das estratégias de investigação. Ou seja, introduz o problema e a forma como foi
resolvido, i.e., o método, incluindo a estrutura do documento.
Os documentos mais extensos podem incluir a síntese bibliográfica na área (argumentos
relevantes e evidencias), definição da hipótese e sua relevância e as motivações para o
desenvolvimento do trabalho.
A partir da introdução o trabalho deve ser paginado com numeração árabe começando
na página 1.

2.6. Revisão da Literatura


O desenvolvimento do tema faz-se por revisão bibliográfica, por outras palavras inclui a
discussão da literatura. É nesta parte, organizada por temas, onde a análise de estudos e outros
trabalhos relacionados com a nossa área de investigação se torna pertinente.
Nesta parte do documento devem ser enfatizados os resultados pertinentes e
metodologias relevantes, numa sequência lógica (e.g. dos trabalhos mais antigos para os atuais;

17
ou por tipos de métodos de trabalho) e evitados pormenores desnecessários ou subjetividade
nas análises.

2.7. Método
O método é a descrição da forma como o estudo foi conduzido em termos de sujeitos, variáveis,
procedimentos, instrumentos, entre outras, de forma a se poder apreciar a pertinência dos
mesmos e a fidelidade/validade dos resultados; caso tenham sido utilizados vários instrumentos,
deve proceder-se à sua descrição separadamente.
Esta parte do documento deve ser fácil identificar as diferentes componentes recorrendo
a subcapítulos (consultar as normas das revistas para ver se pedem uma sequência específica
de apresentação dos subcapítulos):

 Participantes: descrição da amostra, procedimentos para a sua seleção, características


demográficas, ...;
 Instrumentos: materiais, técnicas e instrumentos utilizados, e procedimentos, onde se
incluem as instruções aos participantes, a formação de grupos de controlo, ..., i.e., a
descrição de todos os passos dados para a concretização do trabalho;
 Desenho experimental: procedimentos realizados na investigação/ intervenção
necessários para outro investigador os conseguir replicar;
 Ética: não esquecer de mencionar, caso seja o caso, se os procedimentos éticos foram
tidos em conta na investigação.

2.8. Resultados
Toda a investigação produz resultados que devem ser apresentados e discutidos. Dependendo
da extensão dos dados recolhidos e do orientador da investigação, podem ser apresentados
todos os resultados e só depois encetada a sua discussão, ou podem ser apresentados e
discutidos de acordo com uma estrutura lógica que facilite a apresentação e discussão de
resultados.
Apresentação dos Resultados. A apresentação dos resultados é o sumário dos dados
e informações recolhidas, e do seu tratamento estatístico. Podem ser utilizados quadros, figuras,
tabelas, gráficos consoante a natureza do trabalho:

 Tabelas (quadros) e Figuras (desenhos, gráficos, imagens) – estratégias de


apresentação clara e concisa dos dados (atraem a atenção e simplificam a descrição e
análise da informação). Devem ser legendadas e todas as tabelas e figuras devem ser
referenciadas aos leitores no próprio trabalho (ver mais informações sobre tabelas na p.
10 e sobre figuras na p. 11);
 Apresentação estatística – incluir a informação sobre a amplitude e valores do teste, os
seus graus de liberdade, o nível de probabilidade...: na estatística descritiva colocar
sempre o desvio padrão quando indicar valores de médias e medianas; se possível,

18
clarificar o tipo de análise realizado e porquê (paramétrica, não paramétrica; correlacional,
descritiva...); testes de hipóteses (aceitação vs. rejeição de hipóteses e porquê),
significância estatística (discriminando qual o nível de significância utilizado: p<.05 ou
p<.01), ...
Análise e Discussão de Resultados. Após a apresentação de resultados, entra-se na
fase de discutir e de interpretar os dados obtidos, podendo inclusive confrontá-los com as
hipóteses colocadas inicialmente: teorias, inferências, possíveis consequências teóricas e
validade das conclusões tiradas (confronto com outros estudos e outras conclusões –
similaridades e diferenças).
Na discussão dos resultados podem-se identificar as implicações práticas e teóricas do
trabalho, fazer sugestões de melhorias ou propostas de novos temas de investigação, devendo-
se, no entanto, evitar trivialidades, polémicas, generalizações forçadas e comparações teóricas
fracas. De uma forma geral, nesta secção não é habitual novas referências/autores, devendo os
mesmos já terem sido apresentados na introdução e/ou revisão da literatura.

2.9. Conclusão
Após a discussão dos resultados surgem as conclusões que pode incluir um resumo das
principais conclusões decorridas dos resultados obtidos, limitações da investigação,
recomendações (para a prática, política e investigação) e desenvolvimentos futuros.
Nota: evitar inferências e generalizações forçadas...

2.10. Referências
No final do documento devem ser identificadas as fontes usadas para a concretização do
trabalho, podendo optar-se por:

 Referências - identificação das fontes utilizadas apenas no documento final;


 Bibliografia - conjunto de fontes utilizadas para a elaboração do documento, apesar de
poderem não estar referenciadas ao longo do manuscrito.
Para a elaboração e ordenação das referências consultar “Bibliografia ou Referências” na
página 21 deste documento.

2.11. Anexos
O objetivo dos anexos é dar ao leitor a possibilidade de consultar uma informação mais
detalhada, que poderia distraí-lo aquando da leitura do documento principal; inclui a
apresentação exaustiva dos dados brutos, formulários e fichas, software ou outras informações
necessárias (documentos importantes usados ou produzidos pela investigação).

