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© SOCIEDADE BRASILEIRA DE EUBIOSE ®

Edição Janeiro de 2017


© Sociedade Brasileira de Eubiose ®
AULA Nº 01
Capa: quadro Pilgrim in Felsental - Autor: Carl Gustav Carus
Adaptação da capa: Angelina Debesys O GRAU KARUNA OU TERCEIRO GRAU DA INICIAÇÃO
Projeto gráfico e diagramação: Giseli Bedoian

Este documento é parte do Curso Yama da Sociedade


Brasileira de Eubiose, na modalidade EAD, disponível no
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EAD - Karuna - Módulo 1 - Aula Nº 01 EAD - Karuna - Módulo 1 - Aula Nº 01
O GRAU KARUNA OU TERCEIRO GRAU DA INICIAÇÃO O GRAU KARUNA OU TERCEIRO GRAU DA INICIAÇÃO

O GRAU KARUNA OU TERCEIRO GRAU DA INICIAÇÃO que sozinho não conseguirá vencer tão hercúlea proeza, mas sabe
também que possui o direito de aspirar e receber o auxílio de seu Eu
Alcançado o Terceiro Grau do processo iniciático, o discípulo Superior, de seu Âtmâ, seu Deus Interno. Sua gradual readaptação
tem a noção básica da sua natureza e das possibilidades de se está no alinhamento às correntes cósmicas onde está conectada
aproximar cada vez mais do seu Eu Superior, seu Mestre Interno. sua Consciência Superior. Tais correntes procedem de fontes
Seu autoconhecimento tornou-o capaz de reconhecer seus pontos vivas, reais, que agiram sucessivamente para fundar as Cadeias
fracos e seus pontos fortes, pelo menos em sua potencialidade. De do 4º Sistema de Evolução. A Sabedoria dos Iniciados trata essas
forma didática, pode, agora, de modo mais organizado, identificar fontes ou potestades como Maharajas, os “Grandes Senhores”, que
o que deverá merecer mais atenção a fim de se equilibrar ou de se são saudados nas referências que denominamos Pontos Cardeais –
readaptar ao meio onde vive e, porque não dizer, ao meio cósmico, Norte, Sul, Leste, Oeste. Num plano mais objetivo, mais denso
como é anunciada a finalidade do processo eubiótico. do que os daquelas potestades, estão os Kumaras e os Budas-
Aos poucos, desvendando sua esfinge humana, o discípulo estará Síntese para a geração dos Reinos e a garantia do acervo de suas
se tornando apto em criar seu próprio regime de vida ou naturalizando respectivas experiências. Assim, nada se perde na Natureza, e as
procedimentos que, a princípio, demandaram enormes esforços. experiências acumuladas, por exemplo, as do mineral, serviram de
Desse modo, vai substituindo hábitos equivocados por hábitos novos, base para os demais Reinos, como, por exemplo, o fenômeno da
mais coerentes com as teorias e as práticas recomendadas no cristalização que permitiu a natureza humana construir ossos na sua
processo iniciático a que se propôs decididamente assumir. constituição física.
Numa primeira etapa, a recomendação para um autoestudo O resultado dessa sublime mecanogênese, na sucessão
baseado na doutrina dos Temperamentos e dos Humores dá-lhe das 4 Cadeias do 4º Sistema de Evolução, não se limitou apenas
fundamentos para adquirir condições desejáveis de equilíbrio, pelo na modelagem da matéria, mas trouxe à existência inumeráveis
menos no que tange à saúde física, sem a qual o processo iniciático legiões de seres hierarquicamente distribuídos, conforme o grau
fica prejudicado, como fica também a convivência harmônica de complexidade de suas constituições, de suas consciências e
com seus pares. Ao adiantar sua tipologia nos estudos sobre as finalidades. Seus graus de comando consagraram-nos agentes
Skandhas e Nidânas, o discípulo desvenda um acervo mais profundo, operadores consoantes às diretrizes dos Kumaras e demais
conquistando uma segunda etapa na descoberta de si mesmo, de Seres que intermedeiam o manancial da Mente Universal em sua
como funciona e reage impulsionado por forças que operam num nível plasmação no Mundo dos Efeitos.
hiperfísico ou imaterial, digamos, na sua constituição psicomental. A Sabedoria Iniciática das Idades, para a qual, de modo
De posse desses acervos preciosos, tem ele agora um maior grau atualizado, se adotou o título de Eubiose, utiliza os nomes
de percepção de si mesmo e de seus semelhantes. Suas crises sânscritos para apresentar essas hierarquias que surgiram na
relacionais tenderão, consigo e com os outros, a ser minimizadas ordem do desenvolvimento das 4 Cadeias do 4º Sistema. São
se, de modo deliberado, seguir em frente bem-intencionado e sem estas as hierarquias dos Assuras, Agnisvattas, Bharishads e dos
vacilações. Sua Fé no Futuro e suas aspirações nobres agora estão Jivas. Estudar e meditar sobre a existência e a finalidade dessas
dirigidas para a superação de suas pendências kármicas. Sente hierarquias é criar conexões poderosas com as correntes que

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O GRAU KARUNA OU TERCEIRO GRAU DA INICIAÇÃO O GRAU KARUNA OU TERCEIRO GRAU DA INICIAÇÃO

delas emanam para manter organizado o Universo do 4º Sistema a terceira das quatro potestades que expressam as funções do
a caminho do 5º Sistema de Evolução. Nelas estão as fontes de Planetário da Ronda na presente etapa do 4º Sistema de Evolução.
nossas linhagens, mas também as raízes de nossas inclinações ou Sendo assim, podemos dizer que o Planetário da Ronda com o
tendências e a possibilidade de ajustes às pendências atuais e de nome de Akbel exterioriza-se no 4º Globo, ou na Terra, por meio
passadas existências. de estruturas que lhe condicionam agir mais intensamente com o
O Professor Henrique José de Souza ou “Mestre JHS” (como fim de dirigir os destinos humanos. Manu, Yama, Karuna e Astaroth
era conhecido pelos seus discípulos mais adiantados e os preclaros equivalem-se às estruturas física, vital, emocional e intelectual do
Membros da Grande Fraternidade Branca), em 1958, denominou o Grau Planetário da Ronda. Essa quadrilateralidade do Planetário da
que ora se inicia de “Série KARMA”. Ofereceu para o desenvolvimento Ronda, no mundo humano, tem como reflexo a organização e a
desse estágio no processo iniciático um acervo de saberes referentes interação dos poderes que são conhecidos, respectivamente, como
à genealogia humana, além de práticas que visam o aprimoramento do Legislativo, Executivo, Judiciário e Coordenador.
caráter, que só é possível pelo ajuste das pendências kármicas, do rigor Há que se dizer que um Quinto Poder se revela como
moral conforme os preceitos legislados pelos Manus ou Condutores de Moderador por ser responsável pelo movimento harmônico entre os
povos. Neste estágio, já tendo o discípulo conquistado certo domínio demais. Com esse poder, que se denomina, na linguagem iniciática,
de si mesmo, exercitando e desenvolvendo o Poder da Vontade, seja de Chakravarti, o mesmo Divino Rotan dos antigos rosa-cruzes,
pela regularidade de seus estudos, de suas meditações e práticas é que o “cruzeiro mágico” formado pelas 4 citadas expressões do
recomendadas, é chegado o momento para o aprofundamento do Planetário da Ronda toma movimento. Vale lembrar que a “Cruz” é
saber quanto à sua natureza divina, cósmica ou universal. Essa relação o símbolo mais sagrado da Índia antiga, herdado do Jainismo, e que
ou ligação contará com estudos desenvolvidos utilizando-se da Lei de se verifica com o mesmo grau de veneração na tradição dos vários
Analogia formulada por Hermes, o Trismegisto, nos seguintes termos: povos, tanto no Oriente como no Ocidente. A Cruz que gira traz em si
“O que está em cima é como o que está embaixo, para a realização dos um dos mais transcendentes significados. De um trecho do glossário
mistérios do um no vário”. O mito grego de Hércules, com as realizações da obra “Ocultismo e Teosofia” (Laurentus, 3ª edição), extraímos o
que levam o herói a vencer as 12 casas do Zodíaco, é como falar da seguinte: “Swastica – cruz gamada, que assim se denomina por
criatura humana, que, de pétala em pétala do 4º chakra - o Anâhata -, possuir 4 gamas ou braços recurvados, em sentido de movimento.
terá que vencer os obstáculos, as tendências que entravam sua própria De fato, a Swastica aponta e segue o movimento da esquerda para
evolução. a direita, ou da Evolução, que é aquele dos astros em torno do Sol,
da maneira em dar corda numa máquina, abrir uma porta etc... A
A palavra Karuna e suas diversas relações Sowastica, ao contrário, é um autêntico símbolo de involução, pois
o seu movimento é o oposto. Os Jainos e os Budistas da Índia o
Karuna é palavra sânscrita com muitos significados: infeliz, reconhecem como ‘símbolo nefasto, perigoso etc.’”
miserável, digno de lástima etc. No entanto, na linguagem iniciática, Karuna, como expressão do Planetário da Ronda que avalia
essa palavra encobre um significado muito mais transcendente do e julga as realizações humanas, é também denominado Rajah –
que o que se conhece vulgarmente: Karuna é nome para designar Karman. Para acompanhar os feitos de cada criatura humana, conta

