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Estratégia

Fundamentos da Estratégia
PRECURSORES E
FUNDADORES DO
PENSAMENTO ESTRATÉGICO
OBJETIVO
Reconhecer as
principais
características
dos
precursores e
fundadores do
pensamento
estratégico.
INTRODUÇÃO
Antiguidade:
Grécia (V a.C) à Stratègós (de stratos, “exército”, e
ago, “liderança” ou “comando”) ≈ “a arte do general”
China (IV a.C) à 孫武 (Sun Tzu)
Modernidade :
Maizeroy (Séc XVIII) à Estratégia ≈ ciência do
general; Tática ≈ ordem, organização (“não é outra
coisa que a arte de formar as tropas e de
organizá-las acertadamente”)
Clausewitz (Séc XIX) diferencia Estratégia (fins da
guerra) da Tática (organizar e dirigir os combates)

Lidell Hart (Séc XX) diferencia Grande Estratégia da


Estratégia Militar
孫武 SUN TZU
(544 a.C. - 496 a.C.)
Quem foi Sun Tzu?
General chinês do exército de Wu, que
viveu entre os anos 544 e 496 a.C.

Sun Tzu escreveu o livro “A Arte da


Guerra”, o qual apresentou a Ho-Lu,
Rei do Wu, ao final do século VI a.C.

“A Arte da Guerra” está dividido em


treze capítulos onde cada um mostra
diferentes tipos de estratégias e
situações de combate.
O LIVRO “A ARTE DA GUERRA”
Treze capítulos
1. Planejamento Inicial.
2. Condução da Guerra.
3. Estratégia Ofensiva.
4. Disposições Táticas (ou O Poder da Defesa).
5. Energia em Potência.
6. Pontos Fortes e Fracos (ou Vazio e Cheio).
7. Manobras.
8. Nove Variáveis Táticas.
9. Marchas ou Movimentações do Exército.
10. Terreno.
11. Nove Classes de Terreno (ou Nove Regiões).
12. Ataques com Fogo.
13. Utilização de Agentes Secretos.
孫武 SUN TZU
(544 a.C. - 496 a.C.)

INFLUÊNCIA
MORAL

TERRENO CLIMA
FATORES
DA
Quem
GUERRA
dominar
esses cinco
pontos DISCIPLINA LIDERANÇA
ganhará a
Guerra.
孫武 SUN TZU
A Estratégia da Guerra
Os sete elementos
1. Qual dos 2 soberanos é o mais sagaz?
2. Qual dos 2 comandantes é mais sábio e
mais capaz?
3. Qual dos exércitos tem vantagem naturais
e do terreno?
4. Em qual dos 2 grupos se impõe uma
disciplina mais rigorosa?
5. Qual dos exércitos é o mais forte?
6. Qual dos 2 grupos tem oficiais e homens
melhores treinados?
7. Qual dos 2 grupos administra os prêmios e
os castigos de uma maneira mais clara?
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孫武 SUN TZU
A Estratégia da Guerra
Chaves para a vitória de um estratego

• O objetivo na guerra é capturar o estado inimigo


intacto e não arruinado, idealmente, sem ter que
lutar. Os espertos vencem o inimigo sem chegar à
batalha.

• O importante na guerra é atacar a estratégia do


inimigo, desbaratar suas alianças.

• Toda guerra tem como base o engano.

• Numa guerra a vitória rápida é o objetivo principal.


孫武 SUN TZU
A Estratégia da Guerra
• Chaves para a vitória de um estratego

• Evite o inimigo quando este for mais forte.

• Só ataque ao inimigo quando estiver seguro em


todos os aspectos.

• Será vitorioso aquele que sabe quando lutar e


quando não.

• Há que levar ao inimigo ao campo de batalha e


não deixar-se levar por ele.
• Traduzido para o francês pelo Padre
jesuíta Jean Joseph-Marie Amiot em
1772
• Chefe político ≠ chefe militar
• Guerra prolongada = ruína do Estado
• Objetivo = vitória (capturar é melhor
que destruir)
• Abordagem: indireta
孫武 SUN TZU
(544 a.C. - 496 a.C.)
PRINCIPAIS IDEIAS
• Método das Ações Indiretas
• Aliança
• Preservar o Homem e o Estado
• Massa
• Economia de Forças
• Rapidez
• Dissimulação (“Malícia” – Estratégia
Indireta)
Pensamentos e Máximas
Vencer cem vezes em cem batalhas não é o auge da
habilidade, mas sim subjugar o inimigo
sem precisar lutar.

