Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
DO TRÂNSITO
PROF. VALDENOR FILHO
MALTA DO PRADO
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA
PSICOLOGIA
DO TRÂNSITO
Marília/SP
2022
Diretor Geral | Valdir Carrenho Junior
“
A Faculdade Católica Paulista tem por missão exercer uma
ação integrada de suas atividades educacionais, visando à
geração, sistematização e disseminação do conhecimento,
para formar profissionais empreendedores que promovam
a transformação e o desenvolvimento social, econômico e
cultural da comunidade em que está inserida.
Av. Cristo Rei, 305 - Banzato, CEP 17515-200 Marília - São Paulo.
www.uca.edu.br
Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida por qualquer meio ou forma
sem autorização. Todos os gráficos, tabelas e elementos são creditados à autoria,
salvo quando indicada a referência, sendo de inteira responsabilidade da autoria a
emissão de conceitos.
PSICOLOGIA DO TRÂNSITO
PROF. VALDENOR FILHO
MALTA DO PRADO
SUMÁRIO
CAPÍTULO 01 TEORIA GERAL DA PSICOLOGIA DO 06
TRÂNSITO
CAPÍTULO 1
TEORIA GERAL
DA PSICOLOGIA
DO TRÂNSITO
É inevitável fazer parte do trânsito em alguns momentos dos seus dias, seja como
pedestre, condutor ou passageiro, e que seria impensável uma sociedade que não
pudesse se deslocar, sendo que o trânsito torna possível, dentre diversas coisas, o
abastecimento do comércio, garantindo o desenvolvimento, a proximidade entre as
pessoas, o intercâmbio de conhecimentos, acesso às novas tecnologias e principalmente
a troca cultural, esta tão rica em nosso país.
Atualmente, precisamos nos locomover cada vez mais rápido e entre distâncias
maiores, e com isso esquecemos um fator fundamental: a segurança no trânsito.
O sistema de trânsito, embora a maioria das pessoas não atente para o problema,
deve ser lembrando que o mesmo ocupa um papel de destaque, sob o aspecto
econômico e social, enquanto envolve no dia a dia praticamente todos os cidadãos,
no exercício de irem e virem, de se locomoverem em busca da satisfação de suas
necessidades e em busca do bem-estar da comunidade onde vivem. Participando
ativamente ou não, este será necessário.
Portanto, devemos nos atentar o quanto a segurança no trânsito é um problema
atual, urgente no âmbito mundial, não apenas de nossa comunidade, cidade, estado ou
país, absolutamente em caráter emergencial. Entrando aí o papel de suma importância
da psicologia do trânsito desenvolvendo um papel ativo e de destaque na avaliação, na
educação e principalmente no desenvolvimento de estudos que facilitem o entendimento
e o desembaraçar de novas ações para a prevenção no trânsito.
A Psicologia do Trânsito pode, portanto, ser definida como uma área da psicologia que
estuda, por métodos científicos válidos, os comportamentos humanos no trânsito, os
fatores e processos externos e internos, conscientes e inconscientes que os provocam
ou os alteram. Em síntese: é o estudo dos comportamentos deslocamentos no trânsito
e de suas causas (ROZESTRATEN, 1988, p. 9).
O trânsito, fornecendo condições seguras, é um direito de todos e passa diretamente
pelos órgãos de trânsito e entidades do Sistema Nacional de Trânsito, aos quais cabe
adotar as medidas necessárias para assegurar esse direito.
O Código de Trânsito Brasileiro, Lei n.º 9.503, 23/09/1997 considera trânsito a
utilização de vias por pessoas, veículos e animais isolados ou em grupo, conduzidos
ou não, para fins de circulação, parada, estacionamento e operação de carga e
descarga.
ganhando uma excelente visibilidade no meio científico. É definida como área que
estuda os comportamentos humanos no trânsito, os fatores e processos externos e
internos, conscientes e inconscientes que os provocam ou os alteram, por métodos
científicos válidos.
O estudo da psicologia do trânsito se apoia em basicamente três sistemas principais:
o homem, a via e o veículo. Tendo o homem como o sistema mais complexo e o que
provavelmente tem maior probabilidade de desestabilizar o sistema todo. Sendo assim,
a psicologia do trânsito torna-se de suma importância para o equilíbrio deste sistema.
Esta fica com a incumbência de estudar os comportamentos humanos no trânsito e
os processos internos e externos, decisões muito conscientes e outras inconscientes
que acabam por provocar ou os alterar, de modo amplo que busca entender o que
engloba todos os usuários, como pedestres, ciclistas e motoristas.
A psicologia do trânsito vem se tornando cada vez mais primordial para compreender
os desvios e os mais diversos comportamentos que ocorrem no trânsito diariamente.
A função principal do psicólogo do trânsito é analisar e buscar uma compreensão
ampla e abrangente dos comportamentos daqueles que compõem o trânsito, buscando
desenvolver estratégias e possíveis soluções para uma dinâmica mais assertiva entre
condutores, pedestres, ciclistas e todos os outros que compõem o trânsito, ativamente
ou não. Também é papel do psicólogo trânsito identificar e definir o perfil dos condutores
de veículos automotores, buscando assim traçar um perfil desejável para se tornar
apto a condução de veículos automotores, não se privando somente a estes mas
também a todos que compõem o trânsito.
Temos medidas legais estabelecidas pelo código de trânsito, as quais gerem as
normativas para se ter um trânsito mais seguro. No entanto, somente essas medidas
não se fazem suficientes para evitar acidentes e danos maiores. Sendo assim, podemos
identificar que a educação e o trabalho dos profissionais que estão diretamente ligados
ao trânsito se fazem de suma importância para diminuir e minorar as perdas causadas
por acidentes e imprudência no trânsito.
Temos a origem da psicologia do trânsito ligada a Hugo Munsterberg, ao qual foram
atribuídas as primeiras avaliações neste contexto, quando, no início do século XXI,
submeteu os motoristas de bondes de Nova York a uma bateria de testes psicológicos
focados em habilidades e inteligência. Vindo este, posteriormente, também a ser
precursor do movimento chamado psicologia forense, no início opondo-se à tendência
Ainda atualmente alguns autores, mesmo que não expressando objetivamente esta
condição, ao verificar as publicações da área e temas correlatos a psicologia do trânsito,
reforçam a crença popular de que ela trata apenas da avaliação psicológica para
CNH. Todavia, nota-se um esforço de alguns poucos autores em ampliar a dinâmica
de interesses dos psicólogos do trânsito para muito além da perícia para obtenção,
renovação e adição de categoria da CNH. Observa-se uma queda na direção de estudar
a mobilidade humana e as políticas de educação e atenção à saúde.