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O GRAU KARUNA OU TERCEIRO GRAU DA INICIAÇÃO O GRAU KARUNA OU TERCEIRO GRAU DA INICIAÇÃO

com centenas de milhões de Seres que agem em 4ª dimensão e que Por estar na função de julgar incondicionalmente, o Deus
a tradição iniciática denomina Lipikas. Karuna, por vezes, é representado no fiel da balança, onde
Como Julgador Universal, essa potestade é o terceiro braço ou numa concha está o peso da inteligência e, na outra, o do amor.
haste do Pramantha, termo que se usa para dizer do movimento do A Vedânta, como principal sistema filosófico da Índia, aponta
“cruzeiro mágico”, da “roda da vida”, que exige dos seres humanos três caminhos conhecidos por Jnâna ou Gnâna, Bhakti e Karma.
alcançar o estado de Dhâranâ, mantendo-se atentos, com o Enquanto que, pelo Jnâna, a criatura se realiza pondo em prática
pensamento firme na Lei da Evolução, a fim de que os ajustes cármicos um ensinamento de grande valor, pelo Bhakti, ela se realiza ao agir
os transforme em “defensores da Serpente ou Dragão Celeste”. movido pelo polo do amor em suas várias modalidades. Entretanto,
Dentre os hinos da SBE, existe um que, ao ser cantado na se a criatura pauta sua vida entre um caminho e outro, promovendo
direção do ponto cardeal Leste, enaltece a sagrada função do Deus ajustes necessários ao equilíbrio consigo mesmo e com os seus
Karuna. Sua letra em sânscrito é a seguinte: semelhantes, caminha pela via do Karma, cumprindo seu dever para
com seu aprimoramento, pois que aprende que, em cada ação que
“Pandita Dharma Dhâranâ dela procede, existe um nexo de causa e efeito. Para maior reflexão
Naga Butau Pavana sobre o assunto, analisemos o pensamento expresso, no “Pequeno
Naga Butau Pavana”. Oráculo”, nas seguintes palavras:
A mensagem obtida da tradução do texto desse hino é: “Pouco valor possui quem tem inteligência e nenhum amor;
“Excelsa Lei em Dhâranâ, defensora da Serpente Celeste”. do mesmo modo que muito amor e pouca inteligência. A Lei exige
que as duas conchas da balança estejam no fiel ou em perfeito
Karuna é poder que está também no movimento do Pramantha, equilíbrio.”
como um de seus braços, tal como os da Swastica. “Pramantha” Com o intuito de ilustrar e de fixar esse ensinamento sobre
é palavra sânscrita que, na linguagem iniciática, tem um sentido os três caminhos da Vedânta e suas correlações, apresentamos a
figurado e maior do que o de um simples acessório de paus que seguinte gravura:
os brâmanes utilizavam para que, pela fricção, gerasse o “fogo
sagrado”. Quando a Sabedoria Iniciática refere-se ao Pramantha,
ela diz respeito a um movimento cíclico fundado e renovado nas
manifestações do Bijam dos Avataras, a fim de que, da Face da
Terra, do mundo humano, floresçam novas ordens de Adeptos para
compor as legiões dos Vitoriosos, dos Imortais, dos Andróginos
Perfeitos. Desde a formação da humanidade propriamente dita, na
3ª Raça-Mãe, muitas foram as rodas pramânticas e, portanto, muitos
múltiplos de 777 Adeptos já foram gerados na Mãe-Terra, compondo
a Grande Hierarquia Oculta que trabalha arduamente para remover
os entraves do passado lunar e inspirar as humanas criaturas a
seguirem o caminho do Bom, do Bem e do Belo.

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O GRAU KARUNA OU TERCEIRO GRAU DA INICIAÇÃO O GRAU KARUNA OU TERCEIRO GRAU DA INICIAÇÃO

ORIENTAÇÕES PRÁTICAS PARA O GRAU KARUNA na escolha do ambiente e do horário, seja nas condições físicas
desejáveis e na garantia da mentalização do Globo Azul, pelo menos
O discípulo que ingressa no Grau Karuna tem agora uma por 1 minuto. Para outro período, garantidas as condições mínimas
natureza mais refinada pelas práticas que vêm realizando desde o desejáveis, mesmo fora de casa, o discípulo poderá intensificar seu
Peregrino, sejam elas pelo hábito salutar de seus estudos ou pelas vínculo com o egrégora da Obra no momento em que os Templos da
suas meditações, mentalizações e iogas específicas. Nesta etapa, SBE realizam rito correspondente às 18h (19h no horário de verão),
está pronto para fortalecer, mentalmente, suas conexões, seus canais para tanto, pronunciará o seguinte: “AVE MARIA, HORA DE PAZ
com as fontes poderosas que deram origem à própria Humanidade: E HARMONIA,HORA DE ESPLENDOR E DE GALA, HORA DE
os Pitris ou Pais da Humanidade, os Grandes Instrutores e os futuros AGARTHA E SHAMBALLAH.” Em seguida, o praticante mentaliza
Dirigentes. o Globo Azul e depois diz: “Em comunhão mental e coracional com
No livro “Os Mistérios do Sexo”, de Henrique José de Souza, o nosso Templo, cumpri o meu dever para com Deus na sua Obra,
pode-se ler o seguinte: “O quarto Globo, que é a Terra, já desenvolveu para comigo mesmo, para com todos aqueles que pertencem a essa
três Rondas ou ciclos completos de vida e, portanto, de vidas mesma gloriosa Obra.”
terrenas, segundo a tradicional Doutrina do Oriente, e, ao iniciar sua
quarta Ronda, a atual, já recebeu germes vitais de seu antecessor e Ioga do Grau Karuna
vizinho planeta, a Lua. À frente de tais elementos, uma Humanidade
Celeste, a dos Pitris ou ‘Pais Lunares’, desceu à ‘Ilha Sagrada’ ou A ioga “específica” do Grau Karuna tem relação direta com os
região do Polo Norte da Terra (Polo espiritual e não geográfico), onde estudos que serão destinados aos Pitris ou Pais da Humanidade, a
estabeleceu sua morada em continente paradisíaco, denominado todos os Supremos Instrutores, aos fatos pertinentes da História da
“Ilha Branca” em diferentes teogonias”. Obra e a tudo que já foi motivo de reflexão sobre as pendências do
Além da meditação em temas que aqui estão sugeridos, cabe passado lunar e o esforço de cada um em superar o seu próprio Karma.
lembrar ao discípulo de, à noite, meditar o que fez durante o dia, de A ioga do Karuna conta com saudações proferidas em seis
modo isento de censura, porém tornando-se ciente de seus possíveis direções sendo que, para a movimentação do corpo nos respectivos
deslizes ou de algo que lhe “pese na consciência”, para não mais posicionamentos, se recomenda o giro no sentido horário ou dos
repetir os mesmos erros. Àqueles que realizaram regularmente as ponteiros do relógio (da direita para a esquerda). Uma récita foi
práticas desde o Peregrino, está recomendado manter a prática da oferecida pelo Mestre JHS, a partir do ano de 1958, a fim de que
exteriorização ou do desdobramento consciente antes de dormir, cada um dos discípulos pudesse fixar o propósito da ioga deste Grau
conforme os primeiros passos já apresentados no Grau Yama. e, com isso, mantivesse a determinação em seguir em frente, sem
Quanto à prática respiratória, segue a do compasso quaternário, se vacilações, em prol da sua própria evolução. Apresentamos aqui a
possível, ampliando um pouco mais a duração do tempo destinado referida récita:
a cada uma das fases do ciclo respiratório (inspiração-pausa- “Eu esmago debaixo dos pés todos os meus erros do passado,
expiração-pausa), repetido sem os exageros que acabam por que em Karma se tornaram, para que doravante eu possa palmilhar
resultar incômodos e efeitos indesejáveis. Como já habitual, valem com perfeição, que me é por Lei exigida, o Caminho traçado pela
todos os procedimentos que antecedem a prática das iogas, seja Obra gloriosa a que pertenço. AUM”.

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O GRAU KARUNA OU TERCEIRO GRAU DA INICIAÇÃO O GRAU KARUNA OU TERCEIRO GRAU DA INICIAÇÃO

O roteiro da ioga do Karuna segue abaixo: Nadir - ponto diametralmente oposto ao Zênite - e, ao mesmo tempo
1. O praticante, em pé e de frente para o Norte, pensa nos em que pisa com força no solo, pronuncia com firmeza o texto final
Pais da Humanidade – Pitris Lunares ou Bharishads – e pronuncia da ioga com as seguintes palavras: “Eu esmago debaixo dos pés
com firmeza o seguinte: “Eu, (nome do praticante), como Membro todos os meus erros do passado, que em Karma se tornaram, para
da Obra do Eterno, saúdo os Pitris Bharishads, meus antepassados, que doravante eu possa palmilhar com a perfeição, que me é por
excelsos construtores da Hierarquia Jiva”. Lei exigida, o Caminho traçado pela Obra gloriosa a que pertenço.
AUM”.
2. Dirigindo-se para o Sul, pensa no futuro da evolução da
Mônada, em curso naquela direção, e saúda os Dhyanis-Budas,
que, como Dhyanis Planetários, serão os Dirigentes do 5º Sistema
de Evolução. Com firmeza pronuncia o seguinte: “Eu saúdo os
excelsos Dhyanis, que determinam o caminho das Mônadas, através
do itinerário de IO, em direção ao Quinto Sistema”.
3. Dirigindo-se para o Leste, pensa nos Iluminados que vieram
do Oriente para impulsionar a evolução humana e pronuncia com
firmeza: “Eu saúdo os portadores da tônica da Verdade, que, em
todos os tempos, vieram ao mundo humano para orientar, ensinar e
restabelecer a Lei”.
4. De frente para o Oeste, pensa nos antepassados que
contribuíram para a construção do Ocidente e nos de sua
descendência para a continuidade da evolução da Mônada no
Novo Ciclo. Com firmeza, pronuncia o seguinte: “Eu saúdo os meus
ascendentes e os meus descendentes, pois vitoriosos viverão em
perfeita sintonia com a Era de Aquarius”.
5. Voltando-se para o Norte, o praticante eleva seu pensamento
ao Zênite, mentalizando no céu uma estrela radiosa como expressão
de seu próprio Eu Superior, o Eu Verdadeiro, que a cada dia vai se
tornando mais radiante. Com firmeza, pronuncia o seguinte: “Eu saúdo
meu Deus Interior, meu Mestre Interno. Eu O percebo, a cada dia,
mais radiante e afirmo que tudo faço para sermos uma só Unidade”.
6. Mantendo-se ainda de frente para o Norte, o praticante dirige
sua atenção para baixo dos pés, na direção do infinito, pensa no

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COSMOGÊNESE - 1ª Parte

COSMOGÊNESE

(1ª PARTE)

Neste começo de estudos, daremos continuidade aos


fundamentos da Cosmogênese, com base nos conceitos adquiridos
anteriormente, de um modo mais abrangente.
O Mestre JHS ensinou aos discípulos de seu Colégio Iniciático
que o trabalho da Divindade na Face da Terra começa do plano mais
sutil para o mais denso, num processo de transformação de “vida
AULA Nº 02 energia em vida consciência”. Aprendemos que estão latentes nesse
processo, também no microcosmo e na natureza mais refinada ou
COSMOGÊNESE mais sutil da alma, poderosos recursos à disposição da evolução
(1ª PARTE) humana. Para a garantia do caminho do discípulo do Grau Karuna
cumpre-lhe agir com todos seus esforços para alcançar o equilíbrio,
seja no ajuste de suas pendências, seja no refinamento de seus
costumes, para, desse modo, compreender que os desígnios divinos
correspondem aos seus objetivos de vida, ou seja, não haverá
discrepâncias entre Deus e o discípulo, entre a sua Individualidade
e a sua Personalidade.
No processo iniciático, a percepção de que tudo está conca-
tenado e interligado corresponde ao progresso do desenvolvimento
do mental. Tudo no Universo é unificado, da mesma forma que é
na Obra do Eterno na Face da Terra, Obra dos Deuses, dos Seres
que são Intermediários entre o ilimitado manancial do Cosmos e o
microcosmo que é a criatura humana. “Um por todos, todos por um”
é a regra de uma coletividade interativa em processo de iniciação.
Sendo assim, quando um discípulo não faz sua parte, os demais
deverão atender a essa pendência, visto que a reciprocidade é
um fenômeno natural que exige ajustes para a autorregulação e a
harmonia do conjunto. Sujeito às mesmas Leis, esse conjunto é um
ecossistema cósmico análogo ao da grande Unidade Universal.

