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INTERPRETAÇÃO

DE TEXTO
Caderno de Questões de Texto – FCC

SISTEMA DE ENSINO

Livro Eletrônico
INTERPRETAÇÃO DE TEXTO
Caderno de Questões de Texto – FCC

Sumário
Bruno Pilastre

Apresentação. . .................................................................................................................................. 3
Perfil da Banca – FCC...................................................................................................................... 3
Caderno de Questões de Texto. . .................................................................................................... 4
Exercícios........................................................................................................................................... 5
Gabarito............................................................................................................................................ 33
Gabarito Comentado..................................................................................................................... 34

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INTERPRETAÇÃO DE TEXTO
Caderno de Questões de Texto – FCC
Bruno Pilastre

Apresentação
Professor Bruno Pilastre
Doutor em Linguística pela Universidade de Brasília. É autor de obras didáticas de Língua
Portuguesa (Gramática, Texto, Redação Oficial e Redação Discursiva). Pela Editora Gran Cur-
sos, publicou o “Guia Prático de Língua Portuguesa” e o “Guia de Redação Discursiva para
Concursos”. No Gran Cursos Online, atua na área de desenvolvimento de materiais didáticos.
lattes.cnpq.br/1396654209681297 | Instagram @professor.pilastre

Perfil da Banca – FCC


Olá! Preparado(a) para resolver questões de Texto? Espero que sim!
Bom, vamos direto ao ponto: nas provas, o padrão de abordagem em relação ao conteúdo
de Texto é o seguinte:
1. A banca adota textos de média e grande extensão, de distintas tipologias e gêneros. Há desta-
que para crônicas e textos de caráter literário. Por isso, mantenha o seu hábito de leitura em dia, ok?
2. As questões, do tipo múltipla escolha, exigem seus conhecimentos de tipologia textual (prin-
cipalmente narração e dissertação). Há também forte destaque para a avaliação dos conteúdos de
semântica (significação das palavras (no contexto em que ocorrem), sinonímia e antonímia).
3. Nas questões, também há amplo destaque para o emprego de recursos coesivos, como
a referenciação e o uso de conectivos.
4. Por fim, destaco que a banca adota poucos textos que fazem uso de linguagem não
verbal (como quadrinhos, charges etc.). Apesar de não serem tão recorrentes, é importante
observar os significados de imagens, desenhos e outros recursos expressivos.
É bom lembrar que o Gran Cursos oferece um ótimo espaço de diálogo entre nós: o Fórum
de Dúvidas. Nele, você pode registrar uma dúvida, um pedido de esclarecimento, uma observa-
ção etc. Faça uso dessa ferramenta, ok? Faça também uso do espaço de Avaliação do mate-
rial, apresentando seu elogio/crítica/sugestão. Eu sempre ouço as suas demandas.
Bom, agora é praticar! Aos trabalhos, então!

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CADERNO DE QUESTÕES DE TEXTO

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Bruno Pilastre

EXERCÍCIOS
001. (FCC/SEMEF MANAUS-AM/PROGRAMADOR/2019)
Atenção: Considere o texto abaixo para responder à questão.
1. As rápidas e crescentes mudanças no setor da comunicação puseram em xeque os antigos
modelos de negócios. As novas rotinas criadas a partir das plataformas digitais produziram
um complexo cenário de incertezas. Vivemos um grande desafio.
2. É preciso refletir sobre a mudança de paradigmas, uma vez que a criatividade e a capacidade
de inovação - rápida e de baixo custo - serão fundamentais para a sobrevivência das organizações
tradicionais e para o sucesso financeiro das nativas digitais. Mas é preciso, também, que façamos
uma autocrítica sobre o modo como vemos o mundo e a maneira como dialogamos com ele.
3. Antes da era digital, em quase todas as famílias existia um álbum de fotos. Lembram disso?
Lá estavam as nossas lembranças, os nossos registros afetivos. Muitas vezes abríamos o ál-
bum e a imaginação voava.
4. Agora fotografamos tudo compulsivamente. Nosso antigo álbum foi substituído pelas gale-
rias de fotos digitais de nossos dispositivos móveis. Temos excesso de fotos, mas falta o mais
importante: a memória afetiva, a curtição daqueles momentos. Pensamos que o registro do
momento reforça sua lembrança, mas não é assim. Milhares de fotos são incapazes de superar
a vivência de um instante. É importante guardar imagens. Porém, é mais importante viver cada
momento com intensidade. As relações afetivas estão sucumbindo à coletiva solidão digital.
5. Algo análogo se dá com o consumo da informação. Navegamos freneticamente no espaço
virtual. A fragmentação dos conteúdos pode transmitir certa sensação de liberdade, já que não
dependemos, aparentemente, de ninguém. Somos os editores do nosso diário personalizado.
Será? Não creio, sinceramente. Uma enxurrada de estímulos dispersa a inteligência. Ficamos
reféns da superficialidade. Perdemos contexto e sensibilidade crítica.
“É importante guardar imagens. Porém, é mais importante viver cada momento com intensida-
de.” (4º parágrafo)
Sem que nenhuma outra alteração seja feita na frase, as relações de sentido e a correção do
segmento acima estarão preservadas caso se substitua o elemento sublinhado por
a) Conquanto
b) Embora
c) Porquanto
d) Conforme
e) Todavia

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002. (FCC/SEMEF MANAUS-AM/TÉCNICO/2019)


Darwin nos trópicos
Ao desembarcar no litoral brasileiro em 1832, na baía de Todos os Santos, o grande cientista
Darwin deslumbrou-se com a natureza nos trópicos e registrou em seu diário: “Creio, depois do
que vi, que as descrições gloriosas de Humboldt* são e sempre serão inigualáveis: mas mesmo
ele ficou aquém da realidade”. Mas a paisagem humana, ao contrário, causou-lhe asco e per-
plexidade: “Hospedei-me numa casa onde um jovem escravo era diariamente xingado, surrado
e perseguido de um modo que seria suficiente para quebrar o espírito do mais reles animal.”
O mais surpreendente, contudo, é que a revolta não o impediu de olhar ao redor de si com olhos
capazes de ver e constatar que, não obstante a opressão a que estavam submetidos, a vitali-
dade e a alegria de viver dos africanos no Brasil traziam em si a chama de uma irrefreável afir-
mação da vida. Darwin chegou mesmo a desejar que o Brasil seguisse o exemplo da rebelião
escrava do Haiti. Frustrou-se esse desejo de uma rebelião ao estilo haitiano, mas confirmou-se
sua impressão: a África salva o Brasil.
*Alexander von Humboldt (1769-1859): geógrafo, naturalista e explorador prussiano.
Respeitando-se o contexto, traduz-se adequadamente o sentido de um segmento do texto em:
a) descrições gloriosas (1º parágrafo) = impressões empenhadas
b) causou-lhe asco e perplexidade (1º parágrafo) = submeteu-o a relutantes sentimentos.
c) suficiente para quebrar o espírito (1º paragrafo) = disponível para aquebrantar o humor.
d) olhos capazes de ver e constatar (2º parágrafo) = olhos dispostos a analisar e discorrer.
e) chama de uma irrefreável afirmação (2º parágrafo) = ardor de uma incontida positivação.

003. (FCC/AFAP/ADVOGADO/2019)
Beleza e propaganda
A crescente padronização do ideal de beleza feminina foi um dos efeitos imprevistos da po-
pularização da fotografia, das revistas de grande circulação e do cinema a partir do início do
século XX. Não é à toa que esse movimento coincide com a decolagem e vertiginosa ascensão
da indústria da beleza (hoje um mercado com receita global acima de 200 bilhões de dólares).
Como vender “a esperança dentro de um pote?”
As estratégias variam ao infinito, porém a mais diabólica e (possivelmente) eficaz dentre to-
das - verdadeira premissa oculta do marketing da beleza - foi explicitada com brutal franqueza,
em 1953, pelo então presidente da megavarejista de cosméticos americana Allied Stores: “O
nosso negócio é fazer as mulheres infelizes com o que têm”.
O atiçar cirúrgico da insegurança estética e a exploração metódica das hesitações femininas no
universo da beleza abrem as portas ao infinito. Os números e lucros do setor reluzem, mas quem es-
timará a soma de todo o mal-estar causado pelo massacre diuturno de um padrão ideal de beleza?

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O autor do texto explora com alguma frequência expressões com clara oposição de sentido,
tal como ocorre entre
a) crescente padronização e popularização da fotografia.
b) coincide com a decolagem e vertiginosa ascensão.
c) premissa oculta e brutal franqueza.
d) variam ao infinito e a mais diabólica.
e) insegurança estética e hesitações femininas.

004. (FCC/SEMEF MANAUS-AM/PROGRAMADOR/2019) Está correta a redação do segmen-


to adaptado do texto que se encontra em:
a) Foi apenas nos últimos 300 anos, que surgiu as normas, e eventualmente os direitos, de
privacidade.
b) No futuro, conforme previsões, a vigilância ativa será uma parte rotineira das transações, a
qual será quase impraticável escapar.
c) As experiências com a mídia social, já se deixou claro que agimos de modo diferente quando
estamos sendo observados.
d) A conexão histórica entre a privacidade e a riqueza ajuda a explicar os motivos pelos quais
a privacidade está ameaçada hoje.
e) A difusão da privacidade em escala maciça, cuja as realizações mais impressionantes da
civilização moderna, dependeu da criação da classe média.

005. (FCC/SEMEF MANAUS-AM/PROGRAMADOR/2019)


Atenção: Considere o texto abaixo para responder à questão.
1. Por boa parte da história humana, a privacidade estava pouco presente na vida da maioria
das pessoas. Não existiam expectativas de que uma porção significativa da vida transcorresse
distante dos olhares alheios.
2. A difusão da privacidade em escala maciça, com certeza uma das realizações mais impres-
sionantes da civilização moderna, dependeu de outra realização, ainda mais impressionante:
a criação da classe média. Só nos últimos 300 anos, quando a maior parte das pessoas obti-
veram os meios financeiros para controlar o ambiente físico, as normas, e eventualmente os
direitos, de privacidade vieram a surgir.
3. A conexão histórica entre a privacidade e a riqueza ajuda a explicar por que a privacidade está sob
ataque hoje. A situação nos faz recordar que ela não é um traço básico da existência humana, mas
sim um produto de determinado arranjo econômico - e portanto um estado de coisas transitório.
4. Hoje as forças da criação de riqueza já não favorecem a expansão da privacidade, mas tra-
balham para solapá-la. Testemunhamos a ascensão daquilo que a socióloga Shoshanna Zu-
boff define como “capitalismo de vigilância” - a transformação de nossos dados pessoais em
mercadoria por gigantes da tecnologia. Encaramos um futuro no qual a vigilância ativa é uma
parte tão rotineira das transações que se tornou praticamente inescapável.

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5. Como nossas experiências com a mídia social têm deixado claro, agimos diferente quando
sabemos estar sendo observados. A privacidade é a liberdade de agir sem ser observado, e as-
sim, em certo sentido, de sermos quem realmente somos - não o que desejamos que os outros
pensem que somos. A maioria deseja maior proteção à sua privacidade. Porém, isso requererá
a criação de diversas leis.
Hoje as forças da criação de riqueza já não favorecem a expansão da privacidade, mas tra-
balham para solapá-la.- (4º parágrafo) Encaramos um futuro no qual a vigilância ativa é uma
parte tão rotineira das transações... (4º parágrafo) A situação nos faz recordar que ela não é
um traço básico da existência humana... (3º parágrafo)
No contexto, os elementos sublinhados acima referem-se, respectivamente, a:
a) riqueza - vigilância - existência humana.
b) privacidade - futuro - privacidade.
c) privacidade - futuro - existência humana.
d) riqueza - futuro - privacidade.
e) privacidade - vigilância - privacidade.
Tomando resolutamente a sério as narrativas dos “selvagens”, a análise estrutural nos ensina,
já há alguns anos, que tais narrativas são precisamente muito sérias e que nelas se articula
um sistema de interrogações que elevam o pensamento mítico ao plano do pensamento pro-
priamente dito. Sabendo a partir de agora, graças às Mitológicas, de Claude Lévi-Strauss, que
os mitos não falam para nada dizerem, eles adquirem a nossos olhos um novo prestígio; e,
certamente, investi-los assim de tal gravidade não é atribuir-lhes demasiada honra.
Talvez, entretanto, o interesse muito recente que suscitam os mitos corra o risco de nos levar
a tomá-los muito “a sério” desta vez e, por assim dizer, a avaliar mal sua dimensão de pen-
samento. Se, em suma, deixássemos na sombra seus aspectos mais acentuados, veríamos
difundir-se uma espécie de mitomania esquecida de um traço todavia comum a muitos mitos,
e não exclusivo de sua gravidade: o seu humor.
Não menos sérios para os que narram (os índios, por exemplo) do que para os que os recolhem
ou leem, os mitos podem, entretanto, desenvolver uma intensa impressão de cômico; eles de-
sempenham às vezes a função explícita de divertir os ouvintes, de desencadear sua hilaridade.
Se estamos preocupados em preservar integralmente a verdade dos mitos, não devemos su-
bestimar o alcance real do riso que eles provocam e considerar que um mito pode ao mesmo
tempo falar de coisas solenes e fazer rir aqueles que o escutam.
A vida cotidiana dos “primitivos”, apesar de sua dureza, não se desenvolve sempre sob o sig-
no do esforço ou da inquietude; também eles sabem propiciar-se verdadeiros momentos de
distensão, e seu senso agudo do ridículo os faz várias vezes caçoar de seus próprios temores.
Ora, não raro essas culturas confiam a seus mitos a tarefa de distrair os homens, desdramati-
zando, de certa forma, sua existência.

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Essas narrativas, ora burlescas, ora libertinas, mas nem por isso desprovidas de alguma poesia,
são bem conhecidas de todos os membros da tribo, jovens e velhos; mas, quando eles têm von-
tade de rir realmente, pedem a algum velho versado no saber tradicional para contá-las mais uma
vez. O efeito nunca se desmente: os sorrisos do início passam a cacarejos mal reprimidos, o riso
explode em francas gargalhadas que acabam transformando-se em uivos de alegria.

006. (FCC/DPE-RS/DEFENSOR/2018)
deixássemos na sombra seus aspectos mais acentuados (2º parágrafo)
eles desempenham às vezes a função explícita (3º parágrafo)
senso agudo do ridículo os faz várias vezes (4º parágrafo)
Os termos sublinhados acima referem-se respectivamente a:
a) mitos - os que narram - primitivos
b) pensamento - mitos - primitivos
c) mitos - mitos - primitivos
d) mitos - os que narram - momentos de distenção
e) pensamento - mitos - momentos de distenção

007. (FCC/DPE-RS/DEFENSOR/2018)
... não devemos subestimar o alcance real do riso que eles provocam e considerar que um mito
pode ao mesmo tempo falar de coisas solenes... (3º parágrafo)
Uma nova redação para a frase acima, em que se mantêm a clareza, o sentido e a corre-
ção, está em:
a) Não devemos subestimar o alcance real do riso que eles provocam e, todavia, considerar
que um mito pode ao mesmo tempo falar de coisas solenes...
b) Não só devemos subestimar o alcance real do riso que eles provocam, mas também consi-
derar que um mito pode ao mesmo tempo falar de coisas solenes...
c) Não devemos subestimar o alcance real do riso que eles provocam, a fim de considerar que
um mito pode ao mesmo tempo falar de coisas solenes...
d) Não devemos nem subestimar o alcance real do riso que eles provocam, nem considerar
que um mito pode ao mesmo tempo falar de coisas solenes...
e) Não devemos subestimar o alcance real do riso que eles provocam, mas considerar que um
mito pode ao mesmo tempo falar de coisas solenes...

008. (FCC/TRT 6ª/TÉCNICO/2018)


- Você pode entrar no ramo, disse-lhe.
A frase acima está corretamente transposta para o discurso indireto em:
Parte superior do formulário
aaaaaAsfs a) Disse-lhe “você pudera entrar no ramo”.
b) Disse-lhe que você pode entrar no ramo.

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c) Disse-lhe que ele podia entrar no ramo.


d) Disse-lhe: “ele pôde entrar no ramo”.
e) Disse-lhe: você poderá entrar no ramo.

009. (FCC/DPE-AM/ASSISTENTE/2018)
Crônica de gente pouco importante: Manaus, século XIX
Sei que vocês nunca ouviram falar de Apolinária. Nem poderiam. Ela faz parte de um conjunto
de pessoas que jamais usufruíram de notoriedade.
Era junho de 1855 quando Apolinária, 24 anos, cabinda, africana livre, afinal desembarcou no
porto de Manaus. No início do século XIX, quando o tráfico de escravos se tornou ilegal como
parte de um conjunto de acordos internacionais, os africanos livres eram os indivíduos que
compunham a carga dos navios apreendidos no tráfico ilícito. Pela lei de 1831, se a apreensão
ocorresse em águas brasileiras, eles ficavam sob tutela estatal e deviam prestar serviços ao
Estado ou a particulares por 14 anos até sua emancipação. Com isso, os africanos livres che-
garam aos quatro cantos do Império, inclusive ao Amazonas.
Apolinária foi designada para trabalhar na recém-instalada Olaria Provincial. Suas crianças
foram junto. Ali já estavam outros africanos livres que, além da fabricação de telhas, potes
e tijolos, também eram responsáveis pela supervisão do trabalho dos índios que vinham das
aldeias para servir nas obras públicas. Eram cerca de 20 pessoas que viviam no mesmo lugar
em que trabalhavam e assim foi até 1858, quando a olaria foi fechada para se transformar em
uma nova escola: os Educandos Artífices.
A rotina na Olaria era dura e foi com alegria que Apolinária soube que seria a lavadeira dos Educan-
dos. Diferente dos outros, não ia precisar se mudar para o outro lado do igarapé. Podia continuar
ali com os filhos, o marido Gualberto, o cozinheiro Bertoldo e Severa, filha de Domingos Mina. O
salário não era grande coisa, mas a amizade antiga com Bertoldo garantia alimento extra à mesa
para todos. A tranquilidade durou pouco. O diretor dos Educandos, certamente mal informado pela
boataria maledicente, a demitiu do cargo alegando que era ladra e dada a bebedeiras. Menos de
3 meses depois, Apolinária já estava de volta ao trabalho nas obras públicas, com destino incerto.
Sou incapaz de dizer mais alguma coisa sobre o que aconteceu com Apolinária porque ela de-
sapareceu da documentação, mas os fragmentos de sua vida que pude recuperar são podero-
sos para iluminar cenas da vida desta cidade que estavam nas sombras. A presença negra no
Amazonas é tratada de modo marginal na historiografia local e só muito recentemente vemos
mudanças neste cenário. Há ainda muitas zonas de silêncio.
A história de Apolinária nos ajuda a colocar problemas novos, entre eles, o fato de que a traje-
tória dessas pessoas que cruzaram o Atlântico e, depois, o Império permite acessar um mundo
bem pouco visível na história do Brasil: a diversidade de experiências que uniram índios, escra-
vos, libertos e africanos livres no mundo do trabalho no século XIX.

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Falar dessa gente pouco importante é buscar dialogar com personagens reais e concretos.
Suas vidas comuns foram, de fato, extraordinárias, cada uma a seu modo. Seres humanos ver-
dadeiros, que fazem a História acontecer todos os dias.
A grafia de história, em minúscula no penúltimo parágrafo, e a de História, iniciada por maiús-
cula no último parágrafo, enfatizam a distinção estabelecida entre os dois usos do vocábulo,
empregado, respectivamente, com os sentidos de:
a) particularidade e coletividade.
b) invenção e fato.
c) certeza e dúvida.
d) universalidade e individualidade.
e) emoção e razão.

010. (FCC/TRF 5ª/TÉCNICO/2017)


Numa visita ao Brasil, pouco depois de sair do Governo da Espanha, Felipe Gonzalez foi ques-
tionado sobre o que gostaria de ter feito e não conseguiu. Depois de pensar alguns minutos,
disse lamentar que, apesar de avanços importantes em educação, os jovens ainda se forma-
vam e queriam saber o que o Estado faria por eles.
Transpondo-se para o discurso direto a fala atribuída a Felipe Gonzalez, obtêm-se as seguintes
formas verbais:
aParte superior do formulário
a) Lamento - formem – queiram
b) Lamento – formem – querem
c) Lamentei – formaram – queriam
d) Lamentou – vão se formar – irão querer
e) Lamento - tinham se formado - quiseram

011. (FCC/AGENTE/ARTESP/2017) A forma verbal poderia, no segundo parágrafo, atribui à


expressão remover até 65 de cada 100 carros nos horários de pico sentido:
a) falacioso.
b) factual.
c) imperativo.
d) conclusivo.
e) conjectural.

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012. (FCC/ARTESP/AGENTE/2017)

O humor da tira relaciona-se:


a) à expectativa de enriquecer sem esforço das personagens que adquiriram o GPS.
b) ao funcionamento não convencional dos produtos vendidos na loja de eletrônica.
c) ao desconhecimento, por parte dos clientes, de que o GPS tem função localizadora.
d) ao fato de que os consumidores não demonstram ter consciência de seus direitos.
e) à inaptidão dos usuários do GPS para configurar manualmente o aparelho.
Carros autônomos com diferentes tecnologias já estão circulando em várias partes do plane-
ta, em ruas de grandes cidades e estradas no campo. Um caminhão autônomo já rodou cerca
de 200 km nos Estados Unidos para fazer a entrega de uma grande carga de cerveja. Embora
muito recentes, veículos sem motoristas são uma realidade crescente. E, no entanto, os países
ainda não discutiram leis para reger seu trânsito.
No início do século 20, quando os primeiros automóveis se popularizaram, as cidades tiveram
o desafio de criar uma legislação para eles, pois as vias públicas tinham sido concebidas para
pedestres, cavalos e veículos puxados por animais. Cem anos depois, vivemos um momento
semelhante diante da iminência de uma “nova revolução industrial”, como define o secretário
de Transportes paulistano, Sérgio Avelleda. Ele cita o exemplo das empresas de seguros: “Hoje
o risco incide sobre pessoas, donos dos carros e motoristas. No futuro, passará a empresas
que produzem o carro, porque os humanos viram passageiros apenas”.

