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Práticas de leitura

e escrita da
Escola Protagonista
Neste livro, estão reunidas as atividades práticas de leitura e
escrita elaboradas pelas alunas da Escola Protagonista e
compartilhadas em nossa comunidade exclusiva, para você se
inspirar e adaptá-las de acordo com o seu contexto educacional.

Este é o segundo e-book de atividades, pensado a partir da


temática do 2º Congresso Nacional da Escola Protagonista.

As propostas pedagógicas foram selecionadas considerando a


variedade de recursos, faixas etárias e estratégias didáticas, a fim de
contemplar diversos profissionais da Educação.

Agradecemos, especialmente, a todas as professoras que


colaboraram e compartilharam seus exercícios com
intencionalidade e protagonismo. Essas propostas expressam o
resultado de uma formação continuada de qualidade e
demonstram como aplicar conceitos teóricos na prática.

Aproveite os materiais sugeridos!

Quem sabe você é a próxima a estar aqui!?

Com carinho,

Professoras da Escola Protagonista


Trilha do M e do N
Nesta proposta, a aluna EP Elisandra Vizzotto explorou, com seus alunos
de 3º ano, o jogo “Trilha do M e do N”, que envolve movimento e ortografia.

Os alunos foram desafiados a lançar o dado, andar o número de casas


correspondentes na trilha e preencher a palavra com letras móveis a partir da
regra ortográfica trabalhada. Após, as palavras foram utilizadas em novas
atividades, como de separação silábica, formulação de frases e ordem
alfabética.

“Foi uma atividade supergratificante, pois despertou muito interesse e


aprendizagem a todos”.

A partir desse exercício, entendemos que o ensino da ortografia não deve


limitar-se a atividades de sistematização. Assim sendo, podemos unir
ludicidade e protagonismo tanto da professora quanto aluno.

É possível, ainda, adaptar a atividade conforme as necessidades das


crianças. Para alunos iniciantes, podemos pensar em uma trilha com seus
respectivos nomes e sua letra inicial, por exemplo.

Autora: Aluna EP – Elisandra Vizzotto


STOP do Português
Brincar é sempre muito divertido, sendo uma alternativa válida para
reforçarmos o aprendizado. Nesta proposta, a aluna EP Clara Fernandes trouxe
o STOP ou Adedonha para a trabalhar as classes gramaticais com seus alunos
do 4º ano.

Com o apoio de uma roleta on-line para sortear a palavra, a atividade


proporcionou um show de conhecimento!

“Fiz o STOP de Português e foi um sucesso”.

Na contagem de pontos, ela exercitou, com a turma, o cálculo mental,


uma habilidade que aprendemos no Curso de Matemática na Prática (MAP),
disponível na Escola Protagonista.

Com alunos iniciais, é possível adaptar o exercício escrevendo a letra inicial


de uma palavra sorteada, perguntar quantos pedaços esta possui e indicar
outra que comece com a mesma letra ou com a mesma sílaba.

Autora: Aluna EP – Clara Fernandes


Alfabeto Protagonista
Nossa aluna EP Aline Sales trabalha no 3º ano da Educação Especial. Os
alunos encontram-se na fase silábica de escrita, e durante o Curso de
Alfabetização na Prática (CAP), ela identificou que os alunos precisavam de
maior investimento no conhecimento das letras. Para tanto, propôs a
confecção do seu próprio alfabeto de parede.

“Percebi que foi muito mais significativo. Hoje, eles pesquisam a letra; é
lindo de se ver. Amo observar o desenvolvimento dos meus alunos!”.

Com essa proposta, nota-se que protagonismo dos alunos contribui


diretamente para o aprendizado. Além disso, o ambiente alfabetizador faz
parte de um contexto importante para que eles se alfabetizem. Nesse
ambiente, é importante que a professora organize os elementos com cuidado
e sempre com intencionalidade.

O protagonismo dos alunos deve ser levado em consideração para


pensarmos nos materiais que comporão esse espaço.

Nesse caso, o alfabeto de parede torna-se muito mais significativo e eficaz.


Além desse recurso, podemos pensar em outros materiais para compor o
ambiente alfabetizador, como:

• Letras móveis;

• Livros e outros textos;

• Jogos;

• Materiais para escrita (folhas, canetas etc.);

• Calendário;

• Nomes dos alunos (chamadinha);

• Banco de palavras;

• Cartazes.