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COSMOGÊNESE - 1ª Parte COSMOGÊNESE - 1ª Parte

O discípulo do Karuna é responsável por seu caminho, o própria Vontade posta em ação, segundo um Plano Inteligente
compromisso firmado é com ele próprio; na condição de discípulo, expresso pelas várias Leis Universais e suas modalidades como
seu discernimento o fará perceber como atingir o equilíbrio almejado. Leis Naturais. Para o discípulo atento a esses saberes bastará, por
Seus hábitos estarão no foco de sua atenção, pois que a essa exemplo, perceber a Natureza expressa num jardim para certificar-
altura da iniciação já pôde perceber que, sem mudanças no que for se de que, na conformação das flores, na distribuição dos ramos,
incompatível com o novo acervo de pensamentos e de intenções, na simetria das folhas, nas mudanças sazonais das plantas, existe
seu progresso será minguado, ou mesmo fonte de conflitos sem fim, a regência de enorme variedade de leis, tais como as geométricas,
por falta de decisões que definam um reto caminho. Fazendo parte químicas, físicas, biológicas, meteorológicas etc.
de um grupo que progride em grau de reciprocidade, cabe a ele a Cada Universo é finito (tem começo, meio e fim) e tem uma
maior atenção possível quanto à qualidade de seus pensamentos, meta a ser atingida, ou seja, um “quantum” de trabalho a desenvolver
sentimentos e atitudes e mesmo quanto à qualidade de sua saúde na imensa tarefa evolutiva ou na transformação de “vida energia em
física, do equilíbrio de seu temperamento, em respeito à sua própria vida consciência”.
natureza. Essa atenção especial, que dentre outras caracteriza o Sendo algo manifestado, o Universo - o verso do que é uno -,
discípulo, está sintetizada na expressão “Vigilância dos Sentidos”. dentre muitas características, tem a multiplicidade e a mutabilidade
para a maior diversificação e coleta de experiências possíveis nas
A MANIFESTAÇÃO DA DIVINDADE suas fases de atividade (Manvantaras) pausadas por curtos ou longos
períodos de repouso (Pralayas). “Manvantara” ou “Manwantara”,
Quando estudamos a Cosmogênese, consideramos a teoria em sânscrito, é também Manu-antara para dizer que é um período
de que antes da Divindade se manifestar ela existia como Essência entre dois Manus, um que funda ou “semeia” e outro que “colhe”
Absoluta e Indiferenciada, como Causa e Fim de todas as coisas, as experiências de um ciclo; portanto, é expressão que pode ser
como Eterna e Infinita. Quando abordamos os vários capítulos usada para pequenos ou grandes períodos de atividade alternados
da Cosmogênese, refletimos sobre as etapas e os resultados da pelos correspondentes Pralayas que ocorrem num Sistema de
manifestação de algo que era imanifestado - que ainda não era em Evolução ou na vida de um Universo. Na linguagem esotérica do
atributos e formas -, para algo infinitamente diferenciado atendendo Oriente, diz que um “Kalpa” ou “um Dia de Brahmâ” é composto por
à Vontade de Ser. 14 Manvantaras, um período maior que 4 bilhões de anos, ou mil
A palavra “Deus”, para os ocidentais, refere-se a essa mahâyugas, isto é, a duração de um Universo, ou dos vários que
Consciência Una, Primordial e Ativa cujos atributos são: Vontade, serão criados como se interpreta no “Bhagavad-Gîtâ”: “Ao fim de
Amor-Sabedoria e Atividade. Deus é o próprio Arquiteto do Cosmos, um Kalpa, todos os seres desaparecem em minha natureza material
em outras palavras, o Universo é sua obra e Ele está em tudo como e de mim emanam outra vez, ao se iniciar um novo Kalpa”. Para o
Essência, Potência e Presença. Nas mais insignificantes partículas cômputo bramânico, ao se falar da manifestação da Divindade, para
dos átomos, nos seres dos vários Reinos e Hierarquias, nas forças a realização dos Sete Universos ou Sistemas de Evolução, estima-
da Natureza e nas Mônadas, está presente a Divindade em seus se em mais de 330 trilhões de anos, um Mahâkalpa, duração da
atributos para garantir a manifestação. A Lei da Evolução é sua “Vida de Brahmâ”. Os Sete Sistemas de Evolução compõem o que

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COSMOGÊNESE - 1ª Parte COSMOGÊNESE - 1ª Parte

se denomina na linguagem esotérica de “Oitavo Sistema”, porém Era de Aquarius, hoje, na linguagem esotérica, conhecida como
“do Sol” ou “Logos Criador”, “do Sol Oculto”, “a Suprema Unidade”, “Ciência dos Tatwas”.
que se manifesta como “Uno-Trino”, fonte de onde tudo emana e
para onde tudo retornará enriquecido de experiências distintas. Sete
Dirigentes Dele emanam, cada um responsável por um Sistema COSMOGÊNESE
de Evolução; são os primeiros e mais elevados Seres originados
Gênese / Genesis (grego) = origem / criação / geração
do Sol Central ou Oculto, pelo poder de sua própria Vontade, são
os mesmos que se encontram citados nas “Estâncias de Dzyan” Cosmo / Kosmos (grego) = o Universo
como os Sete Dhyân-Chohâns, os Sete Luzeiros do esoterismo
COSMOGÊNESE = CRIAÇÃO / ORIGEM DO UNIVERSO
ocidental, os Sete Arcanjos do cristianismo, os Maha-Rishis dos
hindus, os Grandes Senhores etc. Na simbologia esotérica, são UNIVERSO = tudo que existe (visível ou invisível)
eles apresentados como Sete Planetas Sagrados, invisíveis aos UNIVERSO
VERSO DO
UNO
olhos dos mortais, cujos nomes adotados são: “Sol, Lua, Marte,
multiplicidade unidade
Mercúrio, Júpiter, Vênus e Saturno”. A origem deles, conforme os
temporalidade eternidade
textos sagrados de “Dzyan”, está assim sintetizada: “Do Uno-Trino
surgiram os sete Autogerados”. Cabe dizer que são eles os únicos mutabilidade imutabilidade
capazes de transitar no ilimitado manancial da Substância que finito infinito
para nós não passa de uma abstração apenas, inefável, indizível.
As divinas inteligências dos Sete Luzeiros dão como resultado o
Verbo manifestado, a Mente do Universo e sua Lei imutável. Por SUBSTÂNCIA
suas tônicas recebem os nomes de Ishvaras, são os Sete Raios
de Luz do Sol Espiritual ou Oculto, o Surya dos orientais. Cada dia Do ponto de vista esotérico, um conceito fundamental para o
da semana está sob a égide de um desses planetas sagrados, isto entendimento da Cosmogênese que merece ser abordado é o de
é, em cada dia da semana vibra com mais intensidade o tatwa que SUBSTÂNCIA.
dele emana do plano invisível onde se encontra para o nosso plano Do ponto de vista etimológico, “Substância” é palavra de
físico denso. Daí se dizer que, se a quinta-feira é regida por Júpiter, origem latina que vem de “substare”, donde, sub-stare ou estar sob;
das 05h50min às 06h50min (06h50min às 05h50min no horário de no caso, o que está na raiz, o que é origem e sustentação de tudo.
verão), vibrará com grande intensidade o Âdi-tatwa e, após os demais Para nossos estudos, Substância é a base da manifestação
tatwas terem vibrado na sequência das horas seguintes, retornará dos Universos; a causa sem causa do Espírito e da Matéria; é algo
o tatwa do dia em seu esplendor, estabelecendo a sua qualidade, que não tem princípio nem fim; que não tem passado, presente ou
influenciando não só no comportamento da Natureza como no de futuro; que transcende o tempo como única realidade incontingente.
suas criaturas, inclusive no dos seres humanos. Trata-se de uma É aquilo a que Espinosa chamou “Causa sui”, isto é, “causa de si
abordagem primorosa dos Tatwas, certamente a ser explorada na mesmo”, “causa sem causa”, pois é um absurdo lógico a ideia de que

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COSMOGÊNESE - 1ª Parte COSMOGÊNESE - 1ª Parte

os mundos possam ter tido ou vir a ter princípio sem se apoiarem resultante seja mais vitalizada. Do mesmo modo a Fonte para onde
numa realidade substancial ilimitada e eterna. Espinosa foi, com volve se enriqueçe com a Experiência da viagem ou peregrinação do
efeito, o único filósofo ocidental que, com seu substancialismo, Átomo. A sua História é igual à do Universo. Pode-se nela descobrir
expressou o conceito esotérico. Substância é, portanto, um analogias com o próprio percurso da Mônada (...). Ademais, no
princípio onipotente, eterno, sem limites e imutável, sobre o qual Átomo, está escrita a genealogia do Logos... das estrelas e das
todo o entendimento é impossível, porque transcende o poder de poderosas Hierarquias (...)”.
concepção humana. Segundo a obra o “Mandukya Upanishad”, a Na tradição oriental, “Tat” é palavra que se correlaciona com a
Substância é inconcebível, algo que não conseguiremos exprimir inefável Substância ou algo anterior a tudo quanto é manifestado e
por palavras. condicionado e em que tudo se transformará novamente enriquecida
Frequentemente observamos que as palavras “Substância” e em grau de Experiência e Consciência. Tat é a raiz sem raiz de tudo
“Matéria” são tomadas como sinônimos, mas, para nossos estudos, quanto foi, é e há de ser. Dentre os vários termos que tentam explicá-
reservemos para o termo “Matéria” tudo que pode ser objeto de la, citemos: o Espaço, a Vida - Una, o Absoluto, a Duração, a Eterna
percepção, mesmo porque é da polarização da Substância que Presença, o Grande Hálito, a Substância Primordial, Svayambuva,
resultarão a Matéria e, seu oposto, o Espírito, o que em sânscrito, ou Aquilo que existe por si mesmo, o Todo, o Ain-Suph, o Tudo-Nada
respectivamente, são: Prakriti e Purusha. Quanto a esses dois dos cabalistas, o Zero ou ausência de qualidade.
aspectos da Substância, é dito que, apesar deles serem a mesma O que se denomina correntemente “Deus” não deve ser
coisa em essência, evoluem em direções opostas, “descendo” confundido com o equivalente da palavra sânscrita “Parabrahman”
o Espírito na Matéria e esta, animada por aquele, ascendendo (Parabrahm) a qual existe para dizer de um estado semelhante ao
iluminada à condição original. Se quisermos pensar que até nas que já descrevemos sobre a Substância. Literalmente, a referida
mínimas partículas da Matéria, em seu estado mais denso no plano palavra sânscrita pode ser interpretada como “superior a Brahmâ”,
físico, constata-se essa trajetória evolucional, consideremos alguns digamos, algo além de Brahmâ ou que o antecede como Realidade
textos do artigo “A energia atômica”, de autoria de Henrique José Única, Causa sem Causa do Universo, o único Todo Absoluto;
de Souza (revista Dhâranâ, 86, 1935), como seguem: “Quanto ao Supremo como Causa, e não como Efeito; Princípio Inconcebível
Átomo, descendo ele ao meio mais denso e conhecido elemento, e Inefável etc. Tal como acontece na Substância, em Parabrahman
a forma parece incapaz de o manter cativo... e começa por também estão latentes o Espírito e a Matéria ou aspectos do Ser
desintegrar-se. Inicia então sua viagem ascensional (...). Graças a condicionado; aspectos que são objetivos quando conseguimos
essa desintegração, se torna cada vez mais ligeiro, funcionando em identificá-los com nossos limitados sentidos, ou subjetivos quando
diversos elementos, em sua evolução para cima (...). Terminada a só perceptíveis pelos poderes mais elevados da Consciência de um
viagem, o átomo volve à sua Fonte ou Origem (...), mas, segundo Adepto ou Ser mais elevado em grau de espiritualidade. Deus tem
parece, um pouco diferente de como era quando emergiu por vez algo além de si, isto é, a Substância que Ele mesmo como Uno-Trino
primeira (...). A precisão e inteligência, desenvolvidas em semelhante e suas divinas emanações, seus Sete Luzeiros e suas Hierarquias,
trajetória, acusam uma Consciência que se há de enriquecer, transformam-na em Universo para o qual é a Lei Única e Verdadeira.
totalmente, com a Experiência. É, ainda, lógico supor que a energia Pode-se dizer que há uma realidade substancial eterna que,

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COSMOGÊNESE - 1ª Parte COSMOGÊNESE - 1ª Parte

obedecendo a uma lei cíclica, se diferencia em Espírito e Matéria, ou Quer isto significar - diz os comentários -, que, na sua primeira
seja, falando em termos simbólicos, nos polos positivo e negativo da diferenciação, a Vida-Una se apresenta, à visão espiritual de um
manifestação. A Substância Primordial ao se polarizar, por Vontade Adepto, como uma substância espiritual consciente, como um fluído
de Ser, transforma-se, condiciona-se, limita-se, passa a ter atributos. espiritual incolor, como uma grande realidade, subjetiva e objetiva
Portanto, tudo que é perceptível só o é quando apresentado algo ao mesmo tempo”.
que lhe é oposto. Assim, luz e treva, Espírito e Matéria, inércia e Todos somos uma manifestação dessa Única Realidade, dessa
movimento, enfim, tudo que se percebe por ser polar é substantivo Vida-Una, embora não a percebamos em sua prístina pureza. Ela é
usado para exprimir maneiras de Ser, atributos ou qualidades Aquilo que separa um sistema de outro sistema solar no firmamento.
da Substância Eterna que só se podem fundir ou desaparecer Eis o motivo por que o ser humano comum reconhece não conseguir
quando cessa o ciclo de atividade – Manvantara – e se estabelece ver nada entre as estrelas, senão admitir uma abstração a que os
o ciclo de dissolução das coisas, no repouso ou Pralaya. Fala-se antigos denominaram “éter”.
em Pralayas de repouso parcial ou total do Universo, sendo que, Essa Substância que ocupa tudo - pois não há o espaço de
nesse último, os estados diferenciados da Substância, seus vários um dedo, no Cosmo, que ela não encha -, essa Substância que é
Mundos, as criações e os próprios deuses se extinguem. Espírito a plenitude, não deve ser confundida com a matéria-cósmica que
e Matéria dissolvem-se, sem qualidades ou atributos, no Princípio forma os astros visíveis, dentre eles os planetas propriamente ditos.
Supremo e Inefável. O Grande Pralaya ocorre ao final dos Sistemas Os sistemas solares e as galáxias são condensações desse plenum
de Evolução. Terminada a “Vida de Brahmâ” (Mahâkalpa), seus substancial, como que ilhas inumeráveis no espaço sem fim. Só a
dias foram os Kalpas, alternando ciclos de atividade (Manvantaras) Substância primordial liga os mundos entre si. Ela é intransitável para
e de repouso relativo (Pralayas parciais) quando os Mundos e as todos os seres que não tenham atingido o estado de consciência
existências permaneceram em estado latente de inação, como dos Dhyân-Chohâns, os Espíritos Planetários, os únicos que se
que adormecidos, para o despertar na aurora de um outro “Dia põem a navegar livremente no que se pode chamar de “Oceano
de Brahmâ”, ressurgindo os Globos, reconstruídos de modo mais da Eternidade”. Oceano sem Praias, Mar de Absoluta Serenidade,
aperfeiçoado para atender à Vontade de Ser num grau maior de manancial das águas genésicas das várias teogonias são algumas
evolução. “Laya” é termo sânscrito para dizer da situação em das expressões que se tenta dar também ao conceito de Substância.
que tudo está dissolvido, portanto, em que tudo se acha de modo Um Ser de elevadíssimo grau de espiritualidade, consciente no
homogêneo, indiferenciado, incapaz de operar. plano mental superior, tal como foi Ramakrishna, quando entra em
Vejamos, a propósito, os comentários de um Adepto, sobre estado de samadhi, perdendo totalmente a noção de individualidade,
textos da obra “Estâncias de Dzyan”, como seguem: “A existência sem se distinguir do TODO ou fundindo-se à existência total, tem
inicial, no primeiro crepúsculo do Maha-manvantara (depois do como primeira impressão que está num oceano gigantesco e
Maha-pralaya que se segue a cada Idade de Brahmâ), é uma inefável, no qual imergiu por uma enorme onda que se precipitou
qualidade espiritual consciente (...). Difunde-se, ao sair de Laya, sobre ele, fazendo-o desaparecer, então, na bem-aventurança do
através do infinito, como um fluído espiritual incolor. Acha-se Não-Ser, na Suprema Felicidade que, para o Adepto, não é uma
no sétimo plano e no sétimo estado do nosso mundo planetário. hipótese ou abstração morta, mas uma realidade ou, precisamente,

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COSMOGÊNESE - 1ª Parte

a Única Realidade, a Substância.


A fim de consolidar esses conceitos, transcrevamos alguns
trechos das cartas de um Adepto Kut-Humi: “Recordemos que
os Espíritos Planetários Superiores atravessam o véu da matéria
cósmica e se encontram, relativamente ao mundo transcósmico, na
mesma situação que nos encontramos, envolvidos pelo véu grosseiro
do mundo físico. Conforme o asseguram os Espíritos Planetários
Superiores, a Mente Infinita só lhes mostra a Eles, como a nós, as
palpitações inconscientes e regulares do eterno e universal pulsar
da natureza nas miríades de mundos, tanto por dentro, como por
fora, do véu primitivo do Sistema. Quanto ao que está ao nosso
alcance por dentro do véu, na espessa fronteira, na borda mesma AULA Nº 03
do véu cósmico, sabemos, por experiência pessoal, que o que ficou
dito é verdade. O que há além, entretanto, só o conhecemos através
das informações que nos proporcionam os Espíritos Planetários e o
COSMOGÊNESE
nosso bendito Senhor Buda”. (2ª PARTE)
Este trecho é de importância fundamental para o entendimento
do conhecimento esotérico de Substância, que se manifesta dentro
ou fora dos sistemas solares, segundo as palavras do Kut-Humi,
como as regulares e inconscientes palpitações do eterno e universal
pulso da natureza. Vemos, portanto, que mesmo os Dhyân-Chohâns,
os Luzeiros, os únicos capazes dessas viagens transcósmicas, são
seres organizados e finitos, para quem a Substância infinita é algo
inconsciente e indizível. Com efeito, a Substância eterna não é um
Ser, mas, precisamente, o Não-Ser, a causa sem causa de todos os
seres, a começar pelos Espíritos Planetários Superiores, os Logoi,
os Elohim, enfim, os Luzeiros.

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COSMOGÊNESE - 2ª Parte COSMOGÊNESE - 2ª Parte

