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Desenho Geométrico. Construções fundamentais.

Retas, ângulos. circunferência, linhas proporcionais, proporção áurea,


polígonos regulares, arcos.
1- Retas perpendiculares e retas paralelas.
1.1- Mediatriz.
Construir a mediatriz de um segmento é traçar a perpendicular à esse
segmento de tal forma que essa o divida em duas partes iguais. A
mediatriz determina o ponto médio (M) do segmento e todos os seus
pontos quando tomados isoladamente, são equidistantes dos extremos
do segmento (A e B).
Para construí-la, com centro em A e B, trace dois arcos de circunferência
iguais e maiores do que AB/2. Nas intersecções entre os arcos estão os
pontos 1 e 2, que pertencem à mediatriz.

1.2- Construir, por um ponto, a perpendicular à uma reta dada.


1.21 – O ponto pertence à reta.
1º Processo – Com centro no ponto P, pertencente à reta s, traçamos um
arco de circunferência que determina em s os postos A e B,
equidistantes de P. Em seguida, centros em A e depois em B, dois arcos
iguais e maiores que AB/2, se cruzam no ponto 1. Finalmente construímos
a perpendicular t, que passa por P e pelo ponto 1.

2º Processo – Com o centro em B, um arco de raio qualquer determina 1


em s. Construímos depois, dois arcos consecutivos de 60º que
interceptam o arco anterior nos pontos 1 e 2. Mantendo o mesmo raio,
arcos com o centro em 1 e 2 determinam o ponto 4.
A reta r, perpendicular à reta s, passa pelo ponto 4 e pelo ponto B.

1.23- O ponto é exterior à reta


Pelo ponto P, construímos um arco que determine dois pontos (1 e 2)
sobre a reta s, em seguida traçamos a mediatriz do segmento
determinado por esses pontos.
O ponto P pertence à mediatriz...
1.3 - Construir uma paralela à uma reta s por um ponto exterior P.
1º forma - Um arco com o centro no ponto P, corta a reta s nos pontos M
e N. Os arcos: um de centro em N, raio PM e o outro de centro em P e raio
MN, determinam o ponto Q. A reta que passa por P e Q, é a paralela
procurada.

2º forma - Os passos indicados na figura levam à determinação do ponto


Q. A reta v, paralela à s, passa por P e Q.
1.31 - Construir uma paralela à uma reta s à uma distância d.
Por um ponto M da reta s, traçamos uma perpendicular u, sobre a qual
marcamos o segmento MN = d. Centro em M, raio MN, determinamos o
ponto O sobre s. Arcos de centros em N e em O, e raio = MN, se cruzam
no ponto P. A reta paralela v, fica determinada por N e P.
2- Ângulos.
2.1- Transportar um ângulo.
Seja transportar o ângulo formado pelas retas r e s de vértice V para uma
nova posição de vértice V1, pertencente a uma reta suporte r1.
a- Um arco de raio qualquer determina M e N sobre as retas r e s
respectivamente.
b- Mantendo o mesmo raio e centro em V1, temos M1 sobre r1.
c- Centro em M1, o arco de raio = MN, determina N1 na intersecção com o
arco de centro em V1.
d- A reta s1, determinada por V1N1, reproduz o ângulo desejado.
2.2- Bissetriz..
Trata-se de dividir o ângulo em 2 partes iguais.
2.21– Utilizando o vértice. Com centro em V, um arco de raio qualquer,
determina os pontos 1 e 2 sobre r e s respectivamente. Dois arcos de
mesmo raio com centros em 1 e 2, se interceptam em M.
A reta que passa por V e M é a bissetriz procurada.

2.22- Sem o auxílio do vértice.


1º Forma- Constróe-se uma reta u concorrente com as retas s e t ,
respectivamente nos pontos V2 e V1. As bissetrizes dos quatro ângulos
internos se encontram em M e N, pontos da bissetriz desejada.