Mas lembre-se: todos os itens ofertados no ambiente devem ser


reavaliados a todo momento. Eles podem ser renovados conforme
as atividades realizadas, acompanhando o progresso do processo de ensino e
aprendizagem.

Autora: Aluna EP – Aline Marques Flauzino Sales

Ajudo crianças com


dificuldade de aprendizagem e
a EP está me auxiliando muito!
De quem será a casa?
Nesta proposta, a aluna Érica Miranda teve uma ideia
superinteressante para a sua sequência didática, baseada no poema “A
casa e seu dono”, de Elias José.

Nesta atividade, os alunos deveriam produzir uma estrofe a partir de


um desafio, em que precisavam passar pela cama do gato e pegar o
envelope contendo uma palavra da estrofe. Após, o trecho foi construído
com as palavras que as crianças encontravam.

No desafio seguinte, ao evidenciar que as palavras terminavam com


“ato”, os alunos foram questionados sobre palavras que rimavam com esse
som. Após algumas intervenções, eles chegaram à palavra “mato”. O
objetivo, então, foi atingido.

A intencionalidade do planejamento fez como que os alunos


desenvolvessem o raciocínio necessário para a realização da atividade.

Partindo de uma única proposta, podemos realizar diversos


desdobramentos interessantes, para que as crianças reflitam sobre a
leitura e a escrita.

Assim, indicamos que o planejamento dos momentos e atividades


seja permanente no ambiente da Professora Protagonista.

Autora: Aluna EP – Érica Miranda


Ditado divertido
Sabemos que os alunos aprendem muito na relação entre seus pares.
Assim, para verificar as reflexões sobre a escrita das crianças e ajudá-las a
avançar, a aluna EP Ilza Souza pensou em um ditado coletivo.

Os alunos foram convidados a escrever o nome de cada imagem e,


conforme escreviam, os demais colegas ajudavam com as reflexões sobre a
escrita, sobre as letras necessárias para compor aquela sílaba e muito mais!

A proposta, além de investir em habilidades necessárias de consciência


fonológica, também colabora com a interação entre os estudantes por meio
da oralidade.

Como variação da proposta, pensando em alunos em nível pré-silábico,


poderíamos destacar as consoantes das palavras, para que eles refletissem
apenas sobre as vogais, ou solicitar que eles indicassem a letra inicial das
imagens ou quantos pedaços essas palavras possuem. Assim, a partir de uma
única proposta, conseguimos contemplar diferentes níveis de aprendizagem.

Autora: Aluna EP – Ilza Souza


Envelopes misteriosos
Todos os meses, são disponibilizados recursos didáticos em PDF – os Kits
Protagonistas – pela Escola Protagonista.

Baseando-se no Kit Protagonista de abril, a aluna EP Carol Feijó adaptou a


ideia do recurso em suas atividades!

A proposta foi realizada da seguinte forma:

• Cada dupla recebeu um envelope;

• Os alunos leram a sílaba que estava dentro do envelope;

• Foi identificada a figura que apresenta a sílaba em destaque;

• Os alunos marcaram as figuras que não apresentavam a sílaba em


destaque;

• Os alunos, com as letras móveis contidas no envelope, formaram o nome


da figura que apresentava a sílaba em destaque;

• Após, foi realizada a sistematização;

• Como tarefa para a casa, as crianças realizaram a mesma proposta de


sistematização, porém com outras palavras.

Um show de intencionalidade!

Perceba que, além de levar a ludicidade para a sala de aula, a professora


Carol desenvolveu diversas habilidades necessárias para a apropriação do
sistema de escrita.

Destaca-se, também, o fato de os alunos realizarem a atividade em sala de


aula e, em seguida, repeti-la como lição de casa, apenas trocando as palavras a
a serem exploradas. Assim, a repetição pode ser interessante, desde que usada
com protagonismo – exatamente como a Carol nos apresentou.

Autora: Aluna EP – Carol Feijó


Descubra quem começa...
Nesta proposta, a aluna EP Vanessa Nascimmentto explorou as sílabas
iniciais de algumas imagens com os seus alunos.

A atividade foi pensada após a conclusão de que havia muitos


estudantes silábicos precisando de auxílio na identificação dos sons das
consoantes nas sílabas.

Para este momento, os alunos alfabéticos foram direcionados como


ajudantes dos demais colegas durante a reflexão sobre as palavras – essa é
uma excelente dica de gestão em sala de aula!

