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GOVERNO DO ESTADO DO AMAZONAS

POLÍCIA MILITAR DO AMAZONAS


COMANDO DE POLICIAMENTO ESPECIALIZADO
COMPANHIA DE OPERAÇÕES ESPECIAIS

MANUAL DE
PATRULHA POLICIAL
DE SELVA

1ª Edição
2019
Manaual de patrulha
policial de selva da companhia de operações especiais da PMAM
Todos os direitos reservados © Universidade do Estado do Amazonas
Permitida a reprodução parcial desde que citada a fonte

Esta edição foi revisada conforme as regras do Novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa

Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca Central da Universidade do Estado do Amazonas

G721
2018
Governo do Estado do Amazonas. Polícia Militar do Amazonas. Comando de Policiamento Especializado.
Companhia de Operações Especiais
Manual de patrulha : policial de selva / Companhia de operações especiais. – Manaus (AM) : Editora UEA,
2019.
178 p.: il., color; 21 cm.

ISBN: 978-85-7883-441-8

Inclui bibliografia
1. Polícia Militar. 2. Patrulha policial de selva.
3. Operações policiais na selva. I. Título.

CDU: 1997 – 355.52(253)(035)

editoraUEA

Av. Djalma Batista, 3578 – Flores | Manaus – AM – Brasil


CEP 69050-010 | +55 92 38784463
editora.uea.edu.br | editora@uea.edu.br
PORTARIA DO COMANDANTE-GERAL DA PMAM:

PORTARIA NORMATIVA Nº 15, DE 19 DE JANEIRO DE 2018.

APROVA o Manual de Patrulha Policial de Selva.

O Comandante-Geral da Polícia Militar do Estado do Amazonas, no uso de suas


atribuições que lhe confere o item XVI, do art. 9º da Lei 3.514, de 8 de junho de 2010.

CONSIDERANDO a Instrução Normativa nº 001/2009 – PMAM, de 16 de


janeiro de 2012, que avalia e reconhece os trabalhos escritos no âmbito da PMAM,
visando ao aproveitamento como fonte de consulta doutrinária, técnica e de base
para instruções na Corporação;

CONSIDERANDO Parecer favorável da Diretoria de Capacitação e Treinamento,


datado de 22 de janeiro de 2018, para aprovação do Manual de Patrulha Policial de Selva;

CONSIDERANDO finalmente a necessidade de se ter normatizado e aprovado


os manuais com assuntos de interesse Policial Militar, a fim de legitimar as condutas
e ações operacionais;

RESOLVE:

Art. 1º. Aprovar o Manual de Patrulha Policial de Selva;


Art. 2º. Esta Portaria Normativa entra em vigor na data de sua publicação,
revogando-se as disposições em contrário.

Em consequência:

1. Comandantes, Diretores, Assessores e Chefes para conhecimento e


providências pertinentes;
2. O interessado tome conhecimento;
3. A DPA-4, atender o que rege o artigo 15 da Instrução Normativa 01/2009.
4. O referido Manual de Patrulha de Selva encontra-se anexo a este BGO.

CEL QOPM DAVID DE SOUZA BRANDÃO


Comandante-Geral da Polícia Militar do Amazonas
Governo do Estado do 3º SGT QPPM Marco Antônio Gama dos
Amazonas Santos
Elaboração
Wilson Lima
Governador CEL QOPM Almir David Barbosa
MAJ QOPM José Almir Cavalcante
Universidade do Estado do Rodrigues
Amazonas CAP QOPM Laércio Jandir Arndt
CAP QOPM Wener Vieira dos Santos
Cleinaldo Costa 1º TEN QOPM Aldo Ramos da Silva Jr.
Reitor 2º TEN QOAPM Edson Luiz Pereira de
Araújo
Cleto Leal SO FN IF Francisco de Assis Saraiva da
Vice-Reitor Rocha
2º SGT QPPM Rozinaldo Coelho
editoraUEA Miranda
3º SGT QPPM Gelbson Branches dos
Maristela Silva Santos
Diretora Revisão Técnica

Socorro Freitas TEN CEL QOPM Fábio Pacheco da Silva


Secretária Executiva Cooperação Técnica do Trabalho

Jamerson Eduardo Reis SD QPPM Cristiane Rocha de Araújo


Editor Executivo Revisão Textual

Samara Nina 6ª Seção do EMG/PMAM Jaime da Silva


Produção Editorial Hounsell
Designer Gráfico
André Yukio Tanaka 2º TEN QOPM Murilo Cesar Sampaio
Erick Cundiff Costa
Samara Nina Capa
Silas Menezes
Projeto Gráfico

Samara Nina
Diagramação
APRESENTAÇÃO

A Polícia Militar do Amazonas institui os manuais com o objetivo de contribuir


para melhorar e elevar a sua capacidade operacional e a qualidade dos serviços
públicos prestados à sociedade no âmbito da Segurança Pública, bem como
contribuir para a atualização, fixação e uniformidade doutrinária da Corporação.
O Manual apresenta as considerações doutrinárias básicas sobre a
Patrulha Policial de Selva (PPS). E destina-se a fornecer subsídios que auxiliem
o planejamento e execução das Operações Policiais na Selva, mostrando as
particularidades deste terreno e sua influência nos homens, nos armamentos e
equipamentos e seus conceitos de emprego no operacional da PMAM.

Permitida a reprodução sem fins lucrativos, parcial ou total, por qualquer meio, se citada à fonte. Sugestões para o
aperfeiçoamento do Manual poderão ser encaminhadas ao Gabinete do Comandante Geral da PMAM.

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DEDICATÓRIA

Ao criador e aos precursores do eternizado


Grupamento de Ações Táticas Especiais - GATE
da Polícia Militar do Estado do Amazonas.
Hoje, aos bravos policiais militares da
Companhia de Operações Especiais - COE,
criada para emprego em situações especiais
de terrenos que, superando todos os óbices
operacionais e materiais, a cada dia, vencem
uma nova batalha e enobrecem o nome da
Corporação, salvando vidas, preservando a
Lei e a Ordem e restabelecendo o bem-estar
da sociedade amazonense.

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ABREVIATURAS E SIGLAS

ADM ADMNISTRAÇÃO
AJP AJUDÂNCIA GERAL
AM AMAZONAS
APF APOIO DE FOGO
PPA PONTO PRÉ ASSALTO
ARNAM ASSOCIAÇÃO RECREATIVA DOS NORDESTINOS NO AMAZONAS
A SEG ÁREA DE SEGURANÇA
ASS ASSALTO
ATI ATIRADOR
BLQ BLOQUEIO
BOPE BATALHÃO DE OPERAÇÕES DE POLICIAIS ESPECIAIS
BPAMB BATALHÃO DE POLICIAMENTO AMBIENTAL
BPE BATALHÃO DE POLICIAMENTO ESPECIALIZADO
CAÇ CAÇADOR
CAL CALIBRE
CAPT CAPTURA
CIOPS CENTRO INTEGRADO DE OPERAÇÕES DE SEGURANÇA
CPE COMANDO DE POLICIAMENTO ESPECIALIZADO
CMT COMANDANTE
CIPChoq COMPANHIA DE POLÍCIA DE CHOQUE
COE COMPANHIA DE OPERAÇÕES ESPECIAIS
CBMAM CORPO DE BOMBEIROS MILITARES DO AMAZONAS
DRE DELEGACIA DE REPREENSÃO A ENTORPECENTES
ETT EMBARCAÇÃO DE TRANSPORTE DE TROPA
ESC ESCLARECEDOR
EB EXÉRCITO BRASILEIRO
EX EXEMPLO
FAL FUZIL DE ASSALTO LEVE
FFAA FORÇAS ARMADAS
GATA GRUPAMENTO DE AÇÕES TÁTICAS ESPECIAIS
GOE GRUPAMENTO DE OPERAÇÕES ESPECIAIS
GR GRUPO

8
GRAER GRUPAMENTO AÉREO
GPS GLOBAL POSITIONING SYSTEM
HP HOMEM PONTA
HP* HORSE – POWER
HT HAND – TALK
IBGE INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICAS
ISA INSTITUTO SOCIOAMBIENTAL
LAR LANCHA DE AÇÃO RÁPIDA
MB MARINHA DO BRASIL
NAV NAVEGADOR
NGA NORMAS GERAIS DE AÇÕES
NuCIOE NÚCLEO DA COMPANHIA INDEPENDENTE DE OPERAÇÕES ESPECIAIS
OBS OBSERVADOR
OVN ÓCULOS DE VISÃO NOTURNA
O Prep ORDEM PREPARATÓRIA
PAT PATRÃO
PPRib PATRULHA POLICIAL RIBEIRINHA
PPS PATRULHA POLICIAL DE SELVA
PIL PILOTO
PMAM POLÍCIA MILITAR DO AMAZONAS
PMGO POLÍCIA MILITAR DE GOIÁS
PRI PONTO DE REUNIÃO NO ITINERÁRIO
1º BPChoq PRIMEIRO BATALHÃO DE POLÍCIA DE CHOQUE
PRO PROEIRO
QOPM QUADRO DE ORGANIZAÇÃO DE PESSOAL E MATERIAL
RAST RASTREADOR
RECON RECONHECIMENTO
RET RETAGUARDA
RJ RIO DE JANEIRO
ROCAM RONDAS OSTENSIVAS CÂNDIDO MARIANO
SEG SEGURANÇA
SCMT SUBCOMANDANTE
2º BPChoq SEGUNDO BATALHÃO DE POLÍCIA DE CHOQUE
SEMTA SERVIÇO ESPECIAL DE MOBILIZAÇÃO DE TRABALHADORES
PARA A AMAZÔNIA
SR SUPERINTENDÊNCIA REGIONAL
TAI TÉCNICA DE AÇÃO IMEDIATA
TE TAREFAS ESPECIAIS
TIS TERRAS INDÍGENAS
UEsp UNIDADES ESPECIALIZADAS
VIP PESSOAS MUITO IMPOTANTES

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FIGURAS

Figura: 2-1 Delimitação da área


Figura: 2-2 Cursos d’águas
Figura: 4-1 Carta esqueleteada
Figura: 5-1 Coluna
Figura: 5-2 Colunas paralelas
Figura: 5-3 Linha
Figura: 5-4 Colunas paralelas
Figura: 5-5 Linha
Figura: 5-6 Linha com apoios
Figura: 5-7 Linhas paralelas
Figura: 5-8 Diamante/losango1
Figura: 5-9 Diamante/losango 2
Figura: 5-10 Cunha 1
Figura: 5-11 Cunha 2
Figura: 5-12 Cunha invertida “V” 1
Figura: 5-13 Cunha invertida “V” 2
Figura: 5-14 Alto guardado
Figura: 5-15 Alto guardado (charuto)
Figura: 6-1 Organograma da PPS
Figura: 6-2 Formação em coluna
Figura: 6-3 Formação em linha
Figura: 6-4 Formação em losango
Figura: 6-5 Formação em linhas paralelas
Figura: 6-6 Formação em cunha
Figura: 6-7 Formação em cunha invertida “V”
Figura: 6-8 Deslocamento ramal/vicinal
Figura: 6-9 Deslocamento em estrada/rodovia
Figura: 6-10 Deslocamento na selva
Figura: 6-11 Alto guardado
Figura: 6-12 Estudando a carta
Figura: 6-13 Estacionando no PPA
Figura: 6-14 Obstáculo

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Figura: 6-15 Travessia com vau
Figura: 6-16 Travessia sem vau
Figura: 6-17 Posição básica de tiro
Figura: 6-18 Posição nº 2 de tiro
Figura: 6-19 Quadrado crescente/decrescente
Figura: 6-20 Retangular
Figura: 6-21 Leque
Figura: 7-1 Time tático
Figura: 7-2 Técnica de ação imediata - TAI
Figura: 7-3 Ofensiva 1
Figura: 7-4 Ofensiva 2
Figura: 7-5 Defensiva
Figura: 7-6 Ofensiva 3
Figura: 7-7 Infiltração com aeronave
Figura: 7-8 Infiltração terrestre
Figura: 8-1 Cipó d’água
Figura: 8-2 Aço e pedra para fazer fogo
Figura: 8-3 Aço e pau para fazer fogo
Figura: 8-4 Tapiri simples
Figura: 10-1 Processo do relógio (para quem está no hemisfério sul)
Figura: 10-2 Orientação pela estrela polar
Figura: 10-3 Orientação pelo cruzeiro do sul
Figura: 11-1 Entrada pelo método do relógio
Figura: 11-2 Posição dos grupos
Figura: 12-1 Inspeção inicial
Figura: 12-2 Ensaio
Figura: 12-3 Inspeção final
Figura: 13-1 Mapa hidroviário do amazonas
Figura: 13-2 Organograma da PPRib
Figura: 13-3 Composição da patrulha embarcada na Lar
Figura: 13-4 Composição da patrulha embarcada em duas embarcações menores
Figura: 14-1 Patrulha completa
Figura: 14-2 Embarcação de passageiros 1
Figura: 14-3 Patrulha com duas equipes de 4
Figura: 14-4 Embarcação de passageiros 2
Figura: 14-5 Assalto ribeirinho
Figura: 14-6 Deslocamento fluvial
Figura: 14-7 Movimento por lanços sucessivos
Figura: 14-8 Moviemnto por lanços alternados
Figura: 14-9 Técnica de navegação fluvial noturna
Figura: 14-10 Base terrestre da PPRib
Figura: 14-11 Base flutuante da PPRib
Figura: 14-12 Embarcação de transporte de tropa
Figura: 14-13 Embarcação de transporte de tropa e patrulhamento
Figura: 14-14 Lancha de ação rápida da PMAM

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COLABORADORES

1º TEN QOPM LASDILAU SZEZYPIOR NETO


1º TEN QOPM RICARDO ARAÚJO LEMOS
1º TEN QOPM DEYVYD SOUZA ATHAN
ASP OF PM ANDRÉ MARINHO DA SILVA
ASP OF PM MURILO CÉSAR SAMPAIO COSTA
2º SGT QPPM ALEX SANDRO DA FONSECA
2º SGT QPPM ALBERTO DOS SANTOS HENRIQUE
2º SGT QPPM LAÉRCIO ESTUMANO DA SILVA
3º SGT QPPM JAILSON JOSÉ VIEIRA ALVES
3º SGT QPPM FRED JORGE SIQUEIRA MENDES
3º SGT QPPM DANIEL DA SILVA NUNES
3º SGT QPPM MÁRIO CARDOSO DE OLIVEIRA
3º SGT QPPM JOGNO VEZU
3º SGT QPPM SÉRGIO FERREIRA DOS SANTOS
3º SGT QPPM ANDRÉ DIAS FILHO
3º SGT QPPM GERARD MAXMILIANO RODRIGUES DE SOUZA
CB QPPM PEDRO ALEX DA SILVA BALIEIRO
CB QPPM JERDESON MARQUES MELO
CB QPPM MÁRCIO FREDSON SOARES GORGONHA
CB QPPM EMILIANO DE ASSUMPÇÃO MORAES
CB QPPM MANOEL WAGNER SILVA SOUZA
CB QPPM MIRANILSON DA COSTA LOPES
SD QPPM RICARDO RIBEIRO PEREIRA
SD QPPM FÁBIO VIANA DE ARAÚJO
SD QPPM PAULO RICARDO RODRIGUES MELO
SD QPPM TATIANE PILLAR MESSIAS COLARES
SD QPPM MÁRIO GALDINO DOS SANTOS
SD QPPM KLEBER MENEZES DOS SANTOS
SD QPPM JONISON DOS SANTOS LIMA
SD QPPM ADRIANO DOS REIS VIANA
SD QPPM MÁRCIO CARLOS DE SOUZA
SD QPPM HELINGTON SILVANO CAMPOS SAMPAIO

12
SD QPPM JOÃO CARDOSO DA SILVA FILHO
SD QPPM ALLISON JACINTHO DE CARVALHO
SD QPPM BRENO SANTOS DE BRITO
SD QPPM DUILLYO SIMÕES DA SILVA
SD QPPM MAGNO RAPOSO LARANJEIRA
SD QPPM MARCELO DE SOUZA MIRANDA
SD QPPM FELIPPE DE LUCENA VERAS
SD QPPM CLEBER CATARINO DA SILVA VIEIRA
SD QPPM WIRLEY BRAGA MORAES
SD QPPM WARLISON ALVES DA SILVA
SD QPPM GETÚLIO VARGAS FILHO
SD QPPM DAVID ALLAN COSTA MEDEIROS
SD QPPM OIRÃ ARAÚJO PEREIRA
SD QPPM JANDERSON BELÉM FRANÇA
SD QPPM MAGNO VIEIRA RIBEIRO
SD QPPM JACKSON DE SOUZA MACHADO

13
SUMÁRIO

17 capítulo 1
Introdução
Generalidades
finalidades
considerações gerais
patrulha policial de selva
21 capítulo 2
Aspectos Regionais
delimitação da área operacional
características da região amazônica
amazônia
a selva amazônica
a população amazônica

29 capítulo 3
A Atuação da Força Policial no Contexto da Selva Amazônica
a contextualização do ambiente de crise
a atuação da polícia militar do amazonas neste cenário
unidade especializada da polícia militar
o emprego da COE nesse ambiente de crise

35 capítulo 4
Patrulha Policial da Selva
patrulhas
missões específicas da patrulha policial da selva
outras missões peculiares da PPS
composição básica da patrulha policial de selva
responsabilidade de cada função na PPS
outras funções da PPS
conhecimento específico inerente a função na PPS
equipamentos e armamentos da PPS
equipamentos comum a todos os componentes da PPS
45 capítulo 5
operações de patrulhamento de policiais na selva
patrulha policial de selva (PPS)
formações táticas da patrulha policial de selva
formação em conduta de patrulha
formação em técnica de ação imediata (TAI)

53 capítulo 6
emprego tático da patrulha policial de selva
organização da PPS
conduta de patrulha
organização para o movimento da PPS
deslocamento da PPS
segurança da PPS
navegação da PPS
ponto de reunião da PPS
ações em áreas perigosas e pontos críticos
tiro em terreno irregular de ação e reflexo
técnicas de vasculhamento na selva
71 capítulo 7
técnicas de assalto
assalto tático
técnica de ação imediata
quanto a classificação da TAI
situações de contingência
hipóteses de situações de contingência
infiltração
83 capítulo 8
sobrevivência na selva
noções gerais de sobrevivência
vida na selva
conservação da saúde na selva
animais peçonhentos e venenosos
trato com indígenas

95 capítulo 9
o combate na selva
influências sobre o combate
influências sobre o equipamento e armamento
influências sobre o deslocamento
101 capítulo 10
marcha para o combate
a marcha na selva
deslocamento na selva
orientação
navegação
109 capítulo 11
base de patrulha
definição
ponto pré assalto (PPA)
seleção do local do PPA
ocupação do PPA
estabelecimento do sistema de segurança do PPA
115 capítulo 12
planejamento e preparação da PPS
normas de comando
sequência das ações
recebimento da missão
planejamento da organização de pessoal e material
ordem preparatória
estudo de situação
ordem à patrulha
inspeção geral da PPS

125 capítulo 13
patrulha policial ribeirinha (PPRib)
considerações iniciais
áreas ribeirinhas
composição básica da PPRib
responsabilidade da função na PPRib
133 capítulo 14
emprego tático da patrulha policial ribeirinha
assalto tático em embarcações
assalto ribeirinho
movimento tático ribeirinho
técnicas de deslocamento
navegação e orientação fluvial
base da PPRib
embarcações policiais ribeirinhas
material e equipamentos da embarcação ribeirinha

147 Referências

153 Anexos
1

INTRODUÇÃO

generalidades
1

OÃÇUDORTNI

sedadilareneg
Finalidades

O presente Manual apresenta as considerações doutrinárias básicas sobre


a Patrulha Policial de Selva (PPS). Destina-se a fornecer subsídios que auxiliem
o planejamento e a execução das Operações Policiais na Selva, mostrando as
particularidades deste terreno e sua influência nos homens, nos armamentos e
equipamentos e seus conceitos de emprego.

Considerações gerais

As Selvas são áreas de Florestas Equatoriais ou Tropicais densas e de clima úmido


ou super - úmido. Situam-se em regiões de fraca densidade demográfica, com baixo
desenvolvimento industrial, comercial e cultural, de precárias condições de vida,
com acentuada escassez de vias de transporte terrestre, ao longo de extensas áreas
de planície, planalto ou montanha. São encontradas nas zonas tropicais da AMÉRICA,
ÁFRICA e ÁSIA. (Manual de Operações na Selva do Exército Brasileiro, 1997, p. 1-1)
Neste Manual foi tomado como base o ambiente Operacional da Selva
Amazônica. Em outras regiões de Selva, por certo, ocorrerão novas peculiaridades,
exigindo consequentemente as necessárias adaptações e estudo de situações
de altos escalões operacionais e administrativos do Comando da Polícia Militar
do Amazonas. O Manual ressalta ainda que: tomemos como base as diferenças
existentes entre as diversas sub-regiões da AMAZÔNIA, que compreendem as
áreas de Selva, campos gerais (savanas) e planaltos. Logo, tal compreensão torna-se
fundamental, tanto para definição ou redefinição do emprego operacional, quanto
à seleção de armamentos, equipamentos e, sobretudo do homem.
Sua utilização não dispensa outras doutrinas de Operações Especiais que
abordam ambientes hostis, uma vez que tem a finalidade de orientar, alertar e criar
condições aos planejadores e operadores de Segurança Pública para as peculiaridades
do Ambiente Operacional de Selva e nas Operações de Patrulhamento Policial na Selva.
O Manual de Operações na Selva do EB (1997, p. 1-2), refere-se à Selva, sob
diversas formas, dando referência a área AMAZÔNICA coberta pela floresta
tropical úmida latifoliada, englobando não só seu interior, como também toda a
malha hidrográfica. Todavia, quando o termo selva referir-se exclusivamente ao
interior da floresta, outras expressões diferentes poderão ser empregadas.

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Patrulha policial de selva

Considera-se como Patrulha Policial de Selva, todos os Patrulhamentos Policiais


Militares, exceto aquelas de natureza estritamente administrativa, realizada por
Força Policial Especializada no cumprimento de uma missão específica no campo
de Segurança Pública, cuja área de emprego esteja predominantemente coberta
pela Floresta Tropical Úmida (Selva), ambiente de Selva ou ainda rural (ribeirinha).
A Patrulha Policial de Selva e a Patrulha Policial Ribeirinha são um conjunto
de todas as Operações de Patrulhamento Policial na Selva e dependendo do grau de
complexidade, a Inteligência poderá ser empregada para dá suporte às Operações.

21
2

ASPECTOS REGIONAIS
2

SIANOIGER SOTCEPSA
Delimitação da área operacional

A Selva Amazônica abrange porções territoriais no BRASIL, GUIANA, GUIANA


FRANCESA, SURINAME, VENEZUELA, COLÔMBIA, PERU, BOLÍVIA e EQUADOR. A
extensão da fronteira brasileira com os países vizinhos é de cerca de 11.000 km,
e em largos trechos não é nitidamente balizada, em virtude da cobertura vegetal
da floresta. Com base em análises estruturais e conjunturais, o governo brasileiro,
reunindo regiões de idênticos problemas econômicos, políticos e psicossociais,
instituiu a AMAZÔNIA LEGAL. (Manual de Operações na Selva do EB, 1997, p. 1-1)
Para Martins, Bigotto e Vitiello (2010, p. 33 e 34), a Amazônia Legal se estende
pelos os estados do Acre, Rondônia, Acre, Amazonas, Roraima, Pará, Amapá, Tocantins
e abrange parte do Maranhão e do Mato Grosso, ocupando uma área total de 4,9 milhões
de km², correspondente a 58,4% da área total do Brasil. Entretanto, para o Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, no Censo Demográfico de 2010, no seu
último censo demográfico, afirma que nesta imensidão, a densidade populacional não
atinge três habitantes por quilômetro quadrado, nestes dados não estão computadas
as porções florestais que se estendem pelos países vizinhos, quer ao norte, quer a
oeste, onde predominam também as mesmas características de vegetação.
O IBGE afirma ainda, que o Amazonas é o maior Estado, dentre os estados
que compreendem a Amazônia Legal. Sua superfície é 1.959.159 km ² e grande
parte do seu solo é coberto pela floresta tropical, recortada por inúmeros rios que
compõe a bacia hidrográfica do Rio Amazonas. O acesso aos Municípios é feito
principalmente por via fluvial ou aérea. Segundo Moreirão (2013, p. 116), a bacia
hidrográfica amazônica possui uma área com 7 milhões de km ², dos quais cerca
de 70% encontram-se em solo brasileiro e os restantes estão distribuídos por solos
peruano, boliviano, equatoriano, colombiano, venezuelano e guiano. A região, por
suas imensas riquezas naturais, é alvo constante da cobiça estrangeira, podendo
ser comprovado pela presença contínua nas manchetes da mídia internacional,
sob o mando de temas aparentemente justos como: a conservação da floresta e a
proteção da população indígena, entre outros.
Segundo o Manual de Operações na Selva do EB (1997, p. 2-8), a presença
de várias Organizações Não Governamentais e missões religiosas, a maioria
delas apoiadas por nações estrangeiras, cujos objetivos de natureza ambiental e/
ou humanitária, muitas das vezes são utilizadas como fachada para a realização

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de levantamento estratégico de área. Sua Biodiversidade de valor incalculável
constitui um imenso patrimônio que deve ser protegida pelas Forças de Segurança
da Região, altamente capacitada com técnicas para combater os diferentes crimes
que nela possam ocorrer.
A posição da área em relação às principais rotas do comércio internacional e
aos centros de poder nacional é excêntrica e mal servida de ligações.

Fig. 2-1: Delimitação da Área

Fonte: Manual de Operações na Selva do EB (1997)

Neste contexto, e levando-se em consideração que o Estado do Amazonas é


geograficamente coberto pela densa Floresta Amazônica e a sua principal rede de
transporte tem por base as vias fluviais e aéreas, o acesso é lento, dificultando
as ações da Força Policial do Estado. Os Municípios localizados a noroeste do
Estado do Amazonas fazem fronteiras com países vizinhos, como: Peru, Venezuela
e Colômbia. Alguns dos afluentes do rio Amazonas, que vêm destes países são
considerados pela Delegacia de Repreensão a Entorpecentes da Polícia Federal
como Rota Internacional de Tráfico de Drogas (DRE/SR/DPF/AM), merecendo,
portanto, atenção efetiva das Forças Policiais de Segurança Pública do Estado.
Atuação Constitucional da Polícia Militar é caracterizada pelo Policiamento
Ostensivo, sua formação é basicamente para atuar nas áreas urbanas, portanto,
precisa adestrar seu efetivo para operar em ambiente de selva que predomina
em todo espaço geográfico do Estado do Amazonas, dessa forma otimizando o
emprego do policiamento ostensivo que é sua característica específica e por fim,
minimizando os índices de criminalidade neste ambiente operacional.