19
Os anexos devem estar organizados de forma a facilitar a sua consulta e podem ser
facilmente localizados, uma vez que todos devem ter a sua referência no texto, reforçando a sua
ligação com o trabalho.
No estilo APA sempre que existe mais do que um anexo é feito a sua identificação com
letras maiúsculas (e.g. Anexo A, Anexo B, …):

 E.g.: “foram observados resultados similares em ambos os estudos (consultar o Anexo A


e B para ver os dados completos dos estudos)”.
Ter em atenção que no caso de os anexos conterem tabelas ou figuras, para as distinguir
dos presentes no corpo do trabalho, deve-se identificar a letra do anexo na tabela, e.g.:

 Tabela A1 [primeira tabela do anexo A];


 Figura B2 [segunda figura do anexo B].
Nota: A paginação dos anexos continua a que vem do resto do documento (não recomeça, nem
altera para número romanos).

20
3. Referenciação de autores Estilo APA
O sistema de referenciação de autores de acordo com o Estilo APA faz-se em dois passos
distintos (e.g. figura 7):
1. Ao longo do texto é identificada a origem da autoria da informação mediante a
apresentação dos autores ou entidades e do ano de publicação.
2. Com esta informação, o leitor pode consultar no final do documento (ou do capítulo)
a forma de obter as obras referenciadas na respetiva lista de obras. Como a listagem
na lista de referências ou na bibliografia está organizada alfabeticamente é fácil
localizar a referência pretendida.
Figura 10 Correspondência entre a entrada na lista de referências e a citação no texto

Nota: Os quatro elementos da entrada na lista de referências incluem o autor (a roxo), a data (a azul), o título (a amarelo), e a fonte (a verde). Na citação no
texto (na narrativa ou entre parenteses) que corresponde a esta referência pode ser identificado o apelido e o ano da publicação. Traduzido da figura 8.2 (p.
262) de American Psychological Association (2019). Publication manual of the American psychological association (7.ª ed.). Autor.

Em seguida são descritas as principais regras para fazer as referências de acordo


com o Estilo APA organizadas de acordo com estes dois passos.

3.1. Citar as fontes ao longo do texto


O Estilo APA estabelece as regras para atribuir a autoria das ideias descritas ou transcritas
de acordo com o número e o tipo de autores das obras consultadas.

3.1.1. Uma Obra de um Autor

Para citar a obra de um autor deve-se colocar o seu apelido mais o ano de publicação.
Ter em atenção que dentro do mesmo parágrafo não é necessário repetir a referência
ao ano do estudo, desde que seja claro que se está a falar do mesmo (entre parenteses esta
exceção não se aplica). E no caso de citações diretas deve ser acrescentada a página do
livro onde surge a citação, como nos exemplos que se seguem:

 Walker (2013) comparou os tempos de reação…


 Num estudo recente sobre tempos de reação (Walker, 2013) …

21
 Em 2013, Walker comparou os tempos de reação… [opção menos usada]
 O autor afirmou que “os tempos de reação…” (Walker, 2013, p. 22).
 Num estudo recente sobre tempos de reação, Walker (2013) descreveu (…). Walker
também encontrou (...). Acrescentou, igualmente, (…)

3.1.2. Uma Obra de Dois Autores

Para citar a obra da responsabilidade de dois autores deve-se colocar o apelido de cada um
dos autores mais o ano de publicação. Sempre que a referência for repetida tem de ser
colocados os nomes dos dois autores.
Se estiver a escrever um texto em inglês e usar o formato do nome dos autores entre
parênteses deve ser usado a letra & que é a abreviatura da palavra and:

 as Johny and Walker (2013) demonstrated


 as has been shown (Johny, & Walker, 2013)
Se estiver a escrever um texto em português recomendamos usar a letra/palavra ‘e’,
contudo não é errado optar pela regra original que recorre à abreviatura & (deve questionar
o docente da unidade curricular ou o seu orientador sobre a sua posição sobre a sua opção
pessoal sobre esta questão, pois não existe uma tradução oficial do Estilo APA em Portugal,
por isso o autor pode decidir qual a sua opção, mantendo sempre a sua opção até ao fim).

 E.g. “como Johny e Walker (2013) demonstraram”


 E.g. “foi comprovado (Johny e Walker, 2013)”
 E.g. “foi comprovado (Johny, & Walker, 2013)”

3.1.3. Uma Obra de Vários Autores

Sempre que a obra for de mais de dois autores deve citar sempre o apelido do primeiro autor
seguido de et al. e a respetiva data.
Todavia na lista de referências/bibliografia existe diferença na forma de referenciar
entre obras com vinte autores e as obras com vinte e um ou mais autores (ver p. 27).
Exceção: Quando existem duas referências com o mesmo ano com a mesma forma
reduzida (e.g. quer Bradley, Ramirez e Soo, 1994 quer Bradley, Soo, Ramirez e
Brown, 1994 ficariam com Bradley et al.,1994), para diferenciar e permitir a
identificação da referência certa devem ser citados os apelidos dos autores seguintes
até as duas referências ficarem diferentes (e.g.: Bradley, Ramirez et al., 1994 e
Bradley, Soo et al., 1994).
Nota: A versão 7 alterou a referenciação da obra de vários autores, eliminou a necessidade
de referenciar na primeira vez entre 3 e 5 autores, previsto nas 6 primeiras versões
da APA.

22
3.1.4. Entidades ou Grupos como Autor

A autoria de uma publicação pode não ser da responsabilidade de um indivíduo, mas sim de
uma entidade, como é o caso de empresas, associações, instituições governamentais ou
outras. Neste caso o Estilo APA sugere que se pode optar ou por usar o nome todo do grupo
ou uma sigla, tal como se pode observar nos dois exemplos de entidades da Organização
Mundial de Saúde e Casa da Praia que se apresentam de seguida:

 Referência: Organização Mundial de Saúde. (2001). ou Casa da Praia. (2014).


