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Isis Maria Monteiro da Silva

Jessica Viana Vieira

Abordagem fisioterapêutica da incontinência urinária no pós-parto


imediato: revisão integrativa

São Paulo
2022
Ísis Maria Monteiro da Silva
3465303
Jessica Viana Vieira
792183

Abordagem fisioterapêutica da incontinência urinária no pós-parto


imediato: revisão integrativa

Trabalho de conclusão de Curso


apresentado ao Centro Universitário
das Faculdades Metropolitanas FMU,
como requisito parcial à obtenção do
título de Bacharel em Fisioterapia

Orientadora: Prof. Dr. Debora D.


Wilbert

São Paulo
2022
Abordagem fisioterapêutica da incontinência urinária no pós-parto
imediato: revisão integrativa
Physiotherapeutic approach to urinary incontinence in the immediate

postpartum period: integrative review

Silva, Isis Maria Monteiroa, Vieira, Jessica Vianab,, Wilbert, Déborac

a e b - Discente do curso de Fisioterapia das Faculdades Metropolitanas Unidas FMU


c - Docente do curso de Fisioterapia das Faculdades Metropolitanas Unidas FMU

Resumo

Introdução: A Incontinência urinária é a perda involuntária de urina e afeta diretamente na


qualidade de vida das mulheres. Sua presença no pós-parto imediato e tardio está relacionada
com a sobrecarga nas estruturas do assoalho pélvico durante a gestação. Objetivo: Discutir a
abordagem fisioterapêutica no tratamento da incontinência urinária no pós-parto imediato.
Método: Trata-se de uma revisão de literatura, do tipo integrativa, utilizando bases de dados
Publishr Medline (Pubmed) e Lilacs com artigos publicados nos últimos 5 anos, estudo com
desenho de ensaio clínico, estudo de casos controle, relato de caso, pontuando casos de
incontinência urinária em puérperas com intervenção da fisioterapia. Resultados: Oito artigos
foram selecionados para leitura na íntegra. Após as avaliações de texto completo, quatro
estudos foram incluídos na revisão de literatura. Podemos observar que o tipo de intervenção
utilizada foi o treinamento muscular do assoalho pélvico, no qual apresentou melhores
resultados os exercícios que foram empregados por 12 semanas. Conclusão: Conclui-se, por
meio desta revisão integrativa, a importância do fortalecimento da musculatura do assoalho
pélvico no pós-parto imediato e tardio para prevenção e tratamento da incontinência urinária.
Esses exercícios são efetivos, principalmente quando supervisionado de maneira adequada
por um fisioterapeuta.
Descritores: incontinência urinária, período pós-parto, distúrbios do assoalho pélvico, terapia
por exercício

Abstract
Introduction: Incontinence urinary is the involuntary loss of urine and directly affects the quality
of life of women. Its presence in the immediate and late postpartum period is related to the
overload on pelvic floor structures during pregnancy. Objective: To discuss the
physiotherapeutic approach in the treatment of urinary incontinence in the immediate
postpartum period. Method: This is an integrative literature review, using Publishr Medline
(Pubmed) and Lilacs databases with articles published in the last 5 years, study with clinical
trial design, case-control study, case report, scoring cases of urinary incontinence in
postpartum women with physiotherapy intervention. Results: Eight articles were selected for
full reading. After full-text reviews, four studies were included in the literature review. We can
observe that the type of intervention used was pelvic floor muscle training, in which the
exercises that were used for 12 weeks presented better results. Conclusion: It is concluded,
through this integrative review, the importance of strengthening the pelvic floor muscles in the
immediate and late postpartum period for the prevention and treatment of urinary incontinence.
These exercises are effective, especially when properly supervised by a physical therapist.
Descriptors: urinary incontinence, postpartum period, pelvic floor disorders, exercise therapy.
1. Introdução

