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PASSOS
2014
CAROLINE MARIA RENÓ MAIA
COMISSÃO JULGADORA:
_______________________________________________________
Professora especialista Leila
Orientadora de Pesquisa
_______________________________________________________
Professora especialista, MsC. Maria Isabel Sulino Carvalho Silveira
Orientadora de Estilo
_______________________________________________________
Professora especialista
Examinador (a) de Pesquisa
_______________________________________________________
Professora especialista
Examinador (a) de Moda
Agradeço a Deus por ter me dado à graça da vida, aos meus pais e toda
a minha família que me ajudaram mais do que nunca e estiveram ao meu lado
durante toda a graduação.
Agradeço especialmente a minha mãe Lilian Maia, minha avó Zélia Renó
e minhas tias por ter me ajudado na confecção das roupas e acessórios
apresentados aqui.
RESUMO
INTRODUÇÃO...........................................................................................9
3 RESULTADOS E DISCUSSÕES.........................................................33
3.2 Justificativa.....................................................................................33
3.3 Metodologia....................................................................................34
3.5 Ambiência.......................................................................................41
3.9 Estamparia.....................................................................................66
3.12 Croquis.........................................................................................77
3.14 Croquis.........................................................................................85
3.16 Joias...........................................................................................119
3.17 Beauty........................................................................................120
3.19 Desfile.........................................................................................121
CONSIDERAÇÕES FINAIS...................................................................123
REFERENCIAS......................................................................................124
9
INTRODUÇÃO
Uma inteira coleção de moda foi construída com a inspiração voltada para esse
mundo extraordinário e criativo da arte do cangaço.
10
Além da falta de escravos, o governo ainda tinha que lidar com a nova
massa de população pobre que ocupava os casarões das cidades.
Esses sertanejos não tinham pra onde ir, garantir o seu sustento, alguns
deles iam às praças das cidades com sua enxada no braço esperando que
alguém lhe solicitasse algum serviço, os mais robustos eram os escolhidos, é
claro, e alguns daqueles que ficavam de fora passaram a ver no cangaço uma
última esperança de trabalho, aliás, com maiores rendimentos que a
15
agricultura. Outro motivo pra que a camada pobre entrasse no banditismo era a
reconstrução da imagem social.
Mas não podemos generalizar as coisas, o banditismo não era a única
escolha do sertanejo quando não conseguia uma fonte de renda, outra opção
era a migração, para o sul ou para a Amazônia.
No sertão nordestino ocorreram várias secas. No século XX, por
exemplo, ocorreram estiagens importantes e longas em 1900, 1903, 1915,
1916 e 1932. As consequências eram muitas, além do aumento do banditismo,
também resultava na queda de produção agrícola, fome e pobreza.
“Para os estudiosos, um ano de seca, como o de 1932, era, na verdade,
um ano de descanso para os cangaceiros.” (PERICÁS, 2010, p. 144). Ou seja,
por conta da estiagem e da fome, os cangaceiros deixavam de saquear
dinheiro, ou matar por vingança, para saquear e matar por comida.
Portanto a seca não foi um motivo para a formação de novos bandidos.
1.5 O Cangaço
Existe entre eles uma relação maior do chefe com seus subordinados.
Os chefes comem da mesma comida, dormem no mesmo chão e participam
das mesmas batalhas ao lado de seus “recrutas”, e ainda que estejam numa
posição superior, todos vivem da mesma forma. Se colocarmos juntos das
mulheres, cachorros e crianças, temos aqui uma verdadeira família. O cangaço
era uma combinação de família sertaneja, com comunidade, emprego e
organização militar.
Especialmente na década de 1930, sua última década, o cangaço era
mais avançado e moderno em suas relações sociais do que a maioria dos
sertanejos da época. As mulheres desempenhavam papéis maiores dentro das
hostes bandoleiras, diferente das mulheres sertanejas, elas até usavam roupas
mais ousadas, com a saia na altura do joelho.
Mesmo com muita intimidade entre os bandoleiros, esta era limitada. Os
líderes sempre ficavam desconfiados até mesmo de seus “cabras”. Um
exemplo era Lampião, que até antes de comer, mandava que outros
provassem sua comida por medo de estar envenenada.
Brigas e desavenças aconteciam por isso às ordens do chefe deveriam
ser cumpridas, elas mantinham a harmonia necessária no grupo.
O cangaço foi um fenômeno menos resistente e mais restrito do que se
supõe. O termo “bandido-guerrilheiro” estaria mais adequado a eles. “De
qualquer forma, já na época do auge do banditismo rural no Nordeste
brasileiro, aqueles salteadores eram designados por militares e jornalistas
como guerrilheiros.” (PERICÁS, 2010, p. 189).