Conheça o inimigo; conheça a si mesmo. Assim, sua


vitória nunca estará em perigo.

Conheça o terreno, conheça o clima. Assim, sua vitória


será total.

A guerra baseia-se no logro (Engano propositado contra


alguém; artifício ou manobra ardilosa para iludir).

Quando for vantajoso, mova-se e promova


mudanças na situação, dispersando e
concentrando suas forças.
孫武 SUN TZU
ENSINAMENTOS
• Ação indireta como método
de aplicação das estratégias nacional
e militar.
• Necessidade de uma preparação da
expressão militar na paz para
enfrentar em melhores condições a
guerra.
• Relação, subordinação e
dependência entre estratégia,
política e poder.
• Busca do desgaste do inimigo.
孫武 SUN TZU
Encerrando a síntese do pensamento político-estratégico de Sun
Tzu, conclui-se pela abundância de ensinamentos deixados,
particularmente, nos aspectos:
- da relação, subordinação e dependência entre a Estratégia, a
Política e o Poder;
- da ação indireta como método de aplicação da Estratégia Militar;
- da ação indireta como método de aplicação da Estratégia Nacional;
e
- da necessidade de uma preparação da Expressão Militar na paz
para enfrentar em melhores condições a guerra.
孫武 SUN TZU
INFLUÊNCIAS AO LONGO DA HISTÓRIA
• Mao Tsé-Tung: “parte da
vitória sobre Chiang Kai-
shek em 1949 se deve a ‘A
Arte da Guerra’”.

• Vo Nguyen Giap -
estudioso das ideias
de Sun Tzu e as
colocou em prática
durante a Guerra do
Vietnam.
Maquiavel
É considerado o
fundador do pensamento
político, por tratar as
questões do estado e
governo como elas
realmente são e não
como deveriam ser.
(1469-1527)
“Os fins justificam os meios”

• 3 de maio de 1469 - nasce em Florência -


Itália.

• 1510 - publica ensaios sobre a guerra entre


franceses e espanhóis (Ritracto di cose di
Francia e Ritracto delle cose della Magna)

• 1513 - escreve Il Principe, dedicado a Lorenzo


de Médicis II.

• Entre 1519 e 1520 - escreve Dell'arte della


guerra

• 21 de julho de 1527 - é enterrado na Basílica


di Santa Croce.
SÍNTESE BIOGRÁFICA E CENÁRIOS

• Ingressou no serviço público como escrivão e foi secretário de


Chancelaria da República Florentina. Daí ser citado também como o
Secretário Florentino.
• Desempenhou o papel de encarregado de missões no estrangeiro, o
que lhe permitiu, graças à sua inteligência aguda e ao seu poder de
observação, angariar experiência sobre as relações entre os povos.
• São de sua autoria os trabalhos “Modo Che Tenne Il Duca Valentino
Per Ammazar Vitelozzo Vitelli”, “Discorso Sulla Provisione Del
Danaro”, “Decennali”, “Ritratti Delle Cose di Francia”, a comédia “Le
Maschere” e “O Príncipe”, escrito quando no exílio, em 1512, por ter
sido banido com a queda do regime republicano de Florença. Até
1527, quando veio a falecer, publicou ainda os trabalhos “Discorsi
Sopra La Prima Deca Di Tito Lívio”, “Arte Della Guerra”, “Vita Di
Castruccio”, “ La Mandragora”, “Belgafor” e “Historie Fiorentine”,
para alguns, esta última a sua melhor obra.
• Foi por duas vezes embaixador à Corte de Roma e por três vezes à
de França.
PRINCIPAIS IDEIAS
• Política e Guerra - elementos indissociáveis –
• Rei = Chefe Militar
• “Estado em armas” - mobilização nacional para a
guerra
• Era agrária - guerras curtas e decisivas
• Guerra total: incorporação do vencido à
organização política
• Exército regular: custos públicos x
sustentação do Estado-Nação (em
implantação)
SÍNTESE DO PENSAMENTO POLÍTICO-ESTRATÉGICO
• fortalecimento do Estado;