013. (FCC/ARTESP/AGENTE/2017) Considere as relações coesivas estabelecidas pelo pro-


nome seu, ao final do primeiro parágrafo. No contexto, esse pronome retoma, especificamente:
a) veículos sem motoristas.
b) Estados Unidos.
c) leis.
d) ruas de grandes cidades e estradas no campo.
e) países.

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014. (FCC/ARTESP/AGENTE/2017)
Cem anos depois, vivemos um momento semelhante diante da iminência de uma “nova revolução
industrial”, como define o secretário de Transportes paulistano, Sérgio Avelleda. (2º parágrafo)
O vocábulo como, nessa passagem do texto, estabelece a mesma relação de sentido que a
verificada em:
a) Ainda não se sabe como ficarão as leis de trânsito com a popularização dos carros
autônomos.
b) Como dito no texto, os carros autônomos, com diferentes tecnologias, já são uma realidade.
c) O modo acelerado como os carros sem motorista têm sido produzidos é realmente espantoso.
d) Os carros autônomos são, para a sociedade atual, como eram os carros no início do século 20.
e) Como ainda há poucos carros autônomos nas ruas, seu impacto no cotidiano é desconhecido.
Pode ser um saudosismo bobo, mas tenho saudades do tempo em que se ouvia o futebol pelo
rádio. Às vezes, era apenas chiado; às vezes, o chiado se misturava com a narração; às vezes,
a estação sumia; sem mais nem menos, voltava, e o jogo parecia tão disputado, mas tão emo-
cionante, repleto de lances espetaculares, que tudo que queríamos no dia seguinte era assistir
os melhores momentos na televisão. Hoje todos os jogos são transmitidos pela televisão. Isso
é uma coisa esplêndida, mas sepultou a fantasia, a mágica.
Agora, que fique claro: em absoluto falo mal da tecnologia. Ao contrário, o avanço tecnológico,
principalmente a chegada da internet, trouxe muita coisa boa pra muita gente. Lembro que
ainda engatinhava no plano do Direito e, se quisesse ter acesso a uma boa jurisprudência, ti-
nha que fazer assinatura. Hoje, está tudo aí, disponível, à farta, de graça. Somente quem viveu
numa época em que não havia a internet tem condições de dimensionar o nível de transforma-
ção e de reprodução do conhecimento humano que ela representou...

015. (FCC/ARTESP/AGENTE/2017) Condizente com o gênero crônica, o texto consiste em:


a) uma história fantasiosa inspirada em fatos reais, com linguagem cerimoniosa.
b) um registro histórico de fatos de relevo internacional, com linguagem hermética.
c) um relato subjetivo de experiências cotidianas, com linguagem coloquial.
d) uma compilação de opiniões divergentes sobre tema polêmico, com linguagem afetada.
e) uma descrição objetiva da realidade visando noticiar fatos inéditos, com linguagem formal.
COP-21 já foi. E agora, o que virá?
O Acordo do Clima aprovado em Paris em dezembro de 2015 não resolve o problema do aque-
cimento global, apenas cria um ambiente político mais favorável à tomada de decisão para que
os objetivos assinalados formalmente por 196 países sejam alcançados.
Como todo marco regulatório, o acordo estabelece apenas as condições para que algo aconte-
ça, e, nesse caso, não há sequer prazos ou metas. As propostas apresentadas voluntariamente
pelos países passam a ser consideradas “metas” que serão reavaliadas a cada 5 anos, embora

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a soma dessas propostas não elimine hoje o risco de enfrentarmos os piores cenários climáti-
cos com a iminente elevação média de temperatura acima de 2 ºC.
Sendo assim, o que precisa ser feito para que o Acordo de Paris faça alguma diferença para a
humanidade? A 21a Conferência do Clima (COP-21) sinaliza um caminho. Para segui-lo, é pre-
ciso realizar muito mais - e melhor - do que tem sido feito até agora. A quantidade de moléculas
de CO2 na atmosfera já ultrapassou as 400 ppm (partes por milhão), indicador que confirmaria
- segundo o Painel Intergovernamental de Mudança Climática (IPCC) da ONU - a progressão
rápida da temperatura acima dos 2 °C.
A decisão mais urgente deveria ser a eliminação gradual dos U$ 700 bilhões anuais em subsí-
dios para os combustíveis fósseis. Sem essa medida, como imaginar que a nossa atual depen-
dência de petróleo, carvão e gás (75% da energia do mundo é suja) se modifique no curto prazo?
Para piorar a situação, apesar dos investimentos crescentes que acontecem mundo afora em
fontes limpas e renováveis de energia (solar, eólica, biomassa, etc.), nada sugere, pelo andar
da carruagem, que testemunhemos a inflexão da curva de emissões de gases estufa. Segundo
a vice-presidente do IPCC, a climatologista brasileira Thelma Krug, a queima de combustíveis
fósseis segue em alta e não há indícios de que isso se modifique tão cedo.
Como promover tamanho freio de arrumação em um planeta tão acostumado a emitir gases
estufa sem um novo projeto educacional? Desde cedo a garotada precisa entender o gigantes-
co desafio civilizatório embutido no combate ao aquecimento global.
O Acordo do Clima é certamente um dos maiores e mais importantes da história da diplomacia
mundial. Mas não nos iludamos. Tal como a Declaração Universal dos Direitos Humanos (adotada
pela ONU em 1948), o Acordo sinaliza rumo e perspectiva, aponta o que é o certo, e se apresenta
como um compromisso coletivo. Tornar o Acordo realidade exige atitude. Diária e obstinada.

016. (FCC/SEGEP-MA/ANALISTA/2016) Uma palavra empregada com sentido exclusiva-


mente figurado está sublinhada na seguinte passagem do texto:
a) a iminente elevação média de temperatura acima de 2 ºC (2º parágrafo)
b) A quantidade de moléculas de CO2 na atmosfera já ultrapassou as 400 ppm (3º parágrafo)
c) nada sugere, pelo andar da carruagem, que testemunhemos (5º parágrafo)
d) U$ 700 bilhões anuais em subsídios para os combustíveis fósseis. (4º parágrafo)
e) a queima de combustíveis fósseis segue em alta (5º parágrafo)
A Geografia
Foi em um negócio de ferros velhos, durante a guerra mundial, que o Procópio Viana passou de
modesto vendedor da casa Portela & Gomes a honrado capitalista da nossa praça. Com a bol-
sa repleta de amostras de arroz, de feijão, de milho, de farinha, anda acima e abaixo a vender
nos retalhistas, quando um deles o incumbiu de negociar os maquinismos de uma velha fábri-
ca desmantelada. O rapaz ganhou no negócio quinze contos, e não quis mais saber de outro

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comércio. E, em breve, comprava até navios velhos, vendendo-os a estrangeiros, conseguindo


reunir, com essas transações, os seus quatro milhares de contos.
Rico, pôs-se o Procópio a viajar. E era de regresso desse passeio através dos continentes que
contava, no Fluminense, a um grupo de senhoras, as suas impressões de turista.
- Visitei Paris, Londres, Madri... - dizia ele, com ênfase, sacudindo a perna direita, o charuto ao
canto da boca, a mão no bolso da calça. - Fui ao Cairo, a Roma, a Berlim, a Viena...
E após um instante:
- Estive em Tóquio, em Pequim, em Singapura...
A essas palavras, que punham reflexos de admiração e de inveja nos olhos das moças que o
ouviam, mlle*. Lili Peixoto aparteou, encantada:
- O senhor deve conhecer muito a Geografia... Não é?
- Ah! não, senhora! - interveio, logo, superior, o antigo caixeiro de Portela & Gomes.
- A Geografia, eu quase não conheço.
E atirando para o espaço uma baforada do seu charuto cheiroso:
- Eu passei por lá de noite...
*mademoiselle: expressão francesa usada para se referir respeitosamente a moça ou mulher.

017. (FCC/SEGEP-MA/ANALISTA/2016) A construção do humor no texto associa-se, entre


outros aspectos:
a) à vasta erudição que Procópio Viana acumulou ao longo das viagens que realizou a trabalho.
b) ao fato de Procópio Viana tornar-se rico, mas não perder a modéstia que lhe era característica.
c) à impossibilidade de um vendedor chegar a obter lucro a partir de um negócio de ferros velhos.
d) à reação interesseira das mulheres ao descobrirem a origem das riquezas de Procópio Viana.
e) ao contraste entre o comportamento presunçoso e a falta de instrução de Procópio Viana.

018. (FCC/SEGEP-MA/ANALISTA/2016) A frase escrita com correção é:


a) Humberto de Campos, jornalista, critico, contista, e memorialista nasceu, em Miritiba, hoje
Humberto de Campos no Maranhão, em 1886, e falesceu, no Rio de Janeiro em 1934.
b) O escritor Humberto de Campos, em 1933, publicou o livro que veio à ser considerado, o
mais celebre de sua obra: Memórias, crônica dos começos de sua vida.
c) Em 1912, Humberto de Campos, transferiu-se para o Rio de Janeiro, e entrou para O Impar-
cial, na fase em que ali encontrava-se um grupo de eximios escritores.
d) De infância pobre e orfão de pai aos seis anos; Humberto de Campos, começou a trabalhar
cedo no comércio, como meio de subsistencia.
e) Humberto de Campos publicou seu primeiro livro em 1910, a coletânea de versos intitula-
da Poeira; em 1920, já membro da Academia Brasileira de Letras, foi eleito deputado federal
pelo Maranhão.

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019. (FCC/SEGEP-AM/TÉCNICO/2016)
A tragédia vinha sendo anunciada: desde o começo do ano, Nabiré parecia cansada. Portadora
de um cisto no ovário, carregava seu corpo de 31 anos e 2 toneladas com mais dificuldade. Ainda
assim, atravessou aquele 27 de julho em relativa normalidade. Comeu feno, caminhou na areia,
rolou na poça de lama para proteger-se do sol. Ao fim da tarde, recolheu-se aos seus aposentos –
uma área fechada no zoológico Dvůr Králové, na República Tcheca. Deitou-se, dormiu – e nunca
mais acordou. No dia seguinte, o diretor da instituição descreveria a perda como “terrível”, defi-
nindo-a como “um símbolo do declínio catastrófico dos rinocerontes devido à ganância humana”.
Nabiré representava 20% dos rinocerontes-brancos-do-norte ainda vivos. A espécie está extin-
ta na natureza. Dos quatro remanescentes, três vivem numa reserva ecológica no Quênia, pro-
tegidos por homens armados. O restante – uma fêmea chamada Nola – mora num zoológico
nos Estados Unidos. São todos idosos e, até que se prove o contrário, inférteis.
Surgido como um adorno que conferia sucesso reprodutivo ao portador (como a juba, no caso do
leão), o chifre acabaria por selar o destino trágico do paquiderme. Passou a ser usado para tratar
diversas doenças na medicina oriental. De nada valeram inúmeros estudos científicos mostran-
do a inocuidade da substância. O chifre virou artigo valiosíssimo no mercado negro da caça.
Segundo estimativas, no começo do século XX a ordem dos rinocerontes era representada por
um plantel de meio milhão de animais. Hoje restam apenas 29 mil, divididos em cinco espé-
cies. A que está em estado mais crítico é a subespécie branca-do-norte.
O rinoceronte-branco-do-norte era endêmico do Congo – país que ainda sofre os efeitos de
uma guerra civil iniciada em 1996 que já deixou um saldo de ao menos 5 milhões de pessoas
mortas. Diante desse quadro, não houve quem zelasse pelo animal.
Nabiré foi um dos quatro rinocerontes-brancos-do-norte nascidos em cativeiro, no próprio zoo-
lógico. Após o nascimento de Fatu, no mesmo zoológico, quinze anos mais tarde, nenhuma ou-
tra fêmea de rinoceronte-branco-do-norte conseguiu engravidar. Por isso, em 2009, os quatro
rinocerontes-brancos-do-norte que faziam companhia a Nabiré foram levados para um reserva
no Quênia. Como nem a inseminação artificial tivesse funcionado, havia a esperança última de
que um habitat selvagem pudesse surtir algum efeito. Porém, não houve resultado.
Nabiré não viajou com o grupo por ser portadora de uma doença: nasceu com ovário policístico, o
que a tornava infértil. “Foi a rinoceronte mais doce que tivemos no zoológico”, disse o diretor de pro-
jetos internacionais do zoológico. “Nasceu e cresceu aqui. Foi como perder um membro da família.”
Há uma esperança remota de que a espécie ainda seja preservada por fertilização in vitro.
“Nossa única esperança é a tecnologia”, completou o diretor. “Mas é triste atingir um ponto em
que a salvação está em um laboratório. Chegamos tarde. A espécie tinha que ter sido protegi-
da na natureza.”
No contexto, está usado em sentido figurado o elemento que se encontra em destaque em:
Parte superior do formulário
a) Foi a rinoceronte mais doce que tivemos no zoológico.

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b) ... a ordem dos rinocerontes era representada por um plantel de meio milhão de animais.
c) Surgido como um adorno que conferia sucesso reprodutivo ao portador...
d) São todos idosos e, até que se prove o contrário, inférteis.
e) O restante – uma fêmea chamada Nola – mora num zoológico os Estados Unidos.

020. (FCC/SEDU-ES/PROFESSOR/2016)
As enchentes de minha infância
Rubem Braga
Sim, nossa casa era muito bonita, verde, com uma tamareira junto à varanda, mas eu invejava
os que moravam do outro lado da rua, onde as casas dão fundos para o rio. Como a casa dos
Martins, como a casa dos Leão, que depois foi dos Medeiros, depois de nossa tia, casa com
varanda fresquinha dando para o rio.
Quando começavam as chuvas a gente ia toda manhã lá no quintal deles ver até onde chegara
a enchente. As águas barrentas subiam primeiro até a altura da cerca dos fundos, depois às
bananeiras, vinham subindo o quintal, entravam pelo porão. Mais de uma vez, no meio da noite,
o volume do rio cresceu tanto que a família defronte teve medo.
Então vinham todos dormir em nossa casa. Isso para nós era uma festa, aquela faina de arrumar
camas nas salas, aquela intimidade improvisada e alegre. Parecia que as pessoas ficavam todas
contentes, riam muito; como se fazia café e se tomava café tarde da noite! E às vezes o rio atraves-
sava a rua, entrava pelo nosso porão, e me lembro que nós, os meninos, torcíamos para ele subir
mais e mais. Sim, éramos a favor da enchente, ficávamos tristes de manhãzinha quando, mal sal-
tando da cama, íamos correndo para ver que o rio baixara um palmo – aquilo era uma traição, uma
fraqueza do Itapemirim. Às vezes chegava alguém a cavalo, dizia que lá, para cima do Castelo, tinha
caído chuva muita, anunciava águas nas cabeceiras, então dormíamos sonhando que a enchente
ia outra vez crescer, queríamos sempre que aquela fosse a maior de todas as enchentes.
Há a presença do discurso indireto em:
Parte superior do formulário
aaa) Eu invejava os que moravam do outro lado da rua, onde as casas dão fundos para o rio.
b) Quando começavam as chuvas a gente ia toda manhã lá no quintal deles ver até onde che-
gara a enchente.
c) Então vinham todos dormir em nossa casa.
d) Parecia que as pessoas ficavam todas contentes, riam muito; como se fazia café e se toma-
va café tarde da noite!
e) Às vezes chegava alguém a cavalo, dizia que lá, para cima do Castelo, tinha caído chuva muita.

021. (FCC/SEDU-ES/PROFESSOR/2016)
Medo da eternidade
Jamais esquecerei o meu aflitivo e dramático contato com a eternidade.

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Caderno de Questões de Texto – FCC
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Quando eu era muito pequena ainda não tinha provado chicles e mesmo em Recife falava-se
pouco deles. Eu nem sabia bem de que espécie de bala ou bombom se tratava. Mesmo o dinheiro
que eu tinha não dava para comprar: com o mesmo dinheiro eu lucraria não sei quantas balas.
Afinal minha irmã juntou dinheiro, comprou e ao sairmos de casa para a escola me explicou:
Tome cuidado para não perder, porque esta bala nunca se acaba. Dura a vida inteira.
- Como não acaba? – Parei um instante na rua, perplexa.
- Não acaba nunca, e pronto.
Eu estava boba: parecia-me ter sido transportada para o reino de histórias de príncipes e fadas.
Peguei a pequena pastilha cor-de-rosa que representava o elixir do longo prazer. Examinei-a,
quase não podia acreditar no milagre. Eu que, como outras crianças, às vezes tirava da boca
uma bala ainda inteira, para chupar depois, só para fazê-la durar mais. E eis-me com aquela
coisa cor-de-rosa, de aparência tão inocente, tornando possível o mundo impossível do qual eu
já começara a me dar conta.
Com delicadeza, terminei afinal pondo o chicle na boca.
- E agora que é que eu faço? - perguntei para não errar no ritual que certamente deveria haver.
- Agora chupe o chicle para ir gostando do docinho dele, e só depois que passar o gosto você
começa a mastigar. E aí mastiga a vida inteira. A menos que você perca, eu já perdi vários.
Perder a eternidade? Nunca.
O adocicado do chicle era bonzinho, não podia dizer que era ótimo. E, ainda perplexa, encami-
nhávamo-nos para a escola.
- Acabou-se o docinho. E agora?
- Agora mastigue para sempre.
Assustei-me, não saberia dizer por quê. Comecei a mastigar e em breve tinha na boca aquele
puxa-puxa cinzento de borracha que não tinha gosto de nada. Mastigava, mastigava. Mas me
sentia contrafeita. Na verdade eu não estava gostando do gosto. E a vantagem de ser bala eterna
me enchia de uma espécie de medo, como se tem diante da ideia de eternidade ou de infinito.
Eu não quis confessar que não estava à altura da eternidade. Que só me dava era aflição. En-
quanto isso, eu mastigava obedientemente, sem parar.
Até que não suportei mais, e, atravessando o portão da escola, dei um jeito de o chicle masti-
gado cair no chão de areia.
- Olha só o que me aconteceu! – disse eu em fingidos espanto e tristeza. Agora não posso
mastigar mais! A bala acabou!
- Já lhe disse, repetiu minha irmã, que ela não acaba nunca. Mas a gente às vezes perde. Até
de noite a gente pode ir mastigando, mas para não engolir no sono a gente prega o chicle na
cama. Não fique triste, um dia lhe dou outro, e esse você não perderá.
Eu estava envergonhada diante da bondade de minha irmã, envergonhada da mentira que pregara
dizendo que o chicle caíra da boca por acaso. Mas aliviada. Sem o peso da eternidade sobre mim.
06 de junho de 1970

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Parei um instante na rua, perplexa. (5º parágrafo)


Peguei a pequena pastilha cor-de-rosa que representava o elixir do longo prazer. (7º parágrafo)
– E agora que é que eu faço? – perguntei para não errar no ritual que certamente deveria haver.
(9º parágrafo)
As palavras grifadas nessas frases assumem no texto, respectivamente, o sentido de:
a) atônita – figurava – cerimônia
b) inerme – transcendia – liturgia
c) atônita – simbolizava – périplo
d) desorientada – figurava – imolação
e) assustada – transcendia – périplo

022. (FCC/SEDU-ES/PROFESSOR/2016)
Segundo FIORIN, em Polifonia Textual e Discursiva (1999), “a intertextualidade é o processo de
incorporação de um texto em outro, seja para reproduzir o sentido incorporado, seja para trans-
formá-lo. Há de haver três processos de intertextualidade: a citação, a alusão e a estilização.
[...] A estilização é a reprodução dos procedimentos do ‘discurso de outrem’, isto é, do estilo de
outrem”, em geral, com “função polêmica”.
Considere o contexto de produção dos enunciados a seguir para identificar aquele em que
ocorre o processo de estilização.
a) A Polícia Federal deflagrou hoje (15) a Operação Catilinárias, em conjunto com o Ministério
Público Federal. (In: Marcelo Camargo, Agência Brasil, 15. dez. 2015. A manchete incorpora
discurso político de Cícero dirigido a Catilina, conhecido como “Catilinárias”.)
b) “De minha parte, creio que fora de Paris não há salvação para um homem de espírito”. (In:
Roberto Pompeu de Toledo, Veja, 25. nov. 2015, em homenagem a Paris, retoma em seu artigo,
entre aspas, uma frase de Molière).
c) Rua Líbero Badaró, 67, terceiro andar, sala 2, centro de São Paulo. O endereço da garçonière
do escritor Oswald de Andrade (1890-1954) é considerado por estudiosos um dos berços do
modernismo brasileiro”. (Luís Anatônio Giron. A garçonière redescoberta. Folha de S. Paulo, 20
de dezembro de 2015.)
d) Dizia o dono da venda: “É 11; pra você eu faço 10”. (In: Corra, freguês, corra, Ivan Ângelo, Veja
São Paulo, 25. nov. 2015. O trecho entre aspas reproduz a fala de personagem.)
e) Nem cinco sóis eram passados que de vós nos partíramos, quando a mais temerosa desdita
pesou sobre Nós. [...] O que vos interessará mais, por sem dúvida, é saberdes que os guerreiros
de cá não buscam mavórticas damas para o enlace epitalâmico. (Mário de Andrade, em Macu-
naíma, retomando Camões).
Documentos sobre Shakespeare ‘vândalo’ são abertos ao público
Em 1596, William Shakespeare e seus atores tiveram de deixar o teatro isabelino The Theatre,
localizado em Shoreditch, emLondres, até então o recanto da dramaturgia inglesa. O período

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de 21 anos de concessão do terreno ao ator e empresário James Burbage havia chegado ao


fim, e o senhorio exigia as terras de volta. Desolados, Shakespeare e os homens de sua com-
panhia, Lord Chamberlain’s Men, se uniram para roubar o teatro - tábua por tábua, prego por
prego - e reconstruí-lo em outro lugar.
A história ocorrida em 28 de dezembro de 1598 não é inédita e consta em diversas biografias
de Shakespeare. Agora, contudo,chegou o momento de ouvir o outro lado da ação: a justiça.
De acordo com a transcrição do processo judicial de 1601, Shakespeare, seus atores e amigos
(incluindo Burbage) foram “violentos” em uma ação “desenfreada” que destruiu o The Theatre.
O documento diz que o dramaturgo e seus cúmplices estavam armados com punhais, espadas
e machados, o que causou “grande distúrbio da paz” e deixou testemunhas “aterrorizadas”.
Até então guardado em segurança pelo National Archive, o arquivo do Reino Unido, o documen-
to é uma das peças que serão exibidas ao público no centro cultural londrino Somerset House,
a partir de fevereiro de 2016, ano em que se completam quatro séculos da morte do Bardo.

