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INTERPRETAÇÃO DE

TEXTO
Caderno de Questões de Texto –
Cesgranrio

SISTEMA DE ENSINO

Livro Eletrônico
INTERPRETAÇÃO DE TEXTO
Caderno de Questões de Texto – Cesgranrio
Bruno Pilastre

Sumário
Apresentação. . .................................................................................................................................. 3
Caderno de Questões de Texto – Cesgranrio............................................................................. 4
Gabarito............................................................................................................................................ 29

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INTERPRETAÇÃO DE TEXTO
Caderno de Questões de Texto – Cesgranrio
Bruno Pilastre

Apresentação
Olá! Preparado(a) para resolver questões de Texto da banca CESGRANRIO? Espero que sim!
Bom, vamos direto ao ponto: nesta breve apresentação, destacarei o padrão de abordagem
do conteúdo de Texto nas provas mais recentes da CESGRANRIO.
O padrão geral da prova é este: as duas primeiras questões são de Interpretação de texto;
as demais questões são de gramática (com uma questão ou outra de semântica/coesão entre
as questões de gramática). Essa sequência é apenas uma constatação: analisando as provas
anteriores, é assim que a prova se estrutura. Sobre o tipo de texto abordado pela banca, predo-
mina o verbal (jornalísticos e literários).
Os conteúdos mais abordados são estes:
• 1. compreensão de informações explícitas no texto (isto é, não se exige do candidato a
realização de inferências muito complexas);
• 2. significação contextual das palavras (sinonímia, principalmente);
• 3. Coesão sequencial (valor semântico dos pronomes) e referencial (pronomes).

Bom, temos agora um panorama geral. Agora é partir para a resolução das questões.
Ah, já ia me esquecendo: preciso te lembrar que o Gran Cursos oferece um ótimo espaço
de diálogo entre nós: o Fórum de Dúvidas. Nele, você pode registrar uma dúvida, um pedido
de esclarecimento, uma observação etc. Faça uso dessa ferramenta, ok? Faça também uso do
espaço de Avaliação do material, apresentando seu elogio/crítica/sugestão. Eu sempre ouço
as suas demandas.
Bom, agora é praticar!
Aos trabalhos, então!

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CADERNO DE QUESTÕES DE TEXTO – CESGRANRIO


Projetos urbanísticos, patrimônios e conflitos
O Porto do Rio – Plano de Recuperação e Revitalização da Região Portuária do Rio de Ja-
neiro foi divulgado pela Prefeitura em 2001 e concentrou diferentes projetos, visando a incen-
tivar o desenvolvimento habitacional, econômico e turístico dos bairros portuários da Saúde,
Gamboa e Santo Cristo. Em meados de 2007, quando se iniciou esse estudo sobre o Plano e
seus efeitos sociais, a Zona Portuária já passava por um rápido processo de ressignificação
perante a cidade: nos imaginários construídos pelas diferentes mídias, não era mais associada
apenas à prostituição, ao tráfico de drogas e às habitações “favelizadas”, despontando narrati-
vas que positivavam alguns de seus espaços, habitantes e “patrimônios culturais”.
Dentro do amplo território portuário, os planejadores urbanos que idealizaram o Plano Por-
to do Rio haviam concentrado investimentos simbólicos e materiais nos arredores da praça
Mauá, situada na convergência do bairro da Saúde com a avenida Rio Branco, via do Centro da
cidade ocupada por estabelecimentos financeiros e comerciais.
(GUIMARÃES, R. A utopia da pequena África. Rio de Janeiro: FGV, 2014, p. 16-7. Adaptado.)

001. (CESGRANRIO/UNIRIO/ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO/2019) Segundo o texto


precedente, a Zona Portuária, até o início do século XXI, era vista como:
a) uma área desvalorizada social e urbanisticamente.
b) uma mancha no cenário carioca de belezas naturais.
c) uma região cercada de arranha-céus.
d) um reduto dominado pelo crime organizado.
e) um bairro histórico com poucas áreas habitáveis.

No final do primeiro parágrafo, lemos que “nos imaginários construídos pelas diferentes mí-
dias, não era mais associada apenas à prostituição, ao tráfico de drogas e às habitações ‘fave-
lizadas’”. Esse retrato mostra que a Zona Portuária, até o início do século XXI, era vista como:
uma área desvalorizada social e urbanisticamente (alternativa a). Não se fala em “mancha no
cenário carioca”, “região cercada de arranha-céus”, “reduto dominado pelo crime organizado”
ou “bairro histórico com poucas áreas habitáveis”.
Letra a.

002. (CESGRANRIO/UNIRIO/ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO/2019) Considere a seguin-


te passagem do texto precedente: “não era mais associada apenas à prostituição” (l. 679).
O valor contextual da palavra mais, empregada nesse trecho, está presente na seguinte
reescritura:
a) ainda não era associada
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b) também não era associada


c) já não era associada
d) não era mesmo associada
e) não era bem associada

Segundo o Dicionário Houaiss (2009), o vocábulo “mais” será advérbio quando significar “já”,
“agora” frases negativas: “não chove mais” > “já não chove”/”agora não chove”. Assim, a alter-
nativa c reescreve corretamente o sentido da forma “mais”: não não era associada. Por isso, as
demais alternativas estão incorretas.
Letra c.

003. (CESGRANRIO/UNIRIO/ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO/2019) Considere a seguin-


te passagem do texto precedente: “a avenida Rio Branco, via do Centro da cidade ocupada por
estabelecimentos financeiros e comerciais.”
A palavra que tem mesmo sentido e classe gramatical de via no trecho original está destacada em:
a) Esta estrada é a melhor via para chegar a São Paulo.
b) Eu te aviso via e-mail.
c) Antigamente você via muita TV em minha casa.
d) A segunda via do documento é sua.
e) O jogo será transmitido via satélite

O sentido contextual do vocábulo “via” no trecho em análise é “caminho que parte de um ponto
conduzindo a outro ponto”; mais especificamente, o sentido é “obra viária que se estende ligan-
do localidades, urbanas ou interurbanas, destinada ao trânsito de veículos e/ou pedestres”. O
mesmo sentido está em (a): “Esta estrada é a melhor via para chegar a São Paulo”. Nas demais
alternativas, o sentido é distinto: valor preposicional em (b) e (e); valor de “exemplar/cópia” em
(d); forma verbal (verbo “ver”) em (c).
Letra a.

Serviu suas famosas bebidas para Vinicius, Carybé e Pelé

Os pedaços de coco in natura são colocados no liquidificador e triturados. O líquido resul-


tante é coado com uma peneira de palha e recolocado no aparelho, onde é batido com açúcar
e leite condensado. Ao fim, adiciona-se aguardente.
A receita de Diolino Gomes Damasceno, ditada à Folha por seu filho Otaviano, parece tri-
vial, mas a conhecida batida de coco resultante não é. Afinal, não é possível que uma bebida
qualquer tenha encantado um time formado por Jorge Amado (diabético, tomava sem açúcar),
Pierre Verger, Carybé, Mussum, João Ubaldo Ribeiro, Angela Rô Rô, Wando, Vinicius de Moraes
e Pelé (tomava dentro do carro).

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Baiano nascido em 1931 na cidade de Ipecaetá, interior do estado, Diolino abriu seu primei-
ro estabelecimento em 1968, no bairro do Rio Vermelho, reduto boêmio de Salvador. Localiza-
do em uma garagem, ganhou o nome de MiniBar.
A batida de limão – feita com cachaça, suco de limão galego, mel de abelha de primeiríssi-
ma qualidade e açúcar refinado, segundo o escritor Ubaldo Marques Porto Filho – chamava a
atenção dos homens, mas Diolino deu por falta das mulheres da época. É que elas não queriam
ser vistas bebendo em público, e então arranjavam alguém para comprar as batidas e bebiam
dentro do automóvel.
Diolino bolou então o sistema de atendimento direto aos veículos, em que os garçons iam
até os carros que apenas encostavam e saíam em disparada. A novidade alavancou a fama do
bar. No auge, chegou a produzir 6.000 litros de batida por mês.
(SETO, G. Folha de S.Paulo. Caderno “Cotidiano”. 17 maio 2019, p. B2. Adaptado.)