Já no início do século XX, começaram a circular no Brasil os primeiros caminhões
e automóveis, fruto de um processo coletivo que visava a inserção do transporte
rodoviário como pilar fundamental nos deslocamentos. As locomoções começaram a
migrar dos bondes e trens vagarosamente para os automóveis, fruto de uma pressão
política e das elites que apoiavam a indústria automobilística que se instalava no
nosso país. Embora o país tenha tido como resultado um enorme “bumm” no seu
desenvolvimento econômico, trouxe como consequência uma gama inesgotável de
problemas relacionados à saúde e segurança, em decorrência do aumento de acidentes
de trânsito e incapacidades deixadas pelos mesmos.
Com a apresentação deste contexto, uma teoria que era fortemente discutida em
âmbito internacional era a teoria da propensão aos acidentes (accident proneness). Essa
teoria influenciou vigorosamente o Brasil e suas novas diretrizes. Ela tinha como preceito
que algumas pessoas têm mais propensão a se envolver em acidentes, justificando,
assim, a necessidade da elaboração de um processo para a identificação dos indivíduos
aptos ou inaptos para a condução de veículos automotores. Buscando, dessa forma,
uma diminuição na insegurança no trânsito.
Foi nesse momento histórico de forte movimentação social e com as primeiras
descobertas científicas que começou a implementação de um processo de avaliação
psicológica para condutores de veículos automotores. Começa, então, as contribuições
da psicologia do trânsito no Brasil, principalmente no trânsito rodoviário, realizando a
aplicação de técnicas psicológicas. Porém, essas eram aplicadas pelos engenheiros
inclusos nas mais diversas áreas do trânsito (considerados os primeiros psicólogos
do trânsito). Dando início a essa nova área de atuação da psicologia, o que deu fruto
a nossa disciplina.
Como respostas a essa nova demanda, em meados de 1940 foi desenvolvido a
implementação de medidas que visavam prever e minorar esses números. Dentre as
principais, podemos destacar a avaliação médica e psicológica (psicotécnica), tendo,
desta forma, a inserção da psicologia do trânsito, que tinha como finalidade minorar o
acesso à direção de veículos automotores por pessoas com propensão a envolvimento
em acidentes de trânsito. Com o estabelecimento das novas diretrizes, começou a
considerar a obtenção da CNH um privilégio ao qual a pessoa terá que provar sua
capacidade de condução de automotores com segurança e distinção. Esta avaliação
seria composta por uma bateria de exames e testes realizados por peritos em trânsito
com suas devidas capacitações. Na época, discutia-se muito sobre a necessidade
de existir um prazo para a reavaliação dos condutores e não mais ser permanente,
considerando que o ser humano passa por muitas mudanças no decorrer da sua
vida. Foi instituída uma verificação periódica dependendo diretamente se o condutor
realiza ou não o uso da CNH para fins de atividade remunerada. Tendo como marco
legal para a avaliação psicológica no contexto do trânsito o Decreto-lei n.º 9.545, de
5 de agosto de 1946, o qual tornava os exames psicotécnicos obrigatórios para os
processos de retirada de CNH. Somente em 1951 que essa medida entrou em vigor,
transformando o ano de 1951 em um dos principais anos para a psicologia brasileira.
ANOTE ISSO
CAPÍTULO 2
O PSICÓLOGO NO TRÂNSITO:
AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA
Para a psicologia, a avaliação psicológica foi uma das atividades pioneiras. Sendo
esta uma atividade complexa, mostra a necessidade do conhecimento técnico-científico,
responsabilidade social, perícia e capacitação adequada.
Devemos lembrar que a Avaliação Psicológica, entre todas as atividades possíveis
para o psicólogo no âmbito do trânsito, tem um papel de suma importância por ser
exigida pela legislação brasileira do trânsito e ter um caráter técnico, sendo a avaliação
psicológica definida através das Resoluções do Conselho Federal de Psicologia de nº
007 de 2003 e a 007 de 2009.
No Brasil, em 1907, foi fundado o primeiro laboratório de Psicologia, no Hospital
Nacional de Alienados. Em 1913 foi relatado o primeiro trabalho com testes psicológicos.
Na ocasião, os instrumentos utilizados foram os testes de inteligência de Binet-Simon
na avaliação dos pacientes do Hospício Nacional.
Em 1924 na Bahia, Isaias Alves adaptou a escala de Binet-Simon para a realidade
brasileira, considerado como um dos estudos pioneiros na adaptação de instrumentos
psicológicos no Brasil.
Nas décadas seguintes, há uma grande alteração no foco dado pela área da avaliação
psicológica, o foco passa a ser estratégias de intervenções grupais e individuais,
estudos da personalidade e construção de testes e técnicas.
“A Avaliação Psicológica é um processo, geralmente complexo, que tem por objetivo
produzir hipóteses, ou diagnósticos, sobre uma pessoa ou um grupo” (HUTZ, 2015).
Sendo a avaliação psicológica compreendida como um processo técnico e científico
de estudos, coleta e interpretação de dados referentes a relação do ser humano e a
sociedade, tendo como principal ferramenta as estratégias psicológicas tais como
instrumentos, métodos e técnicas. Sempre no resultado das avaliações psicológicas
devem ser considerados e analisados a história psíquica e social dos indivíduos.
de trânsito vigente, apontando para uma avaliação técnica das áreas e dimensões
correspondes.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9503.htm
A resolução CFP nº. 002/2003, no seu artigo 11, traz a orientação que “as condições
de uso dos instrumentos devem ser consideradas apenas para os contextos e propósitos
para os quais os estudos empíricos indicaram resultados favoráveis”. O que podemos
ver neste artigo é que o simples fato do teste estar com o parecer favorável do CFP
(Conselho Federal de Psicologia) não significa que o mesmo pode ser usado em
qualquer contexto, ou para qualquer avaliação. Quem está a recomendar? a pesquisa
dos instrumentos que tem por finalidade a avaliação dos objetivos colocados no
processo específico a ser usado.
