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BASES FUNDAMENTAIS DO IRISDIAGNÓSTICO


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O Diagnóstico das Doenças pelosOlhos

Márcio Bomtempo

Editora Ground
1981

ÍNDICE

Prefácio 9
Introdução 11
Histórico 13
Situação atual 15
Anatomia e função dos olhos 17
Como os órgãos se representam na íris 27
Mapa iridológico 31
As divisões da íris35
Cores, texturas e densidades iridais41
Graus de degeneração e sinais de cura 45
Sinais anormais principaís e seu signifícado 51
- Acidez e muco 51
- Anéis nervosos 52
- Anel escuro 54
- Anel de sódio e arco senil 57
- Depósitos tóxicos 63
- Drogas e produtos químicos inorgânicos 67
- Rosário linfático 77
A importância da alimentação 87

PREFÁCIO

Esta é a primeira obra em português sobre Diagnóstico pela íris a ser lançada em larga
escala. Assim, sem ser uma tradução, mas um assunto desenvolvido e estudado por
médicos brasileiros, estamos criando a oportunidade de se conhecer mais a fundo o corpo
humano e seus desequilíbrios, colocando os terapeutas que fizerem uso do famoso método
em igual posição aos médicos naturistas e integrais de outros países.
Como poderá ser observado adiante, o método em questão possibilita não somente
diagnosticar situações anômalas bem como acompanhar os casos em tratamento, dando a
tão almejada certeza de estar. ou não, fazendo a terapia correta. No entanto, o
Irisdiagnóstico não é para o uso exclusivo de médicos, mas de qualquer profissional da área
terapêutica ou leigo com um pouco de dom ou perspicácia, devido a sua simplicidade e
facilidade.
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O porquê de um método tão barato, objetivo e direto, que tanto benefício trás, não figurar
como oficial ou tradicional na nossa medicina, deve-se a dois aspectos principais. O
primeiro é que a nossa escola médica oficial estabelece que o enfoque único com relação
aos fenômenos seja tão somente analítico, isto é, dividido, fragmentário, parcial, com o
objetivo nítido da busca local ou absoluta do conhecimento, não importando de imediato
que a visão isolada separe o elemento de sua inter-relação íntima com o conjunto. Para se
aprender, não só no campo do Irisdiagnóstico, mas também na maioria das artes naturais
de terapias, bem como na Medicina Oriental, além da abordagem analítica, utiliza-se
principalmente a visão dialética, que não separa uma estrutura ou idéia do seu conjunto,
mas guarda com respeito sua profunda relação com o mesmo; perfaz uma visão integrada,
na certeza de que no Universo nada é isolado. Por exemplo: em Medicina Integral (ou
natural eubiótica), não se busca uma causa única das doenças, mas sempre a
determinação geral das mesmas, sejam elas causas orgânicas, psico-somáticas, psíquicas,
familiares, hereditárias, ambientais, raciais, kármicas, etc., sempre buscando conhecer um
pouco de cada uma. Um mesmo tipo de doença não se manifesta de modo semelhante em
duas pessoas devido a esses fatores vários mesclados. Nota-se hoje, por meio dessa visão
dialética, que o próprio paciente é o culpado de seus males, e que não existem doenças,
mas doentes. O segundo motivo prende-se a aspectos econômicos ligados a interesses
bastante questionáveis da nossa sociedade onde a busca do mais complicado, caro e
sofisticado eclipsa o mais simples, barato e direto.
Oferecemos à comunidade de terapeutas brasileiros este método usado em larga escala na
Europa e nos Estados Unidos por médicos de todas as áreas e níveis, sejam alopatas,
naturistas ou homeopatas, devido à elasticidade e fácil moldagem da técnica, podendo ser
usado ao lado do raio x, do ultra-som, da endoscopia, dos remédios homeopáticos,
alopáticos ou naturais, devido ao profundo grau de observação que o mesmo possibilita.
Presta-se também à dona de casa, estudante, ou qualquer um que queira conhecer mais do
organismo humano ou do seu próprio, por meio do auto-diagnóstico.
Temos a honra de publicar o presente trabalho e a certeza de estarmos sendo úteis no
sentido de contribuirmos para a melhor saúde de milhares de pessoas. Sem preocupação
com lucros, sentimo-nos, desde já pagos pela deliciosa certeza de estarmos cumprindo
nossa missão na face da Terra.

INTRODUÇÃO

Irisdiagnóstico é o método de diagnosticar as doenças ou alterações orgânicas, anomalias,


etc., pela simples e direta observação da Íris, ou parte escura dos olhos que é circundada
pelo chamado "branco dos olhos".
Nesse método pode-se observar diretamente a íris sem nenhum recurso técnico ou,
preferentemente, uma lente de aumento ajustada a um foco luminoso como uma simples
lanterna de bolso. Existem lupas iluminadas bem possantes que facilitam mais ainda e
aparelhos denominados iridoscópios, próprios para tal exame; estes aparelhos ampliam em
muitas vezes o campo a ser observado e aceitam o acoplamento de uma câmera
fotográfica. Alguns aparelhos oftalmológicos comuns podem também ser usados, como a
lâmpada de fenda, por exemplo. Existem vários tipos de iridoscópios dos mais variados
alcances e formas; no Brasil ainda não se fabricam estes aparelhos sendo necessário
importá-Ios da Alemanha, Estados Unidos e Japão.
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Para que o diagnóstico seja possível é preciso uma boa visualização, o que nem sempre é
possível dada a necessidade de piscar, lacrimejamento, etc. A íris mostrará sinais
específicos e inespecíficos que deverão ser interpretados segundo suas características e
localização.
É importante afirmar que Irisdiagnóstico não é o estudo das doenças relativas à íris ou aos
olhos; mas de qualquer parte do corpo. Da mesma forma não significa o mesmo que exame
de "fundo de olho" que vem a ser um método de verificação de alterações da retina e seus
vasos e que surgem em casos de diabetes, edema cerebral, doenças retinianas, cegueira,
etc. Em medicina natural moderna este método é também usado e considerado de grande
valia ao lado do Irisdiagnóstico.

HISTÓRICO

A observação das doenças pelos olhos é tão antiga como a própria humanidade, As
mudanças dentro dos olhos, na íris ou no branco dos olhos já eram relacionadas a doenças
ou alterações internas na antiga China e no Tibet. Existem também referências sobre o
assunto em alguns trabalhos de Hipócrates bem como registros na Escola de Medicina de
Salerno e em Philostratus.
Um pequeno livro denominado "Chiromatica Médica" de Phulipus Meyens foi publicado no
ano de 1670 em Dresden e faz interessante estudo sobre os sinais iridológicos relacionados
com certas doenças, contando inclusive com um pequeno mapa de representação dos
órgãos na íris.
Pouco mais tarde, Johann Sigmund Eltzholtz (Nürberg, 1695) se aprofunda mais no estudo
de Meyens e, quase um século depois, em Gottinger, Cristian Haertis lança o seu trabalho
"Os olhos e seus sinais".
Mas é com Ignatz von Peczely (1822 a 1911), clínico húngaro, que a Iridologia, ciência do
estudo das doenças pela íris, começa a tomar vulto. Segundo a literatura sobre esse
assunto, Peczely caçara uma coruja que, ao fraturar uma pata na armadilha, apresentou
um fino traço na região inferior da íris do lado correspondente; com a curiosidade aguçada
sobre esse fenômeno aliada a uma grande capacidade de observação, o autor em questão
acompanhou a consolidação da fratura e verificou que o traço desaparecera; com seu
espírito detalhista, iniciou uma série de estudos comparativos em hospitais, tendo
conseguido muitos discípulos. Em 1881, após muitas atribulações, lança o seu primeiro
trabalho: "Descobertas no Campo da Ciência Natural e Medicina, Instruções para o estudo
do diagnóstico pelos olhos", tendo publicado também o primeiro mapa iridológico
conhecido.
Muitas obras e nomes surgiram depois na Europa, principalmente na Alemanha, como,
Stiegele, Rapp, Wirtz, Zoepperitz. Um famoso pesquisador, Pastor Felke, não conseguiu
publicar sua obra, que só o foi após complementação de Müller através do Iivro "O
diagnóstico pelos olhos baseado nos princípios do Pastor Felke". Mesmo depois da sua
morte o Pastor Felke influenciou profundamente a iridologia, deixando discípulos famosos
como Hense, Pastor Madaus, Eva Flink, etc.
Outros autores mais modernos, bastante conhecidos são: Maubach, Dr. Schnabel, Thiel e
Anderschou na Inglaterra; Vannier na França; Angerer, Baumhauer, Deck, Kronenberger,
Struck, Unger, Wermuth, por toda Europa, principalmente na Alemanha.
Na América, particularmente nos Estados Unidos, a iridologia desenvolveu-se muito graças
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aos trabalhos de Collins, Kritzer e Bernard Jensen, este último um autor muito conhecido e
completo, assim como sua famosa obra "Ciência e Prática da Iridologia", bem profunda e
detalhada, na sua 5ª. edição em 1974.

SITUAÇÃO ATUAL

Hoje a Alemanha continua sendo o principal centro de estudos e aplicação do


Irisdiagnóstico e lá existem cerca de 3.000 médicos iridologistas, segundo estatística de
alguns anos atrás. Logo depois, em termos de evolução do método vêm os Estados Unidos
onde a Iridologia se encontra bastante difundida. Tendo sido iniciado na Europa, o método
de diagnóstico pela íris está sendo usado no mundo inteiro, contando hoje com diversas
agremiações, sociedades, inclusive duas internacionais.
Embora o método em questão possa ser executado por qualquer pessoa com um pouco de
espírito de observação e comparação, foi no início limitado ao círculo médico. Esses
médicos europeus não tinham, a princípio, uma especialidade ou tipo de medicina definidos
pois o sistema iridológico se molda a qualquer uma; com o avanço da ciência analítica,
principalmente da farmacologia, a Iridologia foi limitando-se apenas ao uso de médicos
homeopatas e naturalistas.
Acredita-se que tal limitação tenha ocorrido devido ao crescente tecnicismo da medicina e
ao surgimento das especialidades médicas que fragmentam o indivíduo impedindo a visão
do conjunto como um todo. O diagnóstico pela íris exige certo grau de observação,
capacidade de valorizar mínimos detalhes e de associar fenômenos, e tudo isso impede seu
uso generalizado dentro da medicina tão somente analítica.
Hoje, com a amplitude maior que o pensamento médico vem tendo, aliada ao avanço da
Neurologia, o diagnóstico iridológico vem ganhando novo respeito e está sendo estudado
com mais profundidade. Veremos adiante que o fator alimentar é profundamente
relacionado com a nossa saúde e que o método em questão prova tal assertiva; talvez esta
tenha sido a principal barreira para a adoção da Iridologia como método diagnóstico de
rotina pois a ciência apenas analítica não vê o desequilíbrio alimentar como principal causa
das doenças modernas, embora a moderna Ecologia Clínica responsabilize os corantes, os
aromatizantes, os conservantes, os estabilizantes, o açúcar branco, a farinha branca, as
toxinas animais, as carnes condicionadas, etc., como agentes determinantes da
degeneração biológica que ora sofremos.
O método do Irisdiagnóstico vem sendo bastante usado e não está mais limitado apenas a
alguns grupos de homeopatas e naturistas; pode ser usado por qualquer pessoa que
preencha os requisitos anteriormente apontados, é seguro, rápido, instantâneo, profundo,
simples e barato, podendo ser associado a outros métodos de diagnóstico, como raio X,
endoscopia, etc.
Na medicina natural moderna é uma das formas mais importantes de diagnóstico e é
geralmente usada ao lado da Fisiognomonia, Pulsologia, Bioenergética, etc.
Na América Latina vem sendo usada há muito tempo por médicos naturistas e leigos
naturalistas, principalmente no Chile, México, Argentina, Uruguai, Colômbia, Perú e
particularmente por grupos religiosos. No Brasil é muito pouco usada, sendo conhecida
apenas por alguns homeopatas e poucos naturistas e leigos.
O presente trabalho, o primeiro a ser editado em língua portuguesa sem ser uma tradução,
pretende, mesmo sendo um livro de bases fundamentais sem grandes aprofundamentos,
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difundir mais entre nós e tornar pública esta tão importante ciência.

ANATOMIA E FUNÇÃO DOS OLHOS

O olho humano é um órgão duplo, situado entre os ossos da face e do crânio, cuja função é
transmitir a informação visual para o cérebro. O olho é formado por numerosos tipos de
células especializadas com diferentes funções.
O globo ocular normal é uma esfera eliptoide mais parecida com um ovo do que com uma
bola perfeita. Existem três camadas distintas e concêntricas de tecidos. A primeira, ou
esclera, serve para proteger a delicada estrutura interna dos olhos, é branca e opaca,
ocupando toda a periferia externa do globo, tendo na parte anterior dos olhos a córnea,
formada por tecido diferente da esclera e que permite a passagem dos raios luminosos
devido a sua transparência. A esclera é também interrompida em sua parte posterior pelo
local de entrada do nervo óptico.
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A íris é a parte colorida, geralmente castanha, azul, cinza ou verde, aquilo que
denominamos "a cor dos seus olhos" ou ainda, a parte anterior, arredondada, que circunda
a pupila, que é a menina dos olhos. A principal função da íris, relacionada com o fenômeno
visual, é permitir a entrada de maior ou menor quantidade de luz devido à sua capacidade
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de contrair-se ou dilatar-se segundo a quantidade de luz ambienta! Ela depende ainda de


estímulos do sistema nervoso autônomo, que podem ter como efeito, a miose ou contração
e a midriase ou dilatação. Como a íris é assunto de máxima importância neste trabalho, ela
será melhor estudada adiante.
O corpo ciliar situa-se entre a íris e a coróide e sua função é primariamente muscular. É
conectado ao cristalino, ou lente, por um tecido ligamentoso denominado zônula, que
sustenta o cristalino em sua posição. Os músculos do corpo ciliar contraem-se para
modificar o diâmetro do cristalino, o que permite o foco visual para perto ou para longe;
estes são também chamados de "músculos do foco visual". O corpo ciliar tem também a
função de produzir o humor aquoso, ou líquido da parte anterior dos olhos.

Por trás do corpo ciliar está a coróide, cuja principal função é a irrigação sangüínea de
várias partes do olho, mas não é a única camada capaz de carrear sangue, pois a retina
possui seu próprio mecanismo de vascularização.
A retina é a terceira camada de tecido do globo e é a mais interna. Extremamente fina,
possui dez camadas de tecido nervoso e células especializadas com funções específicas. As
mais importantes, os cones e os bastonetes, captam o estímulo luminoso que se projeta
como imagem que por sua vez é transmitida para o nervo óptico, o condutor da imagem
para o cérebro. O globo ocular por dentro assemelha-se a uma câmara fotográfica onde a
retina, forrando o meio interno seria comparável a um filme; a pupila ao diafragma e o
cristalino a uma lente, como realmente o é. A parte principal da retina é a mácula onde se
concentram as células mais especializadas, sendo portanto o centro fundamental da visão.
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O cristalino é uma lente natural composta de células transparentes; em sua posição


determina a divisão do globo ocular em duas partes: o segmento anterior e o segmento
posterior; o anterior é ainda dividido em: câmara anterior e câmara posterior, separados
entre si exatamente pela íris e tendo como canal de comunicação a pupila. O segmento
anterior é preenchido pelo humor aquoso, que circula pela pupila; o segmento posterior é
preenchido pelo humor vítreo.
Como se nota, o globo ocular possui estruturas bem organizadas com o objetivo de deixar
passar o raio luminoso para o fundo da retina; seja a córnea com suas camadas
transparentes, seja o humor aquoso e o humor vítreo, ambos transparentes também, bem
como o cristalino que regula o foco ou a íris, que, som ser transparente modula a entrada
de luz. A imagem forma-se Invertida na retina, mas, ao chegar ao centro da visão no
cérebro pelo nervo óptico e tracto óptico, corrige-se para que tenhamos a noção correta da
posição dos objetos.
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A Anatomia da Íris

A Íris possui 6 camadas. Da parte anterior para a posterior são as seguintes:

CAMADAS IRIDAIS
A - Zona pupilar
B - Coroa iridal
C - Zona ciliar
D - Anéis nervosos
I - Camada endotelial
II - Camada marginal anterior
III - Estroma iridal
IV - Camada marginal posterior
V - Camada pigmentar anterior
VI - Camada pigmentar posterior ou retiniana
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I - A primeira é a camada de cobertura que se assemelha a uma membrana.


II - A segunda é composta principalmente de células entre as quais existe grande número
de terminações nervosas mas poucos vasos sangüíneos.
III - Esta é a camada mais grossa e onde existe uma grande quantidade de vasos
sangüíneos que se irradiam sob a forma de raios. Estes vasos correm no sentido radial do
bordo externo da íris até a pupila; são envolvidos por uma fina camada adventícia e uma
rede de células pigmentares que preenchem os espaços vazios entre os canais de irrigação
sangüínea. Como se sabe, a íris contrai-se e dilata-se a todo instante; assim, os vasos
sangüíneos iridais apresentam-se espiralados logo abaixo da camada marginal anterior,
adaptados assim à função dinâmica da íris. Existe também um anel arterial formado por
anastomoses dos vasos que provêm do corpo ciliar com aqueles provenientes do bordo
externo; encontrando-se próximo à zona pupilar, formam um aglomerado com certo grau
de elevação, determinando um importante sinal iridológico denominado coroa lridal, que
será estudado adiante.
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IV - Para a Iridologia, esta camada, ou estroma, é a de maior importância. Ainda nesta


camada estão as tênues fibras musculares que compõem o esfincter iridal, responsável
pela contração e dilatação da íris.
V - A camada marginal posterior vem logo após o estroma e é composta de fusos de fibras
musculares tênues que se estendem da camada mais externa até o bordo ciliar onde se
conectam com as fibras do esfincter iridal do estroma.
VI - A camada epitelial pigmentar forma a superfície posterior da íris e se estende até o
bordo pupilar chegando até a superfície anterior, onde forma uma coloração que varia do
amarelo escuro para marrom escuro e preto, característica do círculo que contorna a
pupila. Esta margem é a única estrutura do corpo humano que, sendo uma representação
embriológica do sistema nervoso central, permite uma visualização direta.
Esta camada de pigmentos é composta de duas outras que se entrecruzam até o bordo
pupilar (camada epitelial pigmentar e retiniana); ambas determinam uma continuação da
retina até a margem da pupila.
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COMO OS ÓRGÃOS SE REPRESENTAM NA ÍRIS

Além das funções já descritas anteriormente, a íris possui mais uma: a representação em
sua topografia de todas as partes do organismo; assim sendo, qualquer alteração em
qualquer parte do nosso sistema irá determinar um tipo de modificação na íris, como será
estudado adiante.
Porém essa representação só é possível graças ao Sistema Nervoso Autônomo, composto
pelo Simpático e Parassimpático; estas duas cadeias nervosas inervam todas as partes do
nosso organismo e levam impulsos sobre a situação de cada região até a íris, onde a
impressão fica registrada.
Embora essa teoria seja questionada pela medicina oficial, elementos práticos têm
demonstrado a sua veracidade. Se espetarmos uma agulha no dedo sentiremos dor; isso
significa que até mesmo essa pequena área tem sua representação no sistema nervoso
central. Quando o sangue não chega suficientemente a um tecido ou membro, surgem
várias modificações e dor, mostrando mais uma vez que nosso organismo é um conjunto
interno representativo. Haja vista a eficácia da Acupuntura que maneja simplesmente
canais de energia.
As chamadas modificações na íris surgem devido à comunicação direta do sistema nervoso
central com esse órgão e do sistema nervoso autônomo, principalmente por meio do
gânglio ciliar e da cadeia simpática. Qualquer alteração orgânica vai projetar, via sistema
nervoso, uma mqdificação no padrão normal da textura e da cor da íris, como será visto a
seguir, após conhecermos as áreas correspondentes a cada órgão e região através do
mapa iridológico.
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MAPA IRIDOLÓGICO
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O mapa iridológico consiste na representação gráfica das áreas iridais correspondentes a


cada órgão, sistema ou região do corpo humano. A distribuição segue uma ordem
simétrica, como pode ser visto nos mapas das págs. 30/31. No centro do mapa está a
pupila, cujo tamanho varia segundo o grau de dilatação estabelecido pela maior ou menor
quantidade de luz; quanto mais dilatada a pupila maior a dificuldade de visualização devido
à contração das áreas de representação, daí a importância de se projetar um foco luminoso
nessa região pois a pupila irá contrair-se ao máximo permitindo então uma visualização
ideal.
Circundando a pupiia, está a área do estômago. Cada metade deste órgão está localizada
na íris do lado correspondente; assim temos: do lado esquerdo o cardia e do direito o piloro.
Circundando essa área está a região dos intestinos; o intestino delgado situa-se na parte
interna ou medial de cada íris. Na íris direita o duodeno não se comunica com o jejuno, mas
este desce pelo ângulo interno circundando bem proximamente o estômago, indo
comunicar-se abaixo com o ceco, com a área do apêndice que faz uma proeminência em
forma de vírgula em sentido podal, para baixo. Nessa região inicia-se o intestino grosso,
sendo que o cólon ascendente sobe pela região lateral ou externa da íris direita e continua
como colón transverso já na parte superior da mesma íris,representado apenas em sua
metade direita; a metade esquerda do cólon transverso está localizada na íris esquerda,
onde o intestino continua como cólon descendente, que viaja pela região lateral ou externa
da íris esquerda na porção bem próxima à área do estômago, ou seja, mais central possível.
O cólon descendente descreve um leve arco e continua abaixo, fazendo uma curva
acentuada para a direita como cólon sigmóide; este segue até as proximidades do início do
intestino delgado na região interna da íris esquerda, abandona a região gastrointestinal e
chega até à periferia completa da íris, fugindo no sentido radial perfeito para dar formação,
então, à região do reto e do ânus. Neste caso, o reto e o ânus serão os únicos órgãos que
não possuirão representação bilateral, ou em ambas as íris, mas apenas na íris esquerda.
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Descrevemos a área gastrointestinal devido à sua distribuição de certa forma irregular, que
não segue geralmente o mesmo padrão de distribuição dos outros órgãos.
Circundando a região das vísceras do tubo intestinal há uma pequena área onde está
representado o sistema nervoso autônomo, descrevendo um círculo completo; neste círculo
ainda, na porção interna (medial) e superior, o mesentério. Dentro do intestino delgado,
bilateralmente, na porção medial, as placas de Peyers.
Fora da região do estômago e intestino existem vários órgãos, principalmente os brônquios,
apontados em ambos os ângulos de cada íris; assim, os brônquios direitos colocados na
parte interna e externa da íris homolateral; o mesmo acontece na íris esquerda.
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Os órgãos bilaterais, no entanto, geralmente têm sua representação do lado


correspondente e em apenas uma posição; assim, temos o rim direito na íris direita, o
esquerdo na íris esquerda, com suas respectivas glândulas supra-renais seguindo a mesma
distribuição. O ovário ou o testículo esquerdo está situado iridologicamente na íris do
mesmo lado, idem para estes órgãos porém do lado direito. Do mesmo modo, o pulmão
esquerdo localiza-se na íris esquerda e o direito no lado direito. Também o braço e a perna
direita, assim como os membros do lado oposto, possuem representação homolateral na
íris.
Devido à característica da sua localização anatômica, alguns órgãos diferem desse padrão
de distribuição. O fígado, a vesícula biliar e o pâncreas estão situados apenas na íris direita,
enquanto que o coração, o plexo solar e o baço, estão na íris esquerda. Alguns autores
afirmam que o coração teria uma representação bilateral, sendo que a câmara esquerda
(ventrículo e aurícula esquerda) estariam na íris do mesmo lado, enquanto que a câmara
direita representar-se-ia na íris direita, mas isto ainda não está provado e não parece ser
verdadeiro, uma vez que as câmaras cardíacas recebem esse nome mais devido a
conveniências didáticas; o ventrículo direito, por exemplo, está situado à frente do coração,
enquanto que o esquerdo está mais atrás com uma pequena parte anterior, etc.
Alguns órgãos, sobretudo as glândulas endócrinas, possuem distribuição iridológica
bilateral e simétrica, embora únicas e centrais; assim sendo, a hipófise, a pineal, a tiróide e
as paratiróides (às vezes o timo, quando existente), como que divididas ao meio, estão
representadas em cada íris. Quanto à tiróide e às para-tiróides, fica mais fácil entender que
cada lóbo da primeira teria sua posição homolateral na íris e que as para-tiróides,
em número de 4, seriam representadas, duas em cada lado.
Seguindo a mesma ordem, isto é, sendo únicos e mais centrais, teriam também
representação iridal bilateral: útero, próstata, vagina, pênis, bexiga, virilha, boca, laringe,
faringe, traquéia, esôfago, cordas vocais, nariz, medula espinhal, coluna vertebral, seios
nasais e para-nasais. Entende-se, logicamente, que os olhos, as amídalas e cadeias
ganglionares têm localização iridológica correspondente ao lado; assim, o olho e a amídala
do lado direito estão localizados na íris direita.
O cérebro e o cerebelo estão localizados na porção superior de cada íris, sendo que cada
lóbo está situado na íris do mesmo lado.
O bordo mais externo da íris, correspondente ao limbo esclero-corniano, é a área que
representa a pele; logo abaixo dessa área, imediatamente após, está a região circulatória, o
sistema linfático e o sistema circulatório arterial e venoso.

Complementação

À primeira vista apresenta-se um grau de dificuldade quanto à localização exata das


regiões na íris; embora no mapa pareça fácil, o principiante terá dificuldades de entender
uma lesão ou sinal iridológico quanto à sua localização; no entanto, com a continuidade e
com a prática constante e, principalmente, com a associação clinica, esta localização é
mais facilmente conseguida.

AS DIVISÕES DA ÍRIS

Para uma localização ideal dos órgãos e das regiões iridais, é necessária uma divisão
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topográfica. Para facilitar o estudo e criar uma ordem didática, a íris foi dividida de forma
Radial, Circular e Setorial. Apesar de existirem algumas divergências entre os autores,
apontaremos os elementos mais aceitos e mais sensatos. dentro deste assunto.
Apresentaremos apenas a divisão radial e circular, uma vez que a setorial limita-se à área
técnica e não é de uso corrente.

A divisão radial

Neste método a íris é dividida da mesma forma que se faz com um círculo em geometria
comum, ou seja, por meio de graus. Caracteriza-se esta divisão por repartir a íris em 360°,
ou ainda 12 horas ou 60 minutos, à semelhança de um relógio, sendo que o iridologista
deve procurar escolher entre as três aquela que melhor se adapte. Geralmente a mais
aceita e de mais fácil referência é a divisão em 60 minutos, conforme a figura seguinte:
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A divisão circular

Existem várias formas de dividir circularmente a íris, variando segundo o autor. Seguiremos
aqui a divisão de uso mais comum, usada principalmente por Bernard Jensen e Kriege,
usada antes por Eva Flink. Nesta modalidade de divisão, a íris é formada por três zonas
principais e por seis secundárias. As principais são as Zonas Maiores, cada uma dividida
ainda em duas outras chamadas de Zonas Menores. Assim temos a Primeira Zona Maior
(fig. 15), formada pela Primeira e Segunda Zona Menor, estas mais próximas à pupila.
Depois está a Segunda Zona Maior, subdividida em Terceira e Quarta Zona Menor. Além
desta está a mais externa de todas, a Terceira Zona Maior, subdividida, por sua vez, em
Quinta e Sexta Zona Menor.
A Primeira Zona Maior contém o tubo gastrointestinal da seguinte forma: na Primeira Zona
Menor o estômago e na Segunda Zona Menor os intestinos.
A Segunda Zona Maior, contém, na Terceira Zona Menor vasos sanguíneos e linfáticos e na
Quarta Zona Menor o sistema muscular, onde encontram-se também o coração, os rins,
a vesícula biliar, as supra-renais e o pâncreas.
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Na Terceira Zona Maior temos, na Quinta Zona Menor o sistema esquelético, ou ossos, e na
Sexta Zona Menor, a pele.
Para uma perfeita localização usa-se então a divisão radial e a circular escolhida. Assim,
para descrever uma lesão num órgão ou setor, aponta-se a anormalidade referindo-se da
seguinte forma, por exemplo: mancha escura situada na região do pulmão na íris esquerda,
a nível de 13 minutos na 5ª. Zona Menor (Lesão A, fig. 16) ou ainda: mancha castanho
escura situada entre 32 e 34 minutos, na 6ª. Zona Menor, região do rim esquerdo. (Lesão B,
fig. 16)
Pode-se ainda usar a divisão da íris para descrever a região de um órgão, como se segue:
(Fig. 16)
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Descrição da localização do intestino delgado na íris direita: o órgão está situado na porção
medial da íris direita, na Primeira Zona Maior, mais precisamente na Segunda Zona Menor,
descrevendo uma trajetória curva que acompanha a pupila, entre 5 e 25 minutos, num
ângulo de 120º. Tem-se assim uma descrição quase perfeita da posição de uma lesão ou
área. Resta agora conhecermos os sinais anormais e as alterações iridológicas que
caracterizam as doenças, o que será estudado a seguir.

CORES, TEXTURA E DENSIDADES IRIDAIS

As cores

As cores naturais básicas da íris são três: marrom, azul e cinza. A íris marrom significa a
presença do pigmento denominado de melanina, ou outros pigmentos escuros depositados
no estroma iridal; é a íris mais comumente encontrada. A íris azul significa uma menor
quantidade de pigmento no estroma, que deixa assim transparecer uma parte da última
camada iridal, a camada retiniana. A coloração cinza deve-se a uma compactação e
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estreitamento do estroma iridal, fato muito comum na velhice quando esta camada vai
estreitando-se; isto explica a mudança de coloração, comum em idades avançadas.
A íris de cor verde, também bastante comum, é considerada como resultado de um
enfraquecimento interno; não é considerada uma íris de bom padrão, tendo-se verificado
modificações da cor verde para a azul ou marrom claro em processos terapêuticos naturais.
A íris muito negra, da mesma forma, não é considerada como normal, pois acredita-se que
tal coloração ocorra devido à presença de toxinas nos órgãos, cuja manifestação iridológica
vem a ser o acúmulo de pigmentos escuros no estroma.
Os albinos possuem íris avermelhada devido à ausência completa de pigmentos nas
camadas iridais, que tornam-se transparentes permitindo a projeção da cor vermelha dos
vasos da última camada da íris, a retina.
As modificações de coloração da íris são uma parte muito especial dentro deste assunto e
serão ventilados adiante, no entanto, modificações do marrom para o azul, do azul para
o marrom, do marrom para o preto, etc., devem merecer especial estudo; algumas pessoas
possuem cores diferentes, tendo uma íris azul e outra marrom, ou uma grande mancha
marrom dentro de uma íris azul. Estas modificações devem ser entendidas como acúmulo
ou não de toxinas na área ou mesmo enfraquecimento dos órgãos correspondentes. No
caso de alteração de cor é necessário distinguir o fenômeno entre uma descoloração e
uma heterocromia, esta última geralmente menos problemática que a primeira, que de um
modo geral, aponta uma modificação anômala muito importante, principalmente irritação
dos tecidos correspondentes à área representada.

Textura e densidades iridais

Uma íris é considerada de boa textura ou densidade quando suas fibras são bem
compactadas, próximas e finas. A textura é dada pela boa organização das fibras que
viajam retas entre a região pupilar e a periferia sem apresentarem solução de continuidade,
espaços, orifícios ou crateras entre si. Uma íris de boa densidade é clara, sem marcas,
sendo sinal de ótima saúde. A pessoa que possui uma condição como esta tem saúde mais
resistente e goza de mais vitalidade. Porém, o comum é observarem-se íris alteradas e de
má densidade, com orifícios, separação das fibras (aspectos de chamas de vela) e outras
marcas que serão consideradas adiante.
26
27

Uma íris de má densidade ou de textura fraca apresenta-se com alterações que


caracterizam órgãos correspondentes enfraquecidos. É comum hoje, crianças nascerem
com fraca densidade e com muitas marcas iridais, o que significa uma má herança, com
órgãos ou funções já enfraquecidos como resultado da transmissão genética de anomalias
dos antepassados. Mesmo adultos com tais alterações herdaram anormalidades nos setores
correspondentes; isto prova que alterações orgânicas de antepassados distantes podem
transmitir-se, haja vista que hoje as crianças nascem com densidades iridais cada vez mais
inferiores. O portador de má textura iridal é sempre suscetível de doenças e está sempre
necessitando de cuidados. Pode-se inclusive saber quais as áreas mais enfraquecidas a
serem tratadas. Após um processo terapêutico eficaz e verdadeiro, verifica-se então que a
densidade iridal melhora, mas dificilmente torna-se completamente normal; isto depende
sempre do tipo de lesão e do grau de modificação da textura, É importante referir que
sinais de cirurgias, fraturas, tiros, facadas e outras lesões contundentes também se
manifestam por modificação da textura ou da densidade da íris no local correspondente
(Fig. 18)
28

GRAUS DE DEGENERAÇÃO E SINAIS DE CURA

Numa íris normal verificamos a ausência de sinais, orifícios, sombras, etc., porém, se existe
alguma alteração orgânica, como uma inflamação ou um tumor, isto será manifestado na
íris. Os sinais de degeneração verificáveis no exame iridológico variam entre o extremo
branco ao negro, passando também pelo cinza claro e o cinza escuro. O branco significa um
estágio inflamatório agudo de intensidade variada ou mesmo acidez, enquanto que o negro
significa um estágio crônico, degenerado e destrutivo, próprio das condições em que a
doença determina uma perda ou degeneração dos tecidos, como no caso de tumores e
câncer. Marcas de cirurgias e outras mutilações também surgem como uma marca escura,
porém sem grande profundidade, tal como os tumores e geralmente com os bordos bem
delimitados (fig. 20).
29

Para entendermos este processo é necessário saber que as camadas iridais são
superpostas. Quando uma doença está no seu estágio agudo, geralmente inflamatório, há
30

uma elevação na segunda camada da íris; ao se cronificar vai aprofundando-se nas


camadas iridais, alcançando camadas mais profundas. Isto não significa uma lesão da íris,
mas um sinal representativo importante. Quatro camadas são envolvidas nessa situação.
Se uma doença evolui do estágio agudo (sem tratamento devido), passa a haver uma
depressão para camadas mais profundas, sendo comum do branco surgir um
aprofundamento leve de cor cinza claro (sub-agudo), depois mais profundo ainda para o
cinza escuro ou verde profundo (crônico) e finalmente um orifício fundo de base negra,
apontando uma condição degenerativa final ou destrutiva. É preciso distinguir este sinal de
manchas negras superficiais sem profundidade, que possuem outro significado.
Se um sinal iridal fundo e de base negra representa uma lesão degenerativa ou tumoral
(gangrena ou câncer) e é aplicado um tratamento correto, começam a surgir traves ou
linhas sinuosas esbranquiçadas no fundo dessa marca; prosseguindo o processo de cura,
essas traves brancas intensificam-se gradativamente até que o "piso" da lesão se torna
totalmente esbranquiçado. Nesta fase geralmente há um retorno dos sinais e sintomas
iniciais, condizendo com um processo inflamatório de caráter agudo; é o que se chama em
boa medicina natural de "crise de cura". Segundo os postulados mais conhecidos da
filosofia da medicina natural, essa "crise" representa a única forma de realmente curar uma
vez que é necessário executar. um retrocesso da evolução da doença, caso contrário ela
permanecerá latente e perigosa; no entanto, sabe-se que essa "volta" ou recrudescência da
fase aguda ou primária nunca é tão violenta como no princípio, sendo mais atenuada ou
frusta.
Quando o tratamento não está adequado ao caso, ou, geralmente, quando não se produz o
fenômeno de reequilíbrio vital, ou ainda de recuperação biológica, os sinais de cura
são muito fracos, estacionários ou não se fazem notar. Se se usa um antibiótico para
combater uma infecção surgem primeiro sinais de subagudização (cinza claro ou verde)
depois de cronificação ou latência, ocasionalmente sinais de degeneração (comum no
diabético avançado), pois este agente terapêutico apenas combate um dos fatores, ou
mesmo resultados da infecção, como são os germes.
Em medicina natural moderna, científica, a atenção do terapeuta volta-se para o indivíduo
como um todo, e o tratamento básico de um processo infeccioso que não seja de risco
imediato à vida (septicemia, meningite aguda, etc.) é a limpeza dos tecidos, a depuração, a
oxigenação adequada, a alcalinização ou reequilíbrio ácido-básico do sangue, a diminuição
da viscosidade dos humores (principalmente do sangue), etc., sendo isso conseguido por
meio das plantas medicinais, da hidroterapia, das dietas especiais, das compressas, da
Homeopatia, dos antibióticos naturais como a Propolina das abelhas, etc. Nos
casos mais graves e arriscados o terapeuta deve lançar mão de recursos farmacológicos
como os antibióticos para depois executar prudentemente a "limpeza" do organismo. Os
métodos terapêuticos naturais modernos permitem então uma vitalização profunda que vai
estimular os mecanismos de defesa até a cura da anomalia; neste caso, os sinais de cura
tornam-se evidentes, como pode ser comprovado experimentalmente.

O germe não é nada; o terreno é tudo


Louis Pasteur

Ao tratarmos naturalmente uma infecção aguda, os sinais brancos ou esbranquiçados da


região correspondente desaparecem retornando o local da íris à sua cor e textura normais,
31

o mesmo sucedendo com uma infecção sub-aguda. Se, da mesma forma, tratamos um
processo infeccioso crônico ou já degenerativo, surgem então as linhas brancas que
tornam-se cada vez mais calibrosas até que dominam a base do sinal quase
completamente. Chama-se a esta etapa, fase de agudização. O branco no processo
infeccioso indica uma "hiperatividade" do tecido; assim, quando estamos frente a um caso
de inflamação, o tecido está reagindo intensamente. Note-se que a transformação de um
estado crônico ou degenerativo (fundo negro ou escuro) para um estado agudo representa
então uma reativação da região em questão (crise de cura por retorno à função). A fase
seguinte no tratamento de uma lesão de fundo negro que tenha sido transformado em
branco é o retorno à cor normal da íris, mas a textura e a densidade dificilmente tornam-se
absolutamente normais, permanecendo "cicatrizes" mais ou menos intensas.
Se observarmos uma lesão iridal que reflete a destruição provocada por cirurgias, tiros,
facadas, fraturas grandes, etc., (fig. 19) devemos entender que não haverá terapêutica que
a faça desaparecer; no entanto, se considerarmos uma marca de estágio crônico ou
degenerativo de uma infecção, poderá haver modificação.
32
33

1 - Injúrias, cirurgias, perda de tecido, etc.


2 - Áreas herdadas enfraquecidas
3 - Estágios sub-agudos, crônicos e degenerativos

As criptas e as lagunas variam então quanto à sua profundidade e sempre possuem uma
depressão (caso contrário a marca não pode ser chamada de cripta ou laguna). As
primeiras são, numa ordem geral, "lesões fechadas" e as lagunas, "lesões abertas". As
criptas têm geralmente o aspecto de "chama de vela" mas podem ser tortuosas e
alongadas, geralmente de forma mais homogênea que as lagunas, mais tortuosas,
oblongas e com regiões mais fundas ou mais rasas que as criptas (fig. 24).
Se bem que as criptas são chamadas de lesões fechadas, podem existir mais raramente
criptas abertas e lagunas fechadas . (fig. 24) isto porque uma lesão fechada representa
uma situação limitada a uma área e uma lesão aberta uma difusão ou espraiamento ou
ainda, mais comumente, uma situação final de cura onde os mecanismos de defesa do
corpo "abrem" a lesão antes fechada para estabelecer a recuperação; isto porém depende
de muitos fatores. Então, se acompanharmos o tratamento de uma lesão crônica curável,
como uma infecção crônica, veremos primeiro uma lesão fechada de fundo negro que aos
poucos vai ficando com fundo branco e, portanto, perdendo profundidade, ficando cada vez
mais rasa; depois vai abrindo sua extremidade externa, tornando-se então uma lesão
aberta para depois deixar o local com sua cor, textura e densidade quase que normais. É
claro que em casos de tumores em último estágio, cirurgias e demais injúrias irreversíveis e
em regiões que representam áreas herdadas extremamente enfraquecidas, isto é quase
impossível.
Na explanação deste capítulo pode transparecer que um tumor, câncer ou estágio
degenerativo muito adiantado sejam resultados ou fases terminais de um processo
infeccioso; queremos esclarecer que quando uma infecção não é convenientemente tratada
ela torna-se latente depois da sub-agudização, isto enfraquece o tecido correspondente
permitindo disfunções, irritações, infecções de repetição, etc., que podem então levar à
formação do câncer, da artrite, da esclerose, etc.

SINAIS ANORMAIS PRINCIPAIS E SEU SIGNIFICADO

Depois de estudarmos os importantes sinais do capítulo anterior é necessário conhecer os


outros sinais iridológicos.

Acidez e muco

O acúmulo de elementos ácidos e de muco nos tecidos e órgãos é uma condição muito
comum devido à moderna alimentação, rica em produtos acidificantes e fermentativos,
mais especificamente o açúcar branco, os enlatados, o pão e a farinha branca, os alimentos
pastosos, as carnes condicionadas, etc. Quando é o próprio tecido que produz ácidos e
muco, o sinal na íris é bastante semelhante. Em ambos os casos surge uma área iridal
esbranquiçada, enevoada, flocada ou pontilhada, tudo em tonalidade branca, indicando
hiperatividade do tecido; quanto mais intenso o sinal, mais intenso é o processo, chegando
até a inflamação e a infecção, quando então a produção de ácidos é intensa.
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Exemplificamos a seguir uma situação de produção excessiva de ácido no estômago


(hipercloridria) e o sinal iridológico correspondente; o estado de superprodução segue-se a
uma condição de falta de secreção do ácido, estágio seguinte do processo (há falta de
ácido por exaustão das glândulas).

