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+5 N0-3, N2O5
+4 NO2
+3 HONO, NO-2, N2O3
+2 HO-N=N-OH, N2O2-2
+1 N2 O
0 N2
-1 N3-, NH2OH
-2 H2N-NH2
-3 NH3, NH4+, RNH4+
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Ciclo dos elementos nutrientes no oceano
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Ciclo dos elementos nutrientes no oceano
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Ciclo dos elementos nutrientes no oceano
converter em nitrito. A terceira ação é requerida para converter o nitrito a nitrato. Até a
conversão ser completada, os compostos de nitrogênio podem estar abaixo da zona
eufótica e então indisponível para fotossíntese. Eles não podem facilmente retornar para a
zona eufótica durante o verão devido a forte estratificação termal que existe em toda
parte da superfície do oceano. Se os nitratos estão sendo disponibilizados novamente
para as plantas nestas regiões, seu retorno deve esperar até que a termoestratificação
desapareça permitindo a ressurgência e mistura durante o inverno para realizar o
movimento dos nutrientes para as águas superficiais.
As fontes de fósforo para água do mar são os fertilizantes, a lixiviação das rochas
(fósforo dissolvido inorgânico)e os esgotos (fósforo orgânico dissolvido).
O ciclo do fósforo nos oceanos é bem mais simples que o do nitrogênio porque
ocorre somente no estado de oxidação +5 e compreende 2 etapas:
1) Etapa de assimilação
Em águas superficiais o fitoplâncton assimila tanto o fósforo inorgânico como o
orgânico dissolvido diretamente. O fosfato é assimilado durante a fotossíntese enquanto
que o fósforo orgânico é assimilado mesmo na ausência de luz. A presença de fosfato
orgânico na camada superficial está relacionada com a decomposição do fitoplâncton. A
taxa de crescimento do fito é independente da concentração de fosfato acima de 0,3 µM.
Abaixo desta concentração, a divisão celular torna-se inibida e células com deficiência em
P são produzidas ( nos oceanos, isto provavelmente não ocorre, uma vez que o nitrato
torna-se usualmente limitante, antes do fosfato atingir níveis críticos de concentração).
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Ciclo dos elementos nutrientes no oceano
2) etapa de regeneração
O fósforo orgânico dos tecidos do fitoplâncton e bactérias mortos são
rapidamente convertidos a fosfato pelas enzimas (fosfatases) das células. As pelotas
fecais liberam P orgânico através das fosforilases.
O P particulado (orgânico e inorgânico) sofre ação das bactérias que o converte em
P inorgânico dissolvido.
O ciclo do P não é completamente fechado. A maior parte da matéria orgânica
deposita no fundo é regenerada para a coluna d’água. Uma parte do P é submetida a
processos diagenéticos que convertem o fósforo em minerais como a apatita
(Ca5(PO4)3OHF). Esta perda para o sedimento geralmente é compensada pelo input fluvial.
A distribuição das várias formas de fósforo na água do mar é controlada tanto por
processos físicos quanto por processos biológicos, semelhantes ao nitrogênio.
Em águas oceânicas a concentração do fósforo é controlada pela solubilidade da
apatita. Em bacias e estuários rasos, o P é encontrado nos sedimentos. As trocas
sedimento-água dependem do estado de oxidação das formas iônicas do ferro nos
sedimentos, as quais formam compostos como fósforo. O Fe(III) precipita como fosfato
férrico em ambiente oxidante. O Fe(II) estará na forma de fosfato ferroso solúvel em
ambiente redutor.
As concentrações de fósforo inorgânico no oceano varia de 1 a 75 µg.L-1 (0,03 -2,0
µM). É mais alto do que em rios (~20 µg.L-1), enquanto que as de fósforo orgânico são
baixíssimas pois o P orgânico é rapidamente convertido a fósforo inorgânico.
Os estuários podem conter níveis muito altos de nutrientes coo resultado da
descarga de esgoto e detergentes, que contém alto teor de polifosfatos e também de
fosfatos através de fertilizantes.
Durante o verão aproximadamente 50% do P presente na água superficial é
orgânico, em águas profundas as maiores concentrações são de fósforo inorgânico.
Durante o inverno, a forma inorgânica predomina ao longo da coluna d’água. Em águas
costeiras as variações são devidas a ressurgência e a blooms fitoplantônicos.
Os perfis para o Atlântico demonstram valores próximos a zero na superfície e
crescentes com a profundidade, com o máximos a 1000 m, na mesma profundidade de
mínimo de oxigênio. As concentrações encontradas no Indico e Pacífico são maiores que
os do Atlântico, uma vez que os dois primeiros são os oceanos mais antigos que este
último.
Apesar da concentração de P ser apenas 1/7 da concentração de N, a reciclagem
dentro da zona eufótica geralmente disponibiliza uma quantidade de fosforo inorgânico
para o fitoplâncton. Cada átomo de fósforo pode ser reciclado 4 vezes por ano para
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Ciclo dos elementos nutrientes no oceano
Ciclo do silício
O silício faz parte da estrutura de diatomáceas, esponjas e radiolários e pode estar
na água do mar na forma particulada e dissolvida. Em média 50% do material das
carapaças é inorgânico e a sílica pode corresponder entre 15 e 60 % deste material. Em
diatomáceas, mais de 60% do material inorgânico é composto por sílica. O silício
particulado é introduzido no oceano pelo intemperismo de rochas terrestres e
transportado pelos rios, ventos e geleiras. São os feldspatos, quartzo e argila e portanto
os sedimentos são ricos em silicatos.