Sabe-se que nem todo e qualquer motivo era razão para a entrada no
cangaço. Apesar da miséria, da fome, da seca, a falta de emprego, muitas
pessoas não ingressaram no cangaço. “Ou seja, preferiam se colocar numa
posição de constrangimento, apesar do desespero e da fome, ou até mesmo a
tirar a própria vida, do que cogitar se tornar bandoleiros.” (PERICÁS, 2010,
p.190)
21
Para o fim de mais desavenças o líder dos Ferreira, Sr. José Ferreira
resolveu se mudar com sua família. Porém, isso não foi o suficiente para se
afastar do inimigo que os perseguia. Tanto que se mudaram até de estado, no
entanto de nada adiantou.
A partir daquele dia, Lampião fez questão de ser chamado, até o dia de
sua morte, de “capitão Virgulino”.
Depois de deixar Juazeiro, Virgulino percebeu que aquele documento
não impediria que o caçassem, ao invés de acompanhar o encalço de Prestes,
decidiu continuar na vida de crimes.
2.2 Aliados
_____________
¹
Qualquer quadrúpede que, depois de abatido, é usado para a alimentação hum
ana
Figura 3 – Lampião
Fonte: http://www.itapetingaagora.net
33
3 RESULTADOS E DISCUSSÕES
3.2 Justificativa
O tema cangaço foi escolhido para esse projeto de pesquisa, por fazer
parte da cultura brasileira, que mesmo possuída de um acervo tão grande, este
foi a que mais se identificou com a autora deste trabalho.
De acordo com Roger Keesing (1974 apud LARAIA, 2009) a Cultura diz
respeito a sistemas (de padrões de comportamento socialmente transmitidos)
que servem para adaptar as comunidades humanas aos seus embasamentos
biológicos. Este modo de vida das comunidades inclui tecnologias e modos de
organização econômica, padrões de estabelecimento, de agrupamento social e
organização política, crenças e práticas religiosas, e assim por diante.
A cultura brasileira é diversa assim como o seu povo. O que pode ser
observado também nos estudos sobre a estética do cangaço, por meio dos
seus materiais, formas de decoração, acabamentos e aviamentos faz lembrar-
me de quem a autora é. De modo que sua família sempre lidou com o couro
para a confecção de cordas arreios e selas para cavalo, assim como a
confecção de tecidos artesanais, bordado, crochês e tricô. O trabalho artesanal
sempre esteve presente na vida da autora.
34
3.3 Metodologia
logomarca Açucena
35
Painel Lifestyle
3.4.1 Mimo
(imagem)
Tag
Tag Açucena
Etiqueta Interna
Etiquetas
39
Sacola
Sacola
Cartão de Visita
3.5 Ambiência
(imagem painel)
3.6.1 Cores
Marrons Ventânia
44
Crus Zebelê
Vermelho Bem-te-vi
Verdes Cascavél
Azuis Macaco
Laranja Pinga-Fogo
Amarelo Carrapicho
como o símbolo da iluminação. Essa é uma das razões por que os monges
usam mantos amarelos.” (WILLS, 1997, p. 40).
Os cangaceiros eram extremamente religiosos.
“Lampião levava consigo, em saquinhos encardidos atados ao pescoço,
inseparáveis, salvo nos momentos de amor, ao menos oito orações protetoras
diferentes, impressas ou manuscritas.” (MELLO, 2012, p.52)
Lilás Vereda
O lilás Vereda tem uma carga de mistério e espiritual. Nessa coleção ele
conota o cangaceiro supersticioso, cheio de cuidados e que através disso
alguns bandos conseguiam se safar de muitas armadilhas.
“Não há noticias de que Lampião desse valor maior aos sonhos. [...]
rezas-fortes, as figas, os bentinhos, os patuás. O cangaceiro valia-se de tudo.”
(MELLO, 2012, p.52)
“São nulas as referencias quanto a que tenha caído em tocaias, fato que
intriga até hoje o serve de fundamento para a crença, arraigada no sertão do
período, de que adivinhava. De que capitava avisos misteriosos.” (MELLO,
2012, p.53).
3.6.2 Pantone
49
Na coleção tudo deve ter uma unidade visual e através da harmonia das
cores podemos enxerga-la, o que podem também causar diferentes sensações
em quem as vê.
Combinações Bicolores
Combinações Tricolores
Combinações Multicolores
51
Couro Ecológico
52
Como o público alvo são pessoas que valorizam antes de tudo a vida e
a natureza, foi utilizado o couro sintético.
Linhos
O linho é um tecido nobre e por esse motivo ele mostra o coronealismo
dentro do cangaço. Alguns cangaceiros mostram seu desejo de ser como eles
através do modo em que se vestiam.
“Quem olhar a foto de Sinhô Pereira e Luís Padre, de 1916, verá dois
homens distintos de paletó, camisa social e gravata, com cabelos cortados de
modo impecável e barba feita, em pose de senhores rurais.” (PERICÁS, 2010,
p. 52).