 Primeira citação no texto: (Organização Mundial de Saúde [OMS], 2001) ou (Casa da
Praia, 2014)
 Citações subsequentes no texto: (OMS, 2001) ou (Casa da Praia, 2014)
No caso de estar a escrever um texto em português, e se tiver consultado a versão
em inglês, não deve traduzir o nome da organização quando estiver a fazer a referência ao
documento original.

 E.g. “Como observado na Classificação Internacional da Funcionalidade (World


Health Organization [WHO], 2001)”

3.1.5. Obras Sem Autor ou Data Identificada

Nem sempre as obras consultadas têm todas as informações pedidas pelo Estilo APA: sem
data ou obra ainda não publicada.
Se a obra não disponibiliza a informação sobre o ano em que foi publicada, neste
caso no local do ano deve ser colocada a abreviatura de sem data: s.d. em português ou
n.d. em inglês (proposta do Estilo APA original), e.g. OMS (s.d.).
Ou então no caso de a obra ainda não ter sido publicada, mas já foi aceite para
publicação deve ser colocado nos parênteses da data esta informação: no prelo em
português ou in press em inglês (proposta do Estilo APA original), e.g. Santos (no prelo).

3.1.6. Autor Anónimo ou Desconhecido

No caso de a informação sobre a autoria não estar presente à partida deve desconfiar da
credibilidade da fonte.
Mas no caso de ser importante, deve colocar a palavra Anónimo/Anonymous no
local do autor. Caso facilite a transmissão da informação ou mensagem pode igualmente
usar:

 entre aspas – o nome do artigo, capítulo ou site;


 em itálico – o nome do periódico, livro, brochura ou relatório.

23
3.1.7. Dois ou Mais Trabalhos no Mesmo Parêntese

Esta situação pode acontecer quando a ideia que estamos a escrever foi baseada em mais
do que uma publicação, e por isso temos de dar crédito a vários autores dentro do mesmo
parenteses.
A ordenação dos autores segue a apresentação da lista de referências (ver regras de
ordenação das referências no ponto 3.2 na p. 26).
As diferentes obras são separadas por um ponto e vírgula e caso existam obras dos
mesmos autores deve-se colocar apenas o nome uma vez e as datas das mais antigas para
as mais modernas separadas por vírgulas, assumindo que no prelo será a obra mais recente,
e.g.:

 Vários estudos sobre o tema (Luckasson et al. 2002; Santos e Morato, 2002, 2009a,
2009b, no prelo; Schalock et al., 2007, 2010).
Caso o autor deseje realçar alguma referência ou referências pode fazê-lo desde que
o explique com uma pequena frase, e.g.:

 Materiais de treino estão disponíveis (APA, 2014 ou pode consultar também APA,
2010; Espadinha, Santos e Morato, 2014).
Tabela com Exemplos de Referências no Texto. Com base na APA (2019) foi
construída a tabela 4 que pretende demonstrar como se devem citar os autores ao longo do
texto quer no formato de texto corrido (narrativa) quer entre parênteses.
Tabela 4 Estilos base de citação no Estilo APA.

Tipo de citação por Em texto corrido Entre parênteses


número e tipo de autores Primeira citação Citações subsequentes Primeira citação Citações subsequentes
1 autor Espadinha (2010) Espadinha (2010) (Espadinha, 2010) (Espadinha, 2010)

2 autores texto português Santos e Morato (2002) Santos e Morato (2002) (Santos e Morato, 2002) (Santos e Morato, 2002)

2 autores texto inglês Santos and Morato (2002) Santos and Morato (2002) (Santos, & Morato, 2002) (Santos, & Morato, 2002)

3 ou mais autores Schalock et al. (2010) Schalock et al. (2010) (Schalock et al., 2010) (Schalock et al., 2010)
Entidade como autor: com Organização Mundial de (Organização Mundial de
OMS (2001) (OMS, 2001)
sigla familiar/usada Saúde (OMS, 2001) Saúde [OMS], 2001)
Entidade como autor: sem
Casa da Praia (2014) Casa da Praia (2014) (Casa da Praia, 2014) (Casa da Praia, 2014)
sigla
Nota. Tabela adaptada tabela 8.1 (p. 266) do livro American Psychological Association (2020). Publication manual of the American psychological association (7.ª ed.). Autor.

3.2. Bibliografia ou Referências


Tal como foi dito, no final do documento deve constar a informação sobre a localização das
fontes citadas ao longo do texto:

 Listagem de todas as obras citadas ao longo do texto, i.e., lista de referências;


 Listagem exaustiva de todas as obras consultadas e que estiveram na base da
elaboração do documento, mesmo que não usadas, i.e., bibliografia.

24
Para efeitos deste capítulo sempre que se escrever o termo bibliografia inclui as duas
formas de listagem das fontes do trabalho (as consultadas e as citadas).
A bibliografia não deve ser organizada por tipo de documentos, contudo podem ser
feitas listas parciais no final de cada capítulo, em particular em documentos de dimensões
consideráveis. Isto deve-se às regras de ordenação, que permitem ao leitor localizar
rapidamente as fontes. No caso de as referências estiverem organizadas por tipo de
documento obrigará o leitor a ler várias listas até encontrar a que pretende, pois as
referências usadas no texto não têm qualquer informação sobre o tipo de fonte.
A forma como a bibliografia se organiza obedece a regras de ordenação e de
construção determinadas pelo Estilo APA e serão descritas neste subcapítulo.

