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MANUAL DE
PATRULHA POLICIAL
DE SELVA
1ª Edição
2019
Manaual de patrulha
policial de selva da companhia de operações especiais da PMAM
Todos os direitos reservados © Universidade do Estado do Amazonas
Permitida a reprodução parcial desde que citada a fonte
Esta edição foi revisada conforme as regras do Novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa
G721
2018
Governo do Estado do Amazonas. Polícia Militar do Amazonas. Comando de Policiamento Especializado.
Companhia de Operações Especiais
Manual de patrulha : policial de selva / Companhia de operações especiais. – Manaus (AM) : Editora UEA,
2019.
178 p.: il., color; 21 cm.
ISBN: 978-85-7883-441-8
Inclui bibliografia
1. Polícia Militar. 2. Patrulha policial de selva.
3. Operações policiais na selva. I. Título.
editoraUEA
RESOLVE:
Em consequência:
Samara Nina
Diagramação
APRESENTAÇÃO
Permitida a reprodução sem fins lucrativos, parcial ou total, por qualquer meio, se citada à fonte. Sugestões para o
aperfeiçoamento do Manual poderão ser encaminhadas ao Gabinete do Comandante Geral da PMAM.
6
DEDICATÓRIA
7
ABREVIATURAS E SIGLAS
ADM ADMNISTRAÇÃO
AJP AJUDÂNCIA GERAL
AM AMAZONAS
APF APOIO DE FOGO
PPA PONTO PRÉ ASSALTO
ARNAM ASSOCIAÇÃO RECREATIVA DOS NORDESTINOS NO AMAZONAS
A SEG ÁREA DE SEGURANÇA
ASS ASSALTO
ATI ATIRADOR
BLQ BLOQUEIO
BOPE BATALHÃO DE OPERAÇÕES DE POLICIAIS ESPECIAIS
BPAMB BATALHÃO DE POLICIAMENTO AMBIENTAL
BPE BATALHÃO DE POLICIAMENTO ESPECIALIZADO
CAÇ CAÇADOR
CAL CALIBRE
CAPT CAPTURA
CIOPS CENTRO INTEGRADO DE OPERAÇÕES DE SEGURANÇA
CPE COMANDO DE POLICIAMENTO ESPECIALIZADO
CMT COMANDANTE
CIPChoq COMPANHIA DE POLÍCIA DE CHOQUE
COE COMPANHIA DE OPERAÇÕES ESPECIAIS
CBMAM CORPO DE BOMBEIROS MILITARES DO AMAZONAS
DRE DELEGACIA DE REPREENSÃO A ENTORPECENTES
ETT EMBARCAÇÃO DE TRANSPORTE DE TROPA
ESC ESCLARECEDOR
EB EXÉRCITO BRASILEIRO
EX EXEMPLO
FAL FUZIL DE ASSALTO LEVE
FFAA FORÇAS ARMADAS
GATA GRUPAMENTO DE AÇÕES TÁTICAS ESPECIAIS
GOE GRUPAMENTO DE OPERAÇÕES ESPECIAIS
GR GRUPO
8
GRAER GRUPAMENTO AÉREO
GPS GLOBAL POSITIONING SYSTEM
HP HOMEM PONTA
HP* HORSE – POWER
HT HAND – TALK
IBGE INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICAS
ISA INSTITUTO SOCIOAMBIENTAL
LAR LANCHA DE AÇÃO RÁPIDA
MB MARINHA DO BRASIL
NAV NAVEGADOR
NGA NORMAS GERAIS DE AÇÕES
NuCIOE NÚCLEO DA COMPANHIA INDEPENDENTE DE OPERAÇÕES ESPECIAIS
OBS OBSERVADOR
OVN ÓCULOS DE VISÃO NOTURNA
O Prep ORDEM PREPARATÓRIA
PAT PATRÃO
PPRib PATRULHA POLICIAL RIBEIRINHA
PPS PATRULHA POLICIAL DE SELVA
PIL PILOTO
PMAM POLÍCIA MILITAR DO AMAZONAS
PMGO POLÍCIA MILITAR DE GOIÁS
PRI PONTO DE REUNIÃO NO ITINERÁRIO
1º BPChoq PRIMEIRO BATALHÃO DE POLÍCIA DE CHOQUE
PRO PROEIRO
QOPM QUADRO DE ORGANIZAÇÃO DE PESSOAL E MATERIAL
RAST RASTREADOR
RECON RECONHECIMENTO
RET RETAGUARDA
RJ RIO DE JANEIRO
ROCAM RONDAS OSTENSIVAS CÂNDIDO MARIANO
SEG SEGURANÇA
SCMT SUBCOMANDANTE
2º BPChoq SEGUNDO BATALHÃO DE POLÍCIA DE CHOQUE
SEMTA SERVIÇO ESPECIAL DE MOBILIZAÇÃO DE TRABALHADORES
PARA A AMAZÔNIA
SR SUPERINTENDÊNCIA REGIONAL
TAI TÉCNICA DE AÇÃO IMEDIATA
TE TAREFAS ESPECIAIS
TIS TERRAS INDÍGENAS
UEsp UNIDADES ESPECIALIZADAS
VIP PESSOAS MUITO IMPOTANTES
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FIGURAS
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Figura: 6-15 Travessia com vau
Figura: 6-16 Travessia sem vau
Figura: 6-17 Posição básica de tiro
Figura: 6-18 Posição nº 2 de tiro
Figura: 6-19 Quadrado crescente/decrescente
Figura: 6-20 Retangular
Figura: 6-21 Leque
Figura: 7-1 Time tático
Figura: 7-2 Técnica de ação imediata - TAI
Figura: 7-3 Ofensiva 1
Figura: 7-4 Ofensiva 2
Figura: 7-5 Defensiva
Figura: 7-6 Ofensiva 3
Figura: 7-7 Infiltração com aeronave
Figura: 7-8 Infiltração terrestre
Figura: 8-1 Cipó d’água
Figura: 8-2 Aço e pedra para fazer fogo
Figura: 8-3 Aço e pau para fazer fogo
Figura: 8-4 Tapiri simples
Figura: 10-1 Processo do relógio (para quem está no hemisfério sul)
Figura: 10-2 Orientação pela estrela polar
Figura: 10-3 Orientação pelo cruzeiro do sul
Figura: 11-1 Entrada pelo método do relógio
Figura: 11-2 Posição dos grupos
Figura: 12-1 Inspeção inicial
Figura: 12-2 Ensaio
Figura: 12-3 Inspeção final
Figura: 13-1 Mapa hidroviário do amazonas
Figura: 13-2 Organograma da PPRib
Figura: 13-3 Composição da patrulha embarcada na Lar
Figura: 13-4 Composição da patrulha embarcada em duas embarcações menores
Figura: 14-1 Patrulha completa
Figura: 14-2 Embarcação de passageiros 1
Figura: 14-3 Patrulha com duas equipes de 4
Figura: 14-4 Embarcação de passageiros 2
Figura: 14-5 Assalto ribeirinho
Figura: 14-6 Deslocamento fluvial
Figura: 14-7 Movimento por lanços sucessivos
Figura: 14-8 Moviemnto por lanços alternados
Figura: 14-9 Técnica de navegação fluvial noturna
Figura: 14-10 Base terrestre da PPRib
Figura: 14-11 Base flutuante da PPRib
Figura: 14-12 Embarcação de transporte de tropa
Figura: 14-13 Embarcação de transporte de tropa e patrulhamento
Figura: 14-14 Lancha de ação rápida da PMAM
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COLABORADORES
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SD QPPM JOÃO CARDOSO DA SILVA FILHO
SD QPPM ALLISON JACINTHO DE CARVALHO
SD QPPM BRENO SANTOS DE BRITO
SD QPPM DUILLYO SIMÕES DA SILVA
SD QPPM MAGNO RAPOSO LARANJEIRA
SD QPPM MARCELO DE SOUZA MIRANDA
SD QPPM FELIPPE DE LUCENA VERAS
SD QPPM CLEBER CATARINO DA SILVA VIEIRA
SD QPPM WIRLEY BRAGA MORAES
SD QPPM WARLISON ALVES DA SILVA
SD QPPM GETÚLIO VARGAS FILHO
SD QPPM DAVID ALLAN COSTA MEDEIROS
SD QPPM OIRÃ ARAÚJO PEREIRA
SD QPPM JANDERSON BELÉM FRANÇA
SD QPPM MAGNO VIEIRA RIBEIRO
SD QPPM JACKSON DE SOUZA MACHADO
13
SUMÁRIO
17 capítulo 1
Introdução
Generalidades
finalidades
considerações gerais
patrulha policial de selva
21 capítulo 2
Aspectos Regionais
delimitação da área operacional
características da região amazônica
amazônia
a selva amazônica
a população amazônica
29 capítulo 3
A Atuação da Força Policial no Contexto da Selva Amazônica
a contextualização do ambiente de crise
a atuação da polícia militar do amazonas neste cenário
unidade especializada da polícia militar
o emprego da COE nesse ambiente de crise
35 capítulo 4
Patrulha Policial da Selva
patrulhas
missões específicas da patrulha policial da selva
outras missões peculiares da PPS
composição básica da patrulha policial de selva
responsabilidade de cada função na PPS
outras funções da PPS
conhecimento específico inerente a função na PPS
equipamentos e armamentos da PPS
equipamentos comum a todos os componentes da PPS
45 capítulo 5
operações de patrulhamento de policiais na selva
patrulha policial de selva (PPS)
formações táticas da patrulha policial de selva
formação em conduta de patrulha
formação em técnica de ação imediata (TAI)
53 capítulo 6
emprego tático da patrulha policial de selva
organização da PPS
conduta de patrulha
organização para o movimento da PPS
deslocamento da PPS
segurança da PPS
navegação da PPS
ponto de reunião da PPS
ações em áreas perigosas e pontos críticos
tiro em terreno irregular de ação e reflexo
técnicas de vasculhamento na selva
71 capítulo 7
técnicas de assalto
assalto tático
técnica de ação imediata
quanto a classificação da TAI
situações de contingência
hipóteses de situações de contingência
infiltração
83 capítulo 8
sobrevivência na selva
noções gerais de sobrevivência
vida na selva
conservação da saúde na selva
animais peçonhentos e venenosos
trato com indígenas
95 capítulo 9
o combate na selva
influências sobre o combate
influências sobre o equipamento e armamento
influências sobre o deslocamento
101 capítulo 10
marcha para o combate
a marcha na selva
deslocamento na selva
orientação
navegação
109 capítulo 11
base de patrulha
definição
ponto pré assalto (PPA)
seleção do local do PPA
ocupação do PPA
estabelecimento do sistema de segurança do PPA
115 capítulo 12
planejamento e preparação da PPS
normas de comando
sequência das ações
recebimento da missão
planejamento da organização de pessoal e material
ordem preparatória
estudo de situação
ordem à patrulha
inspeção geral da PPS
125 capítulo 13
patrulha policial ribeirinha (PPRib)
considerações iniciais
áreas ribeirinhas
composição básica da PPRib
responsabilidade da função na PPRib
133 capítulo 14
emprego tático da patrulha policial ribeirinha
assalto tático em embarcações
assalto ribeirinho
movimento tático ribeirinho
técnicas de deslocamento
navegação e orientação fluvial
base da PPRib
embarcações policiais ribeirinhas
material e equipamentos da embarcação ribeirinha
147 Referências
153 Anexos
1
INTRODUÇÃO
generalidades
1
OÃÇUDORTNI
sedadilareneg
Finalidades
Considerações gerais
20
Patrulha policial de selva
21
2
ASPECTOS REGIONAIS
2
SIANOIGER SOTCEPSA
Delimitação da área operacional
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de levantamento estratégico de área. Sua Biodiversidade de valor incalculável
constitui um imenso patrimônio que deve ser protegida pelas Forças de Segurança
da Região, altamente capacitada com técnicas para combater os diferentes crimes
que nela possam ocorrer.
