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Dulce Helena Rizzardo Briza é analista didata, membro do Instituto Junguiano de São

Paulo, membro fundadora do Instituto Junguiano do Paraná e do Instituto de Psicologia

Analítica de Campinas, membro da International Association for Analytical Psychology

– IAAP. Autora de A Mutilação da Alma Brasileira: um estudo arquetípico e co-autora

de Puer e Senex: dinâmicas relacionais.

E-mail: brizadhr@uol.com.br

Fone/fax: (11)3044-4803

Endereço: rua Cel. Arthur de Paula Ferreira, 59 cj. 14 – Vila Nova Conceição - CEP

04511-060

Autorização:

Autorizo a publicação de meu artigo Alma, Elegância e Instituição na revista Cadernos

Junguianos.

Atenciosamente,

Dulce Helena Rizzardo Briza


ALMA, ELEGÂNCIA E INSTITUIÇÃO

Dulce Helena Rizzardo Briza

Sinopse:

Na história da humanidade deparamo-nos com conceitos religiosos, teóricos e

filosóficos sobre a alma e diversas abordagens sobre elegância. Esse artigo trata da

elegância da alma e a alma da elegância, levando em consideração os diversos aspectos

da Psicologia Analítica e do ser no mundo, considerando a importância do contato com

o Si-mesmo e com a Anima-Mundi para uma existência engajada na ética e em valores

realmente significativos. Aponta para um árduo trabalho com o cultivo da alma e com a

integração da Sombra e para a responsabilidade do analista no contato com o paciente,

com seus colegas de trabalho e com as instituições.

Palavras-chave: alma, elegância, ética, criação, idoneidade, instituição.

Resumen:

En la historia de la humanidad encontramos conceptos religiosos, teoricos e filosóficos

sobre el alma y diversos abordajes sobre la elegancia. Este artículo trata sobre la

elegancia del alma y el alma de la elegancia, tomando en consideración diferentes

aspectos de la Psicología Analítica y del ser en el mundo, considerando la importancia

del contacto con el Si-mismo y con el Anima Mundi para una existencia basada em la

ética y en valores realmente significativos. Aborda un arduo trabajo con el cultivo del

alma y con la integración de la Sombra y la responsabilidad del analista en contacto con

el paciente, com sus compañeros de trabajo y con las instituciones.


Palabras-clave: alma, elegancia, ética, creación, idoneidad, institución.

Abstract:

In the history of Humanity we can find religious, theoretical and philosophical concepts

about the soul and several approaches about elegance. This article deals with the

elegance of the soul and the soul of elegance, taking in consideration different aspects

of Analytical Psychology and the human being in the world, considering the importance

of contact with Anima-Mundi for an existence based on ethics and quite significant

values. It focuses on an arduous job with care of the soul and integration of the Shadow

and the responsibility of analysts in their contact with patients, their co-workers and

institutions.

Key-words: soul, elegance, ethics, creation, reliability,institution.

“Elegância é tudo aquilo que é belo, seja no direito, seja no avesso.” Coco

Chanel

“Sem elegância no coração, não há elegância.” Yves Saint-Laurent

“Há pessoas elegantes e pessoas enfeitadas.” Machado de Assis

Falarei aqui sobre a elegância da alma e alma da elegância. Desnecessário

lembrar que aqui elegância não se trata de etiqueta e luxo. Ao contrário, a definição de

elegância passa pelo caminho da simplicidade em direção à eficiência. Na maioria das

vezes vemos que na matemática, na filosofia, na arquitetura, nas artes, a solução

elegante é sempre a mais simples. “A simplicidade é a sofisticação fundamental”, diz

Leonardo da Vinci.
Sócrates, que não era uma figura externamente elegante, chegou a uma simples

verdade, com toda a elegância, quando afirmou que sabia que nada sabia.

Grandes personalidades que conhecemos como Gandhi, Cristo, Madre Teresa,

Dalai Lama, Martin Luther King, não eram necessariamente pessoas de beleza e

elegância física, mas foram pessoas de extrema elegância de alma.

