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Unidade II
De acordo com a BNCC, nos anos iniciais do Ensino Fundamental, o ensino da Língua Portuguesa
deve aprofundar o conhecimento da língua oral com interações discursivas e estratégias de fala e escuta.
Na análise linguística, o ensino deve levar o aluno a desenvolver a observação das regularidades e a
análise do funcionamento da língua. Na produção de textos, deve ampliar suas estratégias de produção
de diferentes gêneros textuais.
Dessa forma, nesta unidade, que trata dos conteúdos do quarto ano do Ensino Fundamental,
vamos trabalhar com o gênero textual cartas de reclamação. Apoiados nesse tipo de texto, apresentaremos
atividades que envolvem leitura e compreensão, produção e análise linguística.
Lembramos que a escolha desse gênero textual é uma opção entre os vários gêneros que você,
futuro professor, deverá desenvolver em sua prática pedagógica. As ações propostas neste material
são apresentadas como atividades, porém, podemos considerá-las como sequências didáticas. Isso
quer dizer que devem acontecer em uma sequência determinada e que não precisam ser realizadas
em um só dia. Como professor, você deve decidir o melhor momento de utilizá-las em aula.
O trabalho com os diversos gêneros do discurso em sala de aula objetiva que os alunos percebam
a função da linguagem em práticas sociais autênticas. As cartas de reclamação devem, então, atender a
reais necessidades do grupo, instrumentalizando os alunos para o uso efetivo da linguagem em seu meio
social. Elas apontam a necessidade de uma pessoa de se comunicar com outro e utilizam a escrita para
isso. Como os interlocutores estão distantes, esse texto deve conter alguns elementos, como remetente,
local, data e assinatura.
A carta deve descrever um problema para que seu destinatário busque uma solução. Ela se utiliza de
argumentos para que o outro se convença a resolver o problema, que pode ser individual ou coletivo.
Vamos organizar uma atividade que envolve a carta de reclamação. Você vai precisar de um meio
para apresentar um vídeo de pessoas reclamando (sugerimos um vídeo sobre usuários reclamando da
superlotação em ônibus: https://tinyurl.com/43tb3kez. Acesso em: 29 abr. 2023) e cartas de reclamação
em jornais impressos para distribuir em grupos na sala de aula.
Quadro 28
Ler e compreender, com autonomia, cartas pessoais de reclamação, entre outros gêneros
EF04LP10 do campo da vida cotidiana, de acordo com as convenções do gênero carta e considerando
a situação comunicativa e o tema/assunto/finalidade do texto
Opinar e defender ponto de vista sobre tema polêmico relacionado a situações vivenciadas
EF35LP15 na escola e/ou na comunidade, utilizando registro formal e estrutura adequada à
argumentação, considerando a situação comunicativa e o tema/assunto do texto
Buscar e selecionar, com o apoio do professor, informações de interesse sobre fenômenos
EF35LP17 sociais e naturais, em textos que circulam em meios impressos ou digitais
Para iniciar a atividade, você deve conversar com a turma sobre o tema da aula, perguntando o
que os alunos já sabem sobre as cartas. Pode ser que eles falem: “é um papel que chega dentro de um
envelope”. Ou ainda “é um papel que o carteiro entrega”.
Você pode explorar o tema, tentando perceber quantos tipos de cartas as crianças conhecem, como
contas de água ou luz, multas de trânsito, convites de casamento e outros. Fazendo esse diagnóstico
inicial, você estará aproximando o gênero textual de uma demanda real da vida dos alunos, dando
significado para a atividade. Veja o que afirma Silva:
Após fazer o diagnóstico do que os alunos já sabem sobre o gênero, apresente um vídeo que fale
sobre algum problema, que pode ser da realidade deles, ou algum outro que você perceba que será
significativo para a turma. Nossa sugestão é de uma reportagem sobre superlotação em ônibus na Zona
Leste de São Paulo, mas você deve aproximar o tema da realidade local e da turma.
Depois de assistirem ao vídeo, pergunte para as crianças se utilizam ônibus ou se já utilizaram. Tente
abordar pontos positivos e negativos nesse tipo de transporte. Pergunte também se alguém já pegou
um ônibus muito cheio e peça que conte como foi a experiência. Ouça atentamente as falas dos alunos
e procure valorizar as suas colocações.
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CONTEÚDOS DE LÍNGUA PORTUGUESA DO ENSINO FUNDAMENTAL I
Feita a discussão, você pode dizer que a superlotação dos ônibus é uma reclamação de muitas
pessoas e ler a carta de reclamação sobre a superlotação em ônibus no Rio de Janeiro (ou outra carta
que você considerar mais apropriada). Aproveite para dizer para os alunos que existem alguns sites
especializados em registrar reclamações e enviar para as empresas ou órgãos reclamados.
Figura 29
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Unidade II
Depois de assistir ao vídeo e ler a carta de reclamação, converse com a turma indagando o que eles
imaginam que uma carta de reclamação precisa conter para que a pessoa que reclama consiga resolver
seu problema.
Ouça com atenção as opiniões dos alunos e vá fazendo anotações na lousa. Pode ser que inicialmente
eles falem somente sobre o remetente e o destinatário. Talvez ainda não digam que a carta deve apresentar
uma queixa ou um problema e argumentos para que alguém tome providências sobre a situação.
Agora, divida a turma em trios para ler outras cartas de reclamação. Nesse momento use cartas de
reclamação em jornais. Separe as cartas que você já havia preparado e entregue uma por trio.
Figura 30
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CONTEÚDOS DE LÍNGUA PORTUGUESA DO ENSINO FUNDAMENTAL I
Peça que façam primeiramente uma leitura silenciosa e em seguida uma leitura compartilhada.
Depois, peça que discutam no trio o conteúdo do texto que leram. Você pode fazer perguntas como:
• O que vocês acham que as pessoas que escreveram os textos pretendiam? Elas tiveram respostas?
• Vocês acreditam que as pessoas tiveram alguma vantagem em enviar os textos para um jornal no
lugar de enviar para as pessoas que seriam as responsáveis por resolver seus problemas?
É esperado que os alunos percebam que os textos retirados dos jornais não foram escritos
diretamente pelas pessoas que estavam reclamando de algo, mas por alguém do jornal (um redator).
Ele apresenta a pessoa que reclama, o problema e a solução esperada. Indica também o responsável
pela solução. A vantagem de se enviarem as reclamações para um jornal, e não diretamente para os
responsáveis é que, como a reclamação poderá ser vista por muitas pessoas, os responsáveis tentam
buscar uma solução mais rápida.
Leve os alunos a perceber que, embora os textos sejam diferentes (cada um relata um tipo de
problema), existem alguns elementos obrigatórios em uma carta de reclamação. Na próxima etapa
dessa atividade, deve-se localizar esses elementos. Assim, peça para que os trios analisem suas cartas e
respondam as seguintes perguntas:
Exemplo de aplicação
• As cartas que são enviadas para um jornal são publicadas do mesmo jeito que foram recebidas?
• O que vocês pensam que foi modificado na carta que o jornal recebeu antes de ser publicada?
• Destaque e descreva quais são os elementos que não podem faltar em uma carta de reclamação.
• o título da carta;
• argumentos utilizados;
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Unidade II
• solicitação da reclamação;
• identificação;
• resposta da reclamação.
Realizada essa etapa, peça para que os trios se reúnam com outros trios. A intenção é comparar os
textos para descobrir as regularidades que possam identificar o gênero carta de reclamação.
Os alunos podem dar nomes variados para cada parte da carta. Você deve permitir que eles usem a
criatividade, porém o nome deve estar relacionado com a sua função na carta. Por exemplo: o remetente
pode ser nomeado de reclamante.
Agora a ideia é compartilhar as descobertas com toda a classe. Você pode pedir para irem apontando
o que não pode faltar na carta de reclamação e nas respostas. Você deve desafiá-los fazendo perguntas:
por que não pode faltar quem está fazendo a reclamação? Por que não podem faltar os argumentos?
Tem mais alguma parte que não pode faltar? Quando os editores reescrevem as cartas dos leitores, por
que colocam partes da carta original entre aspas?
Ajude as crianças a perceberem que, se a carta não tiver remetente, ela não poderá ser publicada no
jornal. Se os argumentos não estiverem presentes, a carta não convencerá os leitores do jornal que o
problema que ela apresenta é realmente importante.