Após, foi realizada a sistematização do conhecimento. Então, a


professora Vanessa fez uma diferenciação para potencializar a atividade,
como ensinamos no Curso de Alfabetização na Prática (CAP).

Os alunos em nível silábico tinham como desafio pintar as sílabas


solicitadas. Já os alfabéticos, além de pintar a sílaba, deveriam escrever a
palavra completa.

Esse é um exemplo de como realizar a mesma proposta para variados


níveis de escrita em uma única turma, a depender da intencionalidade.

Autora: Aluna EP – Vanessa Nascimento


Pescaria de Letras
A Pescaria das Letras foi desenvolvida pela nossa aluna EP Ana Cristina,
com foco na Educação Infantil.

Nesta proposta, além do conhecimento das letras do alfabeto e leitura de


palavras, as habilidades de atenção e coordenação motora também foram
estimuladas – aspectos importantes para esta faixa etária.

O desafio dos alunos nesta atividade era pescar as vogais e colocá-las em


cima das figuras correspondentes. Durante a atividade, as crianças refletiram
sobre a posição correta das letras, o som de cada uma nas palavras, além de
outras habilidades importantes. Veja o relato da professora:

“Essa atividade é bem lúdica e ajuda o aluno a desenvolver a atenção, a


concentração e a coordenação motora fina. Além disso, as crianças
participam com muito entusiasmo. Pude mostrar que escrevemos com
letras, e que estas devem estar nas posições corretas. São tarefas simples e
que podem ser realizadas sem que os alunos precisem ficar sentados,
copiando diversas vezes o alfabeto”.

No curso Práticas de Leitura e Escrita na Educação Infantil (PLEEI),


disponível na Escola Protagonista, ensinamos essa e outras propostas!

Autora: Aluna EP – Ana Cristina


Estou amando a minha
construção rumo ao
protagonismo!
Banco de palavras interativo
O banco de palavras é um recurso essencial para promover a reflexão sobre
as palavras com os alunos. Para crianças em etapas iniciais, é essencial que haja
figuras correspondes à palavra como apoio visual no momento da leitura e da
escrita.

Nesta atividade, a aluna EP Aline Loubak entregou as sílabas separadas por


cores aos estudantes. As azuis correspondem às sílabas iniciais; as vermelhas,
mediais; e, as verdes, finais.

Então, os alunos montaram as palavras coletivamente e, após,


sistematizaram o recurso no caderno.

A partir desse recurso, podemos pensar em outras propostas, como:

• Produzir novas palavras a partir das sílabas azuis, vermelhas ou verdes;

• Produzir novas palavras a partir dos pedaços das palavras;

• Realizar bingo das sílabas;

• Pensar nos alunos cujos nomes apresentam as sílabas de determinada cor.

“Estou feliz com o progresso da turminha. Obrigada, Clarissa! CAP, MAP e


RAP fazendo toda a diferença!”

Autora: Aluna EP – Aline Cristine Loubak


Caderno das professoras
A professora Jacenilda, nossa aluna da Escola Protagonista, percebeu a
dificuldade dos seus alunos do 1º ano em organizar com suas escritas no
caderno.

Para auxiliá-los, ela contou com a ajuda da colega do turno inverso e


colocou linhas na lousa.

As linhas foram feitas com fitas adesivas. O destaque fica por conta da
linha vermelha, que ajuda os estudantes a verificar as marcações de letra
maiúscula e novo parágrafo, conhecimento necessários para consolidar o
processo de alfabetização.

Veja o que a Jacenilda disse sobre a evolução dos alunos após esse
investimento:

“Facilitou muito a compreensão do processo de escrita dos nossos alunos


de 1º ano”.

Esse é mais um exemplo prático e simples sobre como a nossa


intencionalidade pode mudar o aprendizado dos nossos alunos.

Autora: Aluna EP – Jacenilda Freire


Baralho das Sílabas
Olha que ideia superbacana e protagonista da aluna EP Sandra
Machado!

A proposta surgiu da necessidade do aluno em visualizar que uma


mesma sílaba compõe diferentes palavras, habilidade esta que aprendemos
nas Propriedades do SEA (no curso CAP).

Nesta atividade, a professora iniciou a exploração do material com o


nome do estudante. Abaixo de cada sílaba, temos uma imagem que
representa a sílaba inicial daquele objeto.

