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Instituição de Ensino Núcleo médico Psicológico – Porto Alegre

Fabiana de Souza Vargas

Trabalho de Conclusão do Curso Especialização em


Psicologia do Transito

Porto Alegre
2018
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Psicologia no contexto Trânsito e suas perspectivas: Revisão literária

Resumo: Este artigo apresenta uma revisão de literatura sobre a Psicologia no contexto do trânsito
no território nacional, corroborando os aspectos que têm sido enfatizados, as limitações e as
perspectivas para a pesquisa desse tema. A revisão abrange 83 artigos, sendo aproveitados 9
destes, com assuntos de maior relevância e também classificados em quatro categorias: (a)
discussão de aspectos teóricos referentes a psicologia no contexto trânsito; (b) avaliações
psicológicas no contexto trânsito (c)qualificação profissional e (d) revisão de literatura. o objetivo geral
da pesquisa é mostrar a educação e a psicologia de trânsito na formação de condutores.
Argumenta-se que ainda hoje psicologia do trânsito está sendo basicamente voltadas as avaliações
psicológicas, embora tenha se direcionado a outras áreas, o movimento ainda é mínimo acerca do
esperado, sendo assim também pode-se constatar que aspectos da psicologia no contexto trânsito
exceto avaliações, têm sido pouco explorados. A conclusão apresenta aspectos que necessitam ser
investigados com maior profundidade para se atingir uma compreensão mais clara, ampla e crítica da
psicologia no contexto trânsito no Brasil.

Palavras chaves: Avaliação Psicológica. Psicologia do Trânsito. Atuação do Psicólogo.

Psychology in the Transit context and its perspectives: Literary revision.

Abstract: This article presents a review of the literature on Psychology in the context of the transit in
the national territory, corroborating the aspects that have been emphasized, the limitations and the
perspectives for the research of this theme. The review covers 83 articles, being used 9 of these, with
subjects of greater relevance and also classified in four categories: (a) discussion of theoretical
aspects referring to psychology in the context of traffic; (b) psychological assessments in the transit
context (c) professional qualification and (d) literature review. the general objective of the research is
to show education and traffic psychology in the training of drivers. It is argued that even today traffic
psychology is basically focused on psychological assessments, although it has been directed to other
areas, the movement is still minimal about what is expected, so it can also be seen that aspects of
psychology in the context of transit except evaluations, have been little explored. The conclusion
presents aspects that need to be investigated in greater depth to reach a clearer, broad and critical
understanding of psychology in the context of transit in Brazil.

Keywords: Psychological Evaluation. Psychology of Traffic. Psychologist's performance.

Introdução

A primeira legislação de trânsito no país foi o decreto-lei 8.324 de 1910, este


documento dizia algo interessante para o psicólogo, o motorneiro, (como era
chamado os motoristas daquela época) deviam-se estar constantemente senhor da
velocidade de seu veículo, devendo diminuir marcha ou mesmo parar o seu
movimento, toda vez que o automóvel possa ser causa dos acidentes (código de
trânsito Brasileiro – CTB). Diante isso surgiu uma demanda ao psicólogo que
começara posteriormente a desenvolver seu trabalho, focando no motorista.
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Na década de 1940 o Brasil teve seus primeiros veículos automotores


circulando, o que fez com que o país tivesse um crescimento econômico
significativo, mas em contrapartida o número de acidentes automobilísticos foi
exorbitantes, começando-se assim um grave problema de segurança e saúde
publica.
Outro marco importante que estabeleceu as bases para futura prática do
psicólogo do trânsito no Brasil foi o decreto-lei 2.994 de 1941(CTB). Este documento
trouxe o primeiro Código de Trânsito Brasileiro, com alguns elementos visando como
a psicologia deveria se inserir no sistema de trânsito, dizendo o seguinte: os exames
para obter a licença de pratica ou de habilitação para conduzir o veículo são: (a)
fisiológico ou mérito propriamente dito e (b) Psicológico, podendo então não
apresentar o perfil mínimo psicofisiológico exigido. Entretanto, o início da área da
psicologia do trânsito no Brasil foi à década de 50 no estado do Rio de Janeiro,
através do Departamento de Trânsito Brasileiro – DETRAN, que iniciou a
contratação de Psicólogos para que fossem feitas avaliações psicológicas de
evidencias de personalidade, de aptidão e de entrevistas, com objetivo de analisar o
comportamento dos condutores e acidentes automobilísticos relacionados a fatores
humanos (ROZESTRATEN, 1988; SILVA, 2010).
Assim sendo, a partir desta época os departamentos responsáveis
começaram a se preocupar e procuravam através das Avaliações Psicológicas por
meio de bateria de testes e exames restringir ao acesso a direção veicular a
pessoas que tivesse propensão a se envolver em acidentes automobilísticos.
Sugeriu-se também uma a avaliação diferenciada conforme a categoria devido a
essas dependerem de diferentes capacidades (CÔRTES, 1952).
No ano de 1962 ano em que a psicologia passou a ser uma profissão
regulamentada, teve também pelo departamento do Conselho Nacional de Trânsito -
CONTRAN o decreto das exigências de avaliação psicológica todos os candidatos
que tivessem interesse a obtenção da carteira nacional de habilitação. Assim, os
psicólogos peritos passaram a ter legitimidade do exercício profissional, seguindo as
regulamentações dos órgãos de trânsito, porém em 2012 o CONTRAN publicou a
Resolução 425, que que a partir de 2015 para atuar nas avaliações de trânsito
Psicólogos que possuírem título de especialista (ALCHIERI; SILVA; GOMES, 2006;
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CFP, 2008; CONTRAN, 2012; HOFFMANN; CRUZ, 2003; ROZESTRATEN, 1988;