Outra observação relevante é a de que o jornal procura mudar o tipo de letra nessa seção para
chamar a atenção dos leitores. Quando o jornal publica as reclamações de seus leitores, ele se torna um
veículo com uma função social. Ainda é importante destacar que quando os editores do jornal citam as
falas dos autores das reclamações eles demonstram que elas são dos leitores, e não do jornal.
Para finalizar, você pode montar um painel junto com a turma. Será um esquema construído por
todos com a estrutura de uma seção de jornal na qual se publica uma carta de reclamação. É importante
que não falte nenhuma parte, mas você pode deixar que os alunos criem os nomes para cada uma delas.
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CONTEÚDOS DE LÍNGUA PORTUGUESA DO ENSINO FUNDAMENTAL I
Ao concluir o painel, solicite que todos façam a cópia em seus cadernos. Ajude a turma a entender
que a carta de reclamação publicada em jornais tem partes essenciais para conseguir apresentar um
problema, solicitar uma solução e permitir que o responsável por resolver o problema apresente uma
resposta ao reclamante.
Você pode aprofundar ainda mais o conhecimento sobre a carta de reclamação, fazendo mais alguns
questionamentos para as crianças:
Auxilie os alunos a notar que as pessoas escrevem as cartas para um jornal com a intenção de que
suas queixas sejam resolvidas. Essas pessoas sabem que os jornais conseguem acesso aos responsáveis,
por apresentar uma resposta para a sua queixa.
Já os jornais publicam as cartas, pois sabem que as pessoas o comprarão para ter certeza de que suas
cartas foram publicadas. Dessa forma o jornal está cumprindo sua função social. O remetente precisa
se identificar e apresentar claramente seu problema, argumentando sobre ele. Além disso, quem pode
resolver o problema deve se sentir convencido a tomar as providências necessárias para isso.
Você pode ampliar o aprendizado da estrutura das cartas de reclamação, construindo um esquema.
Segue uma sugestão que usaremos também em mais uma proposta de atividade.
Remetente
Destinatário
Reclamação
Argumento
Solicitação
(o que espera
que seja feito)
Figura 31
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Unidade II
Considerando que os alunos já tiveram contato com as cartas de reclamação e conhecem sua
estrutura, proponha que eles façam a apresentação oral de cartas de reclamação, pois essa atividade
trabalha a identificação de seus elementos fundamentais.
Para essa atividade você vai precisar de um esquema de cartas impresso (pode-se usar a sugestão
anterior) e de cartas de reclamação impressas (você pode confeccionar essas cartas ou retirar de algum
material pronto, como jornais e sites).
Quadro 29
Identificar a função social de textos que circulam em campos da vida social dos quais participa
EF15LP01 cotidianamente (a casa, a rua, a comunidade, a escola) e nas mídias impressa, de massa e digital,
reconhecendo para que foram produzidos, onde circulam, quem os produziu e a quem se destinam
Estabelecer expectativas em relação ao texto que vai ler (pressuposições antecipadoras dos sentidos,
da forma e da função social do texto), apoiando-se em seus conhecimentos prévios sobre as
condições de produção e recepção desse texto, o gênero, o suporte e o universo temático, bem como
EF15LP02 sobre saliências textuais, recursos gráficos, imagens, dados da própria obra (índice, prefácio etc.),
confirmando antecipações e inferências realizadas antes e durante a leitura de textos, checando a
adequação das hipóteses realizadas
EF15LP03 Localizar informações explícitas em textos
Identificar finalidades da interação oral em diferentes contextos comunicativos (solicitar informações,
EF15LP13 apresentar opiniões, informar, relatar experiências etc.)
EF35LP03 Identificar a ideia central do texto, demonstrando compreensão global
EF35LP04 Inferir informações implícitas nos textos lidos
Recuperar relações entre partes de um texto, identificando substituições lexicais (de substantivos por
EF35LP06 sinônimos) ou pronominais (uso de pronomes anafóricos – pessoais, possessivos, demonstrativos) que
contribuem para a continuidade do texto
Ler e compreender, com autonomia, cartas pessoais de reclamação, entre outros gêneros do
EF04LP10 campo da vida cotidiana, de acordo com as convenções do gênero carta e considerando a situação
comunicativa e o tema/assunto/finalidade do texto
Reconhecer a função de gráficos, diagramas e tabelas em textos, como forma de apresentação de
EF04LP20 dados e informações
Esta atividade busca simular um programa de rádio que faz a leitura de cartas de reclamação
enviadas por ouvintes. Para deixar a atividade mais autêntica, você pode organizar um cenário que imite
um estúdio de rádio, com uma sala de equipamentos e microfone.
Apresente a proposta lendo para a turma o título da atividade e explore as opiniões e ideias sobre o
cenário e os objetivos da atividade, para que os alunos possam fazer antecipações.
Leia o título e permita que os alunos teçam algumas previsões sobre o tema da aula. Depois
de ouvir os comentários da turma, pergunte se alguém conhece o Procon. Você pode explicar que
se trata de um órgão que defende os consumidores contra abusos que podem ser praticados por
fornecedores de produtos e serviços. Esclareça que as reclamações podem ser feitas por telefone,
por carta e até pela internet.
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CONTEÚDOS DE LÍNGUA PORTUGUESA DO ENSINO FUNDAMENTAL I
Observação
Inicie a atividade apresentando um gráfico que contenha as empresas que possuem maior número
de reclamações em um determinado período. Veja o exemplo a seguir baseado em dados da reportagem
do G1 “Grupo Pão de Açúcar lidera ranking de reclamação no Procon-SP em 2017”.
TOP 10 Empresas com mais reclamações
Não atendidas
Atendidas
5.500
5.000 4.722
4.500
22,85% 4.081
4.000
3.500
43,67% 3.008
3.000
2.500 30,22%
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Figura 32
Deixe que os alunos observem o gráfico e explorem as informações que ele apresenta. Esclareça
a que período pertencem esses dados. Organize uma discussão com as seguintes problematizações:
alguém já viu uma pessoa de sua família escrever uma carta de reclamação, ou telefonar, mandar e-mail
reclamando de algo? Alguém de sua casa já fez uma reclamação no Procon? Vamos olhar atentamente
para o gráfico. Qual foi a empresa ou tipo de serviço que mais teve reclamação? Do que vocês acham que
as pessoas reclamaram? Ajude os alunos a analisar corretamente o gráfico, sem percepções enganosas.
Para isso, peça que fiquem atentos e oriente que às vezes é preciso somar alguns tipos de empresas que
oferecem o mesmo serviço para se chegar à uma conclusão correta sobre os dados.
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Unidade II
Referindo-se ao tipo de reclamação, pergunte aos alunos do que eles acham que as pessoas
reclamaram. Por exemplo, nas empresas de telefonia, qual a maior queixa? Falta de sinal? Preços altos?
Sobre os bancos, podem dizer que fazem cobranças indevidas. Na empresa de energia, pode ser a
interrupção do fornecimento.
Saiba mais
No site do Procon-SP, disponível a seguir, você e seus alunos podem
conferir alguns desses tipos de serviços apresentados pelos reclamantes.
Agora, faça a divisão dos alunos em grupos de quatro e entregue para cada um uma cópia do esquema
e uma carta de reclamação. Peça para que façam uma leitura compartilhada (em que cada pessoa leia
um trecho da carta). Será interessante que leiam pelo menos duas vezes para depois destacarem as
informações do esquema.
Uma questão para a qual você deve chamar atenção são os argumentos utilizados por quem reclama.
Diga para os alunos que, quando eles querem convencer alguém de fazer alguma coisa, por exemplo,
convencer o pai ou a mãe a deixá-los assistir a determinado filme, eles devem apresentar algum motivo
para isso, que são os argumentos. Tudo o que dizemos para uma pessoa com a intenção de convencê-la
sobre alguma coisa é um argumento.
Espere um tempo para que os grupos possam preencher os esquemas. Verifique se todos o
preencheram corretamente e, se for necessário, faça as correções.
Saiba mais
Assista a uma aula do Centro de Mídias e Educação de São Paulo sobre
o gênero textual carta de reclamação. Acesse:
Para a etapa seguinte, pergunte para a turma se eles sabem o que um locutor de rádio faz. Será que
alguém consegue imitar a voz de um locutor? Veja se algum dos alunos consegue.