Após algumas intervenções orais, foram realizadas outras variações,


como completar sílabas iguais em palavras diferentes.

Muito especial, não é mesmo?

Amamos a ideia!

Autora: Aluna EP – Sandra Aparecida Rinaldo Machado


Jogo da Memória do Alfabeto
Como disse a Ana, “este jogo não podia faltar aqui, na Escola
Protagonista, lugar que nos inspira todos os dias!”

A aluna EP Ana Vidal usou este recurso para evidenciar ainda mais o
protagonismo dos seus alunos. Nesta proposta, todos os envolvidos no
processo da alfabetização podem participar e contribuir para o aprendizado.

A atividade aconteceu da seguinte maneira:

“Exploramos as palavras juntos e, após, eles fizeram os registros do


desenho. Cada aluno levou para casa, para interagir com a família!”

Ah, e com as mesmas fichas, eu também fiz a famosa raspadinha das


letras, que foi mais sucesso ainda!”

A proposta foi repleta de intencionalidade e auxiliou os alunos a


consolidar habilidades importantes para o processo de alfabetização, como o
conhecimento das letras, a sua posição correta, a letra inicial das palavras etc.

Autora: Aluna EP – Ana Alice Vidal


Leitura Doce
A aluna EP Wera Garcia pensou em uma proposta lúdica e criativa para
despertar o interesse dos seus alunos pela leitura. As palavras escolhidas para
esta atividade foram elaboradas a partir da história “Grande rabanete”. Após a
leitura, as crianças exploraram o recurso.

Cada aluno escolheu um número do envelope. Em seguida, retiravam a


palavra e faziam a leitura. Por fim, pegavam o doce que estava no envelope.

Aos alunos que não têm autonomia na leitura, a professora fazia perguntas
para que refletissem sobre os pedaços das palavras e, assim, conseguissem
realizá-la.

Autora: Aluna EP – Wera Sandra Garcia


Baú da Leitura
Nesta atividade da aluna EP Carol Feijó, cada grupo, de acordo com seu
nível de leitura, recebeu um baú com miniaturas e fichas de palavras ou frases.

O desafio era relacionar a miniatura à escrita correspondente utilizando


diferentes estratégias de leitura.

Nos baús, havia diferentes tipos de estrutura de palavras:

• Palavras com letras iniciais diferentes;

• Palavras com diferentes quantidades de letras;

• Palavras com a mesma letra inicial;

• Palavras que rimavam entre si;

• Palavras com outras palavras dentro.

A proposta foi planejada pela professora levando em consideração o


conhecimento prévio dos alunos e a necessidade de reflexão sobre as palavras a
partir de intervenções.

A intencionalidade na escolha das palavras para compor o recurso é


importante para que possamos desenvolver diferentes habilidades de leitura.
Esse aspecto é essencial para que o aluno avance.

No Curso de Recursos e Atividades na Prática (RAP) – módulo 04 do CAP –,


disponível na Escola Protagonista, aprofundamos as estratégias de leitura.

Autora: Aluna EP – Carol Feijó


Atividades individuais
Estar na Escola Protagonista é poder vivenciar histórias de superação e
coragem das com as colegas. Sabemos que alfabetizar, em alguns contextos,
pode ser desafiador, mas ter conhecimento e disposição para investir em boas
propostas é o segredo para ter êxito nesse processo.

Um exemplo de processo de alfabetização bem-sucedido é o progresso da


Helena, uma aluna particular da aluna EP Darlene. Observe o relato da
professora sobre estes momentos:

“As atividades foram desenvolvidas para alfabetizar a Helena, uma aluna


particular, do 2º ano. Ela tem a Síndrome de Dandy-Walker, uma malformação
congênita do cérebro, que envolve o cerebelo (parte que coordena o
movimento), e os espaços cheios de líquido ao seu redor. O déficit de
aprendizagem de Helena agravou-se significativamente no período de
isolamento social. Ainda, a sua professora partia do pressuposto de que todos os
alunos estavam alfabetizados.

Os conhecimentos oferecidos pelos cursos da Escola Protagonista foram


aplicados no planejamento de atividades que a fizessem evoluir no processo.
Entender a importância do desenvolvimento das funções executivas para a
aprendizagem – abordada pelo CAP – foi fundamental para a evolução da
aprendizagem da Helena.