A posição da área em relação às principais rotas do comércio internacional e
aos centros de poder nacional é excêntrica e mal servida de ligações.
Amazônia
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Inundáveis desenvolve-se nas margens dos principais rios da Planície Amazônica,
sendo chamada de mata de várzea e de igapó.
Para Martins, Bigotto e Vitiello (2010) afirmam ainda que, a hidrografia
junto com a vegetação, uma das duas características mais marcantes dessa região
geográfica. Os rios Solimões/Amazonas são a artéria principal de todo esse sistema,
entrando em território brasileiro por Tabatinga-AM e desaguando no oceano
Atlântico após percorrer mais de 3 km. Portanto, os rios são as vias mais utilizadas
para o transporte, em virtude do difícil acesso às áreas dos municípios, sendo os
inúmeros afluentes do rio Amazonas imprescindível o emprego de embarcações.
Fig. 2-2: Curso d’águas
A selva Amazônica
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pela floresta tropical úmida latifoliada, englobando não só o interior da floresta,
como também toda a malha hidrográfica”, portanto, exigindo da Força Policial,
técnicas apropriadas para operar neste ambiente.
O solo no interior da selva é todo recoberto por uma espessa camada de material
em decomposição. Deste material podem ser aproveitadas folhas ou pequenos galhos,
que adquirem uma camada luminescente para sinalizadores ou marcadores à noite.
A Mata fechada esconde no seu interior as árvores de grande porte, onde as copas
se entrelaçam, impedindo a penetração de raios solares. As grandes quantidades de
palmeiras com espinhos nas folhas e nos caules tornam penoso o deslocamento por
inexperientes. (Manual de Operações na Selva do EB, 1997, p. 2-4).
Segundo o Manual de Sobrevivência na Selva do EB (1999, p. 4-2), “a densidade
da vegetação torna a selva toda igual; nela não haverá pontos de referência
nítidos”. Outro obstáculo no deslocamento são as grandes árvores caídas quando,
na ocasião da sua queda, derrubam outro formando barreiras consideráveis ao
deslocamento, obrigando seu desbordamento e exigindo técnicas de navegação em
selva para executar este desvio. O Manual, cita ainda: “a navegação é o termo que
se emprega para designar qualquer movimento: terrestre ou fluvial, diurno ou
noturno, através da Selva”.
São inúmeras as dificuldades encontradas tais como:
- Elevada temperatura (média anual de 28 graus, podendo sofrer variações
entre 21 e 42 graus);
- Elevado índice pluviométrico (chuvas abundantes variando de 1.400 a 3.500
mm por ano);
- Elevado índice de umidade (atingindo quase 100 %);
- Complexa rede hidrográfica;
- Florestas densas e exuberantes;
- Relevo irregular “socavões”, entre outros.
A população Amazônica
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Segundo ainda os autores, na Amazônia Legal, vivem 173 povos em 405 (Tis),
que somam 1.085.890 quilômetros quadrados, ou 21,7% da região. Ainda segundo
dados do ISA, cerca de 300 mil índios vivem nessas áreas (1,15% da população
amazônica). As Terras Indígenas na Amazônia correspondem a 98% da área total
de Terras Indígenas no Brasil. Existem ainda referências a 46 grupos indígenas
“isolados”, sem contato oficial com o Estado e a sociedade envolvente e sobre os
quais não se tem informações precisas de localização ou etnia.
Por fim, para eles as (Tis) têm importância fundamental tanto na proteção
dos direitos e da cultura dos índios quanto na conservação da floresta. Além disso,
abastecem com produtos de vários tipos inúmeras cidades. Muitas terras indígenas,
entretanto, têm sido invadidas por grileiros, madeireiros, fazendeiros, garimpeiros,
pescadores e caçadores em busca dos recursos naturais ali preservados.
O Manual de Operações na Selva, afirma ainda que: o homem da AMAZÔNIA
é produto de uma seleção natural: de um lado, as têmperas fortes dos nordestinos
que sobrevivem à seca migram e adaptaram-se à selva, e o outro, o temperamento
conformado e indolente do índio. É um tipo que, contentando-se com um padrão de
vida humilde, facilitada a ocupação dos grandes espaços territoriais, vivendo como
mateiro, carpinteiro, caçador, canoeiro, pescador, madeireiro, roceiro e colhedor
de produtos da selva.
Para sociólogo potiguar Francisco Canindé Marinho, que preside a Associação
Recreativa dos Nordestinos no Amazonas (ARNAM), publicou um artigo para
a Universidade Federal de Juiz de Fora sobre a migração dos nordestinos no
Amazonas. Onde diz que, O nordestino tem tido uma presença muito forte no
Amazonas, em especial durante o apogeu da borracha, principalmente por causa
da mão de obra. No período da Segunda Guerra Mundial, o Nordeste passava por
uma fase difícil em relação à seca e, em decorrência disso, existia uma mão de obra
muito farta, em especial os das zonas rurais. A migração para a chamada ‘Terra da
Fartura’, foi sempre estimulada com o aval dos governos estaduais nordestinos,
porém com os Acordos de Washington assinados por Getúlio Vargas em 1943, esta
passou a ser estimulada e organizada pelo governo federal.
O órgão responsável por este movimento migratório foi o Serviço Especial de
Mobilização de Trabalhadores para a Amazônia (SEMTA). Calcula-se que mais de 60
mil pessoas migraram para a região amazônica para trabalharem como Soldados
da Borracha. “Se divulgava o transporte gratuito para que o nordestino viesse, era
dado um adiantamento para ser deixado com as famílias que lá ficavam, então
tudo isso fez com que viesse uma grande corrente migratória de nordestinos para
cá”, explica o sociólogo.
Para Júlia Morim, reforça no seu artigo para site de pesquisa Fundação Joaquim
Nabuco, que na década de 1950, com a crise da borracha, como ficou conhecida a
queda do mercado brasileiro do látex, os seringueiros, como eram chamados aqueles
que se dedicavam à extração desse material, ficaram sem alternativa de trabalho. A
ausência de políticas públicas que tratassem da desmobilização desse contingente de
trabalhadores fez com que eles se espalhassem ao longo dos rios da floresta amazônica,
a exemplo dos Rio Negro e Rio Amazonas, onde construíram suas moradias.
A pesquisadora rela ainda que, por residirem em um ambiente onde a força
da natureza se faz presente, os ribeirinhos aprenderam a viver em um meio repleto
de limitações e desafios impostos pelo rio e pela floresta. A relação desse povo com
as mudanças naturais fez com eles que adaptassem o seu cotidiano, seu modo de
morar e de buscar meios para sua subsistência. Suas moradias são construídas
utilizando a madeira como principal alternativa de construção. A grande maioria
das casas são palafitas, não possui energia elétrica, água encanada e saneamento
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básico e estão localizadas próximas às margens dos rios. Construídas alguns
metros acima do nível do rio para evitar que sejam invadidas pelas águas durante
as enchentes, as palafitas ainda possuem a tecnologia de uso de tábuas para subir
o piso nos períodos de cheia.
O rio possui um papel fundamental na vida dos ribeirinhos. É através dele
que são estabelecidas as ligações entre as localidades com a utilização de jangadas
e barcos como o único meio de transporte. O rio é sua rua. É nele também que os
ribeirinhos executam uma das principais atividades que lhes proporciona fonte de
renda e de sobrevivência: a pesca. Explica ela.
Diz ainda que outra fonte de renda advém do extrativismo, a exemplo da
extração da malva, uma planta muito comum na bacia do Rio Amazonas. A malva
possui uma fibra, retirada no momento da sua colheita nas margens do rio, que é
utilizada como matéria prima na indústria de estofados e tecidos. A plantação de
milho e mandioca, a produção de farinha e a coleta da castanha e do açaí também
ocupam lugar de destaque nas atividades agrícolas das comunidades ribeirinhas.
A relação diferenciada com a natureza faz dos ribeirinhos grandes detentores
de conhecimentos sobre aspectos da fauna e da flora da floresta; o uso de plantas
medicinais; o ritmo e o caminho das águas; os sons da mata; as épocas da terra.
Esse convívio alimenta a cultura e os saberes transmitidos de pai para filho.
Entretanto, as comunidades ribeirinhas convivem com o isolamento
econômico e social, ficando à margem de uma série de políticas públicas e
mecanismos de controle da qualidade de vida. A situação geográfica de muitas
dessas comunidades é um dos principais fatores limitantes de acesso aos serviços
básicos de saúde e educação.
Percebe-se que o homem amazônico obtém naturalmente o conhecimento
empírico, parte ou todos os criminosos são oriundos de municípios Amazônicos. Daí o
porquê dos criminosos se homiziarem em áreas de selva. O isolamento das habitações,
das vilas e das cidades dificultam as ações da Força Policial do Estado pela necessidade
de um planejamento de logística para a execução de tais ações. Outras áreas como a
saúde e educação também são afetadas por essa característica peculiar.
29
3
Podemos dizer que as áreas onde ocorrem os delitos, em grande parte, são
cercadas por áreas de difícil acesso (Selva). As concentrações de determinados tipos
de crimes que ocorrem nas áreas rurais e de selva dos municípios Amazônicos
podem indicar deficiências nos recursos operacionais como: (policiais, capacitação,
uniformes, armamentos, equipamentos, viaturas, embarcações, planos eficientes
e etc.), que são agravadas pelas peculiaridades da região. Estes fatores acabam
contribuindo com as ações dos criminosos, dificultando as operações das Forças
Policiais e, por conseguinte, favorecendo indiretamente as práticas delituosas.
As Agências Bancárias localizadas nos municípios são as vítimas mais propícias
para às ações delituosas. Há ainda algumas ocorrências de pessoas perdidas em
áreas de selva por conta de curiosidade, passeios em trilhas que não são mais
utilizadas e dentre outros. Por falta de orientação as pessoas perdidas acabam
andando em círculo, que acabam permanecendo perdidas por certo período até
equipes de buscas a localizarem. Outro fator são as pessoas extraviadas por conta
de acidentes aéreos. Muito embora estas ocorrências não seja missão específica da
Polícia Militar, uma vez que a Corporação é acionada, a Companhia de Operações
Especiais – COE e as vezes com a Companhia de Cães – CANIL deslocam-se, para dar
apoio aos Bombeiros Militares e as Forças Armadas em caso de acidentes aéreos.
As características do ambiente amazônico exigem que estejamos em
condições de sobreviver em qualquer situação ou prestar ajuda a sobreviventes.
Segundo a Instrução Vida na Selva do Centro de Instrução de Guerra na Selva
do Exército Brasileiro (2004), a Sobrevivência na Selva, “é a busca de recursos
naturais de uma região, para suprir o organismo de suas necessidades básicas de
água e alimentos, permitindo, assim, a manutenção da saúde do corpo, da mente
e dos objetivos a atingir”.
Os policiais militares que atuam nos municípios, embora parte ou todos sejam
oriundos do interior e tenham adquirido conhecimentos sobre a Selva, “jamais”
poderão substituir o emprego de técnicas apropriadas para atuarem em áreas de
Selva. Logo, não podem agirem através do empirismo, para não ocorrerem erros,
e sim, através de conhecimento técnico-profissional, garantindo dessa forma sua
empregabilidade de modo seguro e eficiente.