ANOTE ISSO
CAPÍTULO 3
COMPORTAMENTO HUMANO
Comportamento Humano
Definição de comportamento:
1. Ato ou efeito de comportar-se;
2. Procedimento de alguém face a estímulos sociais ou sentimentos e necessidades
íntimos ou combinação de ambos. (Dicionário ‘online’)
pode ser positivo (recompensa) ou negativo (ação que se evita uma consequência
que não se deseja).
Podemos dizer que existem diversos modos do comportamento humano que podem
variar com as circunstâncias em que eles são realizados.
O comportamento consciente é aquele realizado logo após um processo de
pensamento, como quando cumprimentamos alguém que conhecemos ao encontrar
com esta pessoa na rua. Já o comportamento inconsciente é toda e qualquer atitude
que realizamos sem refletir sobre elas.
O comportamento privado é a ação realizada quando se está sozinho, não sendo
observado por outras pessoas. O comportamento público se difere porque é quando
a ação é feita em espaço público ou privado, mas na presença de outras pessoas.
É possível também analisar um comportamento sendo bom ou mau, dependendo
da situação em que ele é realizado nas normas sociais estabelecidas. Por exemplo,
quando uma criança faz “birra” em público e desobedece uma ordem dos seus pais,
eles podem repreendê-lo por seu comportamento não estar nos padrões adotados, o
que conhecemos, então, como castigo ou punição.
Sim, nosso modo de agir não é estático. O que seria uma escolha hoje, pode já
não ser mais amanhã.
Comportamentos aceitos para uma criança podem não ser bem vistos quando
desempenhados por adultos.
Tudo isso faz parte da complexidade inerente à nossa existência.
Por isso, vale a pena analisar algumas diferenças percebidas em diferentes fases
da vida.
Fase infantil
Nos primeiros anos, temos pouca autonomia e não possuímos consciência para
desenvolver comportamentos que possam ir além do instintivo.
Se sentimos dor, fome, sede ou frio, a reação é o choro. Essa é a maneira mais
simples para demonstrar a insatisfação.
Mas a infância é também um período de intensa aprendizagem.
Na maior parte do tempo, ao observarmos os comportamentos de adultos, tentamos
reproduzi-los. É dessa maneira que assimilamos novos conhecimentos e possibilidades
de ação.
Isso tudo até que chegamos à adolescência e descobrimos um mundo antes
desconhecido.
Nesse momento, as relações sociais se intensificam e exigem novas posturas.
Queremos mais liberdade e sentimos a necessidade de tomar decisões por conta
própria.
Seguimos nesse ritmo de novidades constantes e descobertas até chegar à idade
adulta, onde os novos objetivos e o início da vida profissional trazem perspectivas
diferentes.
Fase Adulta
CAPÍTULO 4
COMPORTAMENTO
HUMANO NO TRÂNSITO
“Considera-se trânsito a utilização das vias por pessoas, veículos e animais, isolados
ou em grupos, conduzidos ou não, para fins de circulação, parada, estacionamento e
operação de carga ou descarga”.(dicionário on-line)
Essa construção não é solitária, ocorre em conjunto, em grupo e por assim ser são
determinadas por situações de cooperação, de conflito e disputa, dois componentes
que foram tornando-se comuns no convívio social.
O fator humano representa 90% das causas dos acidentes. Nesse aspecto, uma
das medidas que pode alterar positivamente este quadro é a direção defensiva.
Para combater essa realidade é preciso que as pessoas estejam mais conscientes
em relação ao trânsito. Caso contrário, mesmo com as melhores estradas do mundo,
esses desastres continuarão acontecendo.
O ser humano é um ser de relações, está todo o tempo se relacionando com o outro
com outro e isto é necessário para a sua sobrevivência. De acordo com Schmitz (2010,
p.104, apud SCHMITZ E SILVA, 2010 p.32) é possível considerar o trânsito como “se
ele fosse uma trama, uma rede de relações em constante movimento, como um tecer
e destecer ininterrupto das ligações, compondo uma forma que não existia antes dele,
mas que, com sua participação, ajuda a formar”. No trânsito a ação de um, interfere
na ação do outro, fazendo com que ele não seja igual, são ações que se cruzam, em
diversas ruas, em horários e momentos distintos, tornando cada momento singular
nessa trama onde diversas subjetividades são manifestas.
A personalidade compreende um sistema intrapsíquico que abrange processos
inconscientes e conscientes, que desenvolve modos diferentes de comportamentos
entre condutores, segundo Bartholomeu (2008) apud Costa (2016), As emoções e
a personalidade são fatores que influenciam nas atitudes do homem, no contexto
que por vezes, ocasiona atitudes egoístas que geram consequências que podem atingir os
diversos personagens que compõem o trânsito. A personalidade e as emoções influenciam
na ação do homem no trânsito, pois a agressividade, a impulsividade e o egocentrismo são
algumas das características de personalidade que podem causar riscos. Fatores externos
como o crescimento do número de carros nas ruas, sendo as vias pequenas para tamanha
quantidade, gerando engarrafamentos constantes, assim como as condições das vias e a
irresponsabilidade ou falta de habilidade de outros condutores, também influenciam nas
atitudes e emoções de quem conduz um veículo automotor.
A luta por alcançar o espaço no ambiente é marcada por disputas historicamente
colocadas que, para além de defender as necessidades humanas básicas, tornam-se
sobretudo disputas de poder onde o status do indivíduo é o que o difere dos demais seja
em termos culturais, espirituais, materiais. Sem ambiente não há trânsito e esse é mais
um local onde o homem irá demonstrar seu comportamento ligado à formação que o
mesmo ambiente lhe propicia, alterado pelo fator aquisição do automóvel.
Sendo assim as relações do homem com o poder seja ele atribuído, ou seja, ele adquirido,
são históricas e possuem também algo de intrínseco à sua natureza. Sem o poder a
sociedade não funcionaria, sem as regras estabelecidas, ordem e o controle, tudo tenderia
para o caos, pondera (VAN DIJCK. 2008). “O poder é onipresente, não abrangendo apenas
a ação do homem, mas sendo constantemente produzido, sendo o combustível para as
relações de força, que geram continuamente estados de poder” (Foucault 1980, p.93).