SILVA, 2010)
O Brasil perde muitos cidadãos em acidentes de trânsito. Essa situação
tornou-se um grande problema de saúde que tem despertado a preocupação das
autoridades e da população. Muitas mortes poderiam ser evitadas se não houvesse
embriaguez ao conduzir.
Desse modo, buscamos apresentar as diretrizes nacionais por meio de leis,
campanhas de conscientização e internacionais por meio das diretrizes
apresentadas pela OMS (Organização Mundial da Saúde). Uma forma de diminuir o
número de condutores embriagados é a responsabilização por homicídios cometidos
sob o efeito do álcool. A questão dos motoristas embriagados gera muita polêmica
na mídia e entre os juristas que exigem medidas severas para minimizar a
ocorrência de acidentes de trânsito com o envolvimento de motoristas sob efeito de
substâncias psicoativas.
O debate incide, principalmente sobre a elaboração de políticas públicas
para a melhoria do trânsito para uma maior qualidade de vida e prevenção de
acidentes. Esta pesquisa procura trazer uma contribuição para essa discussão tão
relevante em um país que tem cerca de 40 mil mortes no trânsito anualmente.
Diante a esse caos que hoje o trânsito apresenta, para modo de os
condutores mudarem seus comportamentos, o condutor que for flagrado dirigindo
sobre influência de álcool ou ultrapassar uma pontuação no seu prontuário de
condutor, tem a penalidade (alcool)de: Infração - gravíssima (Lei nº 11.705, de 2008),
multa (dez vezes) e suspensão do direito de dirigir por 12 (doze) meses. (Lei nº
12.760, de 2012) e nos dois casos o condutor devera após o prazo, que depende
pra infração, realizar curso de reciclagem e prova teórica, esta penalidade também
ocorre quando o condutor atinge um determinado número de pontos gerados por
infrações.
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Fonte: DETRAN-RS

Podemos sugerir que a forma de penalidade neste caso é a revisão teórica


das leis que foram descumpridas e o condutor não realiza nenhuma avaliação
psicológica com objetivo de verificar a mudança de comportamento depois deste
fato.

A Psicologia Social tem um papel preponderante na formação de condutores


capazes, conscientes, que devem ser formados convenientemente para possuírem
práticas seguras no trânsito.
Neste contexto, o objetivo geral da pesquisa é mostrar a educação e a
psicologia de trânsito na formação de condutores.
Os dados foram buscados em fontes online em artigos científicos,
dissertações e fontes impressas como livros e dissertações disponíveis na biblioteca
da faculdade.
A seleção do material foi realizada tendo em conta uma busca de autores
mais renomados e sites mais específicos ligados a institutos de pesquisa e
universidades de modo a coletar os autores que venham desenvolvendo estudos
atuais sobre o assunto.
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A metodologia da pesquisa bibliográfica é limitada no sentido de coletar


apenas obras publicadas em bases online ou bibliotecas físicas, mas por outro lado,
possibilita uma pesquisa ampla em autores com distintas visões sobre o tema.
(JUNG, 2003)
Após a escolha do tema, elaboração da pergunta-problema, dos objetivos,
das hipóteses, foi realizado um levantamento bibliográfico, utilizando fontes
bibliográficas diversas, tais como livros, revistas especializadas nacionais e
internacionais, sites institucionais; realizou-se a leitura e a seleção das referências
bibliográficas; elaboradas as resenhas para confeccionar o capítulo teórico da
pesquisa. (GALVÃO, 2009)