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Atuação da Polícia Militar do Amazonas neste cenário
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subordinadas: o 1º Batalhão de Policiamento de Choque - 1º BPChq, o 2º Batalhão
de Policiamento de Choque – 2º BPChq ou Rondas Ostensivas Cândido Mariano -
ROCAM, oriunda da COE, e Regimento de Policiamento Montado – RPMon.
Com a criação deste novo Grande Comando a COE passou a ser uma Subunidade
Especializada subordinada ao 1º BPChq. Regulado pela Portaria n° 885/AjG, de 23
de outubro de 2002, do Comandante Geral da PMAM.
Em caráter excepcional e atendendo à necessidade de ajustamento na
articulação da Policia Militar do Estado do Amazonas, para atendimento a
uma demanda especifica de ocorrências que envolviam situações de Crises e
Patrulhamento em áreas de Alto Risco, concernente ao Plano de Revitalização da
Segurança Pública, do Governo do Estado do Amazonas, o Comandante Geral da
PMAM, cria na estrutura da Policia Militar do Amazonas, o Núcleo da Companhia
Independente de Operações Especiais, através do a Portaria N° 152/AjG-2008,
publicado no BG- N° 160 de 26 de Agosto de 2008, visando torná-la uma unidade
independente, administrativamente, subordinada diretamente ao CPE/PMAM.
No dia 15 de setembro de 2009, é criado o Batalhão de Resposta Rápida, Apoio
e Intervenção Operacional – RAIO, através do Decreto Lei n° 3.434. E, conforme
a Lei de Organização Básica da PMAM (Lei Estadual n° 3.514/2010), sendo
subordinado Administrativamente ao Comandante do CPE e Operacionalmente
ao Comandante Geral da PMAM e ao Governador do Estado do Amazonas. É uma
tropa policial especial de ocupação, saturação e pronta-resposta ao clamor público
e defesa social, tendo como missão específica restabelecer a tranquilidade pública
afetada por incidência criminal pontual e/ou eventual, sendo a COE a 1° das quatro
Companhias orgânicas desta UEsp.
Já em 24 de maio de 2011, é criada a Companhia de Operações Policiais
Especiais – COPE, da Polícia Militar. Regulada pela Portaria do Comandante Geral
nº 096/AjG, de 24 de maio de 2011. Sendo o órgão da Polícia Militar do Estado do
Amazonas que tem por finalidade: Coordenar, planejar, responder pelas políticas
estratégicas do policiamento ostensivo especializado no atendimento de ocorrências
que envolvam situações complexas de crises, contraterrorismo, patrulhamento
em áreas de alto risco, defesa social, ações especiais ambientais e outros eventos
críticos com atuação em todo território estadual.
Conforme a Portaria nº 096/AjG- 2011, a COE é uma Unidade Especializada
(UEsp), subordinada, administrativamente e operacionalmente ao Subcomandante
Geral de quem recebe as demandas pertinentes às suas missões específicas.
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risco, em àreas de dificil acesso como a Selva Amazônica, e no combate às ameaças
extraordinárias e exógenas em geral, que por sua natureza extrapolem a capacidade
operacional das demais Unidades Especiais (UEsp) do CPE, e das OPM do CPM e CPI,
preservando e/ou restaurando a ordem pública, tendo como objetivo salvar vidas
e aplicar a lei, através de: Ações conjutas demais Unidades Operacionais, Òrgãos,
Instituições e etc., em Eventos Críticos ou em outras situações, de acordo com a
necessidade; Repressão ao crime organizado, quando extrapolar a capacidade
da tropa convencional e especial; Busca e captura de infratores homiziados e/
ou confinados; Ação de intervenção em locais onde haja presenção de refém,
sequestrador e/ou pessoas raptadas; Busca e/ou resgate de pessoas extraviadas e/
ou acidentes em área de dificil acesso; Atuação mediante convocação em caso de
grave pertubação da ordem e de guerra externa; Operações Helitransportadas e
Neutitransportadas; Operações em Estabelicimentos Penais em casos de rebelião
e fugas que se faça necessária a intervenção tática; Segurança de Autoridades,
Dignitários e Pessoas Importatantes (VIP); Ações com Atiradores Policiais de
Precisão (Snipers); Ações confidenciais a critério do Exmo Sr Comandante Geral da
PMAM; Busca e captura de marginais hominzados em locais inóspido (Selva); Ações
onde haja vítimas de crises, sequestros, raptos em áreas rurais e de Selva; Apoio a
outras Unidades da Corporação ou Forças Armadas no que tange a poder de Polícia
em Zonas rurais e de Selva; Busca e resgate de pessoas em aerovaves acidentadas
em áreas de Selva; Patrulhamento e repressão a grupos de crime organizado, em
locais de alto risco e Zonas ruais e de Selva; Operações e patrulhamento policial
em regiões de fronteiras (divergindo das missões do Exército Brasileiro); Apoio
ao Corpo de Bombeiros no Resgate e Salvamento em catástrofes em grandes
acidentes nas áreas de dificil acesso; Assessorar o mando Institucional e organismo
do Estado em aspectos tático-operativos para resolução de crises; Assessorar
o mando Institucional para seleção e aquisição de material bélico segundo a
experiência e necessidade do pessoal para cumprir a missão Institucional; Manter
disponibilidade permanente para realizar operações, apoio ou treinamentos a
Unidades e Comandos que solicitem ao Comando de Policiamento Especializado.
Por fim, nas ocorrênciais de roubo a bancos principalmente nos municípios
amazônicos, reféns localizados, elementos homiziados em áreas de Selva em
práticas criminosas, pessoas perdidas em áreas de Selva, ou extraviadas por conta
de acidentes áereos, dentres outras, de grande vulto, a Companhia de Operações
Especiais – COE é deslocada para essas circunstânciais a qual, tem em seus quadros
homens que detém grande conhecimento técnico-profissional para operarem em
áreas hóstil e de dificil acesso como a Selva Amazônica pelas práticas vivenciadas
e pelo constante treinamentos que seus homens passam desde na sua formação
técnica como também diariamente.
35
4
PATRULHA POLICIAL
DE SELVA
4
LAICILOP AHLURTAP
AVLES ED
Patrulhas
a) Definições de Patrulha
1) Patrulha Militar
É uma força de pequeno efetivo, destacada para cumprir missões de
reconhecimento, de combate ou da combinação de ambas. (Manual de Patrulha do
Exército, 1986, p. 1-1)
É uma organização por tarefas constituída por militares de uma ou mais
frações, com a finalidade de cumprir tarefas de reconhecimento, de combate ou uma
combinação de ambas. (Manual de Patrulha “Comandos Anfíbios”, 1979, p. 1-4)
2) Patrulha Policial
É um grupamento de Policiais que trabalha como uma força de pequeno
efetivo, sendo destacado para cumprir missões determinadas pelo comando do
efetivo policial em área urbana.
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b. Localização de Pontos para Prática Criminosa
a. Reconhecimento
b. Combate
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Responsabilidade de cada função na PPS
Função e Responsabilidade
←→ Navegador (NAV)
1 – Iluminar a carta;
2 – fazer o esqueleteamento (nomenclatura de navegação);
3 – colocar fita transparente ou papel “calco” para evitar riscar a carta;
4 – usar caneta “nikim” ou de retroprojetor bico fino;
5 – impermeabilizar a carta (colocar fita transparente/papel calco);
6 – usar um pequeno frasco com álcool para apagar as anotações.
Exemplo:
- MARRON – as curvas de níveis;
- AZUL – as linhas de talvegue (por onde corre as águas).
40
Fig. 4-1. Carta esqueleteada
↓ Caçador (CAÇ)
41
Patrulha. É o caçador / atirador da Patrulha. Durante o deslocamento da Patrulha
realizará o contra rastreamento à retaguarda junto com o subcomandante.
↓ Observador (OBS)
a. Tarefas Especiais
b. Gerente
Será o terceiro mais antigo da PPS e suas atribuições se restringem a fase dos
preparativos: pedir, conferir, receber e distribuir os equipamentos, alimentação,
armamentos e munições necessárias para o cumprimento da missão.
a. Esclarecedores/Rastreadores 1 e 2
b. Navegador
c. Comandante
42
d. Homem Passo / Anotador
e. Subcomandante
f. Caçador
g. Observador
a. Esclarecedores/Rastreadores
Armamentos:
- Pistola cal .40
- Fuzil de Assalto cal 5.56 / 7.62
Obs.: poderá ainda conduzir uma Espingarda cal “12”, caso o Cmt da PPS achar
pertinente por consequência de determinada missão.
Equipamentos:
- OVN;
- Lupa/binóculos;
- Kit Balizamento (lisolene, sinalizador pirotécnico e outros);
- Kit anotações impermeabilizado (cadernetas de papel plástico branco:
pequena e média, canetas / pinceis ponta fina: azul e preto).
b. Navegador
Armamentos:
- Pistola cal .40
- Fuzil de Assalto cal 5.56 / 7.62
43
Equipamentos:
- Kit navegação (carta, bússola e GPS);
- Kit para preparação da carta (papel calco, fita crepe, pincel ponta fina:
azul, marrom, vermelho e preto, xerox em plástico transparente da régua e
transferidor e um frasco com álcool).
c. Comandante
Armamentos:
- Pistola cal .40
- Fuzil de Assalto cal 5.56 / 7.62
Equipamentos:
- Kit navegação/orientação (carta, bússola e GPS);
- Kit anotações impermeabilizado (cadernetas de papel plástico branco:
pequena e média, canetas / pincéis pontas finos: azul e preto);
- Kit comunicação (HT de comunicação da PMAM, telefone Satelital e celular
funcional (todos com baterias reservas).
Armamentos:
- Pistola cal .40
- Fuzil de Assalto cal 5.56 / 7.62
Equipamentos:
- Kit anotações impermeabilizado (cadernetas de papel plástico branco:
pequena e média, canetas / pinceis ponta fina: azul e preto);
- Kit contagem de passos (linha, cordel/fiel com botões/nódulos);
- Kit identificação/registro (máquina: filmadora/fotográfica com baterias
reservas, almofada de carimbo p/ tirar digital).
e. Subcomandante
Armamentos:
- Pistola cal .40
- Fuzil de Assalto cal 5.56 / 7.62
Equipamentos:
- Kit Balizamento (lisolene, sinalizador pirotécnico e outros).
- Kit anotações impermeabilizado (cadernetas de papel plástico branco:
pequena e média, canetas / pinceis ponta fina: azul e preto);
- Kit comunicação (HT de comunicação da PMAM, telefone Satelital e celular
funcional (todos com baterias reservas).
f. Caçador
Armamentos:
- Pistola cal .40
- Fuzil de Assalto cal 5.56 / 7.62
- Fuzil de Precisão com luneta e case de proteção
44
Equipamentos:
- Kit Caçador/atirador (telêmetro de 6x / 10x p/ medir distância – acoplado,
luneta p/ fuzil de 40 mm de objetivo.
g. Observador
Armamentos:
- Pistola cal .40
- Fuzil de Assalto cal 5.56 / 7.62
Equipamentos:
- Kit Spot/observador (binóculo de 12x e luneta de spotagem de 50x);
- Kit anotações impermeabilizado (cadernetas de papel plástico branco:
pequena e média, canetas / pinceis ponta fina: azul e preto);
- Kit navegação (carta, bússola e GPS);
- Estação meteorológica portátil.