COSMOGÊNESE até que chega o derradeiro momento da morte, o Grande Pralaya


em que todas as formas desintegram-se, como acontece na morte
(2ª PARTE)
da criatura humana, os veículos ou corpos que constituem a sua
personalidade e que, como os novos Globos de um outro Universo,
CORRELAÇÕES PRELIMINARES
encarnará a Mônada construindo novos corpos de uma outra alma.
À guisa de ilustração, cabe lembrar que, na Face da Terra,
Na Ioga do Grau Karuna, existe uma representação das
deveria ter a criatura humana um regime de 12 horas de sono em
poderosas correlações do Dirigente de um Sistema de Evolução,
relação a 12 horas de vigília para que seja máxima a oportunidade para
seja como um Logoi, um Luzeiro, seja como uma de suas expressões
realizar e colher resultados de suas experiências, particularmente
quando conduzindo uma de suas 7 Cadeias ou um de seus 49
no Mundo Físico. Essa proporção entre as horas de sono e de vigília
Globos. Para a sua representação na ioga, há de se considerar a
varia nos outros três Mundos que compõem o nosso Globo e que
confluência dos valores dos quadrantes representados no símbolo
são conhecidos com os nomes de Badagas, Duat e Agartha. No
do 3º Logos ou 3º Trono. Enquanto que os quadrantes são as
Mundo Humano, na Face da Terra, as 8 horas de sono da criatura,
referências dos 4 Pontos Cardeais, num plano horizontal, uma linha
entretanto, não resultarão num estado de inação completa, visto que
vertical, cruzando-o perpendicularmente, é como um tubo cósmico
seu Ser Psíquico terá sonhos ou vivências em outros planos, em
cujos pontos diametralmente opostos são os Zênite e Nadir.
outras dimensões em que espaço e tempo são condições diferentes
A regularidade dessa prática auxiliará ao discípulo fixar o acervo
das que os mortais vivem em suas vigílias.
de ensinamentos iniciáticos sobre os quais vem meditando de modo a
vivenciá-los e buscar seu equilíbrio. Seu progresso rumo à finalidade
FORÇAS E QUALIDADES DA MATÉRIA
da Eubiose não é simplesmente o de interagir harmonicamente com
o meio ou a Natureza mais próxima, mas com todo o meio cósmico
Sem o concurso das Forças e as qualidades da Matéria, fica
ao qual todas as criaturas pertencem e estão regidas pelas mesmas
impossibilitada a plena Manifestação da Divindade e a construção
e inelutáveis Leis Universais. Seus períodos diurnos e noturnos, os
de sua Obra. Todos esses recursos estão latentes na Substância,
estados de vigília e de sono, não serão os mesmos; doravante o
aguardando o despertar pela Vontade de Ser que nela também
discípulo com esses ensinamentos postos em prática ou meditados
dormita.
possibilitarão vivências e experiências intensamente vividas, como o
Os ciclos da atividade cósmica dependerão da operação das
Macrocosmo que se desenvolve entre Manvantaras e Pralayas até a
Forças com funções de construir, destruir e equilibrar, a bem dizer,
conclusão da divina obra do Deus Único e Verdadeiro. Cada manhã,
forças centrípetas, centrífugas e equilibrantes. São condicionantes
em que o discípulo acorda, é como a resplandecente alvorada em
para a atuação delas as qualidades que caracterizam a Matéria,
que o Cosmos, despertando do seu Pralaya, inicia um novo ciclo de
como polo oposto ao Espírito. Podemos dizer que a Matéria
atividades, um novo ciclo manvantárico.
classificada em três qualidades – Satwa, Rajas e Tamas - comporta-
Considerando o sono como uma “pequena morte” e o despertar
se diferentemente em suas múltiplas existências. Grosso modo,
como início de um novo ciclo de atividades, de um novo dia de
a qualidade de Satwa é seu poder de equilíbrio; a de Rajas, o de
existência humana, assim também são as “Noites e Dias de Brahmâ”,
aceleração; e a de Tamas, o de resistir, frear, obstaculizar. Tomando,
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por exemplo, o coração humano, sabemos que, em estado normal, da gravitação universal até que uma força de maior destaque - a
ele realiza 60 batimentos por minuto, no entanto, se tender a que se denomina, em língua tibetana, de “Fohat”, em suas diversas
acelerar-se, haverá uma resistência ou um freio que reduzirá sua modalidades - definisse as formas, obediente aos arquétipos da
pulsação, tendendo a reduzi-la ao máximo. Porém, essa redução Mente Universal. “Fohat” que, no plano Espiritual é algo abstrato, no
máxima não pode chegar a zero, com o risco de morte, e para que plano Material, mais denso pode ser observado como um sistema
isso não ocorra é que a qualidade equilibrante de Satwa se expressa de forças que dele derivaram e que conhecemos como eletricidade,
e mantém o curso natural e equilibrado de suas funções. magnetismo, gravitação, afinidade, som, luz, calor. Por ser força
A predominância de uma das três Gunas ou qualidades da ativa originada da Vida-Una, da Substância, é o principio poderoso
Matéria revela a manifestação tríplice da Divindade, do Uno-Trino, capaz de eletrizar e animar cada átomo ou a menor unidade de cada
e não está restrita apenas nos indivíduos, mas também nas suas plano da Matéria, ou Mundo correspondente a cada um dos 7 planos
coletividades, nas Nações, nas Ciências, nas Artes, como na da Consciência. “Fohat” é assim conhecido como o laço misterioso
Música etc. Sobre esse pensamento, segue texto do artigo “O que é que une Espírito e Matéria para que, dessa trama, as ideias do
Intuição” (revista Dhâranâ, Henrique José de Souza, nº 87/88, 1936): Pensamento Divino sejam impressos na Substância, atendendo
“Quando é a condição Tamásica (o Encarnado) que predomina em a Vontade do Logos, gerando, tanto nos planos subjetivos quanto
uma nação, isto é, por dois terços de seus habitantes encontrarem- nos planos concretos, os impulsos que, pelo poder do Ritmo, com o
se sob o influxo das paixões inferiores, tal povo torna-se covarde e tempo, se tornam Leis.
indiferente às coisas do Espírito (...). Quando se trata da condição
Rajásica (o Azul), predomina o espírito religioso, porém, sob a mais O SOL VISÍVEL COMO FONTE DE ENERGIAS
baixa manifestação, que é a de fanatismo e da superstição, porquanto
Rajas nunca se manifesta só, mas acompanhado de Tamas (...). As principais fontes de energia dos sistemas planetários e
Quando é, finalmente, Sattva (o Amarelo) que predomina (o qual das galáxias são reconhecidamente identificadas como sóis. É dito
atrai os dois primeiros para que se dê o equilíbrio perfeito entre as correntemente que, do sol do nosso sistema planetário, surgem
3 qualidades de Matéria), outorga aos povos a concórdia, o mútuo emanações como luz e calor, sem o que não estabeleceria a vida no
entendimento, generosidade e o acerto por parte dos governos que globo terrestre. Todavia, para os estudos iniciáticos, é bom destacar
se fazem eleitos e amigos do povo. Dirigentes e dirigidos formam que a principal emanação para a sustentação da vida terrestre é
uma Harmonia Perfeita, semelhante à vivida pelos gregos da época a energia vital, o prana dos hindus. O prana emanado pelo nosso
anfictiônica e dos egípcios, nos seus belos tempos.” sol acumula-se no ar atmosférico, particularmente nos átomos do
Voltando a tratar das forças construtivas do Universo, oxigênio, o que faz da função respiratória tão importante para a
lembramos que, nos primeiros versículos do Gênesis, se encontra preservação da vida. Os países mais iluminados ou banhados pela
a seguinte frase: “No princípio, Deus criou os Céus e a Terra”, em luz solar, especialmente nas regiões mais próximas da linha do
outras palavras podemos dizer que a Divindade Manifestada criou a Equador, são privilegiados nesse sentido, pois que recebem mais
Matéria e o Espírito, aspectos que existiam latentes na Substância. prana nos seus períodos diurnos e nas estações mais ensolaradas
A Matéria informe e homogênea passou a ser operada pelas forças do ano. No processo de iniciação, é recomendado que o discípulo crie

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como hábito diário a prática respiratória em compasso quaternário – passiva externamente, mas vibrante internamente –, moldando
não só para progredir em quietude mental ou no controle dos as formas materiais mais sutis (pensamentos), progredindo em
pensamentos, mas para usufruir do prana, esse recurso natural, densidade (centros etéreos, campos magnéticos e elétricos), até
vitalizador e gerador do magnetismo humano. chegar ao plano físico mais objetivo, dando lugar a formas dos seres
No livro “Os Mistérios do Sexo”, Henrique José de Souza, que vemos na Natureza (astros, animais, plantas, pedras)...”
comentando sobre a ação do Sol sobre a Terra, revela as palavras
de um Adepto da linha dos Kut–Humpas, conforme segue o texto: “O OS QUATRO SÓIS CABALÍSTICOS - EXCELSO METABOLISMO
Sol visível não é, absolutamente, o astro central do nosso pequeno
universo, mas apenas seu véu ou imagem refletida. O Sol invisível Façamos agora um resumo sobre os citados sóis, assunto que
é, nós sabemos, composto de algo sem nome para a linguagem exigiria muitas páginas para abordar suas naturezas e funções na
humana, não podendo, pois, ser comparado a nenhum dos construção, manutenção e renovação do Cosmos.
elementos conhecidos da ciência oficial. (...) O Sol não é um globo Classifiquemos essas prodigiosas fontes de Vida como
sólido, líquido ou mesmo gasoso, mas enorme esfera de energia sóis cabalísticos em virtude de pertencerem ao acervo velado da
eletromagnética, como reserva da vida e dos movimentos universais, Sabedoria Iniciática ainda incompreendido pelo rigor da mente
cujas pulsações se irradiam em todos os sentidos, nutrindo, com o concreta limitada às observações incompletas e fragmentárias dos
mesmo alimento, desde o menor dos átomos ao maior dos gênios, clássicos cinco sentidos.
até o fim da Maha–Yuga (grande idade ou ciclo de 4.320.000 anos).” Esse conhecimento parte de que um Sol Oculto emana forças
Esse texto corrobora a reflexão que vem sendo proposta até agora, ou energias que serão transmutadas por outros três sóis, a saber: o
isto é, pode-se dizer que um Sol Oculto, invisível, manancial de Sol Equatorial, o Sol Físico, o Sol Interno. Há uma interação entre os 4
Substância ou Vida-Una, é o nascedouro verdadeiro das energias Sóis, um depende do outro para garantir os ciclos da atividade cósmica.
que se acumulam no nosso sol visível. A eletricidade e o magnetismo O Plano do Eterno é perfeito, a derrapagem pode acontecer
são particularidades de Fohat que, ao partir daquela esfera invisível na execução das tarefas, particularmente pelos agentes ou seres
e divina, como fazem outras duas energias primordiais –Kundalini do 3º Trono cujos Superintendentes, os que compõem a Ideação
e Prana –, penetra no plano Material para cumprir a prodigiosa Cósmica, são os Excelsos Sete Luzeiros do Candelabro Divino,
finalidade de Princípio Criador. Fohat e Kundalini como “Pai-Mãe os Sete Autogerados surgidos do Uno-Trino, que nem sempre são
Cósmicos” do Universo, Prana como nutriente imprescindível para o compreendidos e seguidos. Mesmo que surjam falhas na edificação
Universo criado. da Obra do Universo, o Plano da Divindade continua em seu
Quanto às energias da natureza do nosso sol visível e aos desiderato, muitas vezes tendo que fazer saque contra o futuro para
de outros sóis físicos espalhados na Via Láctea, pensemos no que ajustar e adiantar os passos da marcha triunfal da Evolução.
escreveu Eduardo Alfonso, em sua obra “La Religión de la Naturaleza”:
“Essas vibrações que constituem a Vida Universal, ao emanar Passemos agora a um pequeno estudo sobre os 4 Sóis.
em forma de forças espirituais e mentais (Fohat), condensadas e
transmutadas pelos sóis, arrastam em suas linhas de força a matéria

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a) Sol Oculto - Surya É do ambiente celestial da metade superior do Segundo Trono


que saem, ciclicamente, as legiões de Matradevas descendo ao 3º
Está representado na Estrela Polar. Surya é uma Trono, precisamente à Shamballah do Globo Terrestre, para levar
usina geradora de energia primordial. Engloba o aos Manasaputras o novo esquema a realizar no Plano do Grande
passado e projeta o futuro. Não se define seu local Arquiteto. Os Matradevas constituem a Consciência dos futuros
no espaço sideral porque está em outra dimensão. Maha-Rajas.
É o centro de todas as Galáxias com seus bilhões
Nas antigas teogonias, vamos encontrar os nomes de Ashim,
de sóis. Tem as qualidades do que se denomina
Isis ou Saturno, intimamente relacionados com o Sol Equatorial.
“Supremo Arquiteto do Universo”.

