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Utilização Do Terreno para Progredir E Observar À Noite
Utilização Do Terreno para Progredir E Observar À Noite
NOITE
SEGURANÇA NA INSTRUÇÃO
I - INTRODUÇÃO:
A equipe de instrutores da 7ª Cia Com, através desta Sessão de Acuidade Visual e Auditiva,
da matéria Observação e Orientação, mostrará a importância do adestramento do homem para o
combate noturno. Nosso objetivo é descrever às técnicas de observação e vigilância noturna. Para
tal seguiremos o seguinte sumário: Introdução, desenvolvimento onde abordaremos o histórico, o
combate noturno, o medo, e os processos de observação à noite. Por fim, uma breve conclusão.
II) DESENVOLVIMENTO
1) HISTÓRICO
Há trinta anos atrás, os mais avançados dispositivos para visão noturna eram os aparelhos
infravermelhos. Tendo seu raio de ação limitado, necessitavam de luz para iluminar a área do
alvo. Além dessa, tinham como desvantagem o fato de que o inimigo, equipado com detetores
infravermelhos, podia ver a luz utilizada pela tropa de ataque.
Em meados dos anos sessenta, surgiram os intensificadores de imagem, operando com a luz
existente das estrelas, da lua, do clarão das cidades ou do fogo do campo de batalha, e com
alcances de até 2000 metros.
(Plano de Sessão da Instrução de Acuidade Visual e Auditiva..... Fl 2)
2) COMBATE NOTURNO
Na complexidade da guerra moderna, tem-se verificado o maior emprego do combate
noturno sobre o diurno. Isto pode ser verificado, por exemplo, nas ações do Exército Britânico
contra o Argentino, durante a guerra das Malvinas, ocorrida em 1982 e nos famosos ataques
“cirúrgicos” realizados com armamentos guiados por raios laser pela força aérea dos Estados
Unidos, em seus bombardeios noturnos sobre as cidades Iraquianas, durante a Guerra do Golfo,
ocorrida em 1990.
Senhores, deveremos deixar este local ao final da instrução, sabendo que realmente é
importante para o combatente evitar produzir raios luminosos e ruídos durante à noite. No
decorrer da instrução, vamos apresentar alguns incidentes; os senhores tentarão identificá-los e
procurarão avaliar a distância em que eles ocorreram. Portanto, é preciso que todos fiquem bem
atentos para melhor proveito.
Já nos relatórios de combate da 2ª Guerra Mundial, lia-se:
“ Dêem mais instrução noturna ao combatente”.
A precisão do tiro noturno das armas de tiro tenso era prejudicada pelo descrédito do soldado
no combate noturno.
Atualmente, nos campos de batalha onde se desenvolvem os combates mais modernos, a
noite torna-se a amante dos combatentes mais bem treinados do mundo.
Bem, para começar, é difícil o trabalho de interpretar ruídos? É alguma coisa do outro
mundo descobrir pelo som de onde ele vem e o que está acontecendo? Certamente que não.
Temos feito isto durante toda a nossa vida.
Eis uma outra situação em que o soldado deve estar em condições de a qualquer momento,
fazer face a um grande inimigo:
TEATRO DO NOIVO
Fundo musical TITANIC
( Cb Santos, Sd Ivanildo e Sgt Cristhian)
( Sgt Paz acende a luz da Vtr)
Durante um final de semana estava o soldado Eduardo no sofá, a namorada ao seu lado, ele
está quase, quase.....
Súbito ouve passos firmes e apressados vindos do corredor. É a sogra em patrulha de
reconhecimento noturno, deduz o jovem candidato a noivo.
(Plano de Sessão da Instrução de Acuidade Visual e Auditiva..... Fl 3)
Após sumário estudo de situação, decide executar um rápido retraimento para o lado oposto
do sofá, até que passe o perigo. Depois, então, se for o caso, retomará suas ações de combate
passando, se necessário, ao corpo a corpo.