Segundo Hutcheon (1991) o poder não é uma estrutura, nem muito menos uma
instituição. Trata-se de um processo e não de um produto. Mas os ideais pós-modernistas
segundo ela “inverte as classificações de poder descrito por Foucault. Ele afirma que
existe um discurso duplicado; um repúdio e uma posterior reinserção do controle ou
poder.” (HUTCHEON, 1991, p.236).
Porém, a arte pós-moderna, acredita na admissão simultânea ao desafio de repudiar
o poder a partir dele mesmo, nunca deixando de estar nas reações de poder. Dentro
das diversas considerações sobre o poder, uma é de especial atenção dos especialistas
do ramo da psicologia: a influência exercida pelo automóvel no comportamento do
indivíduo, alterando aspectos de sua personalidade, que exerce uma falsa sensação
de poder constituído pelo fato da aquisição do mesmo.
Na tentativa de compreender como as emoções e o comportamento dos condutores
são modificados ao conduzir um veículo no espaço de trânsito, identifica-se que a
ideia da “conquista por liberdade” e o “desejo de dominação” do espaço ao redor ainda
é muito real. O automóvel é visto como uma extensão de si, provocando a sensação
de poder, que por vezes, ocasiona atitudes egoístas que geram consequências que
podem atingir os diversos personagens que compõem o trânsito.
A personalidade e as emoções influenciam na ação do homem dentro do trânsito,
pois a agressividade, a impulsividade e o egocentrismo são algumas das características
de personalidade que podem causar riscos. Fatores externos como o crescimento do
número de carros nas ruas, sendo as vias pequenas para tamanha quantidade, gerando
engarrafamentos constantes, assim como as condições das vias e a irresponsabilidade
ou falta de habilidade de outros condutores, também influenciam nas atitudes e
emoções de quem conduz um veículo automotor.
A maior incidência dos acidentes apresentada, está relacionada as emoções, pois
quanto mais vulnerável o condutor apresentar-se ao estresse, mais fácil apresentará
comportamentos de risco. Outro aspecto observado é a sensação de poder apresentada
por condutores ao entrar no veículo, tornando-se autoconfiantes, não se preocupando
em pôr em prática as regras e leis aprendidas durante o processo para a obtenção
da CNH (Carteira Nacional de Habilitação).
Vale destacar, a importância de estudos, que exponham levantamentos de dados
e pesquisas, assim como reafirmar a importância da avaliação psicológica para
CAPÍTULO 5
PSICOPATOLOGIA NA
PSICOLOGIA DO TRÂNSITO
“O que a alma é, não nos cabe saber; com o que ela se parece, quais são
suas manifestações, é de grande importância.” (Juan Luis Vives - 1538
- De Anima et Vita)
Funções Mentais
tanto por sensações internas como externas. Dentro dela temos o Humor como o
tônus afetivo basal do indivíduo em determinado momento.
Dentre as alterações da afetividade temos as alterações do humor como distimias,
disforia, depressão, hipertimia, hipotimia, êxtase, ansiedade, angústia e medo. As
alterações dos sentimentos apatia, inadequação afetiva ou paratimia, distanciamento
afetivo, sentimento de falta de sentimento, anedonia, ambivalência.
Vontade: é relacionada com as esferas instintiva, afetiva e intelectiva (avaliar, julgar,
analisar, decidir), bem como com o conjunto de valores, princípios, hábitos e normas
socioculturais do indivíduo. Está ligada a forças instintivas inconscientes e da esfera
afetiva, mas também a valores culturais conscientes e ao desejo (querer, anseio, de
natureza consciente ou inconsciente, que visa sempre algo, que busca sempre a sua
satisfação).
Ansiedade: O termo tem várias definições nos dicionários não técnicos: aflição,
angústia, perturbação do espírito causada pela incerteza, relação com qualquer contexto
de perigo, etc.
Os transtornos de ansiedade são muito comuns, presentes em cerca de 1 a cada
4 pessoas que vão ao médico.
Embora possa aparecer em diversos momentos da vida, a ansiedade saudável
(e natural) é passageira e não atrapalha aspectos do cotidiano. Já a ansiedade
patológica pode prejudicar ações do cotidiano.
“Qualquer transtorno de ansiedade pode afetar a maneira como o condutor dirige
e como se sente no trânsito. Ela afeta a percepção e atenção e, dependendo da
intensidade, pode travar a pessoa, que terá muita dificuldade para dirigir”.
Depressão: é uma doença psiquiátrica crônica que tem como sintomas tristeza
profunda, perda de interesse, ausência de ânimo e oscilações de humor. Muitas vezes
é confundida com ansiedade e pode levar a pensamentos suicidas.
As principais alterações no comportamento do indivíduo com depressão são:
diminuição da atenção, sonolência, capacidade de tomar decisões, alterações sensoriais
e alcoolismo.
CAPÍTULO 6
TRANSPORTE E MOBILIDADE
Transporte e Mobilidade
Mobilidade urbana pode ser entendida como a maneira das pessoas transitarem
nos espaços urbanos, seja de maneira individual (a pé, bicicletas, motocicletas e/ou
carros), seja de maneira coletiva (ônibus, metrô, trem, etc.).
Esses problemas atingem de forma intensa as grandes capitais do país, mas não
somente elas. As cidades médias, isto é, acima de 50 mil habitantes, também sentiram
os efeitos do alto número de veículos nas ruas, algo que deve ser analisado com
atenção.
A mobilidade urbana, para ser sustentável, deve passar por um rigoroso planejamento
urbano. O incentivo ao uso de ciclovias, transportes coletivos, caronas coletivas, rodízios
26% da população paulistana gasta mais de 2 horas em deslocamentos diários, de acordo com pesquisa de 2020.
Foto: Getty Images
5- Recife tem o tempo médio de espera de transporte público mais alto do mundo
São 31 minutos esperando pelo transporte público na capital do Pernambuco, de
acordo com o Relatório Global Moovit sobre Transporte Público 2020. Logo em
seguida vem Salvador, com 28 minutos. Recife também lidera na espera longa: 65%
dos passageiros aguardam por mais de 20 minutos. Segundo o estudo, o tempo médio
de espera não diminuiu em nenhuma cidade em relação a 2019.
