Você está na página 1de 13

PSICOLOGIA NO BRASIL

➢ 1962

O ano 1962 foi especial para a Psicologia brasileira.


O Presidente João Goulart promulgava, a 27 de agosto, a Lei nº 4.119, que
dispõe sobre os cursos de formação em Psicologia e regulamenta a profissão de
psicólogo.
A partir desta política, a Psicologia entrou no rol das profissões reconhecidas
em nosso país, sendo definido com maior clareza o seu campo de ação
profissional.
O documento legitimou, do ponto de vista legal, as práticas psicológicas já
existentes até aquele momento, impulsionadas por suas importantes aplicações
às necessidades nos diversos setores da vida social, como educação, saúde,
trabalho e transporte (Antunes, 2001).
1962 Os psicólogos – agora reconhecidos como tal – se
inseriram efetivamente no processo de habilitação
dentro dos DETRANs, realizando o exame
psicotécnico em candidatos à habilitação.
• Alguns anos depois, no âmbito da
legislação de trânsito, foi instituído A década de 60 caracterizou-se, portanto, pela
o segundo Código Nacional de organização político administrativa de categoria
Trânsito (Brasil, 1966). Essa lei
reorganizou o SNT e, dentre outras dos psicólogos, e também pela institucionalização
coisas, criou os Departamentos de e expansão ao desenvolvimento da Psicologia do
Trânsito (DETRANs) como parte trânsito enquanto subárea da psicologia.
desse sistema. Cada Estado
brasileiro deveria implantar o seu
próprio DETRAN, o que ocorreu
principalmente entre as décadas
de 60 e 70 (Cristo, 2011; Silva &
Günther, 2009).
• Dentro de sua estrutura, deveriam
ser instituídos obrigatoriamente os
serviços psicotécnicos.
• Na década de 70, no campo da
Psicologia, é interessante destacar os
estudos do professor Reinier
Rozestraten sobre a percepção em 1970
campo aberto, que o levaram a
estudar a legibilidade das placas
rodoviárias, e o levou ao
desenvolvimento da Psicologia do
trânsito enquanto subárea da Tomamos consciência do fato de que o trânsito
psicologia. resulta do comportamento humano, e que esse
tipo de comportamento está entre os mais
perigosos, uma vez que causa a morte
anualmente de 50.000 brasileiros, dentre os
quais 5.000 crianças. (Rozestraten, 1988a,p.
128)
Suas pesquisas lançaram as bases para a
estruturação da Psicologia do trânsito no Brasil
na década seguinte, implementada por ele
mesmo após sua volta do estágio de pós-
doutorado na França (1979-1980), com a
publicação do livro Psicologia do Trânsito:
Conceitos e Processos Básicos (Rozestraten,
1988b),
ÁREA DE ATUAÇÃO

• Onde o psicólogo pode atuar!

De acordo com Hoffmann et al.3, destacam-se quatro grandes momentos


da Psicologia do Trânsito. Primeiro, a aplicação de testes e exame
psicológico, o que ocorreu em momento anterior à regulamentação como
profissão. Segundo, o reconhecimento da Psicologia do Trânsito como
uma disciplina cientifica. Terceiro, o desenvolvimento interdisciplinar
em várias esferas e, por fim, um quarto momento marcado pela
aprovação do Código de Trânsito Brasileiro (Lei 9503, de 23/09/97) e,
consequentemente por um período de maior sensibilização da sociedade e
dos profissionais na discussão de políticas públicas de saúde, educação,
segurança e prevenção voltados à problemática do trânsito na sociedade.
O COMPORTAMENTO DO CONDUTOR – Modelos Explicativos

Modelos funcionais, que consideram o estado interno, vêm atraindo grande atenção
dos pesquisadores, diferenciados em dois tipos: os de motivação e os de processo
cognitivo.

