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At Dados Internacionals da Catalogacie na Publicaeso (CIP) os.0568 cpp 0 Indices para catslogo elstomstico: fernanda mussalim anna christina bentes organizadoras introdugao a lingiistica dominios e fronteiras Volume 2 Seiwa SAUSSURE, F, Curso de Lingistice gera, So Paulo, Cults 1916) 6 PSICOLINGUISTICA* Ari Pedro Balieiro Jr TetTroDUgRo: AS RAIESE AEVOLUGRODO CANO 1.0 problema da definicéo do Pslcolingdistiea treqdente que as discipinascinifens, quan nascem, sejam iden- tffadas muito mas em fangio de um agrapemenco de rabaos de pesquisa i estentes,e que apresentam alguns idenidads, do que em fungio da exisién- tus quetenha um objeto cma metodologia diferentes doserevame macontece como campo de ina, abrigado sob nome de falando de coisas diferentes. Partindo dessa constatagio é preciso reconhecer que a pretensio de apresentar uma visto panorimica de qualquer assunto deve garantiralguma coerSncia e visibilidade par osc trugio, sem desconsiderar a existéncia de vers6es diferentes, ou mesh gaa ets et 1. Compare, por exenpla, Gabe m cous Aun auténomas do que um programa sobre o tema. Assim, comes ddos critécios adotados em sui elaborac capitulo siga fossa exposigio pela declaragto ‘80 histérica, que busea localizar as rafzes ¢ a e dle uma descrigfo do estado atual do camp as pesquisas que nele hoje se desenvolver sentaremos algumas das questBes que a 3 solugdes oferecidas, io da disciplina, se is questies com que sso movimento da Psicologia para a Ling nds. Em seguida, apre+ concopeées diferontes: uma, oriunda da (radig20 européia, essen: ‘gem: ¢ outa, oriunda da tradicio nort-americana, essencialmente compor ita, que buscava entender 0 comporta tien, reduzindo- ‘ous série de mecanismos de estimulo-resposta, Apés a devastagio causa- capftulo. smo norte-americano granhow forea 1.2. A préchistoria [Na Linguistica, por outro lad psicolégica, especialmente por m , Otero Psi ‘ent 08 qusis Hermann Paul, que tentaram apoiar no associacionis- suas explicagées para as mudangas linglisticas. Quando W. iogia, emseu Inborat6rio de Leipzig, come- artigo de N. H. Proncko? para o qual colaboram 2 Psicologia e a Lingt colaborayio eram originalmen davam uma questio central & m dos fundadares da Psi tare demonswar que de principios psicol6gicos, encontrou a LingUistica “preparada 1a velha avaliago romantica da linguagem, em termos de prineipios ssa und contin dep ™ wmcnugio Aunedbsnea culturas ¢ estétcos, por uma mais moderna ubordagem ‘c Essa tarefe, no entanto, nao foi muito bem-sucedida, em ruaio da dif dade de aplicar andlises psicol6gicas aos fatos contempor perspectiva histérica?. Sendo assim, a colaboragio dimini sinerénica, tomando pos preocupactio esta manifesta por expres- recurso implicit a mecanismos psicolégi- fsticos. jo foi extremamente fecundo, em boa parte gragas b emergén- cia do estruturalismo na Linghistica e do comportamentalismo na Psicologi do compostamer teita, gerando, com raras exce- recounstisnen izando o papel de estruturas mentais ou cogniivas, enqu 133), acabaram por conside- gist. Uma Psicologia que 1 10 ado. 1.3. 0 porfodo formative .ofereeeu. icolinghs- 949) definian uma unidade de comunicagao.como A Teorla da Informag ‘um enquadramento pst ticos. Shanni formada por: =) > aa) » comunicagio na medida das mensagons e estados dos comuni- jo do acervo de descobertas, pes ecessidade da coordenagio de exforgos entre 06 i as, em problemas comm Pricologia” dirigido pelo ps Verioreal problems (Osgood & Sebeok, 1954). A partir de endo, estava “fundada” a Paicolingitsties. " roduc Aus, racouncsica ia ) este componente sintétics — a Gramiica Universal, G.U,—, capaz de erar qualquer (¢ somente uma) lingua, deveria ser inato nos individuos da espécie humana; inguisse entre a comperténcia (o conhe icolingustica desse perfodo era um umplo paine! de pesquisas or Yo que um