6- O centro de São Paulo concentra 64% dos empregos e apenas 17% de residentes
A afirmação é da urbanista Alejandra Maria Devecchi, gerente de planejamento
urbano da Ramboll, empresa dinamarquesa de planejamento em infraestrutura
especializada em questões ambientais. “Na região metropolitana de São Paulo, há
uma clara dissociação entre a localização do emprego e a da moradia, com grande
parte da população levando entre duas e três horas para chegar a seus trabalhos
diariamente”, explica. De acordo com ela, esse impacto de mobilidade urbana representa
5 milhões de empregos e 2 milhões de pessoas residindo nessas áreas. “Os demais,
ou 3 milhões de trabalhos, são distribuídos entre pessoas que se deslocam das mais
diversas regiões metropolitanas para o centro”, diz.
CAPÍTULO 7
MEDICINA DE TRÁFEGO
Medicina de Tráfego
do extermínio da própria vida, no qual mais de 95% dos casos estão ligados a um
transtorno mental.
A médica alertou em sua fala que 12% dos acidentes de trânsito têm como causa
saúde dos condutores. “Entre elas, os transtornos mentais, com relevância para o
transtorno bipolar, esquizofrenia, transtorno de personalidade, transtorno de uso de
substância, transtorno de estress pós-traumático, transtornos mentais orgânicos e
demências”, destacou.
“O olhar conjunto com a psicologia do trânsito, através da constatação de fatores
acidentogênicos ligados a personalidade e ao comportamento do condutor, torna o exame
de aptidão física e mental com foco em uma prática integrada de saúde mental eficiente
e humanizada. Realçando que mais da metade daqueles que tentam o suicídio passaram
nos últimos nos últimos seis meses por uma consulta médica, o agravo da saúde mental
na pandemia (a dita quarta onda), nos incentiva a esta construção artesanal e delicada
devido à complexidade do ser humano em sua singularidade e inserção social, fazendo
deste exame um convite ao bem estar do sujeito e da sociedade” (Vanessa Baeta, médica
perita do tráfego e médica do trabalho)
CAPÍTULO 8
EDUCAÇÃO E TRÂNSITO
https://www.ctbdigital.com.br/upload/banners/20.jpg
Aprender sobre as leis de trânsito desde o início pode fazer uma grande diferença
para os futuros motoristas. Nesta ordem, é preciso harmonizar as atividades voltadas
à educação para o transporte de forma a concretizar as relações sociais, as interações
https://www.educamundo.com.br/uploads/courses/educacao-no-transito.jpg
Por uma razão lógica, o poder público municipal é o componente mais importante
do Sistema Nacional de Trânsito para a implementação da educação para o transporte,
pois tratará das questões locais durante o trabalho, exigindo a formação de parcerias
necessárias, principalmente com a Polícia Militar, que está presente em quase todos os
municípios do país. A oferta de educação em trânsito pelos municípios é um componente
crítico da existência de um sistema de transporte seguro. 2014 (CONTRAN).
Nesse viés, “os órgãos do Sistema Nacional de Trânsito devem estar integrados
como um todo e para contribuir com isso, os órgãos municipais devem se articular
com os demais em sua circunscrição, realizando atividades de interesse comum e,
sobretudo, repassando boas práticas”. (KRIEGGER, p. 79, 2016).
Devido a essas circunstâncias, os municípios têm um impacto significativo na Política
Nacional de Trânsito, uma vez que têm mais oportunidades de chegar ao público para
implementar uma política de trânsito abrangente. (ANDRADE FILHO, 2015).
Estudos recentes mostram que o Brasil é um dos países com maior número de
mortes relacionadas a acidentes de trânsito no mundo, o que implica que ações devem
ser tomadas para reduzir esses índices, não apenas no curto prazo (ações imediatas,
como mais leis assertivas, aumento da fiscalização etc.), mas também no longo prazo.
De acordo com o Observatório Nacional de Segurança Viária (ONSV), houve 38.651
mortes no trânsito no Brasil em 2015. (ONSV, 2017).
Os acidentes de trânsito tiram a vida de mais de 40 milhões de pessoas a cada ano,
com aproximadamente 170 milhões de internações financiadas pelo Sistema Único de
Saúde (SUS). Os acidentes de transporte terrestre (ATTs) são uma das causas mais
comuns de morte no país. Esta situação deverá agravar-se no contexto da crescente
frota automóvel. (2016, CARVALHO)
https://fotos.jornaldocarro.estadao.com.br/uploads/2018/10/31155002/5961728-1160x773.jpg
Uma rodovia exige mais educação e atenção para o motorista. O número de infrações
cometidas tende a diminuir à medida que a população se torna mais instruída nessa
área. Sabendo-se que 85% dos acidentes de trânsito são precedidos por alguma forma
de infração, como a desobediência às leis de trânsito, a redução dessas infrações teria
impacto direto na frequência de acidentes de trânsito (MARQUES, 2010).
A educação no trânsito, juntamente com a engenharia e a fiscalização do trânsito,
é um dos três pilares do transporte e é muito importante nas escolas. (PINTO, 2015).
“A educação para o trânsito é uma atividade voltada para a formação do cidadão
usuário das estradas e rodovias, por meio do aprendizado de normas e condutas de
respeito à vida e ao meio ambiente, sempre com o objetivo de viajar com segurança”,
de acordo com a Resolução n. 638, de 30 de novembro de 2016. (CONTRAN, 2016).