Segundo a filosofia da medicina natural, o muco é uma forma de eliminação de substâncias


prejudiciais; sendo assim, onde houver sinais de acúmulo de muco poderemos entender
que está havendo uma tentativa de renovação por parte do tecido envolvido. Considera-se
que uma infecção é uma forma de recuperação. desencadeada pela própria reação natural
do organismo: o tratamento mais sensato consiste em ajudar o corpo nesse trabalho.
Quanto à alimentação moderna, rica em produtos industrializados perigosos, o acúmulo de
radicais ácidos por ela produzidos determinam perturbação do equilíbrio natural.

Anéis nervosos

De acordo com a figura a seguir, os anéis nervosos podem ter vários tamanhos, circundar
35

completa ou parcialmente a pupila ou serem múltiplos. Podem ser bem delimitados, finos
ou grossos, brancos ou escuros, geralmente estabelecendo um grau de depressão nas
libras iridais.

Para um bom diagnóstico é necessário praticar bastante e saber interpretar o múltiplo


significado destes anéis. Comumente significam irritação nervosa de grupos locais de
nervos, segundo o local onde surgem; estão presentes em casos de neurite, nevralgia,
espasmos viscerais (cólicas), contrações musculares, acúmulo de ácido lático nos músculos,
tensão nervosa, alterações emocionais fortes, dores e mesmo inflamações dolorosas. São
vistos em casos de insônia e quando há acúmulo de substâncias tóxicas em áreas
orgânicas. Em toxicômanos ou quando alguém está sob a ação de drogas fortes, como
anestésicos, eles são também detectáveis.
Quanto maior o anel, circundando completamente ou não, maior a área afetada; anéis
pequenos e entrecortados indicam situação menos crítica. É de boa praxe em iridologia
procurar saber onde inicia e onde termina o anel para se ter idéia de quais as regiões
afetadas, geralmente nas extremidades do anel.

Anel escuro
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É um anel periférico sobre a região da pele, de coloração escura, muitas vezes negra, que
circunda toda a periferia da íris, às vezes mais fino ou mais grosso em determinada área.
Algumas vezes é percebido também envolvendo a pupila.

Pode abranger também áreas iridais mais internas, indo da Quinta e Sexta Zona Menor
(local mais comum de surgimento) até mesmo à Terceira Zona Menor em situações mais
adiantadas.
Significa o acúmulo de substâncias tóxicas, geralmente alimentares (conservantes,
aromatizantes, ácidos, corantes, etc.) devido à diminuição da atividade ou função dos
tecidos envolvidos, principalmente a pele e o sistema circulatório sangüíneo e linfático (ver
mapa iridológico: Quinta e Sexta Zona Menor ou Terceira Zona Maior).
37

A pele é o maior órgão de eliminação do corpo humano; qualquer alteração na sua função
vai provocar acúmulos. Hoje em dia pouca atenção se presta à função de eliminação por
meio da pele, que fica prejudicada pelas máscaras de beleza, cosméticos, óleos, perfumes,
cremes, shampoos sintéticos, sabonetes perfumados, roupas excessivas e muito pesadas,
excesso ou falta de sol, falta de contato com o ar atmosférico, etc. Quando o anel escuro
surge fora da íris, ou na esclerótica, circundando a íris, significa excesso de carga tóxica
crônica no sangue. Entre outras situações onde pode surgir citamos: pessoas que usam
muita carne animal, principalmente porco, lingüiças, salsichas, presuntos, etc.; após
vacinação e injeções; após transfusão de sangue com carga de toxinas alimentares;
grandes queimados com dificuldade de eliminação; toxemias, etc.
Nos tratamentos naturais modernos intensifica-se a atenção com a pele por meio das
saunas bem dirigidas e da hidroterapia bem aplicada, das massagens musculares,
drenagens, de depurações, etc., vericando-se então o desaparecimento completo do
referido sinal, tão comum no homem moderno com sobrecarga tóxica alimentar.

ANEL DE SÓDIO E ARCO SENIL

Estes sinais surgem nas áreas mais periféricas da íris descrevendo circunferências
completas ou arcos; variam em largura, densidade e cor, sendo geralmente brancos,
leitosos, azulados, enevoados e tênues. Apresentam-se às vezes densamente brancos e
difusos, mal delimitados, e outras como uma fina circunferência bem visível. Sua posição
38

nos olhos é na córnea e não na íris, no entanto o significado patológico será o mesmo,
devido à sua posição em relação ao mapa iridal.
Para uma boa interpretação precisamos diferenciar o anel de sódio do arco senil. O primeiro
geralmente não atinge zona mais superficial da íris ou a Sexta Zona Menor, relativa à área
da pele (ver Fig. 29); é de limites mais precisos que o arco senil e na maioria das vezes
manifesta-se como uma circunferência completa que vem da Quinta Zona Menor (área da
circulação sanguínea e linfática) em direção à pupila, mas raramente ultrapassando a
metade externa da Quarta Zona Menor. O arco senil é mais difuso, de mais difícil
delimitação, podendo apenas apresentar-se como uma névoa esbranquiçada; aparenta ser
uma "invasão" da esclerótica na córnea pois "apaga" o limbo esclerocorniano em sua
direção centrípeta de crescimento, indo das áreas mais externas até a Quarta Zona Menor
em casos mais extremos (Fig. 30).
Quando ambos os sinais aparecem juntos na mesma íris (comum em idosos e
arterioescleróticos) o aspecto é de um denso anel branco ocupando grande parte da região
corneana, como se a esclerótica cobrisse a córnea (Fig. 31). A tendência destes sinais é
serem maiores quanto maior a causa que os determina, como será visto a seguir.
39

O anel de sódio resulta do acúmulo de sódio inorgânico nos tecidos, principalmente dentro
de pequenos vasos capilares e venosos, mais especificamente em suas paredes. O uso
abusivo do sal refinado comum (produto da industrialização que transforma o sal marinho
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puro em apenas cloreto de sódio após lavagem, trituração, redução química e acréscimo de
óxido e carbonato de cálcio, entre outros produtos sintéticos), dos salicilatos de sódio
(analgésicos), bicarbonato de sódio (antiácido) e outros produtos que contenham sódio.
Hoje consumimos sal em excesso, muito além das necessidades orgânicas reais, além de
muitas drogas sintéticas; o surgimento do referido sinal aponta o acúmulo destas
substâncias cujo resultado será uma diminuição da elasticidade dos vasos acometidos
devido ao endurecimento das suas paredes. Isto produz aumento progressivo da pressão
sangüínea com posterior diminuição da irrigação da região correspondente, surgindo uma
espécie de "anemia" terminal e conseqüente redução da quantidade de oxigênio nos
tecidos. A pressão alta (principalmente a pressão diastólica ou a mínima) pode então ser o
resultado desse processo que é geralmente lento, progressivo e depende de vários fatores
como hereditariedade, aspectos emocionais, alimentação, ambiente, etc. Quando se trata
de acúmulo de sódio inorgânico como aquele proveniente do bicarbonato, salicilatos, etc., o
anel de sódio é menos intenso porém mais delimitado e denso, tendo ou não matizes
azuladas ou amareladas; quando o sinal surge por excesso de sal refinado ou de sódio
orgânico industrializado, será mais difuso e os reflexos clínicos serão mais evidentes,
surgindo então problemas relativos à perda da elasticidade dos vasos. No primeiro caso
(sódio inorgânico) será muito mais difícil aparecerem tais efeitos uma vez que estes
geralmente surgem de forma brusca após longos anos de acúmulo. Quando o anel se deve
ao sal refinado os efeitos orgânicos têm evolução longa e progressiva, sendo que a
intensidade deste sinal acompanha essa evolução.
Fato importante é que torna-se hoje muito difícil saber se o anel de sódio é resultado de um
ou de outro fator puramente, pois, sem saber, o homem moderno consome muitos sais
inorgânicos de sódio na sua alimentação. Os enlatados todos possuem produtos
conservantes à base de sódio; o bicarbonato de sódio, além do consumo como antiácido, é
componente comum de biscoitos, pão branco, macarrão, massas em geral, conservas, etc.
Chamamos atenção também para o tempêro chinês muito usado em restaurantes orientais
no mundo inteiro, conhecido como glutamato monossódio, capaz de causar grandes
perturbações além do acúmulo tessidual de sódio.
O arco ou halo senil significa "anemia" da região correspondente devido à falta de irrigação
sangüínea suficiente; é conseqüência do acúmulo de substâncias sódicas nas artérias de
pequeno calibre e do endurecimento das mesmas (arterioesclerose), seja pelo motivo
anterior, pelo envelhecimento dos vasos e mesmo por arterioesclerose ou deposição de
placas dentro das artérias com calcificação posterior.
Pode-se entender então o porque do nome "senil", sendo então uma característica comum
o surgimento deste sinal quando há envelhecimento das artérias, seja devido ao processo
natural em idades mais avançadas ou mesmo precocemente quando os vasos vão
perdendo sua elasticidade em função de uma alimentação muito rica em gorduras
saturadas (sangue mais viscoso - mais depósitos nas paredes dos vasos) em sal refinado,
açúcar branco (acidificante do cálcio) e pelo consumo de enlatados e drogas farmacêuticas
com o elemento Sódio.
O "halo senil" já é um sinal conhecido em Geriatria, mas não tem o mesmo significado e a
mesma explicação que em Iridologia, entendendo-se apenas que surge na maior parte das
pessoas idosas.
Seguindo-se o mapa iridológico segundo a localização do arco senil, pode-se saber quais as
áreas vasculares mais afetadas; assim, o referido arco geralmente circunda a íris,
41

mostrando acometimento de várias áreas e a circulação de vários órgãos. Um arco que


abranja a Terceira Zona Maior entre 15 e 45 minutos aponta alterações da vascularização -
com consequente anemia tecidual - da região dos pulmões, costas, períneo, pernas e pés,
pescoço, etc., sendo difícil a delimitação precisa.
O termo "anemia de extremidades" é muito usado por iridologistas para indicar o resultado
do fenômeno de "esclerose" dos vasos; o idoso tem a pele ressecada, pálida, com função
de excreção diminuída (ver, significado do "anel escuro"), tem também os pés mais frios e
acometimento da memória; diz-se então que isto é resultado de má circulação. O sinal
iridológico em questão é quase sempre bilateral, ocupando preponderantemente áreas da
Terceira Zona Menor, preenchendo-a completamente ou então na área do Sistema Nervoso
Central (entre 11 e 1 hora, passando por 12) e éreas dos membros inferiores, mais
acentuado próximo a 6 horas. É fácil entender que as pessoas portadoras deste sinal na
região nervosa principal ou cerebral, tendo então má vascularização do cérebro, terão
como queixa mais comum a falta de memória, o esquecimento, etc. Nos graus iniciais
de arterioesclerose cerebral a deterioração da memória recente é um dos sinais primários,
sucedendo depois alterações da personalidade, manias, etc., devido à anemia cerebral
progressiva que tem como conseqüência fundamental a atrofia do órgão.
Há ainda muito a ser estudado com relação ao sinal em questão e suas relações com o
envelhecimento dos vasos. Sabe-se que quando o anel de sódio evolui tende a dificultar a
oxigenação e alimentação dos tecidos, surgindo a "anemia", o que provoca o arco senil
posterior: este é o motivo destes dois sinais figurarem no mesmo capítulo, uma vez que o
arco senil é, na maioria dos casos, secundário ao anel de sódio, podendo, no entanto,
surgir independente ou mesmo na ausência deste último. Quando o anel e o arco estão
juntos o aspecto é de um pesado arco branco; neste caso estaremos diante de uma fase
adiantada, mas cujos sinais clínicos podem ser intensos ou não, dependendo de
elementos relacionados à alimentação, hábitos de vida, hereditariedade, etc. No simples
anel de sódio, como já foi apontado, podem surgir apenas dormências e câimbras, bem
como memória fraca (extremidades) ou até os extremos verificados na
arterioesclerose adiantada.
O anel de sódio e o arco senil surgem também como resultado de acúmulo de outras
substâncias além de sódio ou pela calcificação das artérias, como em casos de Diabetes
melitus (microangiopatia) onde há acúmulo de uma substância tipo amiloide no interior dos
vasos sanguíneos com consequente diminuição da irrigação dos tecidos e no tabagismo
acentuado (arteriopatias tabagicas) quando há acúmulo e degenerações arteriais. Em
ambos os casos o sinal verificado será, no entanto, mais tênue e enevoado e menos denso
Que nos casos anteriores.
Se examinarmos um individuo maduro que tenha sido um grande consumidor de gorduras
saturadas, enlatados, açúcar branco, refrigerantes, drogas analgésicas, que seja tabagista
de longa data e diabético, com certeza apresentará os sinais referidos neste capítulo.
Para terminar é preciso esclarecer que a intensidade do arco senil e do anel de sódio não é
proporcional aos sinais e sintomas, no entanto a má situação da região correspondente
estará tão afetada quanto maior e mais intenso o sinal iridal (ou corneano). Curiosamente,
em estágios adiantados de arterioesclerose é comum verificar o desaparecimento do arco
senil e do anel de sódio que ficam substituídos pelo "anel escuro" (na verdade o arco senil
eclipsa o anel escuro geralmente presente abaixo, na íris, quando aquele desaparece deixa
ver o halo escuro devido ao acúmulo de produtos tóxicos); este desaparecimento ainda
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não está bem explicado mas calcula-se que tal aconteça devido a reabsorções localizadas
em camadas da córnea, consequência do envelhecimento da capacidade de representação
das lesões, sendo que a lesão tissular correspondente continuaria a existir no órgão, como
fica provado pelo fato dos pacientes se apresentarem em graus evidentes e evolutivos de
arterioesclerose mesmo quando desaparece o halo senil.
Nos processos terapêuticos naturais bem orientados consegue-se deter o envelhecimento
das artérias e obtém-se grande melhora da "anemia" da pele, o que determina uma
diminuição do arco senil, mas dificilmente ele será removido em mais de 40%. Quanto ao
anel de sódio, fica mais difícil ainda devido à localização no endotélio e na íntima dos vasos.
O tratamento natural de escolha nestes casos fica sendo a depuração e a limpeza profunda
por meio de dietas especiais, plantas medicinais e substâncias homeopáticas de. elevada
dinamização. A terapêutica comum, feita à base de dietas com baixo teor de gorduras e
com drogas vasodilatadoras consegue, quando muito, estacionar o quadro, sendo
inconseqüente quanto à situação dos vasos alterados.
A experiência clínica natural mostra a possibilidade de reversão parcial considerável em
arterioesclerose cerebral, com recuperação de alguns tecidos; no entanto, quanto a funções
psíquicas alteradas, estas tendem a manter-se assim devido à atrofia cerebral com perda
de substrato nervoso.