53
Brim
O brim comumente utilizado na roupa feminina dentro do cangaço,
também era matéria prima dos bornais, pois é um tecido forte.
“Tecido forte de algodão, linho ou sintético. Há dois tipos: o brim cru,
grosso, que pode ser empregado na decoração [...], e o brim mais leve, flexível,
de cores intensas.” (FAJARDO, MATHIAS, AUTRAN, 2004, p. 58).
O tipo de brim utilizado é o leve, para dar um ar mais artesanal à
coleção.
Malha PP
Seda Acetinada
Cetim
O Cetim foi usado como forro. Este é um material resultante de uma seda
química com a trama mais fechada. “A principio era um tecido brilhante de seda
com trama bem fechada. No século XX, raiom e outras fibras sintéticas
tomaram o lugar da seda.” (CALLAN, 2007, p. 79).
Tricoline
57
3.7.2 Bordado
3.7.3 Aviamentos
59
Linhas de Crochê
Elástico 3 cm
61
Viés
62
Ilhós
63
O crochê é uma forma de trançar fios onde podem ser feitos desenhos
através do modo com que se trança.
“O crochê é conhecido como “ponto feito no ar”.”. (GILDA, 2002 p.51).
O desenho feito é inspirado nos motivos florais dos bordados dos
bornais.
3.9 Estamparia
3.9.2 Estampa 2 e 3
Estampa Beija-Flor
69
Estampa Catingueira
70
ATIVIDADES MESES
Nov Jan Mar Mai Jul Set Nov
Dez Fev Abr Jun Ago Out Dez
Definição do tema. x
Referencial teórico. x x
Justificativa, objetivos, X
metodologia.
Marca e publico alvo, identidade
visual da marca, meios de
comunicação direcionados ao X
publico alvo.
Publico alvo, cartela de cores,
74
3.11.2 Produto
O produto é algo que deve instigar o consumidor, fazer com que ele
sinta necessidade e prazer que aquilo a pertença.
Os produtos trabalhados pela marca são roupas leves e fluidas, alguns
com modelagens simples e outras pouco complexas, no qual são atrativas
visualmente. Assim como na indumentária do Cangaço, a riqueza esta nos
bordados, estamparia, maquetes têxteis e acessórios.
TOTAL 58 PEÇAS
3.12 Croquis
Look 1
77
78
Este look foi inspirado nos imensos lenços que os cangaceiros usavam
amarrados no pescoço. A blusa em si, dá a impressão de que é a sobra do
lenço amarrado no pescoço, transformada em blusa graças ao cinto de couro e
tachas na cintura.
A modelagem da calça pantalona foi escolhida pensando no público
alvo, feita de linho e bordada no cós com desenhos normalmente feitos em
bornais, bolsas onde o cangaceiro levava praticamente sua vida; e na barra
3cm de crochê a fazem.
79
Look 2
80
A jaqueta feita de couro a parte das costas feita de crochê e um longo vestido
evasê de cambraia de linho também inspirado nos lenços usado no pescoço.
81
Look 3
Look 4
Look 1
Matérias
Laranja pinga-fogo
Amarelo carrapicho
84
Desenho técnico
Frente Costa
Matérias
Crochê na barra
85
Desenho técnico
Frente Costa
Look 2
Matérias
trançado 2 cm de largura
Tecido: Cambraia de Cor: cru zebele Beneficiamento: não
86
linho
Desenho técnico
Frente Costa
Matérias
Desenho técnico
Frente Costa
88
Look 3
Matérias
Desenho técnico
Frente Costa
Descrição da peça: Blaizer de pet work de couro pespontado com dois botões
de madeira.
Matérias
Desenho técnico
Frente Costas
Matérias
Desenho técnico
Frente Costas
Descrição da peça: Calça larga com elástico no cós. Nervura no cós umitando
um zíper, e na lateral da perna, esta com 4 botões em cada. Barra de 4 cm.
Matérias
Desenho técnico
Frente Costa
Look 4
3.14 Croquis
(bolsa envelope)
(imagem)
(imagem alpercata)
(imagem currulepe)
3.16 Joias
126
3.17 Beauty
(desenho)
3.19 Desfile
Como citado no tópico 3.4 deste trabalho, uma das formas de divulgação
da marca e de lançamento das coleções é o desfile.
Para as marcas que trabalham a moda, o desfile é um
dos momentos mais importantes de toda sua estratégia de
comunicação. É o momento máximo de expressão do ethos da
marca e o local onde o público espera assistir a apótese de sua
verve criativa. Foi-se o tempo em que o desfile era apenas uma
oportunidade de para se mostrar roupas e vende-las.
(NASCIMENTO, 2013).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERENCIAS
Internet:
Livros:
AGUIAR, Titta. Acessórios: por que, quando e como usá-los. 1 ed. São
Paulo: Editora Senac São Paulo, 2006.
Artigos e dissertações: