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DOI:h p://dx.doi.org/10.29276/redapeci.2019.19.211328.122-133
Resumo: Um dos temas mais importante para para a educação presencial, online e híbrida, tem sido a avaliação da
aprendizagem, sendo um de seus maiores desafios a mudança do paradigma classificatório e excludente para o de
superação e aprendizagem. A avaliação forma va vem de encontro a esse anseio. E neste contexto, que o presente
trabalho busca traçar um paralelo entre avaliação forma va e o papel da regulação descrita no referencial teórico
proposto Allal (2010, 2007, 1989), e a práxis de uma equipe de um curso a distância de pós-graduação ofertada em
uma ins tuição de ensino superior brasileira. Apoiando-se em uma abordagem mista, esta pesquisa, exploratória e
documental, analisa concepções e práxis relacionada à regulação que norteiam o curso. Os dados foram coletados por
meio de ques onários, entrevistas e análises documentais. Esses foram analisados de acordo com Bardim (2011) sob
a ó ca da análise de conteúdos. Como resultado foi possível verificar que a equipe do curso encontra-se alinhada ao
referencial teórico, demonstrando que u liza a avaliação forma va em sua prá ca e que a regulação tem um papel
importante na avaliação do curso, dos professores e dos alunos.
Abstract: One of the most important themes for educa on, face-to-face, online and blended, has been the evalua on
of learning, one of its greatest challenges being the change from the classificatory and exclusionary paradigm to that
of overcoming and learning. The forma ve evalua on comes up against this desire. And in this context, the present
work seeks to draw a parallel between forma ve evalua on and the role of regula on described in the proposed
theore cal framework Allal (2010, 2007, 1989) and the prac ce of a team of a postgraduate distance course offered
in a Brazilian higher educa on ins tu on. Based on a mixed approach, this exploratory and documentary research
analyzes the concep ons and praxis related to the regula on that guides the course. Data were collected through
ques onnaires, interviews and documentary analyzes. These were analyzed according to Bardim (2011) from the
content analysis perspec ve. As a result, it was possible to verify that the course team is aligned with the theore cal
framework, demonstra ng that they use forma ve evalua on in their prac ces and that regula on plays an important
role in the evalua on of the course, teachers and students.
Resumen: Uno de los temas más importantes, para la educación, presencial, online e híbrida, ha sido la evaluación
del aprendizaje, siendo uno de sus mayores desa os el cambio del paradigma clasificatorio y excluyente para el de
superación y aprendizaje. La evaluación viene en contra de ese anhelo. En este contexto, que el presente trabajo
busca trazar un paralelo entre evaluación forma va y el papel de la regulación descrita en el referencial teórico
propuesto Allal (2010, 2007, 1989) y la prác ca de un equipo de un curso a distancia de postgrado ofrecido en
una ins tución de enseñanza superior brasileña. Apoyándose en un enfoque mixto esta inves gación exploratoria
y documental, analiza concepciones y praxis relacionada a la regulación que orientan el curso. Los datos fueron
recolectados por medio de cues onarios, entrevistas y análisis documentales. Estos fueron analizados de acuerdo
con Bardim (2011) bajo la óp ca del análisis de contenidos. Como resultado fue posible verificar que el equipo del
curso se encuentra alineado con el referencial teórico, demostrando que u lizan la evaluación forma va en su
prác ca y que la regulación juega un papel importante en la evaluación del curso, de los profesores y de los alumnos.
forma va ter sido proposta por Scriven (1967) do-se na teoria da ação, assume-se que a ava-
há mais de 40 anos, somente no final do sécu- liação forma va inicia ações específicas que,
lo XX ele ganhou destaque. por sua vez, levam a melhores resultados de
A avaliação forma va preocupa-se com a aprendizagem (BENNETT, 2011).Nessa pers-
formação do aluno de forma integral e, é parte pec va, o professor deve intervir com foco
integrante do processo de ensino-aprendiza- no favorecimento do autocontrole e da au-
gem, tendo como conceitos centrais o feedba- torregulação dos alunos, pois: “[...] nenhuma
ck, a regulação e a autorregulação. Ela põe em intervenção externa age se não for percebida,
destaque a cooperaçãoentre professor e aluno interpretada, assimilada por um sujeito” (PER-
durante o processo avalia vo e suas ações sub- RENOUD, 1999, p. 96).