2º Forma- a- Tomamos um ponto aleatório P sobre a reta t. Com o centro


em P, um arco de raio qualquer determina os pontos A e B sobre as retas
t e s respectivamente.
b- Mantendo o mesmo raio do arco anterior, com o centro em B, achamos
o ponto C na reta s.
c- Ainda com o mesmo raio, o arco com o centro em C, corta o primeiro
arco traçado no ponto D.
d- Liga-se o ponto A ao ponto D, determinando-se E sobre a reta s.
e- A mediatriz de AE é a bissetriz procurada.
3- Circunferência.
3.1 – Construir a circunferência que passa por três pontos.
Seja construir a circunferência que passa pelos pontos A,B e C.
Considerando que os lados do triângulo ABC são cordas da
circunferência procurada, e sabendo que a mediatriz de qualquer corda
de uma circunferência passa pelo seu centro, as mediatrizes m e n,
determinam o centro e o raio da circunferência desejada.

3.2- Determinar o raio de uma circunferência sem utilizar o centro.


A- Toma-se um ponto P na circunferência.
b- Com o centro em P, um arco de raio qualquer determina os pontos A e
B.
c- Mantendo o mesmo raio e tendo o centro em B, obtemos o ponto C
sobre o primeiro arco construído.
d- A reta que passa por A e por C, determina o ponto M na circunferência.
d- O segmento BM, é o raio procurado.

3.3- Tangente à circunferência por um ponto P da curva


Constrói-se o raio OP. A tangente t é a perpendicular ao raio OP no ponto
P.
Isto porque uma tangente sempre é perpendicular à uma normal a uma
curva em um ponto dessa curva. OP é uma normal à circunferência de
centro O , no ponto P, logo...
3.31 – Idem sem usar o centro.
a- Com centro em P, um arco determina a corda AB que obviamente é
paralela à tangente uma vez que PA=PB.
b- Constrói-se a mediatriz de AB (p) que passa por P, o ponto de
tangência.
c- A reta t, perpendicular à reta p pelo ponto P é a tangente pretendida.
3.4- Tangentes por um ponto exterior P
Determina-se o ponto médio M do segmento PO, e constrói-se a
circunferência de centro M e diâmetro PO, que determina os pontos de
tangência T1 e T2. Note que os ângulos PT1O e PT2O, inscritos em
semicírculos de diâmetro PO, são retos, condição necessária e suficiente
entre tangentes e normais à curva.
3.5- Tangentes à circunferência e paralelas à uma reta dada.
1º forma - Com o auxílio do centro .
a- Buscam-se os pontos 1 e 2 na reta s por meio de um arco de centro O.
b- A reta p, mediatriz do segmento 12 determina os pontos de tangência
T1 e T2.
2º forma - Sem o auxílio do centro.
a- Constrói-se a corda AB, paralela à reta s.
b- A mediatriz (p) de AB determina os pontos de tangência T1 e T2, e
recai-se na questão anterior.
4- Linhas proporcionais.
4.1- Dividir um segmento AB em partes iguais ou em partes proporcionais
a determinados números.
O ângulo alfa é qualquer.

Seja dividir AB em partes diretamente proporcionais aos números 2,5 e 3.


Traçamos uma semi reta por A , sobre a qual tomamos 2,5 e 3 unidades.
Em seguida, o feixe de paralelas faz a divisão desejada do segmento.
AK/2 = KG/5 = GB/3.
4.2– Dividir um segmento em uma razão dada (K).
A – Se a razão K<0, o ponto de divisão é interno (Abaixo à esquerda). Seja
dividir o segmento AB em uma razão K = -5/2. Trata-se de buscar um
ponto P de tal forma que PA/PB = -5/2.
Pelos extremos do segmento traçamos as semi-retas opostas e paralelas
s e v. Sobre s e v tomamos respectivamente 5 e 2 unidades. Ligando o
ponto 5 de s ao ponto 2 de v, obtemos o ponto P procurado.
b – Se K>0, por exemplo K=5/2, as semi-retas s e u são traçadas com o
mesmo sentido. O ponto P é externo.