Características da região Amazônica

Amazônia

Para Moreirão (2013) ainda, a região é caracterizada topograficamente, por


um imenso baixo-platô, abrangendo as áreas de terras firmes por uma planície,
que engloba as áreas alagadiças de várzeas e pelas encostas de dois planaltos que
limitam. A floresta Tropical constitui-se na característica dominante da área, apesar
de não apresentar um aspecto uniforme. De forma genérica podemos dividir a
floresta Tropical em dois tipos: a floresta de Terra Firme e a floresta de Terras
Inundáveis. A floresta de Terra Firme ocupa áreas que se acham fora do alcance
das águas das cheias e constitui a floresta Amazônica típica. A floresta de Terras

25
Inundáveis desenvolve-se nas margens dos principais rios da Planície Amazônica,
sendo chamada de mata de várzea e de igapó.
Para Martins, Bigotto e Vitiello (2010) afirmam ainda que, a hidrografia
junto com a vegetação, uma das duas características mais marcantes dessa região
geográfica. Os rios Solimões/Amazonas são a artéria principal de todo esse sistema,
entrando em território brasileiro por Tabatinga-AM e desaguando no oceano
Atlântico após percorrer mais de 3 km. Portanto, os rios são as vias mais utilizadas
para o transporte, em virtude do difícil acesso às áreas dos municípios, sendo os
inúmeros afluentes do rio Amazonas imprescindível o emprego de embarcações.
Fig. 2-2: Curso d’águas

Fonte: Internet (2017)


Outro fator da hidrografia é a mudança dos leitos dos rios, uma vez que são
relativamente jovens, não possuem cursos estabilizados, assim o que pode ser hoje
uma alça de um rio, amanhã pode estar transformado em lago pela retificação
do curso. Como afirma o Manual de Operações na Selva do EB (1997, p. 2-5), “a
sinuosidade dos rios e a variação da topografia dos seus leitos, associada à
inexistência de documentos hidrográficos, impõem uma série de condicionamentos
à navegação nos rios amazônicos”. Muitos rios possuem em cursos, corredeiras
que interrompem a navegação, obrigando o transbordo de embarcações ou muitas
vezes, o transporte do meio flutuante, através desses obstáculos.
Segundo ainda o Manual (1997, p. 2-6), as estações do ano são reduzidas a estação
de chuvas ou inverno – de dezembro a junho – com índice pluviométrico elevado,
e a estação seca ou verão – de julho a dezembro – com chuvas esporádicas. O clima
predominante é o quente e úmido. As temperaturas médias atingem os 24º C no inverno
e 32º C no verão. A umidade relativa é elevada, com média de 89%. As madrugadas
apresentam temperaturas mais baixas, particularmente no interior da selva.

A selva Amazônica

A Selva se caracteriza por áreas de Florestas Tropicais densas, e de clima


úmido e superúmido, de mata fechada. Este conceito tem ampla abrangência no
Manual de Operações na Selva do EB (1997, p. 1-2), “o termo selva empregado neste
manual, sob diversas formas, tem como referência a área AMAZÔNICA coberta

26
pela floresta tropical úmida latifoliada, englobando não só o interior da floresta,
como também toda a malha hidrográfica”, portanto, exigindo da Força Policial,
técnicas apropriadas para operar neste ambiente.
O solo no interior da selva é todo recoberto por uma espessa camada de material
em decomposição. Deste material podem ser aproveitadas folhas ou pequenos galhos,
que adquirem uma camada luminescente para sinalizadores ou marcadores à noite.
A Mata fechada esconde no seu interior as árvores de grande porte, onde as copas
se entrelaçam, impedindo a penetração de raios solares. As grandes quantidades de
palmeiras com espinhos nas folhas e nos caules tornam penoso o deslocamento por
inexperientes. (Manual de Operações na Selva do EB, 1997, p. 2-4).
Segundo o Manual de Sobrevivência na Selva do EB (1999, p. 4-2), “a densidade
da vegetação torna a selva toda igual; nela não haverá pontos de referência
nítidos”. Outro obstáculo no deslocamento são as grandes árvores caídas quando,
na ocasião da sua queda, derrubam outro formando barreiras consideráveis ao
deslocamento, obrigando seu desbordamento e exigindo técnicas de navegação em
selva para executar este desvio. O Manual, cita ainda: “a navegação é o termo que
se emprega para designar qualquer movimento: terrestre ou fluvial, diurno ou
noturno, através da Selva”.
São inúmeras as dificuldades encontradas tais como:
- Elevada temperatura (média anual de 28 graus, podendo sofrer variações
entre 21 e 42 graus);
- Elevado índice pluviométrico (chuvas abundantes variando de 1.400 a 3.500
mm por ano);
- Elevado índice de umidade (atingindo quase 100 %);
- Complexa rede hidrográfica;
- Florestas densas e exuberantes;
- Relevo irregular “socavões”, entre outros.

Portanto, provocando nos homens, principalmente naqueles não acostumados


a este ambiente, efeitos negativos à saúde, diminuindo o grau de combatividade da
Força Policial. Para dirimir esses efeitos, é imprescindível que todo Policial tenha
um perfeito conhecimento de técnicas e utilização de fardamento e equipamento
adequados a este ambiente.

A população Amazônica

É formada de misturas de raças, predominante os traços indígenas. A


necessidade de sobrevivência e adaptação na selva acabam superando as
adversidades naturais da florestal amazônica. (Manual de Operações na Selva do
EB (1997, p. 2-7)
Para Filho e Souza (2009, p.12), existem no Brasil 227 povos indígenas,
falantes de 180 línguas originadas de dois troncos principais (Tupi e Macro-Jê) e
várias famílias linguísticas. Só metade dessas línguas recebeu registro científico.
Em todo País, há 643 Terras Indígenas (TIs) em diferentes etapas de identificação
e regularização, que somam 1.103.965 quilômetros quadrados ou cerca de 13%
do território nacional. Nunca foi feito um censo indígena específico para todo
o País, mas no último recenseamento da população brasileira realizado pelo
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2000, mais de 734 mil
pessoas declararam-se indígenas. Cálculos do Instituto Socioambiental (ISA)
feitos com base nas populações das (Tis) estimam que os índios brasileiros seriam
aproximadamente 450 mil.

27
Segundo ainda os autores, na Amazônia Legal, vivem 173 povos em 405 (Tis),
que somam 1.085.890 quilômetros quadrados, ou 21,7% da região. Ainda segundo
dados do ISA, cerca de 300 mil índios vivem nessas áreas (1,15% da população
amazônica). As Terras Indígenas na Amazônia correspondem a 98% da área total
de Terras Indígenas no Brasil. Existem ainda referências a 46 grupos indígenas
“isolados”, sem contato oficial com o Estado e a sociedade envolvente e sobre os
quais não se tem informações precisas de localização ou etnia.
Por fim, para eles as (Tis) têm importância fundamental tanto na proteção
dos direitos e da cultura dos índios quanto na conservação da floresta. Além disso,
abastecem com produtos de vários tipos inúmeras cidades. Muitas terras indígenas,
entretanto, têm sido invadidas por grileiros, madeireiros, fazendeiros, garimpeiros,
pescadores e caçadores em busca dos recursos naturais ali preservados.
O Manual de Operações na Selva, afirma ainda que: o homem da AMAZÔNIA
é produto de uma seleção natural: de um lado, as têmperas fortes dos nordestinos
que sobrevivem à seca migram e adaptaram-se à selva, e o outro, o temperamento
conformado e indolente do índio. É um tipo que, contentando-se com um padrão de
vida humilde, facilitada a ocupação dos grandes espaços territoriais, vivendo como
mateiro, carpinteiro, caçador, canoeiro, pescador, madeireiro, roceiro e colhedor
de produtos da selva.
Para sociólogo potiguar Francisco Canindé Marinho, que preside a Associação
Recreativa dos Nordestinos no Amazonas (ARNAM), publicou um artigo para
a Universidade Federal de Juiz de Fora sobre a migração dos nordestinos no
Amazonas. Onde diz que, O nordestino tem tido uma presença muito forte no
Amazonas, em especial durante o apogeu da borracha, principalmente por causa
da mão de obra. No período da Segunda Guerra Mundial, o Nordeste passava por
uma fase difícil em relação à seca e, em decorrência disso, existia uma mão de obra
muito farta, em especial os das zonas rurais. A migração para a chamada ‘Terra da
Fartura’, foi sempre estimulada com o aval dos governos estaduais nordestinos,
porém com os Acordos de Washington assinados por Getúlio Vargas em 1943, esta
passou a ser estimulada e organizada pelo governo federal.
O órgão responsável por este movimento migratório foi o Serviço Especial de
Mobilização de Trabalhadores para a Amazônia (SEMTA). Calcula-se que mais de 60
mil pessoas migraram para a região amazônica para trabalharem como Soldados
da Borracha. “Se divulgava o transporte gratuito para que o nordestino viesse, era
dado um adiantamento para ser deixado com as famílias que lá ficavam, então
tudo isso fez com que viesse uma grande corrente migratória de nordestinos para
cá”, explica o sociólogo.
Para Júlia Morim, reforça no seu artigo para site de pesquisa Fundação Joaquim
Nabuco, que na década de 1950, com a crise da borracha, como ficou conhecida a
queda do mercado brasileiro do látex, os seringueiros, como eram chamados aqueles
que se dedicavam à extração desse material, ficaram sem alternativa de trabalho. A
ausência de políticas públicas que tratassem da desmobilização desse contingente de
trabalhadores fez com que eles se espalhassem ao longo dos rios da floresta amazônica,
a exemplo dos Rio Negro e Rio Amazonas, onde construíram suas moradias.
A pesquisadora rela ainda que, por residirem em um ambiente onde a força
da natureza se faz presente, os ribeirinhos aprenderam a viver em um meio repleto
de limitações e desafios impostos pelo rio e pela floresta. A relação desse povo com
as mudanças naturais fez com eles que adaptassem o seu cotidiano, seu modo de
morar e de buscar meios para sua subsistência. Suas moradias são construídas
utilizando a madeira como principal alternativa de construção. A grande maioria
das casas são palafitas, não possui energia elétrica, água encanada e saneamento

28
básico e estão localizadas próximas às margens dos rios. Construídas alguns
metros acima do nível do rio para evitar que sejam invadidas pelas águas durante
as enchentes, as palafitas ainda possuem a tecnologia de uso de tábuas para subir
o piso nos períodos de cheia.
O rio possui um papel fundamental na vida dos ribeirinhos. É através dele
que são estabelecidas as ligações entre as localidades com a utilização de jangadas
e barcos como o único meio de transporte. O rio é sua rua. É nele também que os
ribeirinhos executam uma das principais atividades que lhes proporciona fonte de
renda e de sobrevivência: a pesca. Explica ela.
Diz ainda que outra fonte de renda advém do extrativismo, a exemplo da
extração da malva, uma planta muito comum na bacia do Rio Amazonas. A malva
possui uma fibra, retirada no momento da sua colheita nas margens do rio, que é
utilizada como matéria prima na indústria de estofados e tecidos. A plantação de
milho e mandioca, a produção de farinha e a coleta da castanha e do açaí também
ocupam lugar de destaque nas atividades agrícolas das comunidades ribeirinhas.
A relação diferenciada com a natureza faz dos ribeirinhos grandes detentores
de conhecimentos sobre aspectos da fauna e da flora da floresta; o uso de plantas
medicinais; o ritmo e o caminho das águas; os sons da mata; as épocas da terra.
Esse convívio alimenta a cultura e os saberes transmitidos de pai para filho.
Entretanto, as comunidades ribeirinhas convivem com o isolamento
econômico e social, ficando à margem de uma série de políticas públicas e
mecanismos de controle da qualidade de vida. A situação geográfica de muitas
dessas comunidades é um dos principais fatores limitantes de acesso aos serviços
básicos de saúde e educação.
Percebe-se que o homem amazônico obtém naturalmente o conhecimento
empírico, parte ou todos os criminosos são oriundos de municípios Amazônicos. Daí o
porquê dos criminosos se homiziarem em áreas de selva. O isolamento das habitações,
das vilas e das cidades dificultam as ações da Força Policial do Estado pela necessidade
de um planejamento de logística para a execução de tais ações. Outras áreas como a
saúde e educação também são afetadas por essa característica peculiar.

29
3

ATUAÇÃO DA FORÇA POLICIAL NO CONTEXTO


DA SELVA AMAZÔNICA
3

OTXETNOC ON LAICILOP AÇROF AD OÃÇAUTA


ACINÔZAMA AVLES AD
A contextualização do ambiente de crise

Podemos dizer que as áreas onde ocorrem os delitos, em grande parte, são
cercadas por áreas de difícil acesso (Selva). As concentrações de determinados tipos
de crimes que ocorrem nas áreas rurais e de selva dos municípios Amazônicos
podem indicar deficiências nos recursos operacionais como: (policiais, capacitação,
uniformes, armamentos, equipamentos, viaturas, embarcações, planos eficientes
e etc.), que são agravadas pelas peculiaridades da região. Estes fatores acabam
contribuindo com as ações dos criminosos, dificultando as operações das Forças
Policiais e, por conseguinte, favorecendo indiretamente as práticas delituosas.
As Agências Bancárias localizadas nos municípios são as vítimas mais propícias
para às ações delituosas. Há ainda algumas ocorrências de pessoas perdidas em
áreas de selva por conta de curiosidade, passeios em trilhas que não são mais
utilizadas e dentre outros. Por falta de orientação as pessoas perdidas acabam
andando em círculo, que acabam permanecendo perdidas por certo período até
equipes de buscas a localizarem. Outro fator são as pessoas extraviadas por conta
de acidentes aéreos. Muito embora estas ocorrências não seja missão específica da
Polícia Militar, uma vez que a Corporação é acionada, a Companhia de Operações
Especiais – COE e as vezes com a Companhia de Cães – CANIL deslocam-se, para dar
apoio aos Bombeiros Militares e as Forças Armadas em caso de acidentes aéreos.
As características do ambiente amazônico exigem que estejamos em
condições de sobreviver em qualquer situação ou prestar ajuda a sobreviventes.
Segundo a Instrução Vida na Selva do Centro de Instrução de Guerra na Selva
do Exército Brasileiro (2004), a Sobrevivência na Selva, “é a busca de recursos
naturais de uma região, para suprir o organismo de suas necessidades básicas de
água e alimentos, permitindo, assim, a manutenção da saúde do corpo, da mente
e dos objetivos a atingir”.
Os policiais militares que atuam nos municípios, embora parte ou todos sejam
oriundos do interior e tenham adquirido conhecimentos sobre a Selva, “jamais”
poderão substituir o emprego de técnicas apropriadas para atuarem em áreas de
Selva. Logo, não podem agirem através do empirismo, para não ocorrerem erros,
e sim, através de conhecimento técnico-profissional, garantindo dessa forma sua
empregabilidade de modo seguro e eficiente.

32
Atuação da Polícia Militar do Amazonas neste cenário

O patrulhamento ostensivo é uma estratégia operacional comum numa


Força Policial, logo este mecanismo de atuação policial deve sempre moldar-se a
determinado cenário, é preciso que haja um perfeito planejamento do emprego
operacional nesse ambiente peculiar, para alcançar resultados satisfatórios
e por fim, intervir oportunamente nas ações desenvolvidas por criminosos,
proporcionando uma “sensação de segurança” à sociedade.
Em consequência das características das áreas de difícil acesso (selva), de
terrenos hostis predominantemente em toda a Região Norte, logo, em todos os
Municípios do Amazonas, as ações dos criminosos são mais acentuadas, tendo a
facilidade de se homiziarem e permanecerem nela por pequenos períodos. Outro
fator relevante que contribui para estas ações é a dificuldade que a Polícia Militar
encontra quando necessita intervir nessas ações delituosas. Isto porque, além de
a Selva ser uma realidade desconhecida, a ausência de conhecimento técnico-
profissional para adentrar a Selva e nela sobreviver e operar, facilita a fuga dos
criminosos ou retarda uma rápida resposta da corporação à sociedade.
A Dinâmica dos fatos ocorridos e a visualização de cenários caracterizados
pela selva Amazônica têm demonstrado que os municípios do Amazonas podem
ser levados rapidamente a uma escalada de crise ou de conflitos em virtude do
difícil acesso, pois a principal via de transporte é realizada pelos afluentes do rio
Amazonas. Nestas circunstancias, torna-se imperativo concentrar, deslocar e atuar
em qualquer área do Estado. O emprego de conhecimento específico aos policiais
militares, o peculiar da Selva, é uma ferramenta indispensável ao policiamento
ostensivo da Polícia Militar do Amazonas, em virtude do permanente estado de
alerta, para que possa ser empregada aos pontos chave nos municípios.

Unidade especializada da Polícia Militar

Em virtude do crescimento do Estado do Amazonas, principalmente a capital,


devido os recursos econômicos oriundos da Zona Franca de Manaus, o que trouxe
avanços em diversas áreas ao Estado. Contudo, proporcionou o crescimento como
também, novos “Modus Operandi” da criminalidade, elevando Manaus aos demais
grandes centros do País. Esta nova realidade, surgiu a necessidade de emprego
de armamento, equipamentos e homens com treinamentos especiais para fazer
frente essa nova realidade do Estado. Nesse sentido, foi criado o Grupamento de
Operações Especiais – GOE, em 1990, formado por policiais militares e policiais civis,
para atuar em ocorrências especiais. No entanto, teve poucos meses de existência,
pois surgiu formalmente o Grupamento de Ações Táticas Especiais – GATE, criado
através da Portaria nº 885/AjG-90 de 19 de dezembro de 1990, incorporado à
Companhia Independente de Polícia de Choque - CIPChq, criada através do decreto
nº 4.136, de 16 de janeiro de 1978.
Posteriormente foi criado o Batalhão de Policiamento Especializado (BPE),
através do decreto nº 15.528, de 06 de julho de 1993, passando, portanto, a Companhia
Independente de Polícia de Choque a integrá-lo. O BPE passou por uma reestruturação
e através do Decreto nº 16.162, de 09 de agosto de 1994, a Companhia de Operações
Especiais – COE, passou a integrá-lo como uma de suas Subunidades Especializadas.
Em virtude da necessidade de adequação da estrutura organizacional da PMAM
e visando melhorar o desempenho no atendimento as demandas de ocorrências
especiais, através do Decreto nº 22.774, de 22 de julho de 2002, foi criado o Comando
de Policiamento Especializado - CPE, tendo como Unidades Especializadas – UEsp

33
subordinadas: o 1º Batalhão de Policiamento de Choque - 1º BPChq, o 2º Batalhão
de Policiamento de Choque – 2º BPChq ou Rondas Ostensivas Cândido Mariano -
ROCAM, oriunda da COE, e Regimento de Policiamento Montado – RPMon.
Com a criação deste novo Grande Comando a COE passou a ser uma Subunidade
Especializada subordinada ao 1º BPChq. Regulado pela Portaria n° 885/AjG, de 23
de outubro de 2002, do Comandante Geral da PMAM.
Em caráter excepcional e atendendo à necessidade de ajustamento na
articulação da Policia Militar do Estado do Amazonas, para atendimento a
uma demanda especifica de ocorrências que envolviam situações de Crises e
Patrulhamento em áreas de Alto Risco, concernente ao Plano de Revitalização da
Segurança Pública, do Governo do Estado do Amazonas, o Comandante Geral da
PMAM, cria na estrutura da Policia Militar do Amazonas, o Núcleo da Companhia
Independente de Operações Especiais, através do a Portaria N° 152/AjG-2008,
publicado no BG- N° 160 de 26 de Agosto de 2008, visando torná-la uma unidade
independente, administrativamente, subordinada diretamente ao CPE/PMAM.
No dia 15 de setembro de 2009, é criado o Batalhão de Resposta Rápida, Apoio
e Intervenção Operacional – RAIO, através do Decreto Lei n° 3.434. E, conforme
a Lei de Organização Básica da PMAM (Lei Estadual n° 3.514/2010), sendo
subordinado Administrativamente ao Comandante do CPE e Operacionalmente
ao Comandante Geral da PMAM e ao Governador do Estado do Amazonas. É uma
tropa policial especial de ocupação, saturação e pronta-resposta ao clamor público
e defesa social, tendo como missão específica restabelecer a tranquilidade pública
afetada por incidência criminal pontual e/ou eventual, sendo a COE a 1° das quatro
Companhias orgânicas desta UEsp.
Já em 24 de maio de 2011, é criada a Companhia de Operações Policiais
Especiais – COPE, da Polícia Militar. Regulada pela Portaria do Comandante Geral
nº 096/AjG, de 24 de maio de 2011. Sendo o órgão da Polícia Militar do Estado do
Amazonas que tem por finalidade: Coordenar, planejar, responder pelas políticas
estratégicas do policiamento ostensivo especializado no atendimento de ocorrências
que envolvam situações complexas de crises, contraterrorismo, patrulhamento
em áreas de alto risco, defesa social, ações especiais ambientais e outros eventos
críticos com atuação em todo território estadual.
Conforme a Portaria nº 096/AjG- 2011, a COE é uma Unidade Especializada
(UEsp), subordinada, administrativamente e operacionalmente ao Subcomandante
Geral de quem recebe as demandas pertinentes às suas missões específicas.

O emprego da COE nesse ambiente de crise

O País tem voltado as atenções para a temática da segurança, principalmente


nos Estados onde a criminalidade se implantou, causando a chamada epidemia
do crime. Isso ocorre quando o poder público perde o controle da situação,
possibilitando aos infratores dominar áreas das cidades e aterrorizar a população.
Sabemos que o combate à criminalidade não se faz apenas mediante a construção
de novas unidades físicas ou aquisições de equipamentos, mas, também, com
Unidades Especializadas que operam em terrenos hóstis, como a Selva Amazônica,
e ainda através da implantação de diversas políticas voltadas a gerar credibilidade
às instituições policiais e redução da criminalidade.
A Companhia de Operações Especiais – COE, interage no Sistema Operacional
da Polícia Militar do Amazonas - PMAM, para emprego em todo o Estado, para
executar Ações e Operações Especiais como alternativa tática, nos processos a pé,
motorizado, nautitransportado e helitransportado, em eventos críticos de altíssimo

34
risco, em àreas de dificil acesso como a Selva Amazônica, e no combate às ameaças
extraordinárias e exógenas em geral, que por sua natureza extrapolem a capacidade
operacional das demais Unidades Especiais (UEsp) do CPE, e das OPM do CPM e CPI,
preservando e/ou restaurando a ordem pública, tendo como objetivo salvar vidas
e aplicar a lei, através de: Ações conjutas demais Unidades Operacionais, Òrgãos,
Instituições e etc., em Eventos Críticos ou em outras situações, de acordo com a
necessidade; Repressão ao crime organizado, quando extrapolar a capacidade
da tropa convencional e especial; Busca e captura de infratores homiziados e/
ou confinados; Ação de intervenção em locais onde haja presenção de refém,
sequestrador e/ou pessoas raptadas; Busca e/ou resgate de pessoas extraviadas e/
ou acidentes em área de dificil acesso; Atuação mediante convocação em caso de
grave pertubação da ordem e de guerra externa; Operações Helitransportadas e
Neutitransportadas; Operações em Estabelicimentos Penais em casos de rebelião
e fugas que se faça necessária a intervenção tática; Segurança de Autoridades,
Dignitários e Pessoas Importatantes (VIP); Ações com Atiradores Policiais de
Precisão (Snipers); Ações confidenciais a critério do Exmo Sr Comandante Geral da
PMAM; Busca e captura de marginais hominzados em locais inóspido (Selva); Ações
onde haja vítimas de crises, sequestros, raptos em áreas rurais e de Selva; Apoio a
outras Unidades da Corporação ou Forças Armadas no que tange a poder de Polícia
em Zonas rurais e de Selva; Busca e resgate de pessoas em aerovaves acidentadas
em áreas de Selva; Patrulhamento e repressão a grupos de crime organizado, em
locais de alto risco e Zonas ruais e de Selva; Operações e patrulhamento policial
em regiões de fronteiras (divergindo das missões do Exército Brasileiro); Apoio
ao Corpo de Bombeiros no Resgate e Salvamento em catástrofes em grandes
acidentes nas áreas de dificil acesso; Assessorar o mando Institucional e organismo
do Estado em aspectos tático-operativos para resolução de crises; Assessorar
o mando Institucional para seleção e aquisição de material bélico segundo a
experiência e necessidade do pessoal para cumprir a missão Institucional; Manter
disponibilidade permanente para realizar operações, apoio ou treinamentos a
Unidades e Comandos que solicitem ao Comando de Policiamento Especializado.
Por fim, nas ocorrênciais de roubo a bancos principalmente nos municípios
amazônicos, reféns localizados, elementos homiziados em áreas de Selva em
práticas criminosas, pessoas perdidas em áreas de Selva, ou extraviadas por conta
de acidentes áereos, dentres outras, de grande vulto, a Companhia de Operações
Especiais – COE é deslocada para essas circunstânciais a qual, tem em seus quadros
homens que detém grande conhecimento técnico-profissional para operarem em
áreas hóstil e de dificil acesso como a Selva Amazônica pelas práticas vivenciadas
e pelo constante treinamentos que seus homens passam desde na sua formação
técnica como também diariamente.

35
4

PATRULHA POLICIAL
DE SELVA
4

LAICILOP AHLURTAP
AVLES ED
Patrulhas

a) Definições de Patrulha

1) Patrulha Militar
É uma força de pequeno efetivo, destacada para cumprir missões de
reconhecimento, de combate ou da combinação de ambas. (Manual de Patrulha do
Exército, 1986, p. 1-1)
É uma organização por tarefas constituída por militares de uma ou mais
frações, com a finalidade de cumprir tarefas de reconhecimento, de combate ou uma
combinação de ambas. (Manual de Patrulha “Comandos Anfíbios”, 1979, p. 1-4)

2) Patrulha Policial
É um grupamento de Policiais que trabalha como uma força de pequeno
efetivo, sendo destacado para cumprir missões determinadas pelo comando do
efetivo policial em área urbana.

3) Patrulha Policial de Selva


É uma Equipe de Policiais Militares que operam como uma força de pequeno
efetivo, preparados tecnicamente, com armamento e equipamentos próprios,
com os objetivos definidos, para o cumprimento de missões do Alto Comando da
PMAM no campo de Segurança Pública em terreno hostil como a Selva ou ainda
rural (ribeirinha).

Missões específicas da patrulha policial de selva

a. Busca e Captura de Infratores Homiziados

Tem a finalidade de capturar infratores e/ou criminosos (fugitivos da justiça).


Através do emprego de técnicas de rastreamento, perseguição, localização, captura,
condução e busca de infratores homiziados na Selva ou ainda em área rural.

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b. Localização de Pontos para Prática Criminosa

Consiste no emprego para efetuar levantamentos estratégicos de modo a


desarticular locais utilizados para a prática de delitos. Possibilitando a identificação
de pontos utilizados na produção de produtos ilícitos (substâncias entorpecentes),
bem como, a identificação da prática de crimes Ambientais, principalmente o
garimpo, proporcionando condições para o combate ao tráfico das mais diversas
formas, em áreas de Selva.

c. Resgate de Pessoas Perdidas e/ou Extraviadas

Consiste no resgate através de técnicas de busca e varreduras (quadrado


crescente, retangular, leque e etc.). Podendo operar conjuntamente e de modo
coordenado com as FFAA e CBMAM no resgate de pessoas perdidas ou extraviadas
vítimas de acidentes aéreos em áreas de Selva.

Outras missões peculiares da PPS

a. Reconhecimento

Segundo o Caderno de Instrução “Patrulhas” do EB (2005, p. 1-3), tem por


finalidade realizar o reconhecimento de um objetivo específico, podendo incluir a
própria descoberta desse ponto, que tenha dado origem à missão.

b. Combate

Segundo ainda o Caderno de Instrução, a Patrulha de Combate é empregada


para neutralizar, perturbar o descanso, dificultar o movimento e/ou obter outros
efeitos sobre os infratores, com a finalidade de abater-lhe (pôr abaixo) o moral. A
Patrulha de Combate pode realizar uma Patrulha de Oportunidade (Emboscada),
que tem a finalidade de realizar uma ação de surpresa, partindo de posições
cobertas, contra infratores em movimentos ou momentaneamente parado.

Composição básica da patrulha policial de selva

a. Formação Básica da Patrulha Policial de Selva

Ponta de Vanguarda 1 / Esclarecedor 1 / Rastreador


Ponta de Vanguarda 2 / Esclarecedor 2 / Seg. do Rastreador
Navegador
Comandante
Homem Passo / Anotador
Subcomandante
Ponta de Retaguarda 2 / Caçador
Ponta de Retaguarda 1 / Observador

39
Responsabilidade de cada função na PPS

Função e Responsabilidade

↑ Esclarecedor 1 (ESC 1) / (RAST)

Tem a missão de realizar o Rastreamento durante todo o deslocamento da


Patrulha nas áreas de Selva. Tendo a responsabilidade de propiciar a segurança
à frente e de toda a Patrulha, selecionando o melhor itinerário para progressão
da mesma. Realizará ainda o Reconhecimento (Recon) à frente sempre quando
houver a necessidade do comandante. Os Esclarecedores/Rastreadores geralmente
são policiais militares que dominam a técnica de rastreamento, bem como, possui
maior vivência operativa em áreas de Selva.

