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Resumo: Esse trabalho tem como objetivo de mostrar que o tratamento com a hipnose trás
resultados positivos a partir do momento em que o cérebro tem a capacidade de construir um
novo caminho neuronal (neuroplásticidade).
Abstract:.
Keywords:
Introdução
Falar de hipnose e neuroplásticidade é um grande desafio. Transformar uma
brincadeira de palco em um assunto sério deu início a um novo estudo do cérebro, a idéia
nesse artigo é entender que mecanismo é esse que consegue modificar uma estrutura cerebral
existente. A partir da década de 60 estudiosos começam a estudar a neuroplásticidade, que é a
capacidade do cérebro de criar novos caminhos neuronais. O objetivo é mostrar que a hipnose
clínica auxilia no tratamento de vários problemas psicoemocionais e sociais com a
modificação de uma linha de pensamento.
Com a hipnose podemos sim modificar um indivíduo, sua forma de pensar e agir,
dependendo da mudança ela pode ser permanente, tudo vai depender do desejo de cada um.
Utilizar a hipnose como uma ferramenta terapêutica mostra como o nosso cérebro tem a
capacidade de se modificar, através do estimulo ele cria recursos para que a pessoa entre em
contato consigo mesma e crie formas melhores de lidar com vários fatores de sua vida.
A história da hipnose varia de diferentes épocas. No início não existia o
entendimento do que estava acontecendo, mais os sacerdotes sabiam que através desse recurso
poderiam auxiliar e curar uma pessoa através de um sono diferente.
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Alemanha O psicanalista Ernest Simmel (1918) desenvolveu a hipnianálise.
(Bauer, Sofia, 2015 – pág. 09)
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conexões que dão suporte ao comportamento ou à habilidade que estamos
desenvolvendo. Assim como quando exercito meu corpo obtendo uma série de
processos bioquímicos, quando exercito meu cérebro altero todo o seu
funcionamento, seu suprimento de sangue e de energia, bem como a força de suas
operações. Portanto, não apenas melhoro uma habilidade em si, mas todo o
maquinário cerebral. (http://brainn.org.br/neuroplasticidade-o-cerebro-em-alta-
performace/).
Hipnose e Neuroplásticidade
A hipnose se caracteriza como um estado alterado de consciência ampliada onde o
individuo fica todo o tempo acordado. Nesse momento experimenta sentimentos e sensações,
na sessão podem surgir inclusive imagens de situações vivenciadas que por algum motivo
foram bloqueadas, pode ocorrer um processo de regressão até o momento no trauma.
O trabalho desenvolvido pela hipnose é através da conversação. O psicólogo durante
a sessão irá trabalhar o nível sub-consciente. No momento do transe hipnótico a consciência é
rebaixada, favorecendo a utilização da técnica. Segundo o Dr. Erickson: “a reabilitação
neuropsicológica estaria sendo auxiliada pela linguagem e comunicação do psicoterapeuta,
favorecendo assim a neuroplásticidade e provável recuperação de um paciente”
(http://www.psicologia.pt/noticias/ver_noticia.php?codigo=NO01808).
O transe é um período no qual as limitações que uma pessoa tem no que diz respeito
à sua estrutura comum de referência e crenças, ficam temporariamente alteradas, de
modo que o paciente se torna receptivo aos padrões, às associações e aos modelos de
funcionamento que conduzem à solução de problemas. (BAUER, 2015, p. 18)
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forma o indivíduo entra em um estado alterado de consciência e assim é possível iniciar o
processo neuroplástico.
A hipnose mexe com a estrutura cerebral onde as sinapses e as conexões neuronais
criam novos caminhos fazendo com que o cérebro crie recursos onde traumas, neuras, fobias,
emoções negativas sejam superadas fazendo com que a pessoa não perca a consciência do que
está sendo tratado, mais sua visão em relação ao processo do adoecer seja trabalhada de uma
forma mais saudável e rápida. Em algumas situações se utiliza a técnica para se trabalhar com
anestesia e analgesia.
Aplicando a hipnose no tratamento clínico foi observado que apesar de mexer com a
estrutura cerebral (neuroplasticidade) a dinâmica emocional do atendido é modificada, em
alguns casos mesmo sem perceber, ganha mais autoconfiança, consegue manter melhor o foco
em seus objetivos, o que incomodava passa a ser uma motivação para superação. E o mais
rico no trabalho com a hipnose é neuroplasticidade, é poder ver a mudança psicoemocional da
pessoa.
A vantagem de trabalhar a hipnose clínica é a velocidade do tratamento. Nos dias
atuais as pessoas estão sempre com muita pressa e esse recurso é a chance de recuperar a fé
em si mesmo, valorizando o próprio recurso pessoal.
Curiosidade da mente
Lipton afirmou que a percepção do indivíduo, suas expectativas e crenças formadas,
são diretamente responsáveis por moldar a sua biologia e comportamento. No
entanto, a mente consciente influencia em uma parcela muito pequena das decisões,
emoções e ações. Para ser mais precisa, a mente consciente é responsável por apenas
5%, deixando os 95% a cargo da mente inconsciente.
(http://actinstitute.org/blog/milton-h-erickson-e-a-confianca-no-inconsciente/)
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Milton Erickson observando esse movimento cerebral trabalha a hipnose
conversacional onde utiliza metáforas para que a mente inconsciente entenda a necessidade de
mudar o foco de atuação, cria novos caminhos neuronais (neurplásticidade) e assim buscar
melhorar o que está sendo trabalhado (traumas, neuras, fobias, dores, bloqueios ...).