Os alunos já sabem que as cartas de reclamação podem ser enviadas para os jornais impressos e
agora explique para eles que elas também podem ser mandadas para uma rádio. Pergunte se alguém já
ouviu o locutor ler uma carta de reclamação. Indague o motivo que leva uma pessoa a enviar uma carta
assim para a rádio.
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CONTEÚDOS DE LÍNGUA PORTUGUESA DO ENSINO FUNDAMENTAL I
Proponha a brincadeira “Rádio Reclama”. Cada grupo deverá escolher um aluno que será o locutor,
ou seja, que lerá a carta de reclamação para os ouvintes. O aluno escolhido deve ensaiar junto com
o grupo para que a leitura da carta seja bem-feita. Para isso, o grupo deve indicar o que pode ser
melhorado na apresentação.
Quando tudo estiver pronto, os alunos podem começar a leitura. Utilize o cenário que vocês
construíram. Todos os grupos devem se apresentar. Você pode gravar as apresentações e usar em outros
momentos e até mesmo compartilhar com as famílias. Depois, faça uma discussão com a turma sobre
como foi a experiência de participar de um programa de rádio. Se eles gostarem da experiência, quem
sabe vocês não se inspiram a organizar uma rádio na escola.
Agora que os alunos já conhecem bem a estrutura de carta de reclamação, o próximo passo é escrevê-las.
Sabemos que escrever é um grande desafio para muitas pessoas, adultos ou crianças. Assim, você
deve entender que podem existir muitas barreiras em atividades nas quais as crianças devam produzir
seus próprios textos. Fique atento e direcione sua mediação para recursos que a criança já possui,
ajudando a desenvolver o seu potencial como escritor.
De maneira geral, a maior dificuldade é o início, pois é o momento de planejar o que fará parte do
texto. No caso das cartas de reclamação, a estrutura que foi criada pode auxiliar as crianças a não se
perderem. Você deve, então, garantir que elas sigam as instruções.
Para essa atividade, você vai precisar de: cartaz ou projetor com a imagem inicial para introdução do
tema; cartaz ou imagem para projeção do esquema construído para as cartas de reclamação; cartaz ou
imagem para projeção de uma carta para análise coletiva.
Quadro 30
Planejar, com a ajuda do professor, o texto que será produzido, considerando a situação comunicativa, os
interlocutores (quem escreve/para quem escreve); a finalidade ou o propósito (escrever para quê); a circulação
EF15LP05 (onde o texto vai circular); o suporte (qual é o portador do texto); a linguagem, organização e forma do texto e seu
tema, pesquisando em meios impressos ou digitais, sempre que for preciso, informações necessárias à produção do
texto, organizando em tópicos os dados e as fontes pesquisadas
Reler e revisar o texto produzido com a ajuda do professor e a colaboração dos colegas, para corrigi-lo e
EF15LP06 aprimorá‑lo, fazendo cortes, acréscimos, reformulações, correções de ortografia e pontuação
Editar a versão final do texto, em colaboração com os colegas e com a ajuda do professor, ilustrando, quando for o
EF15LP07 caso, em suporte adequado, manual ou digital
EF04LP01 Grafar palavras utilizando regras de correspondência fonema-grafema regulares diretas e contextuais
Localizar palavras no dicionário para esclarecer significados, reconhecendo o significado mais plausível para o
EF04LP03 contexto que deu origem à consulta
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Unidade II
Inicie essa atividade apresentando um cartaz motivador ou uma projeção que contenha as perguntas
da imagem a seguir. Essas perguntas são para despertar nos alunos a importância do planejamento para
determinadas ações da vida, como uma viagem.
Figura 33
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CONTEÚDOS DE LÍNGUA PORTUGUESA DO ENSINO FUNDAMENTAL I
Deixe que a turma apresente suas ideias e experiências de planejar viagens, mesmo viagens curtas e
para locais perto, ou mesmo o planejamento de um passeio para um local mais distante.
Pergunte à turma por que eles acham que as pessoas precisam planejar uma viagem ou um passeio.
Eles podem dizer que se deve planejar para saber o que levar, como chegar, onde ficar, quanto tempo,
etc. Tente fazer com que eles percebam que planejar é necessário para que se possa atingir seu objetivo
da melhor forma, sem faltar nada.
Essa conversa inicial vai servir como pretexto para introduzir a importância de se planejar um texto.
Assim como é necessário planejar uma viagem para não faltar nada, no texto o planejamento também
é essencial para que ele fique completo, sem que se esqueçam informações importantes. Diga para os
alunos que eles vão planejar e escrever uma carta de reclamação.
Apresente para a turma uma carta de reclamação (cartaz ou projeção). Se a atividade “Rádio Reclama”
já foi feita com essa turma, provavelmente eles se lembrarão da carta de reclamação.
Figura 34
85
Unidade II
Saiba mais
Você pode pedir para um dos alunos ler a carta em voz alta. Deixe que eles comentem-na por alguns
momentos. Sugira que eles se coloquem no lugar dos alunos que enviaram a mensagem. Se estivessem
no lugar deles, também fariam a reclamação? Quais argumentos utilizariam?
Nesse momento, você pode ir anotando no quadro as falas dos alunos. Como eles descobririam
quem poderia resolver o problema? Como a carta seria enviada? Como eles se identificariam como
remetentes?
Lembrete
Proponha agora a elaboração de uma carta de reclamação. Explique que ela acontecerá em três etapas:
• planejamento;
• escrita;
• revisão.
Esta atividade será feita em duplas. Cada dupla pode escolher o problema que abordará. Procure
garantir que cada dupla saiba: o que temos para falar? Para quem vamos enviar nossa carta? Quais serão
os argumentos? Se for necessário, ajude as duplas nessas definições.
Auxilie os alunos para que pensem em problemas relacionados às suas próprias experiências e
situações. Você pode fazer perguntas que os levem a pensar sobre questões de seu cotidiano, da própria
escola, do bairro, da cidade. Podem se lembrar de problemas sobre lazer, como os parques públicos,
calçamento das ruas, lixos nas calçadas, falta de iluminação.
Remetente
Destinatário
Reclamação
Argumento
Solicitação
(o que espera
que seja feito)
Figura 35
Passe pelas duplas e veja se conseguiram preencher todas as partes do esquema. Analise se os
elementos que eles destacaram serão suficientes para que possam construir suas cartas. Este é um
momento de organização, do planejamento e por isso é importante que não falta nenhum elemento
para a produção da carta. Para isso, eles podem também preparar um check-list.
Você pode retomar: qual a identificação do remetente? Qual o destinatário? Qual é o problema
a ser reclamado? Quais argumentos usarão? Como a carta pode chegar ao destinatário? Quais as
possíveis soluções?
Momento da ação. Agora os alunos já têm os elementos necessários para começar a escrita. Fizeram
o planejamento e estão em condições para escrever uma carta de reclamação. Enfatize novamente a
importância dessa ação para ajudar a escola, o bairro, a cidade.
O remetente será a dupla. O destinatário é quem pode resolver o problema reclamado. Peça para que
a dupla decida quem vai escrever: se apenas um, ou se vão se revezar. Apoie e incentive as duplas nesse
momento. Eles terão que se lembrar de todos os conhecimentos que já possuem sobre a escrita para
elaborar a carta. Além disso, esses conhecimentos serão compartilhados entre as duplas.
Pode ser que eles fiquem em dúvida sobre a escrita de algumas palavras. Tente não dar respostas
imediatas, leve-os a refletir sobre suas dúvidas. Se as dúvidas forem de ortografia, eles poderão usar
um dicionário. Se forem de pontuação, faça perguntas pertinentes, para que eles possam chegar às
suas próprias conclusões.
Para conferir se o que escreveram tem sentido, ou seja, se quando outras pessoas lerem vão entender
o propósito da carta, você pode pedir que troquem de dupla. Eles devem ter em mãos o esquema que
usaram para escrever a carta. Um integrante da dupla vai ler a carta e o outro vai conferir e anotar o
que percebeu. As anotações serão entregues para a dupla que escreveu a carta. Essas anotações serão
usadas na próxima etapa, que é a revisão do texto.
