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São Paulo
2022
Ísis Maria Monteiro da Silva
3465303
Jessica Viana Vieira
792183
São Paulo
2022
Abordagem fisioterapêutica da incontinência urinária no pós-parto
imediato: revisão integrativa
Physiotherapeutic approach to urinary incontinence in the immediate
Resumo
Abstract
Introduction: Incontinence urinary is the involuntary loss of urine and directly affects the quality
of life of women. Its presence in the immediate and late postpartum period is related to the
overload on pelvic floor structures during pregnancy. Objective: To discuss the
physiotherapeutic approach in the treatment of urinary incontinence in the immediate
postpartum period. Method: This is an integrative literature review, using Publishr Medline
(Pubmed) and Lilacs databases with articles published in the last 5 years, study with clinical
trial design, case-control study, case report, scoring cases of urinary incontinence in
postpartum women with physiotherapy intervention. Results: Eight articles were selected for
full reading. After full-text reviews, four studies were included in the literature review. We can
observe that the type of intervention used was pelvic floor muscle training, in which the
exercises that were used for 12 weeks presented better results. Conclusion: It is concluded,
through this integrative review, the importance of strengthening the pelvic floor muscles in the
immediate and late postpartum period for the prevention and treatment of urinary incontinence.
These exercises are effective, especially when properly supervised by a physical therapist.
Descriptors: urinary incontinence, postpartum period, pelvic floor disorders, exercise therapy.
1. Introdução
2. Objetivo Primário
3. Método
Foram selecionados, por título, dezoito estudos através de busca eletrônica. Dentre
estes, dez trabalhos foram excluídos, por não se enquadrarem nos critérios pré-estabelecidos
de elegibilidade. Portanto, oito foram selecionados para análise detalhada e leitura na integra.
Após as avaliações de texto completo, quatro artigos foram excluídos por não contemplarem
os critérios de elegibilidade. Deste modo, a amostra final que compôs essa revisão contou
com quatro estudos. (Figura 1).
Figura 1. Fluxograma do processo de busca, etapas de seleção e motivos de exclusão dos estudos selecionados para a revisão
de literatura.
Fonte - as autoras.
Principais
Tipo de Tipo de variáveis Resultado
Autor/Ano estudo Amostra intervenção avaliadas Significativos
Johannessen12 Estudo Mulheres Grupo de A prevalência de No total, 33% (n=239)
(2020). controlado grávidas intervenção: IU, três meses das mulheres relataram
randomiza saudáveis Foram feitos após o parto, foi algum grau de IU aos 3
do. com idade exercícios avaliada pelo meses após o parto,
>18 anos padronizados por índice de quase um em cada
com feto 12 semanas, gravidade cinco (18%) relatou IUE
vivo. sendo 1x por Sandvik. TMAP enquanto 6,2% e 6,5%
Foram 722 semana em grupo (treinamento relataram IUU e IUM,
participantes com a muscular respectivamente.
de idade fisioterapeuta e 2x assoalho Portanto, a prevalência
média de 31 em casa: 30 pélvico). de IU nos 3 meses após
anos, com minutos de o parto foi
prevalência treinamento de significativamente
de IU em 3 resistência e 15 menor entre as
meses pós- minutos de mulheres no grupo
parto. treinamento de exercício, (29%) em
Grupo força, incluindo comparação como
controle com TMAP. grupo controle (38%).
339.
Grupo de Grupo de
intervenção controle:
com 383. Orientação verbal
e cuidados pré-
natais padrão.
Ambos os
grupos:
Relataram realizar
TMAP. em 3
meses após o
parto.
Os resultados sintetizam quatro artigos publicados entre 2019 e 2020, sendo dois
deles estudos randomizados e os outros dois ensaios clínicos. Os quatro artigos divergem na
quantidade de participantes, dois deles predominam mulheres jovens de 25 a 31 anos
(JOHANNESSEN, 2020; BEZERRA, 2019) e os estudos de Zomkowski et al13 e. Wu et al14
não relataram a idade das participantes.
A totalidade dos estudos presentes nesta revisão defendem estratégias de intervenção
com explicação detalhada do programa de exercícios e apresentação das musculaturas do
assoalho pélvico (MAP), amostras com fotos e o ensinamento da contração correta da
musculatura. O que os difere é que Johannessen et al12 e Bezerra et al15 defendem um
programa de exercícios padronizados por 12 semanas, já Wu et al14 realizou um programa
de exercícios por 6 semanas, por sua vez, Zomkowski et al13 defende que uma única sessão
de instruções para exercícios musculares do assoalho pélvico, imediatamente após o parto,
seria eficaz.