A Incontinência urinária (IU) é a perda involuntária de urina e afeta diretamente na


qualidade de vida das mulheres1. Seus tipos mais comuns são incontinência Urinária de
Esforço (IUE), incontinência urinária de urgência (IUU) e incontinência urinária mista (IUM). A
IUE é quando ocorre a perda da urina não intencional devido a um movimento que precise de
esforço ou atividade física, como por exemplo: correr, tossir, espirrar, trabalho pesado e o
parto, devido ao aumento da pressão abdominal1. Associado a gravidez e ao puerpério,
normalmente é causado pela perda do suporte anatômico da junção uretrovesical. A
incontinência urinaria de urgência (IUU) é quando ocorre a perda da urina não intencional,
que está associada à vontade súbita de urinar, podendo ser difícil de controlar, normalmente
causada por uma bexiga hiperativa. Incontinência Urinária Mista (IUM) pode ser causada
devido ao estresse associado ao quadro de uma incontinência.
A presença da incontinência urinária no pós-parto imediato e tardio está relacionada
com a sobrecarga sobre estruturas do assoalho pélvico durante a gestação, os danos
causados ao assoalho pélvico durante o parto, trabalho de parto prolongado, parto vaginal
instrumental, aumento da paridade, obesidade, idade materna avançada e fatores
hereditários2. As alterações sofridas no tecido muscular e nas fibrilas de colágeno do assoalho
pélvico podem levar as disfunções dessa musculatura levando o surgimento de IU3.
A prevalência de IU aumenta com a gravidez, especialmente no segundo trimestre e
diminui suavemente no primeiro ano pós-parto4. A prevalência geral de todos os tipos de IU
durante a gravidez é estimada em cerca de 58% e, a IUE afeta cerca de 31% a 42% das
mulheres nulíparas e multíparas5. A porcentagem da persistência da IU nos três primeiros
meses do puerpério é de cerca de 30% 6. São vários os fatores que podem estar associados
a IU, por exemplo: paridade, tipo de parto (espontâneo ou operatório), duração do primeiro e
segundo estágio do trabalho de parto, peso fetal elevado, trauma perineal, obesidade
materna, doença pulmonar crônica e também IU antes ou durante a gravidez. Mulheres com
IUM apresentam maior índice de depressão, ansiedade, stress e função física prejudicada7.
Esse ponto reforça que a IU está diretamente ligada ao bem-estar físico e emocional das
mulheres, fazendo-as ficarem reclusas devido esse problema, por vergonha e/ou por não
saberem como tratar, o que pode acabar levando-as a ansiedade ou depressão, já que afeta
diretamente na vida social, além de trazer problemas também na vida sexual. Podemos
esclarecer isso devido a imposição à mulher de premeditar cada passo, devido a IU, tendo
que se afastar muitas vezes de coisas que gostava, como a atividade física, por exemplo8.
Na gravidez, é importante o trabalho de fortalecimento muscular do assoalho pélvico,
principalmente para a prevenção da IU, e também no tratamento da mesma. A combinação
de terapias tem apresentado melhoras significativas; aproximadamente um terço das
puérperas apresentam IU, e a fisioterapia pélvica é frequentemente indicada durante a
gestação e pós o parto, para precaução e intervenção9. Essas terapias atuam principalmente
na massa muscular e no tônus, fortificando a musculatura. Em alguns lugares há plano de
tratamento da musculatura do assoalho pélvico, especialmente para gravidas10.
Muitas mulheres não conhecem os tratamentos da IU, e acabam normalizando o
problema ou, devido à vergonha, não relatam suas dificuldades a ninguém, nem mesmo ao
médico. O crescente aumento da expectativa de vida também resulta no aumento da IU 11.
Incentivar mulheres a prevenir e/ou tratar este distúrbio irá ajudar a não agravar o problema.
É importante que a mulher, em particular as gestantes, tenha o conhecimento do próprio corpo
e conheçam sobre a musculatura do assoalho pélvico, sua função e os distúrbios que podem
acontecer, em específico a IU10.

2. Objetivo Primário

O objetivo do trabalho buscou discutir a abordagem fisioterapêutica e treinamentos


com exercícios terapêuticos utilizados no tratamento de incontinência urinária no pós-parto
imediato.