023. (FCC/SEDU-ES/PROFESSOR/2016) No gênero notícia, verifica-se que a principal função


da linguagem, segundo JAKOBSON (1963), é a:
a) conativa.
b) emotiva.
c) metalinguística.
d) fática.
e) referencial.

024. (FCC/SEDU-ES/PROFESSOR/2016)
Nesse texto, observa-se que os responsáveis pelo ato de vandalismo são renomeados: “William
Shakespeare e seus atores”; “Shakespeare e os homens de sua companhia”; “Shakespeare,
seus atores e amigos”; “o dramaturgo e seus cúmplices”.
Entende-se que, nesse caso, a progressão textual (KOCK, 1994) se dá por recorrência de:
a) nominalizações.
b) paráfrases.
c) hiperônimos.
d) marcadores de situação.
e) marcadores conversacionais.

025. (FCC/SEDU-ES/PROFESSOR/2016)
BAKHTIN, em Estética da Criação Verbal, explica que: “O emprego da língua efetua-se em for-
ma de enunciados (orais e escritos) concretos e únicos, proferidos pelos integrantes desse
ou daquele campo de atividade humana. Esses enunciados refletem as condições específicas
e as finalidades de cada referido campo não só por seu conteúdo (temático) e pelo estilo da
linguagem, ou seja, pela seleção dos recursos lexicais, fraseológicos e gramaticais da língua,

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mas, acima de tudo, por sua construção composicional. [...] Evidentemente, cada enunciado
particular é individual, mas cada campo de utilização da língua elabora seus tipos relativamen-
te estáveis de enunciados, os quais denominamos gêneros do discurso”.
Depreende-se do texto que, na caracterização de um gênero discursivo, deve-se considerar,
principalmente:
a) o emprego de recursos linguísticos específicos e a fixação dos enunciados orais e escritos.
b) a ocorrência particular, específica, dependendo da esfera de comunicação a que pertencem
os falantes.
c) o modo de composição, o tema e os usos de linguagem relacionados às finalidades de cada
campo de atividade humana.
d) a irregularidade no emprego de enunciados orais e escritos em determinados campos de
atividade verbal.
e) os enunciados escritos que dão concretude à oralidade, dependendo da esfera de
comunicação.

026. (FCC/SEDU-ES/PROFESSOR/2016)
AquiÁfrica
Treze artistas contemporâneos da chamada África Subsaariana - que compreende países ao
sul do Deserto do Saara, como Nigéria, Camarões, Congo e Angola - abordam em suas obras
questões sobre imigração, xenofobia, sistemas de poder e tradições culturais. A mostra faz parte
do projeto Art for the World, da curadora suíça Adelina von Fürstenberg, que aborda os direitos
humanos em exposições de arte. Sesc Belenzinho. Rua padre Adelino, 1000, Belenzinho. Terça a
sexta, 13h às 21h; sábado, domingo e feriados, 11h às 19h. Grátis. Até 28 de fevereiro de 2016.
Esse texto é:
a) uma sinopse, que apresenta brevemente um evento cultural.
b) um comentário, que visa à qualificação de um acontecimento paulistano.
c) uma resenha, pois tem finalidade informativa e pertence à esfera cultural.
d) um sumário, visto que relaciona os principais elementos do fato.
e) um classificado, que anuncia um evento cultural, com finalidade publicitária.

027. (FCC/SEDU-ES/PROFESSOR/2016)
A maioria dos países da América Latina, incluindo o Brasil, só começou a montar seu sistema es-
colar quando em muitas outras nações do mundo já existiam universidades bem estruturadas e de
qualidade. Mesmo assim, era um privilégio para poucos. Apenas nos anos 1970 e 1980 começou
na América Latina a discussão sobre a educação ser um direito de todos. Mas claramente ainda
nos falta a percepção moderna de que esse é um fator estratégico para o avanço. Se buscamos
uma sociedade ancorada no conhecimento, tudo, absolutamente tudo, deve se voltar para a escola.

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Em relação aos modos de organização textual, esse texto apresenta, em sequência, a:


a) descrição e a narração observadas na recuperação histórica de fatos, em formas verbais do
pretérito; a argumentação, apoiada em argumentos de autoridade, em formas verbais do presente.
b) descrição de acontecimentos do passado, por meio de relato histórico, em formas verbais
do presente; a narração, responsável pela apreciação do autor, em formas verbais do pretérito.
c) narração, em formas verbais do pretérito, fundamentada na descrição de acontecimentos
históricos, situados no tempo presente.
d) argumentação, no pretérito, sobre acontecimentos históricos; a descrição e a narração de
argumentos e de pontos de vista, em formas verbais do presente.
e) narração de fatos historicamente situados, em formas verbais do pretérito; a argumentação,
observada nas opiniões emitidas em formas verbais do presente.

028. (FCC/DPE-AM/ASSISTENTE/2018) A expressão destacada em “Leonardo da Vinci se


mudou de Florença para Milão a serviço do duque como engenheiro, arquiteto, escultor e pin-
tor” tem sentido equivalente ao de:
a) enquanto.
b) segundo.
c) mesmo.
d) tanto que.
e) pelo que.

029. (FCC/SABESP/AGENTE/2018)
Júlio Verne: previsões do autor que se tornaram realidade
O escritor francês Júlio Verne é considerado por muitos o pai da ficção científica. Suas obras
influenciaram gerações e inspiraram filmes e séries de TV. Há quase cem filmes baseados em
mais de 30 livros assinados por ele.
Júlio Verne nasceu na cidade de Nantes em fevereiro de 1828. Sua verdadeira paixão eram as
viagens, que na época eram feitas principalmente de navio. Aos 11 anos, ele fugiu de casa para
se tornar marinheiro. Na primeira escala, porém, seu pai conseguiu apanhá-lo - e depois quem
apanhou foi o pequeno Verne. Reza a lenda que ele teria jurado não voltar a viajar, a não ser em
sua imaginação e fantasia.
Um dos fatos que mais chamam a atenção em suas obras são as previsões feitas pelo escritor
que se concretizaram séculos depois. Por exemplo, oitenta anos antes dos noticiários televi-
sivos surgirem, Júlio Verne descreveu a alternativa para os jornais: “Em vez de ser impresso, o
‘Crônicas da Terra’ seria falado, teria assinantes e partiria de conversas interessantes dos re-
pórteres e cientistas que contariam as notícias do dia”. Ele também imaginou o “fonotelefoto”,
que seria usado pelos repórteres para registrar e transmitir sons e imagens.

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Considere a frase do texto:


Na primeira escala, porém, seu pai conseguiu apanhá-lo - e depois quem apanhou foi o pe-
queno Verne.
Os vocábulos apanhar, na primeira e na segunda ocorrência, são usados, respectivamente,
com os sentidos de:
a) compreender; contrair uma doença.
b) segurar com força; recolher com as mãos.
c) levar uma pancada; ser derrotado.
d) alcançar; levar uma surra.
e) encontrar; apossar-se de bem alheio.

030. (FCC/TST/TÉCNICO/2017)
Está aberta a temporada de ipês. Eu definiria essas árvores como sendo o clichê menos enfa-
donho de Brasília. Sim, porque, como parte do ciclo da natureza, eles brotam e colorem a ca-
pital das mesmas cores, no mesmo período, todos os anos. É a repetição mais original trazida
pelo início da seca. Ainda que presença certa, os ipês são esperados com igual ansiedade a
cada estação. E eles não aparecem sozinhos. Mesmo que soberanos em uma paisagem res-
sequida, a beleza dessas árvores - que exibem flores em cachos, de cores vistosas - é exaltada
pela questionável feiura das plantas mirradas do cerrado.
Os ipês ficam ainda altivos ao lado de árvores que hibernam em forma de seu próprio esque-
leto. Seus galhos aparentemente mortos, retorcidos, sem flores, sem folhas, se recolhem para
dar espaço à exuberância dos ipês em tons de roxo, rosa, amarelo ou branco. Na paisagem
desértica, eles ganham ainda mais destaque, o que me faz pensar que a natureza é mesmo
um belo exemplo de equilíbrio. Se brotassem todos juntos, teriam que dividir a majestade. Em
apresentação solo, viram reis absolutos, para os quais se dirigem aplausos, flashes, sorrisos e
agradecimentos pela beleza da vida. Excesso é veneno para a magia. Sábios, os ipês.
Está redigida com correção, clareza e coesão a seguinte frase:
a) Em cada região, os ipês ganham um significado especial, como no cerrado, aonde colore
uma paisagem ressequida.
b) Considerada árvore-símbolo do Brasil, as flores do ipê nascem em cachos e não dividem
espaço com as folhas.
c) A fragilidade dos ipês não resiste à passagem do um vento mais forte, após a qual o chão
se colore de flores.
d) A beleza singular dos ipês já chamou à atenção vários poetas, a fim de cantarem, a delica-
deza de suas flores.
e) Os ipês, com um florada que dura tão pouco tempo, que nos leva a refletir acerca do caráter
efemero da vida.

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Com base em descobertas feitas na Grã-Bretanha, Chile, Hungria, Israel e Holanda, uma equipe
de treze pessoas liderada por John Goldthorpe, sociólogo de Oxford altamente respeitado, con-
cluiu que, na hierarquia da cultura, não se pode mais estabelecer prontamente a distinção entre
a elite cultural e aqueles que estão abaixo dela a partir dos antigos signos: frequência regular
a óperas e concertos; entusiasmo, em qualquer momento dado, por aquilo que é visto como
“grande arte”; hábito de torcer o nariz para “tudo que é comum, como uma canção popular ou
um programa de TV voltado para o grande público”. Isso não significa que não se possam en-
contrar pessoas consideradas (até por elas mesmas) integrantes da elite cultural, amantes da
verdadeira arte, mais informadas que seus pares nem tão cultos assim quanto ao significado
de cultura, quanto àquilo em que ela consiste, ao que é tido como o que é desejável ou indese-
jável para um homem ou uma mulher de cultura.
Ao contrário das elites culturais de outrora, eles não são conhecedores no estrito senso da
palavra, pessoas que encaram com desprezo as preferências do homem comum ou a falta de
gosto dos filisteus. Em vez disso, seria mais adequado descrevê-los – usando o termo cunha-
do por Richard A. Peterson, da Universidade Vanderbilt – como “onívoros”: em seu repertório
de consumo cultural, há lugar tanto para a ópera quanto para o heavy metal ou o punk, para a
“grande arte” e para os programas populares de televisão. Um pedaço disto, um bocado daqui-
lo, hoje isto, amanhã algo mais.
Em outras palavras, nenhum produto da cultura me é estranho; com nenhum deles me identifi-
co cem por cento, totalmente, e decerto não em troca de me negar outros prazeres. Sinto-me
em casa em qualquer lugar, embora não haja um lugar que eu possa chamar de lar (talvez exa-
tamente por isso). Não é tanto o confronto de um gosto (refinado) contra outro (vulgar), mas
do onívoro contra o unívoro, da disposição para consumir tudo contra a seletividade excessi-
va. A elite cultural está viva e alerta; é mais ativa e ávida hoje do que jamais foi. Porém, está
preocupada demais em seguir os sucessos e outros eventos festejados que se relacionam à
cultura para ter tempo de formular cânones de fé ou a eles converter outras pessoas.

031. (FCC/TST/TÉCNICO/2017) A palavra unívoro (3º parágrafo) remete:


a) ao grupo que se caracteriza por apreciar um tipo específico e uniforme de produtos culturais.
b) aos apreciadores da cultura que se definem pelo conhecimento erudito e pelo gosto di-
versificado.
c) aos indivíduos que nutrem simpatia tanto por produções eruditas quanto por populares.
d) à elite cujo gosto pela arte se caracteriza pelo ecletismo e pelo respeito à diversidade de
expressão.
e) àqueles com conhecimento insuficiente para reconhecer os diferentes estilos de produção
artística.

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032. (FCC/TST/TÉCNICO/2017) Ao fazer uso da primeira pessoa, no 3º parágrafo, o autor:


a) se reconhece como um dos acadêmicos que são mais informados que outros acerca do que
é desejável ou indesejável para alguém que queira ser respeitado como uma pessoa de cultura.
b) se expressa como um simpatizante da elite que aprecia de tudo um pouco em termos de
arte, na medida em que ele não tem critérios para descrever o que seja ou não cultura.
c) identifica-se discursivamente com os consumidores da cultura na atualidade, com o propó-
sito de descrevê-los, mais do que se apresentar como um exemplo típico desse grupo.
d) omite seu próprio ponto de vista sobre o tema abordado, para deixar que as pessoas que
apreciam a “grande arte” se expressem por meio da primeira pessoa do discurso.
e) evita tomar partido de um tipo específico de elite cultural, deixando que tanto os mais tradi-
cionais quanto os mais modernos convençam o leitor a abarcar seus ideais.

033. (FCC/TST/TÉCNICO/2017) Está redigida com clareza e de acordo com a norma-padrão


da língua portuguesa, em sua modalidade formal, a frase:
a) A elite cultural de diversos países não a muito tempo, torcia o nariz, para a música popular
ou para as produções de TV, atitude que parece ter mudado nos últimos anos.
b) A pesquisa realizada pelo grupo de John Goldthorpe traçou um novo perfil para a elite cultu-
ral, com preferências que a distanciam do estereótipo construído ao longo de séculos.
c) Uma manifestação artística afim de ter a aprovação dos conhecedores da cultura, deveria
ter atributos que a distinguissem, de tudo quanto fosse classificado como trivial.
d) Foi o sociólogo, John Goldthorpe, líder da equipe que empenhou-se ao estudo do novo perfil
para caracterizar quem é a elite cultural que surgiu recentemente, na atualidade.
e) Na hierarquia da cultura, acreditavam-se haver distinções qualitativas entre aqueles que fre-
quentavam óperas e os que curtiam permanecer em casa, assistindo a televisão.Parte inferior
do formulário

034. (FCC/TRT 4ª/ANALISTA/2015)


Ópera é um tipo de teatro no qual a maioria ou todos os personagens cantam durante a maior parte
do tempo ou o tempo todo. Nesse sentido, é muito óbvio que ela não seja realística, e com frequ-
ência, no decorrer de seus mais de quatrocentos anos de história, tem sido considerada exótica
e estranha. Além disso, é quase sempre bastante cara de se encenar e de se assistir. Em nenhum
momento da história a sociedade, como um todo, conseguiu sustentar facilmente os custos exorbi-
tantes da ópera. Por que, então, tanta gente gosta dela de maneira tão profunda? Por que dedicam
suas vidas a apresentá-la, escrever sobre ela, assistir a ela? Por que alguns fãs de ópera atravessam
o mundo para ver uma nova produção ou ouvir um cantor favorito, pagando imensas quantias por
esse fugaz privilégio? E por que a ópera é a única forma de música erudita que ainda desenvolve de
modo significativo novas audiências, apesar de que, no último século ou por volta disso, o fluxo de
novas obras, que uma vez foi seu sangue vital, secou até se reduzir a um débil gotejar?

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Essas perguntas são mais sobre a ópera tal como ela é hoje em dia: sobre aquilo em que a ópera
se tornou no início do século XXI. No que se segue teremos muito a dizer sobre a história de nosso
tema, sobre as maneiras em que a ópera se desenvolveu durante sua jornada de quatrocentos anos
até nós; mas nossa ênfase será sempre no presente, no efeito que a ópera continua a ter sobre
as audiências no mundo inteiro. Nosso objetivo é lidar com uma forma de arte cujas obras mais
populares e duradouras foram quase sempre escritas num distante passado europeu, [...] mas cuja
influência em muitos de nós – e cuja significância em nossa vida hoje em dia – é ainda palpável.
A ópera pode nos transformar: física, emocional e intelectualmente. Queremos investigar por quê.
Os autores do texto:
a) apontam que a ópera é sempre bastante dispendiosa porque esse tipo de teatro renuncia a
personagens que não se fazem presentes em cena por meio do canto.
b) acusam a incongruência que existe entre a sociedade sustentar produções caríssimas e as pes-
soas, diferentemente deles mesmos, não investigarem o que justificaria manter esses projetos.
c) indicam como usual que se tome a ópera como um gênero dramático excêntrico, pelo fato
de representar situações estranhas ao que se considera “vida real”.
d) expressam as intenções que têm ao escrever a história da ópera, demonstrando acreditar
que a melhor maneira de fazê-lo é fixar-se na atualidade, auge dessa manifestação erudita.
e) anunciam que têm muito a dizer e deixam entrever que suas reflexões desnudarão alguns
mitos sobre a ópera, como a visão idealizada de que a profusão de obras já constituiu o sangue
vital desse tipo de teatro.

035. (FCC/TRT 4ª/ANALISTA/2015)


O conceito de vergonha recobre um campo de significados bastante amplo e rico. Para o Dicio-
nário Aurélio, por exemplo, vergonha significa: a) desonra humilhante; opróbrio, ignomínia; b)
sentimento penoso de desonra, humilhação ou rebaixamento diante de outrem; c) sentimento
de insegurança provocada pelo medo do ridículo, por escrúpulos etc.; timidez, acanhamento; d)
sentimento da própria dignidade, brio, honra. O Dicionário Larousse traz aproximadamente 5 as
mesmas definições, mas acrescenta novas associações como: medo da desonra e embaraço.
O Dicionário Lexis apresenta ainda algumas definições com nuanças diferentes: indignidade,
sentimento penoso de baixeza, de confusão, sentimento de desconforto provocado pela mo-
déstia, sentimento de remorso. O que chama a atenção nas definições de vergonha é não so-
mente a diversidade dos significados atribuídos a este sentimento, mas também, e sobretudo,
o fato de alguns destes significados serem opostos: desonra/honra, indignidade/dignidade,
humilhação/brio. Tal oposição, observada por Harkot-de-La-Taille, faz esta autora perguntar-se
que palavra é esta que recobre o não e o sim, a ausência e a presença, o temível e o desejável.
Uma forma comum de pensar este sentimento é afirmar que ele é simplesmente desencadeado
pela opinião de outrem. É o que, por exemplo, sugere a definição de Spinoza segundo a qual a
vergonha é a tristeza que acompanha a ideia de alguma ação que imaginamos censurada pelos

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outros. E é o que, explicitamente, a antropóloga Benedict afirma em seu estudo sobre a socie-
dade japonesa. Para ela, as culturas da vergonha enfatizam as sanções externas, opondo-se às
verdadeiras culturas da culpa, que interiorizam a convicção do pecado. Quanto ao sentimento de
vergonha, escreve que alguém poderá envergonhar-se quando é ridicularizado abertamente, ou
quando criar a fantasia para si mesmo de que o tenha sido. Todavia, não acreditamos que tudo
esteja dito assim; a vergonha pressupõe um controle interno: quem sente vergonha julga a si pró-
prio. Lembremos o fato notável de que a vergonha pode ser despertada pela simples exposição,
mesmo que não acompanhada de juízo negativo por parte dos observadores. Com efeito, certas
pessoas sentem vergonha pelo simples fato de estarem sendo observadas. O rubor pode subir
às faces de alguém que está sendo objeto da atenção de uma plateia, mesmo que esta atenção
seja motivada pelo elogio, pelo recebimento de um prêmio, portanto acompanhada de um juízo
positivo. Este tipo de vergonha não deixa de ser psicologicamente misterioso: por que será que
as pessoas sentem desconforto ao serem “apenas” observadas, mesmo que esta observação
não contenha ameaças precisas, mesmo que ela seja lisonjeira?
Consideradas definições da palavra vergonha retiradas do Dicionário Aurélio, a alternativa que
contém exemplificação correta é:
a) sentimento da própria dignidade, brio, honra (linha 4): “Durante severa discussão, o mais
sincero dos amigos indagou-lhe se não tinha ética e vergonha na cara.”
b) sentimento penoso de desonra, humilhação ou rebaixamento diante de outrem (linhas 2 e 3):
“Se tiverem vergonha, honrarão a confiança neles depositada e trabalharão com mais lisura.”
c) desonra humilhante; opróbrio, ignomínia (linha 2): “Artista talentoso, o jovem pianista contor-
nou a explícita vergonha apresentando vários números antes de dirigir a palavra à audiência”.
d) sentimento de insegurança provocada pelo medo do ridículo, por escrúpulos etc.; timidez,
acanhamento (linhas 3 e 4): “Todos ficaram constrangidos com o comportamento indecoroso
do magistrado; foi de fato uma vergonha.”
e) desonra humilhante; opróbrio, ignomínia (linha 2): “Um profundo sentimento de vergonha o
impedia de aceitar elogios sem negar ou diminuir o que nele viam de bom.”