3.2.1. Ordenação das referências.

A entrada dos nomes dos autores na lista de referências ou bibliografia faz-se em primeiro
lugar por ordem alfabética, letra a letra, do apelido do primeiro autor e, em seguida as letras
dos seus nomes, passando para o nome do segundo autor, e assim sucessivamente.
Quando se está a ordenar alfabeticamente dois apelidos que têm as mesmas letras
iniciais, mas um é mais longo que o outro, o que tem menos letras vem em primeiro lugar,
tal como pode ser visto nos exemplos que se seguem.

 E.g. Espadinha, A. C. vem antes de Espadinha, C.


 E.g. Oli, R. A. vem antes de Oliveira, A. C.
Ou então, quando existem referências de obras de um autor quando escreve a solo,
aparecerá sempre primeiro nas referências de outras obras em que tenha sido primeiro autor,
e.g.:

 E.g. Morato, P.P. (2014) vem antes de Morato, P. P. e Espadinha, C. (2010)


Em caso de empate, e citando o mesmo autor em diferentes anos, o desempate
passa a ser a data, figurando a mais antiga em primeiro lugar.

 E.g. Morato, P. P. (1999) vem depois de Morato, P. P. (1998)


No caso se manter mesmo assim o empate, então o desempate é feito através da
ordem alfabética do título e na data acrescenta-se uma letra.

 E.g. Santos, S. e Morato, P. (2002a). Comportamento… vem antes de Santos, S. e


Morato, P. (2002b). Quociente…

3.2.2. Componentes das referências.

Existem muitos tipos de fontes, mas todas as referências têm diferentes componentes em
comum. O Estilo APA pretende sempre identificar quatro elementos para permitem localizar
as referências (ver figura 11), respondendo a 4 questões fundamentais:

25
 Quem? Nome do autor;
 Quando? Data de publicação;
 O quê? Título do trabalho;
 Onde? Origem da fonte.
Figura 11 Exemplo de onde encontrar a informação que responde às 4 perguntas fundamentais do Estilo APA

Nota. Traduzida da figura 9.1 (p. 283) do livro American Psychological Association (2020). Publication manual of the American psychological association (7.ª ed.). Autor.

Estes elementos aparecem sempre nesta ordem:

Autor, A. A. (ano). Título. Fonte

Em seguida, serão descritas as principais componentes usadas pelo Estilo APA.


Autores. Depois de identificar, na obra consultada, o nome completo do autor no
Estilo da APA escreve-se em primeiro lugar o apelido, seguido das iniciais dos restantes
nomes. Este processo repete-se para todos os autores. Caso existam mais de 21 autores
apenas são identificados os primeiros 19 autores, inserindo-se reticências e adicionando
apenas o nome do último autor.

 E.g. O autor Jean William Fritz Piaget terá o seu nome identificado como Piaget, J.
W. F. ou o autor Jean-Baptiste Lamour terá o seu nome identificado como Lamour,
J.-B.

26
 E.g. no artigo que pode ser consultado em https://doi.org/10.1175/1520-
0477(1996)077<0437:TNYRP>2.0.CO;2 estão presentes 21 autores: Kalnay, E.,
Kanamitsu, R., Kistler, W., Collins, D., Deaven, L., Gandin, M., Iredell, S., Saha, G.,
White, J., Woollen, Y., Zhu, M., Chelliah, W., Ebisuzaki, W., Higgins, J., Janowiak,
K.C., Mo, C., Ropelewski, J., Wang, A., Leetmaa, R., Reynolds, R., Jenne, e Joseph,
D. (1996), na bibliografia fica: Kalnay, E., Kanamitsu, R., Kistler, W., Collins, D.,
Deaven, L., Gandin, M., Iredell, S., Saha, G., White, J., Woollen, Y., Zhu, M., Chelliah,
W., Ebisuzaki, W., Higgins, J., Janowiak, K.C., Mo, C., Ropelewski, J., Wang, A.,
Leetmaa, R., … Joseph, D. (1996)
Nota: Alteração da 7.ª Edição, na 6.ª edição com mais de 8 autores apenas se colocavam
os primeiros seis, reticências e o último autor.
Editores. Existem publicações que apenas têm editores, coordenadores ou
organizadores e neste caso assumem a posição dos autores e a sua identificação é igual à
descrita, apesar de no fim os nomes se acrescentar entre parênteses a abreviatura (Ed.,
Eds., Org. ou Coord.).
No caso de o autor citado ter publicado um capítulo de um livro com editor, então, a
seguir à identificação do nome do autor, data e título do livro coloca-se a palavra ‘In’ (locução
latina que quer dizer ‘em’) seguida do nome dos editores sem a inversão do apelido.

 E.g.: Autor, A. A. (ano). Título do capítulo. In E. E. Editor (Ed.). Título do livro (pp. xx-
xx). Editora.
 E.g. O editor Jean William Fritz Piaget terá o seu nome identificado como J. W. F.
Piaget.
Data de publicação. Depois de identificar a data de publicação esta é colocada entre
parênteses: e.g. este manual teria a data de: (2020). No caso de uma revista/periódico pode
adicionar-se para além do ano o mês ou o período a que esta se refere.
Título. Num artigo ou num capítulo, o título e o subtítulo devem ser escritos apenas
com a primeira letra da frase em maiúscula (exceção às palavras que por regras se escrevem
com maiúscula como um nome de um país) e terminado com ponto final.

 E.g.: Os filhos do continente africano em Portugal: Antropologia, multiculturalidade e


educação.
Já o título de jornais e revistas faz-se em itálico, com todas as palavras principais
iniciadas em maiúsculas.

 E.g.: Revista de Educação Especial e Reabilitação


O título de publicações não periódicas (e.g. um livro), segue as mesmas regras do
título de um artigo ou de um capítulo, mas neste caso é usado o itálico.