004. (CESGRANRIO/UNIRIO/ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO/2019) O texto preceden-


te diz que o principal motivo do sucesso da vendagem no estabelecimento de Diolino Da-
masceno foi:
a) a receita secreta de sua batida de limão.
b) seu jeito peculiar de combinar os ingredientes.
c) a clientela de grandes nomes da cultura e do esporte.
d) fazer uma bebida que podia ser ingerida por diabéticos.
e) o sistema original de atendimento direto aos veículos.

Nos dois últimos parágrafos, podemos ler que o principal motivo do sucesso da vendagem no
estabelecimento de Diolino Damasceno foi o sistema original de atendimento direto aos veí-
culos (“em que os garçons iam até os carros que apenas encostavam e saíam em disparada.
A novidade alavancou a fama do bar”). Essa informação pode ser conferida pela leitura direta
do texto, sem necessidade de inferências mais complexas. As demais alternativas estão incor-
retas, porque não constituem o motivo central do sucesso da vendagem no estabelecimento.
Letra e.

Beira-mar

Quase fim de longa tarde de verão. Beira do mar no Aterro do Flamengo próximo ao Morro
da Viúva, frente para o Pão de Açúcar. Com preguiça, o sol começava a esconder-se atrás dos
edifícios. Parecia resistir ao chamado da noite. Nas pedras do quebra-mar caniços de pesca
moviam-se devagar, ao lento vai e vem do calmo mar de verão. Cercados por quatro ou cinco
pescadores de trajes simples ou ordinários, e toscas sandálias de dedo.
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Bermuda bege de fino brim, tênis e camisa polo de marcas célebres, Ricardo deixara o
carro em estacionamento de restaurante nas imediações. Nunca fisgara peixe ali. Olhado com
desconfiança. Intruso. Bolsa a tiracolo, balde e vara de dois metros na mão. A boa técnica
ensina que o caniço deve ter no máximo dois metros e oitenta centímetros para a chamada
pesca de molhes, nome sofisticado para quebra-mar. Ponta de agulha metálica para transmitir
à mão do pescador maior sensibilidade à fisgada do peixe. É preciso conhecimento de juiz para
enganar peixes.
A uma dezena de metros, olhos curiosos viam o intruso montar o caniço. Abriu a bolsa de
utensílios. Entre vários rolos de linha, selecionou os de espessura entre quinze e dezoito centé-
simos de milímetro, ainda fiel à boa técnica.
– Na nossa profissão vivemos sempre preocupados e tensos: abertura do mercado,
sobe e desce das cotações, situação financeira de cada país mundo afora. Poucas coisas
na vida relaxam mais do que pescaria, cheiro de mar trazido pela brisa, e a paisagem maríti-
ma – costuma confessar Ricardo na roda dos colegas da financeira onde trabalha.
(LOPES, L. Nós do Brasil. Rio de Janeiro: Ponteio, 2015, p. 101. Adaptado.)

005. (CESGRANRIO/UNIRIO/ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO/2019) A leitura atenta do


texto precedente mostra que Ricardo:
a) trabalhava no setor de financiamento de material de pesca.
b) dava pouca importância aos pescadores simples do quebra-mar.
c) praticava a pesca por diletantismo nas horas de folga ou de lazer.
d) era um assíduo frequentador da beira do mar no Aterro do Flamengo.
e) dava mais importância ao ritual de preparação para a pescaria do que ao esporte.

Para responder corretamente esta questão, é preciso conhecer o vocábulo “diletantismo”, que
significa “dedicação a uma arte ou ofício exclusivamente por prazer”. Pela leitura do texto (e
especialmente do último parágrafo), percebe-se que Ricardo praticava a pesca por diletantis-
mo nas horas de folga ou de lazer. Seu ofício principal era atuar no mercado financeiro. Pela
leitura do texto, não se pode afirmar o que está expresso em (a), (b), (d) ou (e). Essas alternati-
vas ou extrapolam ou reduzem o que se diz no texto.
Letra c.

006. (CESGRANRIO/UNIRIO/ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO/2019) No seguinte trecho


do texto precedente, a inversão das palavras, proposta entre colchetes, acarreta alteração
semântica:
a) longa tarde de verão (l. 1) [tarde longa de verão]
b) trajes simples ou ordinários (l. 5) [trajes ordinários ou simples]
c) maior sensibilidade à fisgada (l. 11) [sensibilidade maior à fisgada]
d) sempre preocupados e tensos (l. 16) [preocupados e sempre tensos]
e) costuma confessar Ricardo (l. 19) [Ricardo costuma confessar.]

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Em (d), a mudança da posição do termo “sempre” modifica os sentidos: o “sempre” modifica


originalmente os termos “preocupados” e “tensos”; na reescrita, o “sempre” passa a modificar
apenas “tensos” (e eles não estão mais “sempre preocupados”). Nas outras alternativas, a mu-
dança de ordem não gera alteração de sentido.
Letra d.

Mobilidade e acessibilidade desafiam cidades

A população do mundo chegou, em 2011, à marca oficial de 7 bilhões de pessoas. Desse


total, parte cada vez maior vive nas cidades: em 2010, esse contingente superou os 50% dos
habitantes do planeta, e até 2050 prevê-se que mais de dois terços da população mundial
será urbana.
No Brasil, a população urbana já representa 84,4% do total, de acordo com o Censo 2010.
É preciso, então, que questões de mobilidade e acessibilidade urbana passem a ser discutidas.
No passado, a noção de mobilidade era estreitamente ligada ao automóvel. Hoje, como
resultado, os moradores de grande maioria das cidades brasileiras lidam diariamente com con-
gestionamentos insuportáveis, que causam enormes perdas. Isso, sem falar no alto índice de
mortes em vias urbanas do país. Depreendemos daí que a dependência do automóvel como
meio de transporte é um fator que impede a mobilidade urbana.
É importante investir em infraestrutura pedestre, cicloviária e em sistemas mais eficazes e
adequados de ônibus. Ao mesmo tempo, podemos desenvolver cidades mais acessíveis, onde
a maior parte dos serviços esteja próxima às moradias e haja opções de transporte não moto-
rizado para nos locomovermos.
(BROADUS, V. Portal Mobilize Brasil. 16 jul. 2012. Disponível em: <http://www.mobilize.org.br/noticia/2419/
mobilidade-acessibilidade-e-deficiencias-fi sicas.html>. Acesso em: 9 jul. 2018. Adaptado.)

Glossário:
Mobilidade urbana – É a facilidade de locomoção das entre as diferentes zonas de uma cidade.
Acessibilidade urbana – É a garantia de condições às pessoas portadoras de deficiência ou
com mobilidade reduzida, para a utilização, com segurança e autonomia, dos espaços públicos.

007. (CESGRANRIO/LIQUIGÁS/ASSISTENTE ADMINISTRATIVO/2018) No segundo pará-


grafo, o texto defende a necessidade de discutir questões relativas à mobilidade urbana.
Antes disso, o texto refere-se à
a) ampliação da população urbana mundial
b) diminuição da distância entre casa e trabalho
c) imobilidade urbana causada pelo automóvel
d) importância do investimento em infraestrutura
e) paralisação do trânsito das grandes cidades

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Como a questão faz referência apenas ao segundo parágrafo e diz “antes disso”, devemos
observar o primeiro parágrafo. Nele, lemos a informação de que houve uma “ampliação da po-
pulação urbana mundial” (que, inclusive, tende a aumentar no futuro) – e por isso a alternativa
(a) está correta (e as demais alternativas, incorretas).
Letra a.