falante/ vidade do auisas em que a teoria se encontrava ein grande parte implicita na pesquise, ou jominio proprio a competéncia endo a dela emergia timidamente, de prSprio a compete 10 ire descrever uma Gramitica Universal que permitsce entender como a linguagem surge € se diferencia, em linguas dlistinas, na mente humana, Assim também, o componente central da compe~ téncia seria a sintaxe, mantendo a semfntica fora do campo de estudos, Tal jpotético dedutiva, subordi- como se organizava a compe~ “uma teoria unifieada da 1.4.0 period lingiistico publica sua farnosa resen ‘Skinner (1957), na sabaram por relegar também a teoriada performance a segundo plano, im do modelo gerativistae privilegiando as ‘Accitica de Chomsky abalou os funsiamentos da Psicol at6 entio, forganco uma guinada no campo, o que diminuiu gradativamente fNuéneia do comportamentatismo e reavivou o mentalismo, embora em novas fo charmado por Koss (1992) de Period I tengas deveria ser: axe, ou seja, 0s profunda deveriam ‘de seus experiments. ‘© modelo gerativo"* (Chomsky, 1957) propunha, entre outras coisas, que: 4) as sentongas faladas, ou estrutaras superficais, derivars sruturas profundas, a eramuma fungi do nfimero ¢ da come eee ta deriviago sintStica de cada de regrastransformacionais, que se orga- 15 Ouse, com un chen eum mado pis 16 Veroreapor dona, "Aquos Linguagen” ste vlan ™ mooucto A nsdisnea das poucas evidéncias experimentais que a apoiavar, mas também por causa do trando que no apenas a senlenyas, mas sfo igual ‘erica da Teoria da Complexidade Derivacional, A busca da confirmacio do modelo gerativo, por outro lado, que visava descobrir como surgia ¢ se orge- nizava a Gramética Universal, impulsionou fortemente os estudos de aquisicio 4a linguagem, abrindo um nove campo de pesquisas que, embora relacionado diretament cada vez 1.5. 0 periado cognitive ‘As mudangas na teoria lingistica, constantes na vertente chomskyana, Juntarrente com butros fatores, especialmente a consideragio de fatores que a abordagem inicial desconsiderava, como os fatores semiinticos ¢ pragi recouncisies 0 cognitive, no qual os apcrtes da teor mas perderam o cariter de ivistas"® postulavama “subordinacio" ‘tém um papel a desempenhar nas tarefas de meméria e organizasio c [No entanto, hé poucas evidéncias de que os processos transformaci inguagem explicaacomo ios fates, de tl forma que os sislemas vugorir quo a Gramé- iglfsticas tendo, em 1s de outros aspecios gem, a percepgdo € 0 desempento utras disciplinas préximas, coma a Psicolog Linguagem, alm de trazercm também para 6 campoa inf ial seus modelos cor do da teoriapsicol seapresenta om urn teicas, como, por 0 0 reewahecimenta de que prob! ios eampos correlacionaclos. Adicional cea readquiriu um 5 perfodos anteriores, explanatério sobre 0 processamento d questo concemente a0 funcionam (a, no se pode mais encia do paradigma chomskyano, segundo Kess (1992). presente, menos em fungi de sua apresentagio da Li Fagia Cognitiva do que em fuga da natureza mesma das des da competdacia lingus 38 da gramética ou da semintica as investigagdes sobre problemas de representacdo conceitual e da estrutura dos 3s humans. Como exemplo, Kess (1992) cite Jackendott i, admite que o problems seménti- sceunevinca w legrago entre 0s achados da Linglistiea eos da Psiclo- ada sob a égide daseigncias cognitivas, ios computacionais (ou sea, smn © processamento da -omputsdores como medelo para entender o processanen tema composto de mada’ forma independente, eabendo sua integragio os mocanismos de assume que no hi ‘ma, as pesquisas tém confrontado as questdes do campo a partir de duas pers- pectivas diferentes. Em virtue do fato de as pesquisas psicolin abordagem gerativista, quarto soba cogaitivise ou a compacacion: 10 estudo da estrutura do conhecimento passuldo silo fa adas em paradigms cogi gar conbe tem sido as das teorias sobre ‘uma meta clara