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MINISTÉRIO DA DEFESA

EXÉRCITO BRASILEIRO
CENTRO DE INSTRUÇÃO DE BLINDADOS
GEN WALTER PIRES DE ALBUQUERQUE

VIATURA BLINDADA DE TRANSPORTE DE PESSOAL:


PROPOSTA DE UMA VBTP SOBRE RODAS PARA DOTAR OS BATALHÕES DE
INFANTARIA MECANIZADA DO EXÉRCITO BRASILEIRO

Projeto de Pesquisa

1º TEN INF MICHELANGELO MORAIS ROCHA


1º TEN INF PHILIPPE LOPES DORNELLAS
1º TEN INF FREDERICO INÁCIO BARROS SILVA
1º SGT INF ROGÉRIO DOS SANTOS MARTINS
3º SGT COM FABRÍSIO TOLEDO DA MATTA

Santa Maria, 15 de maio de 2006.


VIATURA BLINDADA DE TRANSPORTE DE PESSOAL:
PROPOSTA DE UMA VBTP SOBRE RODAS PARA DOTAR OS BATALHÕES DE INFANTARIA MECANIZADA DO EXÉRCITO BRASILEIRO

CENTRO DE INSTRUÇÃO DE BLINDADOS


GEN WALTER PIRES DE ALBUQUERQUE
SANTA MARIA - RS

1º TEN INF MICHELANGELO MORAIS ROCHA


1º TEN INF PHILIPPE LOPES DORNELLAS
1º TEN INF FREDERICO INÁCIO BARROS SILVA
1º SGT INF ROGÉRIO DOS SANTOS MARTINS
3º SGT COM FABRÍSIO TOLEDO DA MATTA
Estagiários do Estágio Técnico de Blindados do C I Bld

VIATURA BLINDADA DE TRANSPORTE DE PESSOAL:


PROPOSTA DE UMA VBTP SOBRE RODAS PARA DOTAR OS BATALHÕES DE
INFANTARIA MECANIZADA DO EXÉRCITO BRASILEIRO

Trabalho apresentado como projeto


interdisciplinar do Estágio Técnico de
Blindados, do C I Bld.
Estágio: VBTP M 113
Orientador: Cap Inf Pessoa

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO

2. DESENVOLVIMENTO

 2.1 A INFANTARIA MECANIZADA


 2.2 CARACTERÍSTICAS NECESSÁRIAS
 2.3 PIRANHA III
 2.4 PÁTRIA
 2.5 PANDUR II
 2.6 STRIKER
 2.7 PROJETO EB

3. CONCLUSÃO
4. BIBLIOGRAFIA

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1. INTRODUÇÃO

Ao observarmos a recente história do mundo, podemos notar com muita facilidade as


profundas transformações que ocorreram em todos os aspectos que levarmos em
consideração: meio ambiente, transporte, economia, política, sociedade.
A grande maioria das transformações são oriundas de um grande salto tecnológico que
atinge todo o planeta. Como resultado de vários fatores, dentre eles o fenômeno da
globalização, inovações tecnológicas surgem em maior número e cada vez mais rápido no
mundo moderno.
Estas inovações influenciam diretamente o modo de vida das pessoas que sofreram
mudanças no meio pessoal e profissional.
Da mesma forma, uma das atividades mais antigas desencadeadas pelo homem
também sofreu grandes mudanças neste período: o modo de fazer guerra.
A guerra moderna também sofre transformações constantes e rápidas com táticas,
armamentos e equipamentos evoluindo a cada novo conflito que surge no globo.
As guerras modernas se caracterizam por combates cada vez mais letais e rápidos.
Com base no modo moderno do homem combater e analisando as tropas de infantaria
dos exércitos, veremos que o conceito de infantaria motorizada composta por forças que
combatem exclusivamente a pé está, a muito, ultrapassado.
A infantaria moderna necessita de grande mobilidade, eficaz poder de fogo,
comunicações amplas e flexíveis e um sistema de proteção que a torne menos vulnerável e
minimize suas baixas.
Atento a estas necessidades e acompanhando uma tendência global, o Exército
Brasileiro iniciou estudos a fim de substituir sua infantaria motorizada por uma mecanizada,
que esteja de acordo com a realidade dos conflitos modernos, estando assim efetivamente em
condições de cumprir sua missão.
Porém, para que a infantaria brasileira esteja devidamente adestrada e adaptada para
esta guerra moderna é necessário primeiro equipá-la com o instrumento essencial de toda
infantaria mecanizada: uma Viatura Blindada de Transporte de Pessoal (VBTP).
Depois de alguns estudos, chegou-se a conclusão que para dotar a infantaria
mecanizada de nosso Exército a viatura ideal seria sobre rodas.