27
Ou seja, no Estilo APA o itálico é usado para identificar a parte da referência que
numa biblioteca nos levaria a identificar a respetiva obra: o título do livro ou o nome da revista
(incluindo o seu número).
Editora ou Entidade Responsável pela Publicação. Identificar o nome da editora
ou entidade responsável pela publicação, e finaliza-se com ponto final. No caso do autor
também o responsável pela edição, então usa-se a palavra Autor em vez de repetir o nome.

 E.g.: Oxford Editions ou Autor


Nota: Esta é uma das alterações da 7.ª edição do Estilo APA: já não há necessidade de
identificar o local/cidade da impressão do documento (essa informação foi retirada de
todas as referências).
Fontes Eletrónicas e sua Localização. Muitos dos documentos que se usam,
atualmente, na investigação já não têm uma publicação em papel, e o Estilo da APA já tem
regras também para estes formatos.
Todo o conteúdo que se encontra na Internet está sujeito a ser alterado, apagado,
reestruturado, … e algumas vezes ficam armazenadas versões desses documentos, e outras
não. Por isso, nestes casos tem de identificar a data e o site onde se fez a consulta da
informação (para tentar recuperar a versão certa nos arquivos da internet - eg. arquivo.pt ou
archive.org/web/).
Para contornar alguns dos problemas levantados por esta volatilidade do ambiente
virtual, as publicações de revistas e livros procuram encontrar uma forma de identificação
alternativa ao habitual endereço de internet. Assim surge o doi (Digital Object Identifier), e
sempre que este número existir deve ser colocado no final da referência.
Apesar do Estilo APA ainda não contemplar, tem surgido outra forma de identificação
similar ao doi, o sistema HANDLE. A utilização deste sistema está a ser generalizado em
repositórios e bibliotecas a nível mundial para criar identificações de dissertações, atas de
congressos, entre outros documentos e que pode ser usado da mesma forma: no final da
referência colocar esta informação.
Nota: Uma das alterações da 7.ª edição do Estilo APA é nos casos em que não é preciso
colocar a data apenas se deve colocar o endereço url (e o doi tem de assumir esse
formato: https://doi.org …).
Siglas Usadas. Em seguida são apresentadas na tabela 5 algumas das siglas
sugeridas como componentes do Estilo APA e a sugestão para a utilização das mesmas em
português.

28
Tabela 5 Siglas mais usadas nas referências bibliográficas em inglês e português

Componente Abreviatura
Inglês Português Inglês Português
edition edição ed. ed.

# edition # edição 2.nd ed. #.º ed.

Editor(s) Editor(es) Ed. | Eds. Ed. | Eds.

Translator(s) Tradução Trans. Trad.

no date sem data n.d. s.d.

page(s) página(s) p. | pp. p. | pp.

Volume(s) Volume(s) Vol. | Vols. Vol. | Vols.

number número nr. n.º

paragraph parágrafo para. para.

Waiting to be impressed À espera de ser publicado In press No prelo

Nota. Adaptado do capítulo 9.50 de American Psychological Association (2020). Publication manual of the American psychological association (7.ª ed.).
Autor.

Em seguida, serão identificados a estrutura e alguns exemplos mais frequentes de


referências bibliográficas usados nos trabalhos científicos da Faculdade de Motricidade
Humana com base na estrutura identificada na figura 12.

Figura 12. Elementos das referências do Estilo APA

No Estilo APA a referência tem quatro


Estes elementos respondem as seguintes questões:
elementos:

Autor Quem?

Data Quando?

Título O quê?

Fonte Onde?

Nota. Adaptado do capítulo 9.4 de American Psychological Association (2020). Publication Manual of the American Psychological Association (7.ª ed.).
Autor.

29
3.2.3. Fórmulas das Referências

As fórmulas descritas são traduções ou adaptações do capítulo Reference Examples (APA,


2020, pp. 313-354).
Livros. Para referenciar um livro, dependendo do tipo de livro e do formato
consultado, devemos seguir as seguintes fórmulas:

Autor, A. A. e Autor, B. B. (ano). Título do livro (# ed., Vol. #). Editora. URL ou doi

Nome do livro em itálico O resto da informação sobre o livro não é em itálico

Nome do grupo. (ano). Título do livro. Autor. URL ou doi

Editor, E. E. e Editor. F. F. (Ed.). (ano). Título do livro (Y. Y. Tradutor, Trad.). Editora. URL ou doi

 E.g. Lambert, N., Nihira, K., e Leland, H. (1993). Adaptive Behavior Scale-School:
Examiner’s Manual (2.ª ed.). PRO-ED.
 E.g. Schiraldi, G. R. (2001). The post-traumatic stress disorder sourcebook: A guide
to healing, recovery, and growth. doi: 10.1036/0071393722
 E.g. Worell, J. & Goodheart, C. D. (2006). Handbook of girls’ and women’s
psychological health. http://www.netlibrary.com.
 E.g. Dickinson, Y. (Ed.). (2006). Embedding success: Enhancing the learning
experience for disabled students. The Higher Education Academy.
Para referenciar um capítulo de um livro devemos seguir as seguintes fórmulas:

Autor, A. A. e Autor, B. B. (ano). Título do capítulo. In E. E. Editor (Ed.). Título do livro (# ed., Vol. #, pp. #). Editora. URL
ou doi
Nome do livro em itálico O resto da informação não é em itálico

Nome do grupo. (ano). Título do capítulo. In E. E. Editor e F.F. Editor (Ed.). Título do livro (# ed., Vol. #, pp. #). Autor.
URL ou doi