“O conceito de educação engloba a conscientização, habilidades técnicas de direção,
ciência do trânsito, mudança de mentalidade e formação de novos hábitos”. (RIZZARDO,
2007, p. 629).
https://davinopolis.go.gov.br/wp-content/uploads/2020/08/IMG-20190918-WA0085-1024x768.jpg
https://www.ssp.sc.gov.br/cepcc/images/projetos/transitolandia/10460905_1391492314426230_1454520900472344148_o.jpg
https://www.ssp.sc.gov.br/cepcc/images/projetos/transitolandia/21246158_1912443915664398_1610515232516743664_o.jpg
https://institutorenault.com.br/upload/images/img-proj-transito01.jpg
https://institutorenault.com.br/upload/images/img-proj-transito02.jpg
Outros projetos que começam a ganhar maior notoriedade são as cidades mirins,
instalados em parceiras entre o setor publico e privado que visa promover uma
educação continua em relação ao trânsito e suas vicissitudes. Entre os principais
podemos destacar o projeto cidade mirim realizada pela Polícia Rodoviária Federal e
Transbrasiliana, com apoio da Secretaria Municipal da Educação e Emdurb (Empresa
Municipal de Desenvolvimento Urbano). Nesse projeto, as crianças andam de triciclo
apreendendo as regras do trânsito e a convivência no mesmo.
https://www.marilia.sp.gov.br/fotos/36c3726c756148e79a2e56d0e425486f.jpg
https://www.proerdbrasil.com.br/images/daren-www.proerdBRASIL.com.br.jpg
https://www.dialogando.com.br/seguranca/quiz-transito-seguro
CAPÍTULO 9
TRÂNSITO E SAÚDE MENTAL
http://1.bp.blogspot.com/-axB9Hrd-K5U/VmrQt7riC0I/AAAAAAAAEgM/sysA9JDW6IE/s400/ir.png
Este tópico merece reflexão uma vez que demonstra algo vital para a vida moderna.
A OMS reconheceu a saúde mental desde o seu início, e reflete-se na sua definição de
saúde, que é definida como um estado de bem-estar físico, mental, e social completo.
Não existe uma definição oficial porque existem diferenças culturais e julgamentos
subjetivos que podem afetar a forma como a saúde mental é definida. Como resultado,
a saúde mental pode incluir a capacidade de uma pessoa de contemplar a vida e
procurar um equilíbrio entre as suas atividades e esforços, a fim de alcançar a resiliência
psicológica.
Quando se trata de saúde mental/doença, é importante lembrar que é um processo
que encerra certos aspectos da vida humana, bem como a capacidade de uma pessoa
para enfrentar desafios, conflitos e agressões colocados pelo mundo em que vive.
Desde 2014, a Associação Brasileira de Psiquiatria - ABP tem organizado o Setembro
Amarelo em todo o país em colaboração com o Conselho Federal de Medicina - CFM.
O principal objetivo da campanha é a sensibilização do público para a prevenção do
suicídio.
A data constitui uma oportunidade para falar mais sobre saúde mental, a importância
de compreender e lidar com as emoções, e formas de cultivar uma boa saúde emocional,
bem como a ligação entre saúde mental e condução.
https://www.tjdft.jus.br/informacoes/programas-projetos-e-acoes/pro-vida/dicas-de-saude/pilulas-de-saude/setembro-amarelo-mes-da-prevencao-do-
suicidio/@@download/image/suici2.jpg
A saúde mental tem sido um tema quente nos meios de comunicação social desde
o ano de 2020. Isto porque o ambiente pandémico traz muitos desafios a todos nós,
em diferentes graus de gravidade, e com eles a ansiedade e outros riscos psiquiátricos.
Em média 576 milhões de pessoas no Brasil ficarão desempregadas devido a
doenças mentais até 2020. De acordo com a Secretaria Especial de Previdência e
Trabalho, houve um aumento de 26% em comparação com 2019.
Segundo um estudo da Volvo, a causa primária de 90% de todos os acidentes é
erro humano. O comportamento humano estão ligadas à saúde e qualidade de vida
do condutor profissional.
Passamos tanto tempo na condução, especialmente nas estradas, que começamos
a realizar atividades diárias no “modo avião”, como se estivéssemos em casa ou a
conversar com amigos. A diferença é que, ao contrário de estarmos sentados em
frente à televisão, a direção requer recursos significativos de atenção e concentração
para manobrar, controlar e organizar os nossos movimentos.
Quando nos esquecemos deste fato, a conveniência de ter um carro para andar
mais depressa e mais longe pode tornar-se um problema sério. Mesmo até, fatal.
Apesar da sua existência, as falhas mecânicas não são a principal causa de acidentes
relacionados com veículos. A maioria dos acidentes de automóvel e colisões são
causados pela falta de atenção do condutor.
https://www.galaxcms.com.br/imgs_crud_comum/316/Falhamecanicamata160poranoemrodovias-20160119093301.jpg
Para além de todos os estímulos visuais que encontramos pelo caminho, a maioria
dos quais está fora do nosso controle, tais como sinais ao ar livre, placas de sinalização,
e faróis altos de outros veículos, enfrentamos também outros tipos de perturbações.
Ironicamente, estas são as principais causas de acidentes.
Ligar, enviar mensagens de texto, disciplinar as crianças no banco de trás e a
interação dos adolescentes com amigos são apenas alguns exemplos de distrações
que facilitam os acidentes.
O risco de executar várias tarefas enquanto se conduz, deriva do fato de que, mesmo
quando estas atividades ocupam hemisférios opostos do cérebro, a sua combinação
pode atrasar o processamento do cérebro.
Segundo cientistas da Universidade Carnegie Mellon em Pittsburgh, quando
executamos duas tarefas ao mesmo tempo, temos de mudar o processamento do
nosso cérebro da primeira para a segunda. Esta mudança pode demorar até um
segundo a ocorrer. E um segundo no trânsito é crucial.
http://psicoativo.com/wp-content/uploads/2017/01/sinapse.jpg
Estudos recentes, por outro lado, demonstram que os estímulos externos não são
as únicas barreiras à segurança de um motorista.
Existem numerosos estímulos internos que podem prejudicar a nossa capacidade
de concentração e condução. Muitos deles derivam do cansaço mental e emocional
que experimentamos diariamente em frente ao trânsito.
Este conceito baseia-se na teoria de que quando uma pessoa tem uma reação
emocional, tal como ansiedade ou preocupação, torna-se menos eficiente no
processamento de informação sensorial, tal como conduzir um carro, e deve fazer
mais esforços para manter um alto nível de desempenho a fim de completar estas
tarefas.
Segundo a Associação Brasileira de Tráfego (ABRAMET), a presença de doenças
orgânicas entre os motoristas é responsável por cerca de 12% dos acidentes mortais,
incluindo doenças cardiovasculares e mentais.
