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Técnicas para Medição Acústica de

Profundidades com Feixe Simples


Título Original: Silgle Beam Acoustic Depth Measuremente Techniques.
Técnicas para Medição Acústica de Profundidades com Feixe Simples
Título Original: Silgle Beam Acoustic Depth Measuremente Techniques.

1-1. Escopo e aplicações

Sondagem batimétrica com feixe simples é de longe a técnica mais usada em levantamentos
pelo USACE (United States of America Corps Engineering) em rios e portos. Sondagem
acústica foi usada pela primeira vez no Exército na década de 1930 mas não substituiu a
confiança pela sondagem a prumo até 1950 ou 1960. Uma variedade de sistemas de sondagem
acústica são usados no Exército, dependendo das condições do projeto e profundidades. Isto
inclui sistemas de transdutor de feixe simples, sistemas de múltiplos transdutores para
varredura de canal, e sistemas de varredura com multi-feixe. Embora sistemas multi-feixe
estejam cada vez mais sendo usados para levantamentos de projetos de calados profundos,
sistemas de sondagem de feixe simples ainda são usados na maioria dos distritos. Este
capítulo engloba os princípios da medição de profundidades por acústica para os tradicionais
sistemas de feixe simples verticalmente montados. Focando principalmente em calibrações
criteriosas requeridas para manter o controlo de qualidade no equipamento (ecobatimetro). Os
critérios são sumarizados na Tabela 1-6 no final do capítulo.

1-2. Princípios da medição de profundidades por acústica

Figura 1-1. Medição acústica de profundidade


a. Principio básico. Um sistema acústico de medição de profundidade consiste na
medição do tempo que um pulso sonoro gerado por um transdutor percorre de sua fonte até o
leito de um rio e de volta a origem. Isto é demonstrado na figura 1-1 onde a profundidade
medida (D) está entre o transdutor e algum ponto no fundo acusticamente reflexivo. O tempo
de viagem do pulso sonoro depende da velocidade de propagação (v) na coluna d’água. Se a
velocidade de propagação do som na coluna d’água for conhecida, juntamente com a distância
entre o transdutor e o nível de referencia da superfície da água, a profundidade corrigida (d)
pode ser calculada pela medida do tempo de viagem do sinal sonoro. Isto é demonstrado na
seguinte fórmula:

Correção da profundidade para uma superfície de referencia d’água

d = ½ (v · t) + k + dr
(Eq. 1-1)
onde:

d = profundidade corrigida em referencia ao nivel d’água


v = media da velocidade do som na coluna d’água
t = tempo medido entre o transdutor o fundo e de volta ao transdutor
k = constante de indexação do sistema
dr = distância da superfície de referencia d’água até o transdutor (draft)

Os parâmetros v, t, e dr não podem ser determinados perfeitamente durante o processo de eco


sondagem e k deve ser determinado por uma calibração periódica do equipamento. A duração
do tempo, t, é dependente da reflexibilidade do fundo e métodos de processamento de sinal
relacionados para obter um retorno válido. A forma, ou clareza, de retorno do pulso mostrado
na Figura 1-1 será fator determinante na acurácia e capacidade de detecção de medições das
profundidades.

b. Velocidade do som na água. A determinação da velocidade do som, v, é talvez o fator mais


crítico em sondagens acústicas de profundidades. A velocidade do som varia com a densidade e
propriedades elásticas da água. Essas propriedades são, para profundidades de projetos de rios e
portos, primeiramente uma função da temperatura da água e componentes suspensos ou dissolvidos,
ex.: salinidade. Devidos a esses efeitos, a velocidade (v) pode variar de 1402 m/s até 1542 m/s. Desde
que a maioria dos projetos em rios e de portos pode demonstrar uma ampla variação na temperatura
e/ou salinidade de acordo com a profundidade, a velocidade de uma onda sonora projetada não será
constante através da distância do transdutor do barco até o fundo e de volta. O efeito dessa variação é
significante. Uma variação de 10°F (~6°C) vai alterar a velocidade do som em 70pés/s (~21m/s), ou
0.8 pés (~0,24m) em 50 pés (~15m) de coluna d’água. Uma mudança em 10 ppt em salinidade pode
variar a velocidade do som em aproximadamente 40 pés/s (~12 m/s), ou 0,4 pés (~0,12m) em 50 pés
(~15 m). Em trabalhos de eco-batimetria de feixe simples em águas rasas, uma média da velocidade do
som é usualmente assumida (pela calibração). O uso de uma média da velocidade do som não será
válida em projetos costeiros onde deságua rios de água doce (estuários), pois não será constante do
projeto inteiro. Se ocorrerem grandes variações de velocidade do som na coluna d’água, a velocidade
média do som deve ser medida diretamente usando um medidor eletrônico (velocity probe) ou
indiretamente por uma placa de calibragem. O medidor eletrônico de velocidade do som é capaz de
medir velocidades a cada ponto da coluna d’água (ex.: a cada metro). Esses dados podem ser usados
para calcular a velocidade do som média em toda coluna d’água, ou usar as velocidades a cada
intervalo para corrigir as profundidades. A placa de calibração mede as profundidades atuais relativas
com as profundidades registradas no ecobatimetro assumindo-se uma velocidade média do som. A
determinação da velocidade do som é mais critica em sistemas multi-feixe, especialmente nos feixes
extremos. Portanto, são necessárias com mais freqüência e acurácia, medições da velocidade do som
usando o medidor eletrônico.