008. (CESGRANRIO/LIQUIGÁS/ASSISTENTE ADMINISTRATIVO/2018) O quarto parágrafo


do texto aborda
a) a frequência dos congestionamentos
b) as propostas de melhoria da mobilidade
c) o aumento da população mundial
d) o índice de mortes nas vias urbanas
e) os problemas de mobilidade no Brasil

No quarto e último parágrafos, o autor do texto aborda as propostas de melhoria da mobilida-


de: “investir em infraestrutura pedestre, cicloviária e em sistemas mais eficazes e adequados
de ônibus; cidades mais acessíveis”. Não se fala em frequência de congestionamentos, au-
mento da população mundial, índice de mortes nas vias urbanas ou os problemas de mobilida-
de (fala-se, na verdade, sobre soluções).
Letra b.

009. (CESGRANRIO/LIQUIGÁS/ASSISTENTE ADMINISTRATIVO/2018) No trecho “É preciso,


então, que questões de mobilidade e acessibilidade urbana passem a ser discutidas” (l. 6), a
palavra destacada pode ser substituída, sem prejuízo do sentido, por:
a) embora
b) para que
c) porque
d) portanto
e) se bem que

O vocábulo “então” pode ser substituído por “portanto”, pois ambos são conclusivos. “Se bem
que” é ressalva; “embora” é concessivo; “para que” é final; “porque” é explicativo (ou causal).
Letra d.

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010. (CESGRANRIO/LIQUIGÁS/ASSISTENTE ADMINISTRATIVO/2018) No trecho “Depreen-


demos daí que a dependência do automóvel como meio de transporte é um fator que impede”
(l. 10-11), a palavra em destaque pode ser substituída, sem prejuízo do sentido, por:
a) Aprendemos
b) Concluímos
c) Destacamos
d) Discutimos
e) Prevemos

O vocábulo “depreender” é sinônimo de “concluímos” (isto é, uma pode substituir a outra). O


sentido é equivalente a “tirar por conclusão, chegar à conclusão de; inferir, deduzir”.
Letra b.

011. (CESGRANRIO/LIQUIGÁS/ASSISTENTE ADMINISTRATIVO/2018) No trecho “é um fa-


tor que impede a mobilidade urbana” (l. 11), o verbo que expressa o sentido contrário ao da
palavra destacada é:
a) fechar
b) prender
c) facilitar
d) atrapalhar
e) interromper

Por “expressa o contrário”, devemos entender: é ANTÔNIMO de. O contrário de “impedir” é “fa-
cilitar” (segundo o Dicionário Houaiss, também são antônimos de “impedir” as palavras “con-
sentir”, “deixar” e “desimpedir”).
Letra c.

O futuro das cidades

Em artigo publicado na imprensa brasileira, o representante regional para a América do Sul


do Escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos disse que
um dos principais desafios da humanidade atualmente é construir centros urbanos onde haja
convivência sem discriminação.
Segundo ele, é preciso definir uma agenda urbana global porque, em 2050, 75% da popula-
ção mundial estará concentrada nas cidades e boa parte dessa população viverá constrita em
bairros marginais, sem condições mínimas de vida.

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Embora a cúpula da ONU sobre moradia e urbanismo, Istambul, 1996, tenha apresentado
uma visão de cidades sustentáveis, ela fracassou ao não ter integrado uma perspectiva de di-
reitos humanos. Portanto, os compromissos assumidos na ocasião viraram letra morta.
Duas décadas mais tarde, face a uma enorme desigualdade, os direitos humanos voltam
à discussão. Desta vez, os estados têm a responsabilidade histórica de mostrar seu compro-
misso na matéria. Para atingir esse objetivo, é preciso definir normas de direitos humanos e
princípios de participação, transparência e prestação de contas, bem como não discriminação
e respeito à diversidade. Só assim seremos capazes de planejar espaços em que as pessoas
desfrutem do direito a viver sem discriminação, sejam homens, mulheres, crianças, jovens,
idosos, migrantes, indígenas, afrodescendentes, LGBTI, com deficiência e outros.
Por conseguinte, é preciso projetar cidades seguras, em que a ordem e a segurança cidadã con-
vivam com a liberdade de expressão e a manifestação pacífica; e em que seja possível convergir
em atividades sociais e culturais sem suspeição ou susceptibilidade a políticas de limpeza social.
Aproveitando o impulso, os governos da América do Sul devem assumir o compromisso de
construir as cidades do futuro onde seus povos vivam livres de penúrias e possamos exercer
nossos direitos em igualdade de condições. Só assim seremos capazes de alcançar o maior
objetivo da Agenda 2030: não deixar ninguém para trás.
(INCALCATERRA, Amerigo. 29 set. 2016. ONUBR. Nações Unidas do Brasil. Disponível em: https://nacoesuni-
das.org/artigo-o-futu-ro-das-cidades. Acesso em: 10 fev. 2018. Adaptado.)

012. (CESGRANRIO/PETROBRAS/TÉCNICO/2018) No trecho “um dos principais desafios da


humanidade atualmente é construir centros urbanos onde haja convivência sem discrimina-
ção” (l. 3-4), o pronome relativo onde foi utilizado de acordo com as exigências da norma-pa-
drão da língua portuguesa. Isso ocorre também em:
a) É necessário garantir respeito à diversidade em todos os espaços onde haja necessidade de
convívio social.
b) Todas as questões onde a diversidade de modelos de cidades foi analisada mostraram a
necessidade de atingir a sustentabilidade.
c) O século XXI, de acordo com as propostas da ONU, utilizará modelos inovadores onde o
planejamento dos espaços respeitará a diversidade.
d) Os cientistas debatem ideias onde se evidencia que a cidade do futuro será inadequada à
vida humana.
e) Os países assinaram vários tratados para aprovarem propostas onde estejam detalhadas as
características das cidades do futuro.

A forma pronominal “onde” é locativa: faz referência a lugar. Em (a), temos exatamente esse uso:
“os espaços onde”. Nas demais alternativas, a forma pronominal está sendo empregada incorre-
tamente, pois não faz referência a um termo locativo: questões; modelos; ideias; propostas.
Letra a.

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013. (CESGRANRIO/PETROBRAS/TÉCNICO/2018) O trecho do texto em que se estabelece


uma relação lógica de oposição entre as ideias, marcada pela presença da palavra ou expres-
são destacada, é:
a) “Segundo ele, é preciso definir uma agenda urbana global porque, em 2050, 75% da popula-
ção mundial estará concentrada nas cidades” (l. 6-6)
b) “Embora a cúpula da ONU sobre moradia e urbanismo, Istambul, 1996, tenha apresentado
uma visão de cidades sustentáveis, ela fracassou” (l. 8-9)
c) “Portanto, os compromissos assumidos na ocasião viraram letra morta.” (l. 10)
d) “Para atingir esse objetivo, é preciso definir normas de direitos humanos e princípios de par-
ticipação, transparência e prestação de contas” (l. 13-14)
e) “Por conseguinte, é preciso projetar cidades seguras, em que a ordem e a segurança cidadã
convivam com a liberdade de expressão e a manifestação pacífica” (l. 18-19)

O vocábulo que denota oposição (adversão) está presente em (b): “embora”. Lembre-se: a con-
junção “embora” é concessiva. Na concessão (para a banca), há uma espécie de oposição par-
cial, o que permite essa classificação. Nas demais alternativas, as palavras são: (a) explicativa;
(c) conclusiva; (d) final; (e) consequência/consecutiva.
Letra b.

“Guerra” virtual pela informação

A internet quebrou a rígida centralização no fluxo mundial de dados, criando uma situação
inédita na história recente. As principais potências econômicas e militares do planeta deci-
diram partir para a ação ao perceberem que seus segredos começam a ser divulgados com
facilidade e frequência nunca vistas antes.
As mais recentes iniciativas no terreno da espionagem virtual mostram que o essencial é
o controle da informação disponível no mundo - não mais guardar segredos, mas saber o que
os outros sabem ou podem vir a saber. Os estrategistas em guerra cibernética sabem que a
possibilidade de vazamentos de informações sigilosas é cada vez maior e eles tendem a se
tornar rotineiros.
A datificação, processo de transformação em dados de tudo o que conhecemos, aumentou
de forma vertiginosa o acervo mundial de informações. Diariamente circulam na web pouco
mais de 1,8 mil petabytes de dados (um petabyte equivale a 1,04 milhão de gigabytes), dos
quais é possível monitorar apenas 29 petabytes.
Pode parecer muito pouco, mas é um volume equivalente a 400 vezes o total de páginas
web indexadas diariamente pelo Google e 156 vezes o total de vídeos adicionados ao YouTube
a cada 24 horas.