Método

Refere-se a uma revisão de literatura, composta por artigos periódicos


disponíveis na base de dados da BVS-psi (SCIELO, LILACS, PEPSic) onde reuni
publicações específicas na área de psicologia, a nível mundial. Foi usado como
método, a procura, seleção, análise, e a representação da produção científica,
sendo possível adquirir maior entendimento sobre uma determinada área ou tema,
definindo e esclarecendo problemas, investigando estudos anteriores (MENDEZ;
SILVEIRA; GALVÃO, 2008). Através da revisão de literatura é possível mensurar
aproximadamente os estudos disponíveis e ter uma perspectiva do que se deve
aprofundar e ampliar no assunto. (Witter, 1999).
Com a finalidade de alcançar o objetivo proposto, buscaram-se estudos
realizados na última década, de 2007 a 2017, período este definido do primeiro até
os mais recentes trabalhos. Na área de psicologia do transito, Os descritores
utilizados para a localização e pesquisa dos artigos foram: avaliação psicológica,
psicologia do trânsito, Carteira Nacional de Habilitação, atuação do psicólogo,
código de ética e trânsito.
Foram encontrados aproximadamente 83 artigos sobre o tema, contudo foram
utilizados critérios para exclusão como: estudos fora do período estabelecido,
publicações fora da base nacional e artigos que não continham o objetivo do
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trabalho. Para a elaboração do mesmo foi aproveitado um total de 9 artigos, os quais


atenderam os critérios.
Após a seleção, objetivou-se analisar detalhadamente, cada um dos trabalhos
selecionados identificando objetivos, procedimentos utilizados (quando fosse o caso)
e resultados. Sendo os artigos reunidos em quatro categorias: discussão de
aspectos teóricos referentes a psicologia no contexto trânsito, avaliação no contexto
trânsito, qualificação profissional e revisão de literatura.

Resultados

Após eliminação de 6 artigos duplicados, foram selecionados 83 artigos.


Desses, 62 foram excluídos após a análise dos títulos e resumos. Dos 21 artigos
elegíveis, 12 foram excluídos pelos seguintes motivos: (5) estudos fora do período
estabelecido, (1) publicações fora da base nacional e (6) artigos que não continham
o objetivo do trabalho. Ao final, nove artigos foram incluídos na presente revisão
literária, dos quais três referia-se a avaliação psicológica no contexto trânsito, duas
no tema Psicologia no Contexto trânsito, duas sobre Capacitação Profissional
psicólogos do trânsito e duas de Revisão de Literatura.
Quando pesquisado no tema em geral Psicologia e trânsito, pode-se
perceber que o maior número de artigos encontrados refere-se ao tema de avaliação
Psicológica no contexto do trânsito, a partir dessa ideia, pôde-se sugerir que a
avaliação psicológica para condução do veículo auto motor, hoje na maior parte das
vezes é entendida como o único ponto de entrada, onde na verdade a psicologia tem
muito mais a contribuir em relação a redução ao risco de acidente de trânsito, bem
como os projetos de mobilidade espalhados em diversas áreas.
Diante os artigos revisados, o tema apontou que a avaliação psicológica é o
maior campo de atuação e este muito importante sendo a "área da psicologia que
investiga os comportamentos humanos no trânsito, os fatores e processos externos
e internos, conscientes e inconscientes que os provocam e o alteram" (Conselho
Federal de Psicologia, 2000, p. 10). Fazendo assim a confirmação de que a
avaliação psicológica pode sim ajudar na segurança do trânsito, uma vez que é
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capaz de avaliar e restringir condutores que não atendem a quesitos exigidos para
uma boa condução veicular.
Entretanto o que se refere nos artigos são avaliações psicológicas somente
para candidatos que desejem obter a primeira habilitação, nas renovações de
exames se o condutor possuir categoria profissional (C, D e E), ou em casos que o
condutor apresente alguma restrição na avaliação tendo que repetir na validade do
próximo exame. Os estudos apontaram um questionamento em relação a isenção
definitiva de avaliação psicológica para aqueles candidatos que obtém apto na
primeira habilitação, levantando a importância de a realização desta avaliação
durante a trajetória deste condutor, sinalizando que o ser humano é suscetível a
mudanças comportamentais durante a vida, fazendo-se necessária a confirmação de
sua aptidão durante sua história como condutor.
Um ponto que chama atenção é que embora existam artigos relacionados a
outras áreas da psicologia do trânsito além das avaliações, pouco ou quase nenhum
relata atuações efetivas, sendo ainda uma área pouco explorada. Alguns resumos
de artigos que foram dispensados relatavam que em alguns lugares do mundo a
psicologia atua em diversas áreas e na reabilitação do condutor, trabalhando com
possíveis mudanças de comportamentos inadequados, mas podemos ver que no
Brasil está atuação ainda está distante, tendo que abrir caminhos de algo que ainda
é muito engessado.
Outro item que não foram encontrados nos artigos e que é algo bem
preocupante são os problemas vinculados à formação de recursos humanos
especializados na área da psicologia aplicada ao trânsito. Nenhum artigo relata a
importância da disciplina de psicologia do Trânsito em Faculdades, com o intuito de
disseminar essa cultura. Sendo assim mais um fator que há problemas, sobretudo,
de tradição, acreditando que a psicologia aplicada ao trânsito ainda está muito
focada nas avaliações.
Conforme analisado no CTB (BRASIL, 2008), algo relacionado ao assunto
citado a cima, achou-se estudos que revelam a existência da obrigatoriedade da
educação para o trânsito desde a Educação infantil abrangendo até o ensino
superior, assim transcorrendo toda a trajetória escolar de cada indivíduo e
chamando atenção para adesão de hábitos de comportamentos seguros, por meio
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de um processo constante e metódico de conscientização (SIMONE, 2007). Mas que