sequentes com o obje vo de ajustar os percur- A avaliação forma va tem como princípio
sos e promover a aprendizagem (PERRENOUD, fundamental avaliar o que se ensina, tornan-
1999; FERNANDES, 2006). do-a parte integrante do processo de ensino-
Diferente da avaliação classificatória, a -aprendizagem ao permi r um acompanha-
avaliação forma va não tem o obje vo de clas- mento mais próximo dos alunos e favorecer o
sificar ou selecionar alunos, mas o desafio de acompanhamento do processo ensino-apren-
avalia-loscom o foco na melhoria doprocesso dizageme, tem se mostrado uma ó ma alter-
ensino e aprendizagem (FERNANDES, 2009; na va para a educação a distância (DUTRA;
PERRENOUD, 1999), tendo como fundamento PASSERINO; TAROUCO, 2010).
os processos de aprendizagem baseados em
aspectos cogni vos, afe vos e relacionais. 2.2 REGULAÇÃO DA AÇÃO DOCENTE
Nesse sen do, a avaliação se transforma
em uma ferramenta pedagógica ao contribuir Em todo processo educa vo, [...] há espa-
para o desenvolvimento das competências e ço para ajustes, remanejos no meio do tra-
habilidades dos alunos, pois “[...] é forma va jeto, em função de acontecimentos parcial-
toda avaliação que ajuda o aluno a aprender e mente imprevisíveis, sobretudo as a tudes e
a se desenvolver, ou melhor, par cipa da regu- as condutas dos alunos [...]” ao manifestarem
lação das aprendizagens e do desenvolvimen- sua compreensão, suas resistências ou suas
to no sen do de um projeto educa vo” (PER- dificuldades para seguir o ritmo ou assimilar
RENOUD, 1999, p. 103). o conteúdo (PERRENOUD, 1999, p. 89). A re-
Este trabalho foi baseado na visão con- gulação, como parte integrante da avaliação
temporâneada avaliação forma va de tradição foma va torna-se, então, “[...] instrumento
francófona, defendida por Fernandes (2006, privilegiado de uma regulação con nua das
2009), Allal (2010, 2207 e 1998) e Perrenoud diversas intervenções e das situações didá -
(1999), que se baseia na regulação dos proces- cas” (ibdem, p. 14), a par r de informações
sos de aprendizagem. Nesta perspec va, é o ob das, de estratégias de ensino que pro-
primordial “[...] estudar e perceber os proces- porcionam a superação de dificuldades, do
sos cogni vos e metacogni vos internos dos desenvolvimento da metacognição, da auto-
alunos e intervir a par r daí para que eles pró- avaliação e de autorregulação (VILLAS BOAS,
prios regulem suas aprendizagens” (FERNAN- 2011; MOORE; KEARSLEY, 2011; FERNANDES,
DES, 2009, p. 65). 2006; PERRENOUD, 1999).
Segundo Andrade e Cizek (2010), a essên- A avaliação da aprendizagem fornece in-
cia da avalicão forma va é a ação de informar, formações que são analisadas, interpretadas
ou seja, os professores devem saber regular e usadas para a regulação de a vidades edu-
sua ação a par r de informaçõessobre as ne- cacionais (ALLAL, 2010), que é um ato inten-
cessidades dos alunos ob das e, a par r disso cional que contribui para o progresso e redi-
ajustar suas instruções. Em outras palavras, a recionamento da aprendizagem individual e
avaliação forma va não resulta simplesmente cole va, sendo, neste processo importante
em melhor o aprendizado, mas sim, basean- levantar os conhecimentos prévios dos alunos
para poder trabalhar de forma individualizada Para Allal (1986, 2007), existem três mo-
com cada um. Pois, de acordo com o que se dalidades de regulação associadas a avaliação
conhece sobre o processo de aprendizagem, forma va: a retroa va, a intera va e a proa -
é cada vez mais di cil estabelecer propostas va. A primeira ocorre ao término de uma etapa
universais para o ensino, uma vez que não é de aprendizagem, mais ou menos longa, a par-
possível ao professor desconhecer, subes mar r de uma avaliação pontual na qual se obtém
ou negar os conhecimentos prévios de seus informações sobre o progresso e as dificulda-
alunos, sendo esses saberes o valor básico de des de aprendizagem dos alunos. A segunda
qualquer aprendizagem, que devem não só ser ocorre ao longo de todo o processo de apren-
observado, mas ser tomado como eixo princi- dizagem, e nele é feita a interpretação das in-
pal do processo. formações ob das buscando diagnos car as
O professor precisa intervir pedagogica- dificuldades de aprendizagem observadas. E,
mente, com o obje vo de auxiliar o processo de por fim, temos a proa va que tenta adaptar as
aprendizagem do aluno, regulando suas ações, a vidades de aprendizagem procurando flexi-
seu ensino. Compete a ele organizar e imple- bilizar e diversificar as estratégias pedagógicas,
mentar, a par r das informações ob das pelas de forma a responder à especificidade de cada
avaliações, estratégias de ensino capazes de pro- situação educa va que ocorrem no momento
porcionar a superação das dificuldades e fomen- de engajar o aluno em uma a vidade ou situa-
tar “[...] o desenvolvimento das competências ção didá ca nova.
