Material Digital do Professor – Interdisciplinar

Ciências, Geografia e História – 5º ano

Sequência didática 3

Do bullying ao cyberbullying

Objetivos gerais
Nesta sequência didática, o objetivo é proporcionar aos alunos reflexões sobre o bullying e o
ciberbullying, além de discutir como ferramentas tecnológicas têm sido utilizadas para expor, intimidar
e agredir pessoas nas plataformas on-line. Ademais, esta sequência didática pretende levar os alunos
a estabelecer comparações entre essas duas formas de agressão, no passado e no pressente, a partir
de discussões em sala de aula que ressaltam a importância da tolerância e do respeito à diversidade.

Objetivos de aprendizagem
Objeto de conhecimento (BNCC) Habilidade (BNCC)
Trabalho e inovação tecnológica (EF05GE06) Identificar e comparar transformações dos
meios de transporte e de comunicação.

Desenvolvimento
Etapa 1 – As várias faces do bullying
Duração: cerca de duas aulas de 50 minutos (cada).
Organização dos alunos: em roda de conversa; individualmente; em três grupos.
Recursos e/ou materiais necessários: caderno; lápis; borracha; lousa; giz; uma cópia impressa da lei 13.185/15 para cada
aluno; folha de papel sulfite; se disponíveis, impressora e computador.
Sugestões de textos como referência: “Entra em vigor lei de combate ao bullying” (disponível em: <www.ebc.com.br/in-
fantil/para-pais/2016/02/entra-em-vigor-lei-de-combate-ao-bullying>. Acesso em: 24 jan. 2018); “Lei 13.185/15 de 6 de
novembro de 2015” (disponível em: <www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13185.htm>. Acesso em:
24 jan. 2018).
Objetivos específicos: discutir o que é bullying e conhecer a lei federal que trata do assunto e conhecer os relatos de pro-
fissionais da escola e de familiares sobre o tema, comparando a evolução dessa prática de coação ao longo dos anos.

Aula 1

Inicie a aula com os alunos organizados em um semicírculo para que seja feita uma roda de
conversa. Pergunte-lhes o que, na opinião deles, é bullying. Permita que se expressem, na tentativa de
explicar do que se trata o tema. Escute as respostas e registre-as na lousa em tópicos, levantando,
ainda, outras questões, de modo a instigá-los a refletir e a falar sobre, por exemplo, como o bullying
pode acontecer e quais as consequências que essa prática pode gerar.
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Sequência didática 3

Se necessário, cite exemplos. Informe aos alunos que o combate à prática do bullying (Pro-
grama de Combate à Intimidação Sistemática) foi decretado e sancionado em lei federal e que isso
demonstra a dimensão do problema e a seriedade com que o assunto deve ser tratado.

Providencie, com antecedência, uma cópia para cada aluno da Lei 13.185/15 de Combate à
Intimidação Sistemática. Depois de distribuí-las aos alunos, peça a eles que realizem uma primeira
leitura individual sobre o documento entregue e solicite que sublinhem as palavras ou expressões que
eles desconhecem; elas serão retomadas adiante. Depois, leia em voz alta o parágrafo 1º, do Art. 1º
da lei, que considera:

“[...] intimidação sistemática (bullying) todo ato de violência física ou psicológica, in-
tencional e repetitivo que ocorre sem motivação evidente, praticado por indivíduo ou
grupo, contra uma ou mais pessoas, com o objetivo de intimidá-la ou agredi-la, cau-
sando dor e angústia à vítima, em uma relação de desequilíbrio de poder entre as par-
tes envolvidas”.

Feito isso, sugira aos alunos que retomem as informações anotadas na lousa, comparando-as
com a definição proposta na Lei 13.185/15. Depois, solicite a alguns alunos, de forma aleatória, que
continuem a leitura do texto em voz alta até o final do Art. 2º, no qual estão descritos os tipos de
violência que caracterizam a prática do bullying. Em seguida, pergunte se eles sabem o que significa:
intimidação; insultos pessoais; comentários sistemáticos; pilhérias. Nesse momento, confira com os
alunos se alguma dessas palavras ou expressões havia sido sublinhada por eles no momento da leitura
individual e aproveite para esclarecer todas as dúvidas sobre vocabulário. Depois, peça a eles que su-
giram ações que, na opinião deles, poderiam solucionar ou melhorar cada um dos itens mencionados
no Art. 2º. Anote essas informações na lousa e solicite-lhes que as copiem no caderno.