Bezerra et al15 avaliou a eficiência do aplicativo Continence App®, onde o mesmo
possui os temas de anatomia e função do assoalho pélvico, fatores de risco para distúrbios
do assoalho pélvico (DAP), conceito e subtipos de incontinência urinária (IU), formas de
prevenção da IU, destaques para modificações comportamentais e o programa de
treinamento muscular do assoalho pélvico (TMAP), com técnicas de propriocepção sendo
administrada por especialistas, entre eles fisioterapeutas. A intervenção com o aplicativo
reduziu em 77,1% o risco de perdas urinárias 3 meses após o parto, além de apresentar custo-
efetividade, sendo passível de ser implementado na atenção básica, impactando
positivamente na redução dos custos do SUS (Sistema Único de Saúde) relacionados a IU.
No estudo de Johannessen et al12 o grupo de intervenção teve aulas conduzidas em
grupo, uma vez por semana, com um fisioterapeuta e duas sessões em casa, duas vezes por
semana, o que resultou em uma diferença de 9% na prevalência de IU entre o grupo de
exercícios para o grupo controle.
Wu et al14 , antes do início do protocolo de treinamento dos músculos do assoalho
pélvico (TMAP), apresentou fotos e um modelo da anatomia, e as participantes foram
ensinadas a contrair corretamente os músculos por meio da palpação intramarginal. Porém,
defendeu em seu estudo, que 6 semanas seriam o suficiente para reduzir quadros de IU; no
final do estudo, concluiu que a contração voluntária máxima foi mais forte no grupo de
exercícios, mas sem diferença significativa.
Zomkowski et al13, em seu estudo, optou por entregar um folheto contendo informações
sobre a estrutura do assoalho pélvico, alterações fisiológicas, problemas comuns durante a
gravidez, IU, sensação de vagina frouxa, como localizar o assoalho pélvico e como realizar
os exercícios. As puérperas foram orientadas à forma de contração correta, porém optaram
por avaliar a contração visualmente e não por avaliação bidigital, que é fortemente recomenda
e também foram orientadas a fazer os exercícios por conta própria, sem supervisão. Ao final
do estudo, não houve eficácia de uma única instrução de exercícios para os TMAP sobre
sintomas urinários.
Johannessen et al12 e Zomkowski et al13, apresentam que o conhecimento e a
educação sobre exercícios preventivos para os músculos do assoalho pélvico (TMAPs) são
limitados. Zomkowski et al13 defende que uma única sessão de instruções para exercícios
musculares do assoalho pélvico, imediatamente após o parto, seria eficaz na prevenção da
incontinência urinária (IU), em um período pós-parto de 3 meses, com boas taxas de adesão.
Já Johannessen et al12 e Bezerra et al15, defendem que o treinamento dos músculos do
assoalho pélvico deve ser mais efetivo.
No estudo de Zomkowski et al13, apenas 37% das mulheres relataram ter algum
conhecimento sobre os TMAPs antes de participar da intervenção. Zomkowski et al13 cita que,
no Brasil, não é costume clínico usual fornecer informações sobre TMAP e, de acordo com o
Ministério da Saúde, os cuidados pós-parto restringem-se a amamentação, cuidados com o
bebê, avaliação do estado geral da mãe após o parto e de sinais infecciosos, anticoncepção,
atividade física, higiene e prevenção de doenças sexualmente transmissíveis; o que reforça
que as estratégias de intervenção com explicação detalhada do programa de exercícios e
apresentação das musculaturas do assoalho pélvico (MAP), amostras com fotos e o
ensinamento da contração correta da musculatura é muitíssimo necessário, além do
acompanhamento de um profissional capacitado durante todas as etapas, enaltecendo o
estudo de Johannessen et al12, no qual o grupo de intervenção teve aulas conduzidas por um
fisioterapeuta.
6. Conclusão
3.Hage‐Fransen MAH, Wiezer M, Otto A, Wieffer‐Platvoet MS, Slotman MH, Nijhuis‐van der
Sanden MWG, et al. Pregnancy‐ and obstetric‐related risk factors for urinary incontinence,
fecal incontinence, or pelvic organ prolapse later in life: A systematic review and meta‐analysis.
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