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A vantagem dos veículos sobre rodas é que eles possuem uma maior flexibilidade e
mobilidade, permitindo atuar sobre amplas frentes, a grandes distâncias, penetrar nos
dispositivos de segurança do inimigo e explorar a fundo o efeito surpresa, a um custo mais
baixo que os de lagartas.
Esta decisão está conjugada com um questionamento que deverá ser analisado e
estudado a fim de obter a melhor solução: qual a VBTP sobre rodas ideal para dotar a
infantaria mecanizada do Exército Brasileiro?
Esta pesquisa tem por objetivo apresentar uma proposta para a solução do
questionamento acima, analisando algumas das VBTP sobre rodas disponíveis e verificando
qual estaria mais apropriada para ser empregada por nosso Exército.

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2. DESENVOLVIMENTO

2.1 A INFANTARIA MECANIZADA

O Exército Brasileiro não possui uma doutrina definida de emprego da infantaria


mecanizada. Analisando-se outros países empregadores dessa doutrina, estudos acontecem
para a definição e adoção de uma tática e técnica nacional.
A missão da infantaria mecanizada, conforme doutrina norteamericana, é cerrar sobre
o inimigo por meio do fogo e da manobra para derrotá-lo ou capturá-lo, ou para repelir seu
assalto pelo fogo, pelo combate aproximado e pelo contra-ataque podendo cumprir as
seguintes missões:
Segurança - Reconhecimento e busca de inteligência, enlace tático; redução de forças
aerotransportadas ou helitransportadas; vigilância de comunicações e proteção de comboios;
defesa de pontos sensíveis e bases aéreas.
Ofensiva - Faz contato com o inimigo; ataca as forças não blindadas ou ligeiramente
blindadas em movimento, em posições de organização ou em condições de mínima defesa;
exploração do êxito inicial e perseguição.
Defensiva - Constitui uma força de reserva das grandes unidades; excepcionalmente, e
por tempo limitado, pode levar a cabo missões de defesa de uma parte da zona defensiva da
Divisão.
Retardamento - Ação retardadora e protetora numa eventual retirada.

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2.2 CARACTERÍSTICAS NECESSÁRIAS

A fim de bem cumprir todas as missões atribuídas à infantaria mecanizada, essa deve
estar equipada com uma viatura blindada de transporte de pessoal com características que
permitirão o êxito nas operações.
A mobilidade e proteção são características imprescindíveis para o sucesso da tropa
mecanizada.
Mobilidade para intervir rapidamente em vários níveis de ameaças. Os meios deverão
ter dimensões reduzidas para facilitar o seu transporte e permitir um maior número de
unidades deslocadas sem, no entanto, prejudicar a capacidade de combate.
A proteção é de suma importância para garantir a proteção das tripulações e tropas que
operam os veículos, cada vez mais necessária em conflitos urbanos onde o maior perigo
provém de armas ligeiras, mas também contra ameaças QBN (Química, Biológica e Nuclear).
Para a análise completa com o objetivo de obter o resultado final da questão proposta,
deverão ser levados em conta, para efeitos de avaliações, fatores importantes como:
 peso
 valor de aquisição
 possibilidade de fabricação dentro do território nacional
 definir missões
 inimigos
 tipo de terreno
 meios de transportes (rodoviário, ferroviário e aéreo)
 manutenção
 mecânica
 blindagem (moderada, com possibilidade de utilização de blindagens ativas
e/ou reativas)
 armamento (principal e autoproteção)
 comunicação (voz e/ou dados)
 observação (sistemas, direção e controle de tiro do tipo passivo, para o
motorista, comandante do carro e atirador e telêmetro laser)
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 camuflagem (padrão de cores, tintas especiais de baixa reflexão de luz nos