metacogni vas dos alunos, de suas competên- Em relação ao momento em que estas
cias de autoavaliação e também de autocontrole etapas ocorrem durante o processo educa-
[...]” (FERNANDES, 2009, p. 70), permi ndo-lhes, tivo podemos organizá-las como visto no
assim, autorregular a própria aprendizagem. Quadro 1.
ZĞŐƵůĂĕĆŽƋƵĞŽĐŽƌƌĞĂƉŽƐƚĞƌŝŽƌŝĂŽƉƌŽĐĞƐƐŽĞĚƵĐĂƚŝǀŽ ZĞŐƵůĂĕĆŽƋƵĞŽĐŽƌƌĞĚƵƌĂŶƚĞŽ
ƉƌŽĐĞƐƐŽĞĚƵĐĂƚŝǀŽ
A regulação retroa va que intervém quan- planejamento de ações que visam à superação
do os alunos retornam a uma tarefa que não das dificuldades apresentadas pelos alunos.
conseguiram dominar e, através do uso de ma- Ela pode ser feita “por meio de relatos do que
teriais corre vos ou outras formas de assistên- é observado no desenrolar das a vidades por
cia, dedicam mais tempo e esforço para a ngir meio de todos os registros disponibilizados
os obje vos instrucionais (ALLAL, 2010). Ela nos ambientes dos cursos” permi ndo, então,
tem a função de iden ficar até onde os obje - aos professores, saberem “as dificuldades e
vos planejados foram alcançados. O resultado, necessidades dos alunos, para reorientar seus
geralmente pontual, dessa avaliação leva ao cursos e atendê-los no que precisam” (KENSKI,
2010, p. 65).Com base nestas informações o Para Allal (2010), a combinação dos três -
professor poderá retomar parte do conteúdo e pos de regulação está presentes nas abordagens
pedir aos alunos que refaçam a vidades com o mais inovadoras de avaliação forma va inte-
obje vo de ajudá-los a superar eventuais obs- grando meios formais e informais de avaliação.
táculos (HADJI, 2011; ALLAL, 2007). Sendo, ambas,adequados e per nentes, sendo
No decorrer do processo educa vo, tem- que regulação intera va pode ser consideradaa
-se, também, que ocorre quando a avaliação mais promissora, por ser mais significa va para
forma va é integrada à a vidade instrucional o aluno. Na promoção dos três pos de regula-
em andamento; resulta da interação do aluno ções a interação entre professor e aluno ea co-
com os componentes da a vidade - isto é, com municação que se estabelece em sala de aula é
o professor, outros alunos e / ou com material importante na promoção da avaliação forma -
des nado a incen var a reflexão a va e a au- va. Na prá ca pedagógica, as três modalidades
toavaliação (ALLAL, 2010). Ela es mula à par - regulatórias podem coexis r, e normalmente o
cipação dos alunos em todas as etapas do pro- professor planeja a ação pedagógica de modo a
cesso de ensino e aprendizagem. Ela ocorre incluir várias formas de regulação ao longo do
durante a trajetória e, está baseada em meios processo e contribuir para o envolvimento a vo
informais de avaliação e acompanhamento e intencional dos alunos na construção da sua
do processo promovendo as adequações ne- aprendizagem.
cessárias. E, periodicamente, podem ocorrem
procedimentos de avaliação, mais estrutura- 3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
dos, que têm o obje vo de verificar como a
aprendizagem vem ocorrendo, possibilitando, Esta foi uma pesquisa exploratória descri -
assim, a realização da regulação retroa va va que teve como obje vo principal traçar tra-
(ALLAL, 1986) que contribui para a aprendiza- çar um paralelo entre avaliação forma va e o
gem do aluno à medida que ele vai recebendo papel da regulação descrita no referencial teó-
feedbacks adequados a suas necessidades do rico proposto e a práxis de uma equipe de cur-
professor ou o meio. so de pós-graduação ofertado a distância em
Apesar de ser pontual, a regulação pro- uma ins tuição de ensino superior brasileira.