• definição clara de objetivos;

• aplicação violenta e inescrupulosa dos meios;

• aplicação dos meios, subordinada à vontade do Estado;

• o Estado tem de se expandir e desenvolver;

• Nação Armada, apta a defender-se das ameaças e aplicar a


sua vontade; e

• a guerra como responsabilidade do Estado na garantia da


sua integridade e soberania.
ENSINAMENTOS
• Pragmatismo x Ética: “Deveis
saber, então, que existem dois
modos de combater: um com
as leis, o outro com a força. O
primeiro é próprio do homem, o
segundo, dos animais; mas,
como o primeiro modo muitas
vezes não é suficiente,
convém recorrer ao segundo.

Portanto, a um príncipe torna-


se necessário saber bem
empregar o animal e o homem.”
Ensinamentos
• Astúcia: “um príncipe... deve
tomar como modelos a raposa
e o leão, eis que este não se
defende dos laços e aquela
não tem defesa contra os
lobos.

É preciso, portanto, ser raposa


para conhecer os laços e leão
para aterrorizar os lobos.”
ENSINAMENTOS
• Poder militar: “Os fundamentos
do poder de qualquer estado,
seja ele novo, antigo ou misto,
são as boas leis e as boas
armas. Como não pode haver
boas leis onde não há boas
armas e onde há boas armas
deve haver boas leis, eu não
vou discutir leis, vou discutir
armas.”
“Antes de Napoleão, os princípios da arte da guerra utilizados
pelos grandes generais e estrategas como Alexandre, Aníbal,
Cipião, César e na era moderna, por Frederico (o Grande), eram
fruto do génio militar e do estudo “empírico” da história militar, em
que os ensinamentos recolhidos não constituíam uma doutrina
estratégica, em que os conceitos, as tácticas e estratégias
adoptadas não vingaram como uma Escola de pensamento.”

Coronel Luís Manuel Brás Bernardino. Conceitos Actuais da Estratégia Militar


de Jomini. Publicado em https://www.revistamilitar.pt/artigo/728
Clausewitz
(1780-1831)
“A guerra é a continuação da política por outros meios”
• Nascido em 1780, família militar
• Cadete e soldado do Exército prussiano em 1792
• Primeiro da turma da Escola de Guerra, 1801
• Prisioneiro francês em 1806
• Reformador do Exército prussiano (1807-1812)
• Coronel no Exército Russo (1812-1813)
• 1815 - Ch EM 3º Corpo (Prússia) – Batalha de
Waterloo
• Veterano de 47 batalhas (1792-1815)
• General em 1819
• Diretor da Academia de Guerra de Berlim (1819-1830)
• Morre na fronteira com a Polônia, 1831, vítima de
cólera.
(1780-1831)
“A guerra é a continuação da política por
outros meios”
Obra: “DA GUERRA”
• Publicado postumamente em 1832
• Primeira Edição só se esgota em
1870
• Criticado duramente por Antoine-
Henri de Jomini
• A Guerra como atividade do
mundo político
• Crítica ao racionalismo e
formalismo militar
Pensamento político-estratégico
• Natureza da guerra
• “guerra é um ato de violência destinado a
forçar o inimigo a submeter-se à nossa vontade”
objetivo da guerra.
• Propósito político (impor nossa vontade) e o objetivo
da guerra (deixar o inimigo impotente).

• Guerra absoluta e guerra real


• “choque de duas forças vivas” - culminando na
destruição total de um lado pelo outro (guerra
absoluta)
• guerra que não pretende a derrota total do inimigo,
mas para guerras limitadas, com fins limitados, que
ocorre condicionada pela política (guerra real)
PENSAMENTO POLÍTICO-ESTRATÉGICO
• A guerra é a continuação da política por outros
meios
“O objetivo político é a meta, a guerra é o meio de
chegar até ela, e os meios não podem jamais ser
considerados isoladamente dos propósitos”.