3. Método

Trata-se de um estudo exploratório, descritivo, realizado por meio de uma revisão de


literatura, do tipo integrativo nas bases de dados Publishr Medline (Pubmed) e Lilacs. Os
descritores utilizados na busca foram “incontinência urinária, puerpério, período e pós-parto”
na língua portuguesa e inglesa. Os dados abrangeram artigos publicados entre os anos de
2017 e 2022 e a coleta foi realizada entre setembro e outubro de 2022.
Os critérios de inclusão foram artigos publicados nos últimos cinco anos; estudo com
desenho de ensaio clínico, estudos de casos controle, relato de caso; pontuando casos de
incontinência urinária em puérperas; com intervenção da fisioterapia.
Os artigos foram selecionados pelas pesquisadoras de forma independente e
possíveis divergências na amostra foram discutidas, buscando-se consenso. Após a seleção
por título e resumo, eles foram lidos na integra e tabulados.
4. Resultado

Foram selecionados, por título, dezoito estudos através de busca eletrônica. Dentre
estes, dez trabalhos foram excluídos, por não se enquadrarem nos critérios pré-estabelecidos
de elegibilidade. Portanto, oito foram selecionados para análise detalhada e leitura na integra.
Após as avaliações de texto completo, quatro artigos foram excluídos por não contemplarem
os critérios de elegibilidade. Deste modo, a amostra final que compôs essa revisão contou
com quatro estudos. (Figura 1).

Figura 1. Fluxograma do processo de busca, etapas de seleção e motivos de exclusão dos estudos selecionados para a revisão
de literatura.
Fonte - as autoras.

Para compreensão da produção científica dos artigos incluídos na revisão integrativa


(n=4), eles foram inseridos em uma ficha documental, sendo analisados por autor, ano, tipo
de estudo, amostra, tipo de intervenção e principais variáveis avaliadas além dos resultados
significativos. Na sequência, os artigos comparados, podemos observar que o tipo de
intervenção utilizada predominantemente foi o treinamento muscular do assoalho pélvico
(TMAP), no qual apresentou melhores resultados os exercícios que foram empregados por 12
semanas.
Tabela 1 - Características e resultados dos estudos incluídos na revisão de literatura

Principais
Tipo de Tipo de variáveis Resultado
Autor/Ano estudo Amostra intervenção avaliadas Significativos
Johannessen12 Estudo Mulheres Grupo de A prevalência de No total, 33% (n=239)
(2020). controlado grávidas intervenção: IU, três meses das mulheres relataram
randomiza saudáveis Foram feitos após o parto, foi algum grau de IU aos 3
do. com idade exercícios avaliada pelo meses após o parto,
>18 anos padronizados por índice de quase um em cada
com feto 12 semanas, gravidade cinco (18%) relatou IUE
vivo. sendo 1x por Sandvik. TMAP enquanto 6,2% e 6,5%
Foram 722 semana em grupo (treinamento relataram IUU e IUM,
participantes com a muscular respectivamente.
de idade fisioterapeuta e 2x assoalho Portanto, a prevalência
média de 31 em casa: 30 pélvico). de IU nos 3 meses após
anos, com minutos de o parto foi
prevalência treinamento de significativamente
de IU em 3 resistência e 15 menor entre as
meses pós- minutos de mulheres no grupo
parto. treinamento de exercício, (29%) em
Grupo força, incluindo comparação como
controle com TMAP. grupo controle (38%).
339.
Grupo de Grupo de
intervenção controle:
com 383. Orientação verbal
e cuidados pré-
natais padrão.

Ambos os
grupos:
Relataram realizar
TMAP. em 3
meses após o
parto.