Incentive os alunos a refletir sobre como o bullying é um assunto complexo e abrangente, des-
mistificando abordagens que generalizam e restringem o tema a uma “brincadeira” entre crianças,
adolescentes e adultos. Enfatize que o bullying esconde uma prática de comportamentos repetitivos
de violência e discriminação, que podem ocorrer dentro e fora da escola, estabelecendo a curto e a
longo prazo uma relação de coação e violência entre o agressor e o agredido.

Para finalizar a aula e consolidar o conteúdo discutido em sala, solicite aos alunos que produ-
zam um texto sobre o que é bullying, de que formas ele pode ocorrer e como ele poderia ser evitado.
Nesta tarefa, os alunos devem trabalhar individualmente e, caso não terminem o texto durante esta
aula, peça que o finalizem em casa. Essa atividade deve ser corrigida pelo professor e considerada na
aferição de aproveitamento escolar do aluno.
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Sequência didática 3

Aula 2

Inicie esta aula dividindo os alunos em três grupos, para que seja feito um trabalho coletivo.
Se julgar necessário, retome algumas definições propostas na aula anterior e releia o trecho da Lei
13.185/15 de Combate à Intimidação Sistemática, trabalhada com os alunos na aula 1. Após resgatar
o conteúdo discutido até aqui, diga aos alunos que eles realizarão uma entrevista com os funcionários
e professores da escola. Explique que cada grupo deve escolher um adulto para ser entrevistado, mas
que antes precisam elaborar uma lista no caderno com perguntas a serem feitas. Esclareça aos alunos
que o foco da entrevista é saber se a pessoa entrevistada sofreu, praticou ou presenciou algum tipo
de bullying em sua época escolar.

Alguns dias antes de iniciar esta atividade, converse com seus colegas de trabalho (professores,
coordenadores, diretores e demais funcionários), para saber quem pode contribuir com a pesquisa
que será realizada pelos alunos. Deixe, então, as entrevistas previamente agendadas, para que a ativi-
dade ocorra sem intercorrências e, se possível, agende com os três entrevistados o mesmo horário,
assim os grupos poderão realizar a atividade simultaneamente.

Auxilie os alunos durante a etapa de elaboração do questionário, orientando-os, inicialmente,

a colher dados básicos como nome, idade e profissão do entrevistado. Depois, permita que os grupos
discutam e elaborem, pelo menos, duas perguntas que os ajudem a conduzir a entrevista, para que
consigam as informações necessárias à discussão proposta. Após esse primeiro momento de conversa
entre os alunos, peça que os grupos compartilhem com o restante da turma as questões elaboradas.
Em seguida, auxilie-os a definir um roteiro para a entrevista, propondo questões complementares, por
exemplo: “Você já vivenciou ou presenciou algum tipo de bullying quando estava na escola? Qual?”;
“Você já fez bullying com alguém?”; “Como se sentiu nessa(s) situação(ões)?”; “Quais atitudes você
tomou para que essa(s) situação(ões) parasse(m) de ocorrer?”; “Você se sentiu/sente satisfeito com a
forma como agiu ou pensa que poderia ter agido diferente?”; “Se possível, conte-nos mais detalhes
sobre essa experiência.”.

Oriente os grupos a solicitar a autorização dos entrevistados ao final da entrevista, para com-
partilhar em sala de aula as informações obtidas, e informe-os de que, caso o entrevistado não autorize
a divulgação de seus dados pessoais, eles serão mantidos anônimos. Também instrua os alunos a ano-
tar as respostas dos entrevistados no caderno para posterior consulta e debate.

Após a finalização das entrevistas, peça aos grupos que relatem as respostas colhidas. Depois
dos três grupos terem compartilhado suas informações, solicite aos alunos que retomem a Lei
13.185/15, e pergunte a eles em qual(ais) item(ens) da lei os relatos se encaixam. Instigue os alunos a
refletir sobre as implicações do bullying, em especial para quem é a vítima desse tipo de violência.
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Antes de finalizar a aula, solicite aos alunos que façam, em casa, essa mesma entrevista com
um de seus familiares mais velhos e que, depois, escrevam um texto de um parágrafo que proponha
uma reflexão entre as semelhanças e as diferenças do bullying praticado décadas atrás e o bullying
praticado nos dias de hoje. Essa atividade deve ser corrigida pelo professor e considerada na aferição
de aproveitamento escolar do aluno.