036. (INÉDITA/2021) “À margem dos combates contra a covardia jornalística, as capitulações


da social-democracia e a militarização, o satírico vienense Karl Kraus (1874-1936) desenvolveu
uma reflexão sobre o tratamento dos animais na Primeira Guerra Mundial. Um século depois,
seu eco ressoa na voz daqueles que denunciam os maus-tratos animais, elevados, em tempos
de paz, a uma escala industrial”.
A correta afirmação sobre esse trecho é:
a) Karl Kraus apoiava a covardia jornalística, as capitulações da social-democracia e a mi-
litarização.
b) a estrutura “À margem de” indica que a reflexão de Karl Kraus estava alinhada às outras
temáticas em voga à época.

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c) o segundo período do trecho denota que a reflexão de Karl Kraus não teve impacto no
século XXI.
d) ao longo do texto, o autor utiliza recursos linguísticos para situar temporalmente os eventos,
seja pela flexão verbal, seja por expressões como “na Primeira Guerra Mundial”, “um século
depois” e “em tempos de paz”.
e) o termo “elevados” modifica “daqueles”.

037. (INÉDITA/2021) “À margem dos combates contra a covardia jornalística, as capitulações


da social-democracia e a militarização, o satírico vienense Karl Kraus (1874-1936) desenvolveu
uma reflexão sobre o tratamento dos animais na Primeira Guerra Mundial. Um século depois,
seu eco ressoa na voz daqueles que denunciam os maus-tratos animais, elevados, em tempos
de paz, a uma escala industrial”.
A estrutura “seu eco” retoma:
a) “Um século”.
b) “uma reflexão sobre o tratamento dos animais na Primeira Guerra Mundial”.
c) “a Primeira Guerra Mundial”.
d) “a militarização”.
e) “a covardia jornalística”.

038. (INÉDITA/2021) Em todas as frases abaixo há advérbios destacados; o advérbio que ex-
pressa a opinião do autor da frase é:
a) Lentamente, a lama com rejeitos avançou pela cidade.
b) O pintor olhava atentamente cada detalhe de sua obra.
c) Felizmente, o candidato a vereador foi denunciado por irregularidades na campanha eleitoral.
d) O foragido atravessou a fronteira rapidamente.
e) A professora ensinava calmamente quando foi surpreendida pela explosão.

039. (INÉDITA/2021) Na frase “Você quer chegar num ponto, mas não tem ainda o caminho
feito”, a conjunção sublinhada pode ser adequadamente substituída por:
a) portanto
b) porém
c) porquanto
d) logo
e) consoante

040. (INÉDITA/2021) “Aprendemos a escrever, aprendemos a ler, aprendemos sobre nossa an-
cestralidade e nossa capacidade de produzir mundos diferentes daquele que encontramos ao
chegar aqui. Em saraus espalhados pelas periferias, nós nos alfabetizamos de fato quando
não tínhamos dinheiro nem sequer para um busão até o centro da cidade.”

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Há marca de coloquialidade no trecho:


a) “aprendemos sobre nossa ancestralidade”
b) “Em saraus espalhados pelas periferias, nós nos alfabetizamos”
c) “para um busão até o centro da cidade”
d) “Em saraus espalhados pelas periferias”
e) “nossa capacidade de produzir mundos diferentes daquele que encontramos ao chegar aqui”

041. (INÉDITA/2021) A frase que exemplifica um caso de linguagem figurada é:


a) O dólar é uma moeda estável.
b) O Brasil está queimando.
c) A atriz acusa o diretor de assédio.
d) Os empresários apresentaram um manifesto ao governo.
e) O Ministro Celso de Mello antecipa aposentadoria e deixará STF em 13 de outubro.

042. (INÉDITA/2021) A frase abaixo em que a substituição proposta não mantém os sentidos
originais é:
a) A população das cidades aumentou nos últimos anos / A população urbana aumentou nos
últimos anos
b) Ele jantou com alegria / Ele jantou alegremente
c) O professor viaja de seis em seis meses / O professor viaja semestralmente
e) O rapaz havia comprado um produto falsificado / O rapaz comprou um produto falsificado
e) Leio muito para ficar informado / Leio muito a fim de ficar informado.

043. (INÉDITA/2021)
“Quando o joelho de um policial branco norte-americano sufocou e matou George Floyd, mui-
tos de nós por aqui pudemos sentir o peso daquele corpo sobre o pescoço e também os úl-
timos suspiros deste, agora símbolo contemporâneo eterno contra a brutalidade racial e do
combate ao racismo.”
Sobre o texto, é correto afirmar que:
a) o autor é indiferente em relação ao caso George Floyd.
b) o trecho “pudemos sentir o peso daquele corpo sobre o pescoço” é literal.
c) a forma anafórica “deste” retoma “um policial branco norte-americano”
d) ao utilizar a primeira pessoa do plural (“muitos de nós”; “pudemos”), o autor do texto busca
se aproximar do leitor, de modo a engajá-lo em relação ao que se diz.
e) a forma anafórica “daquele” retoma “George Floyd”.

044. (INÉDITA/2021) “Apesar de as entidades patronais assegurarem que o sol já pode brilhar
nas escolas particulares, a dúvida permanece”

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No trecho, o conectivo “apesar de” pode ser substituído por:


a) visto que
b) conquanto
c) assim como
d) desde que
e) a menos que

045. (INÉDITA/2021) No fenômeno de ambiguidade, uma palavra ou uma frase podem ser
interpretadas de duas ou mais maneiras.
A frase abaixo em que não há ambiguidade é:
a) A professora pegou o livro emprestado.
b) Abandonei-o revoltado.
c) Aquele canto era o preferido da Ester.
d) A polícia chegou rapidamente ao local do acidente.
e) O Rafael viu a menina com o binóculos.
Quando duas crises se encontram: a pandemia e o negacionismo científico
Quando a pandemia da Covid-19 surgiu, o mundo enfrentava um desafio de um tipo diferente,
mas também nefasto, o negacionismo científico. Esse tipo de negacionismo resulta de um
conflito entre traços profundos da cultura humana: a divisão do trabalho cognitivo, por um lado,
e o papel de crenças na coordenação em larga escala, por outro. A pandemia aumenta o valor
do conhecimento produzido de maneira cooperativa e distribuído assimetricamente na socie-
dade, mas também reforça a divisão entre grupos.
Devemos ajustar nossas crenças às evidências disponíveis. No entanto, para qualquer tema so-
bre o qual não se é especialista, a base evidencial não pode ser avaliada diretamente e deve-se
deferir àqueles que têm mais conhecimento. A deferência é, essencialmente, à ciência. Pode-se
pensar que, idealmente, cada pessoa deveria tomar como verdadeiro apenas aquilo para o que
possui, individualmente, evidências suficientes, ou então ela mesma deve seguir sua investiga-
ção. Mas como quem não tem a formação em epidemiologia pode julgar, por si mesmo, a pro-
gressão da pandemia? A que tipo de informação ele tem acesso e, supondo que ele tenha acesso
às bases evidenciais sobre as quais trabalham especialistas, como ele pode as avaliar?
A melhor resposta epistêmica é a confiança em especialistas. Mesmo se, à primeira vista,
esta conclusão pode parecer indesejável, ela se segue de um traço central da cultura humana.
Nós evoluímos para aprender de outras pessoas coisas que, frequentemente, nos são opacas
(Csibra e Gergely 2011). A evolução segue os benefícios da divisão do trabalho cognitivo: um
grupo como um todo sabe mais do que cada um de seus membros, para os quais parte do
conhecimento resultante permanece opaco. A ciência leva essa dependência assimétrica a
níveis muito altos, mas também traz benefícios enormes aos grupos. Tanto a dependência
epistêmica quanto os benefícios da distribuição do saber têm raízes evolutivas profundas.
Ernesto Perini-Santos, Le Monde Diplomatique, 2021
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046. (INÉDITA/2021) Considere as ideias e informações apresentadas no texto e assinale a


alternativa INCORRETA,
a) Para o autor do texto, é indesejável a conclusão de que a melhor resposta epidêmica é a
confiança em especialistas.
b) No trecho “A deferência é, essencialmente, à ciência”, a palavra “deferência” significa “atitu-
de de respeito”.
c) A forma pronominal destacada em “Esse tipo de negacionismo resulta de um conflito entre
traços profundos da cultura humana” (1º parágrafo) possui função anafórica.
d) No título do Texto IV, a expressão “duas crises” antecipa os termos “a pandemia e o nega-
cionismo científico”.
e) No trecho “a divisão do trabalho cognitivo, por um lado, e o papel de crenças na coordena-
ção em larga escala, por outro” (1º parágrafo), os termos “por um lado” e “por outro” exercem
função de organizadores textuais de informação.

047. (INÉDITA/2021) De acordo com o contexto, a palavra em destaque em “Nós evoluímos


para aprender de outras pessoas coisas que, frequentemente, nos são opacas” significa:
a) explícitas
b) claras
c) obscuras
d) cristalinas
e) transparentes

048. (INÉDITA/2021) A expressão destacada em “Tanto a dependência epistêmica quanto os


benefícios da distribuição do saber têm raízes evolutivas profundas” (3º parágrafo) estabelece
uma relação de
a) concessão
b) alternância
c) oposição
d) adição
e) conclusão

(Laerte Coutinho)

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049. (INÉDITA/2021) Assinale a alternativa que contém uma afirmação incorreta sobre os
sentidos do Texto X, uma charge:
a) Os elementos não verbais – como cores, posição de objetos e expressões – são fundamen-
tais para a interpretação da crítica apresentada na charge.
b) Pode-se dizer que a expressão “saia desse livro” é figurada, dado que o personagem não
está literalmente dentro do livro.
c) No texto verbal, pode-se identificar uma referência intertextual à voz de comando utilizada
pelas forças policiais: “Saia com as mãos para cima!”.
e) O enunciador da charge é retratado visualmente como uma figura inteligente e equilibrada,
como se pode confirmar pela expressão do rosto e pela posição do megafone.
e) O uso de exclamações confere expressividade à fala do personagem.
Já conhecíamos na França a cifra dourada de 3% de déficit público máximo estabelecida pelo
Tratado de Maastricht; descobrimos agora o número fetiche de 14% do PIB para as aposenta-
dorias. Depois de ter servido de argumento contra todo progresso social e econômico durante
trinta anos, a primeira foi questionada pelo próprio Emmanuel Macron – “um debate ultra-
passado”, ele declarou em um flash de lucidez para a revista britânica The Economist (7 nov.
2019). No entanto, o presidente da República, seu governo e seus porta-vozes apressaram-se
em brandir a segunda cifra para a reforma da previdência. O montante das pensões pagas pelo
sistema de distribuição, eles nos garantem, não deve exceder seu nível atual e, portanto, esse
número fatídico. Por que 14%, e não 15% ou 16%? Ninguém sabe.
(Martine Bulard, Fragmentar o coletivo)

050. (INÉDITA/2021) Uma afirmação coerente com as informações apresentadas no texto é:


a) A autora do texto utiliza a cifra dourada de 3% de déficit público máximo como argumento
contra todo o progressso social e econômico na França durante trinta anos.
b) Ao longo do texto, a autora mostra-se crítica à política previdenciária conduzida pelo gover-
no de Emmanuel Macron.
c) A pergunta “Por que 14%, e não 15% ou 16%?” é direcionada à revista britânica The Econo-
mist, a qual estabeleceu os números citados.
d) No terceiro período, o articulador coesivo “No entanto” possui valor concessivo.
e) Na linha 2, a expressão “descobrimos agora” corrobora o que se informa anteriormente.

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GABARITO
1. e 37. b
2. e 38. c
3. c 39. b
4. d 40. c
5. b 41. b
6. c 42. d
7. e 43. d
8. c 44. b
9. a 45. d
10. a 46. a
11. e 47. c
12. a 48. d
13. a 49. d
14. b 50. b
15. c
16. c
17. e
18. e
19. a
20. a
21. a
22. a
23. e
24. b
25. c
26. a
27. e
28. a
29. d
30. c
31. a
32. c
33. b
34. c
35. a
36. d

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INTERPRETAÇÃO DE TEXTO
Caderno de Questões de Texto – FCC
Bruno Pilastre

GABARITO COMENTADO
001. (FCC/SEMEF MANAUS-AM/PROGRAMADOR/2019)
Atenção: Considere o texto abaixo para responder à questão.
1. As rápidas e crescentes mudanças no setor da comunicação puseram em xeque os antigos
modelos de negócios. As novas rotinas criadas a partir das plataformas digitais produziram
um complexo cenário de incertezas. Vivemos um grande desafio.
2. É preciso refletir sobre a mudança de paradigmas, uma vez que a criatividade e a capacidade
de inovação - rápida e de baixo custo - serão fundamentais para a sobrevivência das organizações
tradicionais e para o sucesso financeiro das nativas digitais. Mas é preciso, também, que façamos
uma autocrítica sobre o modo como vemos o mundo e a maneira como dialogamos com ele.
3. Antes da era digital, em quase todas as famílias existia um álbum de fotos. Lembram disso?
Lá estavam as nossas lembranças, os nossos registros afetivos. Muitas vezes abríamos o ál-
bum e a imaginação voava.
4. Agora fotografamos tudo compulsivamente. Nosso antigo álbum foi substituído pelas gale-
rias de fotos digitais de nossos dispositivos móveis. Temos excesso de fotos, mas falta o mais
importante: a memória afetiva, a curtição daqueles momentos. Pensamos que o registro do
momento reforça sua lembrança, mas não é assim. Milhares de fotos são incapazes de superar
a vivência de um instante. É importante guardar imagens. Porém, é mais importante viver cada
momento com intensidade. As relações afetivas estão sucumbindo à coletiva solidão digital.
5. Algo análogo se dá com o consumo da informação. Navegamos freneticamente no espaço
virtual. A fragmentação dos conteúdos pode transmitir certa sensação de liberdade, já que não
dependemos, aparentemente, de ninguém. Somos os editores do nosso diário personalizado.
Será? Não creio, sinceramente. Uma enxurrada de estímulos dispersa a inteligência. Ficamos
reféns da superficialidade. Perdemos contexto e sensibilidade crítica.
“É importante guardar imagens. Porém, é mais importante viver cada momento com intensida-
de.” (4º parágrafo)
Sem que nenhuma outra alteração seja feita na frase, as relações de sentido e a correção do
segmento acima estarão preservadas caso se substitua o elemento sublinhado por
a) Conquanto
b) Embora
c) Porquanto
d) Conforme
e) Todavia

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INTERPRETAÇÃO DE TEXTO
Caderno de Questões de Texto – FCC
Bruno Pilastre

O sentido da conjunção porém, no trecho em análise, é adversativa. Nas alternativas, apenas


a forma todavia possui esse valor. As demais conjunções tem valor conformativo (conforme),
concessiva (conquanto), explicativa (porquanto) e concessiva (embora).
Letra e.

002. (FCC/SEMEF MANAUS-AM/TÉCNICO/2019)


Darwin nos trópicos
Ao desembarcar no litoral brasileiro em 1832, na baía de Todos os Santos, o grande cientista
Darwin deslumbrou-se com a natureza nos trópicos e registrou em seu diário: “Creio, depois do
que vi, que as descrições gloriosas de Humboldt* são e sempre serão inigualáveis: mas mesmo
ele ficou aquém da realidade”. Mas a paisagem humana, ao contrário, causou-lhe asco e per-
plexidade: “Hospedei-me numa casa onde um jovem escravo era diariamente xingado, surrado
e perseguido de um modo que seria suficiente para quebrar o espírito do mais reles animal.”
O mais surpreendente, contudo, é que a revolta não o impediu de olhar ao redor de si com olhos
capazes de ver e constatar que, não obstante a opressão a que estavam submetidos, a vitali-
dade e a alegria de viver dos africanos no Brasil traziam em si a chama de uma irrefreável afir-
mação da vida. Darwin chegou mesmo a desejar que o Brasil seguisse o exemplo da rebelião
escrava do Haiti. Frustrou-se esse desejo de uma rebelião ao estilo haitiano, mas confirmou-se
sua impressão: a África salva o Brasil.
*Alexander von Humboldt (1769-1859): geógrafo, naturalista e explorador prussiano.
Respeitando-se o contexto, traduz-se adequadamente o sentido de um segmento do texto em:
a) descrições gloriosas (1º parágrafo) = impressões empenhadas
b) causou-lhe asco e perplexidade (1º parágrafo) = submeteu-o a relutantes sentimentos.
c) suficiente para quebrar o espírito (1º paragrafo) = disponível para aquebrantar o humor.
d) olhos capazes de ver e constatar (2º parágrafo) = olhos dispostos a analisar e discorrer.
e) chama de uma irrefreável afirmação (2º parágrafo) = ardor de uma incontida positivação.

Na alternativa correta, os pares devem possuir o mesmo significado. Na alternativa (e), a correta,
irrefreável é equivalente a incontida. Do mesmo modo, positivação é semelhante a afirmação.
Letra e.

003. (FCC/AFAP/ADVOGADO/2019)
Beleza e propaganda
A crescente padronização do ideal de beleza feminina foi um dos efeitos imprevistos da po-
pularização da fotografia, das revistas de grande circulação e do cinema a partir do início do
século XX. Não é à toa que esse movimento coincide com a decolagem e vertiginosa ascensão

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Caderno de Questões de Texto – FCC
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da indústria da beleza (hoje um mercado com receita global acima de 200 bilhões de dólares).
Como vender “a esperança dentro de um pote?”
As estratégias variam ao infinito, porém a mais diabólica e (possivelmente) eficaz dentre to-
das - verdadeira premissa oculta do marketing da beleza - foi explicitada com brutal franqueza,
em 1953, pelo então presidente da megavarejista de cosméticos americana Allied Stores: “O
nosso negócio é fazer as mulheres infelizes com o que têm”.
O atiçar cirúrgico da insegurança estética e a exploração metódica das hesitações femininas no
universo da beleza abrem as portas ao infinito. Os números e lucros do setor reluzem, mas quem es-
timará a soma de todo o mal-estar causado pelo massacre diuturno de um padrão ideal de beleza?
O autor do texto explora com alguma frequência expressões com clara oposição de sentido,
tal como ocorre entre
a) crescente padronização e popularização da fotografia.
b) coincide com a decolagem e vertiginosa ascensão.
c) premissa oculta e brutal franqueza.
d) variam ao infinito e a mais diabólica.
e) insegurança estética e hesitações femininas.

Para serem opostas, as expressões devem pertencer ao mesmo campo semântico. É exata-
mente isso que ocorre em (c), em que o par se relaciona à noção de REVELAR x OCULTAR.
Esse mesmo par opositivo (semântico) não ocorre em padronização x popularização, porque não per-
tencem ao mesmo campo semântico. Em (b), decolagem e ascenção não são termos que se opoem.
Letra c.

004. (FCC/SEMEF MANAUS-AM/PROGRAMADOR/2019) Está correta a redação do segmen-


to adaptado do texto que se encontra em:
a) Foi apenas nos últimos 300 anos, que surgiu as normas, e eventualmente os direitos, de
privacidade.
b) No futuro, conforme previsões, a vigilância ativa será uma parte rotineira das transações, a
qual será quase impraticável escapar.
c) As experiências com a mídia social, já se deixou claro que agimos de modo diferente quando
estamos sendo observados.
d) A conexão histórica entre a privacidade e a riqueza ajuda a explicar os motivos pelos quais
a privacidade está ameaçada hoje.
e) A difusão da privacidade em escala maciça, cuja as realizações mais impressionantes da
civilização moderna, dependeu da criação da classe média.

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Caderno de Questões de Texto – FCC
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Observe os erros das alternativas (a), (b), (c) e (e):


a) Errada. Erros de pontuação e de concordância (“que surgiram as normas”)
b) Errada. Erro de regência (“da qual será quase impraticável escapar”)
c) Errada. Erro de construção do período (impessoalização)
e) Errada. Erro no uso do pronome “cujo” (cujas realizações); erro de pontuação
Letra d.

005. (FCC/SEMEF MANAUS-AM/PROGRAMADOR/2019)


Atenção: Considere o texto abaixo para responder à questão.
1. Por boa parte da história humana, a privacidade estava pouco presente na vida da maioria
das pessoas. Não existiam expectativas de que uma porção significativa da vida transcorresse
distante dos olhares alheios.
2. A difusão da privacidade em escala maciça, com certeza uma das realizações mais impres-
sionantes da civilização moderna, dependeu de outra realização, ainda mais impressionante:
a criação da classe média. Só nos últimos 300 anos, quando a maior parte das pessoas obti-
veram os meios financeiros para controlar o ambiente físico, as normas, e eventualmente os
direitos, de privacidade vieram a surgir.
3. A conexão histórica entre a privacidade e a riqueza ajuda a explicar por que a privacidade
está sob ataque hoje. A situação nos faz recordar que ela não é um traço básico da existência
humana, mas sim um produto de determinado arranjo econômico - e portanto um estado de
coisas transitório.
4. Hoje as forças da criação de riqueza já não favorecem a expansão da privacidade, mas tra-
balham para solapá-la. Testemunhamos a ascensão daquilo que a socióloga Shoshanna Zu-
boff define como “capitalismo de vigilância” - a transformação de nossos dados pessoais em
mercadoria por gigantes da tecnologia. Encaramos um futuro no qual a vigilância ativa é uma
parte tão rotineira das transações que se tornou praticamente inescapável.
5. Como nossas experiências com a mídia social têm deixado claro, agimos diferente quando
sabemos estar sendo observados. A privacidade é a liberdade de agir sem ser observado, e as-
sim, em certo sentido, de sermos quem realmente somos - não o que desejamos que os outros
pensem que somos. A maioria deseja maior proteção à sua privacidade. Porém, isso requererá
a criação de diversas leis.
Hoje as forças da criação de riqueza já não favorecem a expansão da privacidade, mas tra-
balham para solapá-la.- (4º parágrafo) Encaramos um futuro no qual a vigilância ativa é uma
parte tão rotineira das transações... (4º parágrafo) A situação nos faz recordar que ela não é
um traço básico da existência humana... (3º parágrafo)

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Caderno de Questões de Texto – FCC
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No contexto, os elementos sublinhados acima referem-se, respectivamente, a:


a) riqueza - vigilância - existência humana.
b) privacidade - futuro - privacidade.
c) privacidade - futuro - existência humana.
d) riqueza - futuro - privacidade.
e) privacidade - vigilância - privacidade.

