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Sinopse

Há mais de 4 mil anos atrás, o patriarca Abraão faz


um pacto com Deus e decide fugir de Ur e levar seu
povo as terras prometidas de Canaã.
Em troca disso, todo o povo hebreu deveria aban-
donar todas as suas crenças e crer em um único Deus
criador e soberano do universo.
Após Moisés libertar os hebreus dos egípcios, eles
passam um longo tempo caminhando pelo deserto em
busca das terras prometidas, até que finalmente en-
contram.
Mas quem é esse Deus que fez o pacto com Abraão
e se revelou a Moisés, o que ele revela de si mesmo e
qual seu propósito para criação.
Qual era a visão do mal para os hebreus visto que
eles acreditavam em um único Deus.
Vamos juntos neste pequeno livro, explorar um
pouco a história dos hebreus e tentar descobrir como
essa poderosa crença, os manteve vivos em suas raí-
zes em uma época cheia de grande impérios e inimi-
gos que os cercavam por todos os lados.
O autor

Fausto Luiz Pizani é um estudante de teologia, fi-


losofia, religiões e ciências naturais. Seu objetivo
como ser humano é levar conhecimento ao maior
número de pessoas possíveis através de seus peque-
nos escritos e contos, desenvolvendo assim, um
maior entendimento sobre a vida por parte de seus
leitores.

Seus livros digitais são de fácil acesso a todos


aqueles que queiram aumentar seu conhecimento so-
bre Deus, o universo e a vida.

Misturando filosofia, teologia, ciência, religiões e


autoajuda, Fausto tenta despertar em seus leitores a
curiosidade de sempre se questionarem e refletirem
sobre a existência e qual o nosso papel como seres
humanos nessa jornada.

Fausto acredita que o amor é a maior força pre-


sente no universo e que devemos sempre espalhar
esse sentimento por toda parte e para todas as pes-
soas e seres viventes que habitam conosco neste pe-
queno planeta chamado Terra.

Pedi, e dar-se-vos-á; buscai, e encontrareis; batei, e


abrir-se-vos-á. – Jesus Cristo.
Sumário

01-Introdução
02-O nascimento do monoteísmo
03-Somos apenas corpo e consciência
04-Quem era a serpente do Éden
05-A terra prometida
06-A dualidade persa e a resposta de Isaias
07-A visão do mal para os hebreus
08-Quem era os anjos para os hebreus
09-A crença mais poderosa do universo
10-Fim
O Deus dos hebreus

Introdução

A história dos hebreus, pode ser encontrada em um


livro sagrado e especial, a Torá (Que para os católicos
se chama pentateuco, ou os 5 primeiros livros da Bí-
blia). Há mais de 4 mil anos atrás, Abraão estava le-
vando seu filho para sacrificar a pedido de Deus, mui-
tas pessoas acreditam que esse mesmo Deus que pe-
diu para Abraão sacrificar seu filho, foi o mesmo que
o impediu, mas não foi.
Abraão vivia em Ur, uma cidade da antiga Suméria.
A religião predominante dessa cidade idolatrava os
astros, eram os sabianos, que faziam parte da religião
Sabeísta ou Sabeísmo.
Basicamente, a astrologia surgiu dos sabianos e seu
conhecimento do universo e dos astros. Apesar de se-
rem um povo evoluído para época, os sabianos reali-
zavam sacrifícios de seus filhos aos deuses. Imagens
de ouro eram feitas ao deus Sol e imagens de prata
eram feitas ao deus Lua, fora outros deuses que esses
povos idolatravam.
Abraão em sua inocência, mesmo tendo um filho
muito velho e de uma mulher, segundo a Bíblia, esté-
ril, Abraão obedece seu Deus e leva seu filho ao sa-
crifício.
Diz a Bíblia, que Deus o impediu no momento do
ato, fazendo com que um anjo segurasse suas mãos.
Os teólogos alegam que Deus estava testando Abraão,
mas Deus é onisciente, ele sabia que Abraão faria o
sacrifício mesmo antes dele fazer, por isso não pode
ser o mesmo Deus que pediu o sacrifício da criança.
Provavelmente, o que tudo indica, é que Abraão
teve um despertar, nesse momento ele deve ter perce-
bido que o Sol e a Lua assim como os demais astros,
não podiam ser Deus, pois estavam no mesmo plano
existencial que ele.
Ao decidir não sacrificar a criança, Abraão retorna
a sua casa e convida seu povo para se retirar de Ur
dizendo ter feito um pacto com Deus e que ele os da-
ria uma terra prometida, as terras de Canaã e que sua
descendência seria maior que as estrelas do céu, mas
em troca disso, todo o povo deveria abandonar seus
antigos deuses e ter fé em somente um Deus, Yahweh.
Fugindo de Ur Abraão parte então com seu povo es-
colhido por Deus para as terras prometidas de Canaã.
O nascimento do monoteísmo