A elegância e a criação também provem do amor e da sensibilidade. Machado de

Assis disse que “o amor e as musas nasceram no mesmo dia”.

Ser elegante é ligar-se ao aprimoramento pessoal, ao criar e recriar. É também

uma questão filosófica, existencial e de valores. É ter caráter. E o caráter também se

conecta à alma instintiva, que gera a inteligência imaginativa, que engendra a criação de

si mesmo e do mundo. Hillman afirma: “Nós não nos conhecemos, nós nos

descobrimos”. Ter caráter é não ser inocente ou ingênuo. E diz ainda: “O

autoconhecimento aparece e desaparece como insights no jogo da vida”.

Ser elegante é ser ético: “A ética emerge do caráter, não como uma virtude ou

um defeito, mas como a particularidade e peculiaridade de cada caráter”, diz Hillman.

A pessoa elegante sabe que tem como parceira uma alma bailarina, dançarina

mercurial, sem a qual a vida não tem sentido, porque a vida pra valer se opõe à vida que

se vê. E que essa dançarina fortuita, que às vezes se esconde atrás de véus, é artífice de

mil facetas. E nos sensibiliza, nos mobiliza, nos encanta, nos desencanta, nos assusta,

desliza, revitaliza, nos faz criar e recriar. É sagrada e profana, percorrendo caminhos da

luz, da sombra e do intangível, dos céus e dos infernos, fazendo-nos dançar com anjos e

demônios.

A alma elegante busca criativa e intuitivamente criar-se a si própria e tornar-se

si-mesma. Busca a harmonização do consciente com o Self. Talvez essa seja a maior

obra de criação. Esta pede uma ordenação interior e nós nos orientamos ao que criamos
através do que selecionamos em relação às nossas expectativas, medos, anseios,

sensibilidade, cosmovisão. Assim, nossa ordem interior é projetada naquilo que

criamos. É necessário, portanto, que tenhamos uma importante percepção de nós mesmo

para criar. Para fazê-lo é preciso que sejamos sensíveis. E a sensibilidade é assunto

primordial para a alma elegante.

A elegância transcende a matéria e, portanto, se reporta ao espírito e à alma, que

busca a essência das coisas.

Para Sócrates, o único bem é a sabedoria, o conhecimento, e Nietzsche nos diz:

“Aquilo que os homens têm mais dificuldade em compreender, desde os tempos mais

remotos até o presente, é sua ignorância acerca de si mesmos”. O “conhece-te a ti

mesmo” é evocado em diversas culturas, de várias formas e quando Jung fala do

processo de individuação, diz que ela “é um tornar-se consigo próprio e ao mesmo

tempo com a humanidade, em que também nos incluímos” Vol. XVI, § 227.

O Self, arquétipo central, é nada mais, nada menos do que o secreto “spiritus

rector” de nosso destino, o que nos faz ser e evoluir.

Assim, a realização do si-mesmo está ligada à ética, não à ética moralista, e sim

à ligação profunda com o Self, com a libertação de valores externos irracionais, que

propiciará, então, todo ato de criação.

Como diz Andrew Bard Schmookler, “O bem não irá governar o mundo no dia

em que vencer o mal, mas no dia em que nosso amor ao bem não pretenda mais realizar-

se como triunfo sobre o mal. Quando a paz vier, ela não será criada pelos que de si

fizeram santos, mas pelos que com humildade, aceitaram sua condição de pecadores.”

A criação e a alma elegante buscam o sentido, não a “perfeição”, a união dos

opostos que gera o símbolo, apesar das adversidades. Sabemos que a alma é

multifacetada:
“Se as coisas são estilhaços

Do saber do Universo,

Seja eu os meus pedaços

Impreciso e diverso.”