da P's e do mitodo de estudo, necessérias para que possamos falar em uma i automa, parecem estar se encaminbaando para uma solugéo. eoougho anata ‘2. QUESTOES EPROBLEMAS DA PSICOUNGUISTICA Apenas com o objetivo de mostrar como podem ser divididos os de estudo e os problemas da nascent diseipl apresentaremos uma tabela com a lista dos uGilizadas como fontes principais deste te ygemé a predominaneia das bro, ineluindo 0s funda counts ws © 0 pejuizos do process ‘Ses entre linguagem e pensamento, campo e dos problemas para os quals tas quastbes apont sar algunas assergdes que podem ser fetas no atual ‘glo do tipo Vi» Va, provaca variagées em das em Vd, formula proposigbes sobre a nau za de (1). 0 design dos experi- (Vi Vd) de outras varig- (Va)— que possat gum cientsta, em algum momento do s LingUistica, deve ter claborado a hipétese de que a fala tem alguna relagio como funcionamento do cérebro. Falar é& Varisvel Independente (Vi ‘érabro e a linguagem € a relagéo causal (>), © a atvagio de algum conjunto de ‘reas cerebrais a Variével Dependente (Vd), Para eonfimuara hipStese, & preci- so realizar 0 experimenta, ou seja, falar, ¢ veriticat se 0 eérebro € ativado de alguma maneira, Para quo 0 experimento seja bem-sucasido, porém, 6 preciso we mooupho dunce verificar se algumas eondigdes sio.cu imento gerando, (0 pouca rele- implica a existencia de procedimentos “ment luo para poder entender o que ouve. Assim, do ponto de vista eo, © pesquisador enfrenta o problema da falta de acesso dit todol6gico con- 1 produsio dos dos se concentre na difculdade em eluborar estudos experimental ti¢08 da fala, 0 que faz-com que a maior no estude da recepe! mproansio, ‘A partir do que jé se conhece sobre o processamento, emergem também varias outras questBes, como, por exemple: 4) como o processamenta realiza 3 nvari@ncia implicada e necesséria A luansformagao do sinal acustico de entrada em um percepto, que poss ser processado mentalmente, dad gh scouneaicn a smi i inex 2.3, Unidades de significagéo ov o probleme do léxico oO. onc plas, expe do fo elo nifieago armazenadas neste |, ma qual deverio ser identificados, no miaimo, para o léxico, com © outra de order ima ordem hai , também, importante estudar como sistemas de provimento das informagOes necessérias para ato de falaro as informagoes vindas dos sentidos ou da perceps&o, verbuis ou ni ‘mages contexts, lingUisticas ou no, ¢ 0 conhecimento de mundo do falan- te/ouvinte. A forma de acesso 10 a teGrieo sobre og seconheccr a palavra “olha'”, De maneira geal podemos dizer que existem trés lipos de modelos: reconhegam alguns aspectos da fala que entra pelos ouvidos, sem exi- gira constrigio de uma representaeio perceptual completa desta fala ‘on deste input, Sobre o exemplo citado, este modelo diria que apenas seounetlnca ww ecios da fala, talvez: a seqUéncia de vogais ea distribuigho alguns na 0 Iéxico mental € ') 05 modelos de busca, que propiem a presentagdo completa do priori de uma re- ‘que depois sers comparada seleefona a mais parecida, mento por pistas de carer sistema de selegdo das unidades lexicais que ce se de saber como 0 falante consegue selei quele lugar da frase, Finalmente, & necessério integrar 0 cot ‘gBes perceptuais © contextuais que interage ‘quanto na produsio. Aqui é preciso reconhacer a dificuldade de elaboragio de ‘modelos testéveis empiricamente, visto que aquantidade de inferencies exigdas para esses testes & ‘Outra questo fundamental consiste em deseobrit como a significagio é representada na meméria¢ como é usada na recepgovpradugiio da fala, Pode-se dizer que a metnéria semintica deve trazer informagtes necessirias € compatl- veis entre si, que integrem informagées de cariter fonolégico‘grafémico, de v0 racourke unc 2A, Restrigbes psicobiolégicas Finalmente, & prec com os achados € Icori -zidos pela Psicologia, pela Neuralogia ou pela Neuropsicologis. Um exemplo