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Construções Geométricas

1. Introdução
Para ser bem sucedido a execução de desenhos de projectos e na prática profissional, o
engenheiro deve dominar a maior parte das construções geométricas que se seguem.

O projetista, o técnico e o engenheiro dispõem de grande variedade de equipamentos de


desenho, utilissimos na confeção de várias construções geométricas. Combinando alguns
desses materiais, estes profissionais devem simplicar bastante o seu trabalho.

2. Linhas
Frenquentemente é necessário dividir uma linha ou espaços em certo número de partes
iguais e traçar linhas paralelas, ou perpendiculares. Os parágrafos que se seguem mostram
como é que um desenhador ou engenheiro pode lançar à mão algumas construções
geométricas simples na execução de seus desenhos.

2.1.1 Divisão de um segmento em duas partes – Método do compasso

Um segmento pode ser dividido em duas partes pelo uso do compasso e da régua , como
ilustra a Fig. 1. Os detalhes da construção são os seguintes:

a. Ajustar o compasso com raio r maior do que a metade do segmento AB a ser dividido em
duas partes;
b. Utilizando os pontos A e B, respectivamente, como centros, traçar dois arcos de raio r na
forma indicada na Fig 1b. É de suma importância ter a ponta do compasso bem afiada e
estar certo de que a ponta- seca foi perfeitamente colocada nos pontos extremos da linha.
c. Pelas intersecções C e D dos arcos traçados, traçar uma recta usando uma régua ou
esquadro Fig. 1c. A recta CD é perpendicular ao segmento AB e o divide em duas partes
iguais.
Figura 1 - Traçado da mediatriz de um segmento usando um compasso

2.1.2 Divisão de um segmento em duas partes – Método dos esquadrados

Um segmento pode ser dividido em duas partes iguais pelo uso do esquadro e da régua – T,
como ilustra a Fig. 2. Os detalhes da constrçäo são indicados a seguir.

a. Usando os dois pontos das extremidades do segment AB, traçar duas linhas, como mostra
a Fig. 2 b. Muito cuidado deve ser tomado para que as rectas traçadas passem
perfeitamente pelos pontos a e B e que essas mesmas rectas formem um mesmo ângulo
com o segmento AB.
b. Os pontos C e D, determinados pelas intersecções das quatro linhas auxiliares de
construção, são usados para traçar a recta CD, como mostra a Fig.2c. Esta recta é
perpendicular a AB e a divide em duas partes iguais.

Figura 2 – Traçado da mediatriz de um segmento com um esquadro


2.2.1 Recta paralela a uma outra e passando por um ponto determinado- Método do
compasso

Por definição, duas rectas paralelas se encontram no infinito. Isto significa que entre elas
existe sempre uma distância que é mantida uniforme. No caso do traçado de uma recta por
um ponto dado, paralela a outra recta também dada, a distância uniforme é a menor distância
entre o ponto e a recta dados, ou seja, é a distância perpendicular à recta que passa pelo
ponto. A Fig. 3 mostra as etapas do traçado de uma recta que passa por A e é paralela a BC.
As etapas são as seguintes:

a. Ajustar o compasso com raio R, que é a menor distância entre o ponto A e a recta BC
como mostra a Fig. 3b. A menor distância R é o segmento que parte de A e é
perpendicular a BC;
b. Usando ainda o raio R, traçar dois ou mais arcos com os centros sobre a recta BC como
mostra a Fig.3c ;
c. Pelo ponto A, traçar uma recta tangente aos arcos traçados. Esta recta é paralela a BC e
passa por A.

Figura 3 – Traçado de uma recta paralela a uma outra e passando por um ponto
determinado usando um compasso

2.2.2 Recta paralela a uma outra e passando por um ponto determinado- Métedo de
esquadros

A Fig. 4 mostra o método que pode ser usado para traçar uma recta paralela a outra, passando
por um ponto não pertence à recta, pelo uso de dois esquadros ou de um esquadro e régua-T.
A construção é executada como segue.

a. Colocar os esquadros na posição 1, ao longo da linha BC, como mostra a Fig. 4b;
b. Colocar o segundo esquadro ou régua-T em contacto com o primeiro, como mostra a Fig.
4b;
c. Deslizar o primeiro esquadro ao longo do segundo, da posição 1 até 2, fazendo com que
na posição 2 ele passe pelo ponto A, como mostra a Fig.4c;
d. Pelo ponto A traçar com o segundo esquadro uma recta na posição 2. Essarecta é paralela
ao segmentoBC e passa pelo ponto A.