DEPÓSITOS TÓXICOS

Estes elementos apresentam-se como manchas, pontos, "spots" ou raias em forma de


estrelas, bem delimitados, mais comumente surgem como manchas escuras, negras ou
castanhas de diversos matizes e sempre superficiais, ou seja, não fazendo depressão ou
aprofundamento nas camadas iridais (diferentemente das criptas e lagunas que sempre
têm sua base ou fundo abaixo da superfície iridal).
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São de fácil verificação, visíveis geralmente sem auxílio de lentes; podem surgir em
qualquer época da vida ou no nascimento, quando então ficará caracterizado o acúmulo
tóxico a partir da fase intra-uterina. Em Oftalmologia os sinais escuros que surgem na íris
como marcas herdadas ou adquiridas são considerados como "nevos" iridais ou
pigmentação natural; para a Iridologia são tidos como concentrações tóxicas muito
perigosas.
De uma maneira geral estes sinais aparecem quando a área orgânica ou o tecido
correspondente no mapa iridológico sofre a deposição de material tóxico oriundo de
alimentos de má qualidade. Uma vez que a função de excreção esteja prejudicada ou a
carga tóxica, - muitas vezes pequena - é perigosa, nosso organismo lança mão do
isolamento dessas substâncias e a deposita nos tecidos, geralmente nas células
gordurosas, podendo, no entanto, colocá-Ias em qualquer parte. Este material acarretará a
diminuição da função do tecido ou órgão provocando alterações; se a carga é pouco tóxica
estas poderão não existir, caso contrário tanto pode haver normalidade e ausência de
disfunção como sérios problemas de ordem vária. Quando o sinal é muito escuro e está
sobre um órgão muito importante sabe-se que a função corre risco, é uma área frágil que
está com seu trabalho celular prejudicado pela presença de substâncias que atrapalham a
respiração, a excreção, as trocas metabólicas e a vitalidade.
A origem desse material tóxico estaria principalmente nas carnes condicionadas (lingüiça,
salsicha, presunto, mortadela, salame, copa, etc.) repletas de antibióticos, conservantes,
corantes sintéticos (sulfito de sódio), toxinas perigosas como a cadaverina, o escatol e os
derivados amoniacais, produtos estes também presentes nos enlatados, em alguns queijos
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e outros produtos. A carne de açougue é também repleta de sulfito de sódio, salitre; formol,
antibióticos, hormônios (ex.: Dietylobestrol para engordar o gado), inseticida, etc.
Alguns grupos entendem que os depósitos tóxicos são determinados apenas por acúmulos
de toxinas derivadas do metabolismo protéico excessivo (uréia, amônia, ácido úrico, etc.); a
verdade é que, dependendo de muitos fatores como a situação do aparelho excretor
(inclusive a pele) e de elementos hereditários e familiares, muitos tipos de toxinas fixam-se
no organismo humano prejudicando-o em seu trabalho sutil. No capítulo seguinte
verificaremos quais os sinais característicos derivados da acumulação tecidual de drogas
inorgânicas e venenos, muitos deles já conhecidos pela ciência analítica (ex.: anel verde
que surge na doença de Wilson devido ao acúmulo de cobre em várias partes do
organismo). Tal fato comprova a possibilidade de acúmulos que determinam sinais iridais
característicos.
Quando se procede a um tratamento eficaz, executa-se a limpeza e a drenagem do
material acumulado, no entanto é, na maioria das vezes, muito difícil retirar esse material.
Hoje muitas crianças nascem com estes sinais devido à má alimentação materna na fase
intra uterina; é extremamente dificíl remover estes sinais nessa situação uma vez que são
resultado de toxinas muito perigosas que o organismo sabiamente isolou para que
não provocassem mal maior. Há ainda muito a ser estudado com relação às manchas
escuras da pele, principalmente os nevos com peles ou muito pretos e suas relações com
as referidas toxinas acumuladas e isoladas. Sabe-se bem que o pior tipo de câncer e mais
fulminante - o melanoma maligno - pode surgir nessas manchas da pele ou tem cor muito
escura, semelhante aos nevos.
Num tratamento ideal as manchas iridais tendem a diminuir de tamanho e de intensidade,
no entanto, como já foi explicado, não é fácil fazer com que desapareçam uma vez que
representam toxinas fortemente enraizadas.
Para terminar, devemos deixar claro que quanto pior o tipo de toxina acumulada, maior a
irritação e a agressão à região de acúmulo; procura-se assim explicar os casos de câncer
em crianças recém- nascidas ou de tenra idade onde, inclusive, podemos detectar sinais
iridais correspondentes à região de aparecimento da doença. Se estas crianças não tiveram
tempo de tomar contato direto com agentes cancerígenos ambientais bem conhecidos
(enlatados, açúcar branco, sal refinado, corantes e aromatizantes sintéticos, inseticidas,
poluição atmosférica industrial específica, etc.), se não pode ser determinada uma causa
psicológica ou biológica, então a causa é determinada pela condição herdada e por tudo
aquilo recebido na vida intra-uterina (alimentos, drogas, remédios, carga psicológica,
vibrações, etc.).

DROGAS E PRODUTOS QUÍMICOS INORGÂNICOS

Neste capítulo apontaremos algumas das drogas e produtos inorgânicos que mais
comumente entram em contato com nosso organismo e os sinais iridais que surgem devido
à sua deposição ou acúmulo em várias partes dos sistemas; é desnecessário afirmar que a
área iridal onde surgem os sinais corresponde à região do organismo, segundo o mapa
iridal.
Já é conhecido hoje em farmacologia que as drogas possuem afinidades pelos tecidos; por
exemplo, o DDT (inseticida) pelo tecido gorduroso, o enxofre pela pele, etc. Fica fácil
entender que o acúmulo ou mesmo a presença de pequena quantidade de determinado
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produto químico estranho ao metabolismo fixa-se em determinada área quando não é


eliminado, o que geralmente acontece. As modificações iridais secundárias ao acúmulo
tanto podem ser uma modificação da pigmentação como uma descoloração, conforme será
visto adiante. É importante saber que a presença de determinadas substâncias diminui a
função do órgão e produz irritação celular e tissular profunda e constante, levando ao
perigo do câncer e outros tipos de doenças.
Hoje com a descoberta de novas drogas farmacológicas e métodos sofisticados de
"purificação" química fica mais perigoso o acúmulo devido ao maior poder de penetração
das modernas drogas, principalmente os anti-histamínicos, os recentes antibióticos,
barbitúricos, anestésicos extremamente danosos e analgésicos recém descobertos. O uso
destes produtos não passa impune, eles depositam-se e resultam em alterações da função
celular. Com novos remédios surgem modificações iridais das mais estranhas e grotescas,
ainda não conhecidas pela Iridologia. Por vezes uma mancha ou spot na íris pode ser a sua
única parte normal, sendo todo o resto resultado de acúmulos ou alterações. Se o uso de
uma determinada droga sintética é prolongado e há deposição tissular crônica, o sinal iridal
correspondente torna-se cada vez mais escuro, por vezes negro, embora superficial,
conhecido como "spot psórico" ou "psora", significando a irritação (ver Fig. 32) profunda e a
desintegração do tecido com diminuição e perda da função; quando começa a haver
aprofundamento deste sinal nas camadas mais profundas da íris isso pode significar câncer
no início. Quanto à "psora", Bernard Jensen afirma que quando existe deposição no feto,
pode haver profundas influências no seu desenvolvimento com alteração de certos tecidos
e glândulas cujo resultado pode ser a idiotia.
A seguir, a descrição clássica dos sinais iridológicos produzidos pelos produtos químicos
sintéticos mais comumente usados e a área orgânica de mais comum fixação.

Ácido acetil salicílico (AAS)

Presente em muitos alimentos industrializados e bebidas como refrigerantes, enlatados,


etc., usado como conservante em sucos industrializados. Porém a forma mais comum de
consumo é a aspirina e a maioria dos analgésicos modernos, usado também como
antitérmico, anti-trombótico (enfarte, etc.), em inflamações, reumatismo, etc. No estômago
pode produzir úlceras corrosivas assim que ingerido, mas, uma vez absorvido tende a fixar-
se nos tecidos intestinais, pele e membranas mucosas. O sinal iridal é uma mácula cinza
esbranquiçada tendendo para cinza "sujo", mais comumente visto nas partes superiores da
íris.

Arsênico

Pode ser ingerido acidentalmente; é encontrado em "sprays", cosméticos e em alguns


alimentos enlatados como almôndegas, presuntadas, etc. Foi usado antes para estimulação
cardíaca e continua a ser componente de alguns medicamentos para distúrbios gástricos e
doenças dermatológicas. Sua presença é verificada na área circulatória da íris onde se pode
verificar finos dots brancos isolados ou em grupos no sistema linfático.

Alcatrão da hulha
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Produto base para a fabricação de muitos remédios como anti-térmicos, aspirina, sacarina,
vitaminas, corantes e aromatizantes sintéticos. Fixa-se no cérebro e tecido nervoso
periférico e pode ser verificado por meio de manchas cinzas de tonalidade metálica escura.

Bismuto

Hoje pouco usado, foi famoso no "tratamento" da sífilis e ainda faz parte de alguns
fortificantes. Fixa-se mais no aparelho digestivo e pode ser confirmado pela presença de
um círculo irregular acinzentado metálico escuro.

Brometos

Usados como sedativos, anti-térmicos e em recuperação de desgastes nervosos. Pode ser


detectado pela presença de um crescente branco azulado na área cerebral.

Enxofre

Está presente em muitos médicamentos, alimentos enlatados, cerveja industrializada e


vinhos como conservante, sais para banhos, águas minerais naturais sulfuradas,
cosméticos, sabonetes e óleos medicinais. Fixa-se mais nas áreas dos intestinos, pele e
mucosas. Surge na íris como nuvens castanho escuras e descolorações.

Ergotamina

Encontrado em medicamentos que promovem contração uterina e em antidistônicos.


Acumula-se ordinariamente em órgãos de regeneração e no estômago. Seu sinal
característico é um "spot" vermelho claro na área uterina e do estômago.

Estricnina

Usado em alguns medicamentos como tônico nervoso e estimulante. Acumula-se mais


comumente no estômago, surgindo na íris como um halo branco que tende ao branco
amarelado circundando total ou parcialmente a pupila.

Ferro

Componente de medicamentos tônicos, anti-anêmicos e em águas minerais ferruginosas.


Seus depósitos podem ocorrer em qualquer parte do organismo, aparecendo na íris um
"spot" castanho escuro rusty mais destacado na íris azul e verde e visível na íris marrom
como uma área mais escura.

Glicerina

A glicerina é usada como solvente ou veículo de vários medicamentos como xaropes,


tônicos, linimentos, fórmulas vegetais complexas e como supositório de contato para
provocar a descarga intestinal. Comumente fixa-se na pele, rins e pulmões (por via oral) e
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apresenta-se nestas mesmas áreas iridais como grandes nuvens brancas.

lodo

Seu uso tópico mais comum é como antisséptico da pele, sendo assim absorvido em
pequena quantidade por essa via; no entanto a ingestão através de remédios é mais
responsável pela sua acumulação, sendo usado em medicamentos contra distúrbios
glandulares, xaropes, etc. Em medicina nuclear é usado em sua forma radioativa (Iodo 131)
para a marcação de células e em grande concentração como contraste para raio X. O sal
refinado também possui iodo sob a forma de iodeto de potássio, que lhe é acrescido devido
à perda do iodo natural orgânico induzido pelo processo industrial. Sabe-se perfeitamente
que o iodo orgânico, além de cumprir o seu papel biológico não se acumula como o
sintético que tem grande afinidade com o fígado, intestinos, rins, estômago, pulmões e
pâncreas, podendo entretanto fixar-se em qualquer parte. Na íris surge nas áreas
respectivas à sua presença como “spots" ou manchas vermelhas pálidas ou vermelho-
amareladas circundadas por bordos brancos ou esbranquiçados, por vezes descorados.

Mercúrio

Sua ingestão pode ser acidental devido a águas fluviais industrialmente poluídas e
venenos, porém sua presença como poluente ambiental cresce rapidamente. Outras formas
não menos comuns de encontar-se o mercúrio são em medicamentos que contenham sais
mercuriais (muito usados antes para tratamento da sífilis), drogas tópicas contra parasitas,
carrapaticidas, além de desinfetantes, loções, cosméticos, amálgamas dentárias, pomadas
oftálmicas, pastas de dentes, etc. As áreas de afinidade são os ossos, cérebro e tecido
vascular (principalmente o endotélio). Na íris azul aparece como manchas esbranquiçadas
ou cinza prateado e na íris castanha como uma área azulada escura.