Etapa 2 – O cyberbullying e a velocidade na comunicação on-line

Duração: cerca de duas aulas de 50 minutos (cada).
Organização dos alunos: em roda de conversa.
Recursos e/ou materiais necessários: papel sulfite; canetas hidrocor; lápis de cor; caderno; lápis; borracha; lousa; giz.
Sugestão de texto como referência: “Somos contra o bullying” (disponível em: <www.somoscontraobullying.org>. Acesso
em: 18 jan. 2018).
Objetivos específicos: refletir sobre as diferenças entre o bullying e o cyberbullying e sobre como a mudança na veloci-
dade da comunicação impulsionou a intensidade com que essas práticas ocorrem; conscientizar os alunos e a comunidade
escolar sobre o combate a esse tipo de violência; debater sobre como participar de atitudes afirmativas.

Aula 3

Inicie a aula com os alunos organizados em uma roda de conversa. Solicite a eles que compar-
tilhem as informações obtidas nas entrevistas que fizeram em casa, com os seus familiares, conforme
solicitado pelo professor na aula anterior. Pergunte aos alunos a quais conclusões eles chegaram, no
que diz respeito aos relatos de seus familiares sobre as diferenças entre o bullying praticado em déca-
das anteriores e o bullying que ocorre nos dias atuais.

Incentive-os a partilhar seus textos, lendo o parágrafo que produziram para os colegas. Espera-
se que os alunos percebam que, em décadas anteriores, a violência praticada se dava em situações
sociais mais restritas, como dentro da sala de aula e em períodos do dia específicos, uma vez que,
dependendo da idade do familiar entrevistado, em sua infância muitas das atuais tecnologias, como é
o caso da internet, ainda não existiam ou eram utilizadas por poucas pessoas e com outras finalidades.

Em seguida, direcione a discussão para que os alunos entendam o impacto que o desenvolvi-
mento de novas tecnologias gerou no compartilhamento de informações. Instigue-os a refletir sobre
como o uso desses dispositivos é capaz de aumentar, e muito, a velocidade e o alcance das práticas do
bullying on-line, ou seja, do cyberbullying. Nesse momento, pergunte à turma se eles sabem o que é o
cyberbullying e anote na lousa definições apresentadas pelos alunos. Em seguida, compartilhe com
eles o seguinte trecho:
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“o cyberbullying caracteriza-se por ataques usando mensagens de texto do celular, câ-

meras ou o computador por meio de redes sociais, sites de vídeo, e-mails com o obje-
tivo de depreciar, humilhar, difamar, fazer ameaças e aterrorizar uma pessoa ou om
grupo escolhido como alvo.”
MALDONADO, Maria Tereza. Bullying e cyberbullying: o que fazemos com o que fazem conosco? São Paulo: Moderna, 2011. p. 62.

Esclareça possíveis dúvidas sobre vocabulário apresentado no trecho lido e dê continuidade

ao tema abordado nesta aula. Diga aos alunos que se, por um lado, a internet possui diversos pontos
positivos, como a rapidez na comunicação e o acesso, aparentemente, instantâneo e ilimitado à infor-
mação, por outro lado, esses mesmos aspectos positivos vêm sendo utilizados por pessoas que fazem
um mau uso da internet para praticar atos ilícitos, como o cyberbullying.

Retome, então, as primeiras impressões dos alunos sobre o cyberbullying, previamente levan-
tadas e anotadas na lousa. Depois, faça uma comparação entre essas ideias e aquelas que surgiram
após a discussão em sala, a partir das informações que você apresentou aos alunos. Pergunte, então,
se alguém já foi alvo desse tipo de violência, se já a praticou, ou se conhece alguém que foi vítima ou
praticou cyberbullying. É provável que alguns alunos se sintam envergonhados em compartilhar suas
experiências, pois ela pode envolver colegas de sala. Por isso, se notar que o assunto constrange ou
intimida alguém, mude a dinâmica da atividade, solicitando a eles que respondam às perguntas em
forma de texto e anonimamente. Depois, peça-lhes que entreguem os textos para você, que deve es-
colher, aleatoriamente, alguns deles para serem lidos em voz alta. Antes de finalizar a aula, retome
com a turma os conteúdos estudados e veja se eles compreenderam a gravidade e as consequências
das práticas do bullying e do cyberbullying. Estimule-os a opinar e debater, pois esse é um momento
de conscientização sobre esses problemas tão presentes dentro e fora do ambiente escolar, e que
necessitam ser discutidos e combatidos.