Nos dois primeiros períodos, os referentes são facilmente recuperáveis:


Hoje as forças da criação de riqueza já não favorecem a expansão da privacidade, mas traba-
lham para solapá-la.
Encaramos um futuro no qual a vigilância ativa é uma parte tão rotineira das transações...
No terceiro período, o referente está em trecho anterior (é o substantivo “privacidade”):
A conexão histórica entre a privacidade e a riqueza ajuda a explicar por que a privacidade está sob
ataque hoje. A situação nos faz recordar que ela não é um traço básico da existência humana...
Letra b.

Tomando resolutamente a sério as narrativas dos “selvagens”, a análise estrutural nos ensina,
já há alguns anos, que tais narrativas são precisamente muito sérias e que nelas se articula
um sistema de interrogações que elevam o pensamento mítico ao plano do pensamento pro-
priamente dito. Sabendo a partir de agora, graças às Mitológicas, de Claude Lévi-Strauss, que
os mitos não falam para nada dizerem, eles adquirem a nossos olhos um novo prestígio; e,
certamente, investi-los assim de tal gravidade não é atribuir-lhes demasiada honra.
Talvez, entretanto, o interesse muito recente que suscitam os mitos corra o risco de nos levar
a tomá-los muito “a sério” desta vez e, por assim dizer, a avaliar mal sua dimensão de pen-
samento. Se, em suma, deixássemos na sombra seus aspectos mais acentuados, veríamos
difundir-se uma espécie de mitomania esquecida de um traço todavia comum a muitos mitos,
e não exclusivo de sua gravidade: o seu humor.
Não menos sérios para os que narram (os índios, por exemplo) do que para os que os recolhem
ou leem, os mitos podem, entretanto, desenvolver uma intensa impressão de cômico; eles de-
sempenham às vezes a função explícita de divertir os ouvintes, de desencadear sua hilaridade.
Se estamos preocupados em preservar integralmente a verdade dos mitos, não devemos su-
bestimar o alcance real do riso que eles provocam e considerar que um mito pode ao mesmo
tempo falar de coisas solenes e fazer rir aqueles que o escutam.
A vida cotidiana dos “primitivos”, apesar de sua dureza, não se desenvolve sempre sob o sig-
no do esforço ou da inquietude; também eles sabem propiciar-se verdadeiros momentos de
distensão, e seu senso agudo do ridículo os faz várias vezes caçoar de seus próprios temores.
Ora, não raro essas culturas confiam a seus mitos a tarefa de distrair os homens, desdramati-
zando, de certa forma, sua existência.
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Caderno de Questões de Texto – FCC
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Essas narrativas, ora burlescas, ora libertinas, mas nem por isso desprovidas de alguma poesia,
são bem conhecidas de todos os membros da tribo, jovens e velhos; mas, quando eles têm von-
tade de rir realmente, pedem a algum velho versado no saber tradicional para contá-las mais uma
vez. O efeito nunca se desmente: os sorrisos do início passam a cacarejos mal reprimidos, o riso
explode em francas gargalhadas que acabam transformando-se em uivos de alegria.

006. (FCC/DPE-RS/DEFENSOR/2018)
deixássemos na sombra seus aspectos mais acentuados (2º parágrafo)
eles desempenham às vezes a função explícita (3º parágrafo)
senso agudo do ridículo os faz várias vezes (4º parágrafo)
Os termos sublinhados acima referem-se respectivamente a:
a) mitos - os que narram - primitivos
b) pensamento - mitos - primitivos
c) mitos - mitos - primitivos
d) mitos - os que narram - momentos de distenção
e) pensamento - mitos - momentos de distenção

Os referentes das formas pronominais destacadas devem possuir as mesmas marcas de gê-
nero e número. Por isso, seus, no plural, deve ter como referente o termo mitos, localizado no
período anterior. O mesmo ocorre com a forma pronominal eles, que tem por referente o termo
mitos. Assim, já podemos marcar a alternativa (c).
Letra c.

007. (FCC/DPE-RS/DEFENSOR/2018)
... não devemos subestimar o alcance real do riso que eles provocam e considerar que um mito
pode ao mesmo tempo falar de coisas solenes... (3º parágrafo)
Uma nova redação para a frase acima, em que se mantêm a clareza, o sentido e a corre-
ção, está em:
a) Não devemos subestimar o alcance real do riso que eles provocam e, todavia, considerar
que um mito pode ao mesmo tempo falar de coisas solenes...
b) Não só devemos subestimar o alcance real do riso que eles provocam, mas também consi-
derar que um mito pode ao mesmo tempo falar de coisas solenes...
c) Não devemos subestimar o alcance real do riso que eles provocam, a fim de considerar que
um mito pode ao mesmo tempo falar de coisas solenes...
d) Não devemos nem subestimar o alcance real do riso que eles provocam, nem considerar
que um mito pode ao mesmo tempo falar de coisas solenes...
e) Não devemos subestimar o alcance real do riso que eles provocam, mas considerar que um
mito pode ao mesmo tempo falar de coisas solenes...

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Caderno de Questões de Texto – FCC
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Observe cada uma das inadequações das reescritas:


a) Errada. O uso de todavia não respeita as relações semânticas internas ao período.
b) Errada. O uso da expressão “não só, mas também”, que cria um paralelismo, não respeita as
relações semânticas internas ao período.
c) Errada. O uso de a fim de não respeita as relações semânticas internas ao período.
d) Errada. O uso da expressão “nem..., nem”, que cria um paralelismo, não respeita as relações
semânticas internas ao período.
e) Certa. Está correto porque no trecho original a conjunção “e” equivale à conjunção “mas”.
Letra e.

008. (FCC/TRT 6ª/TÉCNICO/2018)


- Você pode entrar no ramo, disse-lhe.
A frase acima está corretamente transposta para o discurso indireto em:
a) Disse-lhe “você pudera entrar no ramo”.
b) Disse-lhe que você pode entrar no ramo.
c) Disse-lhe que ele podia entrar no ramo.
d) Disse-lhe: “ele pôde entrar no ramo”.
e) Disse-lhe: você poderá entrar no ramo.

Lembre-se: no discurso indireto, a fala da personagem é mediada pelo “narrador”. Nesse caso, como
eu disse em nossa aula, há uma alteração na perspectiva temporal: a forma verbal “pode” passa a
figurar no passado: “podia”. Além disso, o discurso indireto é marcado pela subordinação. Assim, a
forma adequada na transposição do discurso indireto será: “Disse-lhe que ele podia entrar no ramo.”
Letra c.

009. (FCC/DPE-AM/ASSISTENTE/2018)
Crônica de gente pouco importante: Manaus, século XIX
Sei que vocês nunca ouviram falar de Apolinária. Nem poderiam. Ela faz parte de um conjunto
de pessoas que jamais usufruíram de notoriedade.
Era junho de 1855 quando Apolinária, 24 anos, cabinda, africana livre, afinal desembarcou no
porto de Manaus. No início do século XIX, quando o tráfico de escravos se tornou ilegal como
parte de um conjunto de acordos internacionais, os africanos livres eram os indivíduos que
compunham a carga dos navios apreendidos no tráfico ilícito. Pela lei de 1831, se a apreensão
ocorresse em águas brasileiras, eles ficavam sob tutela estatal e deviam prestar serviços ao
Estado ou a particulares por 14 anos até sua emancipação. Com isso, os africanos livres che-
garam aos quatro cantos do Império, inclusive ao Amazonas.

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Caderno de Questões de Texto – FCC
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Apolinária foi designada para trabalhar na recém-instalada Olaria Provincial. Suas crianças
foram junto. Ali já estavam outros africanos livres que, além da fabricação de telhas, potes
e tijolos, também eram responsáveis pela supervisão do trabalho dos índios que vinham das
aldeias para servir nas obras públicas. Eram cerca de 20 pessoas que viviam no mesmo lugar
em que trabalhavam e assim foi até 1858, quando a olaria foi fechada para se transformar em
uma nova escola: os Educandos Artífices.
A rotina na Olaria era dura e foi com alegria que Apolinária soube que seria a lavadeira dos Educan-
dos. Diferente dos outros, não ia precisar se mudar para o outro lado do igarapé. Podia continuar
ali com os filhos, o marido Gualberto, o cozinheiro Bertoldo e Severa, filha de Domingos Mina. O
salário não era grande coisa, mas a amizade antiga com Bertoldo garantia alimento extra à mesa
para todos. A tranquilidade durou pouco. O diretor dos Educandos, certamente mal informado pela
boataria maledicente, a demitiu do cargo alegando que era ladra e dada a bebedeiras. Menos de
3 meses depois, Apolinária já estava de volta ao trabalho nas obras públicas, com destino incerto.
Sou incapaz de dizer mais alguma coisa sobre o que aconteceu com Apolinária porque ela de-
sapareceu da documentação, mas os fragmentos de sua vida que pude recuperar são podero-
sos para iluminar cenas da vida desta cidade que estavam nas sombras. A presença negra no
Amazonas é tratada de modo marginal na historiografia local e só muito recentemente vemos
mudanças neste cenário. Há ainda muitas zonas de silêncio.
A história de Apolinária nos ajuda a colocar problemas novos, entre eles, o fato de que a traje-
tória dessas pessoas que cruzaram o Atlântico e, depois, o Império permite acessar um mundo
bem pouco visível na história do Brasil: a diversidade de experiências que uniram índios, escra-
vos, libertos e africanos livres no mundo do trabalho no século XIX.
Falar dessa gente pouco importante é buscar dialogar com personagens reais e concretos.
Suas vidas comuns foram, de fato, extraordinárias, cada uma a seu modo. Seres humanos ver-
dadeiros, que fazem a História acontecer todos os dias.
A grafia de história, em minúscula no penúltimo parágrafo, e a de História, iniciada por maiús-
cula no último parágrafo, enfatizam a distinção estabelecida entre os dois usos do vocábulo,
empregado, respectivamente, com os sentidos de:
a) particularidade e coletividade.
b) invenção e fato.
c) certeza e dúvida.
d) universalidade e individualidade.
e) emoção e razão.

É corrente a distinção entre uma história privada, particular (registrada com minúscula) e a His-
tória como fato humano (mudança de eventos ao longo do tempo) (registrada com maiúscula).
Por isso, os sentidos são, respectivamente, de particularidade e de coletividade.
Letra a.
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010. (FCC/TRF 5ª/TÉCNICO/2017)


Numa visita ao Brasil, pouco depois de sair do Governo da Espanha, Felipe Gonzalez foi ques-
tionado sobre o que gostaria de ter feito e não conseguiu. Depois de pensar alguns minutos,
disse lamentar que, apesar de avanços importantes em educação, os jovens ainda se forma-
vam e queriam saber o que o Estado faria por eles.
Transpondo-se para o discurso direto a fala atribuída a Felipe Gonzalez, obtêm-se as seguintes
formas verbais:
aParte superior do formulário
a) Lamento - formem – queiram
b) Lamento – formem – querem
c) Lamentei – formaram – queriam
d) Lamentou – vão se formar – irão querer
e) Lamento - tinham se formado - quiseram

Para transpor para o discurso direto, temos que “atualizar” a fala da personagem:
Depois de pensar alguns minutos, disse:
- lamento lamentar que, apesar de avanços importantes em educação, os jovens ainda se for-
mem e queiram saber o que o Estado faria por eles.
A opção correta, então, é a (A).
Letra a.

011. (FCC/AGENTE/ARTESP/2017) A forma verbal poderia, no segundo parágrafo, atribui à


expressão remover até 65 de cada 100 carros nos horários de pico sentido:
a) falacioso.
b) factual.
c) imperativo.
d) conclusivo.
e) conjectural.

A forma verbal está no futuro do pretérito do indicativo. Esse tempo e modo verbal expressam
uma conjectura (isto é, uma hipótese).
Letra e.

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012. (FCC/ARTESP/AGENTE/2017)

O humor da tira relaciona-se:


a) à expectativa de enriquecer sem esforço das personagens que adquiriram o GPS.
b) ao funcionamento não convencional dos produtos vendidos na loja de eletrônica.
c) ao desconhecimento, por parte dos clientes, de que o GPS tem função localizadora.
d) ao fato de que os consumidores não demonstram ter consciência de seus direitos.
e) à inaptidão dos usuários do GPS para configurar manualmente o aparelho.

A devolução do GPS é justificada pelos personagens pela quebra de expectativa. A “praça dos
ricos” significa “riqueza” e “rua do trabalho” significa “o preço a pagar/esforço a ser feito para
ser rico”. E não era isso o esperado pelos personagens, que queriam ficar ricos sem esforço.
Letra a.

Carros autônomos com diferentes tecnologias já estão circulando em várias partes do plane-
ta, em ruas de grandes cidades e estradas no campo. Um caminhão autônomo já rodou cerca
de 200 km nos Estados Unidos para fazer a entrega de uma grande carga de cerveja. Embora
muito recentes, veículos sem motoristas são uma realidade crescente. E, no entanto, os países
ainda não discutiram leis para reger seu trânsito.
No início do século 20, quando os primeiros automóveis se popularizaram, as cidades tiveram
o desafio de criar uma legislação para eles, pois as vias públicas tinham sido concebidas para
pedestres, cavalos e veículos puxados por animais. Cem anos depois, vivemos um momento
semelhante diante da iminência de uma “nova revolução industrial”, como define o secretário
de Transportes paulistano, Sérgio Avelleda. Ele cita o exemplo das empresas de seguros: “Hoje
o risco incide sobre pessoas, donos dos carros e motoristas. No futuro, passará a empresas
que produzem o carro, porque os humanos viram passageiros apenas”.

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013. (FCC/ARTESP/AGENTE/2017) Considere as relações coesivas estabelecidas pelo pro-


nome seu, ao final do primeiro parágrafo. No contexto, esse pronome retoma, especificamente:
a) veículos sem motoristas.
b) Estados Unidos.
c) leis.
d) ruas de grandes cidades e estradas no campo.
e) países.

O pronome seu faz referência a veículos autônomos (isto é, veículos sem motoristas), termo
que está presente no parágrafo anterior.
Letra a.

014. (FCC/ARTESP/AGENTE/2017)
Cem anos depois, vivemos um momento semelhante diante da iminência de uma “nova revolução
industrial”, como define o secretário de Transportes paulistano, Sérgio Avelleda. (2º parágrafo)
O vocábulo como, nessa passagem do texto, estabelece a mesma relação de sentido que a
verificada em:
a) Ainda não se sabe como ficarão as leis de trânsito com a popularização dos carros
autônomos.
b) Como dito no texto, os carros autônomos, com diferentes tecnologias, já são uma realidade.
c) O modo acelerado como os carros sem motorista têm sido produzidos é realmente espantoso.
d) Os carros autônomos são, para a sociedade atual, como eram os carros no início do século 20.
e) Como ainda há poucos carros autônomos nas ruas, seu impacto no cotidiano é desconhecido.

O vocábulo como tem valor de “assim como”, “semelhantemente a”, “tal qual”. A única constru-
ção em que o vocábulo como possui esse valor é a alternativa (b):
“Como (semelhantemente a, assim como, tal qual) dito no texto, os carros autônomos, com
diferentes tecnologias, já são uma realidade.”
Letra b.

Pode ser um saudosismo bobo, mas tenho saudades do tempo em que se ouvia o futebol pelo
rádio. Às vezes, era apenas chiado; às vezes, o chiado se misturava com a narração; às vezes,
a estação sumia; sem mais nem menos, voltava, e o jogo parecia tão disputado, mas tão emo-
cionante, repleto de lances espetaculares, que tudo que queríamos no dia seguinte era assistir
os melhores momentos na televisão. Hoje todos os jogos são transmitidos pela televisão. Isso
é uma coisa esplêndida, mas sepultou a fantasia, a mágica.

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Caderno de Questões de Texto – FCC
Bruno Pilastre

Agora, que fique claro: em absoluto falo mal da tecnologia. Ao contrário, o avanço tecnológico,
principalmente a chegada da internet, trouxe muita coisa boa pra muita gente. Lembro que
ainda engatinhava no plano do Direito e, se quisesse ter acesso a uma boa jurisprudência, ti-
nha que fazer assinatura. Hoje, está tudo aí, disponível, à farta, de graça. Somente quem viveu
numa época em que não havia a internet tem condições de dimensionar o nível de transforma-
ção e de reprodução do conhecimento humano que ela representou...

015. (FCC/ARTESP/AGENTE/2017) Condizente com o gênero crônica, o texto consiste em:


a) uma história fantasiosa inspirada em fatos reais, com linguagem cerimoniosa.
b) um registro histórico de fatos de relevo internacional, com linguagem hermética.
c) um relato subjetivo de experiências cotidianas, com linguagem coloquial.
d) uma compilação de opiniões divergentes sobre tema polêmico, com linguagem afetada.
e) uma descrição objetiva da realidade visando noticiar fatos inéditos, com linguagem formal.

A crônica é caracterizada por um relato (narrativo) referente a experiências cotidianas. Esse


gênero possui uma linguagem mais coloquial, exatamente como informado pela opção (C).
Letra c.

COP-21 já foi. E agora, o que virá?


O Acordo do Clima aprovado em Paris em dezembro de 2015 não resolve o problema do aque-
cimento global, apenas cria um ambiente político mais favorável à tomada de decisão para que
os objetivos assinalados formalmente por 196 países sejam alcançados.
Como todo marco regulatório, o acordo estabelece apenas as condições para que algo aconte-
ça, e, nesse caso, não há sequer prazos ou metas. As propostas apresentadas voluntariamente
pelos países passam a ser consideradas “metas” que serão reavaliadas a cada 5 anos, embora
a soma dessas propostas não elimine hoje o risco de enfrentarmos os piores cenários climáti-
cos com a iminente elevação média de temperatura acima de 2 ºC.
Sendo assim, o que precisa ser feito para que o Acordo de Paris faça alguma diferença para a
humanidade? A 21a Conferência do Clima (COP-21) sinaliza um caminho. Para segui-lo, é pre-
ciso realizar muito mais - e melhor - do que tem sido feito até agora. A quantidade de moléculas
de CO2 na atmosfera já ultrapassou as 400 ppm (partes por milhão), indicador que confirmaria
- segundo o Painel Intergovernamental de Mudança Climática (IPCC) da ONU - a progressão
rápida da temperatura acima dos 2 °C.
A decisão mais urgente deveria ser a eliminação gradual dos U$ 700 bilhões anuais em subsí-
dios para os combustíveis fósseis. Sem essa medida, como imaginar que a nossa atual depen-
dência de petróleo, carvão e gás (75% da energia do mundo é suja) se modifique no curto prazo?
Para piorar a situação, apesar dos investimentos crescentes que acontecem mundo afora em
fontes limpas e renováveis de energia (solar, eólica, biomassa, etc.), nada sugere, pelo andar

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INTERPRETAÇÃO DE TEXTO
Caderno de Questões de Texto – FCC
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da carruagem, que testemunhemos a inflexão da curva de emissões de gases estufa. Segundo


a vice-presidente do IPCC, a climatologista brasileira Thelma Krug, a queima de combustíveis
fósseis segue em alta e não há indícios de que isso se modifique tão cedo.
Como promover tamanho freio de arrumação em um planeta tão acostumado a emitir gases
estufa sem um novo projeto educacional? Desde cedo a garotada precisa entender o gigantes-
co desafio civilizatório embutido no combate ao aquecimento global.
O Acordo do Clima é certamente um dos maiores e mais importantes da história da diplomacia
mundial. Mas não nos iludamos. Tal como a Declaração Universal dos Direitos Humanos (adotada
pela ONU em 1948), o Acordo sinaliza rumo e perspectiva, aponta o que é o certo, e se apresenta
como um compromisso coletivo. Tornar o Acordo realidade exige atitude. Diária e obstinada.

016. (FCC/SEGEP-MA/ANALISTA/2016) Uma palavra empregada com sentido exclusiva-


mente figurado está sublinhada na seguinte passagem do texto:
a) a iminente elevação média de temperatura acima de 2 ºC (2º parágrafo)
b) A quantidade de moléculas de CO2 na atmosfera já ultrapassou as 400 ppm (3º parágrafo)
c) nada sugere, pelo andar da carruagem, que testemunhemos (5º parágrafo)
d) U$ 700 bilhões anuais em subsídios para os combustíveis fósseis. (4º parágrafo)
e) a queima de combustíveis fósseis segue em alta (5º parágrafo)

O sentido figurado é aquele que se distancia da denotação. No caso da opção (C), não se fala es-
pecificamente de uma carruagem (sentido denotativo), mas se fala do “andamento dos eventos”.
Letra c.