Primeiramente, foi necessário levar ao entendimento da aluna o uso e a


função social da leitura e escrita. Assim, foram pensadas algumas atividades que
contemplassem também o aspecto sociocultural.

Inicialmente, foi sugerida uma pesquisa na casa da professora e no seu


entorno, para que a estudante identificasse em que lugares havia leitura e
escrita e qual era a sua função naquele contexto. Para que a aprendizagem seja
efetiva, a criança precisa conhecer e significar o objeto de estudo ao qual será
apresentada.

Assim que Helena compreendeu o que seria abordado nas aulas,


mostrou-se disposta a participar das atividades com entusiasmo. Então,
iniciamos o processo com o seu nome e com os nomes de familiares próximos.
A partir disso, todas as letras foram trabalhadas fazendo-se referência aos
nomes já conhecidos e a palavras relacionadas.
Para desenvolver consciência fonológica, foram abordadas rimas,
aliterações, consciência de palavras, consciência silábica e consciência
fonêmica, fazendo com aluna avançasse seu desempenho.

Os exercícios começaram a fazer sentido quando Helena estava na


hipótese silábica, com valor sonoro das vogais. Todo o material foi elaborado
especialmente para ela, de acordo com suas necessidades e particularidades.

Meu papel como professora foi instigá-la – com perguntas intencionais e


atividades desafiadoras – a pensar sobre a leitura e a escrita”.

Para o processo de aprendizagem da aluna em questão, foram abordadas


as seguintes competências e atividades:

• Pesquisa dos materiais utilizados na leitura;

• Consciência de palavras;

• Nomes e seus pedaços orais;

• Relação entre as letras dos nomes com outras palavras;

• Pareamento do alfabeto (identificava poucas letras);

• Escrita dos nomes com alfabeto móvel;

• Trabalho com listas de palavras.

Por fim, Helena alfabetizou-se e iniciou o processo de leitura com palavras


compostas por sílabas simples. Agora, ela consegue acompanhar as aulas do
2º ano.

Muito emocionante, não é mesmo? Levar educação de qualidade para


todos é especial!

Autora: Darlene de Vargas Michelotti


Monstro Monstruoso da Caverna Cavernosa
A sequência didática é uma modalidade de aprendizagem que favorece o
trabalho pedagógico e auxilia na aprendizagem dos estudantes, explorando
habilidades de diferentes áreas do conhecimento de forma progressiva. Para
ilustrar esta ideia, iremos apresentar a sequência didática da aluna EP
Franciele Vanzella, baseada no livro "Monstro monstruoso da caverna
cavernosa".

Inicialmente, foi realizada a leitura do livro, escrito por Rosana Rios e


ilustrado por André Neves. A história apresenta uma narrativa divertida e
surpreendente, com personagens que não se encaixam no estereótipo de
príncipe, princesa e monstro que conhecemos, e que abre muitas
possibilidades para dialogar sobre questões de gênero em sala de aula.
Como motivação, antes de iniciar a leitura, foram utilizadas duas
estratégias:

1. Entrada na caverna cavernosa – os alunos ficaram em frente à


caverna, e a professora os questionou sobre como imaginavam o lugar.
Após ouvir algumas hipóteses, ela disse à turma que aquela era a caverna
onde morava um monstro, mas não um monstro qualquer, e sim o
monstro monstruoso. Os alunos adentraram a caverna, criando diversas
hipóteses sobre quem seria o morador. Após, retornaram à sala para
realizar a segunda etapa da motivação;

2. Desenho do personagem principal a partir de suas características


físicas – a professora escondeu a capa do livro com um papel branco, para
que as crianças não enxergassem a ilustração. Então, leu o primeiro
parágrafo da história, em que o narrador descreve as características
físicas do personagem (2 narizes, 4 braços, 6 orelhas e 219 dentes) e
solicitou que cada criança desenhasse o monstro, como se fossem
ilustradores do livro.

Leia o relato de Franciele Vanzella:

“Aprendi essa estratégia no CAP, em uma atividade em que os


alunos precisaram exercitar criatividade e compreensão leitora.

Depois de concluída a proposta, fizemos a exposição dos desenhos,


e eu mostrei a imagem do monstro monstruoso do livro, ilustrado por
André Neves. Após, começamos a leitura, que foi realizada em capítulos.
A modalidade foi nomeada pelas crianças de “livroflix” ou “livro-novela”,
e a leitura era pausada sempre em uma cena que aguçasse a
curiosidade. Na aula seguinte, antes de iniciar a leitura, fazíamos uma
roda de conversa, para que a turma compartilhasse suas inferências em
relação à continuação da narrativa.