45
5
OPERAÇÕES DE PATRULHAMENTO DE
POLICIAIS NA SELVA
5
ED OTNEMAHLURTAP ED SEÕÇAREPO
AVLES AN SIAICILOP
Patrulha policial de selva (PPS)
48
Fig. 5-2. Colunas paralelas
49
Fig. 5-4. Colunas paralelas
50
Fig. 5-7. Linhas paralelas
51
Fig. 5-10. Cunha 1
52
Fig. 5-14. Alto guardado
53
6
M I TE ME
Missão
Informação sobre o objetivo
TErreno
MEios disponíveis
- Máximo rendimento,
- Melhores condições de segurança, e
- Mínimo esforço.
56
Fig. 6-1. Organograma PPS
Conduta de patrulha
57
A formação em Coluna é empregada quando o terreno não permite uma
formação que forneça maior segurança ou quando a visibilidade for reduzida (à
noite, na Selva, com nevoeiro e etc.). Esta formação dificulta o desenvolvimento da
Patrulha à frente ou à retaguarda e lhe proporciona pouca potência de fogo nessas
direções. Por outro lado, é uma formação que permite maior controle e maior
velocidade de deslocamento. Maior potência de fogo nos flancos e facilidades nas
ações laterais são também vantagens da formação em coluna. Contudo, a distância
entre os homens é determinada pelas condições de visibilidade. (Manual de
Emprego das Pequenas Frações do Batalhão de Infantaria Leve do EB, 1997, p. 3-5).
Fig. 6-3. Formação em Linha
58
Fig. 6-5. Formação em Linhas Paralelas
59
Segundo ainda o Manual de Emprego de Pequenas Frações, a formação em
Cunha Invertida “V”, essa formação é uma variação da formação em losango,
possibilita um melhor comandamento, proporcionando flexibilidade e segurança
à frente e nos flancos da Patrulha e ainda como um artifício de proteção à mesma,
permitindo um maior envolvimento no objetivo da missão. Também, empregada
em terreno descampado e para cruzar área perigosa de grande dimensão. No
entanto, o seu controle é dificultado em regiões de vegetação (Selva) densa.
Deslocamentos da PPS
Fig. 6-8. Deslocamento em ramal/vicinal
60
Fig. 6-10. Deslocamento em selva
a. Na progressão
- Utilizar, sempre que possível, as cobertas e abrigos existentes;
- Manter a disciplina de luzes e ruídos.
b. Na ligação
- Procurar manter o contato visual com seu comandante imediato;
- Ficar atento à transmissão de qualquer gesto ou sinal, para retransmiti-lo e/
ou executá-lo, conforme o caso.
c. Na observação
- Manter em constante observação o seu setor;
- O comandante da Patrulha deve adotar medidas visando estabelecer a
observação em todas as direções, inclusive para cima.
61
Segurança da PPS
a. Durante os Deslocamentos
As formações adequadas ao terreno, bem como a dispersão empregada em
função da situação, proporcionam à Patrulha certo grau de segurança durante
o deslocamento. Contudo, cabe ao comandante da Patrulha realizar um estudo
constante do terreno para que possa determinar, em tempo útil, o reconhecimento
ou desbordamento de locais perigosos.
A segurança à frente é proporcionada pelas pontas vanguardas/esclarecedores/
rastreadores da PPS, a distância entre a Patrulha e o ponta é determinada pelo
terreno, pelas condições de visibilidade e pela necessidade de se manter o contato
visual e o apoio mútuo. Os pontas reconhecem a área por onde a Patrulha se
deslocará à frente e devem manter o contato visual entre si e com o grosso da
Patrulha. Poderão executar o rodízio automaticamente, sem a intervenção do
comandante da Patrulha.
A segurança nos flancos é proporcionada com a distribuição de setores de
observação a cada homem da Patrulha que não esteja em outras missões específicas
de segurança à frente ou à retaguarda e por elementos destacados, quando
necessário ou ainda sempre que o tipo de ambiente favorecer uma atuação inimiga
desta direção.
b. Nos “altos”
Poderão ser efetuados diversos “altos” no deslocamento de uma patrulha para:
- Observar, escutar ou identificar qualquer atividade de infratores;
- Alimentação, descanso, reconhecimento ou a orientação da patrulha.
c. No Objetivo
Fig. 6-11. Alto guardado
62
A segurança da Patrulha, durante a ação no objetivo, é proporcionada pela
correta utilização dos grupos de Segurança, dispostos de modo a isolar a área
do objetivo e proteger a ação do grupo de Assalto e/ou Reconhecimento, agindo
principalmente com a ocupação das vias de acesso, sejam, terrestres e/ ou fluviais.
Em alguns casos, o grupo de Assalto, após executar sua missão, fornece a proteção
aproximada à equipe de tarefas especiais que atua no objetivo.
Navegação da PPS
63
principalmente, por ocasião da travessia de áreas perigosas, devendo ser
selecionado um PRI antes e outro após a área perigosa. Estarão situados ao longo
dos itinerários de ida e de regresso da Patrulha. (Caderno de Instrução “Patrulhas”
do EB, 2004, p. 2-10)
O PRI deve ser facilmente identificado, também deve proporcionar coberta
e abrigo, e sobre tudo, permitir a defesa por curto intervalo de tempo. Outro
fator, são os cuidados na ocupação do PRI, pois se a ação dos infratores impedir a
utilização de um PRI, utiliza-se o anterior. Os componentes de uma Patrulha que
atingirem o PRI aguardarão os demais por um período de tempo pré-determinado
no planejamento e, após esse período, prosseguirão no cumprimento da missão.
No caso de ultrapassado o tempo de espera, os componentes da Patrulha
extraviados deverão reincorporar-se à mesma no ponto de reunião no objetivo, ou
seja, no Ponto Pré Assalto (PPA), ou em um outro ponto planejado para extração da
Patrulha. Deverão ser tomadas medidas de segurança semelhantes as de um alto
guardado.
64
Ações em Áreas Perigosas e Pontos Críticos
Transposição de Obstáculos
Fig. 6-14. Obstáculo
a. Desvio de um Obstáculo
65
dados entre B e C (Q passos), para que não se perca a noção da distância geral do
percurso realizado ou ainda a realizar. De C vai-se a D, deslocando-se segundo o
contra azimute da direção AB, e percorrendo a mesma distância que se percorreu
entre A e B, isto é, os mesmos P passos. Chegado em D, reinicia-se o deslocamento na
direção dada pelo azimute de marcha original. Será normal ocorrerem pequenas
diferenças em direção e em distância, quando se realizarem deslocamentos desse
tipo, por causa dos acidentes e incidentes em terreno de Selva; daí a necessidade
de designar, no mínimo, 2 homens para utilizar a bússola e outros 2 para contar o
número de passos, quando possível, para minimizar os erros.
As barreiras verticais são provocadas pela ação erosiva das chuvas e dos
cursos de água (inclusive igarapés que dão vau de uma hora para outra, por ação
de chuvas, transformam-se em profundas correntes velozes), frequentemente
criam nas encostas das elevações verdadeiros precipícios, quase verticais, que se
anteporão a uma direção de marcha.
Sempre que possível, tais obstáculos deverão ser evitados; entretanto, nem
sempre isso será possível, havendo necessidade de serem transpostos, às vezes,
com 5, 10, 20 ou mais metros de altura. Para vencê-los, a solução será procurar um
caminho melhor e mais fácil, que não requeira meios materiais e técnica especial.
Porém, será necessário não esquecer que, vencido o obstáculo, ter-se-á que reiniciar
a marcha na sua direção original. (Manual de Sobrevivência do EB, 1999, p. 4-14).
66
Antes da travessia de cursos d’água, deve ser reconhecida a margem de partida.
Em seguida, a Patrulha entrará em posição e estará pronta para cobrir a margem
oposta. Logo após, deve ser enviado um grupo de segurança para reconhecer a
outra margem e estabelecer a segurança. Existindo “vau”, a transposição deve ser
rápida e realizada aos pares ou em grupos.
Quando a travessia for a nado, ou seja, não existindo “vau” a transposição
deverá ser realizada individualmente ou aos pares, o armamento deve ser
conduzido sobre a mochila impermeabilizada ou ainda em balsa improvisada. No
caso da utilização de embarcações, elas devem ser ocultadas nas margens.
67
O silêncio e a escuridão da noite nos trazem estranhas sensações. Como
também os animais da floresta com seus gritos e/ou cantos também causam
suposições que muito se a semelham a animais silvestres de grande porte. Trata-se
de um tipo de tiro que deve ser usado em curtas distâncias, que dificulta o uso das
miras. É um tiro normalmente efetuado quando o atirador está sob pressão, em
que a ameaça é próxima e iminente, sendo comum o não uso das miras, uma vez
que o atirador está com sua atenção voltada para o que o ameaça.
A PPS terá uma grande vantagem, mas poderá também ser o caso em que esses
dados (azimute e distância) sejam fornecidos a um grupo perdido se for o caso, por
meio do rádio ou de uma ligação qualquer de avião para terra, ou ainda fornecidos
pelos policiais militares da localidade, quando da busca e localização de infratores
homiziados. Qualquer que seja a situação, a técnica será a mesma anterior.
O que poderá acontecer é que o objetivo seja uma área pequena ou na imensidão
da Selva Amazônica, o que exigirá outra técnica especial para a sua busca e localização.
Isso porque será muito provável que tenha havido desvios na direção de marcha, bem
como imprecisão na contagem das distâncias, fato muito comum em se tratando de
deslocamento na selva. (Manual de Sobrevivência do EB, 1999, p. 4-9).
1) Nas duas hipóteses a PPS sempre fará uma análise dos OBSTÁCULOS (córregos,
matas densas, penhascos, colinas íngremes, charcos, etc.) e VIAS DE ACESSO (trilhas,
cercas, linhas de energia, campos, pontes, etc.) que o terreno apresenta.
2) O emprego de técnicas de vasculhamento pela PPS, se buscará na localidade
por LINHAS DE REFERÊNCIA: são elementos que podem ser seguidos facilmente por
serem de fácil identificação quer no terreno quer no mapa, (estradas, caminhos,
rios, cercas, muros, linhas de energia, margens de lagos, etc.).
3) Sempre utilizará de LINHAS DE SEGURANÇA: são Linhas de Referência que
cruzam a rota que PPS estiver seguindo.
68
4) Também utilizará de PONTOS DE REFERÊNCIA: são pontos de fácil
identificação no terreno no decorrer da marcha.
69
apenas 100 metros segundo um azimute tal que o ângulo B seja igual a 90º (reto),
e chega-se a C. De C, mais 200 metros segundo o contra azimute daquele com que
se marchou de A para B, e chega-se a D. De D, mais 100 metros, segundo o mesmo
azimute que se marchou de B para C (azimute paralelo), e chega-se a E. De E, mais
200 metros, segundo o mesmo azimute com que se marchou de A para B (azimute
paralelo), e chega-se a F.
E assim a PPS se prosseguirá até encontrar o objetivo desejado, ficando-se
sempre em condições de retornar, se necessário, ao ponto inicial A, pois poderá ser
preciso tentar outra direção inicial, que não a de A para B, segundo um outro azimute
e uma outra distância a percorrer. Tal processo terá grande aplicação se for iniciado
a partir de uma linha base (A-D-E-H-I-M), coincidente com um curso de água, uma
estrada, uma picada, mesmo que não sejam retos, o que será normal na selva.