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Como não é viável exercer um controle material sobre o fluxo de dados na internet, os
centros mundiais de poder optaram pelo desenvolvimento de uma batalha pela informação. O
manejo dos grandes dados permite estabelecer correlações entre fatos, dados e eventos, com
amplitude e rapidez impossíveis de serem alcançados até agora.
Como tudo o que fazemos diariamente é transformado em dados pelo nosso banco, pelo
correio eletrônico, pelo Facebook, pelo cartão de crédito etc., já somos passíveis de monito-
ração em tempo real, em caráter permanente. São esses dados que alimentam os softwares
analíticos que produzem correlações que servem de base para decisões estratégicas.
(CASTILHO, Carlos. Observatório da imprensa. 21 ago. 2013. Disponível em:http://observatoriodaimprensa.
com.br/codi-go-aberto/quando-saber-o-que-os-espioes-sabem-gera-uma--guerra-virtual-pela-informa-
cao/. Acesso em: 29 fev. 2018. Adaptado.)

014. (CESGRANRIO/TRANSPETRO/TÉCNICO/2018) No trecho “A datificação, processo de


transformação em dados de tudo o que conhecemos, aumentou de forma vertiginosa o acer-
vo mundial de informações” (l. 10-11), a palavra que apresenta o sentido contrário ao de
vertiginosa é:
a) hesitante
b) indecisa
c) perplexa
d) vacilante
e) vagarosa

Por “sentido contrário”, devemos entender “ANTÔNIMO”. No trecho em análise, o sentido de


“vertiginoso” é “que ocorre com intensidade e muito depressa”. Com isso, o antônimo de “ver-
tiginosa” é “vagarosa”. Pronto, temos a alternativa (a) como correta.
Letra e.

015. (CESGRANRIO/TRANSPETRO/TÉCNICO/2018) No trecho “Como tudo o que fazemos


diariamente é transformado em dados pelo nosso banco, pelo correio eletrônico, pelo Fa-
cebook, pelo cartão de crédito, etc., Já somos passíveis de monitoração em tempo real, em
caráter permanente” (l. 21-23), a palavra monitoração pode ser substituída, sem prejuízo do
sentido, por
a) comprovação
b) demonstração
c) esclarecimento
d) rastreamento
e) recuperação

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INTERPRETAÇÃO DE TEXTO
Caderno de Questões de Texto – Cesgranrio
Bruno Pilastre

Temos aqui uma questão de sinonímia: o sinônimo de “monitoração” é “rastreamento” (segun-


do o Dicionário Houaiss, “monitorar” e “rastrear” são sinônimos.
Letra d.

Quino, o mestre da tira

Como se não fosse feito de carne e músculos, e sim de serenidade e graça – com um pou-
co de respiração –, a mão se move, e o lápis que ela segura deixa um rastro preto, um risco
que parece ser – e é – o cabelo de alguém. A mão, como se mal roçasse o papel, desenha a
testa, o nariz, a boca e dois dentes enormes. A orelha, o pescoço, um olho. Finalmente, traça
uma linha diminuta que transforma a expressão do rosto, até então oca, em um sorriso aberto.
É agosto de 2009. No estúdio de uma rádio em Buenos Aires, ao final de um programa em que
foi entrevistado, o argentino Joaquín Salvador Lavado, o Quino, desenha Felipe, um dos perso-
nagens da sua tira Mafalda. A mão – a mão dele – não se deteve, não hesitou nem uma só vez:
uma criatura com vontade própria que, com o ritmo constante da água do mar, desenhou esse
rosto com movimentos que brotam, iguais entre si, há mais de setenta anos. Agora, em 2014,
essa dança líquida sobre o papel é algo que Quino já não faz mais. A mão responde, mas ele
já não a vê.
– Ah, você já vai, que sorte.
Alicia Colombo tem o cabelo grisalho, curto e volumoso. Usa saia e blusa muito escuras, e
uma faixa larga que ajuda a prender a roupa.
– Não, Alicia. Acabei de chegar.
– Ah – diz ela, simulando frustração. – Eu achei que você estava indo embora e disse: “Que
bom, que entrevista mais curtinha”.
São 15h30 de uma tarde de setembro em Buenos Aires. O apartamento onde Quino e sua
mulher, Alicia Colombo, vivem há anos é grande, mas não enorme; prolixo, mas não luxuoso.
Fica no Bairro Norte, a poucos metros da avenida Santa Fé. Sobre a mesa da sala há camisas e
suéteres recém-passados, e o espaço parece pequeno, repleto de móveis: várias cadeiras, um
par de poltronas, uma mesa baixa, uma estante de livros, uma cristaleira com louças antigas.
– Você viu essas cadeiras? – pergunta Alicia. – Compramos de um senhor, o sr. Gentile.
Havia comprado todos os móveis de uma confeitaria e os vendia. Nós as cortamos um pouco,
porque eram muito altas.
Quino, 82 anos, se senta sob a luz branca que entra pela janela, onde posa para as fotos.
– Luz, luz – diz. – Como Goethe, que antes de morrer pediu: “Luz, mais luz”.
Usa um suéter escuro, jeans e os óculos de sempre, bifocais, que exageram o tamanho de
seus olhos.

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INTERPRETAÇÃO DE TEXTO
Caderno de Questões de Texto – Cesgranrio
Bruno Pilastre

– Temos uma cadeira de balanço – prossegue Alicia. – Compramos numa casa de leilões
que ficava no centro, e nós morávamos em Caballito, a 70 quadras. Como não tínhamos grana
para um frete, levamos a cadeira andando, um braço cada um.
– Caminharam 70 quadras com a cadeira de balanço pendurada no braço?
– É que era 1960, estávamos recém-casados. Sabe o que acontece? A gente não tinha grana.
Quino e Alicia Colombo estão juntos há 54 anos. Ela, doutora em Química, trabalhava na
Comissão Nacional de Energia Atômica, mas deixou o cargo porque o trajeto de ônibus a partir
de um bairro para onde se mudaram começou a demorar demais. Desde então, trabalha como
agente do marido. Quino é envolvido pela luz que entra pela janela em uma brancura irreal e faz
o cabelo crepitar sobre suas têmporas. Fala com gula sobre cinema, ópera, teatro: de tudo que
foi ver nas últimas semanas. Ao final da sessão de fotos, se levanta e caminha até o elevador
para se despedir da fotógrafa, que lhe pergunta pelo Prêmio Príncipe de Astúrias concedido a
ele em 2014, na categoria Comunicação e Humanidades.
– Eu gostaria que ele me fosse entregue por Leonor, a princesinha das Astúrias – diz.
(GUERRIERO, Leila. El País. 19.10.2014)

016. (INÉDITA/2021) Informe se é verdadeiro (V) ou falso (F) o que se afirma a seguir e assinale
a alternativa com a sequência correta.

 (  ) no primeiro parágrafo do texto, predominam elementos descritivos e narrativos, os


quais introduzem Joaquín Salvador Lavado e sua arte.
(  ) a expressão “fala com gula sobre cinema, ópera, teatro” está sendo empregada em
sentido literal.
(  ) Ao longo do texto, a autora recorre a diversas expressões temporais, as quais situam o
leitor em relação à época e à sequência dos eventos narrados.

a) V – F – V
b) F – V – F
c) F – F – F
d) V – V – V
e) F – F – V

Apenas a segunda afirmativa é falsa, levando à sequência V – F – V (alternativa (a)). Vejamos o


porquê do erro: a expressão “fala com gula sobre cinema, ópera, teatro” está sendo empregada
não em sentido literal, mas em sentido figurado. No trecho em que ocorre, “gula” não significa
“vício de comer e beber em excesso” ou “atração irresistível por doces e iguarias”. O sentido,
por derivação, é “desejo ardente”. As demais sequências, então, estão incorretas (alternativas
(b), (c), (d) e (e)).
Letra a.