Fernando Pessoa (Pessoa, 1983:407)

A alma elegante busca a essência e a verdade em si mesma. Evita as falsas

certezas e o auto-engano. Suporta ser complexa e contraditória. Procura ser livre,

ousada e pluralista. Foge do ideal de ser para ser o que realmente é. Sabe que a dúvida

cresce com o saber. Sabe ser justa e indaga: “Poderia alguma coisa revelar uma falta de

formação mais vergonhosa do que possuir tão pouca justiça dentro de nós mesmos que

se torna necessário obtê-la dos outros, que desse modo tornam-se nossos senhores e

juízes?” Platão “A República”. (Giannetti, 1997:213)

Poder ser o que se é com dignidade, humildade e inteireza é uma obra de

libertação e de elegância. Poder ser livre e agir como de fato se pensa, com ética, zelo e

responsabilidade é fazer uma obra de arte do viver. “A elegância da honestidade não

precisa de adornos”, diz Mary Browne.

Viver sem o auto-engano é elegante, pois “nós estamos tão acostumados a nos

disfarçar dos outros, que acabamos nos disfarçando de nós mesmos”, como observa La

Rochefoucauld. A alma elegante não se assusta diante do novo, procurando transformar-

se e estabelecer novas dinâmicas. A elegância é um estado de espírito. O indivíduo que

dança com sua alma e com a anima mundi forma seu caráter elegantemente. É solidário,

é sóbrio, é solícito, é atento.


A elegância é acolhedora, generosa, não é preconceituosa, é atenciosa,

regeneradora e geradora. Pede a grandeza da alma, pois “tudo vale a pena quando a

alma não é pequena”, escreve Fernando Pessoa.

Às vezes é confundida por pessoas menos sensíveis como sedutora, frágil,

submissa ou insegura, pelo fato de ser gentil, de saber elogiar, de ser magnânima,

respeitosa ou ciente de suas limitações.

Mas sabe perdoar, é delicada, sutil, administra os conflitos, as polaridades, as

idiossincrasias. É terna, tolerante, não é prepotente nem arrogante. Procura ouvir mais

do que falar, mas quando dá sua opinião o faz com firmeza. Respeita o diálogo, é

democrática. É nobre, justa, corajosa. Supõe integridade, comedimento e

comprometimento. É erótica e sabe que entre outras características, estão nela os

impulsos criadores.

No “Banquete” de Platão, Agáton afirma que um atributo de Eros é a graça

“porque Eros e a deformidade estão em hostilidade perpétua” (Platão, 2005:48). É a

sabedoria de Eros que faz nascer e crescer tudo quanto é vivo. Eros inspira o amor e a

beleza. “Ensina-nos a doçura, mata a rudeza, concede-nos a benignidade e expulsa a

maldade dos nossos corações.” (Platão, 2005:50)

“O verdadeiro Eros não tem nada a ver com a vontade de impor nosso próprio

plano e nossas próprias idéias sobre os outros” (Guggenbühl, 1978: 151).

Isso nos faz pensar na ética e elegância dos terapeutas.

A análise deve propiciar ao paciente uma oportunidade de restaurar sua unidade

primeva e tenta tornar possível a expressão total e livre de sua individualidade. Para

isso, a postura do analista deve ser de:

- acolhimento carinhoso e aceitação dos vários tipos de pacientes;

- tentar ao máximo evitar os preconceitos;


- não se deixar idealizar pelo paciente e mostrar que é humano, sujeito a falhas,

para que o analisando também o possa ser. Para lidar com a sombra de quem está sob

seus cuidados, precisa estar ciente de sua própria sombra. “Sombra do analista constela

sombra no paciente” (Guggenbühl, 1978: 86).

- ter humildade e saber de seus limites;

- ser respeitoso, atento e responsável. Jung comenta: “As questões decisivas da

psicoterapia não são um assunto privado – representam uma suprema responsabilidade”

(Vol. XVI § 448-449);

- ser ele mesmo;

- estar atento ao abuso do poder, à charlatanice e à postura de “salvador da

pátria”;

- trabalhar bem não só a transferência, mas a contra-transferência;

- saber que a função dele não é “curar”, mas facilitar o encontro do paciente com

seu inconsciente, com o Self e, a partir daí, criar uma nova dinâmica consigo mesmo,

indo em busca de um sentido, percorrendo seu caminho de individuação. Nisso está

embutida a ampliação da consciência;