c) Sol Visível
Dizemos que Surya é o Sol Oculto que está em relação com o
Primeiro Trono, Primeiro Logos. É constituído de uma qualidade de Trata-se esse astro como um conglomerado de
matéria denominada Satwa. Nele está a Substância como “Causa energias eletromagnéticas resultantes de Fohat. Além
das Causas”. Embora sendo sempre o futuro, engloba o passado e disso, acumula e emana Prana, caracterizando-o
se expressa em forma vivente nas Hierarquias. como um centro de vitalidade gravitando em torno
Akbel, Osíris, Júpiter são nomes que as tradições mais da estrela Sírius.
civilizadas relacionaram a esse Sol. É o Sol em atividade que ocupa um dos focos de
uma elipse, na qual se movem e giram os planetas
que conhecemos.
b) Sol Equatorial - Sírius
Está em relação como Terceiro Trono, ou Terceiro Logos. A
qualidade da matéria predominante é Tamas.
No Universo físico, é o ponto de apoio do Sol Oculto.
É identificado como estrela Sírius, usina de força As tradições de cunho esotérico relacionam esse Sol com os
que projeta Fohat recebida do Sol Oculto para um nomes de Beloi, Hórus ou Mercúrio.
Sol no interior da Terra. Sua simbologia descreve-o Ocupando um dos focos da elipse, acumulador e distribuidor
como “Narinas e boca do Homem Cósmico” por de Prana e as modalidades de Fohat, esse Sol, naturalmente, será
onde se processa o Hálito Divino e o Verbo Solar extinto depois de cumprida a função de sustentar a evolução de
como princípio de vida. um Globo, como é o do nosso caso, na 4ª Cadeia do 4º Sistema.
Para que não haja descontinuidade no Sistema, um outro Sol,
Está em relação com o Segundo Trono ou Segundo Logos. A invisível – um “Sol negro” -, ocupando o outro foco da elipse, como
qualidade de sua matéria é a guna conhecida como Rajas. um conglomerado de fluido etérico, vai acumulando caracteres que
serão expressos em futuros planetas, em torno de um sol de um

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novo Universo. Cabe dizer que, nesse “Sol negro”- invisível-, estarão A TERRA:
recolhidos os elementos incompletos do anterior, que não foram
totalmente realizados, para que tenham oportunidade de completar Sendo a Terra o planeta que, na atual Cadeia, funciona como
o curso evolucionário para o qual foram projetados. 4º Globo, tem em si o que mais representa o plano Arquetipal da
Evolução do 4º Sistema. Nela, estão todas as Hierarquias, os
Kumaras, os Dhyanis, os Manasaputras e, ciclicamente, grandes
d) Sol Interno legiões de Matradevas.
Nosso Globo não é apenas constituído de matéria atômica
densa, mas possui em seu interior mundos hiperfísicos adequados à
Este Sol do interior da Terra recebe energia vida de Seres de natureza mais sutil dos que a dos mortais humanos.
transformada do Sol Equatorial. Em contrapartida, Aqui segue, em resumo, como esses mundos coexistem,
emite a energia de Kundalini, pelo Tubo Cósmico,
em direção ao Sol Equatorial, carregada de valores considerando a Face da Terra como o primeiro deles, ponto de
representativos do que já foi realizado na Face da partida para os demais no interior do planeta.
Terra. Desse mecanismo, forma-se a base para a De acordo com a Sabedoria dos Iniciados, na Face da Terra,
futura evolução a realizar-se no ciclo imediato na estão configurados os continentes que, em Cadeia anterior à nossa,
Face da Terra. foram planetas de outro sol. No livro “Os Mistérios do Sexo”, de
Em seu ambiente, em Shamballah, os Seres, em Henrique José de Souza, há um texto que diz: “A Terra é, pois,
estados hiperfísicos, estão num estado especial
de sono que para nós entendemos como sendo de constituída pela reunião, no mesmo Globo, de alguns continentes
“24 horas”, continuamente. que foram outrora satélites de outro Sol. Assim, do mesmo modo que
um Sol Negro se ilumina e um Sol branco se extingue, na Terra um
continente se torna solar e dirigente dos demais.” Esse ensinamento
corrobora a máxima do Ex Occidente Lux (Eis a Luz do Ocidente) em
substituição ao Ex Oriente Lux, sinalizando o Continente Americano
A luminosidade da Terra é um fenômeno que exige conhecimento
como expoente solar no planeta, o lado luminoso da Terra, com
de enorme complexidade a começar pelo entendimento que se faz,
as mais favoráveis condições para um novo surto civilizatório e
na linguagem oculta, de que a luz que ilumina a Terra depende muito
condução dos demais povos do planeta que, pouco a pouco, vão
mais do seu Sol Interno do que do Sol físico ou externo.
vendo esgotadas suas etapas evolutivas sob a máquina implacável
Dá-se o nome de Shamballah à cidade síntese da Agartha,
do Destruens, seja de qual modo queira ser interpretada. Fato é que
onde se esplende o Sol Interno, por ser o espelho do Absoluto.
o mecanismo cósmico da sucessão evolucionária garante, pela Lei
Shamballah é como um verdadeiro Céu no interior da Terra, imenso
de Hierarquia, o comando àquele que estiver em melhores condições
Panteon de Deuses e Manasaputras.
de liderança. Em apoio a esse pensamento, citemos as palavras do
Autor da supracitada obra: “Foi em obediência a essa lei que a Europa
substituiu a Atlântida e este continente sucedeu a Lemúria”.

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A seguir, pensemos um pouco sobre os Mundos Interiores. para aquele excelso ambiente. É um ambiente de predomínio da
Consciência Psíquica.
MUNDO DOS BADAGAS: O Mundo de Duat está intimamente relacionado com a função
que denominamos Sistema Geográfico e, como esse modelo
Local de repouso dos seres das diversas Hierarquias que, na é representativo do Itinerário de IO, é natural pensar que aquele
última existência, não conseguiram o valor exigido no ciclo Terreno, mundo se desloca no interior do planeta, acompanhando ou dando
embora suas mônadas sejam aproveitadas para prosseguimento sustentação às realizações da Obra na Face da Terra, fixando-se
evolutivo. Com esse repouso, as mônadas da Hierarquia Jiva subterraneamente em determinadas regiões como, por exemplo, as
poderão voltar para a Face da Terra. As das demais Hierarquias que a SBE edificou seus Três Templos.
após a passagem por Badagas não voltam e prosseguem para Duat.
O Mundo dos Badagas é conhecido também como Mundo AGARTHA:
dos Jinas, habitados por Seres que dominam a quarta dimensão
e inspiram a genialidade das pessoas verdadeiramente cultas da É nesse Mundo que se destaca um sistema setenário de
Face da Terra. É ponto de apoio para o surgimento das futuras sub- cidades cuja síntese é denominada Shamballah. Se no Mundo de
raças arianas: Bimânica e Atabimânica. Para estarmos em conexão Badagas considera-se o território das sementes dos bimânicos e
com os povos jinas, dentre outros recursos, o Mestre JHS legou aos atabimânicos da 5ª Raça-Mãe; em Duat, os valores da 6ª Raça-Mãe;
discípulos hinos para serem entoados nos ritos da SBE, dos quais na Agartha estão os da 7ª Raça-Mãe. Cada uma das sete cidades
citemos: o Mantran Búdico, o de Agni, o da Ave-Maria. agartinas funciona como um museu vivo representativo de todas as
Raças-Mães, no que de mais perfeito elas realizaram. É dizer das
MUNDO DE DUAT: quatro primeiras Raças- Mães que já foram desenvolvidas; a quinta
que está em finalização; e as outras duas que darão o coroamento
Conhecido na linguagem oculta como o Mundo “dos museus e da Hierarquia dos Jivas.
bibliotecas”, onde tudo se recorda, onde se conta com os registros Referida como o Laboratório do Espírito Santo ou o Sanctum
de toda a História da evolução humana até a presente data. Nesse Sanctorum da Mãe-Terra, a Agartha tem nos seus habitantes,
Mundo, a concepção do tempo é totalmente diferente do que temos Mahatmas, o apoio necessário para a distribuição das mônadas
na Face da Terra. Grosso modo, podemos dizer que estão há alguns a serem encarnadas na Face da Terra. O tempo e a luminosidade
milênios mais adiantados do que nós da Face da Terra. O regime de da Agartha são completamente diferentes do que existe na
16 horas de vigília exige de seus habitantes um de sono com 8 horas. Face da Terra, e o regime de seus habitantes cursa 24 horas de
Os iniciados do Egito antigo consideravam esse Mundo como sendo vigília, continuamente. Os corpos eucarísticos de seus habitantes
o dos Mortos ou Mundo de Duat. Nele, constam Globos Sombrios conferem a eles a imortalidade e a dispensa de alimentos como
para acolhimento das almas que se redimiram na Face da Terra pelos nós necessitamos na Face da Terra, podendo-se dizer que se trata
seus próprios esforços. Portanto, nesse Mundo, coexistem Seres de uma humanidade cósmica no interior da Terra. É o Mundo da
Superiores, em corpo físico, e almas em purificação, qualificadas Consciência Espiritual.

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EAD - Karuna - Módulo 1 - Aula Nº 03
COSMOGÊNESE - 2ª Parte

Nas cíclicas chegadas dos Matradevas procedentes do


2º Trono para a Terra, com vista à Agartha e Shamballah, são os
Mahatmas os elos de ligação com esses Seres, transferindo para
eles os registros das experiências do ciclo concluído no planeta
para serem repassados aos Manasaputras. Dos Matradevas, os
Mahatmas recebem os elementos que constituem novos planos a
serem realizados para evolução da Terra e de todos os seus Reinos.
Para que os Membros da SBE pudessem em seus ritos entrar
em sintonia com a ambiência do “Coração Flamejante da Terra”,
a Agartha, o Mestre JHS deixou para ser entoado, em linguagem
agartina, o hino “Ladak Sherin”.
AULA Nº 04
SHAMBALLAH:
AS HIERARQUIAS CRIADORAS
Em Shamballah, estão 777 Manasaputras, criados em meados
da 3ª Raça-Mãe, e outras formas de vida cósmica de enormíssima
frequência vibratória, expressões da própria Divindade no interior do
nosso 4º Globo. Os Manasaputras despertam de seus intermináveis
sonos com a chegada cíclica dos Matradevas.
Shamballah é o reflexo do centro do nosso 4º Sistema de
Evolução; em relação às Cadeias, acumula o resultado da evolução
da 4ª; é a morada do Logos dessa Cadeia, cercado dos Logos
das três Cadeias anteriores e de um Ser representativo da divina
semente da futura 5ª Cadeia, que traz em si, as Sexta e Sétima
futuras Cadeias que finalizarão o Maha-Manvantara do presente
Sistema.