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Caderno de Questões de Texto – Cesgranrio
Bruno Pilastre

017. (INÉDITA/2021) Assinale a alternativa em que o termo destacado expressa a noção se-
mântica de localização.
a) Finalmente, traça uma linha diminuta que transforma a expressão do rosto, até então oca,
em um sorriso aberto.
b) Quino, 82 anos, se senta sob a luz branca que entra pela janela, onde posa para as fotos.
c) Como não tínhamos grana para um frete, levamos a cadeira andando, um braço cada um.
d) A mão responde, mas ele já não a vê.
e) Compramos numa casa de leilões que ficava no centro, e nós morávamos em Caballito, a
70 quadras.

A semântica de localização está expressa em “onde”, no trecho “Quino, 82 anos, se senta sob a
luz branca que entra pela janela, onde posa para as fotos.” (alternativa b). Nas demais expres-
sões, temos outros valores: (a) “até então” = limite temporal; (c) “como” = causa; (d) “mas” =
adversidade; (e) “a” = distância.
Letra d.

018. (QUESTÃO INÉDITA/2021) Assinale a alternativa que apresenta uma função do texto
precedente.
a) instruir o leitor sobre como desenhar.
b) argumentar a favor da importância de Quino para a cultura argentina.
c) traçar um perfil da vida e da obra de Quino por meio de descrições e narrações sobre eventos
cotidianos.
d) expor fatos e dados sobre a obra de Quino.
e) descrever e narrar as ações de Alicia Colombo, esposa de Quino.

A função central do texto é traçar um perfil da vida e da obra de Quino por meio de descrições
e narrações sobre eventos cotidianos, como corretamente analisado pela alternativa (c). A no-
ção de “função” é importante, e deve ser lida como “função central, principal”: nela, você deve
se perguntar algo como “por que o texto foi produzido?”. A resposta certamente não será (a)
“instruir o leitor sobre como desenhar”, (b) “argumentar a favor da importância de Quino para a
cultura argentina, (d) “expor fatos e dados sobre a obra de Quino” ou (e) “descrever e narrar as
ações de Alicia Colombo, esposa de Quino”.
Letra c.

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Caderno de Questões de Texto – Cesgranrio
Bruno Pilastre

Legislativo já debate o fim da estabilidade

É imprescindível a modernização administrativa do Estado na sequência da reforma da


Previdência. Governo, Câmara e Senado se mobilizam na preparação de projetos, aparente-
mente convergentes, sobre reestruturação de cargos, redução do número de funções de con-
fiança, adoção de critérios de mérito nas carreiras e, também, revisão da estabilidade no em-
prego público.
Na semana passada, a Comissão de Assuntos Sociais remeteu ao plenário do Senado,
para decisão urgente, um projeto de lei complementar instituindo a avaliação periódica e obri-
gatória de desempenho para os servidores nos três Poderes.
Depois de três décadas, pretende-se regulamentar um artigo (n. 41) da Constituição. Ele
estabelece como condição obrigatória a avaliação de mérito no desempenho de servidores,
para admissão ou demissão.
Pelas projeções oficiais, no ano que vem o país deverá somar quase 12 milhões de funcio-
nários nas administrações federal, estadual e municipal – essa conta não inclui os emprega-
dos de empresas públicas e autarquias. Hoje são 6,7 milhões nas prefeituras, 3,7 milhões nos
governos estaduais e 1,2 milhão na União.
A expansão do emprego público nas últimas três décadas foi mais acentuada nos municí-
pios, por efeito da concentração de serviços de educação e saúde nas prefeituras, áreas que
absorvem 40% da folha salarial. No conjunto, o setor público remunera seus empregados em
média 50% acima do setor privado. Não há, porém, qualquer garantia de contrapartida ao con-
tribuinte em padrão mínimo de qualidade e eficiência nos serviços (caros) que são prestados.
A maioria dos estados e municípios está em virtual falência, com excesso de pessoal ativo
em áreas intermediárias da burocracia. Os gastos com pessoal extrapolam todos os limites
legais e consomem recursos que deveriam ser destinados às atividades essenciais, como saú-
de, educação e segurança. O lobby das corporações do funcionalismo, no entanto, construiu
uma muralha jurídica que impede demissões até por inoperância no setor público.
Assim, servidores concursados, com estabilidade garantida após três anos, só perdem o
cargo mediante infindável processo administrativo ou por sentença judicial transitada em jul-
gado. A Constituição prevê ainda outra possibilidade, a da avaliação de mérito, mas até hoje
isso não foi regulamentado.
A premissa corporativa de que é inequívoca a alta qualificação do serviço público sim-
plesmente não corresponde aos fatos. Não há aferição e reconhecimento de mérito na car-
reira, por isso não se distingue o funcionário de desempenho sofrível, que custa em dobro ao
contribuinte.
É preciso cumprir a Constituição, que impõe parâmetros de produtividade e qualidade ao
funcionalismo. O Senado abriu o debate e deveria avançar, celeremente, em outros aspectos
dessa modernização, fundamental ao Estado brasileiro.
(Editorial. O Globo. 22 jul. 2019)

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019. (INÉDITA/2021) Informe se é verdadeiro (V) ou falso (F) o que se afirma a seguir e assi-
nale a alternativa com a sequência correta.

 (  ) no último período do 5º parágrafo, a expressão “caros”, entre parênteses, expressa um


ponto de vista do enunciador sobre os serviços prestados.
(  ) no último parágrafo do texto, o autor apresenta de maneira explícita uma proposta inter-
ventiva, na qual traz possíveis soluções para a problemática apresentada.
 (  ) para o autor, estados e municípios estão falidos, com excesso de pessoal ativo em áre-
as intermediárias da burocracia.

a) V – F – F
b) V – V – F
c) F – F – V
d) V – V – V
e) F – F – F

Apenas a última afirmativa é falsa: no texto, lemos explicitamente que “A maioria dos estados
e municípios está em virtual falência, com excesso de pessoal ativo em áreas intermediárias
da burocracia.” A afirmativa desconsidera o valor das formas “A maioria” e “em virtual falência”,
o que traz alterações significativas ao que se expressa originalmente no texto. Por isso, a se-
quência correta é V – V – F (alternativa b).
Letra b.

020. (INÉDITA/2021) Observe o termo destacado no período que segue: “O lobby das corpora-
ções do funcionalismo, no entanto, construiu uma muralha jurídica que impede demissões até
por inoperância no setor público”. Tal termo, nesse caso, tem sentido equivalente a
a) fresta.
b) abertura.
c) fenestra.
d) fenda.
e) barreira.

Os termos “fresta” (a), “abertura” (b), “fenestra” (c) e “fenda” (d) possuem sentido contrário à
ideia de “muralha”/”barreira”, tal como adotada no trecho em análise. Assim, é sinônimo de
“muralha” o vocábulo “barreira” (e), já que ambos são utilizados com o sentido de “coisa/estra-
tégia que se utiliza para resguardar algo de algum perigo, de contrariedades etc. ou que inibe,
impede a realização de alguma coisa”.
Letra e.

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Caderno de Questões de Texto – Cesgranrio
Bruno Pilastre

021. (INÉDITA/2021) Com base na tipologia textual e tendo em vista a estrutura e a finalidade
textual, o texto precedente classifica-se como, predominantemente,
a) expositivo.
b) injuntivo.
c) argumentativo.
d) narrativo.
e) descritivo.

O texto analisado é um Editorial, gênero argumentativo por excelência. Nesse tipo de gênero,
o autor (o corpo editorial de um veículo de comunicação) posiciona-se em relação a temáticas
da realidade. No texto, observamos com clareza a apresentação de argumentos e encadea-
mentos lógicos utilizados com vistas ao convencimento do leitor. Por isso, as demais alter-
nativas estão descartadas, pois não predomina (e, em muitos casos, inexiste) exposição (a),
injunção (b), narração (d) ou descrição (e).
Letra c.