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Unidade II
Sabemos que escrever bem é uma tarefa trabalhosa e que o texto não fica pronto na primeira
vez em que é escrito. Para o texto ficar melhor, devemos revisá-lo. Essa etapa de trabalho é muito
importante em qualquer produção escrita, pois permite que erros gramaticais e ortográficos sejam
corrigidos, além da coerência e sentido do que foi escrito. Tanto a revisão ortográfica e gramatical
quanto a revisão de sentido coerência e adequação ao gênero devem ser ensinadas aos alunos.
Esta tarefa não é fácil. Atente-se para o que afirmam Rana e Augusto:
Para que os alunos percebam seus erros e, assim, aprendam a escrever melhor, faça a revisão junto
com eles. Com isso, você estará contribuindo para que seus alunos construam a competência escritora
que levarão para a vida adulta.
Antes de iniciar a revisão, você pode mostrar algum texto que contenha erros para que eles percebam
a necessidade de que a comunicação seja efetiva. Veja a transcrição de um bilhete escrito por uma criança
em um pedaço rasgado de folha de caderno para convencer a mãe que no dia seguinte não haveria aula.
Figura 36
Saiba mais
Leia sobre a história da criança que escreveu o bilhete em:
PARA faltar aula, menino escreve bilhete falso e vira meme. LeiaJá, 23 ago.
2023. Disponível em: https://tinyurl.com/2td6w4k7. Aceso em: 20 jun. 2023.
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CONTEÚDOS DE LÍNGUA PORTUGUESA DO ENSINO FUNDAMENTAL I
Após ler o bilhete, faça perguntas para os alunos, por exemplo: quais foram os argumentos que a
criança usou para tentar convencer a mãe que não haveria aula no dia seguinte? Quais argumentos ela
usou para que a mãe se convencesse que o bilhete era verdadeiro? Existe algo no texto que pode indicar
para a mãe da criança que o bilhete não é verdadeiro?
Aproveite para explorar com a classe o tipo de letra que a criança usou, as rasuras, o suporte onde ela
escreveu. Você também pode perguntar: se a tia Paulinha tivesse mesmo escrito o bilhete, quais recursos
ela utilizaria? No caso do bilhete apresentado, são vários os motivos que levariam a mãe a perceber que
o bilhete era falso, como os erros de ortografia, a caligrafia, o tipo de papel. Considerando o conteúdo
do bilhete, você também pode conversar com os alunos sobre possíveis problemas que as pessoas podem
ter quando falsificam alguma coisa, como um bilhete.
Você deve usar esse exemplo para mostrar aos alunos que a carta de reclamação que escreveram
deve estar bem organizada, sem erros de ortografia e de gramática para que possa convencer as pessoas
para as quais ela será enviada.
Organize as duplas para que revejam a carta produzida, com o objetivo de aprimorarem o texto e a
sequência das ideias.
Observação
Explique que a revisão do texto ocorre em três aspectos que podem ser nomeados de:
• Edição: nesse aspecto, as duplas devem buscar dar coerência e coesão na carta. Talvez precisem
eliminar, substituir, acrescentar ou inverter algumas partes do que escreveram. Precisam cuidar
para que os argumentos sejam expostos de maneira clara e objetiva.
• Revisão: esse aspecto pode envolver a ortografia, acentuação, uso de letras maiúsculas e minúsculas,
concordância verbal e nominal, pontuação etc.
• Formatação: escolher qual será o suporte textual (e-mail, papel, mensagem enviada por rede
social etc.) e adequar seu texto a ele, como os parágrafos e os espaços entre eles, discriminando os
elementos da carta de reclamação (remetente, destinatário, explicação do problema, apresentação
dos argumentos, apresentação de solicitações, despedida).
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Unidade II
Inicie a aula pedindo para os alunos formarem as duplas que produziram os textos. Peça que façam
inicialmente uma conferência com os itens do esquema e da carta que escreveram. Oriente que essa
será uma revisão dos elementos obrigatórios de uma carta de reclamação.
Explique que é importante que eles não apaguem a primeira versão da carta. Eles podem riscar
partes, incluir informações ou escrever ao lado indicando com setas. Essa prática permite que depois
eles possam comparar as versões e perceber a evolução no texto. Se, por acaso, eles perceberem erros
de escrita, podem incluir as correções, escrevendo a palavra correta logo acima da que estava errada, ou
dentro de parênteses para que possam comparar depois.
Terminada essa etapa, oriente as duplas a fazer a revisão da pontuação. Você deve lembrá-los que as
cartas de reclamação são escritas para pedir a solução de um problema apresentando argumentos. São,
portanto, textos argumentativos que, de forma geral, são compostos por frases afirmativas e por isso
eles devem usar o ponto-final para encerrá-las.
Observação
A vírgula deve ser usada nas explicações de termos, em casos de aposto (exemplo: “nosso bairro, que
possui muitas crianças, precisa de um parque”), e nos casos de vocativo, usado no início das cartas para
saudar o destinatário (exemplo: “Senhor secretário, bom dia”).
Outros sinais de pontuação, como exclamações, interrogações e reticências, não são muito comuns
no gênero textual carta de reclamação, mas podem ser usados se a intenção for conferir alguns efeitos
nas cartas, por exemplo: como podemos passar pela calçada com entulho jogado? Ou ainda: nossa
situação é muito difícil! Se você tiver alguma indicação sobre pontuação nos cartazes da sala, chame a
atenção das duplas para que recorram a eles para buscar informações.
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CONTEÚDOS DE LÍNGUA PORTUGUESA DO ENSINO FUNDAMENTAL I
Saiba mais
Para assistir a uma aula na qual a professora faz a revisão de um texto
de aluno, acesse:
REVISAR para aprender a produzir. 2012. 1 vídeo (37 min). Publicado pelo
canal Multicultura. Disponível em: https://tinyurl.com/46y94bh7. Acesso em:
1º jun. 2023.
Finalizada a fase da revisão, oriente os alunos a verificarem os apontamentos e correções que fizeram,
analisando se concordam ou não com as anotações para alterações. É o momento de decidir o que será
colocado na versão final da carta.
Tomadas as decisões, você deve pedir para que as duplas reescrevam as cartas com as alterações.
Depois de prontas, eles devem fazer mais uma leitura para ver se não há mais nada a ser alterado.
Observação
Com as cartas reescritas, a próxima etapa se refere à formatação. Deve-se ter atenção à legibilidade
da escrita e à disposição dos componentes. Essa formatação deve ser coerente com o suporte e a
forma com que a carta será enviada. Se for por e-mail ou redes sociais, será necessário digitá-la. Se
optaram pelo envio pelo correio, pode ser escrita à mão. Sugerimos que, mesmo que a opção de envio
seja por e-mail/redes sociais, a dupla faça a carta manuscrita antes de digitar no computador.
Com o encerramento da escrita, convide os alunos a comentarem seu objetivo, que foi a reclamação
feita. Explore as aprendizagens desenvolvidas com a confecção da carta. Na conversa, procure saber por
que, na opinião deles, as pessoas escrevem cartas de reclamação. É esperado que eles concluam que
esse gênero textual busca resolver algum problema, que pode ser de uma pessoa, ou de várias. Também
devem ter aprendido que a carta de reclamação é uma forma de exercer a cidadania e que deve chamar
a atenção de alguma autoridade, que pode estar em um órgão público, em um contexto escolar, ou até
mesmo em uma família.
91
Unidade II
A carta de reclamação não finaliza com a escrita, pois o texto precisa alcançar o seu destinatário para
que tenha uma resposta e/ou a solução que procura. Dessa forma, é preciso questionar as duplas
para saber como eles pretendem que a carta chegue ao destino. Ajude‑os indicando formas adequadas de
envio. Considere também a possibilidade de feedbacks dos alunos a respeito da resposta do destinatário.
Procure saber, depois de um período, se houve retorno ou solução do problema reclamado.
Saiba mais
É possível apresentar para a turma uma reportagem sobre alunos que
escreveram uma carta de reclamação para o prefeito da cidade em que
moram. Acesse:
Apresentamos sugestões de atividades com o gênero textual carta de reclamação. Essas atividades
podem ser adaptadas para outros gêneros que também fazem parte da aprendizagem dos alunos.
A carta pode ser de agradecimento, de assuntos pessoais, de apresentação de alguém ou de algum
assunto. Outros gêneros também podem ser trabalhados, como as notícias.