Fig. 6-21. Leque
O Leque, essa técnica poderá ser empregada quando a PPS presumir que o
objetivo está próximo de um ponto já atingido pelo grupo de pessoas perdidas/
extraviadas ou ainda que os infratores estejam neste ponto. Assim, tendo chegado
em A e verificado que, segundo o azimute seguido e a distância percorrida, aí
deveria localizar-se o objetivo, mas que tal não aconteceu, aplica-se tal processo
para localizá-lo. O procedimento será o seguinte:
70
7
TÉCNICAS
DE ASSALTO
7
SACINCÉT
OTLASSA ED
Assalto tático
- Deliberado (meticuloso)
A realização do assalto conforme planejamento e ensaiado no momento
definido pelo Cmt da Patrulha.
- Assalto de Emergência
A realização do assalto imediato da posição em que o grupo de Assalto estiver
em consequência de uma mudança dramática na situação.
74
b. O Assalto
1) Surpresa
O grupo de Assalto deve aproximar-se do ponto de entrada sem ser detectado.
2) Agressividade da ação
Após arrombado o ponto de entrada, deve ser empregado efeitos de choque
no ponto crítico, para manter a superioridade da ação do grupo de Assalto.
3) Rapidez
Certa rapidez deve ser empregada durante o assalto. Quanto maior o tempo
para se chegar aos reféns, maior o perigo. Porém, o homem deve ser rápido o
bastante, mas que consiga pensar no que está executando. A segurança vem em
primeiro lugar, se o grupo de assalto não tiver segurança ele não conseguirá salvar
os reféns com vida, pois agindo muito rápido se comete muitos erros.
A ação intimidar e sobrepujar a tal ponto os infratores que o instinto de
sobrevivência force a sua atenção dos reféns para os policiais, neste breve momento
de indecisão, os policiais, tendo teoricamente as vantagens do treinamento superior,
da surpresa e do equipamento de proteção, será capaz de neutralizar os infratores
e separá-los dos reféns.
As opções táticas empregadas dependerão das condições de cada caso, e
será analisado o objetivo (ponto crítico), as condições do terreno, as condições
meteorológicas, o armamento de que dispõem os infratores e as próprias condições
de equipamento e pessoal do grupo de Assalto. (Manual de Ações Táticas da PMGO,
2009, p. 16/17).
75
Técnica de ação imediata
a. Definição
a) O Objetivo da TAI
Visam dar as frações, ou seja, a Patrulha, a capacidade de reagir ou agir em
um contato inesperado ou inopinado com os infratores em áreas de Selva.
76
b) Vantagens e Desvantagem da TAI
1 – Vantagem
2 – Desvantagem
a) Situações
77
Ofensiva 1: Situações a fazer:
- Montar uma Ação de Oportunidade para surpreender e capturar os infratores;
- Os esclarecedores informam a aproximação dos infratores;
- A Patrulha sai da trilha para o mesmo lado;
- Perseguir e prender os infratores que fugiram na ação.
Obs.: Aspectos importantes: disciplina de luzes e ruídos e tempo de tomada
de posição.
Defensiva
- Tentar evitar o contato com os infratores/suspeitos ou transeuntes;
- Abandonar a trilha e esconder-se na Selva;
- O esclarecedor define para que lado a Patrulha irá abandonar a trilha;
- Todos os componentes saem da trilha para uma distância segura e DEITAM-SE
ficando na posição coberto e abrigado de frente para trilha, procurando ocultarem-
se no terreno, ficando em condições de agir.
Obs.1: O tempo de saída da trilha e ocultação no terreno deve ser o menor possível.
Obs.2: No caso de transeuntes evitar o contato para não quebrar o sigilo da missão.
Obs.3: Caso a PPS esteja em macha na Selva, adota-se o “congelar”, cessando
qualquer movimento para que não sejam percebidos ou plotados pelos infratores/
suspeitos ou transeuntes.
78
Ofensiva 2: Situações a fazer:
- Os esclarecedores matem concentração de fogo à frente;
- Desenvolver a Patrulha no terreno o mais rápido possível;
- Grande poder de fogo à frente;
- Buscar a manutenção do contato até a captura dos infratores;
- Realizar a proteção dos flancos e retaguarda.
Fig. 7-5. Defensiva
79
3) Os infratores nos veem e nós não o vemos (emboscada)
Defensiva
- A ação será igual à adotada na TAI ofensiva. É importante ressaltar que,
no caso de uma emboscada desencadeada pelos infratores, mesmo sendo adotada
uma TAI adequada, nossa possibilidade de sucesso será reduzida. Portanto, dá-se
ênfase ao fato de que o melhor procedimento é evitar a emboscada;
- Reorganização da Patrulha no último ponto de reunião no itinerário (PRI).
Situações de contingência
80
O comandante deverá ter muito cuidado quando da explanação, na ordem
à Patrulha, das decisões relativas às situações de contingência a fim de evitar
confusão com o plano principal. O ideal é que as situações de contingência e as
respectivas decisões face às mesmas sejam explanadas nas prescrições diversas.
(Caderno de Instrução “Patrulhas” do EB, 2005, p. 2-58)
a. No deslocamento de ida
1) Alterações no itinerário
- Pontos críticos (reconhecimento e segurança)
- Áreas críticas (reconhecimento e segurança)
- Locais que favoreçam a atuação dos infratores
4) Ação no Objetivo
- Quebra do sigilo no PPA
- Quebra do sigilo durante o reconhecimento aproximado
- Alteração da situação prevista durante a ordem à Patrulha:
• Resistência dos infratores maior do que a prevista
• Reposicionamento da Patrulha
• Antecipação da chegada de reforços
• Local da Ação no Objetivo diferente daquela considerada durante o
planejamento
b) Alterações no itinerário
1) Itinerário de regresso
- Pontos críticos (reconhecimento e segurança)
- Áreas críticas (reconhecimento e segurança)
- Locais que favoreçam a atuação dos infratores
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3) Reorganização após a dispersão
- Análise do comprometimento da missão em relação ao efetivo e material
reagrupado. (Caderno de Instrução “Patrulhas” do EB, 2005, p. 2-59)
Infiltração
Fig. 7-7. Infiltração com aeronave
82
do infrator, sem que este a perceba. Para a execução da infiltração é fundamental
a obtenção da surpresa.
A infiltração será normalmente realizada por uma Patrulha, apoiando a ação
principal de uma Operação Policial na Selva, com o objetivo de:
1) Empregar ações sigilosas em posições sumariamente organizadas dos
infratores;
2) Empregar ações sigilosas em pontos fortes no flanco ou retaguarda do
dispositivo dos infratores;
3) Ocupar posições importantes que contribuam para a ação principal;
4) Conquistar terreno decisivo para o contexto geral da Operação Policial
na Selva;
5) Empregar ações de inquietação e desgaste na área de retaguarda dos
infratores.
83
8
SOBREVIVÊNCIA
NA SELVA
8
AICNÊVIVERBOS
AVLES AN
Noções gerais de sobrevivência
a. Sobrevivência
Vida na selva
86
a. A água
- Águas Paradas - Lagos, igapós, pântanos e charcos, devendo seu uso ser
feito após a purificação. Outro recurso, de fácil prática, é colhê-la de um buraco
cavado a uma distância de 5 metros da fonte de água, o qual, após algum tempo,
pela porosidade do solo, encher-se-á de água filtrada.
87
- Água das Chuvas e Orvalho - Poderão ser colhidas diretamente em
recipientes, em buracos ou com o emprego do telheiro da rede de selva, poncho
ou plástico. Quando houver troncos pelos quais ela escorra, para colhê-la bastará
interromper o fluxo com um pano, cipó ou folhagem, canalizando-a para qualquer
vasilhame. Na falta de outro material, as próprias roupas, depois que forem limpas,
poderão ser expostas à chuva e, uma vez encharcadas e torcidas, a água delas
resultante deverá ser purificada pela fervura.
- Vegetais - Vários são os que poderão fornecer água ou indicar a sua presença.
Os principais são:
b. O fogo
Fig. 8-2. Aço e pedra Fig. 8-3. Arco e pau
c. Os alimentos
1) Origem vegetal
O Manual cita ainda que, qualquer fruto comido pelos animais poderá
também ser consumido pelo homem. Se uma planta não for identificada, outra
regra básica é utilizar exclusivamente os brotos, de preferência os subterrâneos,
pois serão mais tenros e saborosos. Nas regiões onde houver igarapés, seguindo
seus cursos, obter-se-ão alimentos vegetais com maior facilidade. Não há na área
amazônica palmitos tóxicos; todos podem ser consumidos: buriti, bacaba, açaí,
patauá. Apresentam-se sempre como prolongamento central do tronco, sendo o
seu tamanho proporcional à idade da palmácea.
Os alimentos de origem vegetal estarão sempre na dependência da época do
ano e da distribuição geográfica. Para eliminar a toxidez de alguns vegetais basta
fervê-los durante cinco minutos, realizando a troca de água por duas ou três vezes
nesse período. Após isto o vegetal poderá ser consumido. São exceções a esta regra
os cogumelos. Se o sobrevivente consumir exclusivamente vegetais, deverá fazê-lo
de forma moderada até que seu organismo se acostume à nova dieta.
2) Origem animal
89
Neste caso, é importante saber que a maior parte dos animais de sangue
quente e com pelos são cautelosos e difíceis de deixarem apanhar. Para caçá-los
será preciso habilidade e paciência; o melhor método será o chamado de “espera”,
cujo tipo, altura e comodidade ficarão a critério do caçador. Os locais mais indicados
para uma espera serão uma trilha, um bebedouro ou um comedouro. (Manual de
Sobrevivência na Selva do EB, 1999, p. 6-33).
Para o Manual de Sobrevivência, a caça deverá ser mais abundante e fácil de
ser encontrada nas proximidades de água e nas clareiras. Ao caminhar, observar
com atenção o terreno a fim de descobrir sinais de caça: trilhas, vegetação rasteira
pisoteada, excrementos ou restos de comida e, mesmo, ruídos característicos.
Quando se estiver percorrendo uma trilha, essa atenção deverá ser redobrada, pois
o animal poderá surgir a qualquer momento. Muitas espécies de animais vivem
em buracos, nos ocos das árvores ou no chão.
A caça noturna geralmente dará bom resultado, pois a maior parte dos animais
se movimenta à noite. A luz de uma lanterna ou de um archote, projetada nos olhos
do animal, torná-lo-á parcialmente cego, o que permitirá maior aproximação do
caçador que, se não possuir arma de fogo, procurará abatê-lo com uma lança (pau
com ponta afiada) ou mesmo com uma paulada. Os chamados “olhos sem corpo”
não deverão perturbar o caçador, pois serão apenas o resultado dos reflexos da luz
nos olhos de aranhas e insetos.
d. Os abrigos
Fig. 8-4. Tapiri simples
90
O Manual cita ainda que, os abrigos são construções preparadas pelo
combatente, com os meios que a Selva e o próprio equipamento lhe oferecem, para
a proteção contra as intempéries e os animais selvagens. Podem ser:
Abrigos Permanentes - Construídos com ou sem material da região e
destinados a permitir a permanência continuada e por tempo indeterminado do
combatente na Selva.
Abrigos Semipermanentes - Construídos com material da região e destinados
a dar condições à permanência na selva por um longo período de tempo. Em função
do número de indivíduos a abrigar ou de sua utilização.
Abrigos temporários - Construídos com material da região, utilizando
também, se necessário, partes do próprio equipamento, e destinados a permitir a
permanência do combatente na Selva por curtos períodos de tempo.