De toda essa história, nasce o monoteísmo, a crença


em um único Deus fora do espaço tempo, criador de
todas as coisas, um Deus em espírito.
Dessa crença, nasce o Deus dos hebreus, mas quem
é esse Deus, como ele se revela ao seu povo e qual
seu objetivo?
Yahweh é um tetragrama, ele se revelou a Abraão
como Deus único, mas foi somente para Moisés que
ele se revelou como o tetragrama ‫יהוה‬.
Na ciência, o tetragrama é visto como toda a exis-
tencial material do universo, as 3 dimensões mais o
tempo. Portanto, Yahweh deixa claro que o que ele
criou é tudo o que podemos ver e observar, todo o
universo físico e o tempo.
Quando Moisés vai descer do monte Sinai para dar
instruções de Deus aos hebreus, ele questiona Deus
perguntando: O que devo falar de ti quando me ques-
tionarem quem tu és? Yahweh responde: - Eu sou o
que sou, Eu sou aquele que é e Eu sou o existente.
Yahweh significa, ele Faz Que Venha a Ser, ou eu
fui, eu sou e eu serei.
Somos apenas corpo e consciência

No relato da criação, a Bíblia nos diz que Deus mo-


delou o homem do barro e insuflou em suas narinas o
fôlego de vida, tornando o homem assim um ser vi-
vente. O mais interessante de tudo isso, é que a ciên-
cia acredita que o homem realmente veio de uma poça
de lama chamada sopa primordial, água e terra com
vários compostos orgânicos que foram se ajuntando e
formando as primeiras formas complexas de vida.
Para os hebreus, nós humanos não temos um espí-
rito imortal ou alma, na verdade, espírito significa so-
pro, ou vento, o que também está de acordo com a
revelação do tetragrama.
Não existem espíritos, não existem demônios, tudo
o que existe é o universo que Yahweh criou, mas e a
serpente do Éden que mais tarde foi vista como o di-
abo, quem era?
Para os hebreus, não existiam outros Deuses, por-
tanto a única explicação válida de quem a serpente
era, é o ego do homem, o único mal presente no
mundo, essa mesma ideia também é expressada no
hinduísmo, a religião mais antiga do mundo.
Quem era a serpente do Éden