- respeitar o sigilo do vaso analítico;

- não usar ou manipular os pacientes para adquirir benesses emocionais ou

materiais;

A análise também implica na maiêutica socrática e o analista deve ter em conta

que o trabalho com cada paciente é uma preciosa e delicada renda, tecida muitas vezes

com sofrimento e sacrifícios. O analista precisa ser corajoso e saber que nem sempre o

código ético coletivo é igual ao do indivíduo, que o código está ligado à ética do Self,

da possibilidade, da libertação e da criação. Portanto, ele jamais será um juiz e saberá

que o Mal faz parte da Psique e também pode alavancar a transformação das pessoas.
Como sugere Guggenbuhl, “Só quem tem a liberdade de destruir pode livremente

voltar-se para o mundo com amor” (Guggenbühl, 1978: 121). Deve saber que a ética do

sensível é uma grande facilitadora para o processo de individuação. Jung afirma que “o

intelecto é de incontestável utilidade, mas além disso é também um grande embusteiro e

ilusionista sempre que tenta manusear valores.” E que “uma percepção meramente

intelectual pouco significa, pois o que se conhece são meras palavras e não a substância

a partir de dentro” (Jung Vol. IX-II § 60). E que “no decorrer do tempo, o que é lógico

se transforma em disparate. Infelizmente é esse o destino das concepções metafísicas.”

(§ 65).

E nós analistas, em relação às instituições, somos elegantes?

Até que ponto o desejo do sucesso a todo custo e do poder fazem com que

nossas instituições adoeçam? Trabalhamos com alma a expansão do pensamento em que

acreditamos ou usamos as instituições para satisfazer nosso lado narcisista e carente de

poder?

A alma elegante apóia e incentiva o sucesso do outro, pois sabe que no universo

brilham inúmeras estrelas e que elas não se indispõem por uma brilhar mais do que a

outra.

“O gesto verdadeiramente elegante está geralmente acompanhado pela

excelência do coração”, diz Henry Fielding.

Somos solidários e elegantes com nossos colegas de profissão?

No “Banquete”, Platão nos fala sobre o amor. E nos mostra a importância de

amarmos o diferente, pois é comum amarmos o que projetamos e o diferente nos

ameaça. Será que as pessoas estão maduras e suficientemente fortes para aceitar e

refletir sobre idéias que não lhe são familiares sem se sentirem frágeis ou ameaçadas?

Muitos tomam as idéias diferentes das suas como uma questão pessoal. “Se você pensa
diferente de mim, logo está contra mim”. É muito freqüente vermos pessoas

discriminadas e tolhidas por conta dessa avaliação. E muitas vezes pensamentos

brilhantes, que poderiam ser aproveitados para o crescimento do grupo, são abortados.

Perde-se o entusiasmo, tão valorizado por Platão, e instala-se a mediocridade.

É importante lembrar que pertencemos a uma instituição; não somos a

instituição. Isso deveria estar sempre presente na mente dos indivíduos que fazem parte

dela, principalmente aqueles que ocupam cargos de direção. Pois freqüentemente o

autoritarismo é disfarçado em acolhimento, gerando uma resistência a inovações e os

dirigentes sofrem a tentação narcísica de se sentirem superiores a outros elementos do

grupo. O empenho em alcançar interesses pessoais fica muito acima daquele de lutar e

trabalhar pela causa inicialmente abraçada.

Assim notamos membros que, sob o manto do servir, servem-se. E outros que

são impedidos de trabalhar e mostrar seu trabalho por um grupo corporativista, egoísta e

medíocre. Novos valores e novas idéias são rechaçadas, pois os “pais terríveis”, ávidos

de poder e de reconhecimento sentem-se ameaçados, mantendo sua autoridade sobre

filhos que anseiam por crescer e se tornarem independentes. São os reis que já estão

mortos e não cedem seus lugares, ativando o lado negativo do arquétipo do senex e, da

mesma forma, o lado negativo do puer. Assim o grupo entra num estado de degradação.