Resgatar a utopia da universidade pública

No início do século 20, na Alemanha, ganhava visibilidade e reconhecimento a sociologia


compreensiva de Max Weber, com a qual o autor de A ética protestante e o espírito do capita-
lismo reservava lugar de destaque às subjetividades e às teias de significados nas quais os
homens “se enroscavam”.
Compreender como compreendiam tornou-se uma ferramenta interpretativa fundamental
para analisar o lugar das ideias nos contextos em que são afirmadas as diretrizes dos tempos
que se projetam como “novos” (o novo) e ganham sínteses pretensiosas como “nova era”,
“nova política” e assim por diante.
Dessa rica e atual fortuna crítica recebemos também as referências para compreender a
configuração do “prestígio” como categoria de análise. Em poucas palavras, em determinadas
configurações sociais, o prestígio é afirmado não quando a pessoa ostenta o que tem, mas
quando ostenta que tem aquilo que nem todos têm.
Em relação à universidade pública brasileira, essa conceituação pode nos ajudar a perce-
ber que o prestígio da instituição muitas vezes esteve associado à seletividade decorrente da
escassez de vagas.
Embora em nenhum momento de sua história, que é recente, a universidade pública brasi-
leira contasse apenas com as camadas ricas da população, registrando-se sempre a presença
de personagens de todos os estratos sociais, a escassez de vagas contribuía para que o aces-
so à vaga fosse assimilado socialmente como expressão singular de mobilidade social.

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INTERPRETAÇÃO DE TEXTO
Caderno de Questões de Texto – Cesgranrio
Bruno Pilastre

Em relação ao século 20, a novidade no início do século 21 é que a universidade pública


brasileira, retomando uma frase de Darcy Ribeiro, “tingiu-se de povo”. Os gastos para manter
estruturas com densa produção intelectual no âmbito do ensino, da pesquisa e da extensão
nunca foram de pequeno porte. Mas passaram a ser considerados “inexequíveis”, “insustentá-
veis” e até “irresponsáveis” no momento em que não é mais possível associar a vaga ao “pres-
tígio” de se ter aquilo que somente alguns têm.
No fim da década de 1950 e início dos anos 1960, na cidade de São Paulo, foram escritos
inúmeros editoriais na grande imprensa expondo a preocupação daqueles que “respondiam
pela riqueza nacional” a respeito das propostas de ampliação do acesso ao ensino ginasial
público, o equivalente ao que hoje denominamos ensino médio. Sem meias palavras, afir-
mava-se que a escola pública seria destruída pelo povo se ao povo fosse concedido acesso
“sem custos”.
É bastante usual a referência a uma época de ouro da escola pública, suspirando de sau-
dades por um momento em que a educação pública tinha prestígio porque era de alguns. Era
considerada efetiva quando tinha na seletividade uma de suas bases estruturais.
A ampliação do acesso à universidade pública configurou-se como utopia inclusiva e con-
seguimos, em poucos anos, uma expressiva elevação nos números de matrícula. Esses núme-
ros, se observados com a lupa da análise social, revelam que entraram em cena personagens
altamente improváveis.
As universidades federais brasileiras têm escolas, faculdades e institutos nos quais mais
de 70% dos matriculados têm renda familiar inferior a R$ 1,8 mil. A instituição ganhou quali-
dade, profundidade, diversificação, e tornou-se mais acessível, ainda que lute para concreti-
zar-se como espaço verdadeiramente mais inclusivo. Porém, perdeu prestígio quando se pin-
tou de povo.
Pintada de povo, passou a ser identificada com a instabilidade orçamentária irresponsável
e passou a receber prognósticos sombrios: somente sobreviverá se cobrar mensalidades. É
fundamental enfrentar crises políticas e econômicas preservando os mínimos ganhos inclusi-
vos que essa sociedade escandalosamente desigual conseguiu.
Comparados às reais necessidades, são irrisórios os números da expansão do acesso
à universidade pública no Brasil, mas teremos de defender esse pouco como se fosse tudo,
porque esse pouco corre o risco de ser submetido a irreversível sucateamento. A universidade
pública como utopia inclusiva é patrimônio de nossa juventude. É de todas as classes, raças,
etnias e gêneros.
O país ganhará se reconhecer que essa instituição não precisa voltar a ter prestígio (que é
diferente de reconhecimento). O país precisa aprender com a história e entender que prestígio
é inútil quando a escola se pinta de povo.”
(GIUSEPONE, Gilberto, Gazeta do Povo, 2019)

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INTERPRETAÇÃO DE TEXTO
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022. (INÉDITA/2021) Sobre o texto precedente, assinale a alternativa incorreta


a) No quarto parágrafo, o autor indica que o que foi exposto nos três primeiros parágrafos ser-
virá de base analítica para fundamentar seu ponto de vista sobre o assunto abordado.
b) Ao longo do texto, o autor adota as aspas como recurso argumentativo.
c) No último parágrafo do texto, o autor apresenta explicitamente uma proposta interventiva.
d) Para o autor, os gastos com a universidade pública são insustentáveis e irresponsáveis.
e) Predomina no texto a linguagem formal.

No sexto parágrafo, lemos a seguinte afirmativa do autor: “[os gastos] passaram a ser consi-
derados ‘inexequíveis’, ‘insustentáveis’ e até ‘irresponsáveis’ no momento em que não é mais
possível associar a vaga ao “prestígio” de se ter aquilo que somente alguns têm.”
Vê-se, então, que o autor faz referência (indeterminada) a um discurso que se posiciona dessa
forma. No entanto, ele é contrário a essa percepção (ou discorda dela, como podemos inter-
pretar pela leitura global do texto). É por isso que a alternativa (d) está incorreta.
As demais alternativas estão corretas, pois, de fato: no quarto parágrafo, o autor indica que
o que foi exposto nos três primeiros parágrafos servirá de base analítica para fundamentar
seu ponto de vista sobre o assunto abordado; ao longo do texto, o autor adota as aspas como
recurso argumentativo; no último parágrafo do texto, o autor apresenta explicitamente uma
proposta interventiva; predomina no texto a linguagem formal.
Letra d.

023. (INÉDITA/2021) Quanto aos mecanismos de coesão textual empregados no texto prece-
dente, assinale a alternativa correta.
a) No penúltimo parágrafo, o sujeito da oração “são irrisórios” está elíptico.
b) No último parágrafo, a expressão “essa instituição” retoma “escola ginasial pública”.
c) Em “Dessa rica e atual fortuna crítica” (3º parágrafo), a forma pronominal “dessa” antecipa
uma informação que será apresentada na sequência do texto.
d) A conjunção “embora” (5º parágrafo) introduz uma oração adversativa.
e) Em “Pintada de povo, passou a ser identificada com a instabilidade orçamentária irrespon-
sável e passou a receber prognósticos sombrios” (11º parágrafo), o autor adota a elipse do
sujeito como estratégia para não repetir o referente da forma verbal “passou”.

Vamos aos erros das alternativas:


a) Errada. O sujeito é explícito e está posposto (os números da expansão do acesso à univer-
sidade pública no Brasil).
b) Errada. A expressão “essa instituição” retoma “universidade pública”.
c) Errada. A forma pronominal presente em “dessa” RETOMA uma informação;

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INTERPRETAÇÃO DE TEXTO
Caderno de Questões de Texto – Cesgranrio
Bruno Pilastre

d) Errada. A conjunção “embora”, no trecho em análise, é concessiva.


e) Certa. Realiza uma afirmação correta: no trecho em análise, o autor adota a elipse do sujeito
(isto é, omite a expressão do sujeito) como estratégia para não repetir o referente da forma
verbal “passou”.
Letra e.