Um exemplo de metáfora muito utilizada é a do “Elefante acorrentado”, onde serão
trabalhados os aspectos de enfrentamento, superação e valorização de si mesmo. Essa é uma
das formas de como a mente inconsciente entende o que precisa ser trabalhada de forma sutil
e indireta.
O Elefante acorrentado
Você já observou um elefante no circo? Durante o espetáculo, o enorme animal dá demonstrações descomunais
de força. Mas, antes de entrar em cena, permanece preso, quieto, contido somente por uma corrente que
aprisiona uma de suas patas a uma pequena estaca cravada no solo. A estaca é só um pequeno pedaço de
madeira. E, ainda que a corrente fosse grossa, parece óbvio que ele, capaz de derrubar uma árvore com sua
própria força, poderia arrancá-la do solo com facilidade e fugir. E por que o elefante não foge?Perguntei a um
adestrador e ele explicou que o elefante não escapa porque é amestrado. Fiz então a pergunta óbvia: “Então, por
que o prendem?” Não houve resposta!
Há alguns anos descobri que, por minha sorte, alguém havia sido bastante sábio para encontrar a resposta: o
elefante do circo não escapa porque foi preso à estaca ainda muito pequeno.
Fechei os olhos e imaginei o pequeno recém-nascido preso: naquele momento, o elefantinho puxou, forçou,
tentando se soltar, e, apesar de todo o esforço, não pôde sair. A estaca era muito pesada para ele; o elefantinho
tentava, tentava, e nada…
Depois de algum tempo, tentando ainda por alguns dias livrar-se disso, já cansado, aceitou o seu destino:
permanecer preso à estaca, balançando o corpo de lá para cá, eternamente, esperando a hora de entrar no
espetáculo.
Então, aquele elefante enorme não se solta porque acredita simplesmente que não pode soltar-se, e jamais volta
a colocar à prova sua força.
Isso muitas vezes acontece conosco! Vivemos acreditando em um montão de coisas “que não podemos ter”,
“que não podemos ser”, “que não vamos conseguir”, simplesmente porque, quando éramos crianças
inexperientes, algo não deu certo ou ouvimos tantos “nãos” que “a corrente da estaca” ficou gravada na nossa
memória com tanta força que aceitamos o “sempre foi assim”.
De vez em quando sentimos as correntes e confirmamos o estigma: “não posso”, “é muita terra para o meu
caminhãozinho”, “nunca poderei”, “é muito grande pra mim”!
A única maneira de tentar de novo é não ter medo de enfrentar as barreiras e não ter receio de arrebentar as
correntes!
(Autor desconhecido)
Um bom hipnólogo é aquele que sabe falar, conversar, onde em todas as situações
mostra para o atendido a importância dele em todo o processo de recuperação.
Considerações finais
Esse trabalho mostra como a neuroplásticidade atua em qualquer período da vida.
Podemos fazer nova conexão independente da idade. Utilizando os estímulos adequados o
cérebro cria recursos (sinapses) para se modelar a uma nova realidade.
Não se nega que a técnica promove uma transformação e uma estimulação de novos
caminhos mentais. A hipnose clínica é um recurso rápido para a superação de vários
processos bloqueadores em nossa vida.
Nos atendimentos clínicos venho observando que os pacientes buscam respostas para
superar os problemas de sua vida (profissional, pessoal, emocional), onde muitas vezes não
entendem por que falham, não sabem o que aconteceu, quando tudo o que foi planejado não
saiu do mundo da idéias. Criam bloqueios, traumas de que tudo é difícil, insuperável,
(crenças). Por muitas vezes carregam a sensação de que nada é possível, aceitam as derrotas,
frustrações como verdades absolutas.
Quando o paciente entra no transe hipnótico ele é capaz de entender o que acontece e
mudar o que for necessário para seu desenvolvimento pessoal.
Trabalhar com a hipnose clínica é possível produzir estímulos e assim mais conexões
neuronais. Irá trabalhar o potencial de cada um de forma individual. A cada sessão realizada o
indivíduo estará consciente do que será trabalhado, todo o processo só ocorrerá com a
permissão do mesmo. O número de sessões é variável, tudo irá depender do tempo clínico de
cada situação. Sempre será respeitada a cultura, crença, estilo de vida de cada um. Precisa
desenvolver uma anamnese para conhecer o atendido. No atendimento será trabalhado o mapa
mental do paciente, e através dessa investigação a técnica será desenvolvida de forma única,
individual. Sempre respeitando os limites de cada um.
O objetivo é manter o foco sempre no atendido, ensinar para ele recursos para que
seja capaz de lidar futuramente com novas situações ou mesmo com situações conhecidas.
Afinal cada pessoa é única e o tempo sempre será diferente.
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FARINRLLA, DR MATTEO; ROS, DR HANA. Neurocomic. Rio de Janeiro. Editora
Darkside, 2013.
DOGDE, NORMAN. O Cérebro que se Transforma.Tradução de Ryta Viangre, 1, ed. Rio
de Janeiro: Record, 2016 (Formato Eletrônico).
Sites:
http://www.brainn.org.br/neurplasticidade-o-cerebro-em-alta-performace
http://psicologia.pt/noticias/ver_noticia.php?codigo=NO01808
http://revistasimplesmente.com.br/neuroplasticidade/
http://actinstitute.org/blog/milton-h-erickson-e-a-confianca-no-inconsciente/