Desse modo, com raríssimas exceções, (não é soldado Torres) todos já têm desenvolvidas
suas habilidades de interpretar sons. Resta agora, transferi-las para os fins de combate.
3) O MEDO
O medo nada mais é que uma reação do corpo a uma atitude mental. Revela-se por uma
sensação de mal-estar. Sente-se a compressão das vísceras de baixo para cima, a necessidade de
urinar, o aumento da tensão muscular, provocando “tremores”, os vasos sanguíneos do rosto
contraem-se, causando a palidez facial. A adrenalina é injetada no sangue em quantidade anormal
e o homem apresenta um aspecto próprio e característico do medo.
Como dominar o medo?
Fundamentalmente o medo tem origem em duas causas:
O Condicionamento e o desconhecimento.
Muitas pessoas condicionaram em si, provavelmente na infância, o medo, como por
exemplo, medo do escuro, medo de cemitério, etc.
O medo manifesta-se também ante tudo aquilo que não se conhece, ou a que não se esteja
acostumado.
Visto desta forma, o medo pode ser dominado:
- Pelo entusiasmo
- Pelo adestramento
- Pela descontração muscular.
O entusiasmo facilita a tomada de decisões e age como mola propulsora da vontade e do
otimismo. Estimulamo-lo através do espírito militar e do sentimento do dever.
(Plano de Sessão da Instrução de Acuidade Visual e Auditiva..... Fl 4)
Em consequência da pouca visibilidade a noite, o ouvido torna-se o mais valioso auxiliar das
operações noturnas, razão pela qual em todas as situações devemos usar o terreno da melhor
forma possível, para podermos melhor ouvir o inimigo.
Diversos ruídos serão produzidos a partir de agora. Façam o máximo de silêncio. Cada um
procurará identificar e avaliar a distância a que foram produzidos.
Procurem, inicialmente, neutralizar os ruídos naturais conforme já foi ensinado
acostumando-se com os sons próprios da noite, como os que se fazem ouvir no momento, neste
local. Ouçamos o silêncio.....
SILÊNCIO ABSOLUTO
Aprendamos agora, a perceber e identificar sons que poderiam ocorrer numa situação de
combate.
1) Um vigia, de seu posto de escuta, ouviria um homem tossindo a 50 metros, da seguinte
forma: (CB Nelson)
2) Se o posto de escuta estivesse a 100 metros, ele seria ouvido da seguinte maneira: (Sgt
Barbosa)
3) Já a 200 metros, o vigia, de seu posto de escuta, ouviria assim: (Sgt Olésio)
5) A 100 metros esse ruído já seria mais difícil de ser percebido. Mesmo assim procuremos
identifica-lo: (Sgt Otegildo)
6) Um Homem cavando uma toca a 50 metros, produz o seguinte ruído: (Cb Nelson)
10) Se ao prepararmos nosso equipamento, não tivermos o devido cuidado, poderíamos ser
facilmente identificados, como este militar que se desloca com seu equipamento mal ajustado, a
100 metros: (Sgt Otegildo)
11) A baioneta é uma arma branca utilizada no combate corpo-a-corpo; num combate
noturno devemos sempre antes do assalto armar nossa baioneta; caso não o façamos, poderemos
comprometer o sigilo de toda a operação. Ouçam o ruído de uma baioneta sendo armada a 100
metros: (Sgt Dinomar)
13) Já sabemos que à noite melhora a propagação do som. Assim, podemos ouvir facilmente
a conversa de dois militares completamente despreocupados, a 100 metros de nós: (Sgt Barbosa
e Sgt Otegildo)
14) A 200 metros, uma conversa animada seria facilmente perceptível. Vejamos: ( Sgt
Olésio e Cb De Amorin)
15) Apesar de ser uma arma menor, o manejo de uma pistola também pode quebrar o sigilo
de uma posição. A 100 metros esse manejo ouve-se assim: ( Sgt Barbosa)
16) E a 300 metros ainda perceberíamos o ruído de manejo de uma pistola, assim: ( Sgt
Adriano)
18) Vejam o ruído que o abrir e fechar de uma porta de viatura produziria a 100 metros: (sgt
Otegildo)
VERIFICAÇÃ0 01
Vamos verificar agora se vocês assimilaram bem os ensinamentos vistos até agora. Prestem
bem atenção:
Repita por favor o incidente Nr 01 (pisar em galhos - 50 metros - Cb Nelson)
Soldado.................. o que foi que você ouviu?