Adão e Eva vivem no paraíso, Yahweh os dá um


único mandamento, não comam daquela árvore, mas
mesmo assim, seduzida pela serpente, Eva come e da
do fruto a Adão originando assim o pecado e a morte.
Nessa simbologia, Adão e Eva somos nós, a huma-
nidade que Deus criou, a serpente é nosso ego, aquela
voz que fica em nossa cabeça dizendo, “faça isso, faça
aquilo, ninguém está vendo mesmo.” e o fruto é o ob-
jeto de desejo. Vou expor aqui uma passagem que
prova essa ideia, o primeiro homicídio da humani-
dade, Caim e Abel. Preste bem atenção na passagem.
“O homem conheceu Eva, sua mulher; ela concebeu
e deu à luz Caim, e disse: "Adquiri um homem com a
ajuda de Iahweh." Depois ela deu também à luz Abel,
irmão de Caim. Abel tornou- se pastor de ovelhas e
Caim cultivava o solo. Passado o tempo, Caim apre-
sentou produtos do solo em oferenda a Iahweh; Abel,
por sua vez, também ofereceu as primícias e a gordura
de seu rebanho. Ora, Iahweh agradou-se de Abel e de
sua oferenda. Mas não se agradou de Caim e de sua
oferenda, e Caim ficou muito irritado e com o rosto
abatido. Iahweh disse a Caim: "Por que estás irritado
e por que teu rosto está abatido? Se estivesses bem
disposto, não levantarias a cabeça? Mas se não estás
bem disposto não jaz o pecado à porta, como animal
acuado que te espreita; podes acaso dominá-lo? - Gê-
nesis 4:1-7”.
Observe que em momento algum Yahweh diz a
Caim que ele seria influenciado por alguma força es-
piritual do mal e sim que o pecado (Desejo) estaria à
espreita e se Caim seria capaz de dominá-lo. Caim se
retira da presença de Deus, chama Abel para passear
no campo e o assassina.
Para os hebreus, a morte era unir-se aos familiares
no Xeol, ou sepultura, Yahweh nunca prometeu ao
povo hebreu uma vida após a morte. Essa crença viria
mais tarde sobre a influência dos egípcios.

A terra prometida

As terras prometidas de Canaã, como diz a Bíblia,


eram terras que manavam leite e mel, essas terras
eram muito férteis e situadas entre dois grandes reinos
que a disputavam constantemente, o Egito e a Babi-
lônia.
Esses povos vivem em constante guerra por essas
terras porque muitas rotas de comércio passavam por
lá, mas para os hebreus essa terra era muito mais do
que uma zona fértil, era a terra prometida por Yahweh
a seu povo.
Um dia nasceu um grande líder para a nação dos
hebreus, Moisés. Moisés libertou os hebreus da escra-
vidão no Egito, durante anos os hebreus peregrinaram
pelo deserto em busca da terra prometida. Durante
essa época, Moisés subiu ao topo do monte Sinai para
receber os 10 mandamentos de Deus. Esses manda-
mentos eram um código de conduta e ética que os he-
breus deveriam seguir.
Os hebreus possuíam uma arca chamada arca da ali-
ança, onde eles guardavam tudo o que era sagrado, foi
lá que colocaram as tábuas de pedra dos 10 manda-
mentos para transportarem pelo deserto. Mais tarde, o
grande templo de Jerusalém foi construído por Salo-
mão para proteger esses mandamentos. Depois de
muitos anos vagando pelo deserto, os hebreus final-
mente chegaram nas terras de Canaã.
Anos mais tarde, os hebreus foram expulsos das ter-
ras de Canaã, após a morte de Salomão, os hebreus
passaram grandes crises, dividindo Canaã em duas
terras que foram invadidas e conquistadas. Boa parte
do povo hebreu fugiu para outras terras, mas uma
parte significante foi levada para Babilônia. Anos
mais tarde, os persas invadiram a Babilônia liber-
tando os hebreus fazendo com que eles retornassem a
terra prometida.
A dualidade persa e a resposta de Isaias

Após a conquista da Babilônia pelos persas, o povo


hebreu foi libertado, mas os persas tentaram inserir
em sua cultura o que eles acreditavam. Para os persas
existiam dois deuses, um deus do bem e um deus do
mal e ambos lutavam constantemente pelo governo da
humanidade, quando o rei Ciro tentou convencer
Isaias disso, Isaias o deu a seguinte resposta.
“Eu sou o Senhor, e não há outro; fora de mim não há
Deus; eu te cingirei, ainda que tu não me conheças;
Para que se saiba desde o nascente do sol, e desde o
poente, que fora de mim não há outro; eu sou o Se-
nhor, e não há outro.
Eu formo a luz, e crio as trevas; eu faço a paz, e crio
o mal; eu, o Senhor, faço todas estas coisas. - Isaías
45:5-7.”
Como você pode observar, os hebreus acreditavam
que tanto as coisas boas como as ruins vinham de
Deus e não a outro Deus além de Yahweh como é
visto nessa passagem também “Eu, eu sou o Senhor,
e fora de mim não há Salvador. - Isaías 43:11”.
Para os hebreus, Yahweh era único e nada estava
além de seu poder soberano sobre o universo.
A visão do mal para os hebreus