infelizmente não condiz com a realidade.
Existem projetos com materiais como bicicletas, pistas, carrinhos,
simulações de um trânsito, estes aplicados nas escolas por órgão com Brigada
militar, guardas municipais, até mesmo em centros de formação de condutores, mas
são projetos sem um levantamento de resultados e estudos mais aprofundados para
mensurar a eficácia de suas execuções.
No que diz respeito à capacitação do profissional psicólogo do trânsito, foi
encontrado o menor número de estudos, podendo sugerir o motivo de ser um
assunto de mudanças recentes, onde antes para atuação de psicólogo no trânsito
também chamado de perito de avaliações psicológicas, este necessitava

Discussões

A Psicologia do Trânsito no Brasil é uma área ampla de abordagem de


várias questões ligadas à habilitação para a condução, que inclui o exame
psicotécnico para obtenção da Carteira de Motorista. O Departamento Estadual de
Trânsito tem grande parcela de mérito na institucionalização e expansão desse viés
da psicologia. (SILVA; GÜNTHER, 2009)
No entanto, com a maior concentração urbana nas grandes cidades e com a
popularização do automóvel houve a exacerbação dos problemas urbanos
relacionados ao trânsito (congestionamentos, poluição do ar e sonora, violência no
trânsito, acidentes), que diminuem sensivelmente na qualidade de vida dos
citadinos.
O Brasil cultua a utilização dos automóveis particulares em detrimento do
transporte público e isso criou certa hierarquia entre os que possuem carros bons e
os que precisam usar transportes públicos. Poucas cidades brasileiras possuem um
sistema de transportes públicos que privilegia o cidadão que opta por ele; Curitiba
possui um sistema moderno de transportes públicos com linhas exclusivas para
ônibus urbanos, boas intersecções com terminais fechados para a troca de ônibus
sem pagar mais pelo serviço. Outro detalhe distintivo na capital paranaense é o
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embarque por meio de plataformas onde as passagens são pagas para dar
segurança e agilidade no embarque, onde os motoristas não têm preocupação com
a cobrança de passagens e transita com mais tranquilidade pela cidade com as
faixas exclusivas, que lhe possibilitam o cumprimento dos horários e um trabalho
sem estresse.

[…] a Psicologia do Trânsito seria uma área de aplicação da Psicologia


Ambiental e Psicologia Social que, por meio de métodos científicos, estuda
o comportamento do homem no ambiente do trânsito, sua
multideterminação no contexto onde está inserido e sua correlação com os
fatores sociais, políticos, econômicos e estruturais que influenciam o
sistema de funcionamento, gestão, organização e fiscalização desse
trânsito. (ROZESTRATEN apud LEMOS, 2004, p. 32)

Arruda (2002) afirma que a Psicologia Social ou Psicossociologia é um ramo


da Psicologia que tem como objeto de estudo as interações entre os indivíduos, no
qual as representações sociais são abordadas de modo a explicar a relação
indivíduo-sociedade, estudar sobre como os indivíduos, os sujeitos sociais, os
grupos constroem os conhecimentos.
Cordeiro (2006) argumenta que a Psicologia Social, apesar de possuir
muitas definições distintas é a ciência que deseja promover a transformação da
sociedade.
Quanto aos meios de transporte das grandes cidades, o trânsito caótico leva
os profissionais que vivem em movimento como os motoboys e os motoristas de
ônibus urbanos a níveis extremados de estresse que pode conduzir a doenças como
a síndrome de Burnout, que é uma doença própria de determinadas profissões com
contato regular com o público.
Um estudo realizado por Marçal; Rocha; Chagas (2011) que teve como
objetivo geral “avaliar a prevalência do nível de estresse em motoboys” e como
objetivos específicos: “procurar identificar os possíveis fatores de risco para o
estresse associados a esta atividade; estudar a correlação entre o tipo de
personalidade e o nível de estresse dos motoboys” entrevistou 65 motoboys (sexo
masculino), entre 19 e 52 anos, profissionais que atuam em empresa da cidade de
Belo Horizonte, com mais de um ano no exercício dessa profissão. Notou-se que há
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muita pressão para não haver atrasos nas entregas e “um controle informal do
tempo de cada entrega”, observaram os autores.
A causa principal de estresse apontada neste estudo pelos próprios
profissionais foi “O medo de sofrer acidentes devido ao trânsito intenso também foi
observado em 77% dos trabalhadores entrevistados”, segundo Marçal; Rocha;
Chagas (2011).
Os motoristas de ônibus urbanos, devido ao caráter repetitivo do trabalho, à
pressão dos horários e ao trânsito encontram-se em segundo lugar na lista dos
expostos à síndrome. (PRONIN, 2008. p. 1)
A prevenção do estresse e do burnout causados pelo trânsito e pelo
desgaste cotidiano enfrentado com congestionamentos, violência no trânsito,
desrespeito às normas de trânsito envolve mudanças profundas nos ambientes
urbanos com a sincronização entre os semáforos, sinais, atitudes conscientes dos
pedestres, respeito mútuo entre pedestres e motoristas, entre os próprios motoristas.
A Psicologia Social e a Psicologia Ambiental agem no sentido de propiciar as
condições de melhoria para o trânsito e para as interações entre as pessoas,
auxiliando a Psicologia do Trânsito.

AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA

O Código de Trânsito (CT) traz a definição de que a Avaliação Psicológica é


um processo preliminar, obrigatório, eliminatório para todas as pessoas que ensejam
obter a Carteira de Habilitação; tal procedimento é o mesmo quando da renovação
do documento dos motoristas profissionais (profissão de motorista). (SILVA;
ALCHIERI, 2010)
A avaliação psicológica tem como intuito a verificação das condições
psicológicas necessárias dos candidatos à Carteira de Habilitação de maneira que
possam ser checadas suas habilidades de atenção, de inteligência, de
personalidade, identificando a capacidade de conduzir sem pôr em perigo a própria
segurança e a de terceiros. Mas a eficiência dos testes que habilitam as pessoas
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para obterem sua Carteira de Habilitação está posta em causa: será que tal
avaliação psicológica é suficiente para garantir a segurança no trânsito? Qual a
eficiência do teste Atenção Concentrada - Suzy Cambraia?
O estudo de Silva; Alchieri (2010) mostrou que há cerca de 50 anos, o
processo de avaliação psicológica vem sendo aplicado aos candidatos à habilitação
e constitui-se “a principal atividade de grande parte dos psicólogos do trânsito no
Brasil”. Mas os estudos sobre a eficiência dessa metodologia para apurar as reais
capacidades dos futuros motoristas para o aumento da segurança no trânsito no
contexto rodoviário não são muitos e os poucos que há têm dificuldade em
expressar as “evidências sobre a contribuição efetiva da psicologia na segurança por
meio da avaliação psicológica”.
O DETRAN de Mato Grosso do Sul adotou em seu processo de avaliação
psicológica, uma tabela de Atenção Concentrada elaborada por uma psicólogca
perita que trabalha há 25 anos nesse ramo. Vânia pereira da Silva Arashiro
desenvolveu uma Tabela Regionalizada do teste de Atenção Concentrada (AC)
naquele estado, sendo que esse trabalho foi fruto de uma dissertação de mestrado:

Para elaboração da tabela foi realizada uma pesquisa com seiscentos


candidatos à primeira habilitação, renovação e mudança de categoria, com
idades entre 18 e 73 anos, com a autorização dos mesmos, bem como, do
órgão. Após a aplicação do teste nos candidatos e conclusão da pesquisa, a
mesma foi aprovada e publicada no Manual do Teste em sua quarta edição
(2010), pela Vetor Editora, para todo o Brasil e está sendo utilizada pelos
psicólogos de MS. (DETRAN-MS, 2011, p. 1)

Esta foi a primeira vez que um órgão oficial adotou um trabalho desse tipo
para regionalizar a Avaliação Psicológica, argumentando que o estado possui
peculiaridades culturais, de hábitos, educação, formação étnica como tantas outras
regiões do Brasil e por isso é importante regionalizar essa tabela.
Segundo Detran-MS, o teste de Atenção Concentrada (AC) criado por Susy
Vijande Cambraia publicado em 1967 é utilizado para um amplo espectro de
avaliações de diversas situações distintas e é “muito utilizado para avaliação de
motoristas para obtenção da Carteira Nacional de Habilitação (CNH) em todo o
território nacional”. Os estados de São Paulo, Paraná, Minas Gerais, Rio Grande do
Norte, Espírito Santo, Pernambuco apresentaram diferenças bastante significativas
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entre eles quando foram aplicados testes de AC de acordo com idade e


escolaridade, comprovando a necessidade de elaboração de tabelas de acordo com
as necessidades de cada estado para melhorar as condições de segurança no
trânsito.
Há certa complexidade no ato de dirigir portando a Carteira Nacional de
Habilitação, porque ser aprovado no exame de condução é demonstrar que possui
as habilidades necessárias para esta atividade e mais: há uma relação intrínseca
entre conduzir e obter autonomia; entre conduzir o seu próprio veículo e ter sua
independência.