Modelos motivacionais enfocam a reação dos condutores frente ao risco e pressupõem


que os condutores adaptam o seu comportamento tendo por base o risco percebido
(ou antecipado) em comparação ao aceitável (NÍVEL ALVO) ou situações sem risco.

Exemplo: condutores mais velhos, que têm capacidades reduzidas para reagir a
situações novas ou complexas, tentam adaptar o seu comportamento estratégico a esta
redução.
O COMPORTAMENTO DO CONDUTOR – Modelos Explicativos

Contudo, o limite de tais modelos é que pode explicar por que os motoristas adaptam
seu comportamento às circunstâncias de risco, mas não por que eles aceitam um certo
nível de risco.

FATO: A correlação entre fenômenos psicológicos subjacentes ao comportamento do


condutor (percepção e atenção), fenômenos de motivação (atitudes, procura de
sensações, representações), diferenças individuais e variáveis de “estado” momentâneo
(humor e fadiga) ainda não foi suficientemente demonstrada.
PRIMEIRAMENTE, ATENÇÃO
Segundo o CFP, a Psicologia do Trânsito é uma “área que investiga os comportamentos
humanos no tráfego, os processos externos e internos, conscientes e inconscientes que os
provocam e os alteram”. É evidente a atuação do profissional na análise das variáveis que
envolvem o desempenho do indivíduo no trânsito, que destacaremos aqui a relevância da
atenção no ato de dirigir.

O código Nacional de Trânsito, sob o decreto-lei nº 2.994/1941 fora o marco legal que
estabeleceu bases para o início dos trabalhos voltados as práticas no trânsito e com a
promulgação do decreto-lei nº 9.545/1946 normatizou o exame médico, físico e mental. Com
a demanda caracterizou-se como uma das primeiras áreas de exercício do psicólogo antes
mesmo da regulamentação da profissão em 1962.

Desde então, a avaliação psicológica se inseriu no processo de habilitação como uma etapa
preliminar, obrigatória, eliminatória e complementar para todos os candidatos à CNH.
AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA
É atividade exclusiva dos profissionais que envolve planejar,
orientar, monitorar e conduzir ações e intervenções
específicas ao que influencia o comportamento em situação
de trânsito. Não se restringe aos condutores, como também
os fatores ambientais que o circundam, tais como a via
pública e suas sinalizações, os pedestres, as condições do
veículo e a coordenação de movimentos necessários e
estímulos inerentes ao próprio organismo do condutor.

Conforme a Resolução 09/2018 do Conselho Federal de Psicologia, o psicólogo examinador


do trânsito tem a liberdade de escolher os instrumentos a serem utilizados na avaliação,
desde que autorizados pelo SATEPSI (Sistema de Avaliação de Testes Psicológicos).
O COMPORTAMENTO DO CONDUTOR - Modelos explicativos
A necessidade de explicar o comportamento do condutor de veículo cria a
possibilidade de sistematizar modelos de investigação dos fenômenos/processos
psicológicos subjacentes à natureza desse comportamento.
- Quase todos os esforços no sentido de modelar o comportamento do condutor têm
focalizado o motorista do veículo particular.
- Em muitos esforços de modelagem, a tarefa do condutor é considerada hierárquica,
em que três níveis que são identificados;

Estratégico – Tático – Operacional


O COMPORTAMENTO DO CONDUTOR - Modelos explicativos
O nível estratégico: define o estágio de planejamento geral de uma viagem, incluindo a
determinação dos objetivos, a rota e a escolha formal, além da previsão de custos e
riscos da viagem.
O nível tático: os condutores exercitam controle de manobras que lhes permitem
negociar as circunstâncias diretamente prevalecentes (evitar obstáculos, prioridade em
dobrar à esquerda ou à direita e ultrapassagem).
O nível operacional: envolve o controle real do veículo, como distância de seguimento
e ajuste de velocidade.
O nível motivacional: afeta os outros três níveis, pois dependendo do contexto o
indivíduo pode adotar uma ou outra conduta.

Você também pode gostar