espectros visíveis e invisíveis, anti-radar, antitérmica, antimíssil)
 proteção NBR/QBR (detecção e proteção da tripulação)
 silhueta (conflito entre silhueta e conforto da tripulação)
 ruído (principalmente do motor)
 observação embarcada (conflito entre silhueta e altura do equipamento de
observação)
 instrumentos de observação (infravermelho, térmico, raio e alcance, com
vantagens e desvantagens e possibilidades de utilização de dois ou mais em
conjunto ou separadamente).
Serão abordadas características técnicas principais de cada equipamento e através
delas tentar definir qual das viaturas seria a melhor opção, tendo em vista que não possuímos
um exemplar de cada viatura estudada a nossa disposição para realizarmos testes técnicos e
táticos nas viaturas.
Dessa forma, visando atender as necessidades acima descritas, a VBTP ideal para
dotar a infantaria mecanizada do Exército Brasileiro deve possuir: motor potente e de baixo
consumo, blindagem modular, tração 8x8 pelas suas prestações no terreno, capacidade de
proteção QBN, visão noturna, capacidade anfíbia e ter aptidão para ser transportada por via
aérea.

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2.3 PIRANHA III

Desenvolvido pela Mowag Motorwagenfabriken of Switzerland, recentemente


adquirida pela General Motors Defense of Canada, o Piranha III identifica uma família de
blindados sobre rodas, com trações 6x6, 8x8 e 10x10, disponíveis nas versões Transporte de
Pessoal, Comando, Observação, Reconhecimento, Apoio de Fogo, Porta-Morteiro,
Ambulância e Transporte de Cargas.

A terceira geração do Piranha se baseia em uma novo design que combina uma
estrutura extremamente leve com uma proteção balística aperfeiçoada, alta performance em
termos de carga paga versus peso bruto do veículo e aumento do volume interno. São
características comuns a todas as versões: motor instalado na parte frontal à direita, suspensão
independente, capacidade anfíbia, grande área útil para acomodar sistemas de armas,
equipamentos e tropas, e transportabilidade por via aérea em aeronaves C-130 Hércules ou
similar. Dois propulsores a jato d'água permitem ao Piranha atingir velocidades de 10 km/h,
operando em rios ou no mar. Possui um aparelho de ar-condicionado de 10kW e um
aquecedor para operações a temperaturas abaixo de -40° C. Seu sistema de autoproteção
balística é proporcionado pela aplicação de módulos blindados de rápida colocação ou
substituição em caso de danos, sistema automático de supressão de incêndio e explosões,
oferecendo aos usuários kits de proteção contra minas e NBC. O desenho modular permite a
escolha de uma série de motores de grande potência e transmissão automática de torque, que
inclui: o alemão MTU 6V 183TE22, de 400 hp a 2.300 rpm; o sueco Scania DSJ9-48A, de
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400 hp a 2.300 rpm; os americanos Caterpillar 3126 (350 hp a 2.500 rpm) e Detroit Diesel
6V53TA (350 hp a 2.800 rpm); o britânico Cummins 6CTAA8.3, de 350 hp a 2.200 rpm.

A suspensão hidropneumática ajustável para cada roda, conjugada com um sistema


central de calibragem dos pneus (CTIS) e freios ABS, permitem ao blindado um alto nível de
mobilidade em qualquer tipo de terreno.

O Piranha III, em suas mais diferentes versões, foi adquirido por vários países como a
Suécia (13 unidades), Dinamarca (22), Irlanda (65) e Espanha (18). Atualmente a Mowag está
trabalhando na mais recente versão de seu excelente veículo: o Piranha IV 8x8. O primeiro
protótipo já foi completado, com estudo de novos sistemas para proteção balística, incluindo a
blindagem do piso contra minas, um novo motor MTU com 544 hp de potência que
aumentará sua capacidade de carga, velocidade e alcance. O peso de combate subirá para 24 t,
com carga de 10 t. Poderá usar armas de 12,7mm, 25mm, 30mm ou canhões de pequeno
recuo de 90mm ou 105 mm. O Exército Brasileiro avaliou recentemente um modelo do
Piranha III, que poderá ser um dos concorrentes em licitação futura para aquisição de novos
veículos sobre rodas.