Figura 4 – traçado de uma recta paralela a outra passando por um ponto com o
auxílio de esquadros
3. Ângulos, definições de termos

O significado dos termos usados na discussão sobre ângulos é mostrado e definido na Fig. 5.
A construção de ângulos de vários tamanhos é uma operação comum em qualquer sala de
projecto.

Figura 5 – Definições relativas a ângulos

3.1 Bissectriz de um ângulo

A Fig. 6 ilustra o método da bissectriz de um ângulo.

a. Com qualquer raio conviniente R e centro em A, traçar um arco 1 através do ângulo BAC
cortando AC em N e AB em M, como mostra a Fig. 6 a;
b. Com qualquer raio maior do que a metade do arco MN e tendo como centros M e N,
traçar os arcos 2 e 3, que se cortam no ponto P, como na Fig 6 b;
c. Uma recta partindo de A e passando pela intersseção P divide o ângulo BAC em duas
partes iguais, como ilustra a Fig. C.

Figura 6 – Bissectriz de um ângulo


4. Construção de polígnos

Qualquer figura geométrica fechada e formada por segmentos pode ser chamada de polígno.
Os polígnos regulares têm os seus lados e ângulos internos iguais entre si. Os mais comuns
dos polígnos são mostrados na Fig 7.

Figura 7 – Polígnos regulares

4.1 Construção de triângulos

Para construir um triãngulo, três elementos do mesmo devem ser conhecidos:


a. Os três lados;
b. Dois lados e o ângulo compreendido;
c. Dois ângulos e o lado compreendido.
4.1.1 Construção de um triângulo com três lados conhecidos

A construção de um triângulo com os três lados dados é mostrada na Fig. 8 e é como segue:

a. Marcar o lado maior a como base;


b. Com as extremidades A e B como centros, traçar 2 arcos tendo raios iguais aos
comprimentos dos dois outros lados b e c como mostra a Fig. 8 c;
c. Por A e B traçar rectas que se cruzem em x, completando o triângulo.

Figura 8 – Construção de um triângulo com três lados dados


4.1.2 Construção de um triângulo dados dois lados e o ângulo compreendido entre eles

Para construir um triângulo, conhecendo-se dois lados e um ângulo compreendido, proceder


como indica a Fig. 9:

a. Marcar o lado maior a, como base;


b. Pela extremidade A construir o ângulo dado ( por qualquer método);
c. Com centro em A e raio igual ao lado b, traçar um arco que corta o segundo lado do
ângulo e determina a extremidade x do lado;
d. Traçar uma recta a partir de B até x, completando, desse modo, o traçado do triângulo
(Fig.9 ).
Figura 9 – Construção de um triângulo dados dois lados e o ângulo compreendido
4.1.3 Construção de um triângulo dados dois ângulos e um lado

A construção de um triângulo dados dois ângulos e um lado é executada como ilustrado na


Fig.10.

a. Marcar o l,ado conhecido a, como base;


b. Tendo A como vertíce, marcar um dos ângulos - 45° neste caso ( Fig.10);
c. Na outra extremidade da base, construir o outro ângulo dado tendo B como vertíce - 30°
neste caso;
d. Prolongar os ângulos até que eles se cruzem em C, como na Fig.10. ABC é o triângulo
pedido.

Figura 10 – Construção de um triângulo dados dois ângulos e o lado um


compreendido
4.2 Construção de quadrados

Uma quadrado pode ser construído sendo dado o comprimento de um de seus lados ou então
o de uma de suas diagonais, como indica a Fig. 11. Com estas informações básicas, o
quadrado pode ser construído por vários métodos, como será ilustrado a seguir.

4.2.1 Construção de um quadrado com lado conhecido – Primeiro método


A Fig 11 a ilustra a construção do quadrado ABCD, cujo lado AB é conhecido. As etapas são
como se segue:

a. Traçar uma perpendicular a AB pelo ponto A;


b. Com A como centro, traçar um arco tendo raio AB até que ele cruze a perpendicular em
C;
c. Com B e C como centros e com o mesmo raio anterior, traçar dois arcos que se cruzam
em D;
d. Traçar CD e BD, completando a construção do quadrado

4.2.2 Construção de um quadrado com lado conhecido – Segundo método

A Fig 11 b mostra outro método de construção de um quadrado, cujo lado AB é conhecido.