A Geografia
Foi em um negócio de ferros velhos, durante a guerra mundial, que o Procópio Viana passou de
modesto vendedor da casa Portela & Gomes a honrado capitalista da nossa praça. Com a bol-
sa repleta de amostras de arroz, de feijão, de milho, de farinha, anda acima e abaixo a vender
nos retalhistas, quando um deles o incumbiu de negociar os maquinismos de uma velha fábri-
ca desmantelada. O rapaz ganhou no negócio quinze contos, e não quis mais saber de outro
comércio. E, em breve, comprava até navios velhos, vendendo-os a estrangeiros, conseguindo
reunir, com essas transações, os seus quatro milhares de contos.
Rico, pôs-se o Procópio a viajar. E era de regresso desse passeio através dos continentes que
contava, no Fluminense, a um grupo de senhoras, as suas impressões de turista.
- Visitei Paris, Londres, Madri... - dizia ele, com ênfase, sacudindo a perna direita, o charuto ao
canto da boca, a mão no bolso da calça. - Fui ao Cairo, a Roma, a Berlim, a Viena...
E após um instante:
- Estive em Tóquio, em Pequim, em Singapura...

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Caderno de Questões de Texto – FCC
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A essas palavras, que punham reflexos de admiração e de inveja nos olhos das moças que o
ouviam, mlle*. Lili Peixoto aparteou, encantada:
- O senhor deve conhecer muito a Geografia... Não é?
- Ah! não, senhora! - interveio, logo, superior, o antigo caixeiro de Portela & Gomes.
- A Geografia, eu quase não conheço.
E atirando para o espaço uma baforada do seu charuto cheiroso:
- Eu passei por lá de noite...
*mademoiselle: expressão francesa usada para se referir respeitosamente a moça ou mulher.

017. (FCC/SEGEP-MA/ANALISTA/2016) A construção do humor no texto associa-se, entre


outros aspectos:
a) à vasta erudição que Procópio Viana acumulou ao longo das viagens que realizou a trabalho.
b) ao fato de Procópio Viana tornar-se rico, mas não perder a modéstia que lhe era característica.
c) à impossibilidade de um vendedor chegar a obter lucro a partir de um negócio de ferros velhos.
d) à reação interesseira das mulheres ao descobrirem a origem das riquezas de Procópio Viana.
e) ao contraste entre o comportamento presunçoso e a falta de instrução de Procópio Viana.

O comportamento presunçoso é destacado pela descrição da postura de Procópio Viana ao


relatar suas viagens. A falta de instrução, por sua vez, é evidenciada pelo não conhecimento do
termo Geografia. É esse contraste que traz comicidade ao texto.
Letra e.

018. (FCC/SEGEP-MA/ANALISTA/2016) A frase escrita com correção é:


a) Humberto de Campos, jornalista, critico, contista, e memorialista nasceu, em Miritiba, hoje
Humberto de Campos no Maranhão, em 1886, e falesceu, no Rio de Janeiro em 1934.
b) O escritor Humberto de Campos, em 1933, publicou o livro que veio à ser considerado, o
mais celebre de sua obra: Memórias, crônica dos começos de sua vida.
c) Em 1912, Humberto de Campos, transferiu-se para o Rio de Janeiro, e entrou para O Impar-
cial, na fase em que ali encontrava-se um grupo de eximios escritores.
d) De infância pobre e orfão de pai aos seis anos; Humberto de Campos, começou a trabalhar
cedo no comércio, como meio de subsistencia.
e) Humberto de Campos publicou seu primeiro livro em 1910, a coletânea de versos intitula-
da Poeira; em 1920, já membro da Academia Brasileira de Letras, foi eleito deputado federal
pelo Maranhão.

ATENÇÃO: não se separa com vírgula (ou equivalente) o sujeito de seu predicado. Esse desvio
de pontuação ocorre na alternativa (c). Em (a), há desvio de pontuação e de ortografia (faleceu).

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Caderno de Questões de Texto – FCC
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Em (b), há erro no uso do sinal indicativo de crase diante de forma verbal. Em (d), por fim, o sinal
de dois pontos é utilizado incorretamente e há vírgula separando sujeito e predicado. Não há
desvios na alternativa (e).
Letra e.

019. (FCC/SEGEP-AM/TÉCNICO/2016)
A tragédia vinha sendo anunciada: desde o começo do ano, Nabiré parecia cansada. Portadora
de um cisto no ovário, carregava seu corpo de 31 anos e 2 toneladas com mais dificuldade. Ainda
assim, atravessou aquele 27 de julho em relativa normalidade. Comeu feno, caminhou na areia,
rolou na poça de lama para proteger-se do sol. Ao fim da tarde, recolheu-se aos seus aposentos –
uma área fechada no zoológico Dvůr Králové, na República Tcheca. Deitou-se, dormiu – e nunca
mais acordou. No dia seguinte, o diretor da instituição descreveria a perda como “terrível”, defi-
nindo-a como “um símbolo do declínio catastrófico dos rinocerontes devido à ganância humana”.
Nabiré representava 20% dos rinocerontes-brancos-do-norte ainda vivos. A espécie está extin-
ta na natureza. Dos quatro remanescentes, três vivem numa reserva ecológica no Quênia, pro-
tegidos por homens armados. O restante – uma fêmea chamada Nola – mora num zoológico
nos Estados Unidos. São todos idosos e, até que se prove o contrário, inférteis.
Surgido como um adorno que conferia sucesso reprodutivo ao portador (como a juba, no caso do
leão), o chifre acabaria por selar o destino trágico do paquiderme. Passou a ser usado para tratar
diversas doenças na medicina oriental. De nada valeram inúmeros estudos científicos mostran-
do a inocuidade da substância. O chifre virou artigo valiosíssimo no mercado negro da caça.
Segundo estimativas, no começo do século XX a ordem dos rinocerontes era representada por
um plantel de meio milhão de animais. Hoje restam apenas 29 mil, divididos em cinco espé-
cies. A que está em estado mais crítico é a subespécie branca-do-norte.
O rinoceronte-branco-do-norte era endêmico do Congo – país que ainda sofre os efeitos de
uma guerra civil iniciada em 1996 que já deixou um saldo de ao menos 5 milhões de pessoas
mortas. Diante desse quadro, não houve quem zelasse pelo animal.
Nabiré foi um dos quatro rinocerontes-brancos-do-norte nascidos em cativeiro, no próprio zoo-
lógico. Após o nascimento de Fatu, no mesmo zoológico, quinze anos mais tarde, nenhuma ou-
tra fêmea de rinoceronte-branco-do-norte conseguiu engravidar. Por isso, em 2009, os quatro
rinocerontes-brancos-do-norte que faziam companhia a Nabiré foram levados para um reserva
no Quênia. Como nem a inseminação artificial tivesse funcionado, havia a esperança última de
que um habitat selvagem pudesse surtir algum efeito. Porém, não houve resultado.
Nabiré não viajou com o grupo por ser portadora de uma doença: nasceu com ovário policís-
tico, o que a tornava infértil. “Foi a rinoceronte mais doce que tivemos no zoológico”, disse o
diretor de projetos internacionais do zoológico. “Nasceu e cresceu aqui. Foi como perder um
membro da família.”

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Caderno de Questões de Texto – FCC
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Há uma esperança remota de que a espécie ainda seja preservada por fertilização in vitro. “Nossa
única esperança é a tecnologia”, completou o diretor. “Mas é triste atingir um ponto em que a salva-
ção está em um laboratório. Chegamos tarde. A espécie tinha que ter sido protegida na natureza.”
No contexto, está usado em sentido figurado o elemento que se encontra em destaque em:
Parte superior do formulário
a) Foi a rinoceronte mais doce que tivemos no zoológico.
b) ... a ordem dos rinocerontes era representada por um plantel de meio milhão de animais.
c) Surgido como um adorno que conferia sucesso reprodutivo ao portador...
d) São todos idosos e, até que se prove o contrário, inférteis.
e) O restante – uma fêmea chamada Nola – mora num zoológico os Estados Unidos.

A palavra doce não está sendo utilizada em seu sentido denotativo (de sabor açucarado). O
sentido é figurado (e derivado): o rinoceronte demonstrava docilidade e ternura.
Letra a.

020. (FCC/SEDU-ES/PROFESSOR/2016)
As enchentes de minha infância
Rubem Braga
Sim, nossa casa era muito bonita, verde, com uma tamareira junto à varanda, mas eu invejava
os que moravam do outro lado da rua, onde as casas dão fundos para o rio. Como a casa dos
Martins, como a casa dos Leão, que depois foi dos Medeiros, depois de nossa tia, casa com
varanda fresquinha dando para o rio.
Quando começavam as chuvas a gente ia toda manhã lá no quintal deles ver até onde chegara
a enchente. As águas barrentas subiam primeiro até a altura da cerca dos fundos, depois às
bananeiras, vinham subindo o quintal, entravam pelo porão. Mais de uma vez, no meio da noite,
o volume do rio cresceu tanto que a família defronte teve medo.
Então vinham todos dormir em nossa casa. Isso para nós era uma festa, aquela faina de arrumar
camas nas salas, aquela intimidade improvisada e alegre. Parecia que as pessoas ficavam todas
contentes, riam muito; como se fazia café e se tomava café tarde da noite! E às vezes o rio atraves-
sava a rua, entrava pelo nosso porão, e me lembro que nós, os meninos, torcíamos para ele subir
mais e mais. Sim, éramos a favor da enchente, ficávamos tristes de manhãzinha quando, mal sal-
tando da cama, íamos correndo para ver que o rio baixara um palmo – aquilo era uma traição, uma
fraqueza do Itapemirim. Às vezes chegava alguém a cavalo, dizia que lá, para cima do Castelo, tinha
caído chuva muita, anunciava águas nas cabeceiras, então dormíamos sonhando que a enchente
ia outra vez crescer, queríamos sempre que aquela fosse a maior de todas as enchentes.
Há a presença do discurso indireto em:
a) Eu invejava os que moravam do outro lado da rua, onde as casas dão fundos para o rio.

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b) Quando começavam as chuvas a gente ia toda manhã lá no quintal deles ver até onde che-
gara a enchente.
c) Então vinham todos dormir em nossa casa.
d) Parecia que as pessoas ficavam todas contentes, riam muito; como se fazia café e se toma-
va café tarde da noite!
e) Às vezes chegava alguém a cavalo, dizia que lá, para cima do Castelo, tinha caído chuva muita.

O discurso indireto é gramaticalmente marcado pela estrutura de subordinação (subordinada


substantiva) e discursivamente pelo intermédio da fala de outrem pelo narrador.
É isso o que ocorre em (e): o narrador traz, por meio de sua fala, a fala de outro enunciador (o
alguém a cavalo). A estrutura subordinativa é a que segue o verbo dicendi dizia.
Letra a.

021. (FCC/SEDU-ES/PROFESSOR/2016)
Medo da eternidade
Jamais esquecerei o meu aflitivo e dramático contato com a eternidade.
Quando eu era muito pequena ainda não tinha provado chicles e mesmo em Recife falava-se
pouco deles. Eu nem sabia bem de que espécie de bala ou bombom se tratava. Mesmo o dinheiro
que eu tinha não dava para comprar: com o mesmo dinheiro eu lucraria não sei quantas balas.
Afinal minha irmã juntou dinheiro, comprou e ao sairmos de casa para a escola me explicou:
Tome cuidado para não perder, porque esta bala nunca se acaba. Dura a vida inteira.
- Como não acaba? – Parei um instante na rua, perplexa.
- Não acaba nunca, e pronto.
Eu estava boba: parecia-me ter sido transportada para o reino de histórias de príncipes e fadas. Pe-
guei a pequena pastilha cor-de-rosa que representava o elixir do longo prazer. Examinei-a, quase não
podia acreditar no milagre. Eu que, como outras crianças, às vezes tirava da boca uma bala ainda
inteira, para chupar depois, só para fazê-la durar mais. E eis-me com aquela coisa cor-de-rosa, de apa-
rência tão inocente, tornando possível o mundo impossível do qual eu já começara a me dar conta.
Com delicadeza, terminei afinal pondo o chicle na boca.
- E agora que é que eu faço? - perguntei para não errar no ritual que certamente deveria haver.
- Agora chupe o chicle para ir gostando do docinho dele, e só depois que passar o gosto você
começa a mastigar. E aí mastiga a vida inteira. A menos que você perca, eu já perdi vários.
Perder a eternidade? Nunca.
O adocicado do chicle era bonzinho, não podia dizer que era ótimo. E, ainda perplexa, encami-
nhávamo-nos para a escola.
- Acabou-se o docinho. E agora?
- Agora mastigue para sempre.

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Assustei-me, não saberia dizer por quê. Comecei a mastigar e em breve tinha na boca aquele
puxa-puxa cinzento de borracha que não tinha gosto de nada. Mastigava, mastigava. Mas me
sentia contrafeita. Na verdade eu não estava gostando do gosto. E a vantagem de ser bala eterna
me enchia de uma espécie de medo, como se tem diante da ideia de eternidade ou de infinito.
Eu não quis confessar que não estava à altura da eternidade. Que só me dava era aflição. En-
quanto isso, eu mastigava obedientemente, sem parar.
Até que não suportei mais, e, atravessando o portão da escola, dei um jeito de o chicle masti-
gado cair no chão de areia.
- Olha só o que me aconteceu! – disse eu em fingidos espanto e tristeza. Agora não posso
mastigar mais! A bala acabou!
- Já lhe disse, repetiu minha irmã, que ela não acaba nunca. Mas a gente às vezes perde. Até
de noite a gente pode ir mastigando, mas para não engolir no sono a gente prega o chicle na
cama. Não fique triste, um dia lhe dou outro, e esse você não perderá.
Eu estava envergonhada diante da bondade de minha irmã, envergonhada da mentira que pre-
gara dizendo que o chicle caíra da boca por acaso. Mas aliviada. Sem o peso da eternidade
sobre mim.
06 de junho de 1970
Parei um instante na rua, perplexa. (5º parágrafo)
Peguei a pequena pastilha cor-de-rosa que representava o elixir do longo prazer. (7º parágrafo)
– E agora que é que eu faço? – perguntei para não errar no ritual que certamente deveria haver.
(9º parágrafo)
As palavras grifadas nessas frases assumem no texto, respectivamente, o sentido de:
a) atônita – figurava – cerimônia
b) inerme – transcendia – liturgia
c) atônita – simbolizava – périplo
d) desorientada – figurava – imolação
e) assustada – transcendia – périplo

O significado de perplexa é semelhante ao de atônita: ser tomado de assombro ou trande


admiração.
A palavra figurar significa “representar, traçar a figura, a imagem, o contorno de”. É justamente
essa a ideia expressa no texto.
Por fim, a palavra ritual possui o significado de “conjunto de atos ou práticas”. É por isso que
ritual é sinônimo de cerimônia.
Letra a.

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022. (FCC/SEDU-ES/PROFESSOR/2016)
Segundo FIORIN, em Polifonia Textual e Discursiva (1999), “a intertextualidade é o processo de
incorporação de um texto em outro, seja para reproduzir o sentido incorporado, seja para trans-
formá-lo. Há de haver três processos de intertextualidade: a citação, a alusão e a estilização.
[...] A estilização é a reprodução dos procedimentos do ‘discurso de outrem’, isto é, do estilo de
outrem”, em geral, com “função polêmica”.
Considere o contexto de produção dos enunciados a seguir para identificar aquele em que
ocorre o processo de estilização.
a) A Polícia Federal deflagrou hoje (15) a Operação Catilinárias, em conjunto com o Ministério
Público Federal. (In: Marcelo Camargo, Agência Brasil, 15. dez. 2015. A manchete incorpora
discurso político de Cícero dirigido a Catilina, conhecido como “Catilinárias”.)
b) “De minha parte, creio que fora de Paris não há salvação para um homem de espírito”. (In:
Roberto Pompeu de Toledo, Veja, 25. nov. 2015, em homenagem a Paris, retoma em seu artigo,
entre aspas, uma frase de Molière).
c) Rua Líbero Badaró, 67, terceiro andar, sala 2, centro de São Paulo. O endereço da garçonière
do escritor Oswald de Andrade (1890-1954) é considerado por estudiosos um dos berços do
modernismo brasileiro”. (Luís Anatônio Giron. A garçonière redescoberta. Folha de S. Paulo, 20
de dezembro de 2015.)
d) Dizia o dono da venda: “É 11; pra você eu faço 10”. (In: Corra, freguês, corra, Ivan Ângelo, Veja
São Paulo, 25. nov. 2015. O trecho entre aspas reproduz a fala de personagem.)
e) Nem cinco sóis eram passados que de vós nos partíramos, quando a mais temerosa desdita
pesou sobre Nós. [...] O que vos interessará mais, por sem dúvida, é saberdes que os guerreiros
de cá não buscam mavórticas damas para o enlace epitalâmico. (Mário de Andrade, em Macu-
naíma, retomando Camões).

Vou comentar cada alternativa:


a) Certa. Não há, aqui, nenhum tipo de reprodução de estilo - há, apenas, uma alusão ao nome
do destinatário do discurso de Cícero.
b) Errada. Aqui, o autor utiliza apenas a citação direta. Não há, portanto, estilização.
c) Errada. Cita-se apenas o endereço do escritor, não havendo estilização.
d) Errada. Há simplesmente a reprodução da fala do dono da venda.
e) Errada. A retomada de Camões não ocorre explicitamente, mas por meio da reprodução dos
recursos estilísticos presentes n’Os Lusíadas (como inversões sintáticas, escolha vocabular
etc.). Aqui ocorre a estilização.

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- A estilização diz respeito ao modo como um autor pode usar o “jeito de escrever” de outro
autor. Por exemplo, Machado de Assis tinha um jeito próprio de escrever. Se eu, hoje, escrevo
desse mesmo jeito, estou estilizando o meu texto à maneira de Machado de Assis.
- A alusão, por sua vez, é avaliação indireta de uma pessoa ou um fato, pela citação de algo que
possa lembrá-lo (por exemplo, ‘fulano, aquele Don Juan,’ significa ‘fulano, aquele mulherengo’).
Letra a.

Documentos sobre Shakespeare ‘vândalo’ são abertos ao público


Em 1596, William Shakespeare e seus atores tiveram de deixar o teatro isabelino The Theatre,
localizado em Shoreditch, emLondres, até então o recanto da dramaturgia inglesa. O período
de 21 anos de concessão do terreno ao ator e empresário James Burbage havia chegado ao
fim, e o senhorio exigia as terras de volta. Desolados, Shakespeare e os homens de sua com-
panhia, Lord Chamberlain’s Men, se uniram para roubar o teatro - tábua por tábua, prego por
prego - e reconstruí-lo em outro lugar.
A história ocorrida em 28 de dezembro de 1598 não é inédita e consta em diversas biografias
de Shakespeare. Agora, contudo,chegou o momento de ouvir o outro lado da ação: a justiça.
De acordo com a transcrição do processo judicial de 1601, Shakespeare, seus atores e amigos
(incluindo Burbage) foram “violentos” em uma ação “desenfreada” que destruiu o The Theatre.
O documento diz que o dramaturgo e seus cúmplices estavam armados com punhais, espadas
e machados, o que causou “grande distúrbio da paz” e deixou testemunhas “aterrorizadas”.
Até então guardado em segurança pelo National Archive, o arquivo do Reino Unido, o documen-
to é uma das peças que serão exibidas ao público no centro cultural londrino Somerset House,
a partir de fevereiro de 2016, ano em que se completam quatro séculos da morte do Bardo.

023. (FCC/SEDU-ES/PROFESSOR/2016) No gênero notícia, verifica-se que a principal função


da linguagem, segundo JAKOBSON (1963), é a:
a) conativa.
b) emotiva.
c) metalinguística.
d) fática.
e) referencial.

Em notícias, assume-se como ponto central o contexto. É por isso que a função referencial é a
verificada em notícias. Vamos lembrar as outras funções:
função emotiva: centraliza o locutor;
função conativa: centraliza o destinatário;
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função fática: centraliza o contato ou o canal;


função metalinguística: centraliza o código;
função poética: centraliza a mensagem em si.
Letra e.

024. (FCC/SEDU-ES/PROFESSOR/2016)
Nesse texto, observa-se que os responsáveis pelo ato de vandalismo são renomeados: “William
Shakespeare e seus atores”; “Shakespeare e os homens de sua companhia”; “Shakespeare,
seus atores e amigos”; “o dramaturgo e seus cúmplices”.
Entende-se que, nesse caso, a progressão textual (KOCK, 1994) se dá por recorrência de:
a) nominalizações.
b) paráfrases.
c) hiperônimos.
d) marcadores de situação.
e) marcadores conversacionais.

A paráfrase é caracterizada por ser “uma frase sinônima”. Isso quer dizer o seguinte: eu posso
expressar uma ideia ou um nome por meio de estruturas linguísticas diferentes, sempre preser-
vando o sentido original. É este o caso do objeto de análise do item.
Letra b.

025. (FCC/SEDU-ES/PROFESSOR/2016)
BAKHTIN, em Estética da Criação Verbal, explica que: “O emprego da língua efetua-se em for-
ma de enunciados (orais e escritos) concretos e únicos, proferidos pelos integrantes desse
ou daquele campo de atividade humana. Esses enunciados refletem as condições específicas
e as finalidades de cada referido campo não só por seu conteúdo (temático) e pelo estilo da
linguagem, ou seja, pela seleção dos recursos lexicais, fraseológicos e gramaticais da língua,
mas, acima de tudo, por sua construção composicional. [...] Evidentemente, cada enunciado
particular é individual, mas cada campo de utilização da língua elabora seus tipos relativamen-
te estáveis de enunciados, os quais denominamos gêneros do discurso”.
Depreende-se do texto que, na caracterização de um gênero discursivo, deve-se considerar,
principalmente:
a) o emprego de recursos linguísticos específicos e a fixação dos enunciados orais e escritos.
b) a ocorrência particular, específica, dependendo da esfera de comunicação a que pertencem
os falantes.
c) o modo de composição, o tema e os usos de linguagem relacionados às finalidades de cada
campo de atividade humana.

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d) a irregularidade no emprego de enunciados orais e escritos em determinados campos de


atividade verbal.
e) os enunciados escritos que dão concretude à oralidade, dependendo da esfera de comunicação.