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2.4 PATRIA

A nova versão 6x6 do conhecido veículo blindado AMV do Patria foi apresentado na
exibição MSPO, Polônia. O Patria AMV (Armored Modular Vehicle) tem atraído
significativo interesse internacional, desde que foi lançado, em 2001.

O novo conceito é baseado - entre outras coisas - na modularidade. As Forças


Polonesas de Defesa encomendaram 690 veículos Patria AMV, em 2003, incluindo 32
veículos 6x6, leves e extremamente móveis.

A Patria demonstra satisfação com o andamento do projeto AMV, conhecido na


Polônia como KTO. Até o momento a Patria tem alcançado, e até excedido, as obrigações
contratuais de offset, e no prazo. Empregados da empresa polonesa WZMS foram treinados
na Finlândia, para absorver tecnologia para a montagem final do AMV e a produção de certos
componentes tem sido transferidos para a Polônia.A Patria também estabeleceu subsidiárias
na Polônia para melhor atender ao cliente e apoiar a indústria na fase inicial das atividades.

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Recentemente o Patria AMV 8x8 realizou testes e com sucesso: na República Tcheca,
África do Sul, Brasil e Kuwait. A Patria também recebeu solicitações técnicas e comerciais da
República Tcheca, Croácia e Bélgica, os quais espera-se possam anunciar a decisão ainda
durante esse ano.
O Patria AMV oferece alta proteção, modularidade e transportabilidade, e atendendo
também aos mais estritos critérios de aquisição para as Forças Armadas, inclui também
compatibilidade com a OTAN. O AMV é uma solução européia com inquestionáveis
benefícios logísticos, devido ao uso de equipamentos e produtos já desenvolvidos e em uso no
mercado civil (COTS), e produtos de padrão militar.
Atualmente o Patria AMV é, além de ser um conceito totalmente novo, é o único
veículo blindado de quarta geração, já em produção, e no mercado. Possui a capacidade de
tripulação de 03 homens e poder de fogo do canhão 30 mm. Com o peso relativamente baixo
de 15 toneladas e seu motor Scania DI 12 480, atinge uma velocidade de 100 Km/h, além de
uma autonomia de 800 Km.
A Patria é um grupo internacional com operações nas áreas de Aeronáutica e Defesa.
Os principais campos de atividades da Patria são: veículos blindados de rodas, sistemas
morteiros, helicópteros e aviões. Patria provê internacionalmente soluções competitivas ao
mercado global baseadas no seu próprio know-how e parcerias.Os acionistas da Patria são o
Governo da Finlândia e a EADS, European Aeronautic Defence and Space Company.

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2.5 PANDUR II

O PANDUR-2 é fabricado pela Steyr Daimler Puch Spezialfahrzeug AG & Co KG,


empresa austríaca. É um 8x8 com oito rodas motrizes. Quer em tamanho, quer em peso e
capacidade de carga, encontra-se entre os melhores veículos 8x8 da atualidade.
O motor Cummins ISC 350 diesel (280cv) equipa as versões mais leves e as mais
pesadas podem ter um motor de 400cv, atingindo a velocidade de 90 a 100 Km/H dependendo
da motorização, com autonomia de 600 a 700 Km.
É equipado com os seguintes armamentos, conforme as versões: 105mm / 25mm /
12.7mm exterior e com comando interior / míssil antitanque / morteiro 120mm.
As versões mais leves são anfíbias e podem transportar 3 + 11 militares.
Cabe ressaltar que a VBTP Pandur 2 é aerotransportada pelo C 130 Hércules,
característica importante nos dias atuais tem em vista a possibilidade de atuação em locais
distantes dos limites nacionais.