 E.g. Woodill, G., Renwick, R., Brown, I. e Raphael, D. (1994). Being, belonging,
becoming: An approach to the quality of life of persons with developmental disabilities.
In D. Goode (ed.). Quality of life for persons with disabilities: International perspectives
and issues (pp. 57-74). Brookline Books.
 E.g. Brinkmann, S. e Kvale, S. (2014). Ethics in qualitative psychological research. In
C. Willig e W. Stainton-Rogers (Eds.), The SAGE handbook of qualitative research in
psychology (pp. 263–279). SAGE Publications. https://amzn.to/2DUtSbd
 E.g. Mikulincer, M. e Shaver, P. R. (2019). An attachment perspective on family
relations. In B. H. Fiese, M. Celano, K. Deater-Deckard, E. N. Jouriles e M. A.
Whisman (Eds.), APA handbook of contemporary family psychology: Foundations,

30
methods, and contemporary issues across the lifespan (pp. 109–125). American
Psychological Association. https://doi.org/10.1037/0000099-007
Tópico num livro tipo dicionário. Caso o livro não tenha autor, mas esteja
organizado por temas ou tópicos, como os dicionários, deve substituir o nome do autor pelo
da entrada em questão.

Tópico. (ano). In E. E. Editor e F. F. Editor (Eds.). Título do livro (# ed., Vol. #, pp. #-#). Editora. URL ou doi

Nome do livro em itálico O resto da informação não é em itálico

 E.g. Referência. (s.d.). In Dicionário Priberam da Língua Portuguesa. Retirado a 26


de fevereiro de 2020 de http://www.priberam.pt/DLPO/referência
Artigos. Para referenciar um artigo devemos seguir as seguintes fórmulas:

Primeira letra do título e primeira da segunda parte do título em maiúscula. Não é itálico, e termina com ponto

Autor, A. A. e Autor, B. B. (ano). Título do artigo. Título do periódico (volume, número), ##-##. https://doi.org/xxxx ou URL

Nome da revista e do volume em itálico Número da revista e páginas do artigo não é em itálico

 E.g. Morato, P. (1991). Teste de conceitos espaciais de posição e orientação:


Construção, validade e garantia (estudo preliminar). Revista de Educação Especial e
Reabilitação, 1(5/6), 43-52.
 E.g. Espadinha, C., Pereira, L. M., Silva, F. M. e Lopes, J. B. (2011). Accessibility of
Portuguese Public Universities' sites. Disability and Rehabilitation, 33(6), 475-485.
https://doi.org/10.3109/09638288.2010.498554
 E.g. Santos, S. (no prelo). Comportamento adaptativo. Revista de Educação Especial
e Reabilitação.
 E.g. Austin, K. S., & Peña, E. V. (2018). Exceptional faculty members who
responsively teach students with autism spectrum disorders. Journal of
Postsecondary Education and Disability, 30(1), 17–32.
https://www.ahead.org/professional-resources/publications/jped/archived-jped/jped-
volume-30
Planos e Relatórios. Quando é necessário citar um plano ou relatório devemos
decidir o que é mais importante para o nosso documento: o documento em si ou quem o
escreveu.
Para compreender este tipo de decisão, é dado um exemplo concreto: quando
estamos na presença de um documento normativo internacional como as Normas sobre
Igualdade de Oportunidades para Pessoas com Deficiência, que surge publicado em
Portugal pelo Secretariado Nacional de Reabilitação e que é da responsabilidade da

31
Organização das Nações Unidas (ONU) o que é mais importante? Se o objetivo do
documento é falar sobre a ONU enquanto organização então devemos usar a fórmula
tradicional de livros:

 E.g. Organização das Nações Unidas. (1993). Normas sobre Igualdade de


Oportunidades para Pessoas com Deficiência (Secretariado Nacional de
Reabilitação, Trad., Cadernos SNR, n.º 3, 1995). Secretariado Nacional de
Reabilitação. E a referência no texto será: ONU (1993).
No caso de o enfoque estar no próprio documento e no valor que ele acrescenta,
neste exemplo as Normas sobre Igualdade de Oportunidades para Pessoas com Deficiência,
faz mais sentido a referência ao longo do texto ser o nome do próprio documento ou o seu
acrónimo. Neste caso é sugerido a seguinte fórmula:

Título do documento. (ano). Organização responsável ou lei. Editora. URL ou doi

 E.g. Normas sobre Igualdade de Oportunidades para Pessoas com Deficiência.


(1993). Organização das Nações Unidas (Secretariado Nacional de Reabilitação,
Trad., Cadernos SNR n.º 3, 1995). Secretariado Nacional de Reabilitação. E a
referência no texto passa a ser: Normas sobre Igualdade de Oportunidades para
Pessoas com Deficiência (1993).
Teses. As teses são documentos públicos que atualmente estão disseminadas na
internet, e poucas se encontram publicadas (implica ter um registo ISBN - Número
Internacional Padronizado para Livros). Caso estejam publicadas devem seguir a fórmula
sugerida para livros.

 E.g. Morato, P. (1995). Deficiência mental e aprendizagem: Um estudo sobre a


cognição espacial de crianças com Trissomia 21. Dissertação de doutoramento
apresentada à Faculdade de Motricidade Humana da Universidade Técnica de Lisboa
(Colecção Livros SNR, n.º 4). Secretariado Nacional de Reabilitação.
Nos casos das teses não publicadas, existem duas possibilidades: ou foram
consultadas e apenas existem em formato papel (as mais antigas), ou estão num repositório
de uma biblioteca e foi-lhes atribuído um endereço handle.
Com base nesta informação deve optar pela seguinte fórmula:

Autor, A. A. (ano). Título da dissertação ou tese (Tese de Doutoramento ou dissertação de mestrado não publicada e a

área). Nome da instituição. Handle ou doi Nome da tese em itálico O resto da informação não é em itálico

 E.g. Fonseca, V. M. F. (1985). Construção de um modelo neuropsicológico de


reabilitação psicomotora (Dissertação de Doutoramento não publicada em

32
Motricidade Humana na especialidade de Educação Especial e Reabilitação).
Faculdade de Motricidade Humana da Universidade Técnica de Lisboa (Quota: Tese
D 8).
 E.g. Santos, A. S. P. G. (1999). Estudo psicométrico da escala de comportamento
adaptativo versão portuguesa: ECAP (Tese de Doutoramento não publicada em
Motricidade Humana na especialidade de Educação Especial e Reabilitação).
Faculdade de Motricidade Humana da Universidade Técnica de Lisboa.
http://hdl.handle.net/10400.5/5101
Eventos e Comunicações Científicas. Todos os eventos científicos publicados, por
exemplo em livros de atas, são tratados pela mesma fórmula de um capítulo de livro.