O final do penúltimo período do texto e o último período do texto são claros quanto à necessi-
dade de se identificar o modo de composição, o tema e os usos de linguagem relacionados às
finalidades de cada campo da atividade humana.
Letra c.

026. (FCC/SEDU-ES/PROFESSOR/2016)
AquiÁfrica
Treze artistas contemporâneos da chamada África Subsaariana - que compreende países ao
sul do Deserto do Saara, como Nigéria, Camarões, Congo e Angola - abordam em suas obras
questões sobre imigração, xenofobia, sistemas de poder e tradições culturais. A mostra faz parte
do projeto Art for the World, da curadora suíça Adelina von Fürstenberg, que aborda os direitos
humanos em exposições de arte. Sesc Belenzinho. Rua padre Adelino, 1000, Belenzinho. Terça a
sexta, 13h às 21h; sábado, domingo e feriados, 11h às 19h. Grátis. Até 28 de fevereiro de 2016.
Esse texto é:
a) uma sinopse, que apresenta brevemente um evento cultural.
b) um comentário, que visa à qualificação de um acontecimento paulistano.
c) uma resenha, pois tem finalidade informativa e pertence à esfera cultural.
d) um sumário, visto que relaciona os principais elementos do fato.
e) um classificado, que anuncia um evento cultural, com finalidade publicitária.

A sinopse é um relato breve sobre algo - no caso do texto, uma exposição. Não há, no texto em
análise, manifestação do ponto de vista do autor do texto (por isso não pode ser um comen-
tário ou uma resenha). Também não é um sumário ou um classificado, porque: (i) não é um
resumo e (ii) não possui finalidade publicitária.
Letra a.

027. (FCC/SEDU-ES/PROFESSOR/2016)
A maioria dos países da América Latina, incluindo o Brasil, só começou a montar seu sistema
escolar quando em muitas outras nações do mundo já existiam universidades bem estrutu-
radas e de qualidade. Mesmo assim, era um privilégio para poucos. Apenas nos anos 1970 e
1980 começou na América Latina a discussão sobre a educação ser um direito de todos. Mas
claramente ainda nos falta a percepção moderna de que esse é um fator estratégico para o

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avanço. Se buscamos uma sociedade ancorada no conhecimento, tudo, absolutamente tudo,


deve se voltar para a escola.
Em relação aos modos de organização textual, esse texto apresenta, em sequência, a:
a) descrição e a narração observadas na recuperação histórica de fatos, em formas verbais do
pretérito; a argumentação, apoiada em argumentos de autoridade, em formas verbais do presente.
b) descrição de acontecimentos do passado, por meio de relato histórico, em formas verbais
do presente; a narração, responsável pela apreciação do autor, em formas verbais do pretérito.
c) narração, em formas verbais do pretérito, fundamentada na descrição de acontecimentos
históricos, situados no tempo presente.
d) argumentação, no pretérito, sobre acontecimentos históricos; a descrição e a narração de
argumentos e de pontos de vista, em formas verbais do presente.
e) narração de fatos historicamente situados, em formas verbais do pretérito; a argumentação,
observada nas opiniões emitidas em formas verbais do presente.

Vamos observar cada um dos erros dos itens:


a) Errada. Não há descrição.
b) Errada. Não há descrição.
c) Errada. Não há descrição.
d) Errada. Não há descrição.
e) Certa. A narração ocorre nos três primeiros períodos. Nos dois últimos períodos há a argu-
mentação.
Letra e.

028. (FCC/DPE-AM/ASSISTENTE/2018) A expressão destacada em “Leonardo da Vinci se


mudou de Florença para Milão a serviço do duque como engenheiro, arquiteto, escultor e pin-
tor” tem sentido equivalente ao de:
a) enquanto.
b) segundo.
c) mesmo.
d) tanto que.
e) pelo que.

A ideia é que Leonardo da Vinci exerceu a função de. Nesse sentido, a expressão que substitui
corretamente o como é enquanto (com a ideia de “enquanto filósofo, Sartre foi muito influente”).
Letra a.

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029. (FCC/SABESP/AGENTE/2018)
Júlio Verne: previsões do autor que se tornaram realidade
O escritor francês Júlio Verne é considerado por muitos o pai da ficção científica. Suas obras
influenciaram gerações e inspiraram filmes e séries de TV. Há quase cem filmes baseados em
mais de 30 livros assinados por ele.
Júlio Verne nasceu na cidade de Nantes em fevereiro de 1828. Sua verdadeira paixão eram as
viagens, que na época eram feitas principalmente de navio. Aos 11 anos, ele fugiu de casa para
se tornar marinheiro. Na primeira escala, porém, seu pai conseguiu apanhá-lo - e depois quem
apanhou foi o pequeno Verne. Reza a lenda que ele teria jurado não voltar a viajar, a não ser em
sua imaginação e fantasia.
Um dos fatos que mais chamam a atenção em suas obras são as previsões feitas pelo escritor
que se concretizaram séculos depois. Por exemplo, oitenta anos antes dos noticiários televi-
sivos surgirem, Júlio Verne descreveu a alternativa para os jornais: “Em vez de ser impresso, o
‘Crônicas da Terra’ seria falado, teria assinantes e partiria de conversas interessantes dos re-
pórteres e cientistas que contariam as notícias do dia”. Ele também imaginou o “fonotelefoto”,
que seria usado pelos repórteres para registrar e transmitir sons e imagens.
Considere a frase do texto:
Na primeira escala, porém, seu pai conseguiu apanhá-lo - e depois quem apanhou foi o pe-
queno Verne.
Os vocábulos apanhar, na primeira e na segunda ocorrência, são usados, respectivamente,
com os sentidos de:
a) compreender; contrair uma doença.
b) segurar com força; recolher com as mãos.
c) levar uma pancada; ser derrotado.
d) alcançar; levar uma surra.
e) encontrar; apossar-se de bem alheio.

Vou ser direto: a segunda ocorrência do verbo apanhar significa claramente levar uma surra.
Letra d.

030. (FCC/TST/TÉCNICO/2017)
Está aberta a temporada de ipês. Eu definiria essas árvores como sendo o clichê menos enfa-
donho de Brasília. Sim, porque, como parte do ciclo da natureza, eles brotam e colorem a ca-
pital das mesmas cores, no mesmo período, todos os anos. É a repetição mais original trazida
pelo início da seca. Ainda que presença certa, os ipês são esperados com igual ansiedade a
cada estação. E eles não aparecem sozinhos. Mesmo que soberanos em uma paisagem res-
sequida, a beleza dessas árvores - que exibem flores em cachos, de cores vistosas - é exaltada
pela questionável feiura das plantas mirradas do cerrado.

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Os ipês ficam ainda altivos ao lado de árvores que hibernam em forma de seu próprio esque-
leto. Seus galhos aparentemente mortos, retorcidos, sem flores, sem folhas, se recolhem para
dar espaço à exuberância dos ipês em tons de roxo, rosa, amarelo ou branco. Na paisagem
desértica, eles ganham ainda mais destaque, o que me faz pensar que a natureza é mesmo
um belo exemplo de equilíbrio. Se brotassem todos juntos, teriam que dividir a majestade. Em
apresentação solo, viram reis absolutos, para os quais se dirigem aplausos, flashes, sorrisos e
agradecimentos pela beleza da vida. Excesso é veneno para a magia. Sábios, os ipês.
Está redigida com correção, clareza e coesão a seguinte frase:
a) Em cada região, os ipês ganham um significado especial, como no cerrado, aonde colore
uma paisagem ressequida.
b) Considerada árvore-símbolo do Brasil, as flores do ipê nascem em cachos e não dividem
espaço com as folhas.
c) A fragilidade dos ipês não resiste à passagem do um vento mais forte, após a qual o chão
se colore de flores.
d) A beleza singular dos ipês já chamou à atenção vários poetas, a fim de cantarem, a delica-
deza de suas flores.
e) Os ipês, com um florada que dura tão pouco tempo, que nos leva a refletir acerca do caráter
efemero da vida.

Vamos observar os desvios das alternativas (A), (B), (D) e (E):


a) Errada. A forma correta é “cerrado, onde colore”.
b) Errada. A forma “Considerada” deve estabelecer predicação com o termo subsequente (ár-
vore), mas a presença do substantivo flores torna o texto sem coesão. Além disso, não há hífen
em árvore-símbolo.
d) Errada. Não há fenômeno de crase; uso inadequado de vírgula.
e) Errada. O período não está corretamente construído. Falta predicação. Além disso, a palavra
efêmero não está acentuada.
O gabarito preliminar indica a alternativa (c) como correta. No entanto, provavelmente houve
erro de digitação, já que não se pode grafar do um (não pode haver a sequência artigo + artigo).
O correto seria “à passagem de um vento”. Essa questão, portanto, é nula.
Letra c.

Com base em descobertas feitas na Grã-Bretanha, Chile, Hungria, Israel e Holanda, uma equipe
de treze pessoas liderada por John Goldthorpe, sociólogo de Oxford altamente respeitado, con-
cluiu que, na hierarquia da cultura, não se pode mais estabelecer prontamente a distinção entre
a elite cultural e aqueles que estão abaixo dela a partir dos antigos signos: frequência regular
a óperas e concertos; entusiasmo, em qualquer momento dado, por aquilo que é visto como
“grande arte”; hábito de torcer o nariz para “tudo que é comum, como uma canção popular ou
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um programa de TV voltado para o grande público”. Isso não significa que não se possam en-
contrar pessoas consideradas (até por elas mesmas) integrantes da elite cultural, amantes da
verdadeira arte, mais informadas que seus pares nem tão cultos assim quanto ao significado
de cultura, quanto àquilo em que ela consiste, ao que é tido como o que é desejável ou indese-
jável para um homem ou uma mulher de cultura.
Ao contrário das elites culturais de outrora, eles não são conhecedores no estrito senso da
palavra, pessoas que encaram com desprezo as preferências do homem comum ou a falta de
gosto dos filisteus. Em vez disso, seria mais adequado descrevê-los – usando o termo cunha-
do por Richard A. Peterson, da Universidade Vanderbilt – como “onívoros”: em seu repertório
de consumo cultural, há lugar tanto para a ópera quanto para o heavy metal ou o punk, para a
“grande arte” e para os programas populares de televisão. Um pedaço disto, um bocado daqui-
lo, hoje isto, amanhã algo mais.
Em outras palavras, nenhum produto da cultura me é estranho; com nenhum deles me identifi-
co cem por cento, totalmente, e decerto não em troca de me negar outros prazeres. Sinto-me
em casa em qualquer lugar, embora não haja um lugar que eu possa chamar de lar (talvez exa-
tamente por isso). Não é tanto o confronto de um gosto (refinado) contra outro (vulgar), mas
do onívoro contra o unívoro, da disposição para consumir tudo contra a seletividade excessi-
va. A elite cultural está viva e alerta; é mais ativa e ávida hoje do que jamais foi. Porém, está
preocupada demais em seguir os sucessos e outros eventos festejados que se relacionam à
cultura para ter tempo de formular cânones de fé ou a eles converter outras pessoas.

031. (FCC/TST/TÉCNICO/2017) A palavra unívoro (3º parágrafo) remete:


a) ao grupo que se caracteriza por apreciar um tipo específico e uniforme de produtos culturais.
b) aos apreciadores da cultura que se definem pelo conhecimento erudito e pelo gosto di-
versificado.
c) aos indivíduos que nutrem simpatia tanto por produções eruditas quanto por populares.
d) à elite cujo gosto pela arte se caracteriza pelo ecletismo e pelo respeito à diversidade de
expressão.
e) àqueles com conhecimento insuficiente para reconhecer os diferentes estilos de produção
artística.

Onívoro significa “que ou o que come tudo ou de tudo”. Unívoro, diferentemente, remete a
“aquele que come uma única fonte de alimento”. Como o autor está abordando o consumo
de produtos culturais, compreendemos que se faz referência ao grupo que se caracteriza por
apreciar um tipo específico e uniforme de produtos culturais.
Letra a.

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032. (FCC/TST/TÉCNICO/2017) Ao fazer uso da primeira pessoa, no 3º parágrafo, o autor:


a) se reconhece como um dos acadêmicos que são mais informados que outros acerca do que
é desejável ou indesejável para alguém que queira ser respeitado como uma pessoa de cultura.
b) se expressa como um simpatizante da elite que aprecia de tudo um pouco em termos de
arte, na medida em que ele não tem critérios para descrever o que seja ou não cultura.
c) identifica-se discursivamente com os consumidores da cultura na atualidade, com o propó-
sito de descrevê-los, mais do que se apresentar como um exemplo típico desse grupo.
d) omite seu próprio ponto de vista sobre o tema abordado, para deixar que as pessoas que
apreciam a “grande arte” se expressem por meio da primeira pessoa do discurso.
e) evita tomar partido de um tipo específico de elite cultural, deixando que tanto os mais tradi-
cionais quanto os mais modernos convençam o leitor a abarcar seus ideais.

Vamos ao comentário de cada alternativa:


a  ) Errada. Não há esse tipo de interpretação, pois o uso da primeira pessoa é recurso argumentativo.
b) Errada. O autor possui, sim, recursos para descrever o que seja ou não cultura. O uso da
primeira pessoa não se associa a essa temática.
d) Errada. Não há omissão do ponto de vista.
e) Errada. O uso da primeira pessoa não é uma esquiva, mas uma forma de construir a argu-
mentação.
Letra c.

033. (FCC/TST/TÉCNICO/2017) Está redigida com clareza e de acordo com a norma-padrão


da língua portuguesa, em sua modalidade formal, a frase:
a) A elite cultural de diversos países não a muito tempo, torcia o nariz, para a música popular
ou para as produções de TV, atitude que parece ter mudado nos últimos anos.
b) A pesquisa realizada pelo grupo de John Goldthorpe traçou um novo perfil para a elite cultu-
ral, com preferências que a distanciam do estereótipo construído ao longo de séculos.
c) Uma manifestação artística afim de ter a aprovação dos conhecedores da cultura, deveria
ter atributos que a distinguissem, de tudo quanto fosse classificado como trivial.
d) Foi o sociólogo, John Goldthorpe, líder da equipe que empenhou-se ao estudo do novo perfil
para caracterizar quem é a elite cultural que surgiu recentemente, na atualidade.
e) Na hierarquia da cultura, acreditavam-se haver distinções qualitativas entre aqueles que fre-
quentavam óperas e os que curtiam permanecer em casa, assistindo a televisão.Parte inferior
do formulário

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Observe quais são os desvios em cada item:


a) Errada. A elite cultural de diversos países, [colocar vírgula] não há [verbo haver] muito tem-
po [retirar vírgula] torcia o nariz para a música popular ou para as produções de TV, atitude que
parece ter mudado nos últimos anos.
c) Errada. Uma manifestação artística a fim [erro de ortografia] de ter a aprovação dos conhe-
cedores da cultura [sem vírgula] deveria ter atributos que a distinguissem [sem vírgula] de tudo
quanto fosse classificado como trivial.
d) Errada. Desvios de pontuação (vírgula), organização do período e colocação pronominal)
e) Errada. Erro de concordância verbal e de propriedade vocabular.
Letra b.

034. (FCC/TRT 4ª/ANALISTA/2015)


Ópera é um tipo de teatro no qual a maioria ou todos os personagens cantam durante a maior parte
do tempo ou o tempo todo. Nesse sentido, é muito óbvio que ela não seja realística, e com frequ-
ência, no decorrer de seus mais de quatrocentos anos de história, tem sido considerada exótica
e estranha. Além disso, é quase sempre bastante cara de se encenar e de se assistir. Em nenhum
momento da história a sociedade, como um todo, conseguiu sustentar facilmente os custos exorbi-
tantes da ópera. Por que, então, tanta gente gosta dela de maneira tão profunda? Por que dedicam
suas vidas a apresentá-la, escrever sobre ela, assistir a ela? Por que alguns fãs de ópera atravessam
o mundo para ver uma nova produção ou ouvir um cantor favorito, pagando imensas quantias por
esse fugaz privilégio? E por que a ópera é a única forma de música erudita que ainda desenvolve de
modo significativo novas audiências, apesar de que, no último século ou por volta disso, o fluxo de
novas obras, que uma vez foi seu sangue vital, secou até se reduzir a um débil gotejar?
Essas perguntas são mais sobre a ópera tal como ela é hoje em dia: sobre aquilo em que a ópera
se tornou no início do século XXI. No que se segue teremos muito a dizer sobre a história de nosso
tema, sobre as maneiras em que a ópera se desenvolveu durante sua jornada de quatrocentos anos
até nós; mas nossa ênfase será sempre no presente, no efeito que a ópera continua a ter sobre
as audiências no mundo inteiro. Nosso objetivo é lidar com uma forma de arte cujas obras mais
populares e duradouras foram quase sempre escritas num distante passado europeu, [...] mas cuja
influência em muitos de nós – e cuja significância em nossa vida hoje em dia – é ainda palpável.
A ópera pode nos transformar: física, emocional e intelectualmente. Queremos investigar por quê.
Os autores do texto:
a) apontam que a ópera é sempre bastante dispendiosa porque esse tipo de teatro renuncia a
personagens que não se fazem presentes em cena por meio do canto.
b) acusam a incongruência que existe entre a sociedade sustentar produções caríssimas e as pes-
soas, diferentemente deles mesmos, não investigarem o que justificaria manter esses projetos.

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c) indicam como usual que se tome a ópera como um gênero dramático excêntrico, pelo fato
de representar situações estranhas ao que se considera “vida real”.
d) expressam as intenções que têm ao escrever a história da ópera, demonstrando acreditar
que a melhor maneira de fazê-lo é fixar-se na atualidade, auge dessa manifestação erudita.
e) anunciam que têm muito a dizer e deixam entrever que suas reflexões desnudarão alguns
mitos sobre a ópera, como a visão idealizada de que a profusão de obras já constituiu o sangue
vital desse tipo de teatro.

Vamos ao comentário de cada alternativa:


a) Errada. Não há essa abordagem: não se diz que a ópera é dispendiosa por conta de renúncia
a personagens.
b) Errada. Esse é o típico caso de extrapolação: o item apresenta informações que não estão
presentes no texto.
d) Errada. Não há a defesa de que se deva fixar a historiografia da ópera na atualidade.
e) Errada. Os autores dizem que a profusão de obras já foi (passado) o sangue vital desse tipo
de teatro.
Letra c.

035. (FCC/TRT 4ª/ANALISTA/2015)


O conceito de vergonha recobre um campo de significados bastante amplo e rico. Para o Dicio-
nário Aurélio, por exemplo, vergonha significa: a) desonra humilhante; opróbrio, ignomínia; b)
sentimento penoso de desonra, humilhação ou rebaixamento diante de outrem; c) sentimento
de insegurança provocada pelo medo do ridículo, por escrúpulos etc.; timidez, acanhamento; d)
sentimento da própria dignidade, brio, honra. O Dicionário Larousse traz aproximadamente 5 as
mesmas definições, mas acrescenta novas associações como: medo da desonra e embaraço.
O Dicionário Lexis apresenta ainda algumas definições com nuanças diferentes: indignidade,
sentimento penoso de baixeza, de confusão, sentimento de desconforto provocado pela mo-
déstia, sentimento de remorso. O que chama a atenção nas definições de vergonha é não so-
mente a diversidade dos significados atribuídos a este sentimento, mas também, e sobretudo,
o fato de alguns destes significados serem opostos: desonra/honra, indignidade/dignidade,
humilhação/brio. Tal oposição, observada por Harkot-de-La-Taille, faz esta autora perguntar-se
que palavra é esta que recobre o não e o sim, a ausência e a presença, o temível e o desejável.
Uma forma comum de pensar este sentimento é afirmar que ele é simplesmente desencadeado
pela opinião de outrem. É o que, por exemplo, sugere a definição de Spinoza segundo a qual a
vergonha é a tristeza que acompanha a ideia de alguma ação que imaginamos censurada pelos
outros. E é o que, explicitamente, a antropóloga Benedict afirma em seu estudo sobre a socie-
dade japonesa. Para ela, as culturas da vergonha enfatizam as sanções externas, opondo-se às
verdadeiras culturas da culpa, que interiorizam a convicção do pecado. Quanto ao sentimento de

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vergonha, escreve que alguém poderá envergonhar-se quando é ridicularizado abertamente, ou


quando criar a fantasia para si mesmo de que o tenha sido. Todavia, não acreditamos que tudo
esteja dito assim; a vergonha pressupõe um controle interno: quem sente vergonha julga a si pró-
prio. Lembremos o fato notável de que a vergonha pode ser despertada pela simples exposição,
mesmo que não acompanhada de juízo negativo por parte dos observadores. Com efeito, certas
pessoas sentem vergonha pelo simples fato de estarem sendo observadas. O rubor pode subir
às faces de alguém que está sendo objeto da atenção de uma plateia, mesmo que esta atenção
seja motivada pelo elogio, pelo recebimento de um prêmio, portanto acompanhada de um juízo
positivo. Este tipo de vergonha não deixa de ser psicologicamente misterioso: por que será que
as pessoas sentem desconforto ao serem “apenas” observadas, mesmo que esta observação
não contenha ameaças precisas, mesmo que ela seja lisonjeira?
Consideradas definições da palavra vergonha retiradas do Dicionário Aurélio, a alternativa que
contém exemplificação correta é:
a) sentimento da própria dignidade, brio, honra (linha 4): “Durante severa discussão, o mais
sincero dos amigos indagou-lhe se não tinha ética e vergonha na cara.”
b) sentimento penoso de desonra, humilhação ou rebaixamento diante de outrem (linhas 2 e 3):
“Se tiverem vergonha, honrarão a confiança neles depositada e trabalharão com mais lisura.”
c) desonra humilhante; opróbrio, ignomínia (linha 2): “Artista talentoso, o jovem pianista contor-
nou a explícita vergonha apresentando vários números antes de dirigir a palavra à audiência”.
d) sentimento de insegurança provocada pelo medo do ridículo, por escrúpulos etc.; timidez,
acanhamento (linhas 3 e 4): “Todos ficaram constrangidos com o comportamento indecoroso
do magistrado; foi de fato uma vergonha.”
e) desonra humilhante; opróbrio, ignomínia (linha 2): “Um profundo sentimento de vergonha o
impedia de aceitar elogios sem negar ou diminuir o que nele viam de bom.”

