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A MORTE - “ NÃO ME INCOMODA ESSE ÚLTIMO ABANDONO”

Jéssica de Azevedo Moura Marcaccini Bôdo


Matrícula: 202027005

O vídeo trata-se de uma entrevista realizada com o Professor Luciano Caldas


Camerino acerca de seu livro “Ser Sujeito da Morte”, que foi transmitida no canal do
YouTube Linha Direta. A entrevista foi dividida em seis blocos, a fim de discutir
diferentes questões que são abordadas no livro.
O primeiro bloco se inicia com uma questão buscando compreender a relação
da morte com a consciência mítica. Não havia uma concepção da noção da morte,
mas havia uma preocupação com a continuidade da vida e a necessidade de
oferecer conforto aos mortos. A morte era vista como um papel social, onde as
pessoas idosas, doentes ou mulheres que não estivessem em idade fértil, eram
excluídas da sociedade, pois essas pessoas, eram vistas como sem funcionalidade.
No segundo bloco, discute-se sobre o conceito de alma. Nas culturas antigas,
não havia a concepção de alma, pois acreditava-se que o morto continuava com
suas necessidades físicas. A distinção entre corpo e alma se inicia com Pitágoras,
que de acordo com seus seguidores, acreditava em uma alma imortal e que
transmigra. Além disso, a alma é considerada individual, eterna e imortal. Ademais,
o professor discute a relação do Orfismo associada à ordem Pitagórica, a qual diz
que a alma e o corpo são duas entidades distintas, sendo assim, se o corpo morrer,
a alma continuará existindo.
No terceiro bloco, a discussão foi em torno de como funcionam as mortes
comunitárias na Idade Média. Nas comunidades da Idade Média, as relações eram
orgânicas e familiares, pois era uma sociedade rural pequena, sendo assim, as
pessoas morriam coletivamente e em público. Na época existia uma melhor
percepção de que o indivíduo estivesse próximo da morte, pois antes de morrer,
apareciam avisos sobre a morte através de sonhos ou até mesmo com o som de um
animal, como a coruja. Além disso, ao receber o aviso de sua morte, a pessoa devia
se organizar, reunindo pessoas importantes e próximas para distribuir seus bens,
reconciliando-se e até mesmo dando conselhos. Durante a Idade Média, houve uma
representação conhecida de esqueletos dançando chamada de “dança da morte”,
indicando que a morte era democrática, pois não privilegia ninguém. Ademais,
existiam diversos livros que representavam uma espécie de manual de morte, com
recomendações para se preparar para uma boa morte.
Durante o quarto bloco, discute-se sobre alguns rituais funerários, os quais
dizem a respeito do que cada cultura pensa sobre a morte. Pode-se concluir que os
rituais servem para a pessoa que morre, mas especialmente para aqueles que
ficam.
No quinto bloco, o tema discutido diz a respeito do estudo da morte
medicalizada. Pode-se levar como um ensinamento que antigamente a medicina
tratava das pessoas, posteriormente das doenças, e agora, ela trata dos exames.
Com isso, pode-se concluir que anteriormente o médico buscava conhecer melhor
seu paciente e entender o seu histórico, e nos dias atuais, o médico está mais
preocupado com o resultado dos exames requisitados, pouco priorizando o
indivíduo em si. A medicina atual busca cada vez mais “adiar” a morte, com diversos
tratamentos para prolongar cada vez mais a vida, pois nos dias atuais, é requisitado
que se tenha uma população saudável para trabalhar e continuar o funcionamento
da sociedade.
No sexto e último bloco, discute-se a relação da morte com o existencialismo.
O existencialismo, por sua vez, marca o indivíduo, mostrando que a maneira que um
indivíduo vai morrer é única e particular. Além disso, discute-se sobre a ideia do
suícidio assistido e da eutanásia. Pode-se concluir que a morte é o que traz a
lucidez ao homem, pois através da noção de que existe a morte, pode-se decidir
qual destino dar à sua vida.
Considerações Finais:
Na verdade, o vídeo todo me despertou interesse, pois o tema “Morte” é
extremamente intrigante e novo para mim, pois eu nunca havia estudado
academicamente sobre o assunto, apenas através de experiências que vivi ao longo
da minha vida. Entretanto, entre todos os seis blocos, o que mais me chamou
atenção foram sobre os rituais, pois existem muitas culturas pelo mundo que
possuem diversos rituais. Logo, fiquei bastante intrigada da mesma forma que o
Entrevistador, o qual falou que seria muito bom que o Professor escrevesse um livro
somente sobre os rituais da morte. Outro bloco interessante foi sobre a Idade Média
e o “aviso de morte”. Na minha família, acredita-se sobre o som emitido pelas
corujas, podendo anunciar a morte de alguém, inclusive isso desperta muito medo
entre meus parentes.

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