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QUALIDADE DA ÁGUA DO LAGO DE XINGÓ NO ANO DE 2015

De uma forma geral, reservatórios apresentam um padrão de zonação em três porções


distintas: uma zona com características de rio, onde encontra-se alta turbidez e reduzida
produção primária ;uma zona de transição, com aumento de fitoplancton; e uma zona
lêntica com características de lago, onde há maior sedimentação de nutrientes, podendo
haver diminuição da produção primária pela limitação destes. A geografia do lago de
Xingó e o variável regime de vazão permite que este possua inúmeras características das
zonações citadas acima, necessitando antes de tudo, de forma urgente, a realização de
estudo/pesquisa sistemática e integrada com outros parâmetros necessários para melhor
interpretar os resultados, o potencial de risco e obter conclusões coerentes com a
literatura. Pois sabe-se que as comunidades planctônicas observadas apresentam
mobilidade.

A partir do mês de Abril de 2015, foi possível observar uma relevante mudança na
coloração de uma enorme área do lago de Xingó, conhecida vulgarmente como
“mancha”. A “mancha” no período citado foi registrada no Relatório da Casal de Abril
de 2015 com uma extensão de 28 Km (Relatório circunstanciado sobre as interrupções
das captações pertecentes ao sistema coletivo da adutora do sertão), no relatório de
Fiscalização DIMFI Nº 093/2015 do IMA (Instituto do Meio Ambiente do Estado de
Alagoas) 25 Km em 11/04/2015 e em 13/04-2015 foi registrado 28 Km de extensão.
( chegou a possuir em torno de 25 a 35 km de extensão, pois seu tamanho era bastante
instável. Desde então, devido a proporção que o caso alcançou em nível nacional, o lago
de Xingó passou a ser monitorado por diversos órgãos fiscalizadores que foram
acionados tanto nas áreas ambientais quanto nas área de saúde pública. Vale a pena
ressaltar que a CASAL (Companhia de Abastecimento de Água de Alagoas) tomou
várias medidas paliativas e se mobilizou para minimizar os efeitos das interrupções do
abastecimento e intensificou as coletas na região. Uma das medidas foi o aumento das
lavagens dos filtros, que já careciam de manutenção, da ETA de Delmiro Gouveia, que
resultou no total desgaste e chegando a inviabilizar totalmente o uso de alguns filtros,
fato este que amplamente divulgado pela Companhia. Os prejuízos foram concomitantes
para todos os envolvidos: população, comércio local (com maior impacto no setor de
turismo) e também a CASAL.
Imagem ?. – Imagem da mancha no leito do Rio São Francisco, registrada no sobrevôo
do dia 13/04/2015.Fonte: relatório de Fiscalização DIMFI Nº 093/2015.

Figura 1 – Imagem da mancha no leito do Rio São Francisco, registrada no sobrevôo do


dia 11/04/2015
F
i
g
u
r
a

2 – Imagem da mancha no leito do Rio São Francisco, registrada no sobrevôo do dia


13/04/2015.

No entanto pode-se adiantar que a qualidade da água bruta contida no lago vem,
gradativamente, nos últimos anos, deteriorando-se. Fato este que pode estar associado
aos baixos índices de precipitação pluviométrica que o semiárido nordestino enfrenta,
nesta que é considerada a segunda maior seca que se tem registro na região. Associado
também ao aporte de lançamento de esgotos in natura que se faz presente no lago de
Xingó e a gradativa diminuição da vazão do Rio São Francisco na região.

Vale a pena ressaltar que durante o presente estudo na elaboração deste relatório, foi
constatado que inúmeros resultados de parâmetros das análises físico-químicas, em
diferentes pontos ao longo do lago de Xingó, realizadas desde Abril de 2015 por
diferentes laboratórios, evidenciam que alguns dos resultados estão em desacordo com
os parâmetros estabelecidos pelo Conama nº 357/2005, principalmente alterações na
Demanda Bioquímica de Oxigênio e Coliformes Termotolerantes, Fósforo e Nitrogênio
Amoniacal.

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