 E.g. Fonseca, V. (1988). Experiência de aprendizagem mediatizada à luz das novas


tecnologias. In Actas do Seminário Novas Tecnologias na Educação Especial: uma
Abordagem Pedagógica (pp. 91-109). UTL/ ISEF/DEER: Pólo do Projecto Minerva.
Sempre que a comunicação ou póster não esteja publicado em livro deve seguir as
seguintes fórmulas:

 Comunicação com moderador

Autor, A. A. (ano, mês diamês dia). Título da comunicação. In M. M. Moderador (moderador/chair), Título do Evento
[tipo de contributo]. Nome do evento, local. Nome da instituição. URL ou doi

 E.g. Fistek, A., Jester, E. e Sonnenberg, K. (2017, julho 1215). Everybody’s got a
little music in them: Using music therapy to connect, engage and motivate
[Conference session]. Autism Society National Conference, Milwaukee, WI, United
States.
 Póster ou comunicação oral

Autor, A. A. (ano, mês diamês dia). Título da comunicação [tipo de contributo]. In Nome do evento, local. Nome da
instituição. URL ou doi

 E.g. Rodrigues, A. V., e Martins, I. P. (2011, junho 30julho 1). CIEC project: An
integrated approach of science education [Póster]. In Research Day, Universidade de
Aveiro. http://www.ciec.vnb.pt/images/investigacao/1.%20PosterRD_CIEC.pdf
Lei Portuguesa. A lei portuguesa não encontra paralelo com o Estilo APA, que
apenas referencia as leis norte-americanas.
Neste sentido não existe até à data um formato uniforme, mas toda a legislação
portuguesa é publicada em Diário da República e todas as suas folhas estão devidamente
identificadas de forma a localizar a lei de forma inequívoca. Assim, tentando seguir as
sugestões do Estilo APA e a forma como a nossa lei é publicada é sugerida a seguinte
fórmula:

33
Nome da lei (caso o normativo o tenha): Identificação do tipo e número da lei.
Entidade responsável pela lei. Diário da República, x.ª série-x – N.º xxx – data de publicação,
pp-pp.

Nome da lei (caso o normativo o tenha): Identificação do tipo e número da lei. Entidade responsável pela lei. Diário da
República, #.ª série-x – N.º # – data de publicação, pp-pp.

 E.g. Lei de Bases do Regime da Prevenção, Habilitação, Reabilitação e Participação


das Pessoas com Deficiência: Lei n.º 38/2004. Assembleia da República. Diário da
República, 1.ª série-A – N.º 194 – 18 de agosto de 2004, 5232-5236. Neste caso a
citação no texto é feita como nome do normativo: "na sequência do regime
constitucional, a Lei de Bases do Regime da Prevenção, Habilitação, Reabilitação e
Participação das Pessoas com Deficiência (2004), é...";
 E.g. Decreto-Lei n.º 3/2008. Ministério da Educação. Diário da República, 1.ª série —
N.º 4 — 7 de janeiro de 2008, 154-164. A citação no texto será: “de acordo com o
decreto-lei n.º 3/2008, artigo 3.º é…”.
Comunicações Pessoais e Entrevistas. O Estilo APA fala de dois tipos de
entrevistas: as com registo arquivado (do domínio público ou privado) e as que não têm
qualquer registo.
As que não têm qualquer registo, i.e., que não podem ser recuperadas são
consideradas como comunicações pessoais, e por isso não devem fazer parte da lista de
referências. Assim deve apenas ser referenciado no texto como:
E. E. Entrevistado (comunicação pessoal, dia do mês e ano).

 E.g. “…tal como defendido por P. P. Morato (comunicação pessoal, 18 de abril, 2014)”
ou “referiu que era o maior treinador de todos os tempos (J. Jesus, comunicação
pessoal, 1 de abril de 2020)”.
Quando existe em arquivo o registo áudio ou a transcrição da entrevista então pode
ser referenciada no texto e na lista de referências. A fórmula da referência segue os
formulários tradicionais de publicação em papel ou na internet dependendo do tipo de registo.

Entrevistado, E. E. (ano, mês dia). Informação sobre a entrevista e o entrevistado [formato da gravação]. Local do arquivo.
URL ou doi

 E.g. Martins, R. M. (2014, abril 28). Entrevista sobre a psicomotricidade de S. Santos


[Ficheiro áudio]. Presidente do Fórum Europeu de Psicomotricidade. Arquivos da
Associação Portuguesa de Psicomotricidade.
 E.g. Martins, R. M. (2014, abril 28). Entrevista sobre a realidade profissional da
psicomotricidade com o Presidente do Fórum Europeu de Psicomotricidade Rui
Martins: Entrevistado por Sofia Santos. Cópia na posse do autor. Ou Anexo XPTO.

