Você está na página 1de 8

UNIDADE CURRICULAR: Avaliação em Educação

CÓDIGO: 11065

DOCENTE: Ana Mouraz e Conceição Courela

A preencher pelo estudante

NOME: Marta Isabel de Sousa Alves

N.º DE ESTUDANTE: 2201323

CURSO: Educação

DATA DE ENTREGA: 17/11/2023

Página 1 de 8
TRABALHO / RESOLUÇÃO:

Caraterização da entrevistada: Mulher de 26 anos, Licenciada, Técnica de


Educação Social, deixou de estudar há 2 anos. Obs: Fez o seu percurso
escolar e académico fora de Portugal. Como caraterizaria (…)? Estou
bastante satisfeita dos resultados escolares alcançados ao longo do meu
percurso por refletirem o meu empenho, as minhas capacidades e a minha
dedicação à matéria.

1) Entrevista Versão A; em anexo.

2.1) A avaliação educacional é crucial no cenário atual da educação,


desempenhando um papel fundamental no desenvolvimento contínuo do
processo de ensino/aprendizagem. Essa abordagem é analisada através da
dimensão conceptual, da ação e do papel desempenhado pelo aluno num
contexto social específico (Pinto, 2016). A avaliação formativa, conforme
Fernandes (2019), destaca-se por sua função dual, proporcionando não
apenas uma medida de desempenho, mas também feedback contínuo ao
aluno para orientá-lo rumo ao sucesso educacional. Essa abordagem vai
além da simples medição de conhecimentos, transformando-se num
processo de aprendizagem reflexiva ( “Serviram e ajudaram-me a
desenvolver um maior sentido de autocritica em relação aos meus
conhecimentos sobre a matéria, mas também em relação ao conhecimento
de mim mesma como profissional do ramo social2). Na entrevista, a
avaliação formativa ganha destaque como parte integrante da prática
educativa, desde as fases iniciais até o desfecho do processo de
ensino/aprendizagem. A distinção entre avaliação formativa e sumativa
evidencia a complementaridade dessas abordagens com métodos como
role-playing, trabalho em grupo e problem solving, sendo destacados não
apenas como testes finais (avaliação quantitativa, criterial e normativa)
(“No final de cada período tínhamos exames orais ou escritos”), regulares
na avaliação sumativa, sendo as primeiras, ferramentas para promover
aprendizagens construtivas e cooperativas, ressaltando a importância da
compreensão do contexto em que ocorre (“Muitas das nossas avaliações
iam além de testes ou apresentações orais”). A avaliação formativa,
segundo Fernandes (2019, p.17) é criterial ao analisar as aprendizagens

Página 2 de 8
dos alunos sem comparação com padrões externos, ipsativa, centrada no
aluno, comparando o próprio desempenho em diferentes contextos (“era
uma ajuda seja para os alunos seja para os professores para conseguir
entender melhor e em conjunto os diferentes pontos de vista que podem
concorrer durante uma abordagem a uma situação ou um problema. Acho
que trabalhar em conjunto foi sempre uma maneira de expandir os
horizontes e de aprender (…)”); e formadora ao aplicar a interação crítica
entre o aluno consigo mesmo, com os pares e o mundo, promovendo-se o
desenvolvimento e a autorregulação. O conceito de "avaliar para aprender"
é uma estratégia de avaliação usada pelos professores. A entrevista
evidencia a implementação de um paradigma construtivista, no qual o aluno
é considerado um agente ativo na construção do conhecimento, da
orientação do professor (“… grupos de trabalho que tinham de encenar uma
determinada situação e os colegas que ficavam de fora tinham de avaliar o
decorrer da cena e atribuir possíveis hipóteses para ajudar as pessoas que
estavam a representar um determinado papel” ), (“era também uma
possibilidade de aprender juntamente com os outros sendo um pouco mais
cooperativos). Por tudo isto, verifica-se que a avaliação ocorre com
características sumativas, mas mais marcadamente, formativas, adotando a
perspetiva holística (Peralta (2017) apud Amante & Oliveira) na avaliação
educacional, a qual considera o aluno de maneira integral, indo além da
mera análise de conhecimentos curriculares. Ela abrange aspetos como
desenvolvimento pessoal, competências sociais e emocionais, promovendo
uma visão completa do indivíduo no processo de ensino-aprendizagem
(“eram realmente uma mais-valia para o meu desenvolvimento como
profissional, mas também como ser humano que se relaciona todos os dias
com outros seres humanos que precisam de sentir uma certa estabilidade e
confiança na figura do educador que os ajuda ao longo do percurso”). Essa
abordagem reconhece a interconexão entre diferentes dimensões da
aprendizagem, valorizando não apenas o domínio de conteúdo, mas
também o desenvolvimento de competências sociais, emocionais e práticas.
No âmbito educacional, a avaliação é percebida como fundamental,
permitindo que professores e alunos reflitam sobre o progresso,
identifiquem obstáculos e implementem estratégias inovadoras para o
sucesso no ensino/aprendizagem.