- Incidente Nr 02............ (equipamento mal ajustado - 100 metros - Sgt Otegildo)
- Incidente Nr 03............ (Manejo Pst - 100 metros - Sgt Barbosa)
- Incidente Nr 04............ (armar baioneta - 200 metros - Sgt Cordeiro )
- Incidente Nr 05............ (engatilhamento do FAL a 300 metros- Sgt Márcio )
- Incidente Nr 06............ (troca do carregador do FAL - 100 metros - Sgt Dinomar)
- Incidente Nr 07............ (trabalho de sapa - 50 metros - Cb Nelson)
Como vimos até aqui, um ruído, por mais insignificante que possa parecer pode ser
identificado. Vejamos agora se os instruendos já conseguem identificar um ruído de uma situação
(Plano de Sessão da Instrução de Acuidade Visual e Auditiva..... Fl 7)
de combate. Prestem atenção, apurem seus ouvidos e procurem identificar esta gota de orvalho
caindo no chão próxima de nós...
PETARDO
(Sgt Arnaldo)
Espero que tenham identificado a queda da gota de orvalho antes da detonação do petardo de
50 gramas de TNT.
Assim, acabaram de ouvir e interpretar alguns sons característicos de situações de combate.
Muitos outros produzidos pelo inimigo poderão ser, da mesma forma, identificados.
b. Utilizando a vista
A visão à noite, conforme já vimos, fica sensivelmente prejudicada. É portanto, de grande
importância e necessidade, um constante adestramento da visão noturna.
1) Adaptação à escuridão
Todos sabemos, que se saímos de um local ensolarado para outro pouco iluminado, não
conseguimos perceber os objetos até que um certo tempo tenha se passado: os olhos têm que se
adaptar à quantidade de luz existente.
Será necessário permanecermos cerca de 30 minutos em local escuro para que tenhamos
nossas vistas adaptadas.
2) As chamas produzidas por um fósforo e uma vela, são facilmente identificadas no terreno,
como veremos agora, a 200 metros ainda à direita: (Sgt Olésio)
3) Um facho de luz, também pode chamar atenção. Podemos constatá-lo nestes militares que
se deslocam, a 300 metros de nós, com as lanternas acesas: (Sgt Adriano)
Normalmente o disparo de uma arma revela sua posição durante à noite. Na sequência,
veremos uma série de tiros de diversas armas, em distâncias variadas. Procurem memorizar o
som e o tipo de clarão de cada armamento:
5) Vejamos agora um tiro de uma arma bastante familiar pelo soldado: o FAL a 100 metros
utilizando munição traçante: (Sgt Dinomar)
9) O sentinela constitui um posto de escuta e , para tal, deve saber distinguir com precisão o
ruído de um disparo de arma, da explosão de fogos de artifício. vejamos tal situação a 300 m:
(Sgt Márcio)
10) Observemos agora, o tiro da Pistola 9mm a 100 metros: (Sgt Barbosa)
VERIFICAÇÃO 02
Vejamos agora se a visão noturna dos senhores, aliada a acuidade auditiva, já consegue
distinguir os diversos incidentes do campo de batalha:
- Incidente Nr 01................ (lanternas não veladas a 300 metros ) ( Sgt Adriano)
Soldado.................. o que foi que você ouviu?