• A racionalidade da guerra
• O uso da violência deve traduzir o propósito político e
fazê-lo de maneira racional e utilitária.
PENSAMENTO POLÍTICO-ESTRATÉGICO
• A tríade estratégica “tríade extraordinária”
O GOVERNO estabelece
o objetivo político;

AS FORÇAS ARMADAS
propiciam os meios GOVERNO

para se alcançar tal


objetivo; e
TRÍADE
ESTRATÉGICA
O POVO proporciona a
vontade - motor da
guerra. FORÇAS
ARMADAS POVO
Pensamento político-estratégico
• Uso limitado da força (duração e objetivo)
“o dispêndio de esforços NÃO DEVE exceder o valor
do propósito político, caso aconteça, este deve ser
renunciado, seguindo-se a paz”.

• Gênio militar
“a mente inquisitiva em lugar da criadora, a
abordagem
abrangente em lugar da especializada, a cabeça calma em
lugar da excitável”.

• A fricção

• Guerra: ciência ou arte?


PENSAMENTO POLÍTICO-ESTRATÉGICO
• Centro de gravidade
• É o ponto contra o qual todas as
energias devem dirigidas;

• É o eixo de todo o poder em


movimento do qual tudo depende;

• Valoriza o princípio da massa e da


economia de meios;

• Derrotar o inimigo é quebrar sua


vontade de lutar.
• Pode ser seu exército, sua marinha, sua
força aérea, sua capital, seu aliado, etc.
Pensamento político-estratégico
• Defensiva e ofensiva
• As ações dinâmicas da defesa, especialmente o
contra-ataque: um escudo constituído de golpes
bem dirigidos.

• Seu emprego somente quando se encontrasse em


inferioridade de meios. A guerra não poderia
admitir a defesa como seu objetivo final.

• Adotar a postura ofensiva tão logo seja possível.


LEGADO
• Clausewitz foi um dos escritores militares menos compreendidos da história.
Estudou a guerra como ciência social e produziu uma teoria que não dá
respostas prontas, mas fornece as considerações que governam cada passo da
guerra. Pregava a primazia da política em contraposição ao militarismo.
• O reconhecimento do povo como um dos componentes essenciais da guerra foi
uma inovação marcante. Ao considerar a possibilidade do povo em armas,
Clausewitz permite reconhecer a guerrilha popular como um fenômeno bélico ou
político, e não mais apenas como banditismo ou distúrbios sociais.
• Como produtos principais ficaram a centralidade do combate, a distinção entre
guerra limitada e ilimitada, o primado da Política em qualquer situação, a
superioridade da defesa sobre o ataque, os conceitos de fricção e de Centro
de Gravidade e as culminâncias do ataque e da vitória, noções que, quase
200 anos após sua morte, estão sendo empregadas nas doutrinas de
planejamento militar de alguns países adiantados.
• Seu pensamento influenciou as doutrinas militares dos séculos XIX e XX.
Em particular, nos EUA o interesse por sua obra ganhou corpo após a guerra da
Coreia, quando o Gen Mac Arthur passou a estudar dois problemas que o autor
havia analisado com profundidade; o relacionamento entre civis e militares na
condução de uma guerra e a condução da guerra com objetivos limitados, isto é,
com objetivo menor que a destruição total do inimigo.
CONCEITOS