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AS HIERARQUIAS CRIADORAS AS HIERARQUIAS CRIADORAS

AS HIERARQUIAS CRIADORAS constituídas dos mesmos “Sete Autogerados”, dos Luzeiros, dos
Grandes Senhores dirigentes dos Sete Sistemas de Evolução. As
O QUE É HIERARQUIA? outras Sete Hierarquias são constituídas por legiões de Seres que
trabalham no plano da antropogênese e, portanto, comprometidas
Hierarquia é palavra de origem grega – “hieros” ou o que é com o desenvolvimento das Cadeias do 4º Sistema de Evolução,
sagrado; “arkhei” ou ordem, governo, comando. Na tradição cristã, sendo que quatro delas já possuem formas ou corpos, daí serem
os anjos são considerados seres celestiais cuja proximidade com chamadas também de Hierarquias Rúpicas; as outras três, sem
Deus revela um certo grau de hierarquia. Os Serafins e os Querubins forma, são Hierarquias Arrúpicas, mais espiritualizadas.
recebem ordens diretas do Trono; as Potestades são responsáveis Cada uma das 4 Hierarquias Rúpicas ou antropogênicas surgiu
pela cobertura dos Reinos da Natureza; aos Arcanjos é dado o poder e se firmou durante a evolução completa de cada uma das Cadeias
de comunicação com as criaturas humanas. do nosso 4º Sistema. Cabe lembrar que cada Cadeia é constituída
O significado de “hierarquia”, do ponto de vista humano, muitas de sete Mundos ou Globos, dos quais o mais denso é o quarto.
vezes vem associado à ideia de autoritarismo, diferentemente do Essas Cadeias não são coexistentes nem mesmo substanciais.
sentido real da palavra que está comprometida com a ideia de Cada uma delas tem um plano de existência e uma finalidade.
comando por competência e mérito. Nada mais sensato reconhecer Atribui-se aos 4 Maha-rajas a fundação das 4 Cadeias do 4º
que o comando deve vir de uma fonte maior de saber e bondade Sistema de Evolução. Cada Cadeia contou com o prazo suficiente
visto que, desse modo, se garante a harmonia do TODO. É do para o surgimento e desenvolvimento da Hierarquia Criadora
conhecimento de todos que, nas instituições humanas e na direção correspondente, exceto, como veremos adiante, a Cadeia Lunar,
dos povos onde o comando é exercido sem atender à Lei Universal cuja interrupção gerou pendências que tiveram que ser trabalhadas
da Hierarquia, ou seja, exercido pelos menos cultos, menos sábios, desde o início da Cadeia da Terra, ou sua imediata.
menos serenos, menos bondosos, a possibilidade da desordem Na 1ª Cadeia do 4º Sistema de Evolução – Cadeia de Saturno –,
e da destruição é muito maior do que numa sociedade livre e desenvolveu-se a mais antiga das Hierarquias Criadoras, a dos
necessariamente culta, pois, sem cultura, seus cidadãos continuarão Assuras. Tiveram esses Seres a sua parte mais densa, conhecida
escravos da ignorância e, portanto, em sofrimento global, infelizes. por nós como Mental Concreto, onde se apoiaram para alcançar os
planos superiores da Consciência. À guisa de comparação, há que
O QUE É UMA HIERARQUIA CRIADORA? se lembrar que a nossa base mais densa é o corpo físico e a deles era
o mental. Os Assuras seguiram desenvolvendo no plano evolutivo
Quando usamos a expressão Hierarquia Criadora, estamos próprio, através dos vários Globos que surgiram nas sucessivas
falando da Consciência, da Inteligência organizadora que existe no Cadeias, juntamente com as demais Hierarquias nascentes, como a
Cosmos, sem o que o caos seria permanente, mas o Arquétipo da dos Agnisvattas na Cadeia de Marte, a dos Barishads na Cadeia da
Perfeição é mais poderoso e a Ordem Universal prepondera. Lua e a dos Jivas na Cadeia da Terra.
Existem 14 Hierarquias Criadoras para a execução do Plano Desde o início da evolução no Quarto Globo – Terra -, as
do Grande Arquiteto do Universo. Sete dessas Hierarquias são Hierarquias Criadoras ou Rúpicas concorreram para a formação

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AS HIERARQUIAS CRIADORAS AS HIERARQUIAS CRIADORAS

dos veículos mais densos da natureza humana (mental concreto, de “transformar a vida-energia em vida-consciência”, assim como
emocional, vita1 e físico), baseadas nas experiências obtidas em também materializar o que estivesse no plano da abstração, como,
suas respectivas Cadeias. Por terem contribuído na formação da por exemplo, são os “inventos”.
Humanidade Jiva ou Hierarquia dos Jivas, na linguagem esotérica, Assim, ficou o Jiva dotado de todos os veículos próprios à
são denominados Pitris ou Pais da Humanidade, particularmente, sua manifestação e evolução.
aqueles que atingiram o mais alto grau de evolução na Cadeia Lunar,
a Humanidade Celeste constituída pela Hierarquia dos Barishads Atmâ
que, no início da 4ª ronda, desceu numa paradisíaca região da Terra -
a “Ilha Branca” das várias teogonias - para migrar os caracteres e Emocional Mental Concreto
elementos vitais para o surgimento da Humanidade Jiva.
Resumidamente, pode-se dizer que as Hierarquias trabalharam
os primeiros corpos, hiperfísicos, para a formação da criatura
humana na Terra, sendo assim, a dos Assuras desenvolveu, na 1ª Mental Abstrato Budi
Cadeia do nosso 4º Sistema de Evolução, um veículo que passou a
ser o nosso Mental Concreto complementado internamente com o
Físico
que denominamos Mental Abstrato.
A Hierarquia dos Agnisvattas, na 2ª Cadeia, desenvolveu o
Corpo Emocional ou Astral e interiorizou o Mental Concreto, o que ORIGEM E ORGANIZAÇÃO DAS HIERARQUIAS CRIADORAS
deu à natureza humana as qualidades do Intelecto, como que se lê
nos textos sobre a 3ª Raça-Mãe. As Sete Hierarquias que primeiramente despontaram da
A Hierarquia dos Barishads, na 3ª Cadeia, trabalhou o Corpo Divindade são consideradas Hierarquias do Raio Divino. São
Vital – o duplo etérico – e interiorizou o Corpo Astral, ou Emocional, aquelas constituídas pelos “Sete Autogerados” - os Luzeiros - e suas
do ser humano. legiões luminosas.
A Hierarquia dos Jivas é a que, no presente Globo da 4ª Cadeia, As outras Sete Hierarquias manifestadas nesse 4º Sistema
se desenvolve no Corpo Físico denso, sustentáculo no Mundo Físico são Hierarquias do Raio Primordial, das quais, as quatro já citadas -
para todos os veículos do ser humano, aqui citados, mais outros dois Assuras, Agnisvattas, Barishads, Jivas – constituem “Humanidades”
princípios em desenvolvimento que terão maior florescimento no distintas, pelo fato de possuírem corpos, formas, veículos pelos
decorrer da Era de Aquarius, visto que eles dependem da superação quais as outras três, ou Arrúpicas (sem corpos), podem se manifestar
das pendências que entravam a evolução do ciclo atual. Enquanto objetivamente enquanto aguardam o momento cíclico e distante
as citadas Hierarquias dotaram a criatura humana com mental para florescerem no plano da Evolução. Essas três Hierarquias –
concreto, emocional e vital, a Natureza da própria Terra dotou-a com Arrúpicas – ganharam os seguintes nomes na linguagem simbólica
matéria densa para proporcionar-lhe o corpo físico que lhe faltava. da Sabedoria dos Iniciados: “Virgens de Vida”, “Olhos e Ouvidos
Só assim poderia ser possível ao Jiva cumprir a sua finalidade Alerta” e “Leões de Fogo”.

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AS HIERARQUIAS CRIADORAS AS HIERARQUIAS CRIADORAS

Cada Hierarquia tem à sua frente um Chefe ou Kumara, que com forma ou corpo (rûpa, em sânscrito), estão subdivididas em
é um Logos Planetário auxiliado por uma legião de luminosos três classes ou categorias:
obreiros. Um setenário de Seres Intermediários está na liderança
1. Tendo sido formada pelo Poder de Vontade da própria
dos obreiros, na razão de um Dhyani para cada 111 obreiros,
Divindade que se manifestou na 1ª Cadeia do 4º Sistema, a
gerando o total de 777 comandados. Portanto, em cada Cadeia que
Hierarquia dos Assuras tem em suas hostes:
se funda no Sistema, forma-se o respectivo Logos Planetário e seus
• os As–Suras, incumbidos pelo desenvolvimento da Supra-
subordinados.
vontade;
No Globo terrestre, os Kumaras são potestades sediadas em
• os Lípikas, para os registros das realizações e desenvolvimento
Shamballah, somadas a um Quinto Kumara em formação para o
da Autovontade;
surgimento da 5ª Cadeia. Os Kumaras detêm os poderes das forças
• os As–Atman, com funções relacionadas aos Reinos da
construtivas do Universo e, portanto, são capazes de gerar suas
Natureza e com o atributo da Pré-Vontade (Vontade instintiva).
próprias “Humanidades”, suas Hierarquias, para evoluírem nas
Ainda sobre essa Hierarquia, fala-se em uma classe constituída
Cadeias fundadas por outras divindades conhecidas como Maha-
por Assurins. Na Bíblia, existe uma referência a eles, chamando-os de
rajas ou Devarajas do 2º Trono, os “Quatro Rios nascidos do Oceano
“Gibborim”, o mesmo que demônios, os “Râkchasas” na linguagem
de Akshara”.
sânscrita. De fato, são Assuras de Terceira Categoria. Eles são
os responsáveis por carregar o carma negativo de um Sistema, ou
No 4º Sistema de Evolução, a Divindade Manifestada tem como
de uma Cadeia, para o ciclo seguinte. Eles são o mal em todas as
potestades para o desenvolvimento das Cadeias o seguinte quadro:
Cadeias, por ignorância das coisas divinas; tentadores dos deuses,
só podem ser vencidos pelos “golpes da inteligência, do amor e da
1. os Maha-satwas como tríade superior: Akbel-Ashim-Beloi;
coragem”.
2. os Maha-rajas: Dritarastra, Virudaka, Virupaksha, Vaisvarana;
3. os Maha-tamas: os 4 mais 1 Kumara em formação (Dyananda, 2 - Quanto à Hierarquia dos Agnisvattas, engendrada pelo
Sanat Sujat, Sanat, Satya Kumara ; e Ardha-Narisha-Kumara); Poder Mental do Eterno, citemos:
4. os Senhores dos Destinos Humanos: Manu, Yama, Karuna, • os Pitris Agnisvattas – “Pais do Fogo” – relacionados à Supra-
Astaroth; Inteligência;
5. os Budas-Síntese: Ag-Zim-Muni, Mag-Zim-Muni, Tur-Zim, • os Agnis Bhuvas – “Nascidos do Fogo” –, relacionados à
Muni, Rabi-Muni, correspondentes aos Reinos Mineral, Vegetal, Autointeligência, possuem funções cósmicas;
Animal e Hominal. • os Agnis Kayas – “Corpos do Fogo” –, dotados de inteligência
instintiva ou Pré-Inteligência, possuem funções no seio da
CLASSIFICAÇÕES E FUNÇÕES NAS HIERARQUIAS Humanidade Jiva.
Os Agnisvattas tiveram como preceptores os Assuras e,
As hostes ou legiões de Seres que compõem cada uma das além de terem como veículo mais denso o veículo emocional,
Hierarquias Criadoras que apresentaremos agora, manifestadas desenvolveram o veículo mental, interiorizando-o. Os seus nomes