↑ Esclarecedor 2 (ESC 2) / (SEG/RAST)

Além de realizar as missões do Ponta/Esclarecedor/Rastreador, como também


Segurança do Rastreador, é o elo com o “grosso” da Patrulha e ainda substituirá o
ESC 1/RAST, quando este estiver cansado e etc.

←→ Navegador (NAV)

É o responsável pela equipe de navegação e pelo deslocamento da Patrulha nas


áreas de Selva, realizará a preparação e a interpretação da carta (quando houver),
escolhendo junto com o Cmt da Patrulha o melhor itinerário a ser seguindo pela
PPS, através do emprego de meios auxiliares de navegação disponíveis (carta,
bússola, GPS e etc.).

Obs.: 1 Exemplo de preparação da carta:

1 – Iluminar a carta;
2 – fazer o esqueleteamento (nomenclatura de navegação);
3 – colocar fita transparente ou papel “calco” para evitar riscar a carta;
4 – usar caneta “nikim” ou de retroprojetor bico fino;
5 – impermeabilizar a carta (colocar fita transparente/papel calco);
6 – usar um pequeno frasco com álcool para apagar as anotações.

Obs.: 2 Esqueleteamento – consiste em traçar na carta:

Exemplo:
- MARRON – as curvas de níveis;
- AZUL – as linhas de talvegue (por onde corre as águas).

40
Fig. 4-1. Carta esqueleteada

Fonte: Internet (2017)

←↑↓→ Comandante (CMT)

É o responsável geral da PPS: da navegação, do planejamento da missão, da


conduta e ordem à Patrulha, da seleção do local da base de Patrulha, da seleção do
Ponto Pré Assalto (PPA), do emprego de sinais e gestos, da técnica de ação imediata
(TAI), do cumprimento da missão, do contato com o escalão superior da PMAM, do
contato com as autoridades locais (Prefeito, Juiz, Promotor, Delegado e outros) e,
por fim, da confecção do Relatório da Missão.

←→ Homem Passo / Anotador (HP)

Realizar a segurança da Patrulha nos flancos, em profundidade e também


em altura. O homem passo é o responsável pelo processo de contagem de passos,
como também de todas as anotações que o comandante reportar, seja ela, sobre a
missão e/ou azimutes tirado durante a navegação nas áreas de Selva. Fará também
as identificações de pessoas, de localidades ou de materiais através de (fotos,
filmagens, impressões digitais e etc.).

←↑↓→ Subcomandante (SCMT)

É o substituto eventual do Cmt e seu auxiliar imediato em todas as atividades.


É o segundo mais antigo da fração que constituirá a PPS. É o responsável por todos
os “altos” da Patrulha, pela rotina (Administração e Logística), pela montagem
e Adm da base de Patrulha, como também do PPA. Auxiliará o comandante no
planejamento da missão, no emprego da TAI. É o responsável pelo comando do
apoio de fogo no objetivo da missão, é o elo com os Pontas Retaguardas, durante o
deslocamento da Patrulha, é o responsável pelo contra rastreamento junto com os
pontas Retaguardas.

↓ Caçador (CAÇ)

Realizará a segurança à retaguarda da Patrulha, substitui o Ponta Retaguarda


2, quando este estiver cansado. É o elo com o “grosso” da Patrulha, apoiará o Recon
no objetivo da missão se precisar e quando determinado pelo comandante da

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Patrulha. É o caçador / atirador da Patrulha. Durante o deslocamento da Patrulha
realizará o contra rastreamento à retaguarda junto com o subcomandante.

↓ Observador (OBS)

Realizará a segurança à retaguarda da Patrulha, como também o Recon. É o


espota / observador do caçador da Patrulha, no deslocamento da PPS fará o contra
rastreamento à retaguarda junto com o subcomandante.

Outras funções na PPS

a. Tarefas Especiais

Normalmente tem sua missão pré-definida é o homem que realizará as


tarefas especiais, tais como: realizar o transporte do material extra da Patrulha
(ferramentas para transpor/desobstruir obstáculos, equipamentos diversos,
materiais de explosivos em geral), dentre outros que o comandante achar necessário
para o cumprimento da missão.

b. Gerente

Será o terceiro mais antigo da PPS e suas atribuições se restringem a fase dos
preparativos: pedir, conferir, receber e distribuir os equipamentos, alimentação,
armamentos e munições necessárias para o cumprimento da missão.

Conhecimento específico inerente a função na PPS

a. Esclarecedores/Rastreadores 1 e 2

É importante que tenham conhecimentos em rastreamento/contra


rastreamento, como estará à frente da Patrulha, será os primeiros a depararem
com qualquer situação anormal durante o deslocamento da Patrulha, fazendo
então a devida identificação positiva / negativa de coisas e/ou objetos detectados/
observados no deslocamento da PPS. Outro ponto importante é o conhecimento em
navegação e o conhecimento de Selva (regional), para um melhor aproveitamento
da função.

b. Navegador

Como é o navegador principal da Patrulha é importante que tenha grande


conhecimento em técnica de navegação/orientação e manuseio de carta, bússola,
GPS e outros meios de navegação em áreas de Selva. Para desempenhar sua função
é preciso que esteja sempre em constante contato com manuais e técnicas de
topografia e navegação.

c. Comandante

Sendo o responsável geral da Patrulha Policial de Selva é preciso que


tenha conhecimento de liderança militar, de navegação, vasto conhecimento de
planejamento de missão, de conduta e ordem à Patrulha, de técnicas de comunicação
(sinais e gestos), emprego de técnica de ação imediata (TAI) e sobre tudo, conhecimento
e experiência em PPS e por fim, confeccionar o relatório de missão.

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d. Homem Passo / Anotador

Tenha conhecimento de aferição de passos e de técnicas de processo de


contagem de passos, e que saiba manusear equipamentos para identificação de
pessoas e/ou objetos.

e. Subcomandante

Sendo o mais experiente da PPS é importante que tenha conhecimento de


gerenciamento e logística; de montagem de base, conduta e ordem à Patrulha. Que
saiba de técnicas de rastreamento e contra rastreamento, de emprego de técnicas
de ação imediata (TAI), de comunicação (sinas/gestos), de navegação/ orientação
na Selva, e conhecimento de Selva.

f. Caçador

Pela sua característica na Patrulha é de suma importância o conhecimento de


técnica de tiro de precisão (sniper / atirador), de manuseio de fuzil de precisão e
seus assessórios, técnicas de rastreamento e contra rastreamento e de navegação/
orientação na Selva.

g. Observador

Sendo o auxiliar do caçador deverá ter conhecimento de técnica de observação,


de identificação de imagem militar (memória fotográfica: pessoas, veículos,
janelas, portas e objetos e/ou coisas). Por fim, técnica de rastreamento e contra
rastreamento de navegação/orientação na Selva.

Equipamentos e armamentos da PPS

a. Esclarecedores/Rastreadores

Armamentos:
- Pistola cal .40
- Fuzil de Assalto cal 5.56 / 7.62

Obs.: poderá ainda conduzir uma Espingarda cal “12”, caso o Cmt da PPS achar
pertinente por consequência de determinada missão.

Equipamentos:
- OVN;
- Lupa/binóculos;
- Kit Balizamento (lisolene, sinalizador pirotécnico e outros);
- Kit anotações impermeabilizado (cadernetas de papel plástico branco:
pequena e média, canetas / pinceis ponta fina: azul e preto).

b. Navegador

Armamentos:
- Pistola cal .40
- Fuzil de Assalto cal 5.56 / 7.62

43
Equipamentos:
- Kit navegação (carta, bússola e GPS);
- Kit para preparação da carta (papel calco, fita crepe, pincel ponta fina:
azul, marrom, vermelho e preto, xerox em plástico transparente da régua e
transferidor e um frasco com álcool).

c. Comandante

Armamentos:
- Pistola cal .40
- Fuzil de Assalto cal 5.56 / 7.62

Equipamentos:
- Kit navegação/orientação (carta, bússola e GPS);
- Kit anotações impermeabilizado (cadernetas de papel plástico branco:
pequena e média, canetas / pincéis pontas finos: azul e preto);
- Kit comunicação (HT de comunicação da PMAM, telefone Satelital e celular
funcional (todos com baterias reservas).

d. Homem Passo / Anotador

Armamentos:
- Pistola cal .40
- Fuzil de Assalto cal 5.56 / 7.62

Equipamentos:
- Kit anotações impermeabilizado (cadernetas de papel plástico branco:
pequena e média, canetas / pinceis ponta fina: azul e preto);
- Kit contagem de passos (linha, cordel/fiel com botões/nódulos);
- Kit identificação/registro (máquina: filmadora/fotográfica com baterias
reservas, almofada de carimbo p/ tirar digital).

e. Subcomandante

Armamentos:
- Pistola cal .40
- Fuzil de Assalto cal 5.56 / 7.62

Equipamentos:
- Kit Balizamento (lisolene, sinalizador pirotécnico e outros).
- Kit anotações impermeabilizado (cadernetas de papel plástico branco:
pequena e média, canetas / pinceis ponta fina: azul e preto);
- Kit comunicação (HT de comunicação da PMAM, telefone Satelital e celular
funcional (todos com baterias reservas).

f. Caçador

Armamentos:
- Pistola cal .40
- Fuzil de Assalto cal 5.56 / 7.62
- Fuzil de Precisão com luneta e case de proteção

44
Equipamentos:
- Kit Caçador/atirador (telêmetro de 6x / 10x p/ medir distância – acoplado,
luneta p/ fuzil de 40 mm de objetivo.

g. Observador

Armamentos:
- Pistola cal .40
- Fuzil de Assalto cal 5.56 / 7.62

Equipamentos:
- Kit Spot/observador (binóculo de 12x e luneta de spotagem de 50x);
- Kit anotações impermeabilizado (cadernetas de papel plástico branco:
pequena e média, canetas / pinceis ponta fina: azul e preto);
- Kit navegação (carta, bússola e GPS);
- Estação meteorológica portátil.

Equipamentos comum a todos os componentes da PPS

- Colete tático (coldre e demais assessórios)


- Mochila tática com came back
- Facão com bainha
- GPS
- Bússola
- OVN
- Lanterna
- Apito
- Repelente inodoro
- Radio comunicação com baterias reservas
- Cabo solteiro 10 mm (6 mts)
- Kit sobrevivência (isqueiro / vela, linha e anzol, fogão portátil, ração
operacional, sal e açúcar)
- Kit p/ dormir (rede de selva e poncho)
- Kit primeiros socorros
- Kit manutenção de armamento

Obs.: 1- caso seja empregada em Helitransportado


- Kit Aeromóvel (freio oito, mosquetão, boldrier, luvas, etc)

Obs.: 2- caso seja empregada a Patrulha Policial Ribeirinha (PPRib)


- Kit Ribeirinho (boia de arinque, rede de camuflagem, caixa de isopor/cooler,
roupona, moto serra, garrafão térmico com água, corda de 50m. e etc.)

45
5

OPERAÇÕES DE PATRULHAMENTO DE
POLICIAIS NA SELVA
5

ED OTNEMAHLURTAP ED SEÕÇAREPO
AVLES AN SIAICILOP
Patrulha policial de selva (PPS)

Em uma Patrulha Policial de Selva, basicamente formado por um Grupo


de Comando, um Grupo de Segurança, um Grupo de Assalto e/ou um Grupo de
Reconhecimento (dependendo do tipo da missão), e um Grupo de Apoio de Fogo
(eventualmente) respectivamente. O comandante da Patrulha fiscaliza e coordena
todas as ações.

Formações táticas da patrulha policial de selva

As Formações táticas serão empregadas sempre no Patrulhamento na Selva


ou em outras ações em ambiente de Selva e/ou ainda rural (ribeirinha).

Formação em Conduta de Patrulha


Fig. 5-1. Coluna

48
Fig. 5-2. Colunas paralelas

Formação em Técnica de Ação Imediata (TAI)

Fig. 5-3. Coluna

49
Fig. 5-4. Colunas paralelas

Fig. 5-5. Linha

Fig. 5-6. Linha com apoios

50
Fig. 5-7. Linhas paralelas

Fig. 5-8. Diamante/losango 1

Fig. 5-9. Diamante/losango 2

51
Fig. 5-10. Cunha 1

Fig. 5-11. Cunha 2

Fig. 5-12. Cunha invertido “V” 1

Fig. 5-13. Cunha invertido “V” 2

52
Fig. 5-14. Alto guardado

Fig. 5-15 Alto guardado (charuto)

53
6

EMPREGO TÁTICO DA PATRULHA POLICIAL


DE SELVA
6

LAICILOP AHLURTAP AD OCITÁT OGERPME


AVLES ED
Organização da PPS

a. A organização da Patrulha sempre será de acordo com

M I TE ME
Missão
Informação sobre o objetivo
TErreno
MEios disponíveis

Normalmente, a PPS se constituirá de 4 (quatros) grupos: um grupo de


Comando para coordenação da Patrulha, um grupo de Segurança para a segurança
da Patrulha, um grupo voltado para o cumprimento da missão grupo de Assalto e/
ou grupo de Reconhecimento, e eventualmente um grupo de Apoio de fogo. Cada
grupo é formado por dois ou mais componentes da Patrulha, conforme decisão do
comandante da Patrulha, que também define seus efetivos.
Compõe à coordenação da PPS o grupo de Comando. Normalmente, é
constituído por componentes necessários da Patrulha, tais como: comandante,
subcomandante e outros, caso o comandante achar pertinente.
E ainda poderão compor a PPS alguns componentes necessários para
cumprimento da missão: Tarefas especiais, tarefas complementares e os
componentes de acolhimento.

b. Sempre visando (BOPE, RJ)

- Máximo rendimento,
- Melhores condições de segurança, e
- Mínimo esforço.

56
Fig. 6-1. Organograma PPS

Conduta de patrulha

É uma ação previamente planejada que será colocada em prática durante


uma operação de patrulhamento policial na selva. Conduta é uma decisão corretiva
de uma ação, em curso de execução em face de um óbice que incidentalmente se
apresente. (Caderno Instrução “Patrulhas” do EB, 2005, p. 2-1)

Organização para o movimento da PPS

A organização geral e particular de uma patrulha é definida tendo por base


sua missão. Para os deslocamentos, é necessário determinar as formações, bem
como a posição dos grupos e homens.

a. Os principais aspectos que influem na organização da PPS para o movimento são

- O Infrator (situação e possibilidades de contato);


- A manutenção da integridade tática;
- A ação no objetivo;
- O controle dos homens;
- A velocidade de deslocamento;
- O sigilo das ações;
- A segurança da patrulha;
- As condições do terreno;
- As condições meteorológicas;
- A visibilidade.

As formações da Patrulha Policial de Selva (PPS) são adaptáveis á qualquer


terreno. Cada uma delas possui vantagens e desvantagens e a escolha da formação
a ser adotada será decorrente de um estudo contínuo por parte do comandante.
A integridade tática é uma preocupação fundamental na organização da patrulha
para o movimento. Para isso é importante o adestramento dos homens, pois permite
rápidas mudanças de formação e facilita a utilização dos comandos por gestos ou
sinais convencionados.

b. As formações normalmente utilizadas são as abaixo descritas


Fig. 6-2. Formação em Coluna

57
A formação em Coluna é empregada quando o terreno não permite uma
formação que forneça maior segurança ou quando a visibilidade for reduzida (à
noite, na Selva, com nevoeiro e etc.). Esta formação dificulta o desenvolvimento da
Patrulha à frente ou à retaguarda e lhe proporciona pouca potência de fogo nessas
direções. Por outro lado, é uma formação que permite maior controle e maior
velocidade de deslocamento. Maior potência de fogo nos flancos e facilidades nas
ações laterais são também vantagens da formação em coluna. Contudo, a distância
entre os homens é determinada pelas condições de visibilidade. (Manual de
Emprego das Pequenas Frações do Batalhão de Infantaria Leve do EB, 1997, p. 3-5).
Fig. 6-3. Formação em Linha

A formação em Linha é a mais utilizada na tomada do dispositivo, no assalto,


durante a ação no objetivo ou para ação imediata na contra emboscada. Não deve
ser utilizada para deslocamentos longos. Proporciona, ainda, máximo volume de
fogo à frente e boa dispersão. Todavia, dificulta o controle e o sigilo nos maiores
efetivos. (Manual de Emprego das Pequenas Frações do Batalhão de Infantaria
Leve do EB, 1997, p. 3-9).
Fig. 6-4. Formação em Losango

A formação em Losango é a formação que apresenta maiores vantagens


quanto à segurança e rapidez nos deslocamentos através campo. Facilita o controle
dos homens, as comunicações e proporciona um bom volume de fogos em todas as
direções. A segurança deve atuar a uma distância que permita a comunicação por
gestos entre o comandante e grosso (demais componentes) da Patrulha.

58
Fig. 6-5. Formação em Linhas Paralelas

A formação Linhas paralelas é a mesma formação em linha, difere da outra


formação por possuir uma mesma linha paralela. Essa formação proporciona
máximo volume de fogo à frente e boa dispersão no ataque afrente.
Fig. 6-6. Formação em Cunha

A formação em Cunha proporciona grande poder de fogo à frente e nos


flancos. Além de facilidade de controle e favorece a segurança em todas as direções.
Empregada em terreno descampado e para cruzar área perigosa de grande dimensão.
No entanto, o seu controle é dificultado em regiões de vegetação densa (Selva), seu
movimento é mais lento em relação à formação em coluna. (Manual de Emprego das
Pequenas Frações do Batalhão de Infantaria Leve do EB, 1997, p. 3-10).
Fig. 6-7. Formação em Cunha Invertida “V”

59
Segundo ainda o Manual de Emprego de Pequenas Frações, a formação em
Cunha Invertida “V”, essa formação é uma variação da formação em losango,
possibilita um melhor comandamento, proporcionando flexibilidade e segurança
à frente e nos flancos da Patrulha e ainda como um artifício de proteção à mesma,
permitindo um maior envolvimento no objetivo da missão. Também, empregada
em terreno descampado e para cruzar área perigosa de grande dimensão. No
entanto, o seu controle é dificultado em regiões de vegetação (Selva) densa.

Deslocamentos da PPS
Fig. 6-8. Deslocamento em ramal/vicinal

Fig. 6-9. Descolamento em estrada/rodovia

60
Fig. 6-10. Deslocamento em selva

Fonte: Internet (2017)

Durante os deslocamentos, cada elemento da PPS deve se preocupar com a


execução de três atividades simultâneas: a progressão, a ligação e a observação.

a. Na progressão
- Utilizar, sempre que possível, as cobertas e abrigos existentes;
- Manter a disciplina de luzes e ruídos.

b. Na ligação
- Procurar manter o contato visual com seu comandante imediato;
- Ficar atento à transmissão de qualquer gesto ou sinal, para retransmiti-lo e/
ou executá-lo, conforme o caso.

c. Na observação
- Manter em constante observação o seu setor;
- O comandante da Patrulha deve adotar medidas visando estabelecer a
observação em todas as direções, inclusive para cima.

As ligações e as observações são também mantidas nos “altos”, permitindo


a rápida transmissão das ordens e a manutenção da segurança. O armamento
deve ser conduzido em condições de pronto emprego, carregado e empunhado
adequadamente.
Qualquer ruído deve ser aproveitado para a progressão, tais como, barulho
provocado pela chuva, por veículos, por lanchas ou barcos, por aeronaves, e etc. A
Patrulha deve se preocupar em não deixar vestígios que denunciem sua passagem.
Para isso, em determinadas situações, é necessário, até mesmo, apagar os rastros
deixados, ou seja, o contra rastreamento.

61
Segurança da PPS

a. Durante os Deslocamentos
As formações adequadas ao terreno, bem como a dispersão empregada em
função da situação, proporcionam à Patrulha certo grau de segurança durante
o deslocamento. Contudo, cabe ao comandante da Patrulha realizar um estudo
constante do terreno para que possa determinar, em tempo útil, o reconhecimento
ou desbordamento de locais perigosos.
A segurança à frente é proporcionada pelas pontas vanguardas/esclarecedores/
rastreadores da PPS, a distância entre a Patrulha e o ponta é determinada pelo
terreno, pelas condições de visibilidade e pela necessidade de se manter o contato
visual e o apoio mútuo. Os pontas reconhecem a área por onde a Patrulha se
deslocará à frente e devem manter o contato visual entre si e com o grosso da
Patrulha. Poderão executar o rodízio automaticamente, sem a intervenção do
comandante da Patrulha.
A segurança nos flancos é proporcionada com a distribuição de setores de
observação a cada homem da Patrulha que não esteja em outras missões específicas
de segurança à frente ou à retaguarda e por elementos destacados, quando
necessário ou ainda sempre que o tipo de ambiente favorecer uma atuação inimiga
desta direção.

b. Nos “altos”
Poderão ser efetuados diversos “altos” no deslocamento de uma patrulha para:
- Observar, escutar ou identificar qualquer atividade de infratores;
- Alimentação, descanso, reconhecimento ou a orientação da patrulha.

Quando do comando de “congelar” implica que todos os elementos da Patrulha


permaneçam imóveis e agachados, observando e ouvindo atentamente a situação
que se apresenta. E logo, ao ser comandado “alto”, cada integrante da Patrulha
ocupa uma posição, aproveitando as cobertas e abrigos existentes nas imediações.
Já no comando de “alto-guardado” é uma parada mais prolongada, durante a
qual a Patrulha adota um dispositivo mais aberto, normalmente circular, e pode
destacar elementos para ocupar posições dominantes do terreno.

c. No Objetivo
Fig. 6-11. Alto guardado

62
A segurança da Patrulha, durante a ação no objetivo, é proporcionada pela
correta utilização dos grupos de Segurança, dispostos de modo a isolar a área
do objetivo e proteger a ação do grupo de Assalto e/ou Reconhecimento, agindo
principalmente com a ocupação das vias de acesso, sejam, terrestres e/ ou fluviais.
Em alguns casos, o grupo de Assalto, após executar sua missão, fornece a proteção
aproximada à equipe de tarefas especiais que atua no objetivo.

Navegação da PPS

Fig. 6-12. Estudando a carta

Fonte: Internet (2017)

Normalmente, as missões recebidas devem ser cumpridas com imposições de


tempo. Uma navegação consciente, bem planejada e segura permite o cumprimento
da missão no tempo desejado. Seguir o planejamento evitando improvisações, manter
um estudo contínuo do terreno (referências) e empregar corretamente a navegação.

Ponto de Reunião da PPS

É um local onde a PPS pode reunir-se e reorganizar-se. Para uma maior


segurança os possíveis pontos de reunião são levantados durante o estudo na carta
ou reconhecimento e, uma vez definidos, devem ser do conhecimento de todos
os integrantes da Patrulha. Um ponto de reunião deve ser de fácil identificação e
acesso; permitir uma defesa temporária e proporcionar cobertas e abrigos.

Tipos de Ponto de Reunião

a. Ponto de reunião no itinerário (PRI)

É um local onde a Patrulha pode reorganizar-se no caso de uma inevitável


dispersão, devido à impossibilidade ou inadequabilidade do emprego de outras
medidas de controle. Normalmente, a Patrulha reagrupa-se no último PRI pelo
qual tenha passado antes de surgir a necessidade de reorganização. O PRI devem
ser levantados na carta, quando houver, por ocasião do planejamento, podendo
ou não serem confirmados no terreno durante a execução. Eles são empregados,

63
principalmente, por ocasião da travessia de áreas perigosas, devendo ser
selecionado um PRI antes e outro após a área perigosa. Estarão situados ao longo
dos itinerários de ida e de regresso da Patrulha. (Caderno de Instrução “Patrulhas”
do EB, 2004, p. 2-10)
O PRI deve ser facilmente identificado, também deve proporcionar coberta
e abrigo, e sobre tudo, permitir a defesa por curto intervalo de tempo. Outro
fator, são os cuidados na ocupação do PRI, pois se a ação dos infratores impedir a
utilização de um PRI, utiliza-se o anterior. Os componentes de uma Patrulha que
atingirem o PRI aguardarão os demais por um período de tempo pré-determinado
no planejamento e, após esse período, prosseguirão no cumprimento da missão.
No caso de ultrapassado o tempo de espera, os componentes da Patrulha
extraviados deverão reincorporar-se à mesma no ponto de reunião no objetivo, ou
seja, no Ponto Pré Assalto (PPA), ou em um outro ponto planejado para extração da
Patrulha. Deverão ser tomadas medidas de segurança semelhantes as de um alto
guardado.

b. Ponto Pré Assalto (PPA)


Fig. 6-13. Ponto Pré Assalto

É um local onde a PPS faz temporariamente um alto para a reorganização


e a preparação para Ação no Objetivo. Será utilizado para complementar o
reconhecimento (reconhecimento aproximado) e liberar os grupos para o
cumprimento da missão. É também um ponto de reunião a ser utilizado para
reorganização em caso de contato com os infratores no Objetivo. Se o tempo
disponível for um fator crítico no cumprimento da missão, a Patrulha pode não
executar o alto no PPA. Passará por ele, confirmando-o no terreno; no entanto,
continuará sendo designado como PPA.
Quando o itinerário para o retraimento localizar-se após o Objetivo, o
comandante pode optar por reorganizar a Patrulha em um local diferente daquele
estabelecido como PPA. Neste caso, não serão deixados material ou pessoal no PPA.
Da mesma forma que o PRI, o PPA é selecionado na carta, quando houver, e/ ou
por fotografia aérea, durante o planejamento, sendo confirmado ou não no terreno.
Deve possuir as mesmas características do PRI e estar localizado suficientemente
próximo ao Objetivo.

64
Ações em Áreas Perigosas e Pontos Críticos

As áreas perigosas e os pontos críticos são aqueles obstáculos deparados no


itinerário ou ainda identificados na carta topográfica que oferecem restrições ao
movimento da Patrulha. A densa vegetação entrecortada por rios e igarapés, alguns
não vadeáveis, e por igapós e chavascais, com árvores caídas e terreno erodido, faz
da floresta um obstáculo. (Caderno de Instrução “Patrulhas” do EB, 2004, p. 2-10/11)
Nestes locais, a Patrulha ficará vulnerável a ações e/ou à observação dos
infratores. Caso seja identificado, optar pelo desbordamento destas áreas, quando
isso for possível. Neste caso, realizar reconhecimentos e estabelecer a segurança.