O combate, mesmo O combate é uma atividade essencial da guerra, mesmo quando ele não chega a
quando não acontece acontecer – ocasiões em que ele foi travado mentalmente por pelo menos um dos
de fato, é a atividade comandantes - que, antevendo um resultado desfavorável, seja do ponto de vista
essencial da guerra tático, seja do estratégico, decide não sacrificar suas forças.
São ilimitadas – em que se espera o envolvimento pelo inimigo de todo o seu Poder
Nacional em face do alto valor político, para ele, do objeto em disputa – a invasão
de todo o território nacional, por exemplo; ou limitadas, quando o valor político do
As guerras podem ser
objeto, não é tão grande e se pode esperar que, a partir de certo ponto, passe a ser
limitadas ou ilimitadas
pequeno em face dos meios ou riscos necessários para defendê-lo, sendo racional
admitir que o inimigo interrompa a reação ou mesmo nem a inicie – a conquista de
um região pequena e pouco significativa do país, por exemplo.
A força que tem propósito defensivo tem apenas que manter a situação para vencer
a guerra; a força com propósito ofensivo é que tem a responsabilidade de alterar a
A defesa é a forma situação. Além disso, o defensor geralmente tem a vantagem de conhecer o
mais forte da guerra terreno, de poder prepará-lo, do favor da população, da proximidade às bases,
portanto, de linhas de comunicações mais curtas. O atacante, por sua vez, tem a
vantagem da iniciativa, podendo, em princípio, escolher onde e como atacar.
Fenômeno presente a toda a realidade da guerra que faz com as coisas
simples sejam tão difíceis. Além e independentemente da ação do
inimigo, faz com que as forças, simplesmente por existirem ou se
moverem, sejam progressivamente consumidas e prejudicadas e, com o
Fricção
passar do tempo, pode causar perdas absolutamente decisivas, além
disso, esforços normais não produzem os efeitos esperados; a guerra
consome as forças e exige esforços desproporcionais para as coisas
mais simples.
CONCEITOS
Ponto ótimo de aplicação da força na guerra. Trata-se de "um centro de poder e
de movimento de que tudo depende, forma-se por si próprio e é contra este CG
Centro de
do inimigo que se deve desferir o golpe concentrado de todas as forças". Assim,
Gravidade
é o ponto (ou pontos) onde a aplicação de força pode produzir os melhores
(CG)
resultados e, no limite, produzir o êxito na guerra, isto é, a obtenção do
propósito político.
Ponto a partir do qual o prosseguimento do ataque torna-se temerário porque,
após ele, a dinâmica de enfraquecimento do atacante e fortalecimento do
Ponto
defensor passa a comprometer não só as conquistas já realizadas, mas, por
Culminante
vezes, a própria força atacante, expondo-a a um contra-ataque que pode chegar
do Ataque
até a seu próprio território, deixando de ser exequível, logicamente, o
desarmamento do inimigo.
É a melhor situação política que se poderá obter com uma vitória militar ou com
o equilíbrio de forças favorável resultante do conflito.A aferição da vitória em
Ponto
uma guerra não é configurada necessariamente pela destruição completa das
Culminante
forças do inimigo. Ela consiste, essencialmente, na consecução dos propósitos
da Vitória
políticos que determinaram o emprego de forças a fim de submeter a vontade
do inimigo à nossa.
Antoine Henri Jomini
“A Estratégia é a chave do
sucesso da Guerra”

“O Segredo da Vitória
consiste em uma manobra
bem simples para levar o
grosso das forças sobre uma
das alas do exército
Adversário”
(1779-1869)
• 6 de março de 1779 – nasce em Payerne - Suíça.

• Família o impede de ingressar na carreira militar -


Pension mercantile pour jeunes Messieurs.

• 1803 –autodidata, publica Traité de grande


tactique.

• 1805 - convocado por Napoleão -participa da


campanha da Alemanha como Gen Bda.

• 1813 – recomendado para promoção a Major-


General

• 22 de Março de 1869 – morre em Paris.


PENSAMENTO E MÁXIMAS

“Existe um pequeno número de


princípios fundamentais de guerra
dos quais não se pode desviar sem
perigo, e cuja aplicação, ao contrário,
tem sido em quase todos os tempos
coroada de sucesso”
PENSAMENTO POLÍTICO-ESTRATÉGICO
• Política e guerra
Jomini nos diz que ao estadista cabe
formular, através da política, o
objetivo da guerra.
• Tipos de Guerra
- proteger ou manter grandes
interesses;
- manter o equilíbrio do poder;
- propagar, destruir ou defender
teorias políticas ou religiosas;
- aumentar a influência ou o
poder do estado por aquisição de
território;
- satisfazer mania de conquista.
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PENSAMENTO POLÍTICO-ESTRATÉGICON
I O
• Política e guerra
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Jomini nos diz que ao estadista cabe
formular, através da política, o R
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objetivo da guerra.
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• Tipos de Guerra
P O
- proteger ou manter grandes
interesses; D O
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- manter o equilíbrio do poder;
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- propagar, destruir ou defender
teorias políticasSou religiosas;
E S
- aumentar a influência ou o
poder doR
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território;
estado por aquisição de

E - satisfazer mania de conquista.


PENSAMENTO POLÍTICO-ESTRATÉGICO

Logística
“A arte prática de movimentar os
exércitos”.