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AS HIERARQUIAS CRIADORAS AS HIERARQUIAS CRIADORAS

de Pais do Fogo, Filhos do Fogo, Senhores da Chama devem-se • 7 Dhyanis Budhas – atualmente nos Mundos Interiores,
à relação que também se faz como sendo elementos solares em relacionados aos Postos Representativos da Obra. Futuros dirigentes
relação aos lunares da 3ª Cadeia, ou dos Barishads. das Cadeias do 5º Sistema, como Dhyanis Planetários. São filhos das
Sete Plêiades que outrora foram consciências dirigentes na Cadeia
3 - A Hierarquia dos Barishads tem como categorias os Lunar e, posteriormente, preservadas em Shamballah no interior da
seguintes elementos: Terra. São os de maior valor hierárquico, por terem a genealogia ou
• os Pitris Barishads – relacionados ao atributo da Supraemoção, linhagem direta do 2º Trono, filhos de mães da Agartha, e, portanto,
emoção no mais elevado grau, puro Amor Universal - deram corpo possuem 100% da consciência desse Logos.
vital aos Jivas, que posteriormente adquiriram da Natureza da Mãe- • 49 Dharânis – funcionam como Colunas dos Sete Dhyanis
Terra a matéria para o corpo físico denso; Budhas. Filhos de mães agartinas, possuem o valor do Bodhisatwa,
• os Âtman-Somas – relacionados ao atributo da Autoemoção - um Cristo etc. Sete desses Dharânis estão como Grão-Mestres
agiram na Cadeia Lunar como expressões da própria Consciência de Ordens Secretas que dão suporte aos locais onde existem os
Divina; Postos Representativos, espalhados no planeta, por exemplo, no
• as Atavânicas – relacionadas ao atributo da Pré-Emoção, Peru, na região de Machu-Pichu, há um Grão-Mestre de nome
ou Emoção Instintiva. Na nobreza atlante, elas foram as “Mães Pórcion, dirigindo a Ordem do Sol, oculta ou secreta, desconhecida
Menores”, as “Contrapartes” dos Agnisvattas da mesma Classe ou da humanidade comum.
Categoria. Contribuíram para definir o sexo na criatura humana, uma • 49 Yokanans – funcionam no Mundo humano como anuncia-
vez que se transformaram em mulheres nascidas dos Andróginos dores das manifestações da Divindade na Face da Terra e, por
“Luni-Solares”. isso mesmo, divinos sacrificados. São filhos de mães do Mundo de
Badagas. Além desses Yokanans espalhados no Mundo Humano,
Os componentes da Hierarquia dos Barishads também são existem outros, de maior consciência, de 1ª categoria, em número
denominados “Os Sem Osso”, “Senhores dos Corpos Aéreos”, pois de 8, tendo como Chefe o de nome Cafarnaum; verdadeiros Profetas
que o corpo ou veículo mais denso que possuíam era o vital ou, para Instrutores, cujas mães pertencem ao grupo das Sibilas, da Corte
nós, o duplo-etérico. Celeste das “22 Estrelas que se apagaram no Céu” da Cadeia lunar.
Os Barishads tiveram como orientadores os Assuras e os • 49 Dwidjas – possuem importantes funções como governantes
Agnisvattas. Um Kumara Barishad e Sete Dhyanis Barishads de povos, proporcionando as condições justas e político-sociais para
constituem a direção suprema dessa hierarquia. o progresso humano. São os “duas vezes nascidos’, originados de
mães do Mundo de Duat, trocados em famílias que têm sintonia com
eles e suas funções. Estão, naturalmente, distribuídos na Face da
A HIERARQUIA JIVA
Terra e dão impactos nos vários setores da sociedade humana.
• 68 “Folhas Soltas” ou “Filhos do Pecado” completam o quadro
Diferentemente das anteriores, a Hierarquia Jiva constitui-se
representativo da Hierarquia dos Jivas, em que os de maior valor
de cinco classes ou categorias ao invés de três. Está representada
hierárquico são os Dhyanis Budhas, por terem a genealogia ou
por 222 Seres constituindo o seguinte quadro:
linhagem direta do 2º Trono, filhos de mães da Agartha.
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AS HIERARQUIAS CRIADORAS AS HIERARQUIAS CRIADORAS

CORRELAÇÕES FINAIS Kundalini, dando o estado flogístico como é, em linguagem agartina,


o “Sol Suryaj Onin”, “Sol Central de 32 Raios”, conforme é enaltecido
• A primeira Cadeia do 4º Sistema de Evolução, Cadeia de em um dos hinos do acervo interno da SBE.
Saturno, é também chamada de Cadeia das Trevas, pois que os • A hierarquia dos Agnisvattas teve como preceptores os
seres que ali se desenvolveram, os Assuras, surgiram da falta total Assuras. Comandados por um Kumara, nela destacam-se Sete
de experiências anteriores, cumprindo apenas o impulso, o “hálito Dhyanis Agnisvattas que entraram para a História Oculta da
de Brahmâ”. Nas Cadeias posteriores, legaram suas experiências Humanidade como Rishis ou Reis de Edon. Suas consciências estão
para a edificação das demais Hierarquias, continuando a marcha expressas nas estrelas da Constelação da Ursa Maior, no hemisfério
evolucional conforme a finalidade de suas existências. São Norte, complementando as Plêiades que brilham no hemisfério Sul.
transportadores de experiências positivas e negativas de uma Cadeia Esses Rishis ou Reis de Edon estão sediados nas cidades agartinas
para outra. Ao final de sua evolução, o Assura torna-se andrógino, e projetam-se nos Sete Dhyanis Budas localizados nos Postos
um autêntico representante do Reino do 5º Sistema de Evolução. Ao Representativos, em sete regiões do planeta.
final da última Cadeia do 4º Sistema, o Assura andrógino tornar-se-á • A hierarquia dos Barishads tem sua evolução intimamente
um ser deífico e, no final do Sétimo Sistema de Evolução, um Sol. relacionada à Humanidade Jiva, desde o início da 4ª Cadeia, por
Em meados da 3ª Raça-Mãe, os Assuras estabeleceram na motivos já apontados quanto à interrupção daquela 3ª Cadeia, no
natureza humana o princípio de Ahankâra, a autoconsciência ou seu 5º Globo. Os Barishads da categoria de Âtman- Soma têm suas
autoidentidade, para que a criatura tivesse a percepção de si mesmo consciências siderais expressas nas estrelas da constelação das
como personalidade ou unidade distinta no meio onde vive, o que Plêiades.
até então era confundida vivendo em “alma-grupo”. Esse recurso • Na 2ª Cadeia do 4º Sistema de Evolução, os Assuras
trouxe vantagens evolucionais para o ser humano, mas também, desenvolveram o Mental Abstrato; na 3ª Cadeia ou lunar, o Búdico
mal-empregado, deu chance ao florescimento dos sentimentos ou a Intuição para que, na 4ª Cadeia, despertassem a consciência
associados ao egoísmo, obstaculizando a união da personalidade Átmica ou Crística. Paralelamente, na 2ª Cadeia, os Agnisvattas
com a Individualidade, da alma com o Espírito e, consequentemente, desenvolveram o Mental Concreto para que, na 3ª Cadeia, viessem a
com o TODO. trabalhar o Mental Abstrato e, na 4ª Cadeia ou da Terra, despertassem
Como toda hierarquia, as hostes assúricas são chefiadas por o Búdico. Resta dizer que os Barishads desenvolveram, na 3ª
um Kumara e Sete Dhyanis Kumaras. Cadeia ou Lunar, o Mental Concreto para que, na 4ª Cadeia, viessem
Tais seres desenvolveram alto estado de consciência e desenvolver o Mental Abstrato.
continuaram a ampliá-la nas Cadeias seguintes. Na atual Cadeia, o • Os Jivas, como elementos mais representativos da 4ª Cadeia,
estado de consciência que eles possuem e desenvolvem é o de Âtman. desenvolvem particularmente o Mental Concreto, sofrendo a influência
Os Dhyanis Kumaras, no Mundo de Duat, são tulkus ou de duas correntes poderosas: uma, que os atraem a estados superiores
representantes dos Kumaras que vivem em Shamballah em conjunto de consciência; e outra, no sentido contrário, por força das hostes
como os Manasaputras e outras potestades. Cabe lembrar que o sombrias, resíduos organizados que não evoluíram nas Cadeias
Sol Interno do planeta, em Shamballah, resulta da fusão de Fohat e anteriores. Em tal situação, em meados da 3ª Raça-Mãe, os próprios

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AS HIERARQUIAS CRIADORAS

Deuses ou Guias da nascente humanidade Jiva constituíram, pelo


poder da Mente, os Manasaputras, seres de matéria hiperfísica,
sutilíssima, flogística, preservando-os na região de Shamballah,
contendo em si os padrões das Raças para os quais deveriam os
Jivas ter como referências para sua evolução na Terra. Com essas
medidas, estariam os Jivas resguardados das correntes poderosas
do Mal, das organizações sombrias do passado. Fato é que, a fim de
livrar as criaturas humanas das armadilhas das tenebrosas hostes,
surgiu a Iniciação, permitindo-lhes adquirir uma consciência superior © SOCIEDADE BRASILEIRA DE EUBIOSE ®
à do Ciclo em que se encontravam.
Av. Getúlio Vargas, 481 - São Lourenço - MG - CEP 37470-000
• O número total de Manasaputras é cabalístico e relacionado
com o potencial evolutivo da humanidade Jiva: 777. Quer isso dizer
que qualquer criatura humana nesta Ronda, para alcançar o estado Fundadores: Henrique José de Souza e Helena Jefferson de Souza
de consciência compatível com a plena realização do plano evolutivo, Presidente: Hélio Jefferson de Souza
terá que encarnar 777 vezes. Mesmo que não seja um iniciado, 1º Vice-Presidente: Jefferson Henrique de Souza
desde que nobre, de bom caráter, terá ao fim dessas encarnações o 2º Vice-Presidente: Selene Jefferson de Souza
direito ou a consciência de um Adepto.
CONSELHO DE ESTUDOS E PUBLICAÇÕES
R. Prefeito Gastão Braga, 175 - V. Monte Verde
São Lourenço - MG - CEP 37470-000

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Imagem de uma das faces do Obelisco, existente
em frente ao Templo da Eubiose, na cidade de São
Lourenço, Estado de Minas Gerais, Brasil.

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