ativa é essencial ao processo de avaliação Quanto à sua abordagem, foi classifica-
e, ocorre quando várias fontes de informa- da como pesquisa mista dada a natureza do
ções de avaliação permitem a preparação problema e com propósito de ampliar e apro-
de novas atividades educacionais projeta- fundar o conhecimento e sua corroboração,
das para levar em conta as diferenças en- através da avalição e vinculação de dados
tre os alunos. Implica a diferenciação da qualita vos e quan ta vos com o obje vo de
instrução para garantir o enriquecimento e verificar os significados atribuídos a eles pelos
a consolidação da aprendizagem, de acor- sujeitos da pesquisa.
do com as necessidades e interesses de Foi u lizada como procedimento técnico a
todos os alunos, em vez de se concentrar pesquisa survey e além deste, com a intenção
na correção de dificuldades de aprendi- de ampliar e de diversificar os conhecimentos,
zagem (ALLAL, 2010), pois permite prever ampliando e aprofundando o corpus informa-
novas estratégias de formação, que levam cional, bem como pretendendo assegurar a
em conta a individualização e as dificulda- triangulação pela diversificação dos procedi-
des apresentadas pelos alunos. E, está mais mentos inves ga vos, foi u lizada a análise
voltada para o desenvolvimento e busca de documental, que é uma técnica muito u liza-
novas atividades e materiais visando ga- da na abordagem qualita va, que complemen-
rantir a progressão dos alunos e ajudando ta as informações ob das por outras técnicas
àqueles com dificuldades de consolidarem (LÜDKE; ANDRÉ, 2012).
suas competências, e, aos demais o apro- O levantamento de dados foi feito a par r
fundamento dos seus conhecimentos. dos registros nas salas virtuais e atas de reuni-
Gráfico 1 – Familiaridade dos membros da equipe mul disciplinar com a avaliação forma va
por área de formação
Fonte: Resultado do questionário aplicado aos sujeitos da pesquisa.
Foi feita, também, uma análise sobre as ndizagem, o que demonstra que a percepção
concepções que estes sujeitos possuem sobre dos professores de que a avaliação do curso é
avaliação da aprendizagem, seja esta classi- forma va realmente proceder.
ficatória ou forma va, a sua aproximação ou Agora focando um pouco mais no proces-
afastamento em relação ao referencial teórico so de regulação, é importante destacar que e
delineado nesta pesquisa. toda ação educa va, mesmo que pequenos,
Como resultado a esta questão ob vemos sempre existe algum po de ajuste, quando
a seguinte informação: quanto ao po de aval- são efe vadas intervenções des nadas a ad-
iação que é u lizada no curso, tem-se que 52% equar as estratégias de ensino, a controlar os
dos sujeitos consideram que no curso são usa- comportamentos para garan r a coexistência
das os dois pos de avaliação: a classificatória pacífica entre os alunos, a mo var as intera-
e a forma va, 22% consideram que o po de ções, a criar um ambiente mais propício à ap-
avaliação que é usada depende da disciplina e ropriação dos conteúdos trabalhados (PERRE-
26% consideram que a avaliação forma va é a NOUD, 1999).
mais u lizada. E, para corroborar estes dados, Os dados codificados, originados dos
foram analisados nos planejamentos das dis- ques onários, das entrevistas e das atas das
ciplinas da se as avaliações nham como foco reuniões de curso, importadas e codifica-
principal a aprendizagem, o que é uma das das no so ware NVivo podem ser vistos no
principais caraterís cas das avaliações forma- Quadro 2 e refletem as ocorrências de reg-
vas. E neste levantamento foi observado que istros rela vos a regulação entres fontes de
83% das a vidades nham como foco a apre- dados diferentes.
Pelos resultados ob dos, vê-se que a maio- Apesar dissoa preocupação com o alcance dos
ria das unidades de registro (61,3%) estão as- obje vos fica evidente em falas como:
sociadasàregulação intera va, 25,9% estão li-
gadas à regulação proa va e somente 12,8% ROSA (entrevista):[...] o professor fala, os
referem-se a unidades de registros associadas alunos nessa a vidade veram muita difi-
à regulação retroa va. culdade, as notas não estão sa sfatórias,
a gente pensa numa outra a vidade que
vá compensar.