Lembrete
Sabemos que ensinar e aprender acentuação das palavras na Língua Portuguesa não é tarefa muito
fácil, pois esse aprendizado depende do conhecimento de várias regras.
Marra (2012) aponta que a maior parte das palavras em português não é acentuada graficamente.
Preferencialmente não existe acento gráfico em duas situações:
92
CONTEÚDOS DE LÍNGUA PORTUGUESA DO ENSINO FUNDAMENTAL I
O acento agudo (´) indica vogal tônica aberta, o acento circunflexo (^) indica vogal tônica fechada.
O acento gráfico deve ser usado em quatro situações:
• para indicar que uma sílaba é tônica: (para diferenciar é [verbo] de e [conjunção]);
• para diferenciar sentidos em palavras homônimas perfeitas: (pôr [verbo] e por [preposição]).
Para essas situações existem as regras de acentuação gráfica, que são indicadas por normas
baseadas em reformas e acordos ortográficos e que organizam, prescrevem e normatizam os usos da
ortografia do português. A respeito do aprendizado da acentuação pelo aluno, note o que afirma Marra
(2012, p. 13):
Observação
Muitas vezes, por desconhecer as regras de acentuação e por não saber qual é a sílaba tônica da
palavra, o aluno acaba errando, trocando ou omitindo os acentos gráficos das palavras. Vamos, então,
sugerir atividades para que os alunos possam ter contato com algumas regras de acentuação.
93
Unidade II
Para essa atividade você vai precisar de: uma cópia de uma tirinha ou uma pequena história em
quadrinhos, que pode ser também projetada ou colada em um cartaz; uma folha com exercícios (palavras
paroxítonas com e sem acento gráfico) e dicionários caso os alunos precisem pesquisar o significado de
alguma palavra.
Quadro 31
EF04LP04 Usar acento gráfico (agudo ou circunflexo) em paroxítonas terminadas em -i(s), -l, -r, -ão(s)
Construir o sentido de histórias em quadrinhos e tirinhas, relacionando imagens e palavras e
EF15LP14 interpretando recursos gráficos (tipos de balões, de letras, onomatopeias)
Recorrer ao dicionário para esclarecer dúvida sobre a escrita de palavras, especialmente no
EF35LP12 caso de palavras com relações irregulares fonema-grafema
Para iniciar, apresente a tirinha para a turma. Você pode ler a história ou pedir para que algum aluno
o faça. Em seguida, pergunte o que eles entenderam e deixe que façam seus comentários.
Figura 37
Explique que o objetivo dessa aula é estudar e exercitar o uso do acento gráfico nas palavras
paroxítonas que terminam com uma consoante. Para isso, você vai destacar a palavra fácil, que está
contida na tirinha, escrevendo-a no quadro.
Faça as seguintes perguntas: vocês conseguem identificar qual é a sílaba mais forte dessa palavra?
Qual é? Se você perceber que as crianças estão com problemas para reconhecer a sílaba mais forte,
explique que é a que é pronunciada com mais força. Você pode apresentar alguns exemplos para ajudá-los.
94
CONTEÚDOS DE LÍNGUA PORTUGUESA DO ENSINO FUNDAMENTAL I
Fácil
Figura 38
Se os alunos responderam que a sílaba mais forte da palavra fácil é o fá, tente descobrir como
chegaram a essa conclusão. Pode ser que eles respondam que é porque tem um acento agudo na
letra A da sílaba. Explique que a sílaba mais forte das palavras é chamada de sílaba tônica. Se eles não
mencionarem o acento, indague para que ele serve. Caso a resposta não seja “indicar a sílaba mais forte”,
você deve dizer.
Agora, é importante que as crianças descubram qual é posição da sílaba tônica nas palavras. Para
ensiná-las, você deve voltar às palavras do quadro e fazer a contagem começando da última sílaba. Por
exemplo, na palavra difícil: última sílaba: cil; penúltima sílaba: fí. Nesse caso a sílaba tônica (fí) é a
penúltima. Faça o mesmo com as outras palavras. Explique que quando, em uma palavra, a sílaba tônica
é a penúltima, nós a chamamos de paroxítona.
Sabemos que nem todas as palavras paroxítonas são acentuadas. Veja a regra:
Paroxítonas
A) i, is, us, um, uns: júri, lápis, miosótis, íris, tênis bônus, álbum, álbuns etc.
B) l, n, r, x, ps: afável, alúmen, hífen, âmbar, éter córtex, fênix, bíceps, fórceps etc.
C) ditongo oral: ei, eis: agéis, férteis, imóveis jóquei, túneis etc.
Figura 39
Considerando que nem todas as paroxítonas precisam de acento, reflita com os alunos sobre essa
questão. Escreva na lousa as palavras: fácil e casa e pergunte qual é a sílaba tônica delas. Eles devem
responder que nas duas palavras as sílabas tônicas são as penúltimas (portanto são palavras paroxítonas).
Continue analisando e pergunte se as duas têm acento gráfico. Provavelmente eles dirão que
apenas uma palavra tem acento gráfico. Questione: o que será que acontece em algumas palavras
paroxítonas para que precisem de acento gráfico? Vamos descobrir?
95
Unidade II
Organize a turma em duplas e entregue as folhas com os exercícios que você preparou. Veja uma
sugestão.
Nesta tabela, você tem uma lista de palavras paroxítonas com a sílaba mais forte em negrito.
Você deve preencher a segunda coluna com a última letra da palavra. Na terceira coluna você
deve escrever sim, se a palavra tiver acento gráfico, e não, se a palavra não tiver acento gráfico.
Analise a tabela que você acabou de preencher e identifique abaixo em quais casos você marcou
“sim” na coluna “tem acento?”
palavras terminadas em L
palavras terminadas em A
palavras terminadas em R
palavras terminadas em S
palavras terminadas em M
palavras terminadas em N
palavras terminadas em X
palavras terminadas em O
palavras terminadas em E
Figura 40
96
CONTEÚDOS DE LÍNGUA PORTUGUESA DO ENSINO FUNDAMENTAL I
Depois que as duplas terminarem de fazer os exercícios, faça a correção oral para que vejam se
houve algum equívoco. Feito isso, peça para que passem para o caderno o lembrete sobre quando
uma palavra paroxítona leva acento gráfico. Você também pode fazer um cartaz com essa regra de
acentuação gráfica.
Para deixar as regras de acentuação gráfica de palavras paroxítonas ainda mais perceptíveis para os
alunos, sugerimos a realização de um jogo.
Nesta atividade você vai precisar de: envelopes, peças do quebra-cabeça, projetor, lápis, tabelas e
papel sulfite. O objetivo é reforçar e sistematizar o uso do acento gráfico em palavras paroxítonas que
terminam em consoante.
Quadro 32
Organize a turma em grupos de até cinco alunos. Entregue para cada grupo um envelope com
as sílabas recortadas para que formem as palavras. A intenção é que eles acentuem corretamente as
palavras. As letras destacadas no final da última sílaba vão assinalar se é vogal (verde) ou consoante
(vermelho), indicando se a palavra deve ou não ser acentuada. O grupo terá que decidir se usarão o
acento agudo ou o circunflexo nas sílabas que serão acentuadas. Veja o modelo de uma palavra:
FE MUR ^´
ES CO LA
Figura 41
Sugerimos que sejam utilizadas de 9 a 12 palavras para esse jogo. Você deve colocar palavras
paroxítonas acentuadas e não acentuadas. Cada grupo deve receber também uma tabela para preencher,
conforme o exemplo:
97
Unidade II
Quadro 33
Depois de entregar o material, explique como será o jogo. Você pode usar algumas peças do
envelope para exemplificar. Tenha atenção aos grupos, andando entre eles para tirar dúvidas que
possam surgir. Não se esqueça de que a intenção desse jogo é que os alunos associem as letras finais
das palavras por meio das cores, com a necessidade ou não do uso do acento gráfico. Eles também
terão que decidir qual acento deverão usar e, para isso, terão que verificar a diferença entre vogais
abertas e fechadas. Devem ser disponibilizados dicionários, caso algum aluno tenha dúvidas sobre o
significado de alguma palavra.
Esse jogo vai demandar que os alunos exercitem suas habilidades cognitivas, linguísticas e sociais.