024. (INÉDITA/2021) Com base na tipologia textual e tendo em vista a estrutura e a finalidade
textual, o texto precedente classifica-se como, predominantemente,
a) expositivo.
b) argumentativo.
c) injuntivo.
d) descritivo.
e) narrativo

O texto é predominantemente argumentativo. Percebe-se que o autor faz uso de encadeamen-


tos lógicos, expõe dados e cita referenciais teóricos com o objetivo de defender um ponto de
vista. Nesse processo, o autor busca convencer o leitor de que está de posse da razão. Assim,
não há que se falar sobre predominância narrativa, injuntiva, expositiva ou descritiva.
Letra b.

025. (INÉDITA/2021) Em “o prestígio é afirmado não quando a pessoa ostenta o que tem, mas
quando ostenta que tem aquilo que nem todos têm” (3º parágrafo), a expressão em destaque
indica que a oração que vem a seguir é
a) concessiva.
b) aditiva.
c) adversativa.
d) comparativa.
e) alternativa.

A conjunção “mas”, no trecho em análise, introduz uma oração adversativa (a qual se opõe ao
que se expressa na oração anterior). Assim, as demais alternativas devem ser descartadas,
pois apresentam formas coesivas diferentes.
Letra c.

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As portas fechadas da crise

Fileiras de lojas fechadas, com paredes e portas sujas e cobertas de rabiscos, voltaram a
espalhar-se pelo Brasil como símbolos do recrudescimento da crise. O primeiro trimestre, já
nem se discute, foi muito ruim, e as projeções para todo o ano têm piorado seguidamente. Essa
piora reflete a frustração, já nos primeiros meses, de uma recuperação mais firme a partir da
mudança de governo. Uma dessas expectativas era de expansão do comércio varejista. Em
pouco tempo o otimismo encolheu. Nos primeiros três meses, 39 lojas cerradas foram o saldo,
em todo o País, de aberturas e fechamentos de pontos comerciais. O número pode parecer in-
significante, mas indica a interrupção, ou até reversão, de uma tendência iniciada no trimestre
final de 2017. O saldo positivo, no período de outubro a dezembro do ano passado, foi de 4.840
lojas abertas no varejo. Em 2018, primeiro ano, depois da crise, com mais pontos abertos que
fechados, 11 mil unidades foram acrescentadas ao universo varejista.
A previsão para este ano era de 22 mil lojas a mais, disse ao Estado o economista-chefe
da Confederação Nacional do Comércio (CNC), Fábio Bentes. Essa previsão, acrescentou, se
vai derreter, como se têm derretido tantas outras, e ainda há o risco de se fechar o ano com
saldo negativo.
Em países mais prósperos, o fechamento de lojas físicas tem sido em grande parte de-
terminado pela expansão do comércio eletrônico. Compras desse tipo aumentam também
no Brasil, mas o fechamento de lojas físicas tem sido produzido de forma predominante pela
contenção de gastos das famílias.
O Brasil saiu da recessão em 2017 e, depois de dois anos de lenta recuperação, o nível de
atividade continua muito baixo. Segundo algumas estimativas, o Produto Interno Bruto (PIB)
do primeiro trimestre deste ano deve ter sido pouco menor que o dos três meses finais de
2018. O balanço oficial deve ser divulgado nesta semana pelo Instituto Brasileiro de Geografia
e Estatística (IBGE). Positiva ou negativa, a taxa de variação será quase certamente muito pró-
xima de zero.
Não têm surgido sinais de maior dinamismo neste segundo trimestre. Por isso as estima-
tivas para o ano têm piorado. No mercado, a mediana das projeções indica uma expansão de
1,23% para o PIB, em 2019, segundo o último boletim Focus do Banco Central (BC). Quatro
semanas antes essa mediana ainda estava em 1,70%.
Há mais de um mês, portanto, a ideia de uma expansão de 2% quase se esfumaçou. Mes-
mo esse desempenho, se confirmado, seria abaixo de medíocre, quando comparado com os
de outras economias emergentes. A nova mediana é quase igual à da semana anterior, 1,24%.
A diferença, embora muito pequena, é significativa, porque confirma a piora persistente das
expectativas. O crescimento projetado para a indústria se manteve em 1,47% nas duas últimas
sondagens. Há um mês estava em 2%.

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INTERPRETAÇÃO DE TEXTO
Caderno de Questões de Texto – Cesgranrio
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A piora das expectativas em relação à economia brasileira é partilhada entre economistas


do País e do exterior. A estimativa de crescimento do PIB está entre 1% e 1,5%, segundo o
relatório preliminar da equipe do Fundo Monetário Internacional (FMI) recentemente enviada
ao Brasil. Esse tipo de visita é realizado rotineiramente aos países-membros do Fundo, para
avaliação das condições econômicas. Mas há, segundo o relatório, riscos consideráveis de
resultados piores, neste e nos próximos anos.
Choques externos podem afetar as exportações e o câmbio, mas os fatores mais preocu-
pantes são os internos, a começar pelos fiscais. A aprovação da reforma da Previdência será
essencial para a arrumação das contas públicas. O texto menciona uma “robusta reforma”, de
certa forma ecoando o discurso do ministro da Economia, Paulo Guedes.
Outras mudanças, como a do sistema tributário, serão necessárias, segundo a equipe do
FMI, para se alcançar um crescimento firme nos próximos anos. Inflação contida e contas
externas em ordem são os dados positivos, mas prosperidade requer muito mais que isso.
Enquanto se espera, lojas fechadas continuarão tornando mais feias as cidades.
(Notas e Informações, O Estado de S. Paulo. 28.5.2019)

026. (INÉDITA/2021) Sobre o texto precedente, informe se é verdadeiro (V) ou falso (F) o que
se afirma a seguir e assinale a alternativa com a sequência correta.

 (  ) No trecho “Fileiras de lojas fechadas, com paredes e portas sujas e cobertas de rabis-
cos, voltaram a espalhar-se pelo Brasil como símbolos do recrudescimento da crise” (1º
parágrafo), a palavra “recrudescimento” pode ser substituída por “abrandamento”.
 (  ) No trecho “A diferença, embora muito pequena, é significativa, porque confirma a piora
persistente das expectativas” (6º parágrafo), o vocábulo “embora” pode ser substituído
por “ainda que”.
 (  ) No trecho “Essa previsão, acrescentou, se vai derreter, como se têm derretido tantas
outras”, o autor adota a linguagem figurada.

a) F – F – F
b) V – V – V
c) F – V – V
d) F – F – V
e) F – V – F

A sequência nos mostra que apenas a primeira afirmativa é falsa, já que “recrudescimento” sig-
nifica “surgimento com maior intensidade” – e na afirmativa temos o sentido contrário (abran-
damento). Nas demais alternativas, temos afirmativas verdadeiras, já que, nos trechos em aná-
lise, o vocábulo “embora” pode ser substituído por “ainda que” e a expressão “se vai derreter”
está sendo empregada em sentido figurado.
Letra c.
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027. (INÉDITA/2021) Sobre o texto precedente, analise as assertivas e assinale a alternativa


que aponta as corretas.
I – Para fundamentar os argumentos apresentados, o autor faz uso recorrente de dados esta-
tísticos e numéricos.
II – No terceiro parágrafo do texto, a expressão referencial “Compras desse tipo” retoma “lo-
jas físicas”.
III – No primeiro parágrafo, o trecho “Em pouco tempo o otimismo encolheu.” pode ser reescri-
to com a inserção da vírgula após a palavra “tempo”: “Em pouco tempo, o otimismo encolheu”.
IV – O primeiro período do terceiro parágrafo pode ser assim reescrito: “O fechamento de lojas
físicas em países mais prósperos têm sido em grande parte determinado pela expansão do
comércio eletrônico”.
a) Apenas I e II.
b) Apenas II, III e IV.
c) Apenas I e III.
d) Apenas I e IV.
e) Apenas I, II e III.