Transposição de Obstáculos
Fig. 6-14. Obstáculo

Fonte: Manual de Sobrevivência na Selva do EB (1999)

Segundo o Manual de Sobrevivência na Selva do EB (1999, p. 4-13), a


ultrapassagem de obstáculos será normal em um deslocamento na Selva.
Encontram-se, na direção de marcha, os mais variados obstáculos: árvores caídas,
buracos, galharia, barreiras quase na vertical, aclives e declives suaves ou fortes,
chavascais (banhados, alagadiços), pantanais, igarapés (estreitos e largos, de fraca
ou forte correnteza, rasos ou profundos), igapós, rios, lagos ou lagoas, e etc.
Quando se marcha segundo um azimute, às vezes, será possível e compensador
realizar um desvio do obstáculo encontrado; outras vezes não, sendo então
necessário vencê-lo. Dentre a variedade de processos existentes para realizar um
desvio ou transpor um obstáculo, serão apresentados os que se seguem:

a. Desvio de um Obstáculo

1º Processo - Do ponto de referência nítido - Chegado ao obstáculo, escolhe-


se um ponto bem nítido no lado oposto, para servir como referência. Efetua-se
o desvio necessário, chega-se ao ponto e a marcha é reiniciada. Entretanto, o
processo raramente terá aplicação prática quando se tratar de obstáculos de
grandes dimensões, pois o mais difícil na selva será encontrar aquele ponto nítido.
Por isso, quando se sair de um ponto em busca de outro, não esquecer de deixá-lo,
antes, muito bem marcado, para facilitar o retorno, em caso de insucesso.
2º Processo - Da compensação com passos e ângulos retos. Marcha-se na
direção amarrada pelo azimute de marcha até o ponto A, frente ao obstáculo. De A
vai-se a B, deslocando-se segundo um novo azimute, de modo que este forme com
o de marcha um ângulo reto em A; neste deslocamento, contam-se os passos dados
entre A e B (P passos). De B vai-se a C, deslocando-se segundo o mesmo azimute de
marcha (será o azimute paralelo); também neste deslocamento contam-se os passos

65
dados entre B e C (Q passos), para que não se perca a noção da distância geral do
percurso realizado ou ainda a realizar. De C vai-se a D, deslocando-se segundo o
contra azimute da direção AB, e percorrendo a mesma distância que se percorreu
entre A e B, isto é, os mesmos P passos. Chegado em D, reinicia-se o deslocamento na
direção dada pelo azimute de marcha original. Será normal ocorrerem pequenas
diferenças em direção e em distância, quando se realizarem deslocamentos desse
tipo, por causa dos acidentes e incidentes em terreno de Selva; daí a necessidade
de designar, no mínimo, 2 homens para utilizar a bússola e outros 2 para contar o
número de passos, quando possível, para minimizar os erros.
As barreiras verticais são provocadas pela ação erosiva das chuvas e dos
cursos de água (inclusive igarapés que dão vau de uma hora para outra, por ação
de chuvas, transformam-se em profundas correntes velozes), frequentemente
criam nas encostas das elevações verdadeiros precipícios, quase verticais, que se
anteporão a uma direção de marcha.
Sempre que possível, tais obstáculos deverão ser evitados; entretanto, nem
sempre isso será possível, havendo necessidade de serem transpostos, às vezes,
com 5, 10, 20 ou mais metros de altura. Para vencê-los, a solução será procurar um
caminho melhor e mais fácil, que não requeira meios materiais e técnica especial.
Porém, será necessário não esquecer que, vencido o obstáculo, ter-se-á que reiniciar
a marcha na sua direção original. (Manual de Sobrevivência do EB, 1999, p. 4-14).

b. Transposição de Cursos d’água


Fig. 6-15. Travessia com vau

Fig. 6-16. Travessia sem vau

66
Antes da travessia de cursos d’água, deve ser reconhecida a margem de partida.
Em seguida, a Patrulha entrará em posição e estará pronta para cobrir a margem
oposta. Logo após, deve ser enviado um grupo de segurança para reconhecer a
outra margem e estabelecer a segurança. Existindo “vau”, a transposição deve ser
rápida e realizada aos pares ou em grupos.
Quando a travessia for a nado, ou seja, não existindo “vau” a transposição
deverá ser realizada individualmente ou aos pares, o armamento deve ser
conduzido sobre a mochila impermeabilizada ou ainda em balsa improvisada. No
caso da utilização de embarcações, elas devem ser ocultadas nas margens.

Tiro em terreno irregular de ação e reflexo


Fig. 6-17. Posição básica de tiro

Fonte: Internet (2017)

Fig. 6-18. Posição nº 2 de tiro

Fonte: Internet (2017)

Extremamente importantes são as técnicas de tiro empregadas em perseguições


a indivíduos armados e/ou em troca de tiros em terreno irregular de pouca
visibilidade. A tensão do atirador é ampliada pela dificuldade de identificação de
pessoas em meio a terreno hostil como a Selva, pelas várias árvores entrelaçadas,
cobertas e suas sombras que parecem aumentar ou diminuir adquirindo formas
irreais, e ainda suas plantas menores que se a mutuam, agravadas pela depressão
do terreno, conhecida como “socavão”.

67
O silêncio e a escuridão da noite nos trazem estranhas sensações. Como
também os animais da floresta com seus gritos e/ou cantos também causam
suposições que muito se a semelham a animais silvestres de grande porte. Trata-se
de um tipo de tiro que deve ser usado em curtas distâncias, que dificulta o uso das
miras. É um tiro normalmente efetuado quando o atirador está sob pressão, em
que a ameaça é próxima e iminente, sendo comum o não uso das miras, uma vez
que o atirador está com sua atenção voltada para o que o ameaça.

Técnicas de vasculhamento na selva

É importante salientar que o emprego da PPS em busca e localização de


pessoas perdidas/extraviadas, se dará sempre em apoio a outras Unidades Policiais
Militares e Bombeiros Militares e ainda FFAA.

a. Quando não temos referências (azimute desconhecido)

Poderá ser o caso em que o grupo de pessoas perdidas/extraviadas que estão


perdidas e tentará encontrar um caminho para a salvação, ou ainda infratores
homiziados na selva. Nesse sentido, a PPS após um estudo de situação, selecionará
uma direção da qual se tirará o azimute segundo o qual se navegará, aplicando
técnicas de buscas e localização.
Isso evitará que se caminhe em círculo (fato normal para quem, sem bússola,
procura marchar na selva), ao mesmo tempo em que permitirá, se necessário,
retornar ao ponto de partida orientando-se pelo contra azimute. Quer seja azimute
ou contra azimute, a técnica será aplicada adequadamente a situação apresentada.

b. Quando temos referências (azimute e a distância aproximada)

A PPS terá uma grande vantagem, mas poderá também ser o caso em que esses
dados (azimute e distância) sejam fornecidos a um grupo perdido se for o caso, por
meio do rádio ou de uma ligação qualquer de avião para terra, ou ainda fornecidos
pelos policiais militares da localidade, quando da busca e localização de infratores
homiziados. Qualquer que seja a situação, a técnica será a mesma anterior.
O que poderá acontecer é que o objetivo seja uma área pequena ou na imensidão
da Selva Amazônica, o que exigirá outra técnica especial para a sua busca e localização.
Isso porque será muito provável que tenha havido desvios na direção de marcha, bem
como imprecisão na contagem das distâncias, fato muito comum em se tratando de
deslocamento na selva. (Manual de Sobrevivência do EB, 1999, p. 4-9).

c. Alguns detalhes a serem observados pela PPS

1) Nas duas hipóteses a PPS sempre fará uma análise dos OBSTÁCULOS (córregos,
matas densas, penhascos, colinas íngremes, charcos, etc.) e VIAS DE ACESSO (trilhas,
cercas, linhas de energia, campos, pontes, etc.) que o terreno apresenta.
2) O emprego de técnicas de vasculhamento pela PPS, se buscará na localidade
por LINHAS DE REFERÊNCIA: são elementos que podem ser seguidos facilmente por
serem de fácil identificação quer no terreno quer no mapa, (estradas, caminhos,
rios, cercas, muros, linhas de energia, margens de lagos, etc.).
3) Sempre utilizará de LINHAS DE SEGURANÇA: são Linhas de Referência que
cruzam a rota que PPS estiver seguindo.

68
4) Também utilizará de PONTOS DE REFERÊNCIA: são pontos de fácil
identificação no terreno no decorrer da marcha.

d. Técnicas de Vasculhamento para a Busca e Localização

Fig. 6-19. Quadrado crescente/ decrescente

Fonte: Manual de Sobrevivência na Selva do EB (1999)

O Quadrado crescente/decrescente, será empregado da seguinte forma:


chegando a PPS ao ponto A (ponto inicial), escolhe-se um azimute, segundo o qual,
100 metros (medidos a passos), por exemplo, serão percorridos, chegando-se a B. Do
ponto B outros 100 metros serão percorridos segundo um azimute tal que o ângulo
B seja igual a 90º (reto), chegando-se a C. Do ponto C mais 200 metros serão vencidos
segundo um outro azimute tal que o ângulo C seja reto, chegando-se a D. De D, mais
200 metros, ângulo D, reto, chegando-se a E. De E, agora, 300 metros, ângulo E, reto,
e chegando-se a F. De F, outros 300 metros até G, sendo o ângulo F reto.
E assim a Patrulha se prosseguirá, aumentando as distâncias de 100 em 100
metros, duas vezes seguidas, de modo que se irá envolvendo o ponto inicial A por
meio de uma figura que, convencionalmente, se denominará quadrado crescente
e o quadrado decrescente será o inverso. Serão grandes as probidades de se
localizar o objetivo desejado; as distâncias da marcha envolvente serão escolhidas
naturalmente, após um estudo de situação. Os ângulos formados por duas direções
sucessivas de marcha é que deverão ser sempre retos.
Fig. 6-20. Retangular

Fonte: Manual de Sobrevivência na Selva do EB (1999)

O Retangular, será empregada da seguinte forma: chegando a PPS no ponto


A (ponto inicial), escolhe-se um azimute segundo o qual serão percorridos, por
exemplo, 200 metros (medidos a passo), e chega-se a B; em seguida, progredir

69
apenas 100 metros segundo um azimute tal que o ângulo B seja igual a 90º (reto),
e chega-se a C. De C, mais 200 metros segundo o contra azimute daquele com que
se marchou de A para B, e chega-se a D. De D, mais 100 metros, segundo o mesmo
azimute que se marchou de B para C (azimute paralelo), e chega-se a E. De E, mais
200 metros, segundo o mesmo azimute com que se marchou de A para B (azimute
paralelo), e chega-se a F.
E assim a PPS se prosseguirá até encontrar o objetivo desejado, ficando-se
sempre em condições de retornar, se necessário, ao ponto inicial A, pois poderá ser
preciso tentar outra direção inicial, que não a de A para B, segundo um outro azimute
e uma outra distância a percorrer. Tal processo terá grande aplicação se for iniciado
a partir de uma linha base (A-D-E-H-I-M), coincidente com um curso de água, uma
estrada, uma picada, mesmo que não sejam retos, o que será normal na selva.
Fig. 6-21. Leque

Fonte: Manual de Sobrevivência na Selva do EB (1999)

O Leque, essa técnica poderá ser empregada quando a PPS presumir que o
objetivo está próximo de um ponto já atingido pelo grupo de pessoas perdidas/
extraviadas ou ainda que os infratores estejam neste ponto. Assim, tendo chegado
em A e verificado que, segundo o azimute seguido e a distância percorrida, aí
deveria localizar-se o objetivo, mas que tal não aconteceu, aplica-se tal processo
para localizá-lo. O procedimento será o seguinte:

- Parte-se de A, segundo um azimute escolhido e percorre-se uma distância


determinada AB; sai-se de B, fazendo um pequeno percurso curvilíneo (conforme
a figura), procurando retornar à direção original de marcha, em C, e daí até o
ponto inicial A;

- Realizando as mesmas operações anteriores, faz-se o percurso A-D-E-A e


outros mais; é necessário, porém, lembrar que essas distâncias a percorrer deverão
ser pequenas, pois serão feitas mais por intuição, particularmente na marcha em
curva e na retomada da picada original, para se retornar ao ponto inicial; será
interessante, e recomendável mesmo, que no mínimo 2 homens sejam deixados no
ponto inicial para, por meio da voz, de apito ou de outro processo qualquer, fazerem
ligação com aqueles que realizam os percursos de busca do objetivo, orientando-os
ao mesmo tempo. (Manual de Sobrevivência do EB, 1999, p. 4-10 /13).

70
7

TÉCNICAS
DE ASSALTO
7

SACINCÉT
OTLASSA ED
Assalto tático

Fig. 7-1. Time tático

O Assalto Tático é uma técnica de invasão dos grupos de intervenção, durante


uma crise, com uso de métodos de distração, onde se busca o impacto psicológico,
a fim de completar todas as ações de ataque antes que os oponentes tenham a
capacidade de reagir. (Manual de Ações Táticas da PMGO, 2009, p. 15)

a. Os Assaltos podem ser:

- Deliberado (meticuloso)
A realização do assalto conforme planejamento e ensaiado no momento
definido pelo Cmt da Patrulha.

- Assalto de Emergência
A realização do assalto imediato da posição em que o grupo de Assalto estiver
em consequência de uma mudança dramática na situação.

74
b. O Assalto

A última opção tática é o Assalto, pois envolve riscos a todos os elementos


envolvidos (policiais, reféns, terceiros e infratores). Devemos enfatizar que para um
assalto obter sucesso a situação tática deve estar favorável. O grupo de Assalto deve
ser excelente, bem treinado, bem equipado, e empregado com o “oportunismo”.
Dado o extremo risco e dificuldades que estão associados a um Assalto Tático, este
deverá ser usado em circunstâncias muito especiais.

c. O Assalto ocorrerá no exato momento, quando

O risco iminente de perigo de vida dos reféns ou ainda pela avaliação


do Comandante do Patrulha julgar que a situação tática oferece considerável
expectativa de sucesso. Todo Assalto é baseado nos seguintes fundamentos teóricos:
SURPRESA, AGRESSIVIDADE DA AÇÃO e RAPIDEZ.

1) Surpresa
O grupo de Assalto deve aproximar-se do ponto de entrada sem ser detectado.

Fatores que influenciam:


- Cobertura da equipe de negociação;
- Horário escolhido para o assalto;
- Disciplina do Grupo de Assalto na aproximação.

2) Agressividade da ação
Após arrombado o ponto de entrada, deve ser empregado efeitos de choque
no ponto crítico, para manter a superioridade da ação do grupo de Assalto.

Estes efeitos de choque poder ser:


- Mecanismos de distração durante a entrada;
- Cargas explosivas para abertura do ponto de entrada;
- Postura dos integrantes do grupo de Assalto.

3) Rapidez
Certa rapidez deve ser empregada durante o assalto. Quanto maior o tempo
para se chegar aos reféns, maior o perigo. Porém, o homem deve ser rápido o
bastante, mas que consiga pensar no que está executando. A segurança vem em
primeiro lugar, se o grupo de assalto não tiver segurança ele não conseguirá salvar
os reféns com vida, pois agindo muito rápido se comete muitos erros.
A ação intimidar e sobrepujar a tal ponto os infratores que o instinto de
sobrevivência force a sua atenção dos reféns para os policiais, neste breve momento
de indecisão, os policiais, tendo teoricamente as vantagens do treinamento superior,
da surpresa e do equipamento de proteção, será capaz de neutralizar os infratores
e separá-los dos reféns.
As opções táticas empregadas dependerão das condições de cada caso, e
será analisado o objetivo (ponto crítico), as condições do terreno, as condições
meteorológicas, o armamento de que dispõem os infratores e as próprias condições
de equipamento e pessoal do grupo de Assalto. (Manual de Ações Táticas da PMGO,
2009, p. 16/17).

75
Técnica de ação imediata

a. Definição

As Técnicas de Ação Imediata (TAIs) são ações coletivas executadas com


rapidez e que poderão exigir uma tomada de decisão. Elas devem ser pré-planejadas
e exaustivamente treinadas pela fração que as realiza. Também pode ser definidos
ainda, como sendo linhas de ação simples que depois de treinadas pelo combatente
tornam-se quase um reflexo, possibilitando o desencadeamento de uma ação por
sinais, gestos ou comandos pré-estabelecidos. (Caderno de Instrução “Patrulhas”
do EB, 2005, p. 2-51)
Fig. 7-2. Técnica de Ação Imediata - TAI

Fonte: Internet (2017)

É importante que sejam executadas no menor espaço de tempo e com o


menor número de ordens possível. Têm a finalidade de assegurar a esta fração
uma vantagem inicial quando do contato com o infrator, ou mesmo, de evitar este
contato.
As TAIs a serem adotadas pela PPS serão definidas por seu comandante
durante a fase do estudo de situação. É importante ressaltar que não existe um
procedimento padrão para todas as situações.
Segundo ainda o Caderno de Instrução “Patrulhas” do EB, quando em
deslocamento, não será incomum o encontro entre os infratores, portanto,
ao ocorrer este fato, a Patrulha que realizar a ação mais rápida e eficiente terá
grandes possibilidades de sucesso no prosseguimento das ações. Por tudo isso,
o adestramento da Patrulha nas TAIs, muitas vezes, será o fator que não só
possibilitará a manutenção de sua integridade quando em um confronto no
encontro como, também, lhe permitirá preservar poder de combate para prosseguir
no cumprimento de sua missão.

a) O Objetivo da TAI
Visam dar as frações, ou seja, a Patrulha, a capacidade de reagir ou agir em
um contato inesperado ou inopinado com os infratores em áreas de Selva.

76
b) Vantagens e Desvantagem da TAI

1 – Vantagem

- Podem ser adaptadas e empregadas por qualquer unidade ou fração;


- Podem ser desencadeadas, sem comando, ou por qualquer componente
da Patrulha;
- Podem ser adaptadas para diversas situações.

2 – Desvantagem

- Podem criar reações padrão;


- Evitar as repetições constantes.
Quanto a classificação da TAI

O Caderno de Instrução “Patrulhas” do EB, afirma ainda que, as TAIs, serão


classificadas em Ofensivas e Defensivas: as Ofensivas são aquelas que têm por objetivo
engajar o infrator e detê-lo em caso de contato. Já as Defensivas têm por objetivo
não estabelecer o contato ou, no caso de estabelecido, rompê-lo o mais rapidamente
possível, que dependerá da missão. Contudo, vale-se ressaltar que não existe ação
pré-determinada para TAI, cabendo a PPS utilizar: criatividade, experiências obtidas
anteriores, treinamento e a segurança para a obtenção do sucesso da ação.

a) Situações

Ainda para fins didáticos, serão exploradas as seguintes situações-padrão com


a PPS deslocando-se em conduta (uma ou duas colunas):
- Nós vemos os infratores/suspeitos ou transeuntes e não somos vistos;
- Nós vemos os infratores/suspeitos ou transeuntes e ele nos veem (contato
fortuito);
- Os infratores/suspeitos ou transeuntes nos vemos e nós não os vemos
(emboscada).

1) Nós vemos os infratores e não somos vistos


Fig. 7-3. Ofensiva 1

77
Ofensiva 1: Situações a fazer:
- Montar uma Ação de Oportunidade para surpreender e capturar os infratores;
- Os esclarecedores informam a aproximação dos infratores;
- A Patrulha sai da trilha para o mesmo lado;
- Perseguir e prender os infratores que fugiram na ação.
Obs.: Aspectos importantes: disciplina de luzes e ruídos e tempo de tomada
de posição.

Defensiva
- Tentar evitar o contato com os infratores/suspeitos ou transeuntes;
- Abandonar a trilha e esconder-se na Selva;
- O esclarecedor define para que lado a Patrulha irá abandonar a trilha;
- Todos os componentes saem da trilha para uma distância segura e DEITAM-SE
ficando na posição coberto e abrigado de frente para trilha, procurando ocultarem-
se no terreno, ficando em condições de agir.

Obs.1: O tempo de saída da trilha e ocultação no terreno deve ser o menor possível.
Obs.2: No caso de transeuntes evitar o contato para não quebrar o sigilo da missão.
Obs.3: Caso a PPS esteja em macha na Selva, adota-se o “congelar”, cessando
qualquer movimento para que não sejam percebidos ou plotados pelos infratores/
suspeitos ou transeuntes.

2) Nós vemos os infratores e eles nos veem (contato fortuito)


Fig. 7-4. Ofensiva 2

78
Ofensiva 2: Situações a fazer:
- Os esclarecedores matem concentração de fogo à frente;
- Desenvolver a Patrulha no terreno o mais rápido possível;
- Grande poder de fogo à frente;
- Buscar a manutenção do contato até a captura dos infratores;
- Realizar a proteção dos flancos e retaguarda.
Fig. 7-5. Defensiva

Defensiva: Situações a fazer:


- O esclarecedor mais próximo dos infratores lança elementos de distração à
frente, proporcionando assim melhores condições para o desengajamento da Patrulha;
- Executar a progressão de retraimento para a retaguarda e rompe contanto.
- Reorganização da Patrulha no último ponto de reunião no itinerário (PRI).

79
3) Os infratores nos veem e nós não o vemos (emboscada)

Fig. 7-6. Ofensiva 3

Ofensiva 3: Situações a fazer:


- Nessa situação, tentaremos realizar um desbordamento com os componentes
não engajados e uma contra emboscada de flanco;
- O componente da Patrulha engajado pelos infratores se abriga e responde
com o maior volume de fogos possível. Lançando fumígeno imediatamente à frente
a posição dos infratores para diminuir a eficácia de seus fogos;
- Os componentes da PPS que não estejam engajados pelo fogo dos infratores,
devem se reorganizar ao comando do mais antigo e entram em linha ao lado da
posição dos infratores com segurança, assaltando-o.
- Reorganização da Patrulha para persegui e prender os infratores.

Defensiva
- A ação será igual à adotada na TAI ofensiva. É importante ressaltar que,
no caso de uma emboscada desencadeada pelos infratores, mesmo sendo adotada
uma TAI adequada, nossa possibilidade de sucesso será reduzida. Portanto, dá-se
ênfase ao fato de que o melhor procedimento é evitar a emboscada;
- Reorganização da Patrulha no último ponto de reunião no itinerário (PRI).

Situações de contingência

Situações de contingência são situações de incerteza sobre algo que poderá


eventualmente acontecer nas diferentes fases de uma missão de Operações de
Patrulhamento na Selva e que implicam na adoção de um procedimento diferente
do planejamento principal. Para toda situação de contingência cogitada deverá
ser tomada uma decisão para fazer face ao problema previsto. O objetivo do
planejamento de uma decisão prévia é facilitar a adoção de medidas e procedimentos
necessários ao cumprimento da missão.

80
O comandante deverá ter muito cuidado quando da explanação, na ordem
à Patrulha, das decisões relativas às situações de contingência a fim de evitar
confusão com o plano principal. O ideal é que as situações de contingência e as
respectivas decisões face às mesmas sejam explanadas nas prescrições diversas.
(Caderno de Instrução “Patrulhas” do EB, 2005, p. 2-58)

Hipóteses de Situações de Contingência

a. No deslocamento de ida

1) Alterações no itinerário
- Pontos críticos (reconhecimento e segurança)
- Áreas críticas (reconhecimento e segurança)
- Locais que favoreçam a atuação dos infratores

2) Meios de transporte utilizados


- Medidas de segurança durante o transbordo
- Pane do meio de transporte
- Falta do meio de transporte

3) Reorganização após a dispersão


- Análise do comprometimento da missão em relação ao efetivo e material
reagrupado

4) Ação no Objetivo
- Quebra do sigilo no PPA
- Quebra do sigilo durante o reconhecimento aproximado
- Alteração da situação prevista durante a ordem à Patrulha:
• Resistência dos infratores maior do que a prevista
• Reposicionamento da Patrulha
• Antecipação da chegada de reforços
• Local da Ação no Objetivo diferente daquela considerada durante o
planejamento

- Quebra do sigilo durante a tomada do local da Ação no Objetivo


- Ação dos infratores durante a ocupação do PPA
- Falha nos meios de comunicação

b) Alterações no itinerário

1) Itinerário de regresso
- Pontos críticos (reconhecimento e segurança)
- Áreas críticas (reconhecimento e segurança)
- Locais que favoreçam a atuação dos infratores

2) Meios de transportes utilizados


- Medidas de segurança durante o transbordo
- Pane do meio de transporte
- Falta do meio de transporte

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3) Reorganização após a dispersão
- Análise do comprometimento da missão em relação ao efetivo e material
reagrupado. (Caderno de Instrução “Patrulhas” do EB, 2005, p. 2-59)

Infiltração
Fig. 7-7. Infiltração com aeronave

Fonte: Internet (2017)

Fig. 7-8. Infiltração terrestre

Fonte: Internet (2017)

É a entrada, de modo sigiloso, de pessoal e/ou material em uma área controlada


por infratores ou por ele ocupado, com uma finalidade tática. (Caderno de Instrução
“Patrulhas” do EB, 2005, p. 2-38).
A PPS poderá realizar uma infiltração em situações que exigir, ou ainda para
tomar a retaguarda dos infratores com a finalidade de aplicar a lei e garantir a
preservação da ordem.
Uma infiltração bem planejada e conduzida pode, frequentemente, permitir a
colocação de uma Patrulha com certo poder de combate/intervenção na retaguarda

82
do infrator, sem que este a perceba. Para a execução da infiltração é fundamental
a obtenção da surpresa.
A infiltração será normalmente realizada por uma Patrulha, apoiando a ação
principal de uma Operação Policial na Selva, com o objetivo de:
1) Empregar ações sigilosas em posições sumariamente organizadas dos
infratores;
2) Empregar ações sigilosas em pontos fortes no flanco ou retaguarda do
dispositivo dos infratores;
3) Ocupar posições importantes que contribuam para a ação principal;
4) Conquistar terreno decisivo para o contexto geral da Operação Policial
na Selva;
5) Empregar ações de inquietação e desgaste na área de retaguarda dos
infratores.

O desencadeamento de uma operação de infiltração requer rigorosa


sincronização das ações de todos os grupos presentes no ponto crítico. É uma
operação de difícil realização, exigindo medidas eficientes de coordenação e
controle, e uma vez desencadeada será muito difícil introduzir-se modificações no
planejamento inicial.

83
8

SOBREVIVÊNCIA
NA SELVA
8

AICNÊVIVERBOS
AVLES AN
Noções gerais de sobrevivência

Todo Indivíduo deve estar em condições de sobreviver em qualquer situação,


ou prestar ajuda a sobreviventes.

a. Sobrevivência

É a busca de recursos naturais de uma região, para suprir o organismo de


suas necessidades básicas de água e alimentos, permitindo, assim, a manutenção
da saúde do corpo, da mente e dos objetivos a atingir. (Instrução Vida na Selva do
Centro de Instrução de Guerra na Selva – CIGS, 2004).

Vida na selva

A sobrevivência em plena selva estará em íntima ligação com o tempo em que


nela se permanecer. Para tanto o homem deverá estar altamente capacitado para
dosar suas energias e lançar mão de todos os meios ao seu alcance, a fim de não
pôr em risco a sua vida. Essa capacidade envolve conhecimentos especializados,
invulgares ao homem comum, onde o uso da imaginação, o empenho, o bom
senso e o moral elevado, além do intrínseco instinto de conservação, são fatores
preponderantes.
Quem pensa que é tarefa fácil sobreviver em plena Selva, à custa exclusiva
dos recursos naturais, equivoca-se. Pequenos grupos, quando devidamente
preparados, poderão, entretanto, fazê-lo. Boa comida e água são encontradas,
desde que o homem esteja apto, a saber, onde, como e quando procurá-las. Assim,
em qualquer situação, deverá considerar como condições primordiais para uma
sobrevivência as necessidades de: água - fogo - alimentos.

86
a. A água

Fig. 8-1. Cipó d’agua

Apesar do enorme caudal hidrográfico representado pela abundância de cursos


de água e do alto índice pluviométrico da Amazônia, haverá situações em que não
será fácil a obtenção de água. Sendo a primeira das necessidades para a sobrevivência
do homem, abastecer-se dela deve constituir uma preocupação constante. O ser
humano pode resistir vários dias sem alimento, estando, entretanto, com menores
possibilidades de sobreviver se lhe falta a água. Essa resistência estará condicionada
à capacidade orgânica e às condições físicas do indivíduo, as quais, na selva, estarão
sempre aquém das possibilidades normais deste mesmo indivíduo.
Na Selva equatorial, o que mais ressalta de importância é a necessidade
constante da água, por sofrer, o organismo, sudação excessiva com eliminação de
sais minerais, que, quando demasiada e constante, poderá acarretar a exaustão.
Torna-se vital a manutenção do equilíbrio hídrico do organismo. De modo algum
deverá o sobrevivente, à falta absoluta da água, lançar mão de outros líquidos, como
álcool, gasolina, urina. Tal procedimento, além de trazer consequências funestas,
diminuirá as possibilidades de sobreviver, revelando indícios da proximidade
do pânico que, quando não dominado, será fatal. Portanto, saber onde há água
e estar sempre abastecido dela é importantíssimo e fundamental. (Manual de
Sobrevivência na Selva do EB,1999, p. 6-2).

1) Algumas fontes de água

O equilíbrio da natureza põe à disposição do ser humano recursos variados


para suprir a grande necessidade de água. Os principais são:

- Águas Correntes - Rios, igarapés e olhos d’água, devendo a água ser


recolhida do fundo, evitando desmoronar as margens ou revolver os leitos. Quando
necessário, serão demarcados locais para banho, cozinha e colheita de água potável.
Sempre que possível deve ser purificada, pois, normalmente, contém impurezas,
tais como: coliformes fecais humanos ou de animais, resíduos de material orgânico
em decomposição, entre outros.

- Águas Paradas - Lagos, igapós, pântanos e charcos, devendo seu uso ser
feito após a purificação. Outro recurso, de fácil prática, é colhê-la de um buraco
cavado a uma distância de 5 metros da fonte de água, o qual, após algum tempo,
pela porosidade do solo, encher-se-á de água filtrada.