Aula 4

Antes de iniciar a aula, organize os alunos em um semicírculo, para que seja feita uma roda de
conversa. Solicite a colaboração de todos e retome as informações da aula anterior, propondo as se-
guintes questões: “Como a velocidade dos atuais meios de comunicação pode contribuir para que a
prática do cyberbullying seja ainda mais ofensiva?; Quais sugestões você daria para combater o bul-
lying no ambiente escolar e na internet?”. Permita que os alunos discutam com os colegas suas opini-
ões e anote as ideias que forem surgindo na lousa. Em seguida, comente com eles que, ao contrário
do bullying, em que os ataques são presenciais e repetidos, no cyberbullying os ataques acontecem à
distância e podem ser realizados apenas uma vez; porém, com a rapidez da propagação da mensagem,
podem ser presenciados por um número incalculável de pessoas, produzindo efeitos devastadores.
Discuta também com a turma a importância da tolerância, do respeito à diversidade e do exercício da
cidadania para um bom convívio escolar e social, e retome o fato de que a velocidade na comunicação
pode e deve ser utilizada para práticas construtivas e positivas. Mencione exemplos.
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Ao final da aula, e tendo feito esse exercício de reflexão, proponha a eles que produzam, em
uma folha de papel sulfite, informativos que serão utilizados para conscientizar a comunidade escolar
sobre o bullying e o cyberbullying. As informações contidas nesses folhetos devem discutir a seguinte
questão: “O que fazer quando o bullying ou o cyberbullying acontecem?”. Para a elaboração dessa
atividade, eles poderão usar lápis de cor e canetas hidrocor, criando frases e desenhos que ilustrem o
tema discutido nessas últimas aulas. Feito isso, solicite aos alunos que apresentem os seus informati-
vos aos demais colegas de sala. Depois, afixe todos os cartazes no mural da escola ou da sala de aula.
Nesses folhetos, usados para informar e conscientizar toda comunidade escolar, sugira aos alunos que
deem recomendações para a vítima sobre como lidar com uma situação de bullying ou cyberbullying.
Dê sugestões, como procurar um adulto de confiança para conversar e também não responder ou
encaminhar a mensagem de agressão a outras pessoas, no caso de cyberbullying, por exemplo.

Aferição de aprendizagem
A aferição do processo de aprendizagem pode ser realizada por meio das atividades propostas
nesta sequência didática e deve considerar o desenvolvimento individual dos alunos, por meio das
respostas orais dadas às questões lançadas pelo professor durante as aulas e da participação nas en-
trevistas e discussões.

Em um primeiro momento, espera-se que os alunos compreendam o que é bullying e consigam

interpretar a lei que institui o Programa de Combate à Intimidação Sistemática. Em um segundo mo-
mento, a turma deve entender como se dava esse tipo de violência em décadas passadas, comparando
as semelhanças e as diferenças dessas práticas antigamente e nos dias atuais. Ao abordar o bullying
na atualidade, os alunos devem compreender o que é o cyberbullying e como as tecnologias atuais
contribuíram para a propagação da violência on-line.

Além das atividades propostas nesta sequência didática, algumas questões podem ser utiliza-
das para aferir a aprendizagem dos alunos em relação aos objetivos explorados.

Questões para auxiliar na aferição

1. Como podemos combater as práticas de bullying e cyberbullying?

2. Quando ocorre o bullying?

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Gabarito das questões

1. Espera-se que os alunos façam menção em sua resposta à Lei 13.185/15, de Combate à Intimida-
ção Sistemática, que representa um avanço na luta contra o bullying e o cyberbullying. Outras
formas de combate a essas práticas de violência são: conversar sobre o assunto nos ambientes
escolar e familiar, não compartilhar mensagens que incitem a violência virtual, procurar a ajuda
de um adulto sempre que sofrer ou presenciar algum ato de bullying, entre outras.

2. Espera-se que os alunos respondam que o bullying ocorre quando ações sistemáticas de violência
(física, verbal ou psicológica, as quais podem ser feitas também no ambiente virtual) se estabele-
cem entre aquele que agride (agressor) e aquele que é agredido (vítima).