Aspectos que julga importantes


para organizar o movimento de um
exército:
- estudos, planos e ordens para
cada caso da campanha;
- preparação dos deslocamentos;
- informações sobre o inimigo e
levantamento de suas possibilidades;
- segurança das operações e
instalações.
PENSAMENTO POLÍTICO-ESTRATÉGICO

• “A Estratégia é a arte de fazer a


guerra pela carta, compreendendo
o conjunto do Teatro de
Operações”.

• “A Grande Tática é a arte de


dispor no campo de batalha,
conforme as características do
terreno, de pô-las em ação, de
combater no terreno, o que a
distingue do planejamento na
carta”.
PENSAMENTO POLÍTICO-ESTRATÉGICO
• Estratégia
- definição do teatro de guerra e das diferentes
combinações que esta oferece;
- a determinação dos pontos decisivos que resultam
dessas combinações é a direção mais provável para as
operações;
- a escolha e o estabelecimento de base fixa e da
zona de operações;
- a determinação do ponto objetivo, seja ofensivo seja
defensivo;
- as frentes estratégicas, linhas de defesa e frentes de
operações;
- a escolha de linhas de operações que conduzem ao
ponto-objetivo ou à frente estratégica; (...)
PENSAMENTO POLÍTICO-ESTRATÉGICO
• Princípio fundamental da guerra (4 Máximas)
1. “levar o grosso das forças de um exército sobre os
pontos decisivos dum teatro de guerra, e tanto quanto possível
sobre as linhas de comunicações do inimigo, sem comprometer
as suas próprias;

2. Manobrar para engajar esse grosso das forças contra


apenas frações do exército inimigo;

3. Na batalha, dirigir o grosso das forças sobre o ponto


decisivo ou sobre a parte da linha inimiga que importa destruir;

4. Essas massas não estejam somente presentes sobre o


ponto decisivo, mas que sejam aí postas em ação no momento
oportuno e com ampla energia.”
SÍNTESE DO PENSAMENTO POLÍTICO-ESTRATÉGICO

“A ESTRATÉGIA DECIDE ONDE AGIR, A LOGÍSTICA


LEVA A TROPA A ESTE PONTO E A GRANDE TÁTICA
DECIDE O MODO DE EXECUÇÃO E EMPREGO DAS
TROPAS.”
SÍNTESE DO PENSAMENTO POLÍTICO-ESTRATÉGICO

• Jomini teorizou sobre a guerra de forma prescritiva, ou seja,


sempre procurando fornecer ao leitor militar uma orientação
direta, fácil de entender e coerente com o desenvolvimento das
operações, considerando-o como um jogo de xadrez.
• Acreditou ter achado a receita infalível para a vitória e, assim,
procurou ler a História Militar segundo seu paradigma, pois ele
era fácil de explicar e de entender.
• Acreditava que os princípios da estratégia permaneciam
imutáveis, mas que esses princípios nunca tinham sido escritos.
Dessa forma, não considerou que as novas formas de
enfrentamento bélico, que ele mesmo assinalou, constituíam
uma revolução na própria natureza da guerra ou, como hoje
denominamos, uma Revolução nos Assuntos Militares.
LEGADO

• Jomini desenvolveu uma sistematização dos conflitos armados em três


níveis: estratégico, operacional e logístico. Sendo ele um dos primeiros
autores a identificar a Estratégia, separando-o da Tática e da Logística.
• Foi ainda o primeiro pensador militar a escrever sobre “operações de
desembarque”, baseado nas observações colhidas nos preparativos
feitos por Napoleão para invadir a Inglaterra (1803 a 1805).
• A nomenclatura jominiana se revelou a peça-chave da reconstrução da
profissão militar pós-napoleônica na Europa, delimitando as armas,
esclarecendo os relacionamentos, definindo as instâncias de
especialização e decisão dentro da instituição militar (Profissionalização
Militar).
• “O modelo racional e analítico de Jomini como teorizador do fenómeno
da guerra, permitiu orientar os estudos estratégicos de Estado-Maior no
planejamento e na conduta das operações militares. Dessa forma,
Jomini que a “democratizou”, que lhe deu um cariz endoutrinador e que
a transformou em ciência do conhecimento das Academias Militares de
todo o mundo, por meio do estudo das suas obras literárias” (Luiz
Bernardino)

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