Zomkowski13 Ensaio Participaram Grupo controle: Para avaliar as Todas as funções


(2019). clínico 132 nenhuma diferenças entre urinárias diminuíram no
randomiza mulheres. orientação. os grupos de 3º trimestre em
do. intervenção e comparação com antes
Grupo de Grupo de controle quanto da gravidez, mas
controle: 67. intervenção: aos resultados melhoraram no 3º mês
Recebeu uma urinários, foi após o parto em ambos
Grupo de avaliação visual utilizado, após a os grupos.
intervenção: da contração dos intervenção do Em relação à função
65. MAP, uma única TMAP, o teste U miccional, 90,1% (182)
sessão de de Mann- das mulheres nunca
instrução Whitney. apresentaram aumento
supervisionada da frequência urinária
por fisioterapeuta antes da gravidez. Além
e abordagem das altas taxas de
educativa adesão (85%), não
(distribuição de houve eficácia de
cartilhas sobre nenhuma instrução de
exercícios do TMAP sobre sintomas
TMAP domiciliar urinários entre os
(sem supervisão). grupos controle e
As participantes intervenção.
foram
incentivadas a se
exercitar 2x ao dia
em casa.
Wu14 Estudo Participaram Grupo TMAP: A versão O estudo mostrou que o
(2020) randomiza 45 mulheres. Treinamento chinesa dos treinamento
do supervisionado do protocolos supervisionado dos
TMAP assistido Pelvic Organ músculos do assoalho
Grupo por biofeedback Prolapse Urinary pélvico, assistido por
TMAP: 23. na 1ª semana e 4ª In continence biofeedback, começou
semana do pós- Sexual rotineiramente em uma
Grupo parto, assistido Questionnaire semana após o parto e
controle: 22. por EMG-BF (PISQ-12) e não forneceu melhora
individual, Urinary Distress adicional na relação
realizado por um Inventory (UDI- sexual pós-parto.
fisioterapeuta; 6) foram Porém, para funções e
sendo realizados usados para sintomas de trato
em casa em até 6 avaliação. urinário inferior, todos
semanas após o os sintomas melhoraram
parto. gradualmente ao longo
do tempo para ambos
Todas as os grupos, sem uma
mulheres (grupo diferença
TMAP e estatisticamente
intervenção) significativa.
receberam um A contração voluntária
folheto escrito máxima foi mais forte no
contendo grupo de TMAP, mas
informações sobre também sem diferença
como realizar os significativa.
exercícios dos
TMAP.

BEZERRA15. Ensaio Parto Um programa A eficácia foi Houve diferença entre


(2019) Clínico vaginal, a para TMAP de 12 mensurada os grupos, ao longo do
randomiza termo que semana. através das tempo, em relação à
do. pariram RN variáveis de gravidade das perdas,
adequados Grupo controle perda de urina, evidenciando que a
para a Idade com cuidados severidade da utilização do aplicativo
Gestacional habituais pós a perda, impacto trouxe mudança
(AIG) ou gestação. da perda e significativa quanto ao
Grandes adesão ao impacto das perdas
para a Idade TMAP. urinária.
Gestacional Para cada cinco
(GIG). Para ser eficaz mulheres que recebem,
Mulheres o aplicativo após o parto, a
jovens deveria intervenção educativa
(M=25,3 melhorar pelo com o aplicativo, será
anos). menos 3 evitada que uma delas
variáveis. tenha incontinência
Grupo urinária, 3 meses após o
controle: 48 parto.
mulheres.
A intervenção com o
Grupo de aplicativo reduziu em
intervenção: 77,1% o risco de perdas
24 mulheres. urinárias 3 meses no
pós-parto.
5. Discussão