O material a ser obtido na própria Selva inclui, normalmente: Madeira (troncos
finos e grossos) para a estrutura; Cipós (ambé, titica, timbó-açu) ou cascas de certas
árvores (enviras preta e branca) para todas as amarrações; Palhas (branca, braba,
ubim em “V”, najá) ou folhas de palmeiras (açaí, buriti, bacaba, patauá) ou sororoca
(semelhante à folha da bananeira) ou caranaí para as coberturas.
Obs.: As palhas, sem seus talos, ou as folhas de sororoca podem ser usadas
para a confecção de tarimbas (espécie de colchão que fica sobre as “varas” de
madeira da cama).
91
cuidados com os pés, os quais deverão ser mantidos limpos, lavando-os e secando-
os com a frequência possível.
Doenças intestinais são aquelas causadas por germes existentes nas fezes
e urina ou por alimentos contaminados. Normalmente os seus agentes causais
são eliminados do corpo pelas fezes e urina. Geralmente eles são transmitidos
por alimentos e água contaminada, além da não higienização na confecção e
consumação da alimentação.
a) Animal Peçonhento
92
b) Animais Venenosos
É aquele que, para produzir efeitos prejudiciais ou letais, exige contato físico
externo com o homem ou que seja por este digerido. Como exemplos de animais
venenosos existem o sapo-cururu, os sapinhos venenosos e o peixe baiacu.
O Manual de Sobrevivência na Selva do EB, cita ainda, algumas recomendações
preventivas que poderão ser utilizadas a fim de evitar as picadas de ofídios, aranhas,
escorpiões e lacraias:
Andar sempre com uma vara, batendo-a, quando necessário, nas árvores e
galhos; o ruído espantará os animais e a própria vara poderá servir como defesa.
Antes de sentar ou deitar, verificar o local com a vara ou com os pés; evitar sentar
sobre toros ou árvores caídas, sem antes examinar à sua volta, pois são locais
preferidos, pelo frescor e sombra, para abrigos de serpentes. Ao vestir-se, verificar
se não há animais peçonhentos que tenham vindo abrigar-se nas peças de roupa,
bastando sacudi-las.
Examinar os coturnos antes de calçá-los, virando-os e batendo na sola, pois
são locais preferidos para abrigo de aranhas e escorpiões. Ter cuidado ao mexer em
folhas de palmeiras (surucucu-de-patioba), montes de folhas ou palhas (aranhas e
serpentes) e paus ou tábuas empilhadas (escorpiões). Na selva, evitar sempre andar
isolado. Quando possível, deslocar-se, no mínimo, em grupos de 3 (três) pessoas.
93
alto, forte) do grupo será quem deve iniciar a conversa, e não um qualquer, pois
o índio poderá ofender-se; este elemento deverá aproximar-se só, falar alto e ser
paciente na tentativa de conversação.
3. Não demonstrar receio. Aproximar-se desarmado e não ameaçar de modo
algum. Não deverá fazer movimentos bruscos de modo a assustá-los, pois tal fato
poderá torná-los hostis. O sorriso é uma demonstração que muito poderá auxiliar
no primeiro contato.
4. Enquanto o “maior” estiver em conversação, os demais elementos do grupo
de sobreviventes deverão manter vigilância para evitar surpresas.
5. Ao se aproximar de uma aldeia de índios ou de um grupo deles para iniciar
o contato verbal ou por mímica, deve-se fazê-lo devagar, parando e sentado.
Não deverá haver precipitação, pois será normal que se mostrem acanhados e
inacessíveis no princípio e fujam da aproximação. Se fugirem, não insistir. Deve-
se parar e, no local, colocar “presentes” no chão; afastar-se em seguida e aguardar
o resultado, pois geralmente eles voltarão para apanhá-los. Não se preocupar,
pensando que eles se foram de vez, pois estarão vigiando. Essa demonstração
facilitará a amizade futura.
6. Caso o grupo tenha conseguido aproximar-se sem ser pressentido, o que
será difícil deverá bater palmas ou chamar em voz alta para atrair a atenção,
deixando a iniciativa das atitudes para eles.
7. Bons recursos para iniciar uma amizade será realizar qualquer habilidade
(truques, cantos, jogos), fazer trocas, oferecendo aquilo que se tiver, como sal,
cigarros, moedas, ou mostrar qualquer coisa que possa servir de identificação do
sobrevivente perante o indígena, como cartão de identidade, emblemas, bandeiras,
distintivos etc. Entretanto, não se deve demonstrar muitos donativos, pois poderá
despertar a cobiça incontrolável. As tentativas de entendimento por meio de gestos
com as mãos serão recomendáveis, pois é hábito entre eles mesmos.
8. Dar ideia de que, tão logo se consiga o que quer, pretende-se ir embora, pois
os índios não gostam de intrusos.
9. Tratar os indígenas como seres humanos, não demonstrando desprezo, não
zombando, não rindo deles, nem procurando impor sua vontade. A violação destes
conselhos poderá acarretar consequências desagradáveis, de dia ou de noite.
10. Cumprir o que promete.
11. Respeitar os costumes e usos locais, mesmo que possam parecer
incompreensíveis ou absurdos. Não esquecer que, para os índios, sobreviventes
serão estranhos e, às vezes, figuras bizarras.
12. Respeitar a propriedade pessoal. Isto significa, para o indígena, que o
oferecimento de objetos e gêneros deverá ser remunerado, de um jeito ou de outro;
entretanto, deve-se evitar ser dadivoso em demasia. Moedas terão bastante aceitação
nessas remunerações, pois, para alguns, representarão realmente valor, enquanto
para outros significarão enfeites, amuletos ou joias. Algumas tribos preferem anzóis,
linhas, pilhas de lanterna, facões, cigarros, sal, latas, peças de roupa, etc. O bom senso
e a observação atenta auxiliarão a perceber os gostos indígenas.
Por fim, procurar deixar a melhor impressão possível na mente dos índios,
com o que se tornará mais fácil a situação futura de outros que, por ventura, se
vejam nas mesmas contingências de sobrevivência; tal atitude em muito adiantará
para facilitar os contatos de nosso pessoal, cuja missão é sobremodo importante
e imprescindível para a integração da AMAZÔNIA. (Manual de Sobrevivência na
Selva do EB, 1999, p. 7-5).
94
9
O COMBATE
NA SELVA
9
ETABMOC O
AVLES AN
Influências sobre o combatente
98
na água, latidos, ruídos de galhos quebrados indicando deslocamento de Força
Policial, ruídos provocados no carregamento e engatilhamento de armas, vozes
humanas. Outro sentido que deve ser desenvolvido é o do olfato pois os odores no
interior da floresta têm maior persistência e podem fornecer indícios importantes
ao homem adestrado.
99
Influências sobre o deslocamento
100
10
MARCHA PARA
O COMBATE
01
ARAP AHCRAM
ETABMOC O
A marcha na selva
104
Outro fator é a proximidade da floresta em relação às margens dos rios,
ou das margens dos ramais, o Cmt da PPS terá atenção na guarda dos flancos no
deslocamento através selva, reduzir a velocidade de progressão à do homem na
selva. Nos pontos julgados de maior risco, o Cmt da PPS lançará os esclarecedores
para realizarem reconhecimento e ocupam as margens do eixo até a passagem de
todo o grosso da Patrulha.
O planejamento da Marcha sofrerá ainda uma severa restrição no que tange
ao aspecto do terreno, dificuldade em se levantar nas cartas acidentes que sejam
identificáveis, sem possibilidade de erro, pela Patrulha que se desloca. Quando a
Marcha for fluvial esta possibilidade ainda ocorrerá, mas no interior da selva ela é
praticamente inexistente.
Por fim, antes de começar a marcha pela selva, se possível, deve-se fazer
um reconhecimento completo, ou em parte do itinerário a seguir. Se a situação
tática permitir, elementos de reconhecimento devem ser lançados à frente para
cientificar-se da distância e condições do itinerário, para escolher novos caminhos
nas regiões desfavoráveis, realizar balizamentos, reconhecer os cursos de água
sobre os quais devem ser construídas as passagens, para atualizar as cartas,
determinar os locais de estacionamento e pontos de espera e analisar a duração do
movimento. Um relatório completo deve ser fornecido o mais cedo possível ao Cmt
da tropa. (Manual de Operações na Selva do EB, 1997, p. 5-2).
Deslocamento na selva
Orientação
A densidade da vegetação torna a Selva “toda igual”; nela não haverá pontos
de referência nítidos. Mesmo aqueles que já possuem alguma experiência não
confiam muito em possíveis referências, porque tudo se confunde devido à
repetição contínua e monótona da floresta fechada. Os incontáveis obstáculos
105
constantemente causarão desequilíbrio e quedas, tornando difícil a visada
permanente sobre determinado ponto. A necessidade de saber onde pisar ou
colocar as mãos desviará, por certo, a direção do raio visual; e, finalmente, a própria
densidade da vegetação só permitirá que se veja entre a distância de 10 a 30 metros
à frente, quando muito. (Manual de Sobrevivência na Selva do EB, 1999, p. 4-2)
Segundo o Manual, a noite nada se vê, nem a própria mão a um palmo dos
olhos. O luar, quando houver, poderá atenuar um pouco essa escuridão, sem,
contudo, entusiasmar o deslocamento noturno. O copado fechado das árvores não
permitirá que se observe o sol ou o céu, a não ser que se esteja em uma clareira, o
que, ainda assim, não significará que se possa efetivamente observá-los, de dia ou
de noite, para efeito de orientação, pois haverá constantemente a possibilidade do
céu nublado. Por tudo isso, os processos de orientação na selva sofrerão severas
restrições. Além dos processos convencionais, tais como a carta, a bússola e o GPS,
ainda poderá utilizar-se dos fenômenos da natureza como meio de fortuna.
Colocando-se a linha 6-12 horas voltada para o sol, a direção norte será obtida
com a bissetriz do ângulo formado pela linha 6-12 horas e o ponteiro das horas,
utilizando o menor ângulo formado com a direção 12 horas.
No caso do hemisfério norte, a linha a ser voltada para o sol será a do ponteiro
das horas, e a bissetriz do ângulo desta linha com a linha 6-12 horas dará a direção
sul. Trata-se de um processo que apresenta consideráveis alterações nas estações do
verão e inverno austrais, devido à inclinação do globo terrestre e a direção em que o
sol incide sobre ele, também nas regiões próximas ao Equador, que é o caso da maior
parte da Amazônia Brasileira. Porém, pode ser utilizado, sem maiores restrições, nas
estações da primavera e outono se o indivíduo ou grupo souber em qual hemisfério
se encontra. (Manual de Sobrevivência na Selva do EB, 1999, p. 4-2).
106
3) Orientação pelas Estrelas
107
5) Construção de Abrigos pelos Animais
Os animais, de modo geral, procuram construir seus abrigos com a entrada
voltada para o norte, protegendo- se dos ventos frios do Sul e recebendo diretamente
o calor e a luz do sol. No interior da selva amazônica, devido à proteção que ela
proporciona barrando os ventos frios, este processo de orientação não apresenta
grande confiabilidade.
Navegação
108
Para o Manual, se um elemento se perder do grupo, poderá ser encontrado
lançando mão de gritos e de apitos; se possuir arma, dará 2 tiros, o que já é
convencional na selva. Poderá também bater com qualquer pedaço de pau em
certas raízes expostas de árvores (sapopemas), o que produzirá um som que
reboará até determinada distância. Se tentar uma navegação em busca do grupo,
deverá, à medida que se deslocar ir marcando o caminho percorrido.