Página 3 de 8
2.2) O feedback, o feed up e o feed forward representam elementos
cruciais no processo educativo contemporâneo. O feedback desempenha um
papel incontornável no contexto educacional, sendo essencial para
compreender e delinear um desempenho educativo eficaz (Fernandes, p.4).
Ao oferecer informações sobre o desempenho passado, não apenas avalia,
mas também guia os alunos no entendimento dos objetivos educacionais.
Por outro lado, o feed up tem o propósito de esclarecer metas e direções,
proporcionando uma compreensão clara dos objetivos instrucionais. Por sua
vez, o feed forward, direcionado para o futuro, oferece orientações sobre
como aprimorar o desempenho, transformando a avaliação numa
ferramenta de desenvolvimento contínuo. Nesta entrevista, a par de uma
avaliação essencialmente formativa, o feedback é descritivo, pois além de
informar sobre o processo de aprendizagem, o estimula a reflexão crítica,
preenchendo a lacuna entre o desempenho atual e o desejado (“Eram uma
prova do facto se eu estava ou não a interiorizar a matéria e os conceitos
explicados durante as aulas”). A relação dialógica entre alunos e
professores, mediada pelo feedback, enriquece a compreensão mútua e
motiva os estudantes para o aprimoramento contínuo e permite aos
professores obter dados acerca da evolução e também orientar os alunos,
dando-lhes ainda autonomia no seu estudo (“claramente que também
podem existir outros aspetos que podem ser considerados para o
desenvolvimento do aluno e aí também se encontra a capacidade do
professor de o ajudar e acompanhar numa maneira alternativa e dedicada
ao indivíduo”). A entrevista destaca que avaliação vai além de simples
testes, incluindo atividades colaborativas, como trabalhos em grupo, e
análises de situações do cotidiano profissional. O feedback, aliado ao feed
up e feedforward, transcende a atribuição de notas (“Era raro os
professores escreverem comentários em testes com nota, o que mais
acontecia era eles deixarem comentários nos relatórios e nos textos que
tínhamos de redigir”), elaborando-se comentários seletivos, específicos,
contextualizados, equilibrados, orientadores e transferíveis (Amante &
Oliveira, 2019) para evidenciar as capacidades dos alunos e apontar áreas
de melhoria na interação com os utentes, aquando do exercício da profissão

Página 4 de 8
no futuro.( “Os comentários salientavam a capacidade do aluno de
conseguir tomar posse do caso e da pessoa x e também assinalavam em
que áreas é que eu podia ainda melhorar a minha capacidade de ação para
com os utentes”). O feedback emerge como elemento central nos processos
avaliativos pedagógicos, desempenhando papel fundamental na
comunicação de metas aos alunos, na avaliação de seu status atual e na
orientação para os esforços necessários a fim de atingir os objetivos
delineados. A avaliação formativa, pautada pela utilização sistemática e
criteriosa do feedback, tem como propósito principal oferecer orientações de
qualidade elevada aos alunos. É importante destacar que, dentro dessa
perspetiva, a avaliação formativa não guarda relação com a atribuição de
notas (Amante & Oliveira, 2019). Por tudo isto, sublinha-se que a avaliação
formativa e o feedback desempenham papéis centrais no processo
educativo e que investir em estratégias avaliativas sólidas, não só
impulsiona os resultados de aprendizagem, mas também eleva a satisfação
tanto dos estudantes quanto dos professores. Essa prática não apenas
contribui para o aprimoramento contínuo dos alunos, mas também cria um
ambiente educacional mais eficiente e enriquecedor, sendo essencial para o
êxito educativo.

Página 5 de 8
ANEXO: ENTREVISTA A

a) Serviram e ajudaram-me a desenvolver um maior sentido de autocritica


em relação aos meus conhecimentos sobre a matéria, mas também em
relação ao conhecimento de mim mesma como profissional do ramo social.
Eram uma prova do facto se eu estava ou não a interiorizar a matéria e os
conceitos explicados durante as aulas. Mas também eram uma ajuda para
perceber em que ponto se encontrava o meu desenvolvimento profissional
como educadora social. Muitas das nossas avaliações iam além de testes ou
apresentações orais, mas os professores pediam muitas vezes para
fazermos trabalhos de grupo e para desenvolvermos redações sobre
situações ou problemas hipotéticos que se poderiam verificar no dia-a-dia
do nosso trabalho. Com base nisso os professores podiam analisar a nossa
abordagem à situação e a nossa capacidade de relação e problem solving
perante as pessoas e as necessidades que estas tinham.

b) Era raro os professores escreverem comentários em testes com nota, o


que mais acontecia era eles deixarem comentários nos relatórios e nos
textos que tínhamos de redigir. Os comentários salientavam a capacidade
do aluno de conseguir tomar posse do caso e da pessoa x e também
assinalavam em que áreas é que eu podia ainda melhorar a minha
capacidade de ação para com os utentes. Estes comentários também me
alertavam sempre sobre a importância de exercitar uma auto observação
de mim mesma.