O desespero e a ansiedade podem levar a uma falta de atenção, o que pode levar
a acidentes. O uso de medicamentos para tratar a ansiedade e a depressão pode ter
um efeito negativo no condutor: o sono. Segundo a ABRAMET, aproximadamente 20%
de todos os acidentes em 2019 foram causados pelo sono. Esta estatística alarmante
representou uma das causas mais comuns de morte em acidentes em todo o país.
Os problemas psicológicos que podem ser desencadeados por uma complicada rotina
atrás do volante e, como resultado, uma queda na qualidade de vida dos motoristas
não são mencionados nos preparatórios para a CNH.
Saiba agora sobre os potenciais danos que a condução pode causar à sua saúde
mental.
Sem dúvida, a mudança psicológica mais perceptível no carro é a tensão. Durante
qualquer curta viagem de carro, notamos um nível mais elevado de irritabilidade nos
outros condutores (e em nós próprios). Por quê?
https://icetran.com.br/wp-content/uploads/2015/09/motor-mania-c2a9-walt-disney.jpg
https://encrypted-tbn0.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcTWt52pwvxYGtxUlTrFWirEyOj6_JmX4Hm9LacRFKhZmS-90nytTfD9OyNVcK48xP3_BLg&usqp=CAU
Como resultado, é comum que alguém que vem do trabalho de carro para casa
tenha dificuldade em dormir algumas horas mais tarde, porque os seus níveis de
adrenalina foram alterados pelo stress.
Uma má noite de sono leva a mais cansaço, o que leva a mais stress e a mais más
noites de sono. O ciclo é extremamente perigoso e tem o potencial de exacerbar a doença
de uma forma irreversível.
Para além da adrenalina, o hormônio cortisol sofre alterações em situações estressantes.
Quando o nível deste hormônio aumenta drasticamente, os níveis de dopamina e serotonina
caem simultaneamente. A perda destas substâncias é a principal causa de depressão.
Como resultado, a exposição regular a situações de stress, tais como a estrada de São
Paulo, aumenta a frequência destes incidentes e o risco de desenvolvimento de doenças.
Talvez mais diretamente ligada ao stress, a ansiedade generalizada causa nervosismo
e preocupações excessivas em situações cotidianas, afetando negativamente a vida social
e profissional daqueles que sofrem da desordem.
A exposição constante a situações estressantes causa e exacerba a ansiedade,
tornando-a crónica e levando a consequências mais graves, tais como a desordem de
pânico.
O stress pode ter um impacto direto nos hábitos alimentares, fazendo perder o apetite
ou forçando a comer sem controle.
Num estudo sobre transtornos alimentares realizado pela American University of Ball
State, 81% dos inquiridos afirmaram ter sofrido alterações no apetite durante os períodos de
stress, com 62% a relatar um aumento no desejo de comer e 38% a relatar uma diminuição.
A razão para isto é uma mudança no nível de grelina, uma substância gastrointestinal
responsável pela fome e causada pelo stress. Como resultado, é comum que as pessoas
estressadas tenham flutuações de peso contínuas e um horário alimentar irregular.
https://www.centroceta.com.br/uploads/images/2018/07/transtorno-de-ansiedade-generalizada-1532493821.jpg
https://cultura.uol.com.br/upload/tvcultura/noticias/20220320094241_48182394307-26730b9331-c-1-.jpg
dirigir, pode usar o tempo “distraído” para realizar outras coisas, tais como ler, estudar,
brincar, ou simplesmente distrair-se com as redes sociais.
O ciclismo é também altamente encorajado em muitas das principais cidades
do mundo, particularmente como um modo de transporte saudável, sustentável e
agradável. Por exemplo, em São Paulo, existem 680km de ciclovias e ciclofaixas que
ajudam as pessoas a circular na cidade. Além disso, muitas empresas têm agora
bicicletários, que são áreas especiais reservadas não só para armazenamento mas
também para a necessária manutenção das bicicletas.
No entanto, se a condução é uma obrigação na sua rotina diária, há algumas medidas
que poderá tomar para reduzir o stress nos veículos. Música relaxante e podcasts,
assim como um bom exercício respiratório, podem ajudar. Manter uma boa ergonomia
e uma temperatura confortável no carro.
https://agendor-blog-uploads.s3.sa-east-1.amazonaws.com/2015/09/10185259/meditar-no-carro.jpg
AULA 10
ÉTICA NO TRÂNSITO
https://www.napratica.org.br/wp-content/uploads/2020/02/morality-illo.jpg
https://www.carrodegaragem.com/y/3365/direcao-defensiva-e1481630503950.jpg
A regra básica é que os utilizadores das vias terrestres devem evitar fazer qualquer
coisa que possa constituir um risco ou um obstáculo à circulação de pessoas em
geral. Também não devem brincar com ou deixar quaisquer substâncias, objetos, ou
objetos obstrutivos nos percursos. A responsabilidade do condutor começa muito
antes de o veículo ser colocado na estrada.
https://4.bp.blogspot.com/-p3_huFZoXZ4/W5B6hcp-5SI/AAAAAAACUpU/la6aCLpNydUghiS68LQnvBs3r_jRpxd6gCLcBGAs/s1600/Lixo-Carro.png
https://agenciapara.com.br/midias/2019/medias/60eba30f-aec0-4261-a81e-412fe02a0503.jpg
Quando não há uma faixa ou um sinal, o pedestre deve esperar na calçada pelo
momento certo e atravessar a estrada o mais rapidamente possível.