Ópio e cocaína

O ópio é usado sob a forma de morfina e seus derivados sintéticos como poderoso
analgésico e narcótico e a cocaína como anestésico local. Ambos produzem dependência
física em viciados e modificações psíquicas importantes. Uma forma natural de ópio é o
fraco elixir paregórico, usado como antiespasmódico, mas que hoje é dificilmente
encontrado nas farmácias devido aos substitutos sintéticos, apesar de mantido o mesmo
nome.
A cocaína natural é um pó branco derivado das folhas do "erytroxilon coca", mas hoje, para
se obter tal preparado é necessário o uso de produtos químicos perigosos. Estes dois
agentes (ópio e cocaína) possuem a mesma afinidade tecidual e tendem a fixar-se no
sistema nervoso, na cadeia simpática, nos intestinos e no estômago. Na íris surgem como
linhas brancas ou cinza esbranquiçadas que se irradiam da pupila circundando-a. Em
consumidores de cocaína os sinais são mais mesclados devido à presença de outros
ingredientes no pó; se se usasse a cocaína pura, mesmo que natural, os sinais seriam
idênticos ao acúmulo do ópio natural. Desde que se extraia de uma planta um princípio
ativo, este mostrará efeitos mais potentes e sinais mais evidentes que a planta usada como
um todo.
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Quinino

É um alcalóide encontrado em alguns cipós e raízes (quina), mas hoje é produzido em


laboratório e faz parte de numerosos medicamentos como os anti-maláricos, tônicos e
loções capilares, usado principalmente como anti-térmico, fortificante e anti-nevrálgico.
Acumula-se em qualquer área, mas principalmente no trato gastrointestinal. Aparece na íris
como áreas amarelas ou verde-amareladas na área do estômago e intestinos (Primeira
Zona Menor) ou em toda a íris.

Sódio

Ver o item "Anel de sódio" neste capítulo.

Terebentina

Sua ingestão é comumente acidental por ser componente de tintas; é usada nas fábricas de
materiais sintéticos e de pigmentos, por funcionários ou por artistas e pintores. A
terebentina é usada às vezes como diurético e antisséptico. Deixa mancha branca na área
genito-urinária e, às vezes, densas nuvens cinzas.

Vacinas

As vacinas que mais apresentam sinais são aquelas inoculadas por escarificação da pele ou
por injeções; as orais produzem sinais mais tênues, geralmente inexistentes. Verifica-se a
presença de anel escuro em fases imediatas à vacinação, aparecendo depois "spots"
negros ou castanho escuro "sujo" circundados por halo esbranquiçado. Podem ser únicos ou
múltiplos e surgem em qualquer área.

Fósforo

Os compostos fosfóricos são usados em medicina comum como tônicos nervosos, na


neurastenia, cansaço, impotência sexual, e em alguns problemas dermatológicos e
pulmonares. Sua ingestão pode ocorrer ainda em fábricas que lidem com o fósforo
(adubos), ou pelo contato da pele ou pela inalação de inseticidas organofosforados. Refere-
se também o acúmulo orgânico de fósforo devido ao consumo de legumes e verduras
tratadas com excesso de adubos que o contenham em sua fórmula. Fixa-se mais
comumente em áreas do diafragma, coração, músculos e ossos, o que provoca o
surgimento de flocos brancos aí ou mesmo em qualquer área iridal respectiva à deposição.

Complementação

Os sinais iridais em questão podem persistir a vida inteira; muitos adultos com manchas
iridais as possuem devido à ingestão de drogas ou produtos sintéticos desde a infância,
principalmente quinino e sulfa. Hoje a água de torneira também traz elementos perigosos
capazes de se acumularem, como o cloro, o sulfato de alumínio, o sulfato de cobre (enxôfre
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e cobre), magnésio e mais modernamente o flúor. As águas minerais, mesmo naturais,


como as sulfurosas (enxôfre), ferruginosas, magnesianas, alcalinas (sódio), etc., também
podem produzir modificações na íris, como pode ser verificado nos habitantes de estações
de água que as consomem desde longos anos; nestes casos, por serem produtos naturais, o
grau de alteração tecidual é quase nulo e os sinais desaparecem mais facilmente.
Quanto mais desgastados e prejudicados os sistemas de eliminação como a pele e o
sistema de drenagem linfática, maior o acúmulo e a concentração das toxinas e produtos
inorgânicos; o tratamento mais eficaz na maioria das doenças é então a limpeza, a
drenagem, a depuração, a desintoxicação e a renovação biológica integral que devolve às
células e aos tecidos sua função ampla, o que não se consegue com drogas químicas que,
paradoxalmente, ainda perturbam mais o equilíbrio biológico.

Gravidez e Aborto

A maioria dos autores e estudiosos da Iridologia confirmam a impossibilidade de se detectar


a gravidez pelo exame iridológico, que revela apenas sinais de anormalidade. Existe a
possibilidade, no entanto, de se observar alterações em ambas as áreas uterinas, em casos
de problemas gestacionais relativos às más condições do útero ou mesmo em fases finais
da gestação, quando nota-se na região iridal correspondente a presença de sinais
inespecíficos e anéis nervosos que podem abranger várias partes da íris, principalmente
devido à dilatação do colo, contrações, perdas sanguíneas, etc.
Em caso de aborto praticado, podem surgir sinais como linhas escuras ou pequenos "spots"
negros, correspondentes a agressões uterinas vasculares ou da parede.

Raios Solares

Consistem em linhas grossas ou sulcos retilíneos negros que se originam próximo à pupila
ou na coroa iridal em direção à periferia ou bordo iridal, raramente atingindo-o,
assemelhando-se a raios solares grossos e negros à maneira dos raios de uma bicicleta (fig.
32 e 33). Surgem por separação das fibras da camada iridal mais superficial com tendência
a atingir camadas mais profundas. Como pode ser notado, estes sinais, quase sempre
múltiplos, originam-se do trato gastrointestinal; significam o acúmulo ou presença de
material tóxico indesejável no tubo gastrointestinal espalhando-se a várias partes do
organismo, segundo a direção que tomam. Pode-se saber assim qual órgão está sendo
afetado pela difusão desse material que geralmente provém de alimentação cárnea
excessiva, ovos de granja, conservas, açúcar branco, produtos confeccionados com farinha
branca, margarina e fermentos que acabam, todos estes, por produzir fermentações
intestinais perigosas e formar cargas tóxicas capazes de alcançarem a corrente sanguínea
e depois todo o organismo.
Junto com os raios solares comumente são encontrados anéis nervosos (Ver Fig. 26)
significando fraqueza da função nervosa devido à ação do material proveniente dos
intestinos. Frequentemente nota-se também que raios solares encaminham-se para a
região do fígado que assimila grande parte das toxinas que, quando em grande quantidade
produzem dilatação desse órgão com prejuízo de sua importante função.
Outra direção muito comum dos raios solares é a área do cérebro e sistema nervoso
central, uma vez que o tecido nervoso sofre sobremaneira com a má qualidade dos
50

humores orgânicos, principalmente um sangue repleto de cadaverina, uréia, ácido úrico e


demais excretas nitrogenados. Já se relacionou, inclusive, a falta de memória, cansaço e
irritação com altos níveis de uréia na corrente sanguínea, dentro da mais moderna
farmacologia.
Alguns autores relacionam também a presença destes sinais com vermes intestinais que
produzem toxinas. A verdade é que, desde que existam, é necessário executar uma
limpeza intestinal sob pena de prejuízos sistêmicos.
51

ROSÁRIO LINFÁTICO
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Caracteriza-se este sinal pela presença de várias manchas brancas de bordos esfumaçados
ou pálidos, estreliformes ou não, múltiplos para onde confluem muitos filamentos sinuosos;
limitam-se quase exclusivamente à área da circulação linfática na Quinta Zona Menor,
raramente abandonando a Terceira Zona Maior, formando uma sequência de manchas ou
"rosário" (fig. 35 e 36)
Surgem quando há congestão linfática em determinada região com a presença de material
tóxico dentro das vias linfáticas com concentração em gânglios. Estas toxinas determinam
importantes modificações na linfa e produzem o acúmulo de material ácido e áe muco
nestes locais (aspecto branco). O caráter inflamatório é típico e muito comum. Acredita-se
que o rosário linfático surja como fase prévia de doenças inflamatórias e infecciosas.
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O sistema linfático, como se sabe, é responsável pela drenagem do líquido linfático em


direção aos gânglios linfáticos e ao sangue. Os vasos linfáticos intestinais drenam certa
quantidade de líquido e nutrientes, mais comumente gorduras, em direção a outros canais
mais calibrosos e daí ao coração onde a linfa é jogada na corrente sanguínea. Muitas
células de defesa, vários tipos de linfócitos, existem aí em grande quantidade e pertencem
ao mecanismo de defesa contra elementos estranhos, outra função do sistema linfático,
entre outras. Aponta-se a amígdala como órgão linfático principal da região da garganta
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onde produtos tóxicos da corrente linfática são despejados quando há acúmulo excessivo
dos mesmos, o que determina amigdalite ou a angina tão comum em crianças. A retirada
cirúrgica das amígdalas só sobrecarrega o sistema linfático sendo apenas uma medida
paliativa deveras perigosa. O tratamento ideal da inflamação das amígdalas é a limpeza
das vias linfáticas começando pela purificação do ambiente intestinal e do sangue.
Quando surge um grande rosário linfático deve-se entender que poderá surgir qualquer
doença da pele, dos gânglios linfáticos ou de órgãos, desde uma virose simples até
septicemias. Isto é comprovado por dados clínicos e pela observação de médicos
iridologistas no mundo inteiro.

Tumores

Estas patologias são de difícil visualização e certificação pelo exame iridológico em virtude
de constituirem, quando benignos, acúmulo de alguma substância ou tecido dentro de uma
cápsula. Segundo estudiosos e adeptos da medicina natural, os tumores são áreas de
localização e isolamento de produtos perigosos ao metabolismo que o organismo retém
como uma espécie de "lixeira", na "esperança" de que assim não venha a prejudicar. Os
sinais mais característicos são as "lesões fechadas" (ver Fig. 24) de fundo escuro, sendo
que quanto mais profunda e escura a base do sinal, tanto mais grave. Em casos de câncer
fica mais fácil a verificação em virtude do caráter invasivo e destrutivo da patologia,
surgindo traves escuras e esbranquiçadas, às vezes um halo pontilhado branco em torno de
uma lesão fechada profunda e negra, podendo, no entanto, surgir outras cores
proximamente à lesão, caracterizando acometimento linfático e a produção de toxinas em
grau acentuado no local. Se a área tumoral é pequena, mesmo em casos de câncer,
principalmente em tumores de glândulas endócrinas como a tiróide e a hipófise, não se
nota nenhum sinal característico.
No caso de se concluir que determinado sinal iridal é tumoral, aconselha-se a utilização de
outras formas dlagnósticas uma vez que o grau de periculosidade é maior e fatores
decisivos estão envolvidos.

Úlceras

Estas aparecem como pequenas lesões fechadas de variadas formas podendo surgir como
múltiplos pontos escuros, mais comumente na região gastrointestinal. As úlceras duodenais
são mais dificeis de detectar em função de sua pequena dimensão, surgindo como pontos
escuros e pouco profundos na área iridal correspondendo ao local de surgimento. Já as
úlceras gástricas aparecem de forma mais exuberante e são por isso mais facilmente
detectáveis (Fig. 38).
Fica muito difícil estabelecer uma diferença entre tumor e úlcera pelo método iridológico, o
que exige exames de complementação.
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Sinais Mecânicos

Aparecem quando há perturbação da irrigação sanguínea (oxigenação e alimentação dos


tecidos), congestão venosa (acúmulo de elementos de excreção), diminuição da drenagem
linfática e do fluxo nervoso, podendo cada elemento destes vir só ou em conjunto. como
consequência de dilatações de órgãos, compressões, prolapsos, etc.
Hoje, com a alimentação excessiva e mal controlada em termos de combinação dos
alimentos, há acúmulo de líquido e gases no intestino grosso que cronicamente
determinam a sua dilatação; com o tempo o cólon, principalmente o transverso, tende a
cair para a pélvis estabelecendo a má vascularização de suas próprias paredes (ângulos e
flexuras formados pela curvatura com a dificultação da passagem das fezes) e
comprimindo vísceras pélvicas como a bexiga, o útero, a próstata e a irrigação sanguínea
da região. Um órgão fora do seu lugar natural é uma alteração do equilíbrio e da
determinação original da distribuição perfeita dos sistemas; sendo assim, deverão surgir
problemas secundários ao deslocamento. Nas figuras 39 a 42 podem ser conhecidos os
sinais iridológicos correspondentes à dilatação e à "descida" do cólon transverso; nestes
casos sem prejuízo aparente de outros órgãos.
56
57
58

Note-se o contorno alterado da coroa iridal e a aproximação do seu bordo superior da


pupila; normalmente a coroa deve circundar a pupila de forma equidistante demonstrando
assim normalidade do contorno do intestino grosso. Fig. 43

Quando o estômago se dilata não é tão fácil a verificação pela íris pois a coroa iridal não
apresenta alteração tão pronunciada; os sinais iridais surgirão se no caso do estômago
caído ou "hipotônico" surgirem problemas secundários ou paralelos, como acidez em
excesso, úlcera, gastrite, etc.
Nas demais vísceras os sinais iridológicos só surgirão como consequência da má irrigação
sanguínea, cuja causa pode estar na própria víscera (quando ela está dilatada ou grande)
ou fora dela (quando é comprimida por outro órgão. No primeiro caso a causa é primária,
como exemplo temos os casos citados do prolapso do intestino e do estômago, podendo
ainda apontar a dilatação da próstata, os cistos, as obstruções do ureter ou da bexiga,
obstruções das trompas, estases venosas como as varizes e as hemorróidas, quedas do
reto e do útero (prolapsos), situações que determinam alterações nos próprios órgãos;
secundariamente estes mesmos órgãos poderão comprimir outros (a hipertrofia prostática
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pode comprimir a bexiga produzindo alterações mecânicas e vasculares). A seguir um


exemplo de sinal iridológico correspondente a hemorróidas internas e externas.