Para isso fará marcas com um facão, faca ou canivete nas árvores, ou irá
quebrando galhos da vegetação baixa, de modo que as pontas fiquem apontando
para a direção seguida. Todos esses recursos, ou quaisquer outros, serão
fundamentais em se tratando da vida na selva, sendo mesmo normal que grupos já
os tenham convencionados para os casos de necessidade.
109
11
BASE DE
PATRULHA
11
ED ESAB
AHLURTAP
Definição
É uma área oculta na qual se acolhe a Patrulha Policial de Selva por curto
prazo para refazer, reorganizar e dar prosseguimento ao cumprimento da missão.
Tornando uma medida de segurança que funciona como um ponto de reunião,
dando flexibilidade ao comandante da Patrulha na área controlada por infratores.
- Missão da PPS;
- Dissimulação e segurança do local;
- Possibilidade do estabelecimento das comunicações necessárias;
- Necessidade de apoio de suprimento aéreo, se for o caso;
Neste caso, a área de lançamento não deve comprometer a localização do
PPA. Havendo mais de um lançamento, prever outras áreas. A noite é favorável
ao lançamento.
112
- Adequabilidade da área.
Considerando o ambiente operacional, escolher um terreno seco e bem
drenado e de pouco valor tático. As medidas de segurança preterem as medidas
administrativas da Patrulha.
- Aproximação do PPA;
- Reconhecimento;
- Ocupação;
- Estabelecimento de um sistema de segurança;
- Medidas administrativas;
- Inspeções;
- Evacuação do PPA.
1) Aproximação e reconhecimento.
113
Fig. 11-1. Entrada pelo método do relógio Fig. 11-2. Posição dos grupos
Ocupação do PPA
114
Segundo o Caderno de Instrução, quando no PPA existirem restrições de
cobertas e abrigos, devem ser preparados abrigos individuais para um homem
deitado. Por medida de segurança, todos devem estar em condições de emprego
trinta minutos antes do escurecer e do amanhecer. A posição para dormir deve
favorecer uma pronta resposta do homem para tomar uma posição de tiro.
115
12
PLANEJAMENTO E
PREPARAÇÃO DA PPS
21
E OTNEMAJENALP
SPP AD OÃÇARAPERP
Normas de comando
a. Providências Iniciais
- Realizar a interpretação sumária da missão atribuída a sua Patrulha;
- Planejar a utilização do tempo disponível (quadro-horário);
- Realizar o estudo de situação preliminar;
- Planejar a organização da Patrulha (pessoal e material).
118
b. Observação e planejamento do reconhecimento
- Realizar um rápido estudo na carta quando houver, observando o itinerário
até o objetivo, para planejar o reconhecimento;
- Planejar o reconhecimento (Rec);
- Determinando quem participa do Rec;
- Indicando os postos de observação a ocupar e o que observar em cada um deles.
- Elaborar a ordem preparatória (O Prep);
- Expedir a ordem preparatória.
c. Reconhecimento
- Conforme o planejamento.
e. Ordens
f. Fiscalização
O Cmt, auxiliado pelo seu subcomandante (SCmt), checar a execução das ordens
e auxilia os componentes subordinados sempre que possível. Esta fase é de vital
importância para o sucesso de qualquer operação. Esta checagem é caracterizada
pelas inspeções inicial e final. Nesta fase, estão também incluídos, a cargo do SCmt,
os ensaios das ações.
O Recebimento da Missão
119
a) Estudo sumário da missão
1) O que fazer?
- Identificar as ações impostas (verbos da missão) e visualizar as ações
complementares necessárias ao cumprimento da missão.
2) Quando?
- Verificar os prazos e horários impostos ou necessários para o cumprimento
da missão.
3) Onde?
- Levantar a localização e a situação do objetivo.
É importante salientar que as conclusões obtidas, por esse breve estudo preliminar,
poderão sofrer modificações determinadas por dados obtidos no reconhecimento e
serão reajustadas por ocasião do estudo de situação (planejamento detalhado).
120
atribuições específicas durante a preparação e/ou execução da Patrulha, não
pertencendo, portanto, ao grupo de comando. Essas atribuições, desempenhadas
cumulativamente com as demais são, dentre outras, as que se seguem:
a. Subcomandante
É o eventual substituto do comandante em qualquer fase da missão. Auxilia
o comandante no planejamento, coordena as medidas administrativas (ordens,
ensaios, refeições, inspeções etc.). Fiscaliza as atividades de preparação da equipe
de tarefas especiais. Providencia a presença e organiza a PPS para emissão de
ordens (inclusive elementos em apoio) e conduz o ensaio. Controla o efetivo e
rodízio de material, se for o caso (durante deslocamentos, altos, reorganização,
ultrapassagem de pontos críticos). Coordena a redistribuição da munição e de
outros materiais, se for o caso. Verifica a esterilização das áreas dos alto-guardados,
objetivo, áreas de reunião etc.
b. Gerente
É o terceiro mais antigo da PPS. É o elemento encarregado de material e
suprimentos. Deve providenciar este material e os suprimentos necessários, de
acordo com a relação confeccionada pelo comandante da PPS, e distribuí-los,
mantendo o controle de modo que a PPS esteja aprestada na hora da Ordem à
Patrulha. No regresso da missão, recolhe o material distribuído e apresenta ao
comandante as alterações.
c. Navegador
Auxilia o comandante da Patrulha na orientação e navegação da PPS. É de
extrema importância esse elemento na PPS em virtude da complexidade das
Operações de Patrulhamento na Selva. De acordo com a necessidade, é conveniente
que todos os componentes da PPS que tenham conhecimento de orientação e
navegação. Sob a coordenação do comandante da Patrulha, o navegador da PPS
prepara o caixão de areia, extrato da carta ou recurso visual ou ainda meio similar
a ser utilizado na Ordem à Patrulha e prepara o quadro auxiliar de navegação.
d. Homem Passo
Auxilia o comandante da Patrulha juntamente com o navegador na
orientação e navegação da PPS. Especificamente quanto ao tempo navegado ou
a navegar da PPS. É importante esse elemento na PPS para o planejamento do
tempo no deslocamento através Selva no cumprimento da missão em virtude da
complexidade das Operações de Patrulhamento na Selva, por conta de obstáculos,
pontos críticos ou ainda acidentes capitais.
O comandante da PPS poderá realizar desvio na rota de descolamento ou ainda
por orientação. Sendo que deverá ser categoricamente anotado todos os desvios
realizados, para a segurança da PPS no seu retorno da missão. Sob a coordenação
do comandante da Patrulha, o homem passo da PPS prepara o processo de contagem
de passos ou meio similar a ser utilizado na Ordem à Patrulha.
e. Tarefas Especiais
São Especialistas em diversas Áreas Técnicas de Segurança Pública, com
conhecimentos em: Explosivos, Negociação, Identificação, dentre outros. Que
auxiliarão o comandante da PPS na missão, principalmente no Objetivo.
121
Ordem preparatória
a. A Missão
O comandante da Patrulha procura definir, claramente, as ações a realizar,
sequenciando-as de maneira lógica, a fim de assegurar o preparo e a execução das
ações necessárias ao cumprimento da missão.
b. Os Infratores
c. O Terreno
O comandante da Patrulha considera os aspectos gerais (relevo, vegetação,
natureza do solo, hidrografia, localidades, população e condições meteorológicas).
Este estudo visa integrar os melhores momentos para as suas ações e identificar os
itinerários que restringem ou impedem o movimento da Patrulha. Conhecendo os
itinerários mais adequados à situação, o comandante da Patrulha realiza o estudo
dos aspectos das Operações Policiais no terreno.
d. Meios
O comandante da Patrulha deve apreciar os recursos humanos e materiais
disponíveis. Ele deve procurar empregar seus meios de forma a levantar a melhor
linha de ação para o cumprimento da missão.
e. Temperatura
122
detalhados e, conforme o estudo realizado, redefinidos. Ele poderá concluir sobre
a adoção de maiores ou menores medidas de segurança durante a execução da
missão, tempo disponível para ensaios etc.
Por fim, ao final deste estudo, o comandante terá chegado a uma decisão sobre
como cumprirá a missão. (Caderno de Instrução “Patrulhas” do EB, 2005, p. 3-15).
Ordem à patrulha
a. Inspeção inicial
Fig. 12-1. Inspeção inicial
123
1) Parte tática
2) Parte material
b. Estudo e ensaio
124
o sucesso da missão devido a, dentre outros motivos: quebra de sigilo, danificação
do material (impermeabilização mal feita) e dificuldade de observação (perda de
profundidade ou embarcamento), dentre outras fatores que poderão ocorrer.
Fig. 12-2. Ensaio
c. Inspeção final
Fig. 12-3. Inspeção final
125
interno da tampa da mochila, uma relação com o material coletivo que está
conduzindo, a fim de facilitar, no caso de alguma eventual baixa, o controle do
material coletivo essencial ao cumprimento da missão.
Por fim, após a verificação da camuflagem, da ajustagem do equipamento, dos
cantis plenos, do estado físico dos componentes e realizadas as devidas correções, o
comandante da Patrulha deverá comandar “CARREGAR AS ARMAS” e, em seguida,
inspecionar se estão carregadas. (Caderno de Instrução “Patrulhas” do EB, 2005, 3-28).
126
127
13
PATRULHA POLICIAL
RIBEIRINHA (PPRib)
31
LAICILOP AHLURTAP
)biRPP( AHNIRIEBIR
Considerações iniciais
Áreas Ribeirinhas
130
População distribuída às margens das hidrovias, em cujas confluências
principais podem existir núcleos urbanos de relativa importância, com grande
instabilidade das condições climáticas e meteorológicas e carência de recursos
locais. Mais de 90% dos municípios, fontes de produção e comunidades se encontram
à margem dos rios, afastadas por quilômetros de distância.
Fig. 13-1. Mapa hidroviário dos rios do Amazonas
a) Organograma da PPRib
Fig. 13-2. Organograma da PPRib
131
a. Posicionamento da Patrulha Policial Ribeirinha na embarcação
1 - Proeiro / Navegador
2 - Esclarecedor 1/ Observador
3 - Esclarecedor 2 / Segurança
4 - Atirador de Segurança
5 - Comandante
6 - Subcomandante
7 - Patrão (piloto da embarcação)
8 - Segurança a Retaguarda
132
Responsabilidade da função na PPRib
Atribuições
1) Auxiliar o nº 8 (patrão) na colocação do motor na embarcação;
2) É encarregado do cabo de Proa e sua amarração;
3) É encarregado da amarração dos cabos laterais internos da embarcação
para apeação do material a ser embarcado;
4) Providencia e coloca nos lugares apropriados os remos;
5) Distribui os coletes salvas vidas a Patrulha;
6) Auxilia o patrão na desatracação e abicagem;
7) Se durante a navegação o meio de propulsão for a remo, assume a função
de Sota – Voga da equipe de remadores;
8) Durante a navegação, é responsável pela sinalização entre as equipes para
a mudança de formação;
9) É o navegador da PPRib.
Atribuições
1) É encarregado do embarque e apeação do material;
2) Se necessário, auxilia o Proeiro na atracação da embarcação;
3) Se o meio de propulsão empregado for o remo, assume a função de voga;
4) É Observador da PPRib.