Se os hebreus acreditavam que tudo vinha de Deus,


como eles enxergavam o mal? Os hebreus acredita-
vam que tudo o que acontecia era porque Yahweh
permitia, para eles, o mal era uma forma de Deus fa-
zer com que alguém aprendesse uma lição. Se uma
pessoa cometesse um pecado, Deus a punia para que
ela pudesse se arrepender de suas escolhas e aprender
a não pecar mais. Às vezes, o mal vinha como forma
de ensinar algum aprendizado a pessoa também para
que ela evoluísse espiritualmente.

Quem era os anjos para os hebreus

Para os hebreus, anjos eram forças da natureza sub-


missas a Deus, eles não possuíam livre arbítrio como
os humanos, veja que interessante essa passagem de
Gênesis “E disse Deus: Façamos o homem à nossa
imagem, conforme a nossa semelhança; e domine so-
bre os peixes do mar, e sobre as aves dos céus, e sobre
o gado, e sobre toda a terra, e sobre todo o réptil que
se move sobre a terra. - Gênesis 1:26.” Observe que
Deus diz façamos, o que significa que ele estava
dando ordens a alguém e quem eram? Os anjos.
Os anjos também poderiam ser mensageiros envia-
dos por Deus para avisar os hebreus sobre algo que
Deus iria fazer, como no caso de Sodoma e Gomorra.
Mas o real significado de anjo é mensageiro, aquele
que leva a mensagem de Deus, e esses seriam as força
da natureza, que controlam todo universo e realizam
tudo o que Deus ordena.

A crença mais poderosa do universo

Crer em Yahweh para os hebreus, era a crença mais


poderosa do universo. Foi através dessa crença que os
hebreus conseguiram sempre vencer seus inimigos e
se manter o mesmo povo durante séculos. É muito
raro um povo que mantem suas tradições a mais de
4000 anos, é evidente que hoje em dia existe uma
enorme influência na Bíblia, ela não parou somente
na Torá que conhecemos como pentateuco, mas o
povo hebreu, que hoje são chamados de judeus, man-
tém ainda muito dessa tradição hebraica, alguns se-
guem somente a Torá, outros já acreditam no Tanakh
(Antigo Testamento).
Mais tarde, essa crença monoteísta em um único
Deus influenciou diretamente o Cristianismo e o Isla-
mismo, apesar dessas religiões serem mais henoteís-
tas, que são religiões que acreditam em um único
Deus, mas acreditam que há sub divindades abaixo
dele.
Em um resumo geral, o Deus dos hebreus se revela
aos homens e escolhe os hebreus como seu povo es-
colhido, ele deixa claro que tudo o que existe é o que
podemos ver e sentir. Para os hebreus, não temos uma
alma imortal, Yahweh nunca prometeu eternidade aos
hebreus, quando morremos, nosso fôlego de vida
volta a Yahweh e nos unimos aos nossos antepassa-
dos na sepultura. A única promessa de Yahweh aos
hebreus, foi uma terra prometida e uma enorme des-
cendência. Para um cético que não crê em vida após
a morte nem em espíritos, talvez a crença no Deus dos
hebreus seja a mais correta. Acreditar em um único
Deus criador, que nos guia e nos protege de todos os
males do mundo.
Basicamente a crença dos hebreus era essa, acredi-
tar em Yahweh e seguir seu caminho em busca da ter-
ras prometidas.
Espero que esse pequeno livro possa ter lhe trazido
algum tipo de conhecimento, para entender mais so-
bre a história dos hebreus recomendo o livro a Histó-
ria dos Hebreus de Flávio Josefo.

Fim
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