Acidentes com vítimas
Quando um condutor está envolvido num acidente ou testemunha um acidente
envolvendo outros, ele ou ela deve:
Sinalizar para prevenir novos acidentes, manter a área limpa e organizada.
http://4.bp.blogspot.com/-bmu4Zjg5L8k/TpMUq3E1WvI/AAAAAAAAA3E/LX_wkJdtRXY/s1600/sinalizarLocal.jpg
https://transitonaveia.files.wordpress.com/2016/07/multa.jpg
https://www.mobilize.org.br/handlers/ImagemHandler.aspx?img=uber-boats.jpg&t=7&w=780&h=485
https://www.autoescolaonline.net/wp-content/uploads/2018/09/principais-leis-de-transito-para-motoristas-no-brasil.jpg
https://3.bp.blogspot.com/-aKUDJcaNbPw/V7PRhXh_dPI/AAAAAAAAGCY/q39qlp6TZpYxkRrXwSE19IUgGyGBKEhoQCLcB/s1600/coneca-sinalizacao-transito.jpg
CAPÍTULO 11
DIREITO E TRÂNSITO
https://setcesp.org.br/wp-content/uploads/2020/04/caminhao-em-sp-1080x675.png
https://doutormultas.com.br/wp-content/uploads/2020/02/psicologia-do-transito-conclusao-935x614.jpg
https://clubedetran.com.br/wp-content/uploads/2017/09/O-que-%C3%A9-o-C%C3%B3digo-de-Tr%C3%A2nsito-Brasileiro.png
https://sabedoriapolitica.com.br/_files/200007116-3a5163b4b2/slideshare9.jpg
O princípio da precedência é:
É proibido à autoridade pública impor uma sanção por conduta que tenha ocorrido
antes da infracção, bem como aplicar uma sanção mais severa após o ato administrativo
ter sido concluído. A diferença neste princípio reflete-se numa lei de sanção por condução
com uma pena mais elevada, que tem retroatividade para casos que ocorreram antes
da aplicação da lei.
Quando uma lei mais severa está em vigor, bem como quando uma lei revogadora
já está em vigor, a conduta é aplicada. Exercendo o princípio da precedência, que lei
deve ser utilizada se um ato ilegal que implica uma pena de cinco pontos for aprovado
por uma nova lei e recompensado com três pontos no momento da sua decisão por
uma autoridade competente? Há entendimentos que afirmam que na ausência de
uma lei que regule a matéria, esta é aplicada por analogia com base no artigo 4º
das Leis Fundamentais da Constituição Brasileira, utilizando os mesmos princípios
estabelecidos no direito penal.
O princípio de tipicidade é:
Através deste princípio, a lei deve especificar que infracções ocorreram e quem é
responsável por elas, ou seja, pedestres, condutores de veículos, pessoas coletivas, e
mesmo agentes governamentais, ou a lei deve demonstrar que quem quer que seja
o responsável deve cumprir a lei.
No entanto, este princípio deve indicar as especificidades quanto à proibição ou não
das ações. Tudo deve estar em conformidade com a lei, com os direitos e prerrogativas
da lei aplicáveis ao ato infringido.
http://amorexigente.org.br/wp-content/uploads/2017/08/voluntariado.jpg
Princípio do voluntariado:
É a falta de vontade de cometer um determinado ato, mas a conduta é realizada por
razões alheios, sem dolo ou culpa no sistema de justiça criminal. Na voluntariedade,
um indivíduo pode realizar uma conduta sem intenção de cometer uma infracção em
virtude do seu desejo de o fazer, ou com a intenção de alcançar uma consequência
prática específica da sua ação ou omissão. A este respeito, é de notar que este princípio
visa analisar a presunção ambígua da lei a fim de determinar se houve ou não violação.
É a falta de motivação para levar a cabo uma tarefa específica.
O Princípio da Proporcionalidade é um princípio que afirma que tudo é proporcional.
A punição é proporcional ao nível de infracção de infra-estrutura praticada. É possível
determinar se a punição é ou não proporcional à acção praticada. Com o passar
do tempo, o desenvolvimento doutrinário deste princípio ganhou aceitação judicial,
atribuindo ao juiz a abolição de leis injustas sem pôr em causa a separação de poderes.
Se necessário, declarar que o legislador é responsável pela proporcionalidade do
texto da lei.
https://media.gazetadopovo.com.br/2017/04/c0b41f333cc457a10c9675cea98f99a9-gpMedium.jpg
https://t.jus.com.br/R6wgdEb-vCaea3O-7Ji7bQA1sNw=/1200x675/smart/assets.jus.com.br/system/file/162/5fcd38cf2b54885194e3effbb14100de.jpg
Princípio Motivador:
Embora este princípio não esteja explicitamente declarado na Constituição Federal,
está implícito na doutrina. A referência é ao artigo 93, inciso X, que afirma que as ações
administrativas devem ser justificadas e conduzidas numa sessão pública.
Em relação a este princípio, podemos destacar as ações administrativas,
particularmente as levadas a cabo pelos juízes, que devem ser justificadas para permitir
o controle e, posteriormente, a publicidade. Se não tiver motivação, a sanção que lhe
foi aplicada pode ser revogada.
Ramos do Direito e sua relação com o trânsito e sua legislação
O Código de Trânsito brasileiro está ligado ao amplo quadro legal do país, que
inclui direitos criminais, civis e constitucionais. É fundamental compreender a natureza
jurídica destas questões, bem como alguma jurisprudência sobre o assunto.
https://t.jus.com.br/R6wgdEb-vCaea3O-7Ji7bQA1sNw=/1200x675/smart/assets.jus.com.br/system/file/162/5fcd38cf2b54885194e3effbb14100de.jpg
https://www.onsv.org.br/wp-content/uploads/2020/08/Percepcao_de_risco_pedestre_programa_laco_amarelo_agosto.png
Os pedestres também têm o seu próprio conjunto de regras que devem ser seguidas.
Se necessário, lembrar-lhes que devem usar a calçada para evitar causar danos aos
outros. A sinalização visual da pintura nas ruas públicas é onde eles devem circular se
não houver faixa. Devem circular pelas beiras (acostamentos) ou pelas faixas laterais na
direção oposta dos veículos. Todos estão na estrada, e como resultado, devem seguir
as regras para garantir a segurança de todos. Os objetos não devem ser adulterados
ou abandonados.
Ao estudar a legislação de trânsito brasileira, torna-se claro que ela está repleta de
decretos, resoluções e portarias que nos permitem apreender o dinamismo do tema
e, como resultado, a sua constante modificação e atualização. É importante lembrar
que as pessoas, os veículos, e a sociedade mudam, e novas exigências devem ser
satisfeitas.
Como resultado, no passado, o veículo era mais especificamente utilizado para
transportar pessoas e mercadorias, evoluindo até aos dias de hoje, quando as pessoas
dependem de um meio de transporte mais prático, nomeadamente o automóvel.