Neste caso o sinal é evidente e surge devido à dilatação e congestão com acúmulo de
toxinas e sangue na região, enfraquecida e sujeita à infecção. A separação e o
esgarçamento das fibras da musculatura lisa das veias é comunicada por vias muito sutis
ao sistema nervoso central e daí para a íris esquerda. No prolapso uterino e retal nota-se
frequentemente o sinal iridal de uma laguna ou falso descoramento na região
correspondente ao órgão, circundando por traves ou manchas escuras (áreas de má
irrigação). Dilatações da próstata só aparecem em caso de prostatite aguda ou crônica
(agudo = mancha branca; crônico = cripta ou lacuna funda e escura). Cistos e tumores
ovarianos só aparecem se o prejuízo da função é acentuado. Dilatações dos ureteres devido
à causas obstrutivas, como cálculos, só aparecem quando o grau é muito acentuado; aliás,
é muito difícil a detecção de cálculos e pedras (rins e vesícula) por meio do exame iridal,
sendo só percebidos quando determinam dilatações excessivas (sinais extremamente
variáveis), infecções (colecistite, pielonefrite, etc.). Nos casos de hidronefrose ou dilatação
dos rins por acúmulo de urina, haverá sinal inflamatório agudo ou aspectos de lesões
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crônicas renais; sempre nestes casos deve-se fazer associação com o quadro clínico, sendo
este sempre soberano. Exames complementares devem associar-se ao diagnóstico
iridológico em virtude da incerteza ou inespecificidade deste.
Nos casos antigos de calculose, principalmente da vesícula, podem surgir sinais de
alterações crônicas pela agressão provocada nas paredes e na função do órgão pelos
cálculos (colecistite crônica, tumores malígnos, etc.).
Nos casos de tromboses e oclusões surgem sinais agudos (esbranquiçados) nas áreas
acometidas (isquemia). Na figo 45 o sinal iridal corresponde à oclusão de várias
artérias coronarianas no enfarte do miocárdio. Na mesma figura aparecem áreas brancas e
áreas escuras representando as áreas que cronicamente recebiam menor quantidade de
sangue, áreas de enfartes anteriores ou áreas necrosadas pelo processo. A boa
Interpretação dependerá de dados pessoais do paciente e da história.

É importante referir que quando houver dor (cólicas, espasmos, dores agudas consequentes
a enfartes, angina pectoris, etc.) geralmente surge o sinal iridológico já estudado,
denominado "anel nervoso", que deve ser relacionado com outros sinais para uma boa
compreensão e interpretação do caso.

A IMPORTÂNCIA DA ALIMENTAÇÃO

Conforme pôde ser sentido ao longo da leitura deste livro, o tipo de alimentação exerce
profundas influências na saúde humana. Os excessos dos mais variados tipos e o consumo
de produtos inorgânicos determinam modificações iridológicas correspondentes às
alterações orgânicas que provocam.
Hoje consome-se carne animal em grandes quantidades, principalmente as mais densas e
gordurosas, o que conduz à putrefação intestinal, fermentações intestinais e à formação de
produtos tóxicos irritativos que perturbam a sutileza necessária do ambiente
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gastrointestinal, como o indol e o escatol, além de outros como a cadaverina, perigosa


toxina que tem a capacidade de deteriorar grupos de células onde quer que se encontrem e
de ganhar a corrente sanguínea perturbando vários órgãos da economia; a uréia é outro
elemento que se origina da digestão das proteinas animais; quando se consome muita
carne os niveis de uréia aumentam e, quando começa a falhar o mecanismo de excreção
ela aumenta perigosamente seus niveis no sangue e nos tecidos. Já se relacionou
cientificamente a ação da uréia na fadiga mental, falta de memória ou de assimilação
imediata e irritação de órgãos.
Fizemos referência aos efeitos do consumo exagerado de carne, e hoje ela é consumida em
quantidades muito acima das necessidades protéicas gerais, porém, é importante frisar que
a carne animal possui outras substâncias que hoje lhe são incorporadas. O gado bovino
recebe grande quantidade de hormônio sintético (Dyetilobestrol) para que engorde e pese
mais; ocorre que esse hormônio, sempre detectável em grandes quantidades, perturba a
sutileza do mecanismo de regulação hormonal e sistemas de "feed back" das glândulas
endócrinas dos consumidores. Na mesma carne detecta-se também o sulfito de sódio,
usado para colorir a carne de vermelho e dar "bom aspecto" nos açougues; este produto,
bem como o salitre ou nitrato de potássio, também utilizado para dar melhor aspecto às
carnes acinzentadas e retidas muito tempo em frigoríficos, são comprovadamente
cancerígenos além de sua ação acumulativa e depressiva da energia sexual masculina,
sendo o salitre conhecido como poderoso inibidor da libido masculina causando impotência
temporária. Outros produtos também perigosos presentes na carne bovina são os
antibióticos (provenientes da ração química e dos remédios veterinários), as nitrosaminas
(cancerígenos derivados de transformações químicas das proteínas), o ácido úrico das
vísceras, o formol (para conservar mais tempo), hormônios lactogênicos dados a novilhas
para acelerarem a ovulação e para as vacas produzirem mais leite, fora problemas comuns
já bem conhecidos como a presença de ovos e larvas de solitárias e bactérias comuns à
raça bovina.
A carne de frango de quintal não traz problemas como a carne da vaca, porém o frango de
granja é um animal desvitalizado, cresce sem sol, preso em gaiolas superpopulosas, com
uma enorme carga de remédios, antibióticos, vacinas, hormônios para aceleração da
postura, etc.; assim, é desaconselhável para o consumo, ainda mais que a maioria dos
frangos de granja possuem a doença denominada "Ieucose aviária", que é o
correspondente à leucemia humana. Todos estes elementos fázem com que a carne de
galinha de granja tenha menos sabor, seja amolecida e intoxicada. Também o ovo de
granja é um alimento muito perigoso, repleto de antibióticos (para evitar a deterioração
pois não possuindo embrião tende a estragar, na verdade vai perdendo integridade vital
assim que esfria após a postura), e corantes químicos para tornar a gema amarela ou
vermelha.
Os coelhos e demais animais "tratados" como perus, patos, codornas, etc., qualquer que
seja a criação, quando destinada ao consumo e criada em larga escala são desqualificados
para a alimentação em função dos aditivos químicos e remédios veterinários quando não
pelo uso indiscriminado e descontrolado de hormônios perigosos.

A carne animal e a alergia alimentar

Recentes estudos científicos têm demonstrado que o consumo excessivo de carne animal,
62

principalmente a de porco e a de vaca, as carnes condicionadas como presunto, lingüiça,


salsicha, presunto, mortadela, salame, etc., representam fator desencadeador de alergia
alimentar em virtude de reações do organismo humano contra proteínas mal digeridas de
origem animal. Quando se consome carne animal exageradamente a digestão das
proteínas não é completa, permitindo assim a entrada de grupos peptídicos na corrente
sanguínea. A reação desencadeada é muito variável e depende de fatores individuais e
familiares; tanto podem surgir simples problemas de pele como graves distúrbios
respiratórios, digestivos, circulatórios e hormonais, no entanto, são geralmente de pequeno
grau, embora que cronicamente estabeleçam vícios metabólicos, acúmúlos, e auto-
agressão (as doenças do colágeno como a Esclerodermia, o Lupus Eritematoso Sistêmico, a
Dermatomiosite, a Artrite Reumatóide, - etc., estão sendo estudadas sob este ângulo por
cientistas soviéticos).

A Indústria alimentar

Já temos hoje uma enorme quantidade de produtos "alimentícios" sintéticos ou com


aditivos químicos. Até fins do século passado eram conhecidos cerca de 1.800 tipos de
alimentos, como especiarias da Índia, doces árabes, frutas, carnes animais e até raízes;
hoje possuímos cerca de 14.000 tipos incluindo os mais recentes refrigerantes. É preciso
entender que os 1.800 tipos anteriores representavam quase toda a possibilidade de
alimentos completamente naturais; criaram-se então cerca de 12.000 "alimentos" químicos
industrializados.
Essa possibilidade deve-se ao surgimento de corantes e aromatizantes sintéticos derivados
do perigoso alcatrão da hulha. A ação cancerígena, irritativa e acumulativa destes produtos
é bem conhecida pela ciência, não obstante, continuam a ser criados novos sabores. Os
alimentos enlatados possuem grande carga de antibióticos e outros conservantes que
interferem no equilíbrio metabólico. Também os laticínios industrializados contêm cargas
de conservantes e corantes; o leite em saquinhos possui formoI para evitar a coagulação,
os queijos amarelos como queijo prato, provolone, etc. possuem sulfito de sódio para
coloração, a manteiga contém conservantes embora seja melhor que a margarina para o
consumo pois esta é muito mais rica em colesterol (contém, sebo de vaca), corantes,
aromatizantes, estabilizantes, conservantes, umectantes, vitaminas sintéticas, etc.,
constituindo verdadeiro engodo publicitário que trai crianças e donas de casa...

O açúcar branco e seus perigos

Hoje o açúcar branco é usado em quantidades muito acima das reais necessidades
calóricas ou energéticas; na verdade, constitui um produto recém descoberto pela
humanidade, sendo o resultado de uma purificação ou processo químico que extrai da cana
ou da beterraba apenas a sacarose, excluindo toda a fibra, vitamina, proteína e oligo
elemeritos destas plantas. Sendo assim, caracteriza-se por ser uma droga isolada e, como
tal, possui propriedades farmacológicas específicas. Sua principal ação é de, lentamente,
drenar cálcio e vitaminas do complexo B dos ossos, dentes e demais reservatórios, sendo
portanto um "anti-nutriente", apesar da propaganda de que "açúcar é energia"; o que
realmente é verdade, no entanto, é energia em excesso e apenas energia. Esqueceu-se de
apontar a lei química universal de que qualquer elemento químico isolado vai exigir
63

complementação quando em reações orgânicas, como sucede com o açúcar.


Não somente apontado por macrobióticos, vegetarianos das mais recentes gerações,
médicos endocrinologistas, naturistas e cientistas de vanguarda do mundo inteiro como
perigoso à saúde, mas, por autoridades como Simone Veil, Ministro de Saúde da França e
por respeitáveis odontólogos que incansavelmente têm relacionado o açúcar com as cáries
dentárias. O codificador da Macrobiótica, Dr. Georges Ohsawa, já apontou o açúcar como
principal causa das principais doenças modernas. Segundo este e outros pesquisadores, a
sacarose quimicamente extraída é responsável também pela acidificação do sangue, o que
permite o surgimento de viroses, infecções, degenerações biológicas, etc. Sua ação geral
de espoliação de nutrientes combinada com a acidificação e diminuição da resistividade
biológica é co-fator importante da gênese das principais doenças da "civilização" moderna,
como o câncer, a arterioesclerose, a artrite, as artroses, as infeções, a leucemia, etc., além
do diabetes melito, que merece estudo especial, a seguir.
O consumo excessivo de açúcar determina níveis altos de glicose no sangue. Se se
consome muito mais açúcar que as reais necessidades, a quantidade de glicose do sangue
será maior e com isso os mecanismos de compensação ligados à produção e liberação de
insulina estarão em sobrecarga; haverá muito estimulo à liberação de insulina (proteína
que carrega a glicose para dentro da célula para que esta a utilize; apenas o sistema
nervoso central não necessita desse mecanismo pois assimila a glicose diretamente) e com
o tempo e dependendo de vários fatores, o pâncreas, já acostumado à produção excessiva
de insulina, começa a liberá-Ia em excesso (fase de hiperinsulinismo que determina crises
variáveis de hipoglicemia) produzindo sinais clínicos como cansaço, falta de memória,
irritação, ansiedade, medo, angústia (falta de açúcar para o cérebro) devido à diminuição
da glicose do sangue. O paradoxo começa a aparecer aqui: o indivíduo consome muito
açúcar mas tem pouco no sangue; um clínico menos avisado que fizesse um exame de
sangue para verificação da quantidade de glicose verificaria níveis inferiores e
recomendaria intensificação no consumo de doces e açúcar - só que isto apenas acelera o
surgimento da próxima e inexorável fase do processo que é a instalação do diabete
devido ao "cansaço" do pâncreas. Antes ele liberava muita insulina porque recebeu
estímulo excessivo, depois entra em insuficiência devido ao desgaste.
No diabete a diminuição dos níveis de insulina provoca aumento da quantidade de glicose
no sangue; as células cerebrais ficam bem pois não necessitam de insulina, mas as demais
sofrem com o "racionamento". O paradoxo é mais uma vez nítido: o sangue tem muito
açúcar mas as células têm pouco. Esta situação provoca a produção de substâncias e
hormônios que procuram aumentar ainda mais a quantidade de glicose do sangue, como o
glucagon, o cortisol, a adrenalina, etc. O diabético vai então cronicamente desenvolvendo
acúmulos no interior das artérias, obstruções, fica muito sujeito às infecções devido às
modificações da resistência imunológica, perde proteínas e outros nutrientes, tem graves e
progressivos problemas circulatórios com perigo de amputações, perigo de cegueira, etc. É
o preço que se paga pelo desgaste de um mecanismo de compensação consequente ao
consumo excessivo, inocente e inconsequente. Embora a insulina industrial ou a sua
produção farmacológica seja importante para a manutenção dos diabéticos infanto-juvenis
(que herdaram o distúrbio) e para o controle da glicemia, seu uso permite que o paciente
tenha hábitos alimentares semelhantes aos que causaram a própria doença, estabelecendo
um círculo vicioso e a possibilidade de se transmitir a doença para outras gerações. Hoje as
novas gerações apresentam maior quantidade de indivíduos diabéticos que as anteriores;
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no futuro será mais acentuado ainda se o consumo exagerado de açúcar branco, doces,
refrigerantes, balas, chocolates, sorvetes, etc. não for consideravelmente reduzido.