c. Profundidade do transdutor (draft) e constante de indexação do sistema (índex). As


constantes de indexação e profundidade do transdutor devem ser aplicadas em distancia e tempo
reduzidos para obter a profundidade correta em relação à superfície da água. A constante de indexação
contém qualquer atraso eletrônico e/ou mecânico inerente ao sistema de medição, incluindo variações
do limite mínimo de detecção do sinal de retorno. E também contem qualquer constante de correção
devido à mudança da velocidade do som entre o nível mais alto da superfície e o que é usado como
média para a faixa de profundidade do projeto. Por essa razão, o aparente “calado” (draft) selecionado
ou lido em um registrador digital ou análogo não será necessariamente o atual calado do transdutor,
que deve ser obtido por uma medição física entre a superfície da água e o transdutor. E também, o
calado da embarcação não é o mesmo do transdutor, pois é uma medida relativa à quilha ou outros
pontos do casco. O único método efetivo de determinar a combinação das constantes na equação 1-1 é
através da placa de calibragem.

d. Outras correções para as profundidades observadas. A profundidade na Equação 1-1 deve


ser subseqüentemente corrigida para variações a curto prazo do calado da embarcação devido a
mudanças de carregamento, afundamento, instalações, arfagem, trim, banda etc. A superfície de
referência de água deve ser reduzida ao datum local baseado nas correções em tempo real ou pós-
processadas do estágio do rio, lago, reservatório, ou observações de maré.
Figura 1-2. Correções a serem observadas em ecobatimetria.

e. Acurácia do instrumento de sondagem. O tempo de viagem do pulso sonoro é medido tanto


eletronicamente em um equipamento digital quanto mecânico (gráfico) em registros analógicos. A
acurácia da medição absoluta do tempo geralmente varia de acordo com a profundidade. Isto é devido
a atenuação do sinal, ruído, e a habilidade de medição do circuito em correlacionar pulsos de saída e
entrada. E também, a reflexibilidade acústica do alvo, ex.: tamanho, forma, orientação, material etc.,
podem significantemente impactar nos pulsos de retorno. Variações na força e clareza dos sinais que
retornam afetarão a acuracia da medição. A irregularidade do pulso refletido causa incertezas em todo
processo de medição do tempo. Não há processo prático de calibração para minimizar esse erro. A
acurácia nominal para medições de tempo em eco sondagem é normalmente calculada pelos
fabricantes à +0,1 pés (0,03 m) mais 0,1 a 0,5 percentuais da profundidade. Isso se compara a uma
faixa de precisão de +0.15 to +0,35 pés in 50 pés, ou em metros +0.05 a +0,11 m em 15.24 m,
independentemente das características de reflexão acústica. Medições de tempo feitas digitalmente são
mais acuradas do que as realizadas em dispositivos mecânicos antigos.
1-3. Especificações da Frequência do Transdutor

Um transdutor converte energia eletrônica em pulsos acústicos e vice versa. O tipo do


transdutor usado é fator determinante na adequação de uma medição de profundidade. A
freqüência ideal do transdutor é altamente dependente do projeto ou local. Porto toda parte
projetos em rios e portos do USACE, uma variedade de freqüências tem sido usadas. Variam
normalmente de 20 kHz até 1.000 kHz. Toda freqüência/transdutor tem características físicas
que particularmente combinam a uma aplicação individual ou local do projeto. A resposta do
transdutor é dependente de sua freqüência, condições de projeto, ganho do arranjo, e
parâmetros do feixe como é generalizado na Figura 1-3. Sensibilidades são medidas à – 3 dB
nos pontos de meia potência. Geralmente, transdutores de alta freqüência (100 kHz até 1.000
kHz) farão medições de profundidades mais precisas, devido tanto as características de
freqüência quanto a largura concentrada dos feixes (estreitos). Transdutores de feixe estreitos
(menos que 8 graus) devem ter correções dos movimentos da embarcação (pitch e roll), pois
medirão distancias inclinadas em pontos não verticais. Entretanto, lóbulos laterais mostrados
na Figura 1-3 podem gerar um retorno vertical em águas rasas. Transdutores de feixe estreito
devem ser obtidos com mínimos lóbulos laterais. Transdutores de baixa freqüência (abaixo
de 40 kHz) costumam ter feixes mais lagos, o que pode causar distorção e suavização das
características de relevos submersos irregulares ou em taludes laterais. Porém, freqüências
baixas são menos sujeitas a atenuação, o que permite medições de maiores profundidades e
penetração em sedimentos suspensos. Embora medição de profundidades maiores não seja
requerida para projetos em rios e portos, a habilidade de penetração em sedimento suspenso é
interessante, especialmente para sondagens em projetos de dragagem. Uma desvantagem de
transdutores de alta freqüência é que há uma alta atenuação do sinal de acordo com a
profundidade, e sedimentos suspensos ou vegetação de fundo vão prontamente refletir o sinal.
Transdutores de alta freqüência não são recomendados em áreas onde sedimentos suspensos
ocorrem normalmente, ou onde a vegetação de fundo pode obscurecer o desejado nível de
pagamento. Em tais áreas, freqüências variando entre 20 kHz e 50 kHz são tipicamente
empregadas para determinação de pagamento.
Figura 1-2. Correções a serem observadas em ecobatimetria.