Os itens (b), (c), (d) e (e) estão errados porque os sentidos de cada exemplificação são diferen-
tes dos da definição. Veja os sentidos de cada exemplificação:
b) Errada. Sentimento da própria honra, dignidade, honestidade; brio.
c) Errada. Sentimento de insegurança causado por medo do ridículo e do julgamento dos ou-
tros; timidez, acanhamento, recato, decoro.
d) Errada. Atitude ou situação indecorosa ou vexatória.
e) Errada. Sentimento penoso causado pela inferioridade, indecência ou indignidade.
Letra a.

036. (INÉDITA/2021) “À margem dos combates contra a covardia jornalística, as capitulações


da social-democracia e a militarização, o satírico vienense Karl Kraus (1874-1936) desenvolveu
uma reflexão sobre o tratamento dos animais na Primeira Guerra Mundial. Um século depois,

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seu eco ressoa na voz daqueles que denunciam os maus-tratos animais, elevados, em tempos
de paz, a uma escala industrial”.
A correta afirmação sobre esse trecho é:
a) Karl Kraus apoiava a covardia jornalística, as capitulações da social-democracia e a mi-
litarização.
b) a estrutura “À margem de” indica que a reflexão de Karl Kraus estava alinhada às outras
temáticas em voga à época.
c) o segundo período do trecho denota que a reflexão de Karl Kraus não teve impacto no
século XXI.
d) ao longo do texto, o autor utiliza recursos linguísticos para situar temporalmente os eventos,
seja pela flexão verbal, seja por expressões como “na Primeira Guerra Mundial”, “um século
depois” e “em tempos de paz”.
e) o termo “elevados” modifica “daqueles”.

Na alternativa (d), correta, analisam-se adequadamente as estruturas linguísticas que concor-


rem para se situar temporalmente o texto.
Eis o porquê de as alternativas (a), (b), (c) e (e) estarem incorretas:
a) Errada. Não se pode afirmar que Karl Kraus apoiava a covardia jornalística, as capitulações
da social-democracia e a militarização. O que se pode afirmar é que Karl Kraus desenvolveu
uma reflexão sobre o tratamento dos animais na Primeira Guerra Mundial.
b) Errada. A estrutura “à margem de” não indica que a reflexão de Karl Kraus estava alinhada às
outras temáticas, mas que se colocava fora do âmbito das temáticas em voga à época.
c) Errada. Contrariamente ao que se afirma nessa alternativa, lemos que “Um século depois,
seu eco ressoa na voz daqueles que denunciam maus tratos” (ou seja, a reflexão proposta por
Karl Kraus teve impacto no século XXI).
e) Errada. Diferentemente do proposto na alternativa, o termo “elevados” modifica “maus-tra-
tos animais”.
Letra d.

037. (INÉDITA/2021) “À margem dos combates contra a covardia jornalística, as capitulações


da social-democracia e a militarização, o satírico vienense Karl Kraus (1874-1936) desenvolveu
uma reflexão sobre o tratamento dos animais na Primeira Guerra Mundial. Um século depois,
seu eco ressoa na voz daqueles que denunciam os maus-tratos animais, elevados, em tempos
de paz, a uma escala industrial”.
A estrutura “seu eco” retoma:
a) “Um século”.
b) “uma reflexão sobre o tratamento dos animais na Primeira Guerra Mundial”.
c) “a Primeira Guerra Mundial”.

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d) “a militarização”.
e) “a covardia jornalística”.

O termo “seu eco” é um elemento de coesão referencial do tipo anafórico (isto é, retoma um
referente anterior). O referente, pelas relações semântico-discursivas, é “uma reflexão sobre o
tratamento dos animais na Primeira Guerra Mundial” (alternativa (b)). Como o referente já está
estabelecido, todas as demais alternativas se tornam inválidas ((a), (c), (d) e (e)).
Letra b.

038. (INÉDITA/2021) Em todas as frases abaixo há advérbios destacados; o advérbio que ex-
pressa a opinião do autor da frase é:
a) Lentamente, a lama com rejeitos avançou pela cidade.
b) O pintor olhava atentamente cada detalhe de sua obra.
c) Felizmente, o candidato a vereador foi denunciado por irregularidades na campanha eleitoral.
d) O foragido atravessou a fronteira rapidamente.
e) A professora ensinava calmamente quando foi surpreendida pela explosão.

Os advérbios tradicionalmente expressam o modo como um evento verbal ocorre. Isso acontece
em (a), (b), (d) e (e): lentamente, atentamente, rapidamente e calmamente. Em (c), diferentemen-
te, o advérbio “felizmente” é relativo à perspectiva do enunciador da frase, não estando relaciona-
do ao evento verbal “foi denunciado”. A interpretação, então, é que o enunciador da frase conside-
ra positivo o fato de o candidato ter sido denunciado por irregularidades na campanha eleitoral.
Letra c.

039. (INÉDITA/2021) Na frase “Você quer chegar num ponto, mas não tem ainda o caminho
feito”, a conjunção sublinhada pode ser adequadamente substituída por:
a) portanto
b) porém
c) porquanto
d) logo
e) consoante

A conjunção “mas”, no trecho em análise, é um conectivo adversativo. Por isso, pode ser subs-
tituída por “porém” (alternativa (b)), “contudo”, “no entanto”, “entretanto”. As demais conjun-
ções possuem outras funções conectivas, denotando:
a) Errada. Conclusão.
c) Errada. Explicação.
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d) Errada. Conclusão.


e) Errada. Conformidade.
Letra b.

040. (INÉDITA/2021) “Aprendemos a escrever, aprendemos a ler, aprendemos sobre nossa an-
cestralidade e nossa capacidade de produzir mundos diferentes daquele que encontramos ao
chegar aqui. Em saraus espalhados pelas periferias, nós nos alfabetizamos de fato quando
não tínhamos dinheiro nem sequer para um busão até o centro da cidade.”
Há marca de coloquialidade no trecho:
a) “aprendemos sobre nossa ancestralidade”
b) “Em saraus espalhados pelas periferias, nós nos alfabetizamos”
c) “para um busão até o centro da cidade”
d) “Em saraus espalhados pelas periferias”
e) “nossa capacidade de produzir mundos diferentes daquele que encontramos ao chegar aqui”

O traço de coloquialidade se faz presente apenas no registro do vocábulo “busão” (a forma não
coloquial é ônibus: transporte coletivo), na alternativa (c). Nos demais trechos (em (a), (b), (d) e
(e)), não há traços de coloquialidade (seja por vocabulário, seja por estrutura morfossintática).
Letra c.

041. (INÉDITA/2021) A frase que exemplifica um caso de linguagem figurada é:


a) O dólar é uma moeda estável.
b) O Brasil está queimando.
c) A atriz acusa o diretor de assédio.
d) Os empresários apresentaram um manifesto ao governo.
e) O Ministro Celso de Mello antecipa aposentadoria e deixará STF em 13 de outubro.

A linguagem figurada está presente em (b), já que a expressão “O Brasil está queimando” não
significa “toda a extensão territorial da República Federativa do Brasil está sendo tomada pelo
fogo”. Pela expressão, quer-se dizer que os focos de queimadas estão se ampliando por muitas
áreas (e, para destacar que as áreas são extensas e que e os focos são muitos, há uma espécie
de exagero na afirmação, de ampliação do espaço em que as queimadas estão presentes).
Nas demais alternativas, não há linguagem figurada, mas literal (o que se afirma em (a), (c), (d)
e (e) traduz exatamente o que se vê em realidade).
Letra b.

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042. (INÉDITA/2021) A frase abaixo em que a substituição proposta não mantém os sentidos
originais é:
a) A população das cidades aumentou nos últimos anos / A população urbana aumentou nos
últimos anos
b) Ele jantou com alegria / Ele jantou alegremente
c) O professor viaja de seis em seis meses / O professor viaja semestralmente
e) O rapaz havia comprado um produto falsificado / O rapaz comprou um produto falsificado
e) Leio muito para ficar informado / Leio muito a fim de ficar informado.

Os pares “das cidades/urbano”, “com alegria/alegremente”, “de seis em seis meses/semes-


tralmente” e “para/a fim de” são, nos trechos em análise, semantica e sintaticamente equiva-
lentes – e, por isso, intercambiáveis. No entanto, não se pode subsituir “havia comprado” por
“comprou”, já que a substituição não mantém o tempo verbal. Em “havia comprado”, temos
o pretérito mais-que-perfeito; em “comprou”, temos o pretérito perfeito. A forma correta para
substituir “havia comprado” é “comprara”.
Letra d.

043. (INÉDITA/2021)
“Quando o joelho de um policial branco norte-americano sufocou e matou George Floyd, mui-
tos de nós por aqui pudemos sentir o peso daquele corpo sobre o pescoço e também os úl-
timos suspiros deste, agora símbolo contemporâneo eterno contra a brutalidade racial e do
combate ao racismo.”
Sobre o texto, é correto afirmar que:
a) o autor é indiferente em relação ao caso George Floyd.
b) o trecho “pudemos sentir o peso daquele corpo sobre o pescoço” é literal.
c) a forma anafórica “deste” retoma “um policial branco norte-americano”
d) ao utilizar a primeira pessoa do plural (“muitos de nós”; “pudemos”), o autor do texto busca
se aproximar do leitor, de modo a engajá-lo em relação ao que se diz.
e) a forma anafórica “daquele” retoma “George Floyd”.

A alternativa (d) está correta porque o uso da primeira pessoa do plural é, de fato, recurso
discursivo para aproximar o leitor (em relação ao que se defende no texto, buscando convenci-
mento/engajamento). Agora, falemos das alternativas incorretas:
a) Errada. Como podemos comprovar pela leitura dos trechos “muitos de nós pudemos sentir
o peso daquele corpo sobre o pescoço e também os últimos suspiros deste”, o autor não é
indiferente em relação ao caso George Floyd.

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b  ) Errada. O trecho “pudemos sentir o peso daquele corpo sobre o pescoço” é figurado, pois o autor
do texto não sentiu, efetivamente, o peso de um corpo sobre o pescoço; em verdade, ele se coloca,
virtualmente, no lugar de George Floyd, imaginando como foi o sofrimento enfrentado por este.
c) Errada. A forma anafórica “deste” retoma “George Floyd”.
e) Errada. A forma anafórica “daquele” retoma “um policial branco norte-americano”.
Letra d.

044. (INÉDITA/2021) “Apesar de as entidades patronais assegurarem que o sol já pode brilhar
nas escolas particulares, a dúvida permanece”
No trecho, o conectivo “apesar de” pode ser substituído por:
a) visto que
b) conquanto
c) assim como
d) desde que
e) a menos que

A forma “apesar de” possui valor concessivo, exatamente como a forma “conquanto”, em (b).
As demais formas possuem outros valores:
a) Errada. Causal.
c) Errada. Comparativo.
d) Errada. Condicional.
e) Errada. Condicional.
Letra b.

045. (INÉDITA/2021) No fenômeno de ambiguidade, uma palavra ou uma frase podem ser
interpretadas de duas ou mais maneiras.
A frase abaixo em que não há ambiguidade é:
a) A professora pegou o livro emprestado.
b) Abandonei-o revoltado.
c) Aquele canto era o preferido da Ester.
d) A polícia chegou rapidamente ao local do acidente.
e) O Rafael viu a menina com o binóculos.

Em (d), não há ambiguidade: não se pode interpretar outra coisa que não “a polícia chegou ra-
pidamente ao local do acidente”. Em (a), (b), (c) e (e), diferentemente, é possível haver mais de
uma interpretação para cada sentença:
a
 ) Errada. A professora pode ter solicitado um livro por empréstimo (de uma biblioteca, por exem-
plo); a professora pode ter pego de volta um livro (dela) que ela havia emprestado a alguém.

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b) Errada. quem abandonou estava revoltado; quem foi abandonado estava revoltado.
c) Errada. O canto pode ser “melodia ou conjunto de melodias cantadas” ou “local retirado;
recanto”
e) Errada. O Rafael utilizou um binóculos para ver a menina; a menina vista por Rafael utilizava
binóculos.
Letra d.

Quando duas crises se encontram: a pandemia e o negacionismo científico


Quando a pandemia da Covid-19 surgiu, o mundo enfrentava um desafio de um tipo diferente,
mas também nefasto, o negacionismo científico. Esse tipo de negacionismo resulta de um
conflito entre traços profundos da cultura humana: a divisão do trabalho cognitivo, por um lado,
e o papel de crenças na coordenação em larga escala, por outro. A pandemia aumenta o valor
do conhecimento produzido de maneira cooperativa e distribuído assimetricamente na socie-
dade, mas também reforça a divisão entre grupos.
Devemos ajustar nossas crenças às evidências disponíveis. No entanto, para qualquer tema so-
bre o qual não se é especialista, a base evidencial não pode ser avaliada diretamente e deve-se
deferir àqueles que têm mais conhecimento. A deferência é, essencialmente, à ciência. Pode-se
pensar que, idealmente, cada pessoa deveria tomar como verdadeiro apenas aquilo para o que
possui, individualmente, evidências suficientes, ou então ela mesma deve seguir sua investiga-
ção. Mas como quem não tem a formação em epidemiologia pode julgar, por si mesmo, a pro-
gressão da pandemia? A que tipo de informação ele tem acesso e, supondo que ele tenha acesso
às bases evidenciais sobre as quais trabalham especialistas, como ele pode as avaliar?
A melhor resposta epistêmica é a confiança em especialistas. Mesmo se, à primeira vista,
esta conclusão pode parecer indesejável, ela se segue de um traço central da cultura humana.
Nós evoluímos para aprender de outras pessoas coisas que, frequentemente, nos são opacas
(Csibra e Gergely 2011). A evolução segue os benefícios da divisão do trabalho cognitivo: um
grupo como um todo sabe mais do que cada um de seus membros, para os quais parte do
conhecimento resultante permanece opaco. A ciência leva essa dependência assimétrica a
níveis muito altos, mas também traz benefícios enormes aos grupos. Tanto a dependência
epistêmica quanto os benefícios da distribuição do saber têm raízes evolutivas profundas.
Ernesto Perini-Santos, Le Monde Diplomatique, 2021

046. (INÉDITA/2021) Considere as ideias e informações apresentadas no texto e assinale a


alternativa INCORRETA,
a) Para o autor do texto, é indesejável a conclusão de que a melhor resposta epidêmica é a
confiança em especialistas.
b) No trecho “A deferência é, essencialmente, à ciência”, a palavra “deferência” significa “atitu-
de de respeito”.

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c) A forma pronominal destacada em “Esse tipo de negacionismo resulta de um conflito entre


traços profundos da cultura humana” (1º parágrafo) possui função anafórica.
d) No título do Texto IV, a expressão “duas crises” antecipa os termos “a pandemia e o nega-
cionismo científico”.
e) No trecho “a divisão do trabalho cognitivo, por um lado, e o papel de crenças na coordena-
ção em larga escala, por outro” (1º parágrafo), os termos “por um lado” e “por outro” exercem
função de organizadores textuais de informação.

Analisando o início do terceiro parágrafo, notamos que o autor diz, na verdade, que “esta conclusão
pode parecer indesejável”. Assim, não se pode afirmar que, para o autor do texto, é indesejável a
conclusão de que a melhor resposta epidêmica é a confiança em especialistas. Isso torna, então,
a alternativa (a) incorreta. As demais alternativas contêm análises adequadas em relação ao texto.
Letra a.

047. (INÉDITA/2021) De acordo com o contexto, a palavra em destaque em “Nós evoluímos


para aprender de outras pessoas coisas que, frequentemente, nos são opacas” significa:
a) explícitas
b) claras
c) obscuras
d) cristalinas
e) transparentes

No contexto de ocorrência, a palavra “opacas” significa, por metáfora, “pouco preciso, pouco
claro; confuso, incompreensível, obscuro”. Esta é, inclusive, a definição no Dicionário Houaiss
da Língua Portuguesa (2009). Nas demais alternativas, observamos termos que possuem sen-
tidos opostos ao de “opacas” (antônimos): explícitas, claras, cristalinas, transparentes.
Letra c.

048. (INÉDITA/2021) A expressão destacada em “Tanto a dependência epistêmica quanto os


benefícios da distribuição do saber têm raízes evolutivas profundas” (3º parágrafo) estabelece
uma relação de
a) concessão
b) alternância
c) oposição
d) adição
e) conclusão

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Note que os termos “a dependência espitêmica” e “os benefícios da distribuição do saber” são
considerados como uma unidade (equivalem a “ambos”), levando, inclusive, o verbo à flexão
no plural (“a dependência espitêmica” + “os benefícios da distribuição do saber” têm; ambos
têm). Assim, a relação que a estrutura “tanto... quanto...” estabelece é de ADIÇÃO. Com isso,
eliminamos todas as outras alternativas.
Letra d.

(Laerte Coutinho)

049. (INÉDITA/2021) Assinale a alternativa que contém uma afirmação incorreta sobre os
sentidos do Texto X, uma charge:
a) Os elementos não verbais – como cores, posição de objetos e expressões – são fundamen-
tais para a interpretação da crítica apresentada na charge.
b) Pode-se dizer que a expressão “saia desse livro” é figurada, dado que o personagem não
está literalmente dentro do livro.
c) No texto verbal, pode-se identificar uma referência intertextual à voz de comando utilizada
pelas forças policiais: “Saia com as mãos para cima!”.
e) O enunciador da charge é retratado visualmente como uma figura inteligente e equilibrada,
como se pode confirmar pela expressão do rosto e pela posição do megafone.
e) O uso de exclamações confere expressividade à fala do personagem.

As alternativas (a), (b), (c) e (e) estão corretas, já que analisam adequadamente os sentidos ex-
pressos pelos recursos linguísticos e não linguísticos presentes na charge. Na alternativa (d), di-
ferentemente, notamos ser incorreto afirmar que o enunciador da charge é retratado como uma
figura inteligente e equilibrada. O megafone está sendo utilizado incorretamente (está invertido)
e a expressão é de insensatez/falta de juízo (veja a língua de fora e os olhos crispados).
Letra d.

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Já conhecíamos na França a cifra dourada de 3% de déficit público máximo estabelecida pelo


Tratado de Maastricht; descobrimos agora o número fetiche de 14% do PIB para as aposenta-
dorias. Depois de ter servido de argumento contra todo progresso social e econômico durante
trinta anos, a primeira foi questionada pelo próprio Emmanuel Macron – “um debate ultra-
passado”, ele declarou em um flash de lucidez para a revista britânica The Economist (7 nov.
2019). No entanto, o presidente da República, seu governo e seus porta-vozes apressaram-se
em brandir a segunda cifra para a reforma da previdência. O montante das pensões pagas pelo
sistema de distribuição, eles nos garantem, não deve exceder seu nível atual e, portanto, esse
número fatídico. Por que 14%, e não 15% ou 16%? Ninguém sabe.
(Martine Bulard, Fragmentar o coletivo)

050. (INÉDITA/2021) Uma afirmação coerente com as informações apresentadas no texto é:


a) A autora do texto utiliza a cifra dourada de 3% de déficit público máximo como argumento
contra todo o progressso social e econômico na França durante trinta anos.
b) Ao longo do texto, a autora mostra-se crítica à política previdenciária conduzida pelo gover-
no de Emmanuel Macron.
c) A pergunta “Por que 14%, e não 15% ou 16%?” é direcionada à revista britânica The Econo-
mist, a qual estabeleceu os números citados.
d) No terceiro período, o articulador coesivo “No entanto” possui valor concessivo.
e) Na linha 2, a expressão “descobrimos agora” corrobora o que se informa anteriormente.

A postura crítica da autora é observada pela estrutura coesiva, como na sequência adversati-
va introduzida por “no entanto”. Outro recurso que denota postura crítica é o questionamento
lançado ao final do texto (o qual é marcado como não respondido pelo governo (ou qualquer
outro responsável)). Por isso, a alternativa (B) está correta.
Agora vejamos o porquê de as alternativas (A), (C), (D) e (E) estarem erradas:
a) Errada. A autora não utiliza a cifra dourada de de déficit público máximo como argumento
contra todo o progressso social e econômico na França durante trinta anos. Quem utiliza não
é apontado especificamente, como podemos concluir pela leitura do trecho “servido de argu-
mento [por alguém] contra todo progresso social e econômico durante trinta anos”.
c) Errada. A pergunta não é direcionada à revista, sendo na verdade formulada retoricamente
(de modo a engajar o leitor na reflexão proposta).
d) Errada. O articulador coesivo “no entanto” não possui valor concessivo, mas adversativo.
e
 ) Errada. A expressão “descobrimos agora” não corrobora o que se informa anteriormente; na ver-
dade, trata-se de uma indicação de mudança (destacada pela autora) de perspectiva/ponto de vista.
Letra b.

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Bruno Pilastre
Doutor em Linguística pela Universidade de Brasília. É autor de obras didáticas de Língua Portuguesa
(Gramática, Texto, Redação Oficial e Redação Discursiva). Pela Editora Gran Cursos, publicou o “Guia
Prático de Língua Portuguesa” e o “Guia de Redação Discursiva para Concursos”. No Gran Cursos Online,
atua na área de desenvolvimento de materiais didáticos (educação e popularização de C&T/CNPq: http://
lattes.cnpq.br/1396654209681297).

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