O PANDUR-II é aero-transportável num C-130 da


Força Aérea

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(Vista interna da VBTP Pandur II)

Em 09 de dezembro de 2004, o Ministro da Defesa Nacional de Portugal, Dr. Paulo


Portas, anunciou a escolha do veículo austríaco Pandur 2, em configuração 8x8, como
vencedor da concorrência portuguesa para um novo blindado sobre rodas para o exército e os
fuzileiros navais. O fabricante é representado em Portugal pela Transfral Trading-Comércio
Internasional e o contrato para o fornecimento de 260 exemplares da viatura (originalmente se
pretendia 322) está estimado em 344 milhões de Euros. Alguns componentes serão
produzidos localmente pela empresa Sorefame S/A, fabricante de produtos destinados à
indústria ferroviária. Também concorreram a finlandesa Patria Vechicles OY (com o AMV,
desclassificada por atraso na entrega da BAFO-Best And Final Offer) e a suíça Mowag AG,
com o Piranha III.

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2.6 STRYKER

A VBTP Stryker fornece o transporte protegido para uma sustentação de uma tropa de
infantaria e apóia pelo fogo direto durante o assalto a pé. Transporta um grupo de 9 homens.
O projeto preliminar do veículo de transporte de pessoal, Stryker requer uma
tripulação de 2 homens, um motorista e um comandante do veículo. Há outras oito
configurações do Stryker que servem ao combate e aos apoios diversos.
O armamento de dotação é capaz de inutilizar veículos inimigos motorizados e a deter
a infantaria a pé. As armas das VBTP podem ser empregadas para aumentar a base do fogo do
pelotão. Estes fogos diretos apóiam a manobra da infantaria desembarcada. Podem ainda,
destruir a infantaria inimiga na luz do dia, na noite, ou durante condições de visibilidade
limitada (neblina e névoa).
A VBTP norte americana Stryker é dotada de um motor Detroit 6V53T 350, que
atinge uma velocidade de 100 Km/h. Seu peso de é de aproximadamente 18 toneladas e sua
autonomia é de 500 Km.
Tração 8x8, com suspensão hidramática e os freios ABS nos eixos da parte traseira,
particularizam essa viatura.
Possui lançador do granada 40mm, metralhadora calibre .50 e 7,62 mm, além de 4 lançadores
de granadas fumígenas. Pode armazenar 32 granadas fumígenas, 3200 cartuchos 7,62 mm e
2000 cartuchos .50.

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Assim como o Pandur 2, a VBTP Stryker é aerotransportada pelo C 130 Hércules.

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2.7 PROJETO EB

Após ter lançado um edital de concorrência (nº 001/2005), em 04 agosto 2005, para o
contrato de serviços técnicos de desenvolvimento do Projeto da Viatura Blindada de
Transporte de Pessoal, Média - de Rodas (VBTP-MR), 6 x 6, selecionado um vencedor e
qualificá-lo, o Alto Comando do Exército resolveu adiar o Projeto, que é chamado
informalmente de "VBTP-MR URUTU 3".

O motivo foi a falta de verbas e a necessidade do Departamento de Ciência e


Tecnologia em atender a outras despesas inadiáveis. Chamado de URUTU 3 o programa de
substituição do veículo VBTP EE-11 Urutu, em uso pelo Exército, aproveitava somente o
nome dos seus antecessores.

Ao dar o nome de Urutu 3 e especificar que o veículo deveria seguir as linhas gerais
do atual Urutu levou ao pensamento de que seria uma mera atualização desse veículo. A
leitura do ROB (Requisitos Operacionais Básicos) e as especificações propostas ao veículo
demonstram que deverá incorporar uma série de avanços da engenharia automotiva ocorridos
nas três últimas décadas. Além de novos requisitos operacionais a serem incorporados ao
veículo.

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Uma lista preliminar com algumas das diferenças propostas entre a versão do VBTP
Urutu padrão do Exército Brasileiro e a especificada para o Urutu 3.