4.1. REGULAÇÃO RETROATIVA ANTÔNIO (ques onário): Devido a dificul-
dades apresentadas pelos alunos inseriu-
A regulação retroa va que ocorre ao final -se mais material didá co, como um tu-
de uma fase rela vamente de ensino, tema torial de como fazer a tarefa e a sugestão
função de iden ficar o quanto os obje vos para que fizessem pesquisa em outros si-
de aprendizagem foram alcançados pelo alu- tes.
no. Dos três pos de regulação descritos por SARA (ques onário): Mudança na organi-
Allal (1986) esta é a que menos teve registros. zação de tarefas, conteúdos, prazos, etc.
5.2. REGULAÇÃO INTERATIVA deve ser visto como ação polí ca e pedagó-
gica que interessa a todos os envolvidos no
O segundo po de regulação, a intera va, processo” (KENSKI, 2010, p. 65). Deles são es-
ocorre durante o acompanhamento con nuo peradas habilidades e a tudes, quesão dese-
dos alunos e, para que seja possível realizá-la jáveis aos alunos dos cursos presenciais, mas,
em cursos onlineé necessário que se conse- não imprescindíveis, tais como disciplina, or-
guir acompanhar a aprendizagem dos alunos ganização, cumprimento de prazos, respon-
de forma individualizada. Dos três pos de re- sabilidade pessoal, par cipação a va e inte-
gulação esta foi a que teve o maior número de ração. O incen vo a par cipação dos alunos
unidades de registro associada,sendo respon- é uma das subcategorias ligada a regulação
sável por 61,3% das indicações como vistos na intera va. Essa é uma preocupação constante
Tabela 1. dos sujeitos da pesquisa e, fica evidente em
Acompanhar o aluno na concepcão de falas como:
Neder (2000) significa ter informacões de
como ele estuda, suas dificuldades, como MARIA (ata de reunião): Vou corrigindo
e quando interage com os os demis alunos, as a vidades à medida que os alunos vão
se consulta outras fontes de informações, se fazendo e anotando sobre cada a vidade
realiza as tarefas e exercícios propostos, se que fazem e através disso dou feedback
aos alunos e posto as notas no ambiente.
é capaz de relacionar a teoria com a prática.
ROSA (entrevista): [...] principalmente nas
Quanto a esta atividade temos vários regis-
a vidades de produção, o tutor precisa
tros que reafirmam esta preocupação como acompanhar de perto a produção do aluno
vistos a seguir: para saber se ele está indo no caminho cer-
to, se ele está tendo dificuldade [...].
JOSÉ (ata de reunião):É importante PEDRO (ata de reunião): As a vidades
aproveitar este momento para sanar todas estão sendo acompanhadas, e os fóruns
as dúvidas em relação à avaliação presen- estão bem par cipa vos. Tenho constan-
cial e demais a vidades, com o professor. temente enviado mensagens sobre as tare-
SILVIA (entrevista):[...] peço para o tutor fas.
fazer um levantamento [...], eles passam
também os alunos que estão dificuldades, Na interação entre professor e aluno, a co-
problema familiar, saúde e aí entra o tu-
municação que se estabelece em sala de aula
tor presencial, ele costuma ajudar nisso,
é importante em todos os momentos do pro-
aquele aluno que reclama demais que está
com problema e aquele aluno que não fala cesso de ensino e aprendizagem, ou seja, é in-
nada mas realmente está com problema e dispensável na promoção da regulação. Isso é
precisa de alguém, não falou para a gente, possibilitado pelo acompanhamento con nuo
mas o tutor presencial sabe por que mora do desenvolvimento do aluno (ALLAL, 1986).
perto, aquela coisa toda [...] Essa preocupação fica clara nos registros a se-
ROSA (entrevista): [...]o tutor precisa guir:
acompanhar de perto a produção do aluno
para saber se ele está indo no caminho TATIANA (entrevista): [...] as vezes o tutor
certo, se ele está tendo dificuldade e que ter uma postura proa va de ir nos alunos
dificuldades são essas, e buscar de outros e principalmente daqueles que não estão
recursos, de biblioteca, de entrevistas, de dando retorno que não estão fazendo as
reunião de grupo, de auxílio do tutor pres- entregas intermediárias e tentar buscar
encial, indo buscar no próprio polo ou no com eles quais as dificuldades, o que está
ambiente mesmo, que no ambiente tem acontecendo.