Lembremos que Jung comentou que um caminho unilateral leva à barbárie.

Seria saudável e elegante, por parte da instituição, que aflorasse o lado positivo

do casal parental, acolhendo e alimentando de conhecimento seus filhos, auxiliando-os

na tomada de consciência e no trabalho com a sombra, facilitando a busca de inspiração

para criar. É muito pouco saudável alimentar Narcisos que não podem reconhecer a

existência do outro porque, se o fizessem, teriam que se haver com suas fragilidades e

limitações.
É importante que as instituições formem colaboradores e agentes de

transformação na sociedade, que possam dar o melhor de si, e não indivíduos amargos e

desiludidos, frutos de egos inflados, dependência, hostilidade, antropofagismo.

Seriam então sociedades “oxigenadas”, onde idéias e teorias pudessem ser

debatidas sem medos e preconceitos, enfim, de pessoas com liberdade para dizerem o

que pensam e expressarem o que realmente são. Suas bases estariam fincadas no amor e

no respeito e dar-se-ia muita atenção à sombra e ao abuso de poder, que geram

processos autodestrutivos, como dissidências sombrias e fragmentações.

Dentro desse tema, consideremos tanto o indivíduo arrogante, quanto o que faz

sua contrapartida, o servil interesseiro, que abre mão de sua dignidade e é via de regra

um bajulador hipócrita, que atuam como estagnadores de um processo de evolução e

desenvolvimento da alma, tanto a pessoal como a coletiva.

Instituição saudável é aquela que tem consciência de seus limites e lida com seus

conflitos e crises, sabendo que estas servem para uma re-orientação transformação e

renovação de seus membros e da sociedade em que está inserida. É a que elegantemente

prioriza sua alma.

Inúmeras vezes os donos de alma elegante foram sacrificados, pois diziam o que

lhes fazia sentido e se expuseram ao risco de ser uma ameaça à sociedade.

A Sócrates foi oferecida a oportunidade de fugir ao ser condenado à morte. Ele,

entretanto, rejeitou, aceitando o sacrifício e seguindo os apelos do seu “daimon”.

No dia de sua morte, teve o cuidado de lavar-se antes para não dar trabalho a

Xantipa, sua esposa. Pegou a taça com o veneno com tranqüilidade e levou-a aos lábios

sem hesitar. Acalmou seus discípulos, que choravam, e pediu que demonstrassem
coragem. Antes de fechar os olhos para sempre, recomendou a Críton que sacrificasse

um galo para Esculápio. E assim morreu com serenidade e elegância.

Esse homem foi acusado de corromper a juventude, enquanto sabemos que

postulava o encontro e cultivo da alma e da verdade, incitando os jovens a se aprofundar

no conhecimento deles mesmos, provando que “das riquezas não se origina a virtude,

mas da virtude se originam as riquezas.” (Platão, 2000: 82) Sócrates foi íntegro e fiel a

si mesmo até a morte. Fez seu difícil caminho de individuação, sempre leal ao seu

“daimon”. Nietzsche certa vez comentou que a alma aristocrática tem o respeito de si

mesma. A alma elegante igualmente tem o respeito por si mesma.

O ego tenta controlá-la e fazê-la caminhar por uma estrada unilateral muitas

vezes distante de sua própria realidade, que é complexa e multifacetada e percorre

caminhos tortuosos.

O ato elegante é devotado à alma e o ego deveria ser um bom tradutor da

linguagem da psique, de suas imagens, fantasias, sonhos, símbolos, metáforas, mitos e

ambigüidades.

A verdadeira elegância implica no respeito, cuidado e uma atenção profunda no

trato com a sensibilidade e os meandros da alma. E é mister observar que nossos

caminhos são diversos. O importante é que se caminhe com alma e elegância.

“Bem, é chegada a hora de partirmos, eu para a morte, vós para a vida. Quem

segue melhor destino, se eu, se vós, é segredo para todos, exceto para a divindade”.

(Platão, 2000: 97)


Referências Bibliográficas:

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