a. Cobertura de ensonificação. Cada sinal do transdutor ensonifica uma área do leito. O


tamanho desta área é em função das características de largura do feixe (ex.: lóbulos laterais). Os feixes
estreitos ensonificam uma área menor do fundo; resultando em menos distorção e suavização do as
características do leito dentro desta. Entretanto, apenas uma pequena área do local de sondagem é
ensonificada por transdutores de feixe estreito. O tamanho aproximado da “pegada” do transdutor
pode ser calculada da seguinte forma:

Cobertura Linear (pés) = 2 · D · tan (a/2)


Área de cobertura (pés²) = 3,14 · D² · tan² (a/2)
Onde,
D = Profundidade em pés
a = Largura do feixe em graus
(Eqs 9-2)

A Tabela 1-1 ilustra a cobertura linear para transdutores típicos. A Tabela 1-2 calcula os resultados da
área de cobertura.
Tabela 1-1. Cobertura linear aproximada para várias aberturas de feixe

ABERTURA DO FEIXE

Profundidade do Projeto 1,5 graus 3,0 graus 8,0 graus 20,0 graus

10 ft (3,05 m) 0,3 ft (0,09 m) 0,5 ft (0,15 m) 1,4 ft (0,43 m) 3,5 ft (1,07 m)

25 ft (7,62 m) 0,7 ft (0,21 m) 1,3 ft (0,40 m) 3,5 ft (1,07 m) 9 ft (2,74 m)

50 ft (15,24 m) 1,3 ft (0,40 m) 2,6 ft (0,79 m) 7 ft (2,13 m) 18 ft (5,49 m)

75 ft (22,86 m) 2 ft (0,61 m) 4 ft (1,22 m) 10 ft (3,05 m) 26 ft (7,92 m)

Tabela 1-2. Cobertura da “pegada” aproximada para várias aberturas de feixe

ABERTURA DO FEIXE

Profundidade do Projeto 1,5 graus 3,0 graus 8,0 graus 20,0 graus
10 ft (3.05 m) < 1 ft² (0,09 m²) < 1 ft² (0,09 m²) < 2 ft² (0,19 m²) 10 ft² (0,93 m²)

25 ft (7.62 m) < 1 ft² (0,09 m²) < 2 ft² (0,19 m²) 10 ft² (0,93 m²) 60 ft² (5,57 m²)

50 ft (15.24 m) < 2 ft² (0,19 m²) 5 ft² (0,46 m²) 40 ft² (3,72 m²) 250 ft² (23,23 m²)

75 ft (22.86 m) 3 ft² (0,29 m² ) 10 ft² (0,93 m²) 90 ft² (8,36 m²) 550 ft² (51,10 m²)

A tabela 1-2 indica claramente que a cobertura do fundo é pequena em transdutores de feixe
estreito. Deste modo, quando são feitas as secções transversais apenas uma pequena porção do canal é
ensonificada.. Os montantes de cobertura de ensonificação para secções transversais típicas em
levantamentos à espaçamentos de 100 ft e 200 ft são mostrados na tabela 1-3.

Tabela 1-3. Percentual aproximado de cobertura do fundo para levantamentos de secções transversais

Espaçamento 100 ft (~30 m) Espaçamento 200-ft (~60m)

Profundidade do projeto 1,5 graus 3 graus 8 graus 1,5 graus 3 graus 8 graus
10 ft (3.05 m) 0.30% 0.50% 1.40% 0.10% 0.20% 0.70%

25 ft (7.62 m) 0.70% 1.30% 3.50% 0.30% 0.60% 2%

50 ft (15.24 m) 1.30% 2.60% 7% 0.60% 1% 4%

75 ft (22.86 m) 2% 4% 10% 1% 2% 5%
A tabela 1-3 indica que apenas 1% a 5% de cobertura de ensonificação do canal por
levantamentos com feixe simples em secções transversais. A partir deste pequeno exemplo de dados,
locais rasos são projetados e quantidade de materiais são estimados usando o método de
Table 9-3 indicates that only 1% to 5% of a channel bottom is typically ensonified by single
beam cross-section surveys. From this small data sample, shoaling conditions are projected and
material quantities are estimated using end area projection methods. In effect, quantity take-off
computations and shoaling estimates are "extrapolated" over 95-99% on the channel that is not
surveyed. These estimates have normally been adequate for engineering and construction purposes;
plus they were deemed practical given the high cost of data collection per cross-section. In the past
this rationale was valid; however, multi-transducer sweep systems and multibeam systems can now
easily collect 100% bottom coverage.

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