Quando se fala em trânsito uma das primeiras coisas que vêem à tona para
a maior parte das pessoas é o ato de dirigir veículos automotores. Isso
porque dirigir é a principal forma de se movimentar em muitos países do
mundo. O ato de dirigir facilita a realização de atividades diárias rotineiras,
como o trabalho, oportunidades para a interação social e o desenvolvimento
econômico por meio do transporte de mercadorias. (RUEDA, 2009, p. 3)

Por outro lado, a não aprovação pode gerar uma grande frustração e
cerceamento dessa sensação de liberdade que a CNH reserva ao sujeito.

O fato de possuir uma carteira de motorista em muitas sociedades é um


símbolo importante de independência pessoal. Ainda, se por um lado o ato
de dirigir estaria relacionado frequentemente à certa autonomia, o fato de
não possuir esse “direito” estaria associado ao isolamento social e à
depressão. (RUEDA, 2009, p. 3)

A Avaliação Psicológica deve ser bem realizada para ponderar as pessoas


que portam capacidades para conduzir com segurança, atenção e conhecedora de
toda a sinalização e dos seus significados que afinal compõem o Código de Trânsito
e para isso tem que ser decodificado por pessoas que possuam essas habilidades.
O Teste AC Suzy Cambraia é bastante utilizado e apesar de algumas críticas
quanto à sua grande abrangência é muito aplicado nos processos para a obtenção
da primeira habilitação.
O teste PMK (Psicodiagnóstico Miocinético) é de autoria de Emílio Mira y
López, um médico psiquiatra cubano radicado no Brasil em 1947. O apresentado à
Royal Society of Medicine, em Londres, em 1940 e foi publicado logo a seguir. O
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teste não tem sofrido revisões nos subtestes, mas vem sendo aperfeiçoado
constantemente quanto à técnica de avaliação e interpretação.

O PMK é uma prova de expressão gráfica que se propõe a explorar a


personalidade, estudando sua "fórmula atitudinal", mediante a análise das
tensões musculares involuntárias que revelam "tendências fundamentais de
reação, assim como os detalhes mais importantes do temperamento e
caráter da pessoa em estudo" (ADRADOS apud CHUEIRI, 2004, p. 30)

O PMK “é uma técnica expressiva para avaliar os vários aspectos da


personalidade” (VAN KOLCK apud CHUEIRI, 2004, p. 30), que são os seguintes:

• tipo e grau de agressividade;


• extra e intratensão;
• grau de emotividade geral;
• nível do tônus psicomotor ou energia vital;
• tendências à inibição ou à excitação;
• atitudes e reações genotípicas e fenotípicas;
• grau de coerência intrapsiquíca, grau de constância das reações;
• apreciação da capacidade intelectual (não sendo, porém, teste de
inteligência);
• situações conflitivas e aspectos patológicos do ajustamento.

O Conselho Federal de Psicologia por meio da Resolução CFP no 012/2000


buscou traçar um perfil descritor do condutor brasileiro, procurando sistematizar de
forma mais objetiva as características requeridas para os motoristas submetidos à
avaliação pericial, mesmo sabendo que não há como estabelecer perfis
diferenciados de amadores e profissionais. A resolução determina “que o perfil
psicológico do candidato à CNH e do condutor de veículos automotores deve
considerar”:

• Nível intelectual capaz de analisar, sintetizar e estabelecer julgamento


diante de situações problemáticas (somente para as categorias C, D, E).
• Nível de atenção capaz de discriminar estímulos e situações adequados
para a execução das atividades relacionadas à condução de veículos.
• Nível psicomotor capaz de satisfazer as condições práticas de
coordenação entre as funções psicológicas e as áreas audiovisiomotoras.
• Personalidade, respeitando as características de adequação exigidas por
cada categoria.
• Nível psicofísico, considerando a possibilidade de adaptação dos veículos
automotores para os deficientes físicos. (CHUEIRI, 2004, p. 27)
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O PMK (Psicodiagnóstico Miocinético) é um teste constituído originalmente


de 8 folhas, no Brasil utiliza-se uma forma mais resumida (folhas 1, 2, 5 e 6), mas
recomenda-se sua utilização na totalidade. O PMK está assim organizado:

“1- Lineogramas (vertical, horizontal e sagital) 2 - Zigue-zague (sagital) 3 -


Escadas e Círculos (verticais) 4 - Cadeias (verticais e sagitais) 5 - Paralelas
(egocífugas sagitais) e Us (verticais) 6 - Paralelas (egocípetas sagitais) e Us
(sagitais)”. (CHUEIRI, 2004, p. 28)