4.3 – Dividir um segmento em média e extrema razão. Divisão áurea de


um segmento AB.
Procura-se um ponto P em AB, de tal forma que AB/AP = AP/PB , ou, AP2 =
ABxPB.
a- Determinamos M, o ponto médio de AB.
b- Sobre s, perpendicular a AB pelo ponto B, marcamos O, fazendo BO =
BM = AB/2 e com o centro em O, traçamos a circunferência de raio OB.
d- Construímos a reta OA que detrmina o diâmetro CD e , finalmente,
determinamos P em AB, fazendo AP = AC.
1.51 – Dado AP, segmento áureo de AB, determinar o segmento AB.
Seguimos os passos da questão anterior, como se procurássemos o
segmento áureo de AP. Entretanto,
é o segmento AD que tomado desde A, determina o ponto B.
O retângulo áureo desde o quadrado.
M é o ponto médio do lado AB. Centro em C, raio MC, obtemos N sobre a
reta s suporte de AB.

4.4 – Determinar a terceira proporcional entre dois segmentos (x e y) e a


quarta proporcional entre 3 segmentos (x, y e z). Aqui, x/y=y/m.
Sobre s, marcamos x e y. Sobre u marcamos y. O feixe de paralelas
determina CD = m.
4.5- Determinar a média proporcional (geométrica) entre dois segmentos
dados.
Procura-se um segmento m, de tal maneira que x/m = m/y ou m2 = x.y
Na figura 9, somamos os segmentos.
a- Fazemos BH = x e HC = y.
b- Construimos a semi-circunferência de diâmetro BC.
c- A perpendicular à BC, traçada por H, determina o ponto A na curva. AH
= m
Na figura 10, o segmento m é obtido subtraindo-se os segmentos dados x
e y.
a- Fazemos BC = x e BH = y
b- Traçamos a semi-circunferência de diâmetro BC.
c- A perpendicular à BC, traçada por H, determina o ponto A na curva. AB
= m, o segmento procurado.

4.6– A média aritmética e a média harmônica entre dois segmentos


dados .
Na determinação da média aritmética entre os segmentos x e y (fig.11),
somamos os segmentos e dividimos o resultado (AC) à metade,
determinando z, o segmento procurado. z = x+y/2
Na figura 12, procura-se a média harmônica entre os segmentos x e y, de
tal forma que MN = mh(x,y) = 2xy/x+y.
a- Construímos o trapézio ABCD, fazendo AB = y e CD = x, marcando os
dois segmentos sobre retas paralelas.
b- Traçamos as diagonais AC e BD.
c- Pelo cruzamento das disgonais, a paralela às bases determina MN, o
segmento desejado.
5- Arco capaz de um ângulo.
Seja construir o arco capaz do ângulo a, tendo o segmento AB como
corda.
Abaixo, à esquerda :
a- Com origem no ponto A, construímos a semi-reta s, fazendo um ângulo
igual a a com o segmento AB.
b- Em seguida, traçamos r, perpendicular à s, ainda pelo ponto A.
c- Construímos a mediatriz de AB e achamos O na intersecção com r. O
arco de centro O e raio OA =OB éo arco capaz procurado. Todo ângulo
inscrito no arco em questão, cujos lados enquadrem o segmento AB, são
iguais ao ângulo a.
À direita temos o arco capaz do ângulo reto, que se resume na semi-
circunferência de diâmetro AB.
6- Retificação da circunferência (processo de Kochansky) e de arcos.
Seja retificar a circunferência de centro O e raio R.
a- Constrói-se o diâmetro AB e traça-se pelo ponto B, uma tangente s, .
b- Desde o centro O, uma semi-reta fazendo com OB um ângulo de 30º,
determina o ponto T sobre a reta s.
c- No sentido de T para B, marcam-se sucessivamente três medidas
iguais ao raio R e determina-se o ponto M.
d- O segmento AM = pR = semi-circunferência retificada.
* se o arco é < 90º.
Determinar a medida do arco AB.
a- Completamos a circunferência à qual pertence o arco.
b- Traçamos o diâmetro AC e o prolongamos por 3/4 do raio, encontrando
o ponto P.
c- Sobre uma tangente t, traçada por A, a reta PB determina o ponto M.
d- O segmento AM é o arco AB retificado.
... se o arco for < 90º.
Dividimos o arco em dois menores que 90º e repetimos os passos da
construção anterior.