34
Internet e Redes Sociais. Cada vez mais a informação está no ciberespaço e o Estilo
APA dedicou uma atenção redobrada a este tipo de referenciação. Atenção que a informação
retirada de artigos de revistas e/ou com doi são tratados com Artigos ou Livros.
Sempre que a informação retirada está sujeita às alterações, supressões e
renovações dos sites, deve ser acrescentado ao endereço URL a data em que a página foi
consultada: Retirado a dia mês e ano de URL. | Retrived month day year from URL.
Em relação às descrições do formato do documento consultado, no estilo APA são
dados alguns exemplos: [ficheiro áudio]; [Apresentação PowerPoint]; [Brochura]; [Página do
Facebook]; [Apontamentos de aulas]; [Mapa demográfico]; [ficheiro vídeo]; [Pintura];
[Fotografia], entre outras.

Twiter ou Instagram: Data da publicação

Autor, A. A. [@username]. (ano, mês dia). Conteúdo da publicação/post - primeiras 20 palavras [descrição do
documento]. Nome da rede social. URL ou Retirado a mês dia ano de https://xxxxxx
Data da consulta da publicação

Facebook ou Outras Redes:

Autor, A. A. (ano, mês dia). Conteúdo da publicação/post - primeiras 20 palavras [descrição do documento]. Nome da
rede social

Nome do Gruoo [username]. (ano, mês dia). Conteúdo da publicação/post - primeiras 20 palavras. Nome da rede social

Username. (ano, mês dia). [descrição do documento]. Nome da rede social

Internet

Autor, A. A. e Autor, B. B. (ano). Título do trabalho. Nome do site. URL

Autor, A. A. e Autor, B. B. (s.d.). Título do trabalho. Nome do site. Retirado a dia mês ano de https://xxxxxx

 E.g. LaMotte, S. (2019, February 14). Drinking two or more diet beverages a day
linked to high risk of stroke, heart attacks. CNN.
https://www.cnn.com/2019/02/14/health/diet-soda-women-stroke-heart-
attack/index.html
 E.g. APA Style. (2011, March 10). How do you spell success in APA Style? Easy!
Consult Merriam-Webster’s Collegiate Dictionary or APA’s Dictionary of Psychology.
Read more over at the APA Style Blog [Facebook status update]. Retrieved from
https://www.facebook.com/APAStyle/posts/206877529328877

35
 E.g. Smith, S. (2006, janeiro 5). Re: Disputas sobre avaliação de QI [Mensagem de
lista de correio eletrónico]. Retirado de
http://tech.groups.yahoo.com/group/ForensicNetwork/message/670
 E.g. Psychology. (n.d.). In Wikipedia. Retirado a 17 de março de 2014 de
http://en.wikipedia.org/wiki/Psychology
 E.g. Lillie, C. M. M. (2016, December 29). Be kind to yourself: How self-compassion
can improve your resiliency. Mayo Clinic. https://mayocl.in/2TdTzem
Como Fazer uma Citação se Faltar Informação. Nos casos em que existem falta
de elementos para compor a referência a APA criou uma tabela para ajudar a decidir a
melhor forma de solucionar o problema.
Figura 13. Como fazer referências no estilo APA quando faltam elementos

Modelo
Elemento
Solução Entrada na Lista de
em falta Citação no texto
referências
Usar as fórmulas do Estilo
Nenhum Autor. (Data). Título. Fonte Autor (ano) ou (Autor, ano)
APA
Título do documento [descrição
Autor Substituir o autor pelo título Título (ano) ou (Título, ano)
do formato]. (Data). Fonte
Usar ‘n.d.’ (‘no date’) ou
Data Autor. (s.d.). Título. Fonte Autor (s.d.) ou (Autor, s.d.)
‘s.d.’ (‘sem data’)
Descrever o trabalho entre Autor. (Data). [Descrição do
Título Autor (ano) ou (Autor, ano)
parênteses retos trabalho]. Fonte
Combinar a solução Título do documento [descrição
Autor e data Título (s.d.) ou (Título, s.d.)
autor/data do formato]. (s.d.). Fonte
Combinar a solução Autor. (s.d.). [Descrição do
Data e título Autor (s.d.) ou (Autor, s.d.)
data/título trabalho]. Fonte
Autor, data Combinar a solução [Descrição do trabalho]. (s.d.). [Descrição do trabalho] (s.d.) ou
e título autor/data/título Fonte ([Descrição do trabalho], s.d.)
A. A. Autor (comunicação pessoal, dia do
Fazer citação do tipo
Fonte Não é colocado na lista mês e ano) ou (A. A. Autor, comunicação
comunicação pessoal pessoal, dia do mês e ano)
Nota: Adaptado da tabela p. 3 de American Psychological Association (2012). APA style to electronic references (6.ª ed.). Autor e da tabela da p. 283 de
American Psychological Association (2020). Publication manual of the American psychological association (7.ª ed.). Autor.

Nota: Em caso de dúvida podem consultar o manual original da APA ou seu blog oficial:
https://apastyle.apa.org/blog/

36
Bibliografia

American Psychological Association (2010). Publication manual of American psychological association (6.ª ed.). Autor.

American Psychological Association (2012). APA style to electronic references (6.ª ed.). Autor.

American Psychological Association. (2012). Guidelines for psychological practice with lesbian, gay, and bisexual
clients. American Psychologist, 67(1), 10–42. https://doi.org/10.1037/a0024659

American Psychological Association. (2015). Guidelines for psychological practice with transgender and gender
nonconforming people. American Psychologist, 70(9), 832–864. https://doi.org/10.1037/a0039906

American Psychological Association (2020). Publication manual of American psychological association (7.ª ed.). Autor.

Santos, S., Espadinha, C. e Morato, P. (2015). Publicar na revista A Psicomotricidade: Tipos de artigos, normas e
recomendações. A Psicomotricidade, 18, 9-22.

37

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