Este ano, foquei a leitura e a oralidade, não tanto a escrita. Explorei


brevemente com as crianças do 3º ano o gênero textual receita, pois o
protagonista da história gosta de sorvete. Então, muitos alunos falaram
que alguém da família sabia fazer sacolé ou sorvete. Após, solicitei que
trouxessem as receitas por escrito, para que preparássemos na escola.

Mas as coisas não saíram como planejado, pois fiquei afastada por
ter contraído covid-19 e, posteriormente, o inverno chegou. Assim,
quando o calor retornar, vou dar continuidade a essa proposta, que foi
muito significativa para os estudantes. Aliás, na construção do gráfico
de livro preferido da turma, "O monstro monstruoso da caverna
cavernosa" sempre recebe muitos votos.
Em 2017, propus outra atividade de escrita com esse livro, a partir
do gênero textual carta, que aparece bastante. Nas duas cartas que o
monstro recebe, eu convidava os estudantes a responderem,
escrevendo como se fossem ele”.

Destacam-se, nesse relato, a motivação e a intencionalidade em


explorar o livro, bem como o retorno da leitura com a turma em outros
momentos. Todo esse conhecimento demonstra a segurança da
professora ao propor suas ideias e a intencionalidade na escolha das
atividades sugeridas.

Autora: Franciele Vanzella

Meu planejamento do
semestre inteiro já está
recheado e dando muitos
resultados positivos!
Memória dos Nomes
A intencionalidade da Professora Protagonista não precisa estar presente
apenas na sala de aula; é possível que se faça presente também em outros
espaços.

A psicopedagoga Isabela Gomes, aluna da Escola Protagonista,


apresentou este recurso para a exploração dos nomes próprios com um dos
seus pacientes.

O recurso foi pensado a partir dos resultados hipotéticos da avaliação:


“planejo as atividades respeitando as individualidades de cada paciente,
incluindo exercícios específicos para algumas habilidades e utilizando as
letras dos nomes em questão”,

Assim, entendemos que a atividade foi realizada a partir das necessidades


dos pacientes. Após, foram feitas outras intervenções, por meio da oralidade,
para que os alunos consolidassem os conhecimentos sobre as letras que
compõem os nomes apresentados.

Autora: Isabela Barcelos Gomes


Atividades PBDQ
Quando o aluno atinge a fase alfabética, um dos conhecimentos
necessários é a grafia de novas letras, como a script, por exemplo. Mas o que
fazer quando os alunos confundem as letras pelo fato de algumas delas serem
muito semelhantes?

A aluna EP Laís Valeriano pensou em uma sequência didática para ajudar


seus alunos a consolidar esse conhecimento. As propostas abordaram letras
com grafia semelhante. Foram realizadas atividades como:

• Bingo de palavras que traziam essas letras;

• Jogos com cartelas, para que os alunos pudessem parear palavras com a
respectiva letra inicial;

• Recurso de leitura e pareamento dessas palavras;

• Produção de novas palavras que apresentavam essas letras.

Além dessas atividades, podemos explorar as letras com materiais


maleáveis, para que os estudantes reflitam sobre a sua posição. Ainda, é possível
apresentar a escrita das palavras com as letras trocadas e sugerir que os alunos
realizem a leitura e identifiquem o erro."

Também, pode-se pensar em nomes de colegas que apresentam as letras


trabalhadas; e explorar letras móveis, para que os alunos compreendam que
elas possuem posição fixa (uma das habilidades desenvolvidas no SEA).

Autora: Laís Valeriano


O Carteiro Chegou
Após o período de isolamento, as aulas particulares ganharam um
novo espaço de atuação. Neste exemplo da aluna EP Luana Oliveira,
podemos concluir o quão produtivas as propostas podem ser:

“Adaptei uma sequência didática do ensino regular presencial para a


aula particular on-line e individual utilizando o livro 'O carteiro chegou...', de
Janet e Allan Ahlberg”.

Todas as aulas particulares on-line foram realizadas na plataforma Elos


(https://elos.vc/home), durante 1 hora. Assim, foram ministradas 12 aulas
utilizando recursos como Youtube, ferramentas da plataforma Elos, site
WordWall, plataforma Khan Academy, e-mail e ferramentas do Google for
Education.