87
- Água das Chuvas e Orvalho - Poderão ser colhidas diretamente em
recipientes, em buracos ou com o emprego do telheiro da rede de selva, poncho
ou plástico. Quando houver troncos pelos quais ela escorra, para colhê-la bastará
interromper o fluxo com um pano, cipó ou folhagem, canalizando-a para qualquer
vasilhame. Na falta de outro material, as próprias roupas, depois que forem limpas,
poderão ser expostas à chuva e, uma vez encharcadas e torcidas, a água delas
resultante deverá ser purificada pela fervura.

- Partes Baixas do Terreno - Será comum na Selva cruzar-se com ravinas


temporariamente secas, mas que poderão transformar-se, devido às chuvas, em
leitos de igarapés ou igapós. Nestas ravinas poderá ser procurada a água em fossos
cavados próximos aos tufos de vegetação viçosa.

- Vegetais - Vários são os que poderão fornecer água ou indicar a sua presença.
Os principais são:

- Cipó d’água - Parasita de uns 10 centímetros de diâmetro, cor marrom-


arroxeada e casca lenhosa, estando pendurado entre a galharia e o solo, em grandes
árvores. Bastará cortá-lo, primeiro em cima, ou onde mais alto se possa alcançar,
e depois em baixo, de modo a ter no mínimo, 1 metro de cipó. Deixa-se que pela
parte inferior escorra a água. Pela quantidade que fluir e pela facilidade com que
o cipó é encontrado na selva, poder-se-á sempre estar suprido de água.

- Bambus - Às vezes, poderá ser encontrada água no interior dos gomos do


bambu, principalmente do velho e amarelado. Pelo barulho, ao ser sacudido, sabe-se
da presença ou não de água e, para sua utilização, bastará fazer um furo junto à base
dos nós. Na Selva Amazônica, os bambus somente são encontrados em locais que já
foram ocupados pelo homem. (Manual de Sobrevivência na Selva do EB,1999, p. 6-3).

b. O fogo
Fig. 8-2. Aço e pedra Fig. 8-3. Arco e pau

Fonte: Manual de Sobrevivência na Selva do EB (1999)

O fogo também é uma necessidade, para que seja possível prolongar a


sobrevivência. Será mais um valioso recurso para aumentar e melhorar as condições
de vida na selva, pois através dele se conseguirá: Purificar a água, cozinhar; secar a
roupa, aquecer o corpo, sinalizar, iluminar e ainda fazer uma segurança noturna.
Será sempre conveniente limpar a área onde será feito o fogo. Mesmo que
o chão esteja seco, o que não será normal, é vantajoso que seja forrado com um
estrado de troncos de árvores, os quais poderão servir, também, para alimentar
o fogo. Quando a permanência no local for prolongada, será indispensável a
construção de um abrigo para o fogo, do tipo tapiri. (Manual de Sobrevivência na
Selva do EB, 1999, p. 6-4).
88
1) Figura 8-2: Golpeando uma pedra dura com uma faca ou pedaço de aço,
resultarão faíscas que, atingindo a isca, produzirão o fogo.
2) Figura 8-3: As madeiras que se atritam deverão estar bem secas e ser bem
duras. A chama é obtida fazendo-se o pauzinho rodar por uma volta de corda do arco.

c. Os alimentos

Cada região possui recursos naturais e os regionais utilizam formas e processos


peculiares para procurá-los e prepará-los. O habitante local, o nativo, será sempre
uma fonte de referência útil. Caso não possa ele próprio fornecer algum recurso
alimentar, poderá informar quanto às possibilidades da região, nesse particular.
(Manual de Sobrevivência na Selva do EB, 1999, p. 6-9).

1) Origem vegetal

Segundo ainda o Manual de Sobrevivência, existem mais de 300 mil es-pécies


vegetais catalogadas no mundo, sendo a maioria delas comestíveis e pou-quíssimas
as que matam quando ingeridas em pequenas quantidades. Não há uma forma
absoluta para identificar as venenosas. Seguindo-se a regra abaixo, poder-se-á
utilizar qualquer vegetal, fruto ou tubérculo, sem perigo de intoxicação ou mesmo
envenenamento. Para tanto, “não devem ser consumidos” os vegetais que forem
“cabeludos” e tenham sabor “amargo” e seiva “leitosa”, ou, mnemoni-camente, CAL:
C - cabeludos;
A - amargo sabor;
L - leitosa seiva.

Obs.: A exceção será feita ao amapá, à sorva e ao abiu.

O Manual cita ainda que, qualquer fruto comido pelos animais poderá
também ser consumido pelo homem. Se uma planta não for identificada, outra
regra básica é utilizar exclusivamente os brotos, de preferência os subterrâneos,
pois serão mais tenros e saborosos. Nas regiões onde houver igarapés, seguindo
seus cursos, obter-se-ão alimentos vegetais com maior facilidade. Não há na área
amazônica palmitos tóxicos; todos podem ser consumidos: buriti, bacaba, açaí,
patauá. Apresentam-se sempre como prolongamento central do tronco, sendo o
seu tamanho proporcional à idade da palmácea.
Os alimentos de origem vegetal estarão sempre na dependência da época do
ano e da distribuição geográfica. Para eliminar a toxidez de alguns vegetais basta
fervê-los durante cinco minutos, realizando a troca de água por duas ou três vezes
nesse período. Após isto o vegetal poderá ser consumido. São exceções a esta regra
os cogumelos. Se o sobrevivente consumir exclusivamente vegetais, deverá fazê-lo
de forma moderada até que seu organismo se acostume à nova dieta.

2) Origem animal

Normalmente se obterá carne através da caça e da pesca. A carne tem um


valor energético muito maior que os vegetais, pela quantidade de calorias que
possui. Entretanto, é mais difícil de ser conseguido na Selva, devendo o homem,
para isso, estar altamente capacitado, conhecendo os hábitos diurnos e noturnos
dos animais, seu “habitat”, seus rastros e locais de comedia, onde possa ser feita
uma espera ou colocada uma armadilha para caça. (Manual de Sobrevivência na
Selva do EB, 1999, p. 6-18).

89
Neste caso, é importante saber que a maior parte dos animais de sangue
quente e com pelos são cautelosos e difíceis de deixarem apanhar. Para caçá-los
será preciso habilidade e paciência; o melhor método será o chamado de “espera”,
cujo tipo, altura e comodidade ficarão a critério do caçador. Os locais mais indicados
para uma espera serão uma trilha, um bebedouro ou um comedouro. (Manual de
Sobrevivência na Selva do EB, 1999, p. 6-33).
Para o Manual de Sobrevivência, a caça deverá ser mais abundante e fácil de
ser encontrada nas proximidades de água e nas clareiras. Ao caminhar, observar
com atenção o terreno a fim de descobrir sinais de caça: trilhas, vegetação rasteira
pisoteada, excrementos ou restos de comida e, mesmo, ruídos característicos.
Quando se estiver percorrendo uma trilha, essa atenção deverá ser redobrada, pois
o animal poderá surgir a qualquer momento. Muitas espécies de animais vivem
em buracos, nos ocos das árvores ou no chão.
A caça noturna geralmente dará bom resultado, pois a maior parte dos animais
se movimenta à noite. A luz de uma lanterna ou de um archote, projetada nos olhos
do animal, torná-lo-á parcialmente cego, o que permitirá maior aproximação do
caçador que, se não possuir arma de fogo, procurará abatê-lo com uma lança (pau
com ponta afiada) ou mesmo com uma paulada. Os chamados “olhos sem corpo”
não deverão perturbar o caçador, pois serão apenas o resultado dos reflexos da luz
nos olhos de aranhas e insetos.

d. Os abrigos
Fig. 8-4. Tapiri simples

Fonte: Manual de Sobrevivência na Selva do EB (1999)

Um homem na Selva, em regime de sobrevivência, necessita de algum conforto,


de condições psicológicas, as mais favoráveis possíveis, e de proteção contra o meio
adverso. (Manual de Sobrevivência na Selva do EB, 1999, p. 5-1)
Ele necessita de um abrigo eficiente, limpo e de bom aspecto. As Operações de
Patrulhamento Policiais na Selva podem ser sinteticamente conceituadas como sendo
o emprego da inteligência, do vigor físico e da adaptabilidade do combatente à Selva.
O Patrulhamento na Selva, mais que qualquer outro, exige homens com ótimas
condições físicas e psicológicas, de sorte a poderem suportar, com o mínimo desgaste,
as influências mesológicas e, assim, apresentar um rendimento máximo nas ações.
Um dos meios de conseguir isso é construir um bom abrigo, sempre que possível.

90
O Manual cita ainda que, os abrigos são construções preparadas pelo
combatente, com os meios que a Selva e o próprio equipamento lhe oferecem, para
a proteção contra as intempéries e os animais selvagens. Podem ser:
Abrigos Permanentes - Construídos com ou sem material da região e
destinados a permitir a permanência continuada e por tempo indeterminado do
combatente na Selva.
Abrigos Semipermanentes - Construídos com material da região e destinados
a dar condições à permanência na selva por um longo período de tempo. Em função
do número de indivíduos a abrigar ou de sua utilização.
Abrigos temporários - Construídos com material da região, utilizando
também, se necessário, partes do próprio equipamento, e destinados a permitir a
permanência do combatente na Selva por curtos períodos de tempo.
O material a ser obtido na própria Selva inclui, normalmente: Madeira (troncos
finos e grossos) para a estrutura; Cipós (ambé, titica, timbó-açu) ou cascas de certas
árvores (enviras preta e branca) para todas as amarrações; Palhas (branca, braba,
ubim em “V”, najá) ou folhas de palmeiras (açaí, buriti, bacaba, patauá) ou sororoca
(semelhante à folha da bananeira) ou caranaí para as coberturas.

Obs.: As palhas, sem seus talos, ou as folhas de sororoca podem ser usadas
para a confecção de tarimbas (espécie de colchão que fica sobre as “varas” de
madeira da cama).

Conservação da Saúde na Selva

A capacidade de sobrevivência residirá, basicamente, numa atitude mental


adequada para enfrentar situações de emergência e na posse de estabilidade
emocional, a despeito de sofrimentos físicos decorrentes da fadiga, da fome, da
sede e de ferimentos, por vezes, graves. (Manual de Sobrevivência na Selva do EB,
1999, p. 2-1).
Se o indivíduo ou o grupo de indivíduos não estiver preparado psicologicamente
para vencer todos os obstáculos e aceitar os piores reveses, as possibilidades de
sobreviver estarão sensivelmente reduzidas.
Nas Operações de Patrulhamento Policiais na Selva, essa preparação avultará
então de valor. Os conhecimentos das técnicas e dos processos de sobrevivência
constituirão em requisitos essenciais na formação do indivíduo destinado a viver
na selva, quer em operações policiais militares, quer por outra circunstância
qualquer.
Segundo ainda o Manual de Sobrevivência, conservar a saúde em bom estado
será requisito de especial importância, quando alguém se encontrar em situação de
só poder contar consigo mesmo para salvar-se ou para auxiliar um companheiro.
Da saúde dependerão, fundamentalmente, as condições físicas individuais. Na
Selva, saber defender-se contra o calor e o frio, saber encontrar água e alimento,
saber prestar os primeiros socorros, em proveito próprio ou alheio, serão tarefas
de grande importância para a preservação da saúde. Assim, visando a sobreviver
nas melhores condições possíveis, cada indivíduo a pé ou em grupos de indivíduos
deverão observar as seguintes orientações:

a) Cuidar dos Pés

Na selva, em princípio, só será possível andar a pé. Longas caminhadas, por


terreno permanentemente ondulado, será a regra geral. Daí a importância dos

91
cuidados com os pés, os quais deverão ser mantidos limpos, lavando-os e secando-
os com a frequência possível.

b) Proteger os Olhos e os Ouvidos

Os olhos estarão permanentemente sujeitos à ação de pequenos insetos e de


partículas diversas. Os ouvidos estarão, do mesmo modo, sujeitos àquela mesma
ação. Em consequência, para evitar que esses órgãos sejam afetados, o melhor será
manter-se atento, preventivamente, no interior da floresta.

c) Precaver-se contra Infecções Cutâneas

A epiderme constitui a primeira linha de defesa contra a infecção. Por isso,


qualquer arranhão, corte, picada de inseto ou queimadura, por menor e mais
inofensivo que pareça, merecerá cuidado; qualquer antisséptico deverá ser
aplicado, preventivamente.

d) Evitar Doenças Intestinais

Doenças intestinais são aquelas causadas por germes existentes nas fezes
e urina ou por alimentos contaminados. Normalmente os seus agentes causais
são eliminados do corpo pelas fezes e urina. Geralmente eles são transmitidos
por alimentos e água contaminada, além da não higienização na confecção e
consumação da alimentação.

e) Evitar outras Doenças Transmissíveis

Além das doenças intestinais, merecem atenção especial aquelas transmitidas


por insetos e parasitas, as contagiosas e outras. São aquelas em que um inseto ou
um parasita, sugador do sangue de animais ou de pessoas infectadas, é o agente
transmissor. Destacam-se entre elas: a malária, a febre amarela urbana, a febre
amarela silvestre, a dengue, pelos, por moscas, percevejos, piolhos, pulgas e,
também, pelo contato com material contaminado; a febre recorrente, por piolhos e
percevejos; o tifo, pelos piolhos do corpo e pulgas e ainda a leishmaniose. (Manual
de Sobrevivência na Selva do EB, 1999, p. 2-8).

Animais Peçonhentos e Venenosos

Na Selva existem inúmeros animais que poderão atuar como inimigo do


homem, se este não estiver capacitado a evitá-los ou a debelar os malefícios que
poderão decorrer da sua peçonha ou do seu veneno. Com certeza comprometerá
a missão policial nesse ambiente operacional. (Manual de Sobrevivência na Selva
do EB, 1999, p. 3-1)

a) Animal Peçonhento

É aquele que segrega substâncias tóxicas com o fim especial de serem


utilizadas como arma de caça ou de defesa. Apresentam órgãos especiais para
a sua inoculação. Portanto, para que haja uma vítima de peçonhamento, é
necessário que a peçonha seja introduzida por este órgão especializado, dentro
do organismo da vítima.

92
b) Animais Venenosos

É aquele que, para produzir efeitos prejudiciais ou letais, exige contato físico
externo com o homem ou que seja por este digerido. Como exemplos de animais
venenosos existem o sapo-cururu, os sapinhos venenosos e o peixe baiacu.
O Manual de Sobrevivência na Selva do EB, cita ainda, algumas recomendações
preventivas que poderão ser utilizadas a fim de evitar as picadas de ofídios, aranhas,
escorpiões e lacraias:
Andar sempre com uma vara, batendo-a, quando necessário, nas árvores e
galhos; o ruído espantará os animais e a própria vara poderá servir como defesa.
Antes de sentar ou deitar, verificar o local com a vara ou com os pés; evitar sentar
sobre toros ou árvores caídas, sem antes examinar à sua volta, pois são locais
preferidos, pelo frescor e sombra, para abrigos de serpentes. Ao vestir-se, verificar
se não há animais peçonhentos que tenham vindo abrigar-se nas peças de roupa,
bastando sacudi-las.
Examinar os coturnos antes de calçá-los, virando-os e batendo na sola, pois
são locais preferidos para abrigo de aranhas e escorpiões. Ter cuidado ao mexer em
folhas de palmeiras (surucucu-de-patioba), montes de folhas ou palhas (aranhas e
serpentes) e paus ou tábuas empilhadas (escorpiões). Na selva, evitar sempre andar
isolado. Quando possível, deslocar-se, no mínimo, em grupos de 3 (três) pessoas.

Trato com Indígenas

O sobrevivente ou grupo de sobreviventes na selva não estará livre de um


encontro com indígenas. Este contato, via de regra, representará a salvação, desde
que se esteja familiarizado com os seus hábitos ou tenha conhecimento de certas
regras de conduta a serem observadas durante o tratamento recíproco. (Manual de
Sobrevivência na Selva do EB, 1999, p. 7-1).

a. Algumas características dos Silvícolas

Segundo ainda o Manual de Sobrevivência, os indígenas da Amazônia, em


sua maioria, já mantiveram contato com o dito “homem branco”, que os fizeram
assimilar costumes da civilização e aproximar-se das vilas e cidades. Muitos índios
vêm, inclusive, prestando o Serviço Militar, o que se pode observar nos Pelotões de
Fronteira do Exército Brasileiro situados nas reservas indígenas ou próximos destas.
Outro detalhe importante é o idioma português é conhecido pela maioria
das tribos, como decorrência da televisão, da ação dos missionários e da própria
miscigenação. Algumas famílias possuem escolas com professores bilíngües que
praticam o ensino inclusive com cartilhas da língua nativa. Já há famílias que
possuem até mesmo título de eleitor.

b. Procedimentos para tratar com o Índio não civilizado

1. Deixar que os índios se aproximem, não penetrando em seu meio como um


intruso. Como regra geral, eles deverão mostrar-se amigáveis. São conhecedores
da área em que vivem e, portanto, poderão indicar trilhas, cursos de água ou algum
aglomerado de brancos, bem como onde encontrar água potável e alimentos.
2. Procurar entrar em entendimento com o chefe da tribo ou com quem, no
momento do encontro, parecer como tal, a fim de pleitear o que se deseja. Dever-
se-á pedir auxílio e nunca o exigir. Durante o contato, o indivíduo maior (robusto,

93
alto, forte) do grupo será quem deve iniciar a conversa, e não um qualquer, pois
o índio poderá ofender-se; este elemento deverá aproximar-se só, falar alto e ser
paciente na tentativa de conversação.
3. Não demonstrar receio. Aproximar-se desarmado e não ameaçar de modo
algum. Não deverá fazer movimentos bruscos de modo a assustá-los, pois tal fato
poderá torná-los hostis. O sorriso é uma demonstração que muito poderá auxiliar
no primeiro contato.
4. Enquanto o “maior” estiver em conversação, os demais elementos do grupo
de sobreviventes deverão manter vigilância para evitar surpresas.
5. Ao se aproximar de uma aldeia de índios ou de um grupo deles para iniciar
o contato verbal ou por mímica, deve-se fazê-lo devagar, parando e sentado.
Não deverá haver precipitação, pois será normal que se mostrem acanhados e
inacessíveis no princípio e fujam da aproximação. Se fugirem, não insistir. Deve-
se parar e, no local, colocar “presentes” no chão; afastar-se em seguida e aguardar
o resultado, pois geralmente eles voltarão para apanhá-los. Não se preocupar,
pensando que eles se foram de vez, pois estarão vigiando. Essa demonstração
facilitará a amizade futura.
6. Caso o grupo tenha conseguido aproximar-se sem ser pressentido, o que
será difícil deverá bater palmas ou chamar em voz alta para atrair a atenção,
deixando a iniciativa das atitudes para eles.
7. Bons recursos para iniciar uma amizade será realizar qualquer habilidade
(truques, cantos, jogos), fazer trocas, oferecendo aquilo que se tiver, como sal,
cigarros, moedas, ou mostrar qualquer coisa que possa servir de identificação do
sobrevivente perante o indígena, como cartão de identidade, emblemas, bandeiras,
distintivos etc. Entretanto, não se deve demonstrar muitos donativos, pois poderá
despertar a cobiça incontrolável. As tentativas de entendimento por meio de gestos
com as mãos serão recomendáveis, pois é hábito entre eles mesmos.
8. Dar ideia de que, tão logo se consiga o que quer, pretende-se ir embora, pois
os índios não gostam de intrusos.
9. Tratar os indígenas como seres humanos, não demonstrando desprezo, não
zombando, não rindo deles, nem procurando impor sua vontade. A violação destes
conselhos poderá acarretar consequências desagradáveis, de dia ou de noite.
10. Cumprir o que promete.
11. Respeitar os costumes e usos locais, mesmo que possam parecer
incompreensíveis ou absurdos. Não esquecer que, para os índios, sobreviventes
serão estranhos e, às vezes, figuras bizarras.
12. Respeitar a propriedade pessoal. Isto significa, para o indígena, que o
oferecimento de objetos e gêneros deverá ser remunerado, de um jeito ou de outro;
entretanto, deve-se evitar ser dadivoso em demasia. Moedas terão bastante aceitação
nessas remunerações, pois, para alguns, representarão realmente valor, enquanto
para outros significarão enfeites, amuletos ou joias. Algumas tribos preferem anzóis,
linhas, pilhas de lanterna, facões, cigarros, sal, latas, peças de roupa, etc. O bom senso
e a observação atenta auxiliarão a perceber os gostos indígenas.
Por fim, procurar deixar a melhor impressão possível na mente dos índios,
com o que se tornará mais fácil a situação futura de outros que, por ventura, se
vejam nas mesmas contingências de sobrevivência; tal atitude em muito adiantará
para facilitar os contatos de nosso pessoal, cuja missão é sobremodo importante
e imprescindível para a integração da AMAZÔNIA. (Manual de Sobrevivência na
Selva do EB, 1999, p. 7-5).

94
9

O COMBATE
NA SELVA
9

ETABMOC O
AVLES AN
Influências sobre o combatente

A perspectiva de realizar uma intervenção na Selva ou ainda permanecer por


um período para cumprir uma determinada missão, pode ocasionar fortes tensões,
decorrentes do medo condicionado, nos policiais militares não familiarizados com
este ambiente. A aparência da Selva, o seu aspecto monótono e ilusoriamente sempre
igual, o calor opressivo e a umidade, e a depressiva sensação de solidão que qualquer
pessoa experimenta ao penetrar no seu interior, agravam o já existente receio do
desconhecido. O homem perdido na selva sofre violentas reações psicológicas,
que ultrapassam o medo e levam ao pânico. Por isto o policial militar deve passar
por uma sistemática e completa preparação psicológica, a fim de eliminar o medo,
desenvolver o autodomínio e aprender a respeitar e amar a selva, de modo a fazer
dela uma aliada. (Manual de Operações na Selva do EB, 1997, 3-9).
Segundo ainda o Manual, na Selva, o homem estará submetido a um desgaste
físico intenso em consequência do calor excessivo. A transpiração abundante pode
levar a uma rápida exaustão. Há que se levar em consideração, também, que uma
Força Policial conduzida pela primeira vez a uma região de Selva e exposta a um
clima com o qual não está acostumado, fica sujeita a doenças peculiares da região
e, particularmente às chamadas doenças do calor.
É imperativo, em consequência, que todos os homens sejam adaptados
aos climas equatoriais, de modo que a saúde e a eficiência combativa da Força
Policial garantam a execução da tarefa que lhes foi confiada. Isto será ainda mais
importante no caso de Força Policial de outra região do país.
Um conhecimento geral dos fundamentos de higiene pessoal, de medicina
preventiva e de proteção individual contra plantas tóxicas, insetos nocivos e répteis
venenosos, é indispensável ao combatente para enfrentar o ambiente adverso
da Selva. Os comandantes de todos os níveis devem redobrar as exigências com
relação ao estado sanitário de seus comandados.
O Manual cita ainda que, a nítida restrição à observação terrestre faz com que
cresça de importância o sentido da audição. O homem treinado e com experiência
de selva pode identificar com certa facilidade ruídos de machado abatendo árvores,
ruídos de facão na abertura de picadas e corte de galhos de árvores, ramas batendo

98
na água, latidos, ruídos de galhos quebrados indicando deslocamento de Força
Policial, ruídos provocados no carregamento e engatilhamento de armas, vozes
humanas. Outro sentido que deve ser desenvolvido é o do olfato pois os odores no
interior da floresta têm maior persistência e podem fornecer indícios importantes
ao homem adestrado.

Influências sobre o equipamento e armamento

As adversidades do ambiente operacional tornam necessário o uso de equipamentos


leves, resistentes e de menor tamanho. Acarretam ainda uma preocupação constante
com a manutenção dos mesmos, particularmente no tocante à oxidação das partes
metálicas. O fardamento deve ser confeccionado em tecido de secagem rápida. Ele deve
ser lavado, se possível, após no máximo duas jornadas de uso, para a retirada do suor
que, no interior da floresta, vem sempre carregado de uma dose grande de ureia, que
deixa de ser eliminada na urina e que provoca um cheiro forte e facilmente identificável
a distância. (Manual de Operações na Selva do EB, 1997, p. 3-10).
Segundo o Manual, o excessivo calor e a umidade provocados no couro
cabeludo e ainda a possibilidade de produzir ruídos ao se chocar com a vegetação,
contraindicam o capacete como cobertura para o homem em operações. A cobertura
indicada deve ser leve, fresca, proteger a cabeça do homem contra espinhos e
não limitar verticalmente seu campo de visão. O calçado deve possuir um solado
com desenho que permita estabilidade ao homem quando em deslocamento em
terreno escorregadio, mas que evite a aderência ao mesmo de materiais como a
“tabatinga” (espécie de lama existente na região). Deverá ainda ter o cano mais
elevado para evitar que a boca da calça subindo pela movimentação do homem,
exponha parte de sua “canela” e panturrilha à picada de insetos e/ou ofídios. Deverá
ainda possuir ilhoses largos que facilitem a confecção de amarrações com soltura
rápida e válvulas que permitam o escoamento de água do seu interior.
Para o Manual ainda, o calibre da arma deve ser tal que alie um alto poder
de neutralização e um pequeno peso, que permita ao homem carregar uma maior
quantidade de munição. As distâncias reduzidas que limitam o alcance das armas de
tiro direto. Os agentes biológicos e químicos são particularmente eficientes no interior
da Selva, onde as condições existentes lhes aumentam o grau de persistência. Estas
mesmas condições, entretanto, dificultam significativamente o uso de fumígenos
sinalizadores. A vegetação, as condições de luminosidade e a umidade limitam
drasticamente a operacionalidade dos equipamentos de observação, busca de alvos,
sensores, visores noturnos e sistemas digitais de posicionamento por satélites.
O Manual cita ainda que, o espesso entrelaçamento da copa das árvores que
não permite a real fotografia do relevo no interior da selva; a variação na topografia
de um mesmo terreno do “verão” para o “inverno”; as mudanças frequentes nos
cursos e nos leitos dos rios, bem como a variação no nível das águas da cheia
para a seca, fazem com que as cartas topográficas e náuticas sejam utilizadas
com restrições, obrigando a que, sempre que possível, sejam contratados dentre a
população, guias, mateiros, rastreadores e práticos de navegação.
Por fim, os equipamentos rádio, particularmente em FM, sofrem grande
variação em suas características originais, principalmente o alcance, devido à
vegetação e às condições climáticas e meteorológicas. Os aparelhos que permitem
a transmissão de dados não sofrem tanto estas restrições, apresentando um bom
rendimento, mesmo sob condições adversas. O relevo do terreno, a vegetação e a
rica malha hidrográfica praticamente inviabilizam a utilização de equipamentos
telefônicos ligados a cabo.

99
Influências sobre o deslocamento

A forte ondulação do terreno; as constantes chuvas; a necessidade de


frequentemente transpor cursos d’água; o solo irregular e escorregadio; espinhos
que atravessam as roupas, aliados a uma temperatura constantemente elevada
e considerável umidade, tornam a selva um lugar onde o movimento a pé é
extremamente cansativo. Mesmo existindo trilhas, o movimento sofre restrições,
especialmente durante e após as chuvas. Por vezes, ainda, a vegetação obriga a
abertura da picada a facão o que retardará ainda mais o movimento. A escuridão, que
ocorre com extrema rapidez, agrava o problema do deslocamento. Os movimentos
à noite, executados quando absolutamente necessários, são extremamente lentos.
(Manual de Operações na Selva do EB, 1997, p. 3-11).
Segundo o Manual, a velocidade do movimento através da Selva é função
das características do terreno. É muito difícil precisar a velocidade da marcha
do homem a pé devido às condições variáveis de diversos fatores, tais como:
estado físico da Força Policial, equipamento e peso que cada homem transporta,
as condições meteorológicas, e natureza do solo, o tipo de relevo, agravamento
de obstáculos, etc.
As etapas de marcha são marcadas em função do tempo e não da quilometragem
percorrida. O normal será um alto a cada 50 minutos de marcha, com um alto de 30
minutos para o consumo da ração na hora do almoço.
Para fins de planejamento devem ser considerados os seguintes dados:

- Velocidades - 1000m/hora (floresta primária);


- 500m/hora (floresta secundária);
- Etapa diária - de 8 a 10 horas.