Sempre tentei tirar o máximo que podia dos comentários porque estes
eram realmente uma mais-valia para o meu desenvolvimento como
profissional, mas também como ser humano que se relaciona todos os dias
com outros seres humanos que precisam de sentir uma certa estabilidade e
confiança na figura do educador que os ajuda ao longo do percurso.

C) No final de cada período tínhamos exames orais ou escritos. Mas ao


longo do tempo eram exigidos trabalhos de grupo como apresentações,

Página 6 de 8
relatórios e textos que se debruçavam sobre casos específicos do trabalho
social. Um outro método de avaliação era também aquele do role-playing
em que se formavam grupos de trabalho que tinham de encenar uma
determinada situação e os colegas que ficavam de fora tinham de avaliar o
decorrer da cena e atribuir possíveis hipóteses para ajudar as pessoas que
estavam a representar um determinado papel. Isto era uma ajuda seja para
os alunos seja para os professores para conseguir entender melhor e em
conjunto os diferentes pontos de vista que podem concorrer durante uma
abordagem a uma situação ou um problema. Acho que trabalhar em
conjunto foi sempre uma maneira de expandir os horizontes e de aprender
a considerar a opinião de quem está ao nosso lado e o facto dos professores
nos darem a possibilidade de trabalhar em conjunto não era só uma
maneira de testar as nossas capacidades e os nossos limites, mas era
também uma possibilidade de aprender juntamente com os outros sendo
um pouco mais cooperativos.

d) Por exemplo um critério que me lembro de ser muito utilizado era a


capacidade de síntese do material e a capacidade de apresentação de um
determinado tema. Para os professores era essencial que o aluno tivesse a
sua própria capacidade de interiorizar o tema e de exprimir a um público ou
a outra pessoa para além de si mesmos em maneira clara e sintética qual
era o alvo da discussão.

e) Não, acho que os resultados escolares servem seja para o desempenho e


a avaliação do aluno, mas também servem para os professores perceberem
até que ponto o tal aluno desenvolveu e entendeu a matéria em questão.
Acho que quando cada um se aplica para uma prova ou um teste também
há depois uma certa satisfação em ver uma certa nota e ter um
reconhecimento pelo esforço que se fez. Com isto não quero dizer que acho
que só os resultados escolares é que importam, claramente que também
podem existir outros aspetos que podem ser considerados para o
desenvolvimento do aluno e aí também se encontra a capacidade do
professor de o ajudar e acompanhar numa maneira alternativa e dedicada
ao indivíduo.

Página 7 de 8
f) Durante uma apresentação oral era claro que a colega se encontrava
menos preparada sobre a matéria e sobre o texto a apresentar. Eu de vez
em quando para a não deixar em apuros ou em silêncio tentava intervir se
calhar completando umas frases ou adicionando umas explicações ao que
ela já tinha dito. No final durante o momento de avaliação esta minha
intervenção não foi apreciada pelo professor porque ele achava que teria
sido uma boa ocasião para a minha colega poder desenvolver a sua
capacidade de apresentação à frente de um público. De certa forma senti-
me avaliada um pouco incorretamente porque a minha intenção era aquela
de ajudar e não de a bloquear e para além disso também tinha medo de
que a minha nota fosse mais baixa por causa da preparação da outra
pessoa.

Bibliografia:

- Amante, L., & Oliveira, I. (2019). Avaliação e Feedback: Desafios Atuais.


Universidade Aberta.

- Fernandes, D. (2019). Para uma avaliação pedagógica: Dinâmicas e


Processos de formação no Projeto Maia (2019-2020) .

- Pinto, J. (2016). A Avaliação em Educação: da linearidade dos usos à


complexidade das práticas. In Amante, L., & Oliveira, I., Avaliação das
Aprendizagens: Perspetivas, contextos e práticas. Universidade Aberta, pp.
3-40.

- Santos, L. (2020, setembro, 22). Seminário OBVIE, [Video], retirado de


https://youtu.be/yubw0GuEnTE

Página 8 de 8

Você também pode gostar