Dados Técnicos de Especificação de Projeto:

Urutu Padrão
Características Urutu 3
Exército Brasileiro

Peso 14.000kg 11.000kg

Trem de
6x6 6x6
Rolamento

Independente nas Sistema Boomerangue


Suspensão
seis rodas Molas no eixo traseiro

1 Comandante
1 Motorista
1 Motorista
quipagem 1 Comandante/Atirador
1 Atirador
12 Fuzileiros
7 Fuzileiros

DaimlerChrysler
Mercedes Benz
OM 926LA - 305 HP
Motor OM352A
Cummins ISBe 275
190 HP
250 HP

Diesel 6 Cilindros Diesel 6 Cilindros


Tipo em linha em linha
Turbo Turbo

Automática Mecânica
Transmissão
Allinson Mercedes Benz

Autonomia
Indefinida + 600 km
Em estradas

Combustível 400 litros 380 litros

(www.defesanet.com.br)

O projeto e construção do protótipo seria em aço, usando a chapa de 10mm de


espessura. Visto a dificuldade em obter aços de alta resistência especiais para blindagem os
protótipos seriam construídos em chapas de aço mecânico acima especificado. O Centro
Tecnológico do Exército (CTEx) apresentaria uma proposição de blindagem, que empregaria
novos conceitos, tais como: blindagem cerâmica, blindagem composta e que poderiam ser
usados como um add-on, adicionados à estrutura do veículo conforme as necessidades
operacionais assim exigissem.
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A empresa vencedora da licitação, agora cancelada, foi a paulista Columbus, dirigida


pelo Engenheiro Odilon Lobo de Andrade Neto, ex-membro do grupo de pesquisas da
ENGESA, a ENGEPEQ, que produziu entre outros produtos o CC Osório, e pela Columbus o
bem-sucedido programa do veículo de transporte não especializado (VTNE), 0,5 t, 4 x 4
Marruá, atualmente em produção pela empresa AGRALE, Caxias do Sul. O Marruá foi
homologado pelo Exército Brasileiro, em 27 de julho 2005, e está em testes pelo Exército e a
Infantaria da Marinha da Argentina (IMARA), além das forças armadas de outros países,
como o Chile e Egito.

(Adaptação do veículo Urutu para Operações no Haiti)

3. CONCLUSÃO

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Analisando as principais VBTP disponíveis e viáveis a realidade do Exército


Brasileiro, os quatro veículos colocados em estudo, têm vantagens e desvantagens, que
tornariam difícil decidir que um deles era claramente superior ao outro.

O AMV PATRIA fabricado na Finlândia, tem a vantagem de ser um veículo modular,


com uma quantidade de opções relativamente mais modernas que os outros concorrentes. No
entanto, sofre dos problemas dos veículos modulares. São sempre mais caros e nunca são
100% adequados a nenhuma função. O sistema de morteiros duplos aplicável ao AMV, por
exemplo, está entre ao mais sofisticados no mundo, mas não era adequado as necessidades de
uma VBTP.

O PIRANHA-III é igualmente uma opção de grande qualidade. Da família do


PIRANHA-III derivou o STRYKER americano. O veículo é, nas suas várias versões,
utilizado por um considerável número de forças armadas dos países ocidentais, o que não
deixava de ser uma clara vantagem.

O PANDUR tem a desvantagem de, na sua versão 8x8, não ter sido adotado em larga
quantidade por nenhuma força armada. No entanto, a situação não é muito diferente do
PATRIA, haja vista que não há um número significativo de unidades em operação que possa
gerar dados de referência, pois as unidades polonesas não foram entregues.

Na realidade, observando apenas pelos dados conhecidos, as várias características das


diversas versões, o PANDUR-II não era nem melhor nem pior que a dos concorrentes. A
verdade é que a qualidade da proposta, não depende tanto das características dos veículos do
modelo base como da qualidade e sim as características técnicas dos equipamentos instalados
para a versão de transporte de pessoal. A capacidade do PANDUR-II na versão básica (14
militares) é superior à capacidade dos outros dois concorrentes (11 nos dois casos).

Ideologicamente, seria perfeito se o Brasil comprasse a tecnologia de alguma VBTP


com as especificações parecidas com as estudadas. Sendo assim, produziriam de acordo com a
demanda nacional e haveria a possibilidade de adaptar acessórios e equipamentos de acordo
com a necessidade e realidade do Exército Brasileiro.

4. BIBLIOGRAFIA

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FM 3-21.71 Mechanized Infantry Platoon and squad (Bradley)


FM 7-7J Mechanized Infantry Platoon and squad (Bradley)
www.defesa.ufjf.br
www.defesanet.com.br/
www.ufjf.
www.generaldynamics.com/prod_serv/
www.militarypower.com.br/
www.segurancaedefesa.com/

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