Por fim, o balizamento do itinerário é muito importante, devido às mudanças


frequentes na configuração do terreno em virtude da erosão, de árvores que
caem e do rápido crescimento da vegetação. Em consequência, as trilhas que
possam estar indicadas nas cartas antigas estão, muitas vezes, imprecisas, ou
então, não existem mais.

100
10

MARCHA PARA
O COMBATE
01

ARAP AHCRAM
ETABMOC O
A marcha na selva

Nas Operações de Patrulhamento na Selva, a Marcha deverá ser realizada


através Selva, em ramais (vicinais) ou ainda ao longo de um eixo fluvial. A opção
dependerá, basicamente da trafegabilidade do eixo terrestre e das condições de
navegabilidade da via fluvial, da necessidade de dissimulação da Patrulha, da
situação aérea e do efetivo envolvido.
Ao marchar através da Selva, a PPS deve procurar aproveitar ao máximo a
ocultação propiciada pela vegetação. Ressalte-se, porém, que, ao mesmo tempo em
que a Selva oferece proteção, permite também caso haja infrator dela se valer para
atuar de surpresa sobre a Patrulha. Quando da realização da marcha através da
Selva, deve-se fazê-lo apenas durante o dia, pois os deslocamentos à noite, mesmo
quando se dispõe de equipamento de visão noturna, são pouco compensadores,
desgastantes e podem submeter a Patrulha a emboscadas. (Manual do Batalhão de
Infantaria de Selva do EB, 1997, p. 3-3)
As particularidades da área de atuação da PPS (selva primária ou secundária,
maior ou menor irregularidade do terreno, existência de obstáculos como rios
e igarapés não-vadeáveis etc.) e a quantidade de informações sobre o infrator
condicionam os dispositivos adotados pela Patrulha.
Quando a PPS adentrar a Selva, a Patrulha deverá deslocar-se em coluna por
um (caso de trechos de floresta impermeável ou em deslocamentos por trilhas) ou
ainda por duas colunas, caso o deslocamento seja em ramais (vicinais) ou ainda a
cargo do comandante da Patrulha.
Durante todo o deslocamento, os esclarecedores deverão estar à frente da
Patrulha sempre sendo visualizado pelo grosso da Patrulha, também a cargo do
comandante da Patrulha poderão realizar reconhecimento, e os seguranças a
retaguardas poderão também realizar reconhecimento a retaguarda ou ainda
apoiar os esclarecedores caso o comandante da Patrulha achar conveniente.
Ao se atravessar um ponto crítico áreas desmatadas ou clareiras, é necessário
lançar os esclarecedores para reconhecê-lo e proporcionar segurança a PPS. A
Patrulha se reúne em coluna de marcha tão logo todos tenham ultrapassado
aquele ponto.

104
Outro fator é a proximidade da floresta em relação às margens dos rios,
ou das margens dos ramais, o Cmt da PPS terá atenção na guarda dos flancos no
deslocamento através selva, reduzir a velocidade de progressão à do homem na
selva. Nos pontos julgados de maior risco, o Cmt da PPS lançará os esclarecedores
para realizarem reconhecimento e ocupam as margens do eixo até a passagem de
todo o grosso da Patrulha.
O planejamento da Marcha sofrerá ainda uma severa restrição no que tange
ao aspecto do terreno, dificuldade em se levantar nas cartas acidentes que sejam
identificáveis, sem possibilidade de erro, pela Patrulha que se desloca. Quando a
Marcha for fluvial esta possibilidade ainda ocorrerá, mas no interior da selva ela é
praticamente inexistente.
Por fim, antes de começar a marcha pela selva, se possível, deve-se fazer
um reconhecimento completo, ou em parte do itinerário a seguir. Se a situação
tática permitir, elementos de reconhecimento devem ser lançados à frente para
cientificar-se da distância e condições do itinerário, para escolher novos caminhos
nas regiões desfavoráveis, realizar balizamentos, reconhecer os cursos de água
sobre os quais devem ser construídas as passagens, para atualizar as cartas,
determinar os locais de estacionamento e pontos de espera e analisar a duração do
movimento. Um relatório completo deve ser fornecido o mais cedo possível ao Cmt
da tropa. (Manual de Operações na Selva do EB, 1997, p. 5-2).

Deslocamento na selva

O indivíduo ou grupo de indivíduos, tomando parte ou não em Operações


Policiais na Selva, que se encontrar em áreas de difícil acesso como a Selva ou ainda
em locais cujo único meio de conduzi-lo ao seu objetivo é a sua precisa orientação
através de carta. Essa por sua vez é a representação, em escala, sobre um plano dos
acidentes naturais e artificiais que se encontram na superfície do solo bem como
da figuração dessa superfície.
Nesta circunstância será aconselhável, em tal emergência, que sejam
observadas rigorosamente as seguintes regras, mnemonicamente expressas pela
palavra E - S- A - O - N:

E: - ESTACIONE - fique parado, não ande à toa.


S: - SENTE-SE - para descansar e pensar.
A: - ALIMENTE-SE - saciando a fome e a sede, qualquer um terá melhores
condições para raciocinar.
O: - ORIENTE-SE - procure saber onde está, de onde veio, por onde veio ou
para onde quer ir, utilizando-se do processo que melhor se aplique à situação.
N: - NAVEGUE - desloque-se na direção selecionada.
O “estacionar” e “sentar-se” independerão de maiores conhecimentos, já
o “alimentar-se” exigirá, na falta de víveres e água, a aplicação de recursos de
emergência para obtê-los da própria selva. (Manual de Sobrevivência na Selva do
EB, 1999, p. 4-1).

Orientação

A densidade da vegetação torna a Selva “toda igual”; nela não haverá pontos
de referência nítidos. Mesmo aqueles que já possuem alguma experiência não
confiam muito em possíveis referências, porque tudo se confunde devido à
repetição contínua e monótona da floresta fechada. Os incontáveis obstáculos

105
constantemente causarão desequilíbrio e quedas, tornando difícil a visada
permanente sobre determinado ponto. A necessidade de saber onde pisar ou
colocar as mãos desviará, por certo, a direção do raio visual; e, finalmente, a própria
densidade da vegetação só permitirá que se veja entre a distância de 10 a 30 metros
à frente, quando muito. (Manual de Sobrevivência na Selva do EB, 1999, p. 4-2)
Segundo o Manual, a noite nada se vê, nem a própria mão a um palmo dos
olhos. O luar, quando houver, poderá atenuar um pouco essa escuridão, sem,
contudo, entusiasmar o deslocamento noturno. O copado fechado das árvores não
permitirá que se observe o sol ou o céu, a não ser que se esteja em uma clareira, o
que, ainda assim, não significará que se possa efetivamente observá-los, de dia ou
de noite, para efeito de orientação, pois haverá constantemente a possibilidade do
céu nublado. Por tudo isso, os processos de orientação na selva sofrerão severas
restrições. Além dos processos convencionais, tais como a carta, a bússola e o GPS,
ainda poderá utilizar-se dos fenômenos da natureza como meio de fortuna.

a) Alguns Processos de Orientação

1) Orientação pelo Sol


Nascendo o sol a leste e pondo-se a oeste, a perpendicular mostrará a direção
norte-sul. Devido à inclinação variável do globo terrestre nas várias estações do
ano, este processo deverá ser utilizado somente para se obter uma “direção geral”
de deslocamento.

2) Orientação pelo Relógio


Fig. 10-1. Processo do relógio (para quem está no hemisfério Sul)

Fonte: Manual de Sobrevivência na Selva do EB (1999)

Colocando-se a linha 6-12 horas voltada para o sol, a direção norte será obtida
com a bissetriz do ângulo formado pela linha 6-12 horas e o ponteiro das horas,
utilizando o menor ângulo formado com a direção 12 horas.
No caso do hemisfério norte, a linha a ser voltada para o sol será a do ponteiro
das horas, e a bissetriz do ângulo desta linha com a linha 6-12 horas dará a direção
sul. Trata-se de um processo que apresenta consideráveis alterações nas estações do
verão e inverno austrais, devido à inclinação do globo terrestre e a direção em que o
sol incide sobre ele, também nas regiões próximas ao Equador, que é o caso da maior
parte da Amazônia Brasileira. Porém, pode ser utilizado, sem maiores restrições, nas
estações da primavera e outono se o indivíduo ou grupo souber em qual hemisfério
se encontra. (Manual de Sobrevivência na Selva do EB, 1999, p. 4-2).

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3) Orientação pelas Estrelas

Fig. 10-2. Orientação pela Estrela Polar

Fonte: Manual de Sobrevivência na Selva do EB (1999)

Estrela Polar: No hemisfério norte, o alinhamento observador-estrela. Polar


dará a direção N-S. Essa estrela poderá ser identificada pelas duas mais afastadas
da constelação Ursa Maior, chamadas indicadoras.
Fig. 10-3. Orientação pelo Cruzeiro do Sul

Fonte: Manual de Sobrevivência na Selva do EB (1999)

Cruzeiro do Sul: No hemisfério sul, prolongando-se 4 vezes e meia o braço


maior da cruz, ter-se-á o Sul no pé da perpendicular baixada, desta extremidade,
sobre o horizonte.

4) Observação dos Fenômenos Naturais


A observação de vários fenômenos naturais também permite o conhecimento,
a grosso modo, da direção N-S. Assim, os caules das árvores, a superfície das pedras,
os mourões das cercas etc., são mais úmidos na parte voltada para o sul. Entretanto,
pela dificuldade de penetração da luz solar, não será comum na selva a observação
desses fenômenos.

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5) Construção de Abrigos pelos Animais
Os animais, de modo geral, procuram construir seus abrigos com a entrada
voltada para o norte, protegendo- se dos ventos frios do Sul e recebendo diretamente
o calor e a luz do sol. No interior da selva amazônica, devido à proteção que ela
proporciona barrando os ventos frios, este processo de orientação não apresenta
grande confiabilidade.

6) Orientação pela Carta


As cartas do interior da selva são produzidas a partir de fotografias aéreas
que, ao basear-se nas copas das árvores, não apresentam a mesma fidelidade
obtida em outras regiões. Porém, é possível ao indivíduo ou grupos se orientarem
por cartas com escala igual ou inferior a 1/50.000. Especial atenção deve ser dada
na observação das depressões do terreno, porém, para longos deslocamentos é
conveniente utilizar este processo aliado à orientação pela bússola.

7) Orientação pela Bússola


Será o único processo que se mostrará eficaz, mesmo à noite. Daí a
recomendação: “quando se penetra em área de selva, por via terrestre ou aérea,
não esquecer de incluir no equipamento uma bússola protegida por plástico”. Ela
poderá vir a ser a salvação do sobrevivente, e talvez a única. Por ela, de dia ou de
noite, saber-se-á sempre onde fica o Norte. Se em seu limbo houver luminosidade,
inclusive a navegação noturna será possível, porém, o deslocamento será penoso e,
geralmente, pouco compensador. Entretanto, quando houver mais de um homem,
um deles substituirá o ponto de referência, será o homem-ponto, enquanto aquele
que ficar manejando o instrumento será o homem-bússola.

8) Orientação pelo “Global Position System” (GPS)


A orientação pelo GPS dependerá da potência do sinal recebido dos satélites.
No interior da selva a recepção deste sinal é prejudicada pela cobertura vegetal
ficando a utilização do GPS restrita às áreas de céu aberto. O GPS poderá ser utilizado
para auxiliar na orientação e navegação na Amazônia, principalmente quando
em rios, igarapés e regiões descampadas. O GPS além de fornecer coordenadas
geográficas do local, uma vez registrado um azimute, também permite navegar
seguindo aquela direção, pois ao afastar-se da mesma emitirá um aviso sonoro.
(Manual de Sobrevivência na Selva do EB, 1999, p. 4-5).

Navegação

A Navegação é o termo que se emprega para designar qualquer movimento


terrestre ou fluvial, diurno ou noturno, através da selva. Não se dispondo de bússola, a
navegação terá de ser feita como for possível. Se houver um guia, normalmente chamado
“mateiro”, conhecedor da região, não haverá maiores problemas; em caso contrário, a
navegação será difícil. (Manual de Sobrevivência na Selva do EB, 1999, p. 4-6)
Segundo ainda o Manual, quando se encontrar uma trilha aberta por ser
humano, geralmente ela conduzirá a um lugar de salvação. Se a trilha for de animal
- difícil de identificar por quem desconhece a selva, mas possível - provavelmente
ela conduzirá a um local de água (bebedouro). Se este bebedouro for um igarapé,
poder-se-á segui-lo na direção da corrente, fato que deverá conduzir a um curso
de água maior, e daí, por sua vez, a um local que permita a sinalização terra-ar
ou onde haja habitante ribeirinho. Caso o curso de água desemboque em lagoa ou
lago, do mesmo modo haverá melhores condições para a sinalização.

108
Para o Manual, se um elemento se perder do grupo, poderá ser encontrado
lançando mão de gritos e de apitos; se possuir arma, dará 2 tiros, o que já é
convencional na selva. Poderá também bater com qualquer pedaço de pau em
certas raízes expostas de árvores (sapopemas), o que produzirá um som que
reboará até determinada distância. Se tentar uma navegação em busca do grupo,
deverá, à medida que se deslocar ir marcando o caminho percorrido.
Para isso fará marcas com um facão, faca ou canivete nas árvores, ou irá
quebrando galhos da vegetação baixa, de modo que as pontas fiquem apontando
para a direção seguida. Todos esses recursos, ou quaisquer outros, serão
fundamentais em se tratando da vida na selva, sendo mesmo normal que grupos já
os tenham convencionados para os casos de necessidade.

109
11

BASE DE
PATRULHA
11

ED ESAB
AHLURTAP
Definição

É o local de ponto forte, porém de uso temporário na área de atuação nas


Operações Policiais na Selva, para assegurar o apoio logístico, proporcionar a
ligação com os elementos subordinados e superior e ainda autoridades locais,
acolher e despachar as Patrulhas e garantir a duração na ação a partir da qual a
Patrulha Policial de Selva executa ações de missões específicas, de reconhecimento
e/ou de combate. (Caderno de Instrução “Patrulhas do EB, 2005, p. 2-39)

Ponto pré assalto (PPA)

É uma área oculta na qual se acolhe a Patrulha Policial de Selva por curto
prazo para refazer, reorganizar e dar prosseguimento ao cumprimento da missão.
Tornando uma medida de segurança que funciona como um ponto de reunião,
dando flexibilidade ao comandante da Patrulha na área controlada por infratores.

Seleção do Local do PPA

O planejamento, o estudo da carta e de fotografias aéreas indicam os


melhores locais para a instalação do PPA da PPS. Contudo, a escolha na carta deve
ser confirmada no terreno, antes da ocupação e sempre prever outro local, como
segunda opção. Na escolha do local, observam-se os aspectos a seguir. (Caderno de
Instrução “Patrulhas do EB, 2005, p. 2-40)

- Missão da PPS;
- Dissimulação e segurança do local;
- Possibilidade do estabelecimento das comunicações necessárias;
- Necessidade de apoio de suprimento aéreo, se for o caso;
Neste caso, a área de lançamento não deve comprometer a localização do
PPA. Havendo mais de um lançamento, prever outras áreas. A noite é favorável
ao lançamento.

112
- Adequabilidade da área.
Considerando o ambiente operacional, escolher um terreno seco e bem
drenado e de pouco valor tático. As medidas de segurança preterem as medidas
administrativas da Patrulha.

- Proximidade de uma fonte de água, sempre que possível.

Fases da Instalação de um PPA

Definido o local do PPA, segundo ainda o Caderno de Instrução, o planejamento


e a preparação da instalação, normalmente, segue a sequência abaixo:

- Aproximação do PPA;
- Reconhecimento;
- Ocupação;
- Estabelecimento de um sistema de segurança;
- Medidas administrativas;
- Inspeções;
- Evacuação do PPA.

1) Aproximação e reconhecimento.

- Evitar regiões habitadas;


- Observar ao máximo a disciplina de ruídos;
- Aproveitar judiciosamente o terreno;
- A Patrulha abandona a direção de marcha em ângulo reto e faz um alto
guardado, ficando numa posição coberta e abrigada, próxima do local escolhido
para o PPA.

A distância, considerando o ambiente operacional, deve permitir a


visualização do PPA e o apoio mútuo entre os componentes do reconhecimento e
os que permanecem no alto guardado.
O reconhecimento e a ocupação do PPA se darão em três situações: o
comandante determina o alto da Patrulha e realiza o reconhecimento do PPA. Após
o reconhecimento conduz a Patrulha para o local selecionado. Sendo mais lento,
porém mais seguro. O Reconhecimento pela ocupação: O comandante simplesmente
comanda alto para a Patrulha e designa esse próprio local como PPA. Este é mais
rápido, porém menos seguro. O Reconhecimento pelo movimento: Com a Patrulha
em movimento, o comandante ao avistar o local por ele selecionado para o PPA,
guia a Patrulha em movimento circular para o estabelecimento da posição.
A designação pelo comandante da Patrulha, após reconhecimento, do ponto de
entrada do PPA, que será o ponto das 6 horas pelo processo do relógio. Em seguida,
o comandante da Patrulha desloca-se para o interior do PPA e define o centro (PC)
e o ponto das 12 horas. Os pontos 6 e 12 horas são definidos por referências que se
destaquem no ambiente. (Caderno de Instrução “Patrulhas” do EB, 2005, p. 2-41).

113
Fig. 11-1. Entrada pelo método do relógio Fig. 11-2. Posição dos grupos

Fonte: Internet (2017)

Segundo ainda o Caderno de Instrução, não tendo a Patrulha uma NGA de


ocupação, do centro da base, o comandante designa os setores para os membros da
Patrulha, utilizando-se do processo do relógio. Posteriormente, o subcomandante
reconhece os setores, verifica sua situação no terreno e retornam para junto do
comandante de Patrulha, que se encontra no centro do PPA.

Ocupação do PPA

O Caderno de Instrução afirma ainda que, o início da ocupação, propriamente


dita, deve ser feito com alguma luminosidade, ou seja, ao dia antes do escurecer,
visando à preparação correta do sistema de segurança. A ocupação durante a
noite é dificultada pelas condições de visibilidade para os reconhecimentos,
identificação do terreno e escolha das posições. Caso haja, o emprego criterioso
da NGA de ocupação de um PPA da PPS ou área de reunião aumentará o sigilo e
proporcionará mais segurança à Patrulha.

Estabelecimento do Sistema de Segurança do PPA

O sistema de postos de vigilância e/ou postos de escuta serão definidos e


instalados em função do ambiente operacional, integram o sistema de vigilância
do PPA. Complementando o sistema de segurança os meios de comunicações
silenciosos ligam os postos ao subcomandante e este ao comandante da Patrulha.
Normalmente cordas e/ou cipós, serão empregados como convenções estabelecidas,
quanto ao número de puxadas.
Durante o dia, os vigias devem colocar-se bem à frente, a uma distância que
não lhes permita ouvir os ruídos naturais vindos do PPA. À noite, os postos de
escuta devem ocupar posições centrais e mais próximas dos homens da periferia
da APA. Para maior segurança e controle, deve ser utilizada somente uma saída e
entrada para o PPA. O ponto é camuflado e guardado permanentemente, com uma
arma em pronto emprego. (Caderno de Instrução “Patrulhas” do EB, 2005, p. 2-46).
Normalmente, o comandante da PPS designa elementos com conhecimentos
especiais para instalar, fora da área da APA, um sistema de alarme, de preferência
luminoso, bem como, lançar e montar armadilhas. Tal sistema deve ser definido
antes da ocupação, considerando a necessidade de material.

114
Segundo o Caderno de Instrução, quando no PPA existirem restrições de
cobertas e abrigos, devem ser preparados abrigos individuais para um homem
deitado. Por medida de segurança, todos devem estar em condições de emprego
trinta minutos antes do escurecer e do amanhecer. A posição para dormir deve
favorecer uma pronta resposta do homem para tomar uma posição de tiro.

115
12

PLANEJAMENTO E
PREPARAÇÃO DA PPS
21

E OTNEMAJENALP
SPP AD OÃÇARAPERP
Normas de comando

Uma missão de PPS é composta de quatro etapas distintas.


- O seu recebimento;
- Planejamento e preparação;
- Execução;
- Confecção do relatório.

Logo após a conclusão da primeira etapa, o comandante da Patrulha inicia as


Normas de Comando. Estas compreendem todas as atividades de planejamento e
preparação desenvolvidas até a partida para o cumprimento da missão. Além disso, elas
permitem ao comandante de Patrulha metodizar o seu trabalho, evitando-lhe perda de
tempo e esquecimentos. (Caderno de Instrução “Patrulhas” do EB, 2005, p. 3-1).
Ressalta-se, segundo o Caderno de Instrução, que qualquer operação deve
ter sempre um objetivo claramente definido. A missão de um comandante de
Patrulha, recebida por intermédio de ordens e instruções do escalão superior
(podendo, excepcionalmente, ser deduzida da situação, em função de operações
que exijam alto grau de descentralização dos elementos subordinados), requer o
estabelecimento de linhas de ação exequíveis. A determinação da linha de ação
mais conveniente constitui a finalidade do estudo de situação, que é uma das
atividades mais importantes das normas de comando.

Sequência das ações

Segundo o Caderno de Instrução “Patrulhas” do EB, 2005, p. 3-1), a sequência


das ações que orientam o emprego da Patrulha, a partir do recebimento da missão,
é a seguinte (POREOF):

a. Providências Iniciais
- Realizar a interpretação sumária da missão atribuída a sua Patrulha;
- Planejar a utilização do tempo disponível (quadro-horário);
- Realizar o estudo de situação preliminar;
- Planejar a organização da Patrulha (pessoal e material).

118
b. Observação e planejamento do reconhecimento
- Realizar um rápido estudo na carta quando houver, observando o itinerário
até o objetivo, para planejar o reconhecimento;
- Planejar o reconhecimento (Rec);
- Determinando quem participa do Rec;
- Indicando os postos de observação a ocupar e o que observar em cada um deles.
- Elaborar a ordem preparatória (O Prep);
- Expedir a ordem preparatória.

c. Reconhecimento
- Conforme o planejamento.

d. Estudo de situação (planejamento detalhado)


- Estabelecer as linhas de ação, comparar e decidir;
- Elaborar a ordem à Patrulha.

e. Ordens

Emitir a ordem à Patrulha (verbal e emitida à luz do terreno ou de um caixão


de areia ou similar) e ainda a possibilidade de emprego de recursos audiovisuais,
e o emprego de imagem de satélite.

f. Fiscalização

O Cmt, auxiliado pelo seu subcomandante (SCmt), checar a execução das ordens
e auxilia os componentes subordinados sempre que possível. Esta fase é de vital
importância para o sucesso de qualquer operação. Esta checagem é caracterizada
pelas inspeções inicial e final. Nesta fase, estão também incluídos, a cargo do SCmt,
os ensaios das ações.

O Recebimento da Missão

Ao receber a missão, o comandante da Patrulha deve sanar todas as suas dúvidas,


solicitando os dados e as informações complementares que julgar importantes
para o seu planejamento. Ressalta-se que todas as informações disponíveis sobre
os infratores, terreno, condições meteorológicas, meios disponíveis, população,
elementos de contato, comando e comunicações, coordenação e controle estarão
sendo transmitidas por quem estiver atribuindo a missão. (Caderno de Instrução
“Patrulhas” do EB, 2005, p. 3-3)
Segundo o Caderno de Instrução, o comandante da Patrulha poderá receber
a missão acompanhado do (subcomandante e o grosso da Patrulha), caso julgue
necessário ou sozinho. O local para recebimento da missão pode ser desde uma das
instalações da organização policial militar até um posto de vigilância no terreno. Por
ocasião do recebimento da missão, o comandante de PPS também deverá aproveitar
para efetuar as ligações necessárias com outros comandantes das forças de apoio
(PM local, FFAA e outros) que tenham algum envolvimento com sua operação.
O comandante da PPS deve verificar com seu comandante se há a possibilidade
de executar um reconhecimento no local, levando-se em consideração que seu
comandante tem o controle de todas as ações e conhece a situação da ocorrência e
ainda dos infratores.

119
a) Estudo sumário da missão

Segundo ainda o Caderno de Instrução, é um processo mental e sintético, baseado


em perguntas, que respondidas, orientam o comandante da Patrulha na direção certa
para o cumprimento da missão, facilitando a confecção do quadro-horário.

1) O que fazer?
- Identificar as ações impostas (verbos da missão) e visualizar as ações
complementares necessárias ao cumprimento da missão.

2) Quando?
- Verificar os prazos e horários impostos ou necessários para o cumprimento
da missão.

3) Onde?
- Levantar a localização e a situação do objetivo.
É importante salientar que as conclusões obtidas, por esse breve estudo preliminar,
poderão sofrer modificações determinadas por dados obtidos no reconhecimento e
serão reajustadas por ocasião do estudo de situação (planejamento detalhado).

b) Planejamento da utilização do tempo

É necessário que inicialmente seja confeccionado um quadro-horário que


adeque as atividades de planejamento e preparação ao tempo disponível, de
modo que todas as ações tenham hora específica para sua realização. A ordem
preparatória, sendo meramente administrativa, terá tempo de emissão inferior ao
da ordem à Patrulha. (Caderno de Instrução “Patrulhas” do EB, 2005, p. 3-4)

c) Estudo de situação preliminar

O estudo de situação é um processo lógico e continuado de raciocínio, pelo qual


o comandante da Patrulha considera todas as circunstâncias que possam interferir
no cumprimento da missão. A profundidade com que este estudo de situação
preliminar deverá ser realizado está condicionada a diversos fatores, dentre os
quais se destacam os dados disponíveis nesta etapa do planejamento e o tempo
que o comandante da Patrulha dispõe para o cumprimento de sua missão. Deve-se
levar em consideração, também, o fato de que há necessidade de se proporcionar
o máximo de tempo de preparação para a intervenção. (Caderno de Instrução
“Patrulhas” do EB, 2005, p. 3-6).

Planejamento da Organização de Pessoal e Material

Segundo ainda o Caderno de Instrução, após o planejamento da utilização


do tempo, do estudo de situação preliminar e já tendo identificada no estudo
sumário da missão, a sequência das ações a realizar, o comandante da Patrulha
deve organizar os grupos, decidindo qual material, equipamento e armamento a
serem conduzidos no cumprimento da missão, bem como a serem utilizados no
reconhecimento e no ensaio.
Para isso, poderá valer-se do quadro de organização de pessoal e material
(QOPM) preenchido em duas vias. O gerente da Patrulha fará o pedido de material
e equipamento ao final da ordem preparatória. Alguns homens podem receber

120
atribuições específicas durante a preparação e/ou execução da Patrulha, não
pertencendo, portanto, ao grupo de comando. Essas atribuições, desempenhadas
cumulativamente com as demais são, dentre outras, as que se seguem:

a. Subcomandante
É o eventual substituto do comandante em qualquer fase da missão. Auxilia
o comandante no planejamento, coordena as medidas administrativas (ordens,
ensaios, refeições, inspeções etc.). Fiscaliza as atividades de preparação da equipe
de tarefas especiais. Providencia a presença e organiza a PPS para emissão de
ordens (inclusive elementos em apoio) e conduz o ensaio. Controla o efetivo e
rodízio de material, se for o caso (durante deslocamentos, altos, reorganização,
ultrapassagem de pontos críticos). Coordena a redistribuição da munição e de
outros materiais, se for o caso. Verifica a esterilização das áreas dos alto-guardados,
objetivo, áreas de reunião etc.

b. Gerente
É o terceiro mais antigo da PPS. É o elemento encarregado de material e
suprimentos. Deve providenciar este material e os suprimentos necessários, de
acordo com a relação confeccionada pelo comandante da PPS, e distribuí-los,
mantendo o controle de modo que a PPS esteja aprestada na hora da Ordem à
Patrulha. No regresso da missão, recolhe o material distribuído e apresenta ao
comandante as alterações.

c. Navegador
Auxilia o comandante da Patrulha na orientação e navegação da PPS. É de
extrema importância esse elemento na PPS em virtude da complexidade das
Operações de Patrulhamento na Selva. De acordo com a necessidade, é conveniente
que todos os componentes da PPS que tenham conhecimento de orientação e
navegação. Sob a coordenação do comandante da Patrulha, o navegador da PPS
prepara o caixão de areia, extrato da carta ou recurso visual ou ainda meio similar
a ser utilizado na Ordem à Patrulha e prepara o quadro auxiliar de navegação.

d. Homem Passo
Auxilia o comandante da Patrulha juntamente com o navegador na
orientação e navegação da PPS. Especificamente quanto ao tempo navegado ou
a navegar da PPS. É importante esse elemento na PPS para o planejamento do
tempo no deslocamento através Selva no cumprimento da missão em virtude da
complexidade das Operações de Patrulhamento na Selva, por conta de obstáculos,
pontos críticos ou ainda acidentes capitais.
O comandante da PPS poderá realizar desvio na rota de descolamento ou ainda
por orientação. Sendo que deverá ser categoricamente anotado todos os desvios
realizados, para a segurança da PPS no seu retorno da missão. Sob a coordenação
do comandante da Patrulha, o homem passo da PPS prepara o processo de contagem
de passos ou meio similar a ser utilizado na Ordem à Patrulha.

e. Tarefas Especiais
São Especialistas em diversas Áreas Técnicas de Segurança Pública, com
conhecimentos em: Explosivos, Negociação, Identificação, dentre outros. Que
auxiliarão o comandante da PPS na missão, principalmente no Objetivo.