A forma solúvel é o ácido ortosilicílico que é um ácido fraco. Apenas 5% está
ionizado na forma de Si(OH)3O-
SiO2(s) + 2H2O → Si(OH)4 (aq)
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Ciclo dos elementos nutrientes no oceano
1) Etapa de assimilação
O silício é incorporado pelos organismos através dos grupos sulfidrilas (-HS) das
proteínas para a constituição das carapaças e pode variar de 1 a 5% de seu peso.
A assimilação de sílica por diatomáceas ocorre tanto na presença como na
ausência de luz.
Os organismos vivos possuem um mecanismo de proteção para o silicato na sua
estrutura. Um filme de matéria orgânica retarda a dissolução.
2) Etapa de regeneração
Uma parte do Si particulado também pode ser dissolvida e assimilada pelos
organismos e a outra parte vai sendo depositada nos sedimentos. Os organismos
superiores ingerem os menores e liberam Si particulado pela excreção ou morte.
A incorporação na coluna não varia muito do topo da zona eufótica ao fundo. As
taxas de incorporação são altas a profundidade maior que 150 m onde há populações de
diatomáceas.
As concentrações de silício nos oceanos variam de 0-200 µM. As águas costeiras
são caracterizadas por altas concentrações de silício devido à influência dos continentes.
Existe uma variação sazonal devido à variação da atividade biológica e influência ou não
da descarga de rios, ressurgência ou desenvolvimento da termoclina. Geralmente na
primavera a concentração de Si diminui enquanto que no verão e inverno aumenta.
Em águas oceânicas a concentração de silício dissolvido nas águas superficiais é
geralmente muito baixa exceto para regiões de ressurgência. Nas camadas mais profundas
há um rápido aumento na concentração.
A distribuição de silício varia para cada oceano e é determinada pela circulação
padrão e pelo suprimento de silício dissolvido da Antártica.
O máximo não ocorre a 1000 m porque a liberação de sílica é lenta. No Pacífico, a
concentração de Si é mais alta porque as águas são mais antigas e tiveram mais tempo
para acumular sílica. Valores mais altos de silício são encontrados na Antártica porque há
uma grande produção de diatomáceas nas águas superficiais e a solubilidade da sílica
aumenta com a diminuição da temperatura.
A água do mar é subsaturada em relação ao teor de silicato dissolvido. A
concentração média do Si na água do mar é 1 mg.L-1 e o valor de saturação é 50 mg.L-1.
Quando a concentração da sílica é maior que 26 ppm, ela precipita como silicato de
magnésio hidroxilado (Mg(OH)2SiO4) e há incorporação pelos organismos.
Alguns fatores podem afetar a solubilidade do silício no mar
1) diferença de solubilidade para as várias formas polimórficas da sílica
2) solubilidade da sílica amorfa aumenta quando o pH > 8
3) aumento da temperatura diminui a solubilidade da sílica amorfa e quartzo
4) agentes quelantes: ac. Húmicos reduzem a solubilidade da silica amorfa,
possivelmente devido a adsorção dos compostos orgânicos na superfície livre
da sílica gel.
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Ciclo dos elementos nutrientes no oceano
5) metais traço (Al, Fe, Be, outros) podem retardar a dissolução das diatomáceas
em água do mar
6) tamanho da partícula. É crítico para partículas com diâmetro menor que 50 um.
A área superficial irregulares diminuem a solubilidade.
Existem vários fatores que afetam a concentração do silício no mar tais como:
1) transporte pelos rios
2) transformação de minerais argilosos
3) incorporação em organismos
4) dissolução de organismos
5) temperatura e insolubilidade de certos minerais.
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Ciclo dos elementos nutrientes no oceano
Transporte de nutrientes
1. Ressurgência
Provavelmente o processo que mais contribui para trazer a água rica em
nutrientes das profundezas para a superfície é o fenômeno da ressurgência. Como a
ressurgência depende de ventos que levam as águas superficiais fora ou paralelamente às
costas, este processo ocorre com maior intensidade para as latitudes média de costas
oeste. Um efeito similar se manifesta na área das contra correntes equatoriais. O
fenômeno da ressurgência é ocasionado pela divergência das águas superficiais que faz
com que as águas das profundezas subam tomando o lugar da água superficial em
deslocamento. A ressurgência pode ser sazonal e a disponibilidade de nutrientes também
corresponderá a essas mudanças sazonais.
3. Difusão
Quando um gradiente nas concentrações de substâncias dissolvidas aparece no
oceano a difusão ocorre, devido às diferenças de concentração (diferenças de potencial
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Ciclo dos elementos nutrientes no oceano
Fig. 1 Diagrama simplificado da circulação de nutrientes (P, N, Si) num ecossistema com
ressurgência ( de Dugdale, 1972)
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