As etapas de construção são as que seguem:

a. Traçar a mediatriz do segment AB para determiner seu ponto médio x;


b. Tendo x como centro e Ax como raio, traçar um círculo com diâmetro AB;
c. Traçar os quatros lados do quadrado por meio de quatro tangentes à circuferência
anterior, duas passando por A e B e as outras duas passando pelos pontos onde a
mediatriz corta a circuferência.

4.2.3 Construção de um quadrado com diagonal conhecida

A Fig. 11 c mostra a construção de um quadrado de um quadrado com a diagonal AB dada. As


etapas são as seguintes:

a. Traçar a mediatriz da diagonal;


b. Tendo M como centro, traçar um círculo cujo diâmetro é AB;
c. Tendo AB como diagonal e a mediatriz como outra diagonal, construir o quadrado
inscrito usando a régua-T ou um esquadro de 45°.
Figura 11 – Construção de um quadrado
4.3 Construção de um pentágono inscrito num círculo dado

A construção de um pentágono inscrito num círculo dado e tendo AB como diâmetro é


mostrada na Fig.12. As etapas são as que se seguem:

a. Traçar a mediatriz do raio CB e determiner o ponto D;


b. Localizar o ponto E no círculo, sobre a mediatriz de AB, directamente acima do ponto C,
como na Fig. 12 b;
c. Traçar um arco com centro em D e raio DE. O ponto de intersecção do arco com o
diâmetro AB determina o ponto F;
d. Tendo E como centro, traçar um arco de raio EF que corta a circunferência em G;
e. EG é um dos lados do pentágono;
f. Traçar cinco arcos em sequência sobre a circunferência ( Fig.12 c).

Figura 12 – Construção de um pentágono


4.4 Construção de um hexágono

Um hexágono pode ser especificado e construído de três maneiras diferentes, como indica a
Fig. 13.

4.4.1 Construção de um hexágono com o lado AB conhecido

As etapas de construção de um hexágono, com o lado AB conhecido, são as que se seguem:

a. Traçar um círculo tendo como raio o comprimento do lado dado, como na Fig.13ª;
b. Marcar seis vezes, consecutivamente, esse raio na circunferência;
c. Ligar os 6 pontos para formar o hexágono

4.4.2 Construção de um hexágono dada a diagonal maior, CD

Para construir um hexágono com a diagonal maior dada, as seguintes etapas são usadas:

a. Traçar um círculo tendo como diâmetro a diagonal dada;


b. Com as extrimidades da diagonal como centros traçar arcos ( Fig.13b), determinando
dessa forma seis pontos da figura incluindo as duas extremidades do diâmetro;
c. Ligar os seis vértices para formar o hexágono..

4.4.3 Construão de um hexágono, dada a diagonal menor EF

As Figs13c e d ilustram dois métodospara a construção de um hexágono quando a diagonal


menor é dada.

a. Traçar um círculon tendo como diâmetro a diagonal EF;


b. Circunscrever um hexágono cujos lados são tangentes ao círculo em cada uma das
posições da Fig. 13c e d, usando para tal uma régua-T e esquadros de 30-60°, conforme
mostrado.
Figura 13 – Construção de hexágono
4.5 Construção de um polígno regular tendo um número qualquer de lados

Os polígonos regulares com qualquer número de lados iguais pode ser especificado e
construído de vários modos. Neste material usar-se-á a divisão do segmento em partes iguais
como exemplo.

4.5.1 Inscrição de um polígono regular num círculo dado

As etapas de construção de um polígono inscrito num círculo dado sao as que seguem:

a. Traçar o círculo e divider um dos seus diâmetros em certo número de partes iguais; cinco
no caso da Fig. 14a;
b. Tendo as extremidades A e B como centros e raios iguais ao diâmetro, traçar dois arcos
que se cruzam em C, como mostra a Fig.14b;
c. A partir do ponto C, traçar uma recta pelo ponto da segunda divisão do diâmetro até que
ele cruze o círculo em D ( Fig. 14c);
d. A corda AD é um lado do polígono;
e. Marcar a distância AD o número adequado de vezes na circunferência até completar o
polígono.
Figura 14 – Construção de um polígono regular inscrito num círculo

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