Fique atento para que a atividade se realize de forma colaborativa e organizada.
Para finalizar, você pode desenhar a tabela na lousa e pedir que os alunos façam a leitura oral das
palavras que formaram e de que maneira preencheram a tabela. Escreva na tabela à medida que os
grupos forem apresentando suas conclusões.
Após completarem a tabela, pergunte se alguém ficou com alguma dúvida ou se alguém teve
dificuldade para preenchê-la. Caso ainda exista alguma dúvida, retome o ponto específico. Permita
também que os alunos falem se gostaram do jogo e que avaliem a atividade.
Propomos agora uma atividade para reforçar a acentuação gráfica de palavras paroxítonas. Você
deve revisar as regras de acentuação das paroxítonas com os alunos antes de iniciá-la.
98
CONTEÚDOS DE LÍNGUA PORTUGUESA DO ENSINO FUNDAMENTAL I
Quadro 34
EF04LP04 Usar acento gráfico (agudo ou circunflexo) em paroxítonas terminadas em -i(s), -l, -r, -ão(s)
Recorrer ao dicionário para esclarecer dúvida sobre a escrita de palavras, especialmente no
EF35LP12 caso de palavras com relações irregulares fonema-grafema
Ler e compreender, silenciosamente e, em seguida, em voz alta, com autonomia e fluência,
EF35LP01 textos curtos com nível de textualidade adequado
Para essa atividade você vai precisar de textos com erros de acentuação nas paroxítonas para entregar
aos alunos e um cartaz com as regras de acentuação gráfica das palavras paroxítonas terminadas
em consoantes.
Comece organizando a turma em duplas. Explique que nessa atividade serão apresentados
textos com erros de acentuação. As duplas devem destacar quais são as palavras que não estão
acentuadas corretamente e corrigi-las.
Antes que eles comecem, relembre as regras de acentuação gráfica das paroxítonas terminadas em
consoantes. Entregue o material para as duplas e faça a leitura coletiva do texto. Pergunte se entenderam
o conteúdo que foi lido. Explore-o fazendo perguntas que se relacionem com o texto.
Depois pergunte se encontraram palavras com escrita incorreta no texto. Será que os alunos
conseguem falar por que estão incorretas? É esperado que eles consigam perceber que os erros são
de falta de acentuação gráfica. Oriente as duplas a fazer a correção, que pode ser na própria folha
que você entregou. Se achar necessário, também pode pedir para que eles reescrevam a palavra com a
acentuação gráfica correta no espaço da folha.
Escolha textos que considerar adequados à sua turma e tome o cuidado de retirar a acentuação
gráfica das paroxítonas terminadas em consoante. Seguem sugestões de textos para essa atividade.
As palavras em vermelho estão escritas com erros de acentuação gráfica.
99
Unidade II
RESFRIADO
É horrivel ficar resfriado. Está tudo bem, quando a garganta começa a arranhar. Depois vem
uma febre baixa que deixa o corpo mole, o nariz escorre feito torneira e a tosse chega a dar dor no
peito, principalmente durante a noite – só pra atrapalhar o sono da gente. Essa chatice que pode
durar até uma semana é provada por pequenos micróbios chamados virus. Há mais de duzentos
tipos de virus diferentes, capazes de provocar resfriado. Cada vez que um deles nos ataca, as defesas
do corpo se mobilizam para destruí-lo. Passeamos o dia inteiro. Ficamos livres dele. Mas virão outros
para nos atormentar. Por isso o resfriado é a doença mais comum. Em um ano, os adultos têm de
dois a quatro resfriados, enquanto que as crianças têm em média de 10 a 20.
O Plano de Logística Sustentavel (PLS) da Universidade Federal de Goiás (UFG) é uma ferramenta
de planejamento com objetivos, ações, metas, prazos de execução e mecanismos de monitoramento
e avaliação definidos, que permitem o estabelecimento de práticas de sustentabilidade e
racionalização de gastos e processos na administração pública.
Figura 42
100
CONTEÚDOS DE LÍNGUA PORTUGUESA DO ENSINO FUNDAMENTAL I
Repare que separamos textos de gêneros diferentes. Você pode fazer sua escolha baseando-se nas
preferências de sua turma ou em trabalhar gêneros textuais que ainda não abordou em outros momentos.
Pode também acrescentar outros desafios, como pedir que destaquem todas as paroxítonas do texto ou o
maior número de paroxítonas que puderem.
Nosso próximo assunto será grafia correta de palavras com sufixos. Você se lembra deles?
Vamos relembrar.
Os sufixos são elementos que são acrescentados a um radical para formar uma nova palavra.
Por exemplo, a palavra bela+eza forma beleza. Pelo acréscimo de sufixos podemos formar novos
substantivos, verbos e até advérbios.
• Verbal: quando se ligam a um radical para dar origem a um verbo (bord-ejar, suav-izar,
amanh-ecer).
• Adverbial: que é o sufixo -mente quando se liga à forma feminina de um adjetivo (bondosa‑mente,
carinhosa-mente).
Propomos uma atividade para o ensino do sufixo oso/osa. Esse sufixo forma adjetivos a partir de
substantivos e tem a intenção de representar abundância.
Para essa atividade você vai precisar do livro Marcelo, marmelo, martelo de Ruth Rocha, folhas para
cada aluno que contenha tabela e exercício para completar os espaços e imagens de objetos ou pessoas.
Quadro 35
Reconhecer e grafar, corretamente, palavras derivadas com os sufixos -agem, -oso, -eza,
EF04LP08 -izar/-isar (regulares morfológicas)
Reconhecer que os textos literários fazem parte do mundo do imaginário e apresentam
EF15LP15 uma dimensão lúdica, de encantamento, valorizando-os, em sua diversidade cultural,
como patrimônio artístico da humanidade
EF35LP03 Identificar a ideia central do texto, demonstrando compreensão global
Inferir o sentido de palavras ou expressões desconhecidas em textos, com base no
EF35LP05 contexto da frase ou do texto
Recorrer ao dicionário para esclarecer dúvida sobre a escrita de palavras, especialmente
EF35LP12 no caso de palavras com relações irregulares fonema-grafema
101
Unidade II
Essa aula usa como base o livro de Ruth Rocha Marcelo, marmelo, martelo. Comece apresentando-o
e mostrando a capa. Faça perguntas sobre ele, se alguém já conhece a história ou como imaginam que
pode ser. Ouça com atenção e valorize a opinião da turma.
Figura 43
Nessa história, a autora fala da curiosidade que as crianças têm em relação à origem do nome das
coisas. Marcelo, o personagem do livro, nomeia tudo que está a sua volta, buscando sentido para os
nomes. No universo dele, por exemplo, cadeira passa a se chamar sentador (PESSOA, 2020, p. 33).
Saiba mais
Inicie a leitura e convide as crianças a participarem da história, criando hipóteses e pensando por
que Marcelo escolhia aqueles nomes para as coisas. Quando terminar a leitura, converse com a turma e
pergunte se eles gostaram do livro. Faça questionamentos como: o que vocês acharam das atitudes de
102
CONTEÚDOS DE LÍNGUA PORTUGUESA DO ENSINO FUNDAMENTAL I
Marcelo? Por que seus pais começaram a não entender o que ele estava fazendo? Como vocês acham
que as palavras surgem? Esta é uma oportunidade para você explicar para os alunos que as palavras não
têm uma relação com as caraterísticas dos objetos.
Diga para os alunos que eles aprenderão a usar o OSO/OSA. Informe que, apesar de serem pronunciados
com o som de /z/, sempre escrevemos com S. Distribua a tabela para a turma e peça que completem
escrevendo o sentido das palavras.
Quadro 36
Palavra Sentido
Cuidadoso Que tem muito _________
Famoso Que tem muita _________
Valiosa Algo que tem muito _________
Saboroso Algo que tem muito _________
Observando a tabela preenchida, que conclusões os alunos podem tirar? Pergunte para a classe e
ouça com atenção as respostas. Valorize suas hipóteses e procure fazer com que eles percebam que o
adjetivo dá a ideia de abundância, destacando a presença de muito/muita na segunda coluna.
Para a próxima etapa da atividade, peça que as crianças completem os espaços das frases com o adjetivo
correto. Diga que os substantivos que estão nos parênteses podem ajudá-los a descobrir o adjetivo certo.