Os resultados sintetizam quatro artigos publicados entre 2019 e 2020, sendo dois
deles estudos randomizados e os outros dois ensaios clínicos. Os quatro artigos divergem na
quantidade de participantes, dois deles predominam mulheres jovens de 25 a 31 anos
(JOHANNESSEN, 2020; BEZERRA, 2019) e os estudos de Zomkowski et al13 e. Wu et al14
não relataram a idade das participantes.
A totalidade dos estudos presentes nesta revisão defendem estratégias de intervenção
com explicação detalhada do programa de exercícios e apresentação das musculaturas do
assoalho pélvico (MAP), amostras com fotos e o ensinamento da contração correta da
musculatura. O que os difere é que Johannessen et al12 e Bezerra et al15 defendem um
programa de exercícios padronizados por 12 semanas, já Wu et al14 realizou um programa
de exercícios por 6 semanas, por sua vez, Zomkowski et al13 defende que uma única sessão
de instruções para exercícios musculares do assoalho pélvico, imediatamente após o parto,
seria eficaz.
Bezerra et al15 avaliou a eficiência do aplicativo Continence App®, onde o mesmo
possui os temas de anatomia e função do assoalho pélvico, fatores de risco para distúrbios
do assoalho pélvico (DAP), conceito e subtipos de incontinência urinária (IU), formas de
prevenção da IU, destaques para modificações comportamentais e o programa de
treinamento muscular do assoalho pélvico (TMAP), com técnicas de propriocepção sendo
administrada por especialistas, entre eles fisioterapeutas. A intervenção com o aplicativo
reduziu em 77,1% o risco de perdas urinárias 3 meses após o parto, além de apresentar custo-
efetividade, sendo passível de ser implementado na atenção básica, impactando
positivamente na redução dos custos do SUS (Sistema Único de Saúde) relacionados a IU.
No estudo de Johannessen et al12 o grupo de intervenção teve aulas conduzidas em
grupo, uma vez por semana, com um fisioterapeuta e duas sessões em casa, duas vezes por
semana, o que resultou em uma diferença de 9% na prevalência de IU entre o grupo de
exercícios para o grupo controle.
Wu et al14 , antes do início do protocolo de treinamento dos músculos do assoalho
pélvico (TMAP), apresentou fotos e um modelo da anatomia, e as participantes foram
ensinadas a contrair corretamente os músculos por meio da palpação intramarginal. Porém,
defendeu em seu estudo, que 6 semanas seriam o suficiente para reduzir quadros de IU; no
final do estudo, concluiu que a contração voluntária máxima foi mais forte no grupo de
exercícios, mas sem diferença significativa.
Zomkowski et al13, em seu estudo, optou por entregar um folheto contendo informações
sobre a estrutura do assoalho pélvico, alterações fisiológicas, problemas comuns durante a
gravidez, IU, sensação de vagina frouxa, como localizar o assoalho pélvico e como realizar
os exercícios. As puérperas foram orientadas à forma de contração correta, porém optaram
por avaliar a contração visualmente e não por avaliação bidigital, que é fortemente recomenda
e também foram orientadas a fazer os exercícios por conta própria, sem supervisão. Ao final
do estudo, não houve eficácia de uma única instrução de exercícios para os TMAP sobre
sintomas urinários.
Johannessen et al12 e Zomkowski et al13, apresentam que o conhecimento e a
educação sobre exercícios preventivos para os músculos do assoalho pélvico (TMAPs) são
limitados. Zomkowski et al13 defende que uma única sessão de instruções para exercícios
musculares do assoalho pélvico, imediatamente após o parto, seria eficaz na prevenção da
incontinência urinária (IU), em um período pós-parto de 3 meses, com boas taxas de adesão.
Já Johannessen et al12 e Bezerra et al15, defendem que o treinamento dos músculos do
assoalho pélvico deve ser mais efetivo.
No estudo de Zomkowski et al13, apenas 37% das mulheres relataram ter algum
conhecimento sobre os TMAPs antes de participar da intervenção. Zomkowski et al13 cita que,
no Brasil, não é costume clínico usual fornecer informações sobre TMAP e, de acordo com o
Ministério da Saúde, os cuidados pós-parto restringem-se a amamentação, cuidados com o
bebê, avaliação do estado geral da mãe após o parto e de sinais infecciosos, anticoncepção,
atividade física, higiene e prevenção de doenças sexualmente transmissíveis; o que reforça
que as estratégias de intervenção com explicação detalhada do programa de exercícios e
apresentação das musculaturas do assoalho pélvico (MAP), amostras com fotos e o
ensinamento da contração correta da musculatura é muitíssimo necessário, além do
acompanhamento de um profissional capacitado durante todas as etapas, enaltecendo o
estudo de Johannessen et al12, no qual o grupo de intervenção teve aulas conduzidas por um
fisioterapeuta.

6. Conclusão

Conclui-se, por meio desta revisão integrativa, a importância do fortalecimento da


musculatura do assoalho pélvico no pós-parto imediato e tardio para prevenção e tratamento
da Incontinência Urinária. Esses exercícios são efetivos, principalmente quando
supervisionado de maneira adequada por um fisioterapeuta.
Os estudos nesta área são escassos, sendo necessário que se realize novas
pesquisas delineando os critérios de inclusão, especificando os músculos trabalhados e
elaborando um protocolo estruturado, pois a qualidade do movimento e a supervisão de um
profissional em todas as etapas do estudo é de extrema importância, sob o ponto de vista
funcional, para uma boa execução dos exercícios e bons resultados.
7. Referencias

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