121
Ordem preparatória

A ordem preparatória tem a finalidade de orientar a preparação individual


e coletiva da PPS para o cumprimento da missão. O comandante da PPS deve
empenhar-se em emitir sua ordem no mais curto prazo possível, de modo a
permitir à PPS o tempo adequado ao aprestamento. Caso se torne impraticável a
emissão da ordem preparatória a todos os elementos da PPS, ela deve ser emitida ao
comandante subordinado que a retransmitirão a seus homens. Antes da expedição
da ordem preparatória, o SCmt deverá organizar a PPS conforme o planejamento
do comandante, apresentando-a no local determinado para a emissão da referida
ordem. (Caderno de Instrução “Patrulhas” do EB, 2005, p. 3-10)

Estudo de Situação (MITEMET)

O estudo de situação é um processo lógico e continuado de raciocínio, pelo qual


o comandante de Patrulha considera todas as circunstâncias que possam interferir
no cumprimento da missão. O estudo baseia-se nos fatores abaixo discriminados.
(Caderno de Instrução “Patrulhas” do EB, 2005, p. 3-14)

a. A Missão
O comandante da Patrulha procura definir, claramente, as ações a realizar,
sequenciando-as de maneira lógica, a fim de assegurar o preparo e a execução das
ações necessárias ao cumprimento da missão.

b. Os Infratores

O comandante da Patrulha analisa os dados levantados no reconhecimento e


aqueles recebidos do escalão superior, concluindo sobre: grau de periculosidade,
“modus operandi”, experiência, grau de conhecimento, desdobramento dos
infratores no terreno, tempo no local, capacidade de reforço etc. Ele deve, ainda,
levantar as ações que os infratores serão capazes de realizarem, e que, se efetuadas,
influenciarão no cumprimento da missão.

c. O Terreno
O comandante da Patrulha considera os aspectos gerais (relevo, vegetação,
natureza do solo, hidrografia, localidades, população e condições meteorológicas).
Este estudo visa integrar os melhores momentos para as suas ações e identificar os
itinerários que restringem ou impedem o movimento da Patrulha. Conhecendo os
itinerários mais adequados à situação, o comandante da Patrulha realiza o estudo
dos aspectos das Operações Policiais no terreno.

d. Meios
O comandante da Patrulha deve apreciar os recursos humanos e materiais
disponíveis. Ele deve procurar empregar seus meios de forma a levantar a melhor
linha de ação para o cumprimento da missão.

e. Temperatura

O comandante da Patrulha deve analisar o tempo disponível para o


cumprimento da missão. Este estudo inicia-se no planejamento preliminar, quando
da confecção do quadro-horário. Os tempos estimados para as diversas fases são

122
detalhados e, conforme o estudo realizado, redefinidos. Ele poderá concluir sobre
a adoção de maiores ou menores medidas de segurança durante a execução da
missão, tempo disponível para ensaios etc.
Por fim, ao final deste estudo, o comandante terá chegado a uma decisão sobre
como cumprirá a missão. (Caderno de Instrução “Patrulhas” do EB, 2005, p. 3-15).

Ordem à patrulha

A Ordem à Patrulha tem por objetivo informar aos integrantes da fração


as características da missão a ser cumprida, o seu desenvolvimento, bem como,
estabelecer as missões específicas individuais, dos grupos. Deve ser emitida de
forma verbal e contínua. Estabelece procedimentos, condutas alternativas e as
diversas prescrições necessárias ao cumprimento da missão.
Normalmente, ao início da ordem à Patrulha, a fração já deverá estar em
condições de partir. Entende-se, com isso, que ela já deverá estar aprestada, com
o armamento, equipamento, e materiais especiais necessários ao cumprimento da
missão. É importante que a fração já esteja organizada em seus grupos e com a
camuflagem individual feita.
É admissível que, em missões complexas, com longo tempo para ordens e
ensaios, a ordem à patrulha seja executada sem a fração ainda estar aprestada.
Em determinadas situações, a ordem pode ser transmitida diretamente aos
comandantes de grupos, e estes, por sua vez, a repassarão aos seus respectivos
patrulheiros. (Caderno de Instrução “Patrulhas” do EB, 2005, p.3-18).

Inspeção geral da PPS

a. Inspeção inicial
Fig. 12-1. Inspeção inicial

Fonte: Internet (2017)

A inspeção inicial visa a permitir ao comandante da Patrulha uma avaliação


sobre o grau de preparação dos homens, quanto ao conhecimento detalhado da
missão, bem como o moral da equipe, o estado do equipamento e do armamento.
Essa inspeção é realizada, preferencialmente, logo após a transmissão da Ordem
à Patrulha. Ela deve ser dividida em duas fases, uma tática e a outra material.
Nesta ocasião, serão inspecionados todos os integrantes da patrulha. (Caderno de
Instrução “Patrulhas” do EB, 2005, p. 3-23).

123
1) Parte tática

Verificação do conhecimento individual sobre a missão, bem como senhas,


contra senhas, sinais de reconhecimento, sinais de ponto limpo e ponto ativado,
códigos, missões específicas, indicativos, prescrições rádio, estória cobertura,
horários de ligação, sinais convencionados e processos de autenticação /codificação.
Deve ser realizada, sempre que possível, após a transmissão da ordem à
Patrulha, no próprio caixão de areia, ocultando os meios visuais. Deverá ser
conduzida pelo comandante da patrulha, buscando fazer um sincronismo entre
os grupos em todas as fases da patrulha. Ou seja, desde a partida até o regresso. O
comandante da patrulha fará, inicialmente, perguntas aos integrantes da patrulha
para verificar se há alguma dúvida sobre a missão, principalmente aos patrulheiros
com missões específicas.
Posteriormente, fará uma espécie de teatro verificando todas as ações desde
a ordem de embarque, passando pela ordem de deslocamento, ocupação do PPA,
reconhecimento aproximado, tomada do dispositivo, ações no objetivo, retraimento
para o PPA, reorganização e regresso. Esta atividade deverá ser realizada na ordem
cronológica dos acontecimentos, quando o comandante irá citar as ações a serem
realizadas enquanto os comandantes de grupo, utilizando-se de cartões com os
nomes de suas frações, os colocarão no caixão de areia na ordem de execução.

2) Parte material

Nesta fase da inspeção, o comandante deve dispor seus homens de forma


que seja possível a inspeção tátil e visual do uniforme, armamento, equipamento
e material coletivo. Deve-se ressaltar que todo o teste e aprestamento do material
deverá ser realizado por ocasião de seu recebimento e durante o planejamento
detalhado, a cargo dos comandantes de grupo. Uniforme e equipamento individual:
ancoragem do equipamento, material conforme previsto no QOPM, relógios
(horário, protetor, despertadores desligados e etc.), impermeabilização (mochila,
kits e etc.), cantis plenos etc. O armamento e munição: condições de manutenção,
funcionamento, camuflagem, estrangulamento das bandoleiras, amarração dos
zarelhos, travamento, alça de combate etc.
O material de destruição: condições de manutenção, funcionamento,
preparação de cargas-tipo, acondicionamento e impermeabilização etc. Material
especial (viatura, embarcação, bolsa de primeiros socorros, GPS e etc.): condições
de uso, funcionamento, acondicionamento e impermeabilização etc. Material de
comunicações: condições de manutenção, funcionamento (potência de saída e etc.),
pré-sintonia, acondicionamento, ancoragem (combinado, antena, base de antena e
etc.) e impermeabilização (rádio, combinado, caixa de bateria e etc.). (Caderno de
Instrução “Patrulhas” do EB, 2005, p. 3-25).

b. Estudo e ensaio

Segundo o Caderno de Instrução “Patrulhas”, o ensaio visa à familiarização


dos homens com o cumprimento da missão, praticando as tarefas que irão realizar
e esclarecendo as possíveis dúvidas decorrentes da Ordem à Patrulha. Deverá
ser conduzido de forma a obedecer rigorosamente ao que será executado no
cumprimento da missão.
Uma travessia de curso d’água; o uso do OVN e da máscara contra gases;
dentre outros procedimentos, quando não ensaiados, poderão vir a comprometer

124
o sucesso da missão devido a, dentre outros motivos: quebra de sigilo, danificação
do material (impermeabilização mal feita) e dificuldade de observação (perda de
profundidade ou embarcamento), dentre outras fatores que poderão ocorrer.
Fig. 12-2. Ensaio

Fonte: Internet (2017)


O Caderno de Instrução cita ainda que, o ensaio é planejado pelo comandante
durante o planejamento detalhado e transmitido ao subcomandante para que
este possa conduzi-lo. Ao final da ordem à Patrulha, o subcomandante faz uma
explanação oral, para que todos os homens entendam onde, como e o que vai ser
ensaiado. Por fim, o comandante da patrulha observa o ensaio com o intuito de
corrigir eventuais erros causados pelo não entendimento das ordens emanadas ou
até mesmo para retificar o seu planejamento.

c. Inspeção final
Fig. 12-3. Inspeção final

Fonte: Internet (2017)

A inspeção final, última atividade da PPS antes da partida, visa a permitir


ao comandante da patrulha verificar se os erros encontrados na inspeção inicial
e no ensaio foram corrigidos. O comandante inspeciona o subcomandante e
este inspeciona o comandante, posteriormente os dois inspecionam os demais
integrantes da PPS. É importante que cada integrante da PPS disponha, no lado

125
interno da tampa da mochila, uma relação com o material coletivo que está
conduzindo, a fim de facilitar, no caso de alguma eventual baixa, o controle do
material coletivo essencial ao cumprimento da missão.
Por fim, após a verificação da camuflagem, da ajustagem do equipamento, dos
cantis plenos, do estado físico dos componentes e realizadas as devidas correções, o
comandante da Patrulha deverá comandar “CARREGAR AS ARMAS” e, em seguida,
inspecionar se estão carregadas. (Caderno de Instrução “Patrulhas” do EB, 2005, 3-28).

126
127
13

PATRULHA POLICIAL
RIBEIRINHA (PPRib)
31

LAICILOP AHLURTAP
)biRPP( AHNIRIEBIR
Considerações iniciais

As Patrulhas Ribeirinhas podem ser empregadas com o propósito de


reconhecimento, combate e segurança. As missões designadas são similares àquelas
atribuídas às Patrulhas terrestres. (Manual Básico do Combatente Ribeirinho
Marinha do Brasil, 2005, p.21-1).
As ribeirinhas operam em maiores velocidades e alcances que as terrestres em
virtude de maior mobilidade. Nesse sentido, a Patrulha Policial Ribeirinha destina-se
a obter domínio sobre os rios e seus cursos de águas, onde se predominam as vias de
acesso pela água, conhecidas como “hidrovias”, em regiões pouco desenvolvidas e cuja
população habita, geralmente, às margens dos rios, conhecidos como “ribeirinhos”.
A PPRib poderá operar em conjunto com a Patrulha de Policial de Selva, com o
efetivo do Pelotão Fluvial do BPAmb e ainda operar em conjunto com o Grupamento
Aereo (GRAER), em ocorrências críticas em áreas de Selva, com ou sem reféns em
Áreas Ribeirinhas, e em embarcações nos “Rios da Amazônia”.
Deve-se observar que a ação em embarcações de transporte fluvial, faz parte
das Operações Policiais na Selva. Essas ocorrências já ocorrem, sendo que a muito
já observamos ações de piratas em leito de rios, principalmente na calha do Rio
Solimões. Entretanto, já tivemos ocorrência com réfens neste ambiente ribeirinho,
porém, ainda não tivemos ocorrências que precisasse ser utilizado o assalto tático
em embarcações. Contudo, devemos ter em mente que o meio líquido por si só já é
um grande obstáculo para a ação policial, outro ponto a observar é o equipamento
que deve ser adequado para este tipo de Patrulha.

Áreas Ribeirinhas

Segundo o Manual Básico do Combatente Ribeirinho da MB (2005, p.19-3), são


caracterizadas pela visibilidade reduzida, limitação nas suas linhas de comunicações
terrestres e ainda pela extensa superfície hídrica que constitui a principal via de
transporte local. Podem apresentar trechos com terrenos relativamente alagados,
pântanos ou florestas, grandes planícies ou terrenos relativamente planos, sujeitas
a inundações periódicas, em consequência do regime das águas dos rios e/ou dos
efeitos das marés, quando próximas do litoral.

130
População distribuída às margens das hidrovias, em cujas confluências
principais podem existir núcleos urbanos de relativa importância, com grande
instabilidade das condições climáticas e meteorológicas e carência de recursos
locais. Mais de 90% dos municípios, fontes de produção e comunidades se encontram
à margem dos rios, afastadas por quilômetros de distância.
Fig. 13-1. Mapa hidroviário dos rios do Amazonas

Fonte: Internet (2017)

Composição básica da PPRib

Uma Patrulha Policial Ribeirinha (PPRib) é formada, no mínimo, por duas


embar-cações, cada qual com, pelo menos, quatro componentes. Esses elementos
for-mam o número mínimo necessário para uma composição básica da embarcação.
Esse número de embarcações é necessário à profundidade, flexibilidade e segurança
às ações da Patrulha, caso uma delas seja submetida ao fogo dos infratores, encalhe
ou fique bloqueada por obstáculos.
O efetivo total de homens, armamentos, munições e embarcações dependerão
da missão designada. Sempre que possível, deve ser mantida a integridade tática
das frações que constituem a PPRib.
A equipe de embarcação para uma Patrulha Policial Ribeirinha operativa é
composta por oitos policiais militares, todos com funções e números bem definidos,
como podemos ver a seguir:

a) Organograma da PPRib
Fig. 13-2. Organograma da PPRib

131
a. Posicionamento da Patrulha Policial Ribeirinha na embarcação

Fig.13-3. Composição da Patrulha embarcada na LAR

Fonte: Manual do Combatente Ribeirinho da MB (2005)

Fig.13-4. Composição da Patrulha em duas embarcações menores

Fonte: Manual do Combatente Ribeirinho da MB (2005)

b. Patrulha Policial Ribeirinha Embarcada

1 - Proeiro / Navegador
2 - Esclarecedor 1/ Observador
3 - Esclarecedor 2 / Segurança
4 - Atirador de Segurança
5 - Comandante
6 - Subcomandante
7 - Patrão (piloto da embarcação)
8 - Segurança a Retaguarda

132
Responsabilidade da função na PPRib

PRO / NAV - Proeiro / Navegador

Atribuições
1) Auxiliar o nº 8 (patrão) na colocação do motor na embarcação;
2) É encarregado do cabo de Proa e sua amarração;
3) É encarregado da amarração dos cabos laterais internos da embarcação
para apeação do material a ser embarcado;
4) Providencia e coloca nos lugares apropriados os remos;
5) Distribui os coletes salvas vidas a Patrulha;
6) Auxilia o patrão na desatracação e abicagem;
7) Se durante a navegação o meio de propulsão for a remo, assume a função
de Sota – Voga da equipe de remadores;
8) Durante a navegação, é responsável pela sinalização entre as equipes para
a mudança de formação;
9) É o navegador da PPRib.

ESC 1 / OBS - Esclarecedor 1 / Observador

Atribuições
1) É encarregado do embarque e apeação do material;
2) Se necessário, auxilia o Proeiro na atracação da embarcação;
3) Se o meio de propulsão empregado for o remo, assume a função de voga;
4) É Observador da PPRib.

ESC 2 / SEG - Esclarecedor 2 / Segurança

Atribuições
1) Auxilia o Esc 1/Obs no embarque e apeação do material;
2) Durante a navegação de Patrulhamento é o Esclarecedor 2, sendo responsável
pela Segurança da PPRib no Flanco Direito da embarcação, mantendo sua arma em
condições de tiro;
3) É operador rádio da embarcação, se houver o equipamento na embarcação.

ATI / SEG – Atirador de Segurança

Atribuições
1) Durante a navegação é o Atirador, sendo o responsável pela Segurança da
PPRib no Flanco Esquerdo da embarcação, mantendo sua arma em condições de uso.

CMT – Comandante

Atribuições
1) É o responsável pela Inspeção Final da sua PPRib antes do embarque, tendo
atenção especial se toda a PPRib está equipada corretamente com coletes salva-
vidas e se as armas estão carregadas;
2) É o responsável pela inspeção final da embarcação;
3)Pede permissão ao Comandante da Operação Policial na Selva para
desatracação, solicita a rota, a velocidade a ser seguida, assim como a sua colocação
na formação em relação às demais embarcações, se houver;

133
4) É o responsável pela Conduta e Disciplina de sua PPRib principalmente no
que tange sobre a disciplina de luzes e ruídos, dentre outras.

SCMT – Subcomandante

Atribuições
1) Auxilia o comandante na Inspeção Final da PPRib antes do embarque,
tendo atenção especial se toda a PPRib está equipada corretamente com coletes
salva-vidas e se as armas estão carregadas;
2) Auxilia o comandante na Inspeção Final da embarcação;
3) Auxilia o comandante na Conduta e Disciplina da PPRib, principalmente no
que tange sobre a disciplina de luzes e ruídos, dentre outras.

PAT/PIL – Patrão / Piloto / Gerente

Atribuições
1) É o responsável pelo recebimento no P4 do seguinte material: motor (testar),
tanque, combustível, óleo 2 tempos, remos, colete salva-vidas, caixa de ferramenta,
cabos de proa e apeação, 1 kit de sinalização, boia de arrinque e defensas;
2) Colocação de embarcação na água, apeação do motor e tanque na
embarcação;
3) Ligar o motor para pré aquecê-lo;
4) Distribuição do material e pessoal a ser embarcado;
5) Quando o motor estiver pré-aquecido, o material embarcado e peado, dará
o pronto ao Comandante da PPRib
6) É o responsável pela operação e manutenção do motor, desde a saída do P4
até o regresso.

Piloto: É o homem que se desloca (sentado) na popa da embarcação, ficando


encarregado de manter a direção em que se deseja navegar e dá as ordens.
Voga: É quem cadencia a remada (HOP)‫‏‬.
Proa (Sota-Voga): É o responsável pela amarração do bote, além da atracação e
da desatracação. É sempre o primeiro a desembarcar e o último a embarcar no bote.

SEG / RET – Segurança Retaguarda

Atribuições
1) Durante a navegação de Patrulhamento é segurança, sendo o responsável pela
Segurança da PPRib a Retaguarda da embarcação, mantendo sua arma em condições
de uso. (Manual Básico do Combatente Ribeirinho da Marinha do Brasil, 2005, p.6-1).

134
14

EMPREGO TÁTICO DA PATRULHA POLÍCIA


RIBEIRINHA
41

AICÍLOP AHLURTAP AD OCITÁT OGERPME


AHNIRIEBIR
Assalto tático em embarcações

As ações de Assalto Tático em embarcações mesmo com suas peculiaridades


e dificuldades são possíveis de ser realizados. Contudo, vale ressaltar que não é
qualquer efetivo que pode participar desse tipo de operação, o meio aquático por
si só já representa um perigo para o Policial Militar, sem contar que este mesmo
estando neste meio deve ser capaz de atirar e nadar com seus equipamentos. A
aquisição do armamento adequado também é uma necessidade, para atuar nessas
operações policiais. Para tanto, nesta ação, é exigido dos componentes que dela
participam elevado grau de coordenação, controle e rapidez na ação.

a) Abordagem com a PPRib completa


Fig. 14-1. Patrulha completa Fig. 14-2. Embarcação de passageiro 1

Fonte: Manual do Combatente Ribeirinho da MB (2005)

138
b) Abordagem com duas Patrulha de 4.

Fig. 14-3. Patrulha com duas equipes de 4 Fig. 14-4. Embarcação de passageiro 2

Fonte: Manual do Combatente Ribeirinho da MB (2005)

Para uma Operação de Patrulhamento Policial Ribeirinho devem ser


selecionados, no mínimo, 04 componentes para cada embarcação. Os componentes
restantes inclusive o comandante da embarcação (quando não for o patrão),
formam o número mínimo necessário à execução das manobras básicas com a
embarcação e para uma ação de Patrulhamento Policial Ribeirinha consiste de, no
mínimo duas embarcações, conforme já mencionado anteriormente.
O número total de componentes, armamento e embarcações necessárias à
operação policial depende da missão designada. Sempre que possível à integridade
tática deve ser mantida através da designação conveniente dos componentes das
embarcações. Todos os componentes deverão portar Fuzil de Assalto Cal “556/7.62.
O comandante da equipe deverá permanecer próximo ao patrão de modo a dar-lhe
às ordens rapidamente.

Assalto ribeirinho

O Assalto Ribeirinho é a ação em área ribeirinha que se caracteriza pelo


desembarque por tropa especializada em margem de rio, para a conquista de
objetivos terrestres nela existentes, no âmbito da Segurança Pública. A sequência de
desembarque para o assalto deve proporcionar movimentos rápidos e ordenados
em terra, bem como a capacidade de avanço imediato para a conquista dos objetivos
próximos aos locais de desembarque. As embarcações de Assalto Ribeirinho
localizam-se de modo a proporcionar fogos nos flancos, à retaguarda e à frente dos
elementos de manobra desembarcados, o que torna necessário o estabelecimento
de rígidas medidas de coordenação e de segurança à tropa especializada. Contudo,
outras ações, particularmente as de bloqueio de vias fluviais e terrestres, podem ser
desencadeadas simultaneamente com o assalto. (Manual do Batalhão de Infantaria
de Selva do EB, 1997, p. 5-7).

139
Fig. 14-5. Assalto Ribeirinho

Fonte: Internet (2017)

Segundo o Manual ainda, a Cabeça de praia ribeirinha é uma área determinada


às margens de rios e lagos que, tomada e mantida, assegura o desembarque contínuo
da tropa especializada, de material e ainda proporciona espaço de manobra de
ensaios para operações policiais em terra, indispensáveis ao cumprimento da
missão. Será estabelecida após o assalto ribeirinho, quando a força especializada
de desembarque ribeirinha ocupa as posições que garantam o desembarque de
outras forças policiais e de material para o prosseguimento das operações policiais.

Movimento tático ribeirinho


Fig. 14-6. Deslocamento Fluvial

Fonte: Internet (2017)

Segundo o Manual do Batalhão de Infantaria de Selva do EB (1997, p. 5-5), o


Movimento fluvial, abrange seu deslocamento e ações, desde a partida, na área
de embarque, até a área de operações, seja para o estabelecimento da base de

140
Patrulha Ribeirinha, seja para o desencadeamento das Operações Policiais na
Selva. É importante que seja planejada a adaptação da tropa especializada às
características das embarcações, a fim de manter intacta a cadeia de comando e a
integridade das frações bem como do aprestamento das mesmas para as missões
imediatas. O plano de embarque deverá adaptar as embarcações disponíveis,
procurando manter a estrutura organizacional da unidade especializada.
Para o Caderno de Instrução “Patrulhas” do EB (2005, p. 5-10), no Movi-
mento, deverá haver a definição da ordem de deslocamento das embarcações
e da condução de ações destinadas a contrapor-se às ações dos criminosos. Em
princípio, os deslocamentos são realizados pelos processos a seguir descritos.
Segundo ainda o Caderno de Instrução, no Movimento contínuo, durante
o movimento contínuo, todas as embarcações movem-se, a uma velocidade mo-
derada. A segurança é baseada na observação e na ação da PPRib nos locais mais
viáveis às ações dos criminosos. Este processo é o que oferece maior rapi-dez de
movimento, contudo, proporciona um menor grau de segurança.
Já em Movimento por lanços sucessivos, as embarcações da PPRib man-têm
suas respectivas posições na coluna. O sistema de segurança entre as em-barcações
é recíproco e um só inicia o seu deslocamento, quando a outra já te-nha ocupado
posição. É o processo oferece maior segurança, sendo, porém, o mais lento.
Fig. 14-7. Movimento por lanços sucessivos

Fonte: Caderno de Instrução “Patrulha” do EB (2005)

Conforme ainda o Caderno de Instrução, a lancha “A” avança até um ponto em


que tenha observação à frente, seus ocupantes desembarcam e entram em posição.
Uma vez em condições de fornecer a segurança, sinaliza para a lancha “B” e este
prosseguirá para o local da lancha “A”. Os demais botes se deslocam para o local
anterior da lancha “B”.
Os elementos da lancha “B” ocupam as posições da lancha “A”. Ato contínuo,
os elementos da lancha “A” embarcam e prosseguem até o ponto de observação
escolhido onde desembarcarão e o processo se repete.
Outro movimento é por lanços alternados, neste caso o movimento das duas
embarcações da frente é alternado por ultrapassagem. Uma embarcação não
para no local do que está à frente e sim, ultrapassa-o. A formação e as distâncias
e intervalos entre as embarcações serão adotadas em função da situação, das
características da aquavia e de suas margens, das condições de visibilidade e da
disponibilidade de embarcações.

141
Fig. 14-8. Movimento por lanços alternados

Fonte: Caderno de Instrução “Patrulha” do EB (2005)

A lancha “A” ocupa posição num ponto que permita observação à frente.
Sinaliza para a lancha “B” que, tendo embarcado o pessoal, ultrapassa o local da
lancha “A” e entra em posição à frente. As demais lanchas se deslocam e ocupam
a antiga posição da lancha “B”. Proporciona maior rapidez que o movimento
por lanços sucessivos, mas não permite ao homem da lancha que ultrapassa, um
reconhecimento cuidadoso à frente. O contato rádio entre as lanchas permite que o
bote em posição auxilie com informações a lancha que irá ultrapassá-lo. (Caderno
de Instrução “Patrulhas” do EB, 2005, p. 5-11)

Técnicas de Deslocamentos

Segundo o Manual Básico do Combatente Ribeirinho da MB (2005, p. 6-1), o


deslocamento para montante é sempre difícil quando o motor não estiver sendo
usado. Já para a jusante pode ser efetuado sem o auxílio do motor. A utilização
de motores denuncia a presença das embarcações á noite, a distância de
aproximadamente 9 km, reduzindo cerca de 3,5 km nos Patrulhamento diurnos.
Em deslocamento noturno deverá ser colocado luz química ou lanterna (de
preferência com foco colorido) a retaguarda das embarcações de maneira que não
seja visualizada quando da observação frontal.
Quando usado o remo como meio de propulsão, normalmente em
Patrulhamento noturnos ou ainda em missão de reconhecimento e/ou de assalto,
estes devem ser envolvidos em panos, para reduzir o ruído. Os Patrulhamentos
noturnos devem ser evitados sempre que possível. Os deslocamentos sigilosos
podem ser efetuados durante o período de visibilidade reduzida.
A correnteza é maior quando o curso d´água se estreita e menor quando o curso
d´água se alarga em uma curva, a maior profundidade é geralmente encontrada
junto à margem externa. Assim sendo, o patrão de qualquer embarcação deve
navegar junto à margem externa das curvas (gradiente mais acentuada). Entretanto,
apesar dessa regra da navegação, a possibilidade de obstáculo submerso deve ser
sempre considerada.
O Patrão deve se posicionar na embarcação de modo que possa constantemente
exercer uma efetiva vigilância na superfície da água. Qualquer obstáculo flutuante
deve ser evitado, tendo em vista a segurança da embarcação. Não devendo navegar
em alta velocidade em correntes rápida ou dar guinadas acentuadas, quando o motor
de polpa estiver sendo usado. Por fim, a embarcação deve desenvolver velocidade
média até que o Patrão esteja completamente ciente do que espera a frente.