Sugestão de frases:
a) Mariana não queria sair de casa porque o dia estava __________________ (chuva).
c) A mãe de Chapeuzinho Vermelho avisou que andar pela floresta era ____________ (perigo).
Quando todos terminarem de preencher as lacunas, faça a correção junto com a turma. Pergunte se
alguém ficou com alguma dúvida. Feito os esclarecimentos, volte à história do livro Marcelo, marmelo,
martelo e pergunte às crianças do que elas se lembram. Retome que, na história, Marcelo inventava
palavras de acordo com o que elas representavam. Um exemplo é quando ele nomeou o cachorro de
Latildo, pelo fato de ele latir.
Explique para a turma que nesse momento eles vão descobrir palavras, mas não inventar como
Marcelo fazia na história, vão observar as características de alguma pessoa ou de algum objeto para
escolher a palavra mais adequada. As palavras escolhidas terão a terminação em oso/osa.
103
Unidade II
Apresente uma imagem e peça para que eles completem a frase com base no que estão vendo.
Por exemplo, você pode apresentar a imagem de uma flor. A frase pode ser: Essa flor é _________.
As crianças poderão falar: cheirosa, maravilhosa. Peça que anotem no caderno.
Depois que apresentar todas as imagens, escreva na lousa, ou peça que um aluno escreva os adjetivos
que conseguiram relacionar com elas. Para o fechamento, pergunte o que eles conseguiram aprender com
essa atividade. Retome que podemos formar palavras a partir de outras. Seguem sugestões de palavras.
Sorvete
(delicioso, saboroso,
maravilhoso, gostoso)
Bebê
O bebê é ___________
Pizza
Figura 44
Outra atividade que trabalha com os sufixos oso/osa que você pode organizar com seus alunos é
completar uma carta com adjetivos derivados de substantivos. Para realizá-la, você pode formar duplas
e pedir para que preencham os espaços da carta, usando como referência as dicas que estão ao lado dos
espaços a serem preenchidos.
104
CONTEÚDOS DE LÍNGUA PORTUGUESA DO ENSINO FUNDAMENTAL I
Para essa atividade você vai precisar de folhas com a carta misteriosa impressa.
Quadro 37
Reconhecer e grafar, corretamente, palavras derivadas com os sufixos -agem, -oso, -eza, -izar/-isar (regulares
EF04LP08 morfológicas)
Recorrer ao dicionário para esclarecer dúvida sobre a escrita de palavras, especialmente no caso de palavras com
EF35LP12 relações irregulares fonema-grafema
Ler e compreender, com autonomia, cartas pessoais de reclamação, entre outros gêneros do campo da vida
EF04LP10 cotidiana, de acordo com as convenções do gênero carta e considerando a situação comunicativa e o
tema/assunto/finalidade do texto
EF35LP03 Identificar a ideia central do texto, demonstrando compreensão global
EF35LP05 Inferir o sentido de palavras ou expressões desconhecidas em textos, com base no contexto da frase ou do texto
Explique para a turma que eles terminarão de escrever uma carta misteriosa. Diga que Rosa está
organizando uma festa surpresa para sua tia, Dona Generosa. Ela quer pedir para o senhor Matoso,
dono da padaria, preparar os petiscos para a festa. Rosa está com dúvidas em como escrever algumas
palavras, mas não pode pedir ajuda para tia Generosa, porque a festa é surpresa. Você pode ajudá-la?
Muito obrigada.
Assinado
Rosa Barbosa
Figura 45
105
Unidade II
Você pode criar uma carta com o tema que considerar significativo para a turma. Além da escrita das
palavras misteriosas, você pode ainda explorar outras palavras que contêm os sufixos oso/osa presentes
na carta. Explore também o conteúdo da mensagem, perguntando o que eles acham da escolha dos
pedidos feitos por Rosa Barbosa.
Saiba mais
Na sequência do ensino dos sufixos no quarto ano, vamos realizar atividades para que as crianças
aprendam quando usar ESA ou EZA.
O sufixo EZA é usado para formar substantivos de adjetivos. Os adjetivos indicam qualidade,
propriedade, estado ou modo de ser (bela, rica, duro, mole, triste) (CUNHA; CINTRA, 2017).
Para introduzir esse tema para a turma, comece perguntando se alguém sabe como fazer para
descobrir quando devemos usar o ESA ou EZA, ou seja, quando usamos o Z ou o S. Você pode dar
um exemplo: magreza se escreve com Z ou com S? Quando alguém der uma resposta, pergunte como
chegou naquela conclusão e anote na lousa. Relembre para todos que em português algumas palavras
têm o mesmo som, mas são escritas de forma diferente.
Para essa atividade você vai precisar de: uma versão da história da Branca de Neve e os sete anões
impressa para as duplas, uma folha impressa com uma tabela e exercícios, uma folha com quadro
ESA/EZA e envelopes com palavras que contenham ESA e EZA no final e uma folha com quadro do ESA
(com masculinos de títulos de nobreza).
106
CONTEÚDOS DE LÍNGUA PORTUGUESA DO ENSINO FUNDAMENTAL I
Quadro 38
EF03LP09 Identificar, em textos, adjetivos e sua função de atribuição de propriedades aos substantivos
Reconhecer e grafar, corretamente, palavras derivadas com os sufixos -agem, -oso, -eza, -izar/-isar
EF04LP08 (regulares morfológicas)
Estabelecer expectativas em relação ao texto que vai ler (pressuposições antecipadoras dos
sentidos, da forma e da função social do texto), apoiando-se em seus conhecimentos prévios
sobre as condições de produção e recepção desse texto, o gênero, o suporte e o universo
EF15LP02 temático, bem como sobre saliências textuais, recursos gráficos, imagens, dados da própria
obra (índice, prefácio etc.), confirmando antecipações e inferências realizadas antes e durante a
leitura de textos, checando a adequação das hipóteses realizadas
Reconhecer que os textos literários fazem parte do mundo do imaginário e apresentam
EF15LP15 uma dimensão lúdica, de encantamento, valorizando-os, em sua diversidade cultural, como
patrimônio artístico da humanidade
EF35LP03 Identificar a ideia central do texto, demonstrando compreensão global
Inferir o sentido de palavras ou expressões desconhecidas em textos, com base no contexto da
EF35LP05 frase ou do texto
Recorrer ao dicionário para esclarecer dúvida sobre a escrita de palavras, especialmente no caso
EF35LP12 de palavras com relações irregulares fonema-grafema
Ler e compreender, de forma autônoma, textos literários de diferentes gêneros e extensões,
EF35LP21 inclusive aqueles sem ilustrações, estabelecendo preferências por gêneros, temas, autores
Segundo Pessoa (2020, p. 6), alunos devem ser “expostos continuamente a reflexões sobre a
ortografia de sua língua em variadas situações de sala de aula”, entre elas “por meio do contato
com diversos textos de circulação social/escolar”. Assim, um gênero literário é um texto com o
qual os alunos têm familiaridade.
Divida a turma em duplas. Entregue para cada uma a versão da história da Branca de Neve e os sete
anões que você providenciou. Peça que incialmente eles façam a leitura silenciosa. Depois, faça a leitura
com toda a sala.
107
Unidade II
Como queremos chamar a atenção dos alunos para uma regra específica utilizada nos adjetivos,
destaque um trecho ou sentença do texto que contenha as características dos personagens. Esses
trechos podem estar juntos no texto ou não. Por exemplo:
• As pessoas do reino não sabiam que a nova rainha era muito malvada.
• Certo dia um príncipe rico e esperto chegou na clareira, porém, ele estava muito triste por não
encontrar uma noiva.
Saiba mais
Peça para as duplas que observem as partes destacadas do texto e apontem as características dos
personagens que eles encontraram: Branca de Neve, Príncipe, Madrasta ou Bruxa. Você pode registrar as
respostas em um quadro para ajudá-los na sequência da atividade. Por exemplo:
Quadro 39
É esperado que os alunos respondam com as palavras bela, gentil, rico, esperto, triste, malvada ou
outras dependendo da versão, para indicar as características dos personagens da história. Você pode
pedir que os alunos indiquem outras características que não estão no texto, pois, dessa forma, estarão
fazendo inferências e criando hipóteses sobre os personagens. Baseando-se na leitura que fizeram e
também nos conhecimentos que já possuíam sobre a história, pergunte: que outras características
podemos acrescentar a esses personagens e que não estão no texto? Nesse momento você vai perceber se
os alunos conseguiram compreender a noção de adjetivo. Para formar adjetivos a partir de substantivos,
você vai seguir com a atividade, usando as palavras que escreveu no quadro. Para cada palavra, você vai
escrever duas frases para os alunos completarem, uma com um adjetivo e outra com um substantivo
derivado do adjetivo. Observe o exemplo:
Pergunte para as crianças como elas acham que esperteza é escrito. Com S ou com Z? Sabemos que
o som é de /z/, mas que algumas palavras têm o som de /z/ mas são escritas com S.