A alimentação moderna e o sabor

É bem evidente que hoje as pessoas alimentam-se mais movidas pelo sabor do que pela
capacidade nutritiva real dos alimentos. Com os corantes e aromatizantes sintéticos
intensifica-se o estímulo gustativo, o que determina um condicionamento do paladar
desviando-o da ordem natural; sabe-se que grandes consumidores de sorvetes, açúcar e
refrigerantes não fazem uso comum de frutas e alimentos naturais devido à perversão do
paladar.
O nosso século caracteriza-se por perturbação do estado emocional com a busca incessante
de novas emoções, de coisas evanescentes, efêmeras, temporárias, finitas e a alimentação
segue exatamente. esse caminho; consome-se em grandes quantidades "docinhos",
"coisinhas", "empadinhas", "frituras", etc. com a consciência de que prejudicam, mas,
mesmo assim são consumidos por serem "gostosos". Por trás da citação de "não resisto à
tentação" está uma fraqueza interna, falta de domínio e descontrole que tem por fundo a
ansiedade e a depressão. Paradoxalmente, os alimentos muito "saborosos",
condimentados, quimificados, etc., têm a capacidade de diminuir o tempo de vida de um
indivíduo ou pelo menos fazer com que sua saúde se deteriore, o que provocará uma
diminuição na carga total de prazer, perturbando o círculo vicioso da neurose. A volta à
alimentação natural permite uma regulação do centro do paladar e a recuperação do sabor
original, não mais perturbado pela excitação química; assim recupera-se a saúde e o auto-
domínio. Em se tratando de crianças o caso é mais sério quando acostumadas à química
alimentar, no entanto, uma mãe inteligente e determinada pode usar vários métodos para
a recuperação biológica das crianças. Se se encontrasse qualquer valor nutritivo nos
refrigerantes poderíamos entender melhor o porquê do seu consumo.
Em se tratando da carne animal, o processo emocional é o mesmo. Não se entende que o
excesso de carne numa churrascada é altamente negativo; embora a mais adiantada
nutrologia avise sobre os perigos do excesso de proteínas, existe o tabú de que "quanto
mais melhor" o que é usado como pretexto para refeições pantagruélicas. É bem conhecido
o efeito da carne de porco e o acúmulo de gorduras pesadas nas artérias, no entanto, é
usada em grande quantidade devido ao seu sabor tido como agradável: Quanto às carnes
condicionadas como chouriços, presuntos, salsichas, etc. com sua grande carga de sulfito
de sódio e antibióticos (uma salsicha pode até ter 13 mg. de tetraciclina...) são tidos como
úteis à saúde e aconselhados para crianças de tenra idade. O tabú de que precisamos de
proteínas animais ainda existe como infundado pretexto para o seu consumo, pois está há
muito provado que elas não são exatamente necessárias e que podem ser perigosas; pode-
se viver muito bem com os frutos do mar frescos como peixes, mariscos, polvos, o frango
caipira, os ovos galados, algas marinhas, frutas oleaginosas, queijo e leite natural, coalhada
caseira, cereais integrais, etc. que nos fornecem quantidades suficientes de proteínas,
sendo desnecessário o consumo de carne de porco, de vaca, vísceras repletas de ácido
úrico, presuntos, etc.

O envelhecimento precoce do homem moderno


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O consumo excessivo de alimentos determina a estimulação excessiva, a elaboração de


grandes quantidades de enzimas, o desgaste dos mecanismos de compensação, o que
resulta no envelhecimento precoce do organismo. É uma idéia muito inocente imaginar que
pode-se consumir em excesso e usar muitos produtos artificiais sem repercussão disso na
saúde. Acredita o estudioso de pouco preparo e visão que o nosso corpo tem que saber
lidar com todas as agressões químicas e biológicas sem alterar-se. Hoje vive-se muito
menos que antes. Um homem de 60 anos já é considerado "velho" e também se considera
como tal, pois está cansado, toma muitos remédios, aposenta-se, etc. Observando-se os
hábitos de vida do civilizado, principalmente alimentares, entende-se o porquê de tantas
doenças. Em tempo algum verificaram-se tantos casos de problemas visuais, cesareanas,
câncer, crianças retardadas, diabetes, alterações do comportamento, desvios da
sexualidade, malformações fetais, problemas congênitos, distúrbios imunulógicos,
enfraquecimento, auto-agressões orgânicas, problemas cardíacos e circulatórios,
arterioesclerose, etc. Seriam sinais de que estamos melhorando o padrão humano de vida
ou evidências cristalinas de nossa franca degenerescência biológica? Com certeza o
homem moderno começa a viver mais, mas é um aumento apenas quantitativo de vida,
através de um arrastar mais penoso da existência por meio de drogas paliativas, com o
agravante de aumentar-se a possibilidade de se transmitir os desequilíbrios para gerações
e raças vindouras...

Os antibióticos nos alimentos

Para a conservação de muitos alimentos, principalmente os enlatados e as carnes


condicionadas (presunto, salame, copa, etc.) são usadas grandes quantidades de
antibióticos para evitar a proliferação de bactérias e fungos que poderiam produzir
deterioração. Os ovos de granja também têm certa carga de antibióticos, tanto é que
podem permanecer alguns meses nos supermercados, quando um ovo galado ou caipira
não dura mais de 21 dias.
O consumo de antibióticos em pequena dosagem em alimentos perturba a resistência
orgânica natural e os sistemas de defesa, além de criar cepas resistentes de bactérias
no organismo; quer dizer, em caso de infecção as bactérias estariam resistentes aos
antibióticos presentes na alimentação. Sabe-se hoje, que as bactérias conhecidas são
resistentes a grande parte dos antibióticos, o que exige a criação de novos agentes
farmacológicos, cada vez mais potentes, não obstante mais agressores do organismo
humano, principalmente para os rins, o fígado e os intestinos.

A farinha branca e os alimentos descorticados

O processo de refinamento, ou "beneficiamento", ou de descorticação retira dos cereais


integrais como o trigo, o arroz e o milho sua película vitamínica protetora. Antes consumia-
se apenas o grão integral, mas de 1 século para cá retira-se, sem uma explicação lógica, a
importante camada periférica dos grãos, deixando apenas e quase exclusivamente o seu
amido; grande quantidade de vitaminas do complexo B, sais minerais, aminoácidos, etc.
transformam-se em rações animais ou são simplesmente jogados fora, reduzindo-se assim
sobremaneira a capacidade nutritiva dos mesmos. No início do século foram criadas as
primeiras grandes e potentes máquinas de "beneficiamento" que se difundiram
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rapidamente pelo mundo; curiosamente, nessa mesma época surgiram grandes e


estranhas "epidemias", principalmente no Oriente onde mulheres grávidas e criancinhas
pereciam do mal. Milhares de dólares foram gastos na pesquisa de um culpado, uma
bactéria ou um possível vírus. As pesquisas foram em vão (a não ser para aqueles que
enriqueceram com a verba das mesmas...) até que um cientista descobriu um importante
componente dos alimentos, fundamental para a manutenção da vida e que denominou
"vitamina"; descobriu-se que a película envoltória dos cereais integrais era rica num tipo de
vitamina que foi classificado como "B". A tal misteriosa doença era causada pela ausência
dessa vitamina, e foi porisso chamada de doença do "beri-beri". Estava descoberta a causa
de milhares de mortes e o "tratamento" ou a solução surgiu rápido: ao invés de pararem
com o processo de descorticação do arroz e do trigo, fabricou-se sinteticamente a vitamina
B e continuou-se a "beneficiar". Ocorre que as mesmas fábricas ou trustes que durante
muito tempo receberam verbas governamentais para pesquisar germes, foram as mesmas
que tempos antes financiaram em larga escala as máquinas de descorticação... para a
vergonha da medicina e do sistema econômico.
Hoje bem conhecido da medicina, o beri-beri é mais raro em função do consumo de
vitaminas sintéticas e de outros alimentos que contenham vitamina B; no entanto milhares
de pessoas morreram no Oriente e no Ocidente; registram-se casos isolados muito
interessantes de grupos que consumiram apenas farinha "branca" ou descorticada, como
exploradores marítimos que pereceram em massa tendo como ração principal apenas o pão
branco e o arroz, acompanhados de carne seca e peixe. O famoso caso da estrada de ferro
brasileira Madeira-Mamoré, onde pereceram 4.000 funcionários estrangeiros nas selvas de
Mato-Grosso no início do século; a ração desses empregados compunha-se de farinha
branca, charque, leite condensado enlatado, café e açúcar branco. O curioso é que a
farinha branca era usada para a produção de pão pelo grupo francês - quanto mais vítimas
surgiam da estranha epidemia que grassava célere, mais os religiosos apegavam-se ao
"sagrado" pão, sem saber que esse estimado alimento era a causa fundamental do
problema. Se tivessem usado farinha feita do trigo integral não teriam morrido.
Entende-se que o uso de farinha branca e de arroz branco polido e rico em talco e parafina
para luzir, deve-se ao paladar "melhor". Hoje chega-se ao cúmulo de desconhecer-se o que
é um arroz ou um trigo integral, tidos como "esquisitos"; nos entrepostos macrobióticos
eram e continuam sendo feitas perguntas como estas: isto se come?, Parece comida de
passarinho...; ou estas: qual é o problema do arroz integral, porque vocês não comem o
arroz "normal" que é tão gostoso? Porque usar o pão integral?
Estas perguntas, entre muitas outras, só atestam a ignorância do homem atual quanto à
alimentação e apontam a situação de condicionamento do paladar às farinhas e grãos
descorticados.
Sabe-se que o pão branco hoje consumido é um produto perigoso, acidificante e
fermentativo, dilatador das vísceras digestivas; repleto de fermentos sintéticos, açúcar
branco, sal refinado, aloxana (clarificante diabetogênico), bromato de potássio (para dar
corpo e inchar), benzoato de etila, etc., motivo pelo qual na União Soviética, onde só se usa
quase que exclusivamente pão integral, é denominado o "pão da morte".
Além da redução das vitaminas e outros nutrientes, os cereais descorticados necessitam
conservantes químicos. pois uma vez retirada a película protetora ficam sujeitos ao ataque
de carunchos e outros bichinhos, que com certeza fazem menos mal quando ingeridos do
que o DDT e demais "defensivos" usados diretamente na farinha branca e no grão polido de
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arroz.
Para que se tenha uma carga maior de nutrientes, é necessário consumir uma quantidade
muito maior de grãos de arroz branco. razão pela qual se comem pratos enormes de arroz
branco ou muito pão; a consequência disto é um desgaste orgânico maior pois consegue-se
muito mais nutrientes por meio dos cereais integrais, sem sobrecarga.

A química agrícola

Existem milhares de produtos químicos usados na moderna Agroquímica presentes nos


legumes, verduras e cereais consumidos. Os pesticidas, os adubos químicos, os herbicidas,
os fungicidas, etc., são fonte importante de lucro, não obstante representarem perigo para
a saúde. Fala-se da necessidade da produção em quantidade suficiente para a população,
no entanto, está provado que é possível produzir alimentos suficientes com o uso de um
mínimo de produtos químicos desse tipo ou mesmo de nenhum, como prova a Agricultura
Biológica, a Agricultura Biodinâmica e a Natural. A propaganda e o uso indiscriminado
visam mais o lucro das potentes fábricas do que a defesa do consumidor. Infelizmente a
maioria das frutas, hortaliças, legumes e cereais vêm repletos de produtos químicos;
chega-se ao cúmulo de borrifar-se "sprays" inseticidas sobre os alimentos nas quitandas.

O que comer

As alternativas para uma alimentação mais pura já são possíveis graças ao trabalho de
pioneiros da agricultura natural, das comunidades agrícolas, etc. Hoje no Brasil existem
cerca de 100 comunidades rurais produzindo alimentos puros. Numerosos restaurantes
macrobióticos e naturais surgem assim como entre postos distribuidores de produtos
integrais macrobióticos. A possibilidade de cada família produzir legumes e cereais deve ser
considerada, seja por meio de uma terra pequena ou por cooperativas. É importante
esclarecer que hoje é possível a manutenção da saúde de adultos e crianças por meio da
seleção dos alimentos, principalmente consumindo-se cereais integrais, produzindo ou
adquirindo pão integral, legumes, verduras, laticínios, ovos de galinha caipira, peixe fresco,
etc. sendo tudo uma questão de opção e de consciência. Atirar-se ao trabalho de buscar
alimentos naturais é mais uma necessidade da vida moderna.

Conclusão

Em medicina natural moderna (chamada Medicina Integral ou Eubiótica), a alimentação é


de fundamental importância para a saúde e consiste no principal método terapêutico desse
sistema, uma vez que poluímos nosso organismo com alimentos degenerados. Os cereais
integrais, as dietas cruas, os chás, as monodietas e o jejum são armas importantes no
processo denominado de "renovação biológica", ou seja: uma limpeza profunda dos tecidos
e dos humores que permite a recuperação vital global. O método terapêutico de drenar,
depurar, limpar, desintoxicar, etc. é a primeira fase dos tratamentos naturais modernos de
cunho cíentífíco. Quando é feito o tratamento ideal segundo o paciente e o seu caso, surge
geralmente a "crise de cura". Assim que se trata convenientemente um processo agudo ou
subagudo, mesmo em alguns casos crônicos, surge uma coloração marrom clara que
circunda a pupila (mais visível na íris azul, verde e cinza; na castanha parece uma mancha
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mais clara) e na continuidade surge o "anel escuro" periférico (ver significado deste sinal na
Fig. 27 ) no limite externo da íris como sinais importantes da eliminação tóxica.
As chamadas "viroses comuns da infância" como a caxumba, a catapora, o sarampo, etc.,
devem ser considerados como "crises de cura" ou processos de eliminação, ocasião em que
se nota a presença do anel escuro. Ciclicamente no início da vida é comum a eliminação de
cargas tóxicas do organismo; essas eliminações assumem a forma dessas viroses; só que
os vírus representam apenas agentes oportunistas e não causas.
Ao se tratarem estas doenças com drogas analgésicas e paliativas surgem sinais iridais
correspondentes ao acúmulo das mesmas; o mesmo acontece com os remédios tópicos à
base de enxôfre, mercúrio, antibióticos, cortizona, etc.

ÚLTIMAS PALAVRAS

Realçamos a importância de se respeitar e entender o corpo humano como resultado da


montagem arquetipal perfeita, sujeito às mesmas leis naturais que os animais, o vento, o
sol, os astros, etc. Dessa forma, devemos humildemente procurar compreender a Natureza
em toda a sua força e esplendor. Hoje criam-se teorias sólidas, seus autores lutam para
firmá-Ias e acabam por enfraquecer-se devido ao orgulho pessoal envolvido, o que elimina
a pureza prístina e a objetividade científica. O que surge disso é a tentativa de adaptar o
fenômeno à teoria e não a teoria ao fenômeno. Apenas e exclusivamente com o
pensamento analítico, a Verdade cósmica essencial que está por trás de todas as coisas
não pode ser vista ou entendida na sua forma mais ampla.

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