142
A navegação e orientação fluvial

Basicamente a orientação nas aquavias é amarrada por pontos de referência


existentes. Como cachoeiras, ilhas, bancos de areia, pequenas localidades,
confluência de rios/igarapés, sobre tudo o estudo da carta e do terreno e até
mesmo árvores de grande porte que se destacam da vegetação nas margens, serão
excelentes pontos de referência.
Pode-se, ainda, controlar os deslocamentos em trechos retilíneos da aquavia
considerando-se o tempo e a velocidade. Durante a noite, um processo que pode ser
empregado, é o da determinação do itinerário por pontos. O comandante da Patrulha
tira azimutes ao longo do itinerário até o objetivo, prevendo atingi-lo ou chegando
próximo em uma das margens. (Caderno de Instrução “Patrulhas” do EB, 2005, p. 5-12).
Fig. 14-9. Técnica de navegação fluvial noturna

Fonte: Caderno de Instrução “Patrulha” do EB, 2005

Segundo ainda o Caderno de Instrução, para empregar a técnica de


navegação fluvial noturna, tira-se o azimute magnético do ponto 1 para o ponto
2. A embarcação-ponto atingindo o ponto 2, ancora firmemente, aguardando
a chegada da embarcação-bússola. Do ponto 2, tira-se o azimute do ponto 3 e a
embarcação-ponto inicia o deslocamento até atingi-lo. Aguarda a chegada da
embarcação-bússola e, assim, o mecanismo se repete até cumprir o planejamento
do comandante da PPRib.
Existindo outras embarcações na patrulha, estes se deslocam a retaguarda
da embarcação-bússola ou conforme determinação do comandante da patrulha.
A embarcação-ponto deverá portar uma lanterna velada (escurecida) para que
possa ser visto pelos demais botes quando o deslocamento for noturno. Caso
precisarem realizar correções na direção da embarcação-ponto devem ser feitas
pela embarcação-bússola e através dos meios de comunicações disponíveis.

Base da PPRib

É uma base temporária, terrestre ou flutuante, estabelecida pelo Comando


das Operações Policiais Ribeirinhas ou pelo Comandante da PPRib, de onde são
desencadeadas, controladas e apoiadas taticamente as ações contra os infratores.
Também é o ponto base para onde se converge o apoio logístico e o Planejamento
do escalão superior. Nela encontram-se o posto de comando da Operação. (Manual
de Ações de Fuzileiros Navais nas Operações Ribeirinhas, 2005, p. 4-5).

143
a) Base Terrestre
Fig. 14-10. Base terrestre da PPRib

Segundo ainda o Manual de Ações de Fuzileiros Navais, será uma Base de


Combate Terrestre, quando sua maior parte estiver instalada em terra, abrangendo
parte da hidrovia adjacente necessária ao abarrancamento ou fundeio de meios
flutuantes e ao estabelecimento de sua segurança.

b) Base Flutuante
Fig. 14-11. Base flutuante da PPRIB

144
Será uma Base de Combate Flutuante, quando sua maior parte estiver instalada
em meios flutuantes, podendo abranger parte de área terrestre nas margens,
necessária ao complemento dos recursos de apoio e ao estabelecimento da segurança.
A base de combate também pode ser considerada como um Ponto Pré
Assalto (PPA) muda de local por exigência da situação tática. Em algumas
situações, o comandante da Operação Policial Ribeirinha pode ocupar um posto
de comando avançado em embarcações que lhe permitam acompanhar melhor o
desenvolvimento das Patrulhas Policiais Ribeirinhas.

c) Bloqueio terrestre

Segundo o Manual de Ações de Fuzileiros Navais nas Operações Ribeirinhas


(2005, p. 4-6), a tarefas de bloqueio terrestre são aquelas que visam a impedir a
passagem do inimigo por determinado trecho de uma via terrestre. Nelas, em
geral, preponderam os elementos terrestres. O bloqueio poderá ser exercido pelo
estabelecimento de posições defensivas em acidentes capitais que dominem pontos
críticos de uma via terrestre. Ações de emboscadas não são consideradas bloqueio,
pois não impedem o movimento do inimigo por determinada via.

d) Bloqueio fluvial

Tarefas de bloqueio fluvial são aquelas que visam impedir a transposição


pelo inimigo de certo trecho da via fluvial. Nelas, em geral, preponderam meios
fluviais reforçados por elementos terrestres. O bloqueio poderá ser exercido por
meio de controle do tráfego fluvial, de posições defensivas instaladas em pontos
selecionados das margens, mediante minagem ou por fogos realizados a partir das
margens ou navios. As posições instaladas nas margens e a minagem permitirão
um bloqueio permanente, enquanto o bloqueio por fogo será temporário.

e) Área de segurança

A Área de segurança se estende além da Área da Base até os elementos de


segurança mais afastados. Esses elementos são posicionados afastados o suficiente
para prover alarme antecipado, impedir a observação irrestrita da área da base e
a reunião não detectada por infratores dentro da distância da ação dos infratores.
O alcance do armamento dos infratores, normalmente, é o que determina o limite
externo dessa área.

Embarcações policiais ribeirinhas

O uso de embarcações de pequeno porte na Amazônia é essencial por


proporcionar flexibilidade, mobilidade e possibilidade de navegar em pequenos
trechos onde barcos de grande porte não alcançam. Permitem ainda que tropas
especializadas operem em locais afastados de suas bases, facilitando, inclusive, a
atuação de elementos de reconhecimento, bem como o apoio a Patrulha Policial de
Selva e o ressuprimento logístico dessas Patrulhas, caso seja necessário.

145
a. Tipos de embarcações da PMAM

1) ETT – Embarcação de Transporte de Tropa

As embarcações para desembarque de material e tropas, patrulha fluvial e


ações de assalto, além de apoio de fogo a PPS.

Fig. 14-12. Embarcação de transporte de tropa

Fonte: Pelotão Fluvial do BPAmb

Fig. 14-13. Embarcação de transporte de tropa e patrulhamento

Fonte: Pelotão Fluvial do BPAmb

2) LAR – Lancha de Ação Rápida

São embarcações ligeiras, para realizar atividades de reconhecimento,


infiltração e, dentre outras missões.

Fig. 14-14. Lancha de Ação de Rápida da PMAM

Fonte: Pelotão Fluvial do BPAmb

146
As lanchas são dotadas de rádio de comunicação com o sistema da Polícia
Militar e com o Centro Integrado de Operações de Segurança (Ciops). Também
possuem GPS e um rádio marítimo que torna possível a comunicação com a
Marinha e o Exército Brasileiro.
As Lanchas de Ação Rápida (LAR), projetada para aplicações militares e civis,
é uma lancha aberta, feita de alumínio, possui pequeno calado, pode operar em
alta velocidade (35 nós) e com dois motores de 200 HP. Pode ser utilizada para
Assalto Ribeirinho. Pode levar até 13 policiais militares equipados o e piloto.
A lancha rápida demonstrou ser o tipo de embarcação mais adequado para
a missão de Assalto Ribeirinho, nas margens dos rios. Neste contexto os botes de
borracha mostraram-se totalmente inadequados para a operação nos rios, como os
da Amazônia, em função do grande número de troncos de madeira flutuando ou
submersos, capazes de literalmente despedaçá-los.
As lanchas rápidas devem ter um raio de ação o maior possível, sem
prejudicar sua leveza, possibilitando seu transporte via aérea (helicópteros) e até
mesmo terrestre, através de picadas abertas na floresta a margem dos rios. Essas
lanchas rápidas têm funções de esclarecimento, infiltração de precursores, ações
de comando, estabelecimento de linhas de comunicação com a frente de combate,
cobertura e apoio aos policiais em terra, etc.

Material e equipamentos da embarcação ribeirinha

Conhecer o material é fundamental para o bom desempenho diante de uma


Operação Policial na Selva, e quando for nos rios da Amazônia. O Motor de Popa
é um dos itens mais importante nessa missão. Um motor bem regulado, limpo e
econômico com certeza levará a PPRib ao cumprimento da missão com sucesso.

a. Transporte do motor de popa

Os motores não poderão ser transportados com a rabeta em nível superior


ao do motor para evitar que o óleo escorra da rabeta para o motor. Sempre que
possível transportar na posição vertical. Jamais transportar pelo punho ou apoiar
o motor sobre os parafusos de fixação. Transportar de preferência em volume-
padrão próprio, fixados em cavaletes ou em carroceria de viaturas (atenção para
apeação na viatura). E por fim, evitar choque com o hélice.

b. Manutenção

1 - No quartel
- Colocar o motor para funcionar em tanque de água doce;
- Queimar o combustível residual (funcionar sem tanque de combustível);
- Verificar a situação das velas.

2 – Em Missão
- Navegar sempre com rabeta solta e velocidade reduzida, principalmente
quando em águas rasas e/ou com vegetação;
- Distribuir o peso pela embarcação;
- Passar cabo de apeação (linha de vida) em volta da embarcação, passando-o
pelos olhais da embarcação para apeação de todo material. O cabo de apeação
não deverá passar pelo guarda-mato e sim pela coronha / alça de transporte dos
armamentos e pelos olhais dos equipamentos rádios e não apenas pela bandoleira

147
do fuzil ou alças das mochilas. Para apeação, utilizar cabos de 7mm com mosquetão
e o nó Laís de guia com arremate no chicote;
- Evitar passar por locais com galhos submersos;
- Atentar para a camuflagem da embarcação (pode ser usado uma rede de
camuflagem);
- Para dar ré, a rabeta poderá estar travada;
- Colocar o motor para funcionar 3 horas antes da saída para a missão (Aquecer
o motor para evitar surpresas).

3 - Após a Missão
- Limpar e colocar para funcionar com água doce (em tanque);
- Lavar todos os acessórios com água doce.

c. Recomendações Gerais
- Nunca colocar para funcionar fora d’água;
- Levar luz química / lanterna velada para operações noturnas;
- Planejar motor reserva e cabo reboque;
- Levar dois tanques c/ dois mangotes por embarcação;
- Atentar para a compatibilidade dos motores, mangotes e tanques de
diferentes marcas;
- A amarração para apeação de material, armamento e equipamento deve ser
feito com lais de guia e arremate ou com um mosquetão;
- Mantenha a atenção quanto à pressão interna do tanque de combustível;
- Toda vez que a embarcação sair d’água, o motor deverá ser retirado da
embarcação;
- O patrão é responsável pela embarcação.

1 - Se houver dificuldade para ligar o motor, verifique se:


- O mangote está corretamente conectado;
- O bulbo foi acionado;
- O motor não está afogado;
- A vela está molhada;
- A gasolina está passando pelo filtro.

Comunicação das embarcações policiais


- Comunicação naval existente;
- Comunicação utilizada pela PMAM.

148
“Somos o que somos,
homens de Valores.”
Gama 06
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do Amazonas. 1978.

__________. Decreto Governamental n° 15.528 de 06 de julho de 1993. Cria o Batalhão


de Policiamento Especializado – BPE, da Polícia Militar do Amazonas. 1993.

__________. Decreto Governamental n° 16.162 de 09 de agosto de 1994. Reestrutura


o Batalhão de Policiamento Especializado – BPE e cria dentro da sua estrutura a
Companhia de Operações Especiais – COE, da Polícia Militar do Amazonas. 1994.

__________. Decreto Governamental n° 22.774 de 22 de julho de 2002. Cria o Comando


de Policiamento Especializado – CPE, da Polícia Militar do Amazonas. 2002.

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MARINHA DO BRASIL. Manual do Combatente Anfíbio. CGCFN – 1004. 1ª edição, 2008.

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MOREIRÃO, Fábio B. Ser protagonista: geografia, 1º ano: ensino médio/ obra coletiva
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de 2008. Cria a Companhia Independente de Operações Especiais – CIOE. 2008.

_____________________________. Portaria do Comandante Geral n° 096/AjG de 24 de


maio de 2011. Cria a Companhia de Operações Policiais Especiais – COPE. 2011.

POLÍCIA MILITAR DO AMAZONAS. Manual de Correspondência e Atos


Administrativos da Polícia Militar do Amazonas (M-01). Resolução n° 05, de 19
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PORTARIA nº 079-EME, de 15 de agosto de 1997. Instruções Provisórias IP 7-36 – Emprego


das Pequenas Frações do Batalhão de Infantaria Leve. 1ª edição, 1997, 3-5.

_________ nº 079-EME, de 15 de agosto de 1997. Instruções Provisórias IP 7-36 – Emprego


das Pequenas Frações do Batalhão de Infantaria Leve. 1ª edição, 1997, 3-9.

151
_________ nº 079-EME, de 15 de agosto de 1997. Instruções Provisórias IP 7-36 – Emprego
das Pequenas Frações do Batalhão de Infantaria Leve. 1ª edição, 1997, 3-10.

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- O Batalhão de Infantaria Leve. 1ª edição, 1996.

PORTARIA nº 007-EME, de 27 de janeiro de 1997. Instruções Provisórias IP 72-20 – O


Batalhão de Infantaria de Selva. 1ª edição, 1997, p. 3-3.

__________ nº 007-EME, de 27 de janeiro de 1997. Instruções Provisórias IP 72-20 – O


Batalhão de Infantaria de Selva. 1ª edição, 1997, p. 5-5.

__________ nº 007-EME, de 27 de janeiro de 1997. Instruções Provisórias IP 72-20 – O


Batalhão de Infantaria de Selva. 1ª edição, 1997, p. 5-7.

PORTARIA nº 126- EME, de 25 de novembro de 1997. Manual de Campanha C 100-5


- Operações, 3ª edição, 1997.

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Operações na Selva.1ª edição; EGGCF, 1997, p. 1-1.
__________ n º 008-EME, 05 de fevereiro de 1997. Instruções Provisórias IP 72-1.
Operações na Selva.1ª edição; EGGCF, 1997, p. 1-2.

__________ n º 008-EME, 05 de fevereiro de 1997. Instruções Provisórias IP 72-1.


Operações na Selva.1ª edição; EGGCF, 1997, p. 1-1.

__________ n º 008-EME, 05 de fevereiro de 1997. Instruções Provisórias IP 72-1.


Operações na Selva.1ª edição; EGGCF, 1997, p. 2-8.

__________ n º 008-EME, 05 de fevereiro de 1997. Instruções Provisórias IP 72-1.


Operações na Selva.1ª edição; EGGCF, 1997, p. 2-5.

__________ n º 008-EME, 05 de fevereiro de 1997. Instruções Provisórias IP 72-1.


Operações na Selva.1ª edição; EGGCF, 1997, p. 2-6.

__________ n º 008-EME, 05 de fevereiro de 1997. Instruções Provisórias IP 72-1.


Operações na Selva.1ª edição; EGGCF, 1997, p. 1-2.

__________ n º 008-EME, 05 de fevereiro de 1997. Instruções Provisórias IP 72-1.


Operações na Selva.1ª edição; EGGCF, 1997, p. 2-4.

__________ n º 008-EME, 05 de fevereiro de 1997. Instruções Provisórias IP 72-1.


Operações na Selva.1ª edição; EGGCF, 1997, p. 2-7.

__________ n º 008-EME, 05 de fevereiro de 1997. Instruções Provisórias IP 72-1.


Operações na Selva.1ª edição; EGGCF, 1997, p. 3-9.

__________ n º 008-EME, 05 de fevereiro de 1997. Instruções Provisórias IP 72-1.


Operações na Selva.1ª edição; EGGCF, 1997, p. 3-10.

__________ n º 008-EME, 05 de fevereiro de 1997. Instruções Provisórias IP 72-1.


Operações na Selva.1ª edição; EGGCF, 1997, p. 3-11.

152
__________ n º 008-EME, 05 de fevereiro de 1997. Instruções Provisórias IP 72-1.
Operações na Selva.1ª edição; EGGCF, 1997, p. 5-2.

PORTARIA n º 003 – EME, 09 de junho de 1986. Manual de Campanha – Patrulhas.


1ª edição; EGGCF, 1986.

PORTARIA n° 009 COTER, de 25 de outubro de 2005. Caderno de Instrução CI 21-75-


1 Patrulhas. 1ª edição, 2005, p.1-3.

__________ n° 009 COTER, de 25 de outubro de 2005. Caderno de Instrução CI 21-75-1


Patrulhas. 1ª edição, 2005, p. 2-1.

__________ n° 009 COTER, de 25 de outubro de 2005. Caderno de Instrução CI 21-75-1


Patrulhas. 1ª edição, 2005, p. 2-10.

__________ n° 009 COTER, de 25 de outubro de 2005. Caderno de Instrução CI 21-75-1


Patrulhas. 1ª edição, 2005, 2-10/11.

__________ n° 009 COTER, de 25 de outubro de 2005. Caderno de Instrução CI 21-75-1


Patrulhas. 1ª edição, 2005, p.2-51.

__________ n° 009 COTER, de 25 de outubro de 2005. Caderno de Instrução CI 21-75-1


Patrulhas. 1ª edição, 2005, p.2-58.

__________ n° 009 COTER, de 25 de outubro de 2005. Caderno de Instrução CI 21-75-1


Patrulhas. 1ª edição, 2005, p.2-59.

__________ n° 009 COTER, de 25 de outubro de 2005. Caderno de Instrução CI 21-75-1


Patrulhas. 1ª edição, 2005, p.2-38.

__________ n° 009 COTER, de 25 de outubro de 2005. Caderno de Instrução CI 21-75-1


Patrulhas. 1ª edição, 2005, p.2-39.

__________ n° 009 COTER, de 25 de outubro de 2005. Caderno de Instrução CI 21-75-1


Patrulhas. 1ª edição, 2005, p.2-40.

__________ n° 009 COTER, de 25 de outubro de 2005. Caderno de Instrução CI 21-75-1


Patrulhas. 1ª edição, 2005, p.2-41.

__________ n° 009 COTER, de 25 de outubro de 2005. Caderno de Instrução CI 21-75-1


Patrulhas. 1ª edição, 2005, p.2-46.

__________ n° 009 COTER, de 25 de outubro de 2005. Caderno de Instrução CI 21-75-1


Patrulhas. 1ª edição, 2005, p.3-1.

__________ n° 009 COTER, de 25 de outubro de 2005. Caderno de Instrução CI 21-75-1


Patrulhas. 1ª edição, 2005, p.3-3.

__________ n° 009 COTER, de 25 de outubro de 2005. Caderno de Instrução CI 21-75-1


Patrulhas. 1ª edição, 2005, p.3-4.

153
__________ n° 009 COTER, de 25 de outubro de 2005. Caderno de Instrução CI 21-75-1
Patrulhas. 1ª edição, 2005, p.3-6.

__________ n° 009 COTER, de 25 de outubro de 2005. Caderno de Instrução CI 21-75-1


Patrulhas. 1ª edição, 2005, p.3-10.
__________ n° 009 COTER, de 25 de outubro de 2005. Caderno de Instrução CI 21-75-1
Patrulhas. 1ª edição, 2005, p.3-14.

__________ n° 009 COTER, de 25 de outubro de 2005. Caderno de Instrução CI 21-75-1


Patrulhas. 1ª edição, 2005, p.3-15.

__________ n° 009 COTER, de 25 de outubro de 2005. Caderno de Instrução CI 21-75-1


Patrulhas. 1ª edição, 2005, p.3-18.

__________ n° 009 COTER, de 25 de outubro de 2005. Caderno de Instrução CI 21-75-1


Patrulhas. 1ª edição, 2005, p.3-23.

__________ n° 009 COTER, de 25 de outubro de 2005. Caderno de Instrução CI 21-75-1


Patrulhas. 1ª edição, 2005, p.3-25.

__________ n° 009 COTER, de 25 de outubro de 2005. Caderno de Instrução CI 21-75-1


Patrulhas. 1ª edição, 2005, p.3-28.

__________ n° 009 COTER, de 25 de outubro de 2005. Caderno de Instrução CI 21-75-1


Patrulhas. 1ª edição, 2005, p.5-11.

__________ n° 009 COTER, de 25 de outubro de 2005. Caderno de Instrução CI 21-75-1


Patrulhas. 1ª edição, 2005, p.5-10.

__________ n° 009 COTER, de 25 de outubro de 2005. Caderno de Instrução CI 21-75-1


Patrulhas. 1ª edição, 2005, p.5-12.

PORTARIA nº. 078-EME, 09 de fevereiro de 1999. Instruções Provisórias IP 21-80.


Sobrevivência na Selva. 2ª edição, 1999, p. 4-2.

_________ nº. 078-EME, 09 de fevereiro de 1999. Instruções Provisórias IP 21-80.


Sobrevivência na Selva. 2ª edição, 1999, 4-13.

_________ nº. 078-EME, 09 de fevereiro de 1999. Instruções Provisórias IP 21-80.


Sobrevivência na Selva. 2ª edição, 1999, 4-14.

_________ nº. 078-EME, 09 de fevereiro de 1999. Instruções Provisórias IP 21-80.


Sobrevivência na Selva. 2ª edição, 1999, 4-9.

_________ nº. 078-EME, 09 de fevereiro de 1999. Instruções Provisórias IP 21-80.


Sobrevivência na Selva. 2ª edição, 1999, 4-10/13.

_________ nº. 078-EME, 09 de fevereiro de 1999. Instruções Provisórias IP 21-80.


Sobrevivência na Selva. 2ª edição, 1999, 6-2.

_________ nº. 078-EME, 09 de fevereiro de 1999. Instruções Provisórias IP 21-80.


Sobrevivência na Selva. 2ª edição, 1999, 6-3.

154
_________ nº. 078-EME, 09 de fevereiro de 1999. Instruções Provisórias IP 21-80.
Sobrevivência na Selva. 2ª edição, 1999, 6-4.

_________ nº. 078-EME, 09 de fevereiro de 1999. Instruções Provisórias IP 21-80.


Sobrevivência na Selva. 2ª edição, 1999, 6-18.

_________ nº. 078-EME, 09 de fevereiro de 1999. Instruções Provisórias IP 21-80.


Sobrevivência na Selva. 2ª edição, 1999, 6-33.

_________ nº. 078-EME, 09 de fevereiro de 1999. Instruções Provisórias IP 21-80.


Sobrevivência na Selva. 2ª edição, 1999, 5-1.

_________ nº. 078-EME, 09 de fevereiro de 1999. Instruções Provisórias IP 21-80.


Sobrevivência na Selva. 2ª edição, 1999, 2-1.

_________ nº. 078-EME, 09 de fevereiro de 1999. Instruções Provisórias IP 21-80.


Sobrevivência na Selva. 2ª edição, 1999, 2-8.

_________ nº. 078-EME, 09 de fevereiro de 1999. Instruções Provisórias IP 21-80.


Sobrevivência na Selva. 2ª edição, 1999, 3-1.

_________ nº. 078-EME, 09 de fevereiro de 1999. Instruções Provisórias IP 21-80.


Sobrevivência na Selva. 2ª edição, 1999, 7-1.

_________ nº. 078-EME, 09 de fevereiro de 1999. Instruções Provisórias IP 21-80.


Sobrevivência na Selva. 2ª edição, 1999, 7-5.

_________ nº. 078-EME, 09 de fevereiro de 1999. Instruções Provisórias IP 21-80.


Sobrevivência na Selva. 2ª edição, 1999, 4-1.

_________ nº. 078-EME, 09 de fevereiro de 1999. Instruções Provisórias IP 21-80.


Sobrevivência na Selva. 2ª edição, 1999, 4-2.

_________ nº. 078-EME, 09 de fevereiro de 1999. Instruções Provisórias IP 21-80.


Sobrevivência na Selva. 2ª edição, 1999, 4-5.

_________ nº. 078-EME, 09 de fevereiro de 1999. Instruções Provisórias IP 21-80.


Sobrevivência na Selva. 2ª edição, 1999, 4-6.

REVISTA DIGITAL. Âncoras e Fuzis. Corpo de Fuzileiros Navais. Operações


Ribeirinhas: A Contribuição do CFN. Ano XI, nº 43. Rio de Janeiro, 2008.

REVISTA DIGITAL. Verde-Oliva. Centro de Instruções de Guerra na Selva – CIGS.


Ano XLII, nº 225. Brasília, 2014.

155
ANEXOS

ANEXO A

Exemplo de planejamento para situação de contingência

FASE SITUAÇÃO DE CONTINGÊNCIA DECISÃO

• Pane da viatura na hora da • Embarque na viatura


partida reserva
• Embarque na
• Pane na embarcação na hora da embarcação reserva
partida • Embarque na aeronave
reserva
Deslocamento • Pane na aeronave na hora da Obs: não havendo o
de ida partida transporte reserva, fazer
contato com o escalão
superior
Evitar o contato e
Presença de infratores no
prosseguir no itinerário
itinerário principal
alternativo

Eq. do Recon não retornou no SCmt aciona a Ptr e inicia a


tempo previsto tomada do dispositivo

Imediata liberação dos


Quebra do sigilo no Recon
grupos para a ação no
aproximando
objetivo
Ação no
Objetivo Abertura imediata dos
Quebra do sigilo na Tomada do
fogos de apoio e inicio do
dispositivo
assalto
Utilizar espingarda cal
Falha no material de destruição
“12” ou outro tipo de
(explosivos)
meios
Ptr aguardar o resgate por
até 180min no ponto do
itinerário e fazer contato
Ptr não chegou no ponto do Obs: caso ultrapasse
Itinerário de esse tempo, deslocar
itinerário no tempo previsto para
Regresso para o ponto do
o resgate
itinerário alternativo
previamente acordado no
planejamento da missão

156
ANEXO B

Quadro de horário

TEMPO HORÁRIO (H)


(min) ATIVIDADE
de às

157
ANEXO C

Roteiro para a ordem de operação

SIMIEXADMLICOM

Referência:

COMPOSIÇÃO DOS MEIOS


RESERVA

1. SITUAÇÃO
a. Dados Gerais
b. Elementos adversos
c. Elementos amigos
d. Meios recebidos e retirados

2. MISSÃO
a. Missão Geral
b. Missão legal ou Particular
c. Missão Eventual

3. EXECUÇÃO
a. Conceito da Operação
b. Modelo de segurança adotado
c. Início/Término da Operação (cronograma)
d. Locais da Operação
g. Formas de atuação
h. Ponto de Reunião
i. Atribuições dos elementos subordinados
k. Prescrições Diversas

4. ADMINISTRAÇÃO
a. Pessoal
b. Logística
c. Comunicação Social

5. LIGAÇÕES E COMUNICAÇÕES

Nome - Posto
Cargo ou Função
ANEXOS:
1 – ...

DISTRIBUIÇÃO: (listagem dos órgãos, frações, autoridades a quem se endereçam


as cópias).

158
ANEXO D

Quadro de organização de pessoal e material (QOPM)


Esc/ Eqp Mat Mat Mat
Nome Função Nr Unif Armt Mun Rc Água
Gp Ind Com Destr Esp

(1) Fz 7.62 mm (15) Carta


(2) Fz 5.56 mm (16) Kit Idt Datiloscópica
Espingarda Cal .12 (17) Máscara c/ gases
(3) Pt .40 (18) Estojo de 1º
(4) 110M1,70Tr,20Pf Socorros
7,62mm Outros:
(5) 310M1,180Tr,20Pf 5,56 (21)
(6) 800M1,200Tr,100Pf 7,62 (22)
(7) 24 Car .12 (23)
(8) 45 Car .40 (24)
(9) HT (25)
(10) OVN + Bateria (26)
(11) Máquina Fotográfica (27)
(12) Binóculo (28)
(13) Bússola (29)
(14) GPS (30)

159
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