ferramentas síncrona e assíncrona. RODRIGO (ques onário): ferramentas para
EaD podem facilitar o acompanhamento
Na educação a distância, “[...] o acom- dos alunos de uma forma diferenciada e
panhamento da par cipação dos estudantes até mesmo melhor do que no ensino pres-
encial
SARA (entrevista):O que fiz foi entrar em do corpo discente que par cipa do proces-
contato via telefone com alunos que ficar- so de ensino-aprendizagem.
am [...] sumidos do ambiente e reforcei a PEDRO (entrevista):[...] terminando esse
importância da ida ao polo. curso agora, sempre você tem ideias no-
vas que você pode formatar o curso de um
5.3. REGULAÇÃO PROATIVA jeito mais fácil para o aluno.
HELENA (entrevista): [...]a par r da ex-
Por úl mo, temos a regulação proa va que periência do aluno eu acho que a apre-
ndizagem passa a ser mais significa va
permite prever novas estratégias de formação
e você tem um feedback muito melhor
como parte das ações pedagógicas sendo im- porque aí você percebe a dificuldade que
portante que, durante ou ao final da execução ele tem e como você pode trabalhar mel-
das disciplinas, seja pensado e repensado o hor aquilo que você propõe.
seu planejamento, com o obje vo de melhor
o processo com base nos feedbacks recebidos. Foi, também, perguntado aos sujeitos da
Permi ndo, então, que novas ofertas das dis- pesquisa sua opinião quanto à realização de
ciplinas sejam mais que simples repe ção das ações que ajudem a regulação do processo
a vidades já realizadas. Essas preocupações ensino aprendizagem e obteve-se como re-
podem ser constatadas nos registros a seguir: sultado que 61% dos sujeitos acreditam que
estas existam, enquanto que 22% acham que
ROSA (ata de reunião): estou pensando elas ocorrem às vezes e 17% acreditam que
outros métodos agora para nova edição,
estas não ocorram no curso, Gráfico 2. As a vi-
tanto é que eu quero, eu gostei do sistema
de entrevistas que nós fizemos.
dades de regulação são peça chave, não só no
CLARA (ques onário):Mudança de foco do processo avalia vo, mas em todo o processo
plano pedagógico, considerando o perfil ensino-aprendizagem.
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meio de uma pesquisa exploratória e docu- Moura Lourenço; José Afonso Bap sta. Coim-
mental de abordagem mista. bra: Almedina, 1986. p. 175-210.
Quanto a concepção sobre a avaliação for-
ma va constatou-se que a maioria da equipe BARDIN, L. Análise de conteúdo. Tradução
encontra-se alinhada com o referencial teórico Luiz Antero Reto; Augusto Pinheiro. São Paulo:
sobre o tema e que u lizam a avaliação forma- Edições 70, 2011.
va em seu co diano, apesar de ainda apre-
sentarem, em pequena escala, algumas falas BENNETT, Randy Elliot. Forma ve assessment:
que remetem às referências sobre avaliação A cri cal review. Assessment in Educa on:
classificatória. Principles, Policy & Prac ce, v. 18, n. 1, p.
Ao se analisar,as três categorias de regu- 5-25, 2011.
lação propostas por Allal (2010, 2007, 1986),
verificou-se que, para os sujeitos da pesquisa,a DUTRA, R.; PASSERINO, L.; TAROUCO, L. U li-
regulação é uma a vidade importante no pro- zação de Objetos de Aprendizagem Abertos
cesso de avaliação forma va e que das três ca- SCORM para dar suporte à Avaliação Forma -
tegorias, a regulação intera va é a que a par- va. Revista Brasileira de Informá ca na Edu-
r dos dados analisados apresentouo maior cação, Volume 18, Número 3, 2010.
número de evidências.Para os sujeitos da
pesquisa a regulação proa va deve servir de FERNANDES, D. Avaliar para aprender: funda-
base para o planejamento de novas edições do mentos, prá cas e polí cas. São Paulo: Editora
curso. Quanto a regulação retroa va, não foi UNESP, 2009.
possível obter,nos dados analisados, muitos
registros, o que pode ter ocorrido devido ao _____.Para uma teoria da avaliação forma va.
fato do processo avalia vo ser acompanhado Revista portuguesa de educação, v. 19, n. 2,
de forma con nua e não somente ao final do p. 21-50, 2006.
processo, o que reforça o viés forma vo das
avaliações realizadas no curso. _____. Avaliação das aprendizagens: uma
agenda, muitos desafios. Textos Editores.
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