Vamos observar o porquê de as afirmativas II e IV estarem erradas:


II – O referente de “desse tipo” é “comércio eletrônico”.
IV – Não se pode registrar a forma verbal “têm” com acento circunflexo (marcador de concor-
dância de terceira pessoa do plural), já que o sujeito é de terceira pessoa do singular (núcleo
“O fechamento”).
As afirmativas I e III estão corretas, pois:
I – Em diversas passagens, o autor apresenta dados concretos (numéricos e estatísticos).
III – A inserção da vírgula para separar adjunto deslocado (três ou mais palavras) é prevista
pela norma gramatical.
Letra c.

028. (INÉDITA/2021) No excerto “Compras desse tipo aumentam também no Brasil, mas o
fechamento de lojas físicas tem sido produzido de forma predominante pela contenção de
gastos das famílias.”, a conjunção “mas”, na expressão em destaque, indica:
a) adversidade
b) concessão
c) finalidade
d) adição
e) comparação

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No trecho em análise, a conjunção “mas” é adversativa (alternativa “a”). Assim, as demais alter-
nativas estão invalidadas: não se trata de uma conjunção (b) “concessiva”, (c) final, (d) aditiva
ou (e) comparativa.
Letra a.

Governo não pode achar que as ruas decidirão reformas

O domingo de manifestações em favor do governo Bolsonaro, realizadas em 156 cidades,


distribuídas pelos 26 estados e o Distrito Federal, serviu para mostrar que a direita chegou
mesmo às ruas, que eram monopólio da esquerda até junho de 2013, quando atos espontâne-
os, à margem das máquinas sindicais lulopetistas, denunciaram a má qualidade dos serviços
públicos e da infraestrutura.
É possível inferir que a grande maioria dos que se vestiram de verde e amarelo no fim de
semana seja bolsonarista de raiz, sem representantes daquela parcela dos eleitores do ex-ca-
pitão que votaram nele movidos por um forte sentimento antipetista. Demonstram pesquisas
que estes já abandonaram o presidente.
O pretexto da mobilização foi a resposta a passeatas, também realizadas em todo o país,
em defesa da Educação, depois que o novo ministro da área, Abraham Weintraub, fez um pro-
nunciamento desastrado para anunciar “cortes” no MEC, quando, na verdade, era um contin-
genciamento. O ministro aproveitou para fazer críticas de fundo ideológico a universidades,
em que reinariam “bagunça” e “balbúrdia”. Com isso, deu pretexto para a oposição organizar as
manifestações, de que se aproveitaram até mesmo corporações sindicais de servidores públi-
cos, privilegiadas na atual Previdência, e levaram às ruas palavras de ordem contra a reforma.
O bolsonarismo entendeu que deveria responder às manifestações de “esquerda”, embora
a defesa da educação seja uma bandeira suprapartidária. Foram, então, organizadas as pas-
seatas a favor do governo, algo pouco visto, e que costuma ocorrer em regimes autoritários,
como o de Nicolás Maduro, na Venezuela.
A iniciativa abriu espaço para a extrema direita pregar o fechamento do Congresso e do
STF, uma manifestação golpista. Bolsonaro agiu de forma correta ao desautorizar este discur-
so. Enfim, a presença desses radicais foi desprezível.
Quanto mais não seja, o domingo serviu para reafirmar a popularidade do ministro da Jus-
tiça e Segurança Pública, Sergio Moro, que tem sido batido no governo em questões como a
das armas. E demonstrar um inédito apoio ao ministro da Economia, Paulo Guedes, que trata
de executar um ajuste a partir da Previdência, tema impopular. Mostra que a classe média que
ocupou a Paulista e a Avenida Atlântica, além de vias principais em várias outras cidades, de-
monstra ter mais consciência que políticos da oposição.

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Passada, porém, a manifestação a favor, deve o governo se voltar aos entendimentos com
o Congresso, espaço institucional para as mudanças necessárias nas leis, a fim de que o país
saia da estagnação em que se encontra. Não pode considerar que avanços que venham a ser
alcançados na reforma da Previdência e outras se deverão às pressões das ruas, usadas quase
sempre com intenções antidemocráticas.
(Editorial, O Globo. 28.05.2019)

029. (INÉDITA/2021) Sobre o texto precedente, informe se é verdadeiro (V) ou falso (F) o que
se afirma a seguir e assinale a alternativa com a sequência correta.

 (  ) No último parágrafo do texto, o primeiro período pode ser reescrito da seguinte forma:
“Passada, porém, a manifestação a favor, deve o governo voltar-se aos entendimentos
com o Congresso; espaço institucional para as mudanças necessárias nas leis, afim de
que o país saia da estagnação em que se encontra.”
 (  ) No trecho “O bolsonarismo entendeu que deveria responder às manifestações de “es-
querda”, embora a defesa da educação seja uma bandeira suprapartidária.”, a conjun-
ção “embora” pode ser substituída pela expressão “conquanto”.
 (  ) O emprego do sinal indicativo de crase em “à margem das máquinas sindicais lulopetis-
tas” e “levaram às ruas palavras de ordem contra a reforma” é justificado pela mesma
regra gramatical.

a) V – F – F
b) V – V – V
c) F – V – F
d) F – F – F
e) F – V – V

Vamos observar a sequência correta de julgamento: F – V – F.


(F) a substituição da vírgula por ponto e vírgula é inadequada, pois esta é muito “forte” na se-
paração dos termos (para fins de coesão); a segunda alteração também afeta os sentidos pois
“a fim” expressa finalidade e “afim” expressa “afinidade”, “semelhança”.
(V) as duas expressões são equivalentes: expressam concessão.
(F) o emprego do sinal indicativo de crase em cada ocorrência é distinto: “à margem” é locução
feminina; em “às ruas”, temos um objeto indireto (regido pelo verbo “levar”, o qual seleciona a
preposição “a”) cujo núcleo é um termo feminino definido (as ruas).
Letra c.

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030. (INÉDITA/2021) Sobre o texto precedente, analise as assertivas e assinale a alternativa


que aponta as corretas.
I – O uso de aspas no terceiro parágrafo denota, por parte do jornal O Globo, um posicionamen-
to contrário ao pronunciamento de Abraham Weintraub.
II – Em “depois que o novo ministro da área, Abraham Weintraub, fez um pronunciamento de-
sastrado para anunciar ‘cortes’ no MEC”, a primeira vírgula pode ser suprimida sem comprome-
ter a correção gramatical do trecho.
III – O último período do terceiro parágrafo está corretamente reescrito da seguinte forma:
“Com isso, deu-se pretexto para a oposição organizar as manifestações; de que se aproveita-
ram até mesmo corporações sindicais de servidores públicos (privilegiadas na atual Previdên-
cia) e levaram às ruas palavras de ordem contra a reforma”.
a) Apenas I.
b) Apenas II.
c) Apenas III.
d) Apenas I e II.
e) Apenas II e III.

Vejamos os porquês de as afirmativas II e III estarem incorretas:


II – a retirada da primeira vírgula geraria desvio gramatical (não isolar aposto e separar sujeito
de seu predicado).
III – a expressão “deu-se” altera a estrutura original, porque impessoaliza a construção (que,
originalmente, tem sujeito referencial); além disso, a substituição da vírgula por ponto e vírgula
após “manifestações” é inadequada, tendo em vista as relações sintáticas e coesivas.
Letra a.

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GABARITO
1. a 11. c 21. c
2. c 12. a 22. d
3. a 13. b 23. e
4. e 14. e 24. b
5. c 15. d 25. c
6. d 16. a 26. c
7. a 17. d 27. c
8. b 18. c 28. a
9. d 19. b 29. c
10. b 20. e 30. a

Bruno Pilastre
Doutor em Linguística pela Universidade de Brasília. É autor de obras didáticas de Língua Portuguesa
(Gramática, Texto, Redação Oficial e Redação Discursiva). Pela Editora Gran Cursos, publicou o “Guia
Prático de Língua Portuguesa” e o “Guia de Redação Discursiva para Concursos”. No Gran Cursos Online,
atua na área de desenvolvimento de materiais didáticos (educação e popularização de C&T/CNPq: http://
lattes.cnpq.br/1396654209681297).

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