Objetivos gerais e específicos da sequência didática:

• Ler oralmente com fluência e compreensão;

• Reconhecer a capa, o autor e o ilustrador;

• Identificar gêneros presentes no livro pela configuração gráfica;

• Formular previsões sobre a continuidade do texto, em interrupções


da leitura oral de uma narrativa;

• Relacionar o texto às ilustrações;

• Escrever textos em continuidade a uma situação inicial proposta;

• Utilizar adequadamente os pontos de interrogação, exclamação e


ponto final.

No início das aulas, realizamos uma leitura da rotina, que consiste na


data e no conteúdo daquele dia, bem como as atividades brevemente
descritas.

1ª Aula: antes de realizar a leitura do livro, fiz uma investigação sobre


quem é o carteiro, para descobrir se o aluno conhece a profissão ou não, e
despertar sua curiosidade. Para tanto, mostrei a foto de um carteiro e fiz
perguntas como: "O que este homem está fazendo?, "Qual a sua
profissão?" e "O que ele está colocando nessa caixa?". Ainda, apresentei ao
aluno os autores do livro.
Após responder a essas questões e ter o conhecimento dos autores,
apresentei a capa do livro, para que explorássemos as ilustrações. Assim,
descobri que, dentre as histórias presentes, o aluno não conhecia “Os três
ursos”.

2ª Aula: assistimos ao vídeo da história "Os três ursos" no canal Fafá


Conta. Depois, iniciamos a leitura do livro "O carteiro chegou..." e fomos até
a página 5 – final da primeira carta, da Cachinhos Dourados.

Conversamos sobre o conteúdo da carta escrita pela menina e depois


fomos para o terceiro momento da aula, na plataforma Khan Academy.
Então, apresentei a estrutura de uma carta e realizamos atividades.
Durante a aula, conversamos muito sobre o conteúdo da carta, a fim de
ajudá-lo em uma futura produção escrita.

3ª Aula: realizamos a leitura de todo o livro, pausando sempre que


necessário, para explorar cada carta. Ao finalizarmos, no site WordWall,
jogamos um quiz com perguntas explícitas e implícitas sobre a história.

4ª Aula: relembramos a história e criamos um banco de palavras com


elementos dela. Durante a leitura, o aluno não percebeu a presença de
rimas. Assim, as identificamos e criamos um segundo banco de palavras –
agora, de palavras que rimavam –, a fim de aumentar seu repertório, para
uma futura produção textual. Ambos os bancos, bem como as respostas de
atividades, foram registrados no Google Apresentações, para que os
responsáveis possam acessar suas produções.

5ª e 6ª Aulas: na plataforma WordWall, jogamos um jogo sobre os sinais


de pontuação, para relembrarmos em quais momentos utilizamos cada
um. Após, utilizando as palavras do banco de palavras, o aluno criou frases
afirmativas, exclamativas e interrogativas. Então, selecionamos imagens
na Internet para ilustrá-las.

7ª e 8ª Aulas: em um primeiro momento, fizemos a leitura de


"Cachinhos Dourados e um urso apenas", de Leigh Hodgkinson. A partir
dessa história, propus ao aluno escrever um e-mail para Cachinhos
Dourados, como se fosse o urso, pedindo desculpas pelo transtorno
causado em sua casa.

Nas aulas seguintes, explorei o card de propaganda do "Empório da


Bruxaria", presente no livro "O carteiro chegou...”, direcionando as
atividades para o conteúdo de Matemática.

Autora: Aluna EP – Luana Luiza de Oliveira


Depois que entrei na Escola
Protagonista, minhas práticas
mudaram!
Os nomes do 2º ano
A aluna EP Natalia Cardoso compartilhou uma proposta pedagógica muito
interessante para explorarmos os nomes dos alunos.

Em um primeiro momento, a turma recebeu um bilhete misterioso,


contendo instruções para procurar uma caixa. Nesse momento, já foi criada uma
excelente motivação para a atividade.

Em seguida, vemos que os detetives se preparam para a missão e


encontram a caixa misteriosa. Ao abrir, deparam-se com diversas letras.

Após a exploração livre desses recursos, a professora refletiu com os alunos


sobre no alfabeto – o reconhecimento das letras, suas posições e a diferença
entre as letras e o nome –, explorando, também, o significado das palavras.