CARACTERÍSTICAS TRAÇADOS
Us Diminuição gradativa
Angústia Ziguezagu
e Ângulos pequenos
Hetero Agressividade Us Sagitais para cima
Auto agressividade Us Sagitais para baixo
Agressividade Cadeias No plano sagital egocífugo
Ziguezagu
e Ângulos pequenos
Inibição
Círculos Círculos pequenos
Escadas Degrau diminuído
Cadeias Une alguns elos e solta outros
Impulsividade
Paralelas Ruptura só em alguns elos
Cadeias Ruptura dos elos no plano egocípeto
Depressão Ziguezagu
e Desvio primário negativo
Ziguezagu
Elação
e Desvio primário Positivo
Transtorno neurológico Cadeias Tremores constantes
Escadas Aumento Gradativo
Ziguezagu
Ansiedade
e Ângulos grandes
Círculos Aumentados
Us Grandes
Excitabilidade Escadas Degrau aumentado
Círculos Círculos grandes
Escadas Excessiva Regularidade
Obsessividade Ziguezagu
e Excessiva Regularidade
Us Irregularidades
Instabilidade
Cadeias Eixo sinuoso
Ziguezagu
Dificuldade Intectual e Em guirlanda
Us Em semi-círculos
Paralelas Para dentro
Introversão
Cadeias Elos amontoados
Ziguezagu
Disritmia e Alternância de tamanho
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Ziguezagu
e Arredondado
Us Desorganização quanto à forma e direção
Imaturidade
Cadeias Leves tremores
Insegurança Cadeias Leves tremores
Cadeias Elos cruzados
Conflito
Paralelas Paralelas amontoadas
Egocentrismo Cadeias Elos amontoados
Afeto social Paralelas Paralelas para fora
Segurança (Pessoa
segura) Paralelas Paralelas para fora
Auto determinação Paralelas Paralelas com eixo torto
Pessoas flexíveis e
adaptativas Círculos Círculos arredondados
Ziguezagu
Primitivismo
e Arredondados
Ziguezagu
QI baixo
e Ziguezague em guirlanda
Tabela 1 – Características e traçados dos candidatos à CNH
Fonte: Urpia, 2010

Segundo as pesquisas, outro teste bastante utilizado é o teste Palográfico foi


desenvolvido por Salvador Escala Mila, na Espanha. Agostinho Minicucci foi quem
lançou e adaptou no Brasil. O teste Palofrafico é um instrumento projetivo de
personalidade que pode ser aplicado coletivo ou individual, que teve procedência da
ciência da Grafologia, que estuda: de maneira geral a escrita e os princípios de
escrita: o formato das letras e da feição normal da escrita manuscrita, objetivando
obter dados e informações sobre o candidato que está executando-o.
Dentre os principais traços de personalidade observados está o equilíbrio
entre os diversos aspectos emocionais da personalidade e controle emocional,
Socialização (valores, crenças, opiniões, atitudes, hábitos e afetos relacionados ao
trânsito), Traços psicopatológicos não controlados Ansiedade, impulsividade,
agressividade.
Este teste abrange um grande campo de utilização e podemos dizer que as
aplicações são de forma simples e rápida, permitindo uma análise com perspicácia,
para a obtenção de informações que são demandadas para diferentes fins. O teste
palografico é executado dentro do processo de avaliação psicológica. Sendo um
processo que integra, o conhecimento, e também a prática, almejando o
entendimento de fenômenos psicológicos, por intermédios de testes aplicados.
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A prova palográfica ou de agrupamento de palor é um exame que pode


expressar a personalidade do indivíduo. Sua correção pode ser feita sob os
aspectos quantitativos e qualitativos com a elaboração de uma síntese das
conclusões sobre a personalidade do candidato
Este teste pode ser usado em diversos contextos, especialmente no
processo de avaliação no contexto trânsito, segundo os artigos revisados seria o
teste mais utilizado pelos profissionais da área.

O Detran/RS instituiu um grupo de trabalho permanente por meio da Portaria


n.º 44/2015 com o intuito de realizar constantemente estudos sobre os índices de
reprovação nas provas práticas de direção para categoria B.

Foram analisados os dados de 221.506 candidatos que abriram serviço para


dirigir automóvel entre julho de 2013 e junho de 2014, e que fizeram provas
em até um ano da data de abertura do serviço (período de validade do
Renach). Também acompanharam as provas realizadas no município de
Porto Alegre entre 18 e 30 de julho, e supervisionaram aulas práticas em
todos os CFCs da Capital. Foram 120 processos de supervisão de
examinadores de trânsito e 158 entrevistas de candidatos à habilitação
categoria B. (DETRAN/SP, 2015, p. 1)

Os índices foram analisados sobre o rendimento do candidato seguindo as


normas da Resolução 168/2004 do Contran, onde o período de conclusão do
processo de habilitação é de um ano. Assim, detectou-se que 78% dos candidatos
foram aprovados dentro do período estabelecido, sendo que 45% tiveram sua
aprovação já na primeira tentativa e 15% na segunda tentativa; os homens
obtiveram melhores resultados nas provas práticas (87,3%), 87,7% dos jovens e
83,4% dos candidatos com Ensino Superior Incompleto.