Atribuições
1) Auxilia o Esc 1/Obs no embarque e apeação do material;
2) Durante a navegação de Patrulhamento é o Esclarecedor 2, sendo responsável
pela Segurança da PPRib no Flanco Direito da embarcação, mantendo sua arma em
condições de tiro;
3) É operador rádio da embarcação, se houver o equipamento na embarcação.
Atribuições
1) Durante a navegação é o Atirador, sendo o responsável pela Segurança da
PPRib no Flanco Esquerdo da embarcação, mantendo sua arma em condições de uso.
CMT – Comandante
Atribuições
1) É o responsável pela Inspeção Final da sua PPRib antes do embarque, tendo
atenção especial se toda a PPRib está equipada corretamente com coletes salva-
vidas e se as armas estão carregadas;
2) É o responsável pela inspeção final da embarcação;
3)Pede permissão ao Comandante da Operação Policial na Selva para
desatracação, solicita a rota, a velocidade a ser seguida, assim como a sua colocação
na formação em relação às demais embarcações, se houver;
133
4) É o responsável pela Conduta e Disciplina de sua PPRib principalmente no
que tange sobre a disciplina de luzes e ruídos, dentre outras.
SCMT – Subcomandante
Atribuições
1) Auxilia o comandante na Inspeção Final da PPRib antes do embarque,
tendo atenção especial se toda a PPRib está equipada corretamente com coletes
salva-vidas e se as armas estão carregadas;
2) Auxilia o comandante na Inspeção Final da embarcação;
3) Auxilia o comandante na Conduta e Disciplina da PPRib, principalmente no
que tange sobre a disciplina de luzes e ruídos, dentre outras.
Atribuições
1) É o responsável pelo recebimento no P4 do seguinte material: motor (testar),
tanque, combustível, óleo 2 tempos, remos, colete salva-vidas, caixa de ferramenta,
cabos de proa e apeação, 1 kit de sinalização, boia de arrinque e defensas;
2) Colocação de embarcação na água, apeação do motor e tanque na
embarcação;
3) Ligar o motor para pré aquecê-lo;
4) Distribuição do material e pessoal a ser embarcado;
5) Quando o motor estiver pré-aquecido, o material embarcado e peado, dará
o pronto ao Comandante da PPRib
6) É o responsável pela operação e manutenção do motor, desde a saída do P4
até o regresso.
Atribuições
1) Durante a navegação de Patrulhamento é segurança, sendo o responsável pela
Segurança da PPRib a Retaguarda da embarcação, mantendo sua arma em condições
de uso. (Manual Básico do Combatente Ribeirinho da Marinha do Brasil, 2005, p.6-1).
134
14
138
b) Abordagem com duas Patrulha de 4.
Fig. 14-3. Patrulha com duas equipes de 4 Fig. 14-4. Embarcação de passageiro 2
Assalto ribeirinho
139
Fig. 14-5. Assalto Ribeirinho
140
Patrulha Ribeirinha, seja para o desencadeamento das Operações Policiais na
Selva. É importante que seja planejada a adaptação da tropa especializada às
características das embarcações, a fim de manter intacta a cadeia de comando e a
integridade das frações bem como do aprestamento das mesmas para as missões
imediatas. O plano de embarque deverá adaptar as embarcações disponíveis,
procurando manter a estrutura organizacional da unidade especializada.
Para o Caderno de Instrução “Patrulhas” do EB (2005, p. 5-10), no Movi-
mento, deverá haver a definição da ordem de deslocamento das embarcações
e da condução de ações destinadas a contrapor-se às ações dos criminosos. Em
princípio, os deslocamentos são realizados pelos processos a seguir descritos.
Segundo ainda o Caderno de Instrução, no Movimento contínuo, durante
o movimento contínuo, todas as embarcações movem-se, a uma velocidade mo-
derada. A segurança é baseada na observação e na ação da PPRib nos locais mais
viáveis às ações dos criminosos. Este processo é o que oferece maior rapi-dez de
movimento, contudo, proporciona um menor grau de segurança.
Já em Movimento por lanços sucessivos, as embarcações da PPRib man-têm
suas respectivas posições na coluna. O sistema de segurança entre as em-barcações
é recíproco e um só inicia o seu deslocamento, quando a outra já te-nha ocupado
posição. É o processo oferece maior segurança, sendo, porém, o mais lento.
Fig. 14-7. Movimento por lanços sucessivos
141
Fig. 14-8. Movimento por lanços alternados
A lancha “A” ocupa posição num ponto que permita observação à frente.
Sinaliza para a lancha “B” que, tendo embarcado o pessoal, ultrapassa o local da
lancha “A” e entra em posição à frente. As demais lanchas se deslocam e ocupam
a antiga posição da lancha “B”. Proporciona maior rapidez que o movimento
por lanços sucessivos, mas não permite ao homem da lancha que ultrapassa, um
reconhecimento cuidadoso à frente. O contato rádio entre as lanchas permite que o
bote em posição auxilie com informações a lancha que irá ultrapassá-lo. (Caderno
de Instrução “Patrulhas” do EB, 2005, p. 5-11)
Técnicas de Deslocamentos
142
A navegação e orientação fluvial
Base da PPRib
143
a) Base Terrestre
Fig. 14-10. Base terrestre da PPRib
b) Base Flutuante
Fig. 14-11. Base flutuante da PPRIB
144
Será uma Base de Combate Flutuante, quando sua maior parte estiver instalada
em meios flutuantes, podendo abranger parte de área terrestre nas margens,
necessária ao complemento dos recursos de apoio e ao estabelecimento da segurança.
A base de combate também pode ser considerada como um Ponto Pré
Assalto (PPA) muda de local por exigência da situação tática. Em algumas
situações, o comandante da Operação Policial Ribeirinha pode ocupar um posto
de comando avançado em embarcações que lhe permitam acompanhar melhor o
desenvolvimento das Patrulhas Policiais Ribeirinhas.
c) Bloqueio terrestre
d) Bloqueio fluvial
e) Área de segurança
145
a. Tipos de embarcações da PMAM
146
As lanchas são dotadas de rádio de comunicação com o sistema da Polícia
Militar e com o Centro Integrado de Operações de Segurança (Ciops). Também
possuem GPS e um rádio marítimo que torna possível a comunicação com a
Marinha e o Exército Brasileiro.
As Lanchas de Ação Rápida (LAR), projetada para aplicações militares e civis,
é uma lancha aberta, feita de alumínio, possui pequeno calado, pode operar em
alta velocidade (35 nós) e com dois motores de 200 HP. Pode ser utilizada para
Assalto Ribeirinho. Pode levar até 13 policiais militares equipados o e piloto.
A lancha rápida demonstrou ser o tipo de embarcação mais adequado para
a missão de Assalto Ribeirinho, nas margens dos rios. Neste contexto os botes de
borracha mostraram-se totalmente inadequados para a operação nos rios, como os
da Amazônia, em função do grande número de troncos de madeira flutuando ou
submersos, capazes de literalmente despedaçá-los.
As lanchas rápidas devem ter um raio de ação o maior possível, sem
prejudicar sua leveza, possibilitando seu transporte via aérea (helicópteros) e até
mesmo terrestre, através de picadas abertas na floresta a margem dos rios. Essas
lanchas rápidas têm funções de esclarecimento, infiltração de precursores, ações
de comando, estabelecimento de linhas de comunicação com a frente de combate,
cobertura e apoio aos policiais em terra, etc.
b. Manutenção
1 - No quartel
- Colocar o motor para funcionar em tanque de água doce;
- Queimar o combustível residual (funcionar sem tanque de combustível);
- Verificar a situação das velas.
2 – Em Missão
- Navegar sempre com rabeta solta e velocidade reduzida, principalmente
quando em águas rasas e/ou com vegetação;
- Distribuir o peso pela embarcação;
- Passar cabo de apeação (linha de vida) em volta da embarcação, passando-o
pelos olhais da embarcação para apeação de todo material. O cabo de apeação
não deverá passar pelo guarda-mato e sim pela coronha / alça de transporte dos
armamentos e pelos olhais dos equipamentos rádios e não apenas pela bandoleira
147
do fuzil ou alças das mochilas. Para apeação, utilizar cabos de 7mm com mosquetão
e o nó Laís de guia com arremate no chicote;
- Evitar passar por locais com galhos submersos;
- Atentar para a camuflagem da embarcação (pode ser usado uma rede de
camuflagem);
- Para dar ré, a rabeta poderá estar travada;
- Colocar o motor para funcionar 3 horas antes da saída para a missão (Aquecer
o motor para evitar surpresas).
3 - Após a Missão
- Limpar e colocar para funcionar com água doce (em tanque);
- Lavar todos os acessórios com água doce.
c. Recomendações Gerais
- Nunca colocar para funcionar fora d’água;
- Levar luz química / lanterna velada para operações noturnas;
- Planejar motor reserva e cabo reboque;
- Levar dois tanques c/ dois mangotes por embarcação;
- Atentar para a compatibilidade dos motores, mangotes e tanques de
diferentes marcas;
- A amarração para apeação de material, armamento e equipamento deve ser
feito com lais de guia e arremate ou com um mosquetão;
- Mantenha a atenção quanto à pressão interna do tanque de combustível;
- Toda vez que a embarcação sair d’água, o motor deverá ser retirado da
embarcação;
- O patrão é responsável pela embarcação.
148
“Somos o que somos,
homens de Valores.”
Gama 06
REFERÊNCIAS
150
__________________. Manual de Ações de Fuzileiros Navais nas Operações
Ribeirinhas – CGCFN – 2500. 1ª edição, 2005, 4-6.
MARINHA DO BRASIL. Manual dos Comandos Anfíbios: Patrulhas – 32. 1979, p.1-4.
MOREIRÃO, Fábio B. Ser protagonista: geografia, 1º ano: ensino médio/ obra coletiva
concebida, desenvolvida e produzida por Edições SM; 2ª ed – São Paulo. 2013, p. 116.
151
_________ nº 079-EME, de 15 de agosto de 1997. Instruções Provisórias IP 7-36 – Emprego
das Pequenas Frações do Batalhão de Infantaria Leve. 1ª edição, 1997, 3-10.
152
__________ n º 008-EME, 05 de fevereiro de 1997. Instruções Provisórias IP 72-1.
Operações na Selva.1ª edição; EGGCF, 1997, p. 5-2.
153
__________ n° 009 COTER, de 25 de outubro de 2005. Caderno de Instrução CI 21-75-1
Patrulhas. 1ª edição, 2005, p.3-6.
154
_________ nº. 078-EME, 09 de fevereiro de 1999. Instruções Provisórias IP 21-80.
Sobrevivência na Selva. 2ª edição, 1999, 6-4.
155
ANEXOS
ANEXO A
156
ANEXO B
Quadro de horário
157
ANEXO C
SIMIEXADMLICOM
Referência:
1. SITUAÇÃO
a. Dados Gerais
b. Elementos adversos
c. Elementos amigos
d. Meios recebidos e retirados
2. MISSÃO
a. Missão Geral
b. Missão legal ou Particular
c. Missão Eventual
3. EXECUÇÃO
a. Conceito da Operação
b. Modelo de segurança adotado
c. Início/Término da Operação (cronograma)
d. Locais da Operação
g. Formas de atuação
h. Ponto de Reunião
i. Atribuições dos elementos subordinados
k. Prescrições Diversas
4. ADMINISTRAÇÃO
a. Pessoal
b. Logística
c. Comunicação Social
5. LIGAÇÕES E COMUNICAÇÕES
Nome - Posto
Cargo ou Função
ANEXOS:
1 – ...
158
ANEXO D
159
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