7- Divisão da circunferência e divisão de arcos.


7.1- Divisão em 2n partes iguais.
Constroem-se sucessivamente as bissetrizes dos ângulos centrais de
360º, 180º, 90º, etc...
AC = L4 = lado do quadrado inscrito.
L8 = lado do octógono.

Envolvente do quadrado. O primeiro raio é arbitrário.

7.2 – Divisão em 3X2N partes iguais.


Marcam-se sucessivamente seis cordas iguais ao raio para se dividir uma
circunferência em seis partes iguais. Teremos o hexágono regular
inscrito.
Tomando-se alternadamente os pontos da divisão, temos o triãngulo
equilátero inscrito e a divisão da circunferência em três partes iguais.
A corda CE faz a divisão em 12 partes.
7.3- O pentágono regular
Trata-se de dividir a circunferência em 5x2n partes iguais.
a- Traçamos um diãmetro CD e um raio OA, perpendiculares entre si.
b- Determinamos o ponto médio M do raio OD.
c- Centro em M , o arco de raio MA, encontra N no raio OC.
AN = L5 = lado do pentágono regular
ON = L10 = lado do decágono regular
7.4– Divisão em 7X 2n partes iguais.
Considere-se que o lado do heptágono é aproximadamente igual à
metade do lado do triângulo equilátero inscrito. Assim, constrói-se a
corda BC e o raio que a divide ao meio.
7.5- Processo aproximado (Rinaldini) para a divisão em n partes iguais
Seja dividir a circunferência em 9 partes iguais.
A- Traçamos o diâmetro AB e o dividimos em 9 partes, assinalando
porém, sómente os pontos alternados, 2, 4, 6 e 8.
b- Com raio igual ao diâmetro AB, e com centro em A e B, construímos
arcos que se interceptam em P e Q.
c- As retas P2, P4, P6 e P8, encontram a circunferência no semi-plano
oposto em relação a AB, os primeiros 4 pontos da divisão. Pelo outro
lado, Q2, Q4, Q6 e Q8, completam a divisão desejada.
Por se tratar de um processo aproximado, não podemos repetir
sucessivamente uma só corda ao longo da circunferência. O uso dos
pontos P e Q, é fundamental na distribuição do erro.
7.6- Dividir um arco em partes iguais.
Se AB<180º .
Por exemplo, dividir o arco AB em três partes iguais.
a- Completamos a circunferência, traçamos o diâmetro CD e
determinamos o ponto P.
b- A reta PA, encontra M no diâmetro BC.
c- Dividimos MB no número de partes desejado, no caso três partes.
d- As semi-retas P1 e P2, fazem divisão procurada.
Se AB>180º .
O processo é análogo ao anterior.
a- Determinamos M, ponto médio do arco AB, e o ponto P. Completamos a
circunferência e traçamos o diâmetro BC.
b- PM, determina N em BC.
c- Dividimos BN no número de partes desejadas, três, noso em questão.
d- Ligamos aos pontos da divisão, mas consideramos sómente os pontos
alternados.
e- P2 determina 2', o primeiro ponto da divisão. Com o centro em M, o
arco de raio M2' encontra 2" que completa a divisão proposta.

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