O que se observou na pesquisa e foi comprovado pela experiência dos


CFCs, é que o candidato vai para a prova mesmo despreparado para “tentar
a sorte”, já que a legislação garante a ele esse direito e o valor do segundo
exame é baixo (50% do valor da prova se realizada dentro do período de 30
dias). Estuda-se a criação de um mecanismo legal que impeça o candidato
de realizar a prova sem o aval do instrutor, como uma série de provas
simuladas antes do exame final. (DETRAN/SP, 2015, p. 1)
18

Em pesquisa realizada para este trabalho, detectamos os seguintes dados


apresentados no Gráfico 1:

Gráfico 1 – Candidatos aprovados e reprovados no exame para condução


Fonte: Elaboração própria

Os sujeitos desta pesquisa, com relação à faixa etária, apresentaram as


seguintes características: 77% dos candidatos tinham idades entre 18 e 30 anos e
23% tinham mais de 30 anos.
Primeiramente, precisamos observar que a prova de exame prático consistiu
de duas fases, sendo a primeira a Balisa e a segunda, uma prova de Percurso. Os
dados levantados apresentaram os seguintes resultados: Do total de reprovações do
sexo feminino, 67% foram na prova de balisa e 33% no percurso, enquanto do total
de reprovações do sexo masculino, 57% foram na balisa e 43% percurso. A
diferença entre os gêneros foi moderada, sendo que as mulheres reprovaram mais
na prova de balisa e os homens na prova de percurso.
Com relação às justificativas pela reprovação, 80% dos candidados
relataram que foram reprovados devido ao nervosismo; 12% dos candidatos
relataram não estar preparados e 8% alegaram outros fatores.
19

É preciso continuar na busca por soluções que sanem os problemas,


buscando a maior qualidade no processo de formação de condutores da categoria B.
Os índices de reprovação não preocupam, porque se o candidato não estiver
preparado, deverá ser formado de forma mais intensiva para preservar a segurança
no trânsito tanto para ele quanto para terceiros.

Considerações Finais

O objetivo deste artigo era o de discutir aspectos que têm sido enfatizados
nos estudos sobre Psicologia no contexto trânsito no Brasil, bem como suas
limitações e perspectivas para a pesquisa nesse campo. Trata-se de um assunto
complexo, cujos resultados, natureza e implicações precisam ser ainda melhor
estudados.
As sucessivas alterações na legislação de trânsito para punir os infratores
até como forma de conscientizar a sociedade incluíram a Lei Seca, que foi aprovada
em 19 de junho de 2008, que gerou um ligeiro declínio nos dois primeiros anos de
sua vigência, mas a falta de fiscalização mais intensiva somada à falta de
conscientização dos motoristas que ao beber encontram as mais distintas
justificativas para assumir o volante não foram suficientes para diminuir a
imprudência nas ruas.
Uma das maiores dificuldades para a comprovação das taxas de alcoolemia
é a potencial recusa de soprar o bafômetro embasada no direito de não produzir
auto-incriminação e até mesmo a própria dinâmica das blitz efetuadas pelos policiais
impede um trabalho mais efetivo da polícia, porque todo condutor embriagado deve
ser conduzido para a delegacia acompanhado de um policial, desfalcando o efetivo
em exercício para realizar as morosas tarefas que a inspeção obriga.
A prova pericial advinda do teste de alcoolemia é muito importante para
enquadrar o infrator em homicídio culposo, que normalmente ocorre quando a morte
é provocada por condutor embriagado e o enquadramento em homicídio doloso gera
ainda as maiores polêmicas entre os juristas, assoberbada com a decisão do
Ministro do STF Luiz Fux que isentou de enquadramento em homicídio doloso um
20

condutor argumentando que apenas sob a hipótese de consumir álcool para


encorajar-se a cometer um homicídio com veículo automotor é que o criminoso
deverá ser punido por homicídio doloso. Em outros casos deverá ser enquadrado
em homicídio culposo, porque não teve a intenção de matar.
A pessoa consciente e conscienciosa de seus deveres e conhecedora das
penas pesadas às quais estará exposta ao ser flagrada em um comando policial
pensará muitas vezes antes de tomar a direção de um veículo e mesmo quando
estiver sob efeito de substâncias psicoativas lhe restará alguma consciência caso