desse tipo de restrigdes pode ser encontra- do na wfirmagao de que qualquer processador mental que utilize a memdria de 72 unidades nitagio. Embora a maioria alistas, por estarem scones rodelo de processamento* multo comum nos estudos tum esiudo sobre ordem das pulavsas e coeréncia discursiva durante a aguisi eo de uma segund: presentando wnt estudo experimental tama teoria gramat snativa 8 Teoria Gerativa, tepresentando uma ope ragie tedrica, 3.1. Niveis de endlise ¢ elementes da Pscolingdistica (um conte epistomolégico) Garman (1990) apresenta umm modelo esqueritico simples da "cadets da ura 0 que acoere entre um falants c urn ouvinte e per- (80) da mensagem.No exem fiear se © ouvinteentendeu a mensagem clhasse para algo, ou como extra coisa ido com a produgdo e rece ry anu Austen s2r processadoventen de elementos motores necessétios & geragio de tivos. O estudo de como so produzidos/percebidas esses sinais con- dduz, geralmente,& formulagto de modelos que buscam explicar suas proptiedades caracceristicas; ) a atividade neuri ica envolvida tanto na reespefo quanto na _Beragto da linguagem, que envolve tanto o processamento sensorial do saa rcouncbinea ‘npn quanto o processamento motar do ouput, bem como 0 provesse- di esti relacionada ao conjunto de ‘operagbes ocorridas no eérebro, drgios sensoriais eaparelhosarticulaté= ros das pessoas envolvidas no evento lingiistico; » que 52 refere 20 conjunto abstrato dos elementos do portugues nao ‘ora, ofalante-ouvinte Ao distinguietrésniveis de andlise apontar trés clementos do processa- ‘mento, Garman, numa operagio normalmente chamada corte epistemol6gico, io dis hiptess sustndes pela wore 4.2. Linguagem ¢ pensamento (um modele de processamento) Dadas as bases indubitavelmente cerebrais (ou mentais) do pensamento e problemas no estudo desiaarticulagio, O primeiro deles consiste em reconhe- ‘cer que 0 acesto que temos « este processamento é indireto, ou sea, supomos ‘que existe um processamento lingufstico na mente ou no cérebro da pessoa, mas nrveougo A meres oda linguagem sapuz de organizar uma se~ pt ( nquauto cemos acesso aos mos supor que o eércbro, ou a central tleféinica, as consideriveis diferencas fisicas e fsioldgicas entre estes eventos, de tal forma que pode reconbecere gerar as‘mesmas’ men~ sagens em diferentes forrpas™* ticos, 0 reconhecimento das palavras, « atribuiglo a elas de sign ‘sun organizagio ( diseursivo, ea rmplexa do que parece. Como exempl {que uma pessoa, “to falar (¢0es oriundas do proprio sisters Sistema senscrio-peteeptivo au polo funcionamento da meméria 3.3. A aprondizagem da segunda lingua por adultos (um estudo ‘experimentol) rsceunasnea wis no comego de proces- ipo de testriebes de ordem {inguagens envolvi a, vamos examinar apenas uma das questBes: as ico-pragnticas e a ordem das palavras. Ocstudo partiu da constatagho de que nos 0s aprendizes nilo dispem da grande variedade de mocanismos lingUsticos ara a eonstrugdo de proposigdes de que dispunhar na. que a situagilo experimental uagem, ou seja, para isolar as foram comparados com gra- “puramente conversaelon: contradas dectaragbes ade da aquisigao de outros coancisrea s 3.4. A teoria lexco-funcional da gramétiea (uma operacéo tebrica) [Em busca de uma intepragio entre teoralinglisticn efatores de processa- ‘mento, 2 Teoria Léxico-Funcional da Gramética (LFG)' ¢ proposta como uma rmugies da meméria é 1, que a comple- xidade dessas informagdes nao aumenta muito o trabalho da meméria, a LEG vvoo€ ilo repete as ‘outras palavras, ou p fe significagdo, como os acontecim iniactas. «t bem a forma como acortem as operagSes lindo do estudo de tarefas reais, ia, mas mantém as ‘dem em que ocorrem, posto de que é mi executartransformagées ga (a Grama so apontar que o corte: regra da parciménia, ou navalha de Oceam, que pode ser resumida dizendo

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