Essa proposta inspira novas atividades com o mesmo recurso, como:

• Lista dos nomes dos alunos;

• Bingo das letras;

• Exploração do alfabeto de bolsos (com pareamento de objetos conforme a


letra inicial);

• Produção de novos nomes que iniciam com a mesma letra;

• Leitura de alfabetários;

• Produção de crachá;

• Confecção de letras com materiais maleáveis, como massinha de modelar;

• Separação de letras, números e símbolos;

• Montagem do glossário da turma.

Autora: Aluna EP – Natalia Cardoso


Parlenda “Suco gelado”
A aluna EP Rosane Souza compartilhou uma sequência didática baseada
em uma parlenda chamada “Suco gelado”. Veja como ela explorou suas
produções com os estudantes:

“Nessa proposta, estou partindo da parlenda 'Suco gelado', para finalizar


com a receita de um suco em sala de aula. Contudo, antes de prepará-lo listamos
os sabores que a turma já experimentou. Em seguida, foi proposta uma
atividade de pesquisa sobre as frutas mais comuns em cada estação, pois
estamos trabalhando as estações do ano. Então, verificamos quais as frutas de
inverno estão sendo comercializadas no supermercado local.

Para tanto, levei os encartes para a sala. Vimos os preços de cada fruta e
como são vendidas (por kg ou unidade). Após o recorte das frutas do encarte,
cada aluno realizou uma atividade de acordo com o seu nível de aprendizagem.

O próximo passo é eleger as frutas da estação para fazer um suco na sala de


aula, bem como a construção de um gráfico para registro.

Foi produzido, também, um bilhete/autorização, de forma coletiva,


informando às famílias sobre a ida ao supermercado para a compra da fruta
escolhida.

Após, a turma redigirá a receita do suco.

Assim, acredito que estou envolvendo os alunos em todos os processos de


aprendizagem. Eles estão sendo protagonistas: pesquisando, votando, dando
suas opiniões e compartilhando suas vivências. Tudo isso durante processo de
leitura e escrita”.

Nessa atividade, destaca-se a adaptação da proposta pela professora, de


acordo com a necessidade de cada estudante. Isso faz toda a diferença para o
sucesso da atividade, e destacamos esse aspecto nos cursos da Escola
Protagonista.

Autora: Aluna EP – Rosane Souza


Estou vendo avanços graças
às dicas da EP!
Sorteio das palavras
Veja o que a aluna EP Aline Maier fez para que sua aluna avançasse o
processo de escrita:

“No primeiro instante, ela escreveu algumas sílabas em pequenos papéis,


para que fosse realizado um sorteio. Todas as sílabas foram escolhidas por ela.
Em seguida, fizemos o sorteio, a leitura dessas palavras e escrevemos
palavras que iniciavam com aqueles pedacinhos. Houve intervenção direta
apenas na escrita da palavra 'cubana'".

Essa atividade também pode ser utilizada como sondagem. Além de


versátil e simples, é essencial para que o aluno reflita sobre diversas
habilidades importantes para seu processo de alfabetização, como a
consciência fonológica.

Autora: Aluna EP – Aline Bezerra Maier


Sons das vogais nas palavras
Sabemos que as vogais, geralmente, são os sons mais fáceis de
identificar nas sílabas. Assim, nesta atividade, esses aspectos serão
explorados, a fim de ajudar os alunos pré-silábicos a avançar no processo de
leitura.

Veja o relato da aluna EP Cristiana Silva sobre a proposta:

“Primeiramente, foi entregue às crianças uma folha de papel com as


vogais impressas. Em seguida, elas tiveram que recortá-las, com o intuito de
desenvolver a motricidade fina, fortalecendo o tônus muscular da mão com
o movimento do corte e de pinça no momento da colagem.

Após, trabalhamos a consciência fonológica com massinha de modelar:


os alunos modelavam bolinhas e colocavam a quantidade de acordo com o
número de sílabas presentes nas figuras carimbadas no caderno.

Depois, as crianças falavam o nome da figura e, com os dedos,


amassavam a sílaba pronunciada. Ainda, pronunciavam cada sílaba
pausadamente, para identificar o som da vogal.

Essa atividade foi repetida em outros momentos e possibilitou que as


crianças do meu reforço escolar avançassem nos níveis de escrita e de
leitura!”

Autora: Aluna EP – Cristiana Silva


Me sinto uma profissional
mais confiante!

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