- Incidente Nr 02................ (tiro de pistola a 100 metros) (Sgt Barbosa)
- Incidente Nr 03................ (tiro de fuzil a 300 metros) ( Sgt Marcio)
- Incidente Nr 04................ (rajada de metralhadora 9mm a 200 metros) ( Sgt Olésio)
- Incidente Nr 05.................(tiro de Metralhadora .50 a 300 metros) ( Ten Cordeiro)
- Incidente Nr 06................ (metralhadora MAG a 200 metros) ( Cb De Amorim)
- Incidente Nr 07................ (tiro de FAP a 100 metros) (Sgt Otegildo)
- Incidente Nr 08................ (tiro de FAL a 200 metros) (Sgt Cordeiro)
ACENDEM REFLETORES
(Sgt Santos)
DEMONSTRAÇÃO
Sgt Heliy, Cb Vicente e Cb Gadelha na demonstração
O gorro de instrução, faz menos barulho quando atrita-se com galhos, moitas ou arames,
além de não distorcer os sons como o capacete.
Deveremos escurecer as partes visíveis do corpo como o rosto, costas das mãos orelhas e
pescoço.
O botão superior da camisa do uniforme deverá ser abotoado, a fim de prevenir o contraste
da região clara do peito e garganta.
Devemos também tirar o brilho do coturno.
Tudo isso deve ser feito com a finalidade de evitar que o inimigo possa nos ver durante à
noite.
O equipamento do combatente como já vimos, deverá estar bem preso ao corpo. Assim, sua
mochila não poderá conter objetos soltos que façam barulho.
Será fácil verificarmos o ajustamento do equipamento. Basta determinarmos ao militar que
saltite no mesmo lugar.
Saltita o errado.
Saltita o certo.
As partes brilhantes do equipamento, deverão ser escurecidas. O fuzil deverá estar com os
zarelhos da bandoleira e o carregador presos por fita isolante, para que não façam barulho durante
os deslocamentos.
O combatente deverá conduzir armas silenciosas, como facas e garrotes, utilizados
principalmente para o silenciamento de sentinelas.
A granada de mão é um armamento excelente para o combate noturno ao identificar a
posição do seu lançador. É fácil de transportar e causa grande confusão nas linhas inimigas.
As lanternas deverão ser veladas, isto é, deveremos tampar o visor de forma a permitir a
passagem de uma réstia de luz por uma pequena abertura feita. Assim poderá ser utilizada para
consulta de cartas ou fotografias aéreas com o cuidado ainda de ocultar-se debaixo de um
poncho.
APAGA REFLETORES
(Sgt Santos)
Estando o combatente bem camuflado e com o equipamento bem ajustado, terá possibilidade
de retornar de uma missão noturna com vida. Veremos um combatente andando, engatinhando e
deitando-se à noite. Observem seus movimentos, como são cuidadosos e silenciosos.
TEATRO SENTINELA
(Sgt Heliy e Cb Vicente)
III - CONCLUSÃO
Senhores, na guerra, as oportunidades não se repetem. Portanto, saibamos aproveitar o que a
natureza nos oferece: os obstáculos do terreno, luz do dia e a escuridão da noite.
Esperamos que a instrução tenha atingido seus objetivos e que os senhores tenham
assimilados os conhecimentos necessários.
Você, soldado do Brasil, deve entrar em combate com a confiança absoluta em sua
habilidade para lutar com o adestramento conquistado nas instruções e nos oficiais e sargentos
que os conduzem .
Você se sentirá melhor e sua passagem pelo Exército Brasileiro terá mais que uma razão,
uma finalidade verdadeira. E então você se dará conta que contribui para a melhor causa do
mundo: A PROTEÇÃO DE SUA PÁTRIA, DE SUA FAMÍLIA E DE SI MESMO.
Assim, damos por encerrada a instrução.