Você está na página 1de 2

Comissão aprova projeto que obriga detetive particular a obter licença na Abin (02'26")

×
Comissão de Indústria e Comércio aprova projeto (PL 2542/07) que
regulamenta a profissão de detetive particular.

Pela proposta, o interessado em exercer a profissão de investigador


particular vai precisar de autorização da Agência Brasileira de Inteligência,
Abin. A autorização deve ser renovada anualmente.

Para obter a licença, o detetive particular deve ser brasileiro, não ter
antecedentes criminais, ter mais de 18 anos e ensino médio concluído.

O projeto exige ainda aprovação em curso de formação de agente,


realizado em estabelecimento autorizado pela Abin; exame de saúde física
e mental e avaliação psicotécnica.

O profissional também deve estar quite com as obrigações eleitorais e


militares.

O autor da proposta, deputado José Genoíno, do PT de São Paulo, destacou


a importância da Abin acompanhar as ações do detetive particular como
forma de garantir a idoneidade de suas ações.

"Porque a atividade de inteligência sem controle ela acaba ferindo direitos e


garantias. Ela acaba colocando em risco a individualidade, a atividade das
pessoas e até do Estado. Portanto, nós achamos que ela é uma atividade
que está posta, ela existe, ela é privada, nós não estamos criando nenhum
embaraço. O que tem que haver é um cadastro, um acompanhamento,
uma fiscalização dessa atividade."

O presidente do Conselho dos Detetives do Brasil, Valmir Battu, é contrário


ao projeto por acreditar que submeter o detetive a cursos e registros na
Abin fere o direito à liberdade do exercício profissional.

Valmir Battu disse ainda que os detetives particulares atuam em casos que
a polícia não tem tradição de investigar, como o desaparecimento de
pessoas.

A profissão já existe há quase 70 anos e obedece legislação de 1961, que


regulamenta as agências de formação desses profissionais.

Segundo Valmir Battu, essa nova proposta é desnecessária para o


desempenho da função de detetive particular que foi definida em portaria
do Ministério do Trabalho em 1977.
"Constitucionalmente, ela é uma profissão livre, é um exercício livre, como
qualquer outro trabalho ou ofício profissional. Mas o detetive profissional
tem a felicidade de ter seu conselho regulamentado e, para isso, nós
elaboramos um estatuto que deveria ser transformado em lei federal que
levaria à regularização total, final do detetive particular."

A proposta será agora analisada pelas Comissões de Trabalho; de Relações


Exteriores; e de Constituição e Justiça.

Se fora aprovada também nessas comissões, não precisa ser apreciada pelo
Plenário.

De Brasília, Karla Alessandra

Você também pode gostar