Questione a turma para que possam refletir e consigam identificar que a palavra escrita no quadro
indica qualidade (esperto = adjetivo) e a segunda, a forma como o Príncipe agiu, que era com esperteza
(substantivo), então a palavra esperteza vem de esperto.
Elabore outras frases nesse modelo partindo dos adjetivos que foram apresentados pelas crianças
para que elas criem os substantivos partindo desses adjetivos. Entregue a folha com os exercícios de
completar as frases para os grupos e espere até que todos preencham. Quando os exercícios estiverem
prontos, faça a correção. Leia as frases, ouça as respostas das crianças e pergunte se elas escreveram a
palavra que se originou da outra com s ou com z. Veja mais um exemplo:
Figura 46
Você pode fazer para a classe as seguintes perguntas: a palavra certeza se escreve com Z ou com S?
Quem escreveu com Z? Quem escreveu com S? O que te fez escolher o Z? O que te fez escolher o S?
Vocês se lembram das palavras que estão entre parênteses? O que elas indicam? E as palavras que vocês
completaram as lacunas? O que elas indicam?
A ideia é que nesse momento você provoque a reflexão nas crianças sobre as classes gramaticais
adjetivos e substantivos e a relação entre elas. Para isso, você vai entregar para as duplas um novo
exercício. Distribua um quadro com duas colunas para ESA e EZA e um envelope contendo algumas
palavras escritas com a terminação ESA e EZA para cada dupla. Eles devem observar e analisar as palavras
que estão dentro do envelope e separar em duas colunas.
• Sugestão de palavras para os envelopes: princesa, chinesa, grandeza, incerteza, frieza, firmeza,
impureza, moleza, duquesa, baronesa, franqueza, lerdeza, marquesa, estranheza, limpeza, francesa,
inglesa, japonesa.
109
Unidade II
Quadro 40
ESA EZA
Depois que as duplas analisarem as palavras e preencherem as duas colunas, você deve desafiar os
alunos sobre as semelhanças das palavras organizadas nas colunas. O ESA e o EZA têm o mesmo som?
Espera-se que respondam que sim.
Por que vocês acham que as palavras princesa, chinesa, duquesa, baronesa, marquesa, francesa,
inglesa, japonesa são escritas com S? Escreva na lousa as hipóteses que as crianças levantaram. Agora,
você vai entregar mais uma folha para as duplas e pedir que escrevam novamente as palavras da coluna
do ESA em um outro quadro seguindo o modelo.
Quadro 41
Masculino Feminino
Príncipe Princesa
Chinês
Duque
Barão
Marquês
Francês
Inglês
Japonês
Este quadro vai te ajudar a ensinar os alunos e sistematizar a regrinha do ESA/EZA. Ele tem o objetivo
de levar as crianças a perceberem que usamos o ESA para títulos de nobreza e para adjetivos pátrios e
o EZA quando transformamos adjetivos em substantivos.
Construa junto com a turma um cartaz explicando essa regrinha. Mais importante que construir o
cartaz com as regras é fazer com que as crianças percebam que já a usaram quando completaram a
tabela com as palavras dos envelopes.
Leve os alunos a perceber que todas as palavras em que usaram ESA são os títulos de nobreza
e os adjetivos pátrios que indicam a nacionalidade (em que país a pessoa nasceu) quando estão no
feminino. Faça perguntas que os levem a chegar a essa conclusão. Deixe as crianças participarem da
confecção do cartaz, dando suas opiniões sobre o que escrever e também fazendo desenhos que possam
lembrá‑los das regras.
110
CONTEÚDOS DE LÍNGUA PORTUGUESA DO ENSINO FUNDAMENTAL I
Se você perceber que a turma ficou com muitas dúvidas e os alunos não conseguem analisar
as palavras sobre essa perspectiva, organize outras atividades de transformação de adjetivos em
substantivos. Também é possível organizar um bingo com os substantivos e adjetivos pátrios escritos
nas cartelas para ajudar a memorizá-los.
O cartaz deve ficar em um local em que as crianças podem consultá-lo quando tiverem dúvidas. Ele
vai ajudar se você precisar retomar esse tópico com a turma. Se puder, apresente para eles o vídeo a seguir.
Saiba mais
O vídeo a seguir é uma aula bem rápida sobre o uso do esa e eza.
Você deve saber que o ensino de determinadas regras não é fácil para as crianças, pois a norma
ortográfica é uma convenção social e não existe uma lógica ou relação natural entre os grafemas e
fonemas se pensarmos na relação letra/som. Por isso, é necessário um ensino mais sistemático para
essas situações. Devemos também considerar que a aprendizagem de uma determinada regra não
é transferida para outra, por mais que se pareçam.
Nossa proposta é criar situações de ensino nas quais os alunos são levados a refletir e a explicitar
os princípios ortográficos que norteiam a Língua Portuguesa para facilitar o aprendizado da ortografia.
Nesta unidade, apresentamos sugestões de atividade que você poderá realizar com alunos da quarta
série. Elas foram selecionadas considerando os objetos de conhecimento e as habilidades a serem
desenvolvidas para essa etapa indicadas na BNCC. Na próxima unidade as propostas são para as turmas
de quinta série.
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Unidade II
Resumo
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CONTEÚDOS DE LÍNGUA PORTUGUESA DO ENSINO FUNDAMENTAL I
Exercícios
“É um gênero de texto usado em situações de comunicação, nas quais o cidadão deseja externar
alguma injustiça, insatisfação, algo que julgue ser impróprio ou errado; e, ainda, solicitar uma resolução
para seu problema. Enfim, a carta de reclamação é usada quando o cidadão se sente lesado ou
desrespeitado em seus direitos, ou injustiçado ou discriminado socialmente. É um gênero que leva a
uma forma de exercer a cidadania, e é por esse motivo que vamos chamá-la de gênero da cidadania”
(BEATO-CANATO; BAUMGÄRTNER; CECÍLIO apud BARROS, 2012, p. 23).
Em relação às cartas de reclamação, analise as asserções a seguir e a relação proposta entre elas.
I – A carta de reclamação é um dos gêneros do discurso que pode ser trabalhado nas atividades de
Língua Portuguesa no 4º ano do Ensino Fundamental.
porque
II – A carta de reclamação é um dos meios de fazer com que os alunos percebam a função da
linguagem em práticas sociais autênticas.
Análise da questão
Vimos, no livro-texto, que o trabalho com os diversos gêneros do discurso em sala de aula tem
o objetivo de fazer com que os estudantes percebam a função da linguagem em práticas sociais
autênticas. Nesse sentido, o uso das cartas de reclamação deve atender às reais necessidades do grupo,
instrumentalizando os alunos para o uso efetivo da linguagem em seu meio social.
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Unidade II
As cartas de reclamação apontam a necessidade de uma pessoa de se comunicar com outra e utiliza
a escrita para isso. Os interlocutores estão distantes e, por isso, esse texto deve conter alguns elementos
como remetente, local, data e assinatura.
A carta deve descrever um problema para que seu destinatário busque uma solução. Na sua
elaboração, o aluno deve utilizar argumentos para que o outro se convença a resolver o problema, que
pode ser individual ou coletivo.
Em relação a esse tema, a professora Clara propôs as asserções I e II e a seguinte relação entre elas.
porque
A professora Clara apresentou aos alunos as cinco opções de respostas mostradas a seguir:
Tiveram êxito na atividade proposta pela professora Clara os alunos que escolheram a opção:
A) 1.
B) 2.
C) 3.
D) 4.
E) 5.
Alternativa correta: A.
Análise da questão
A palavra afável é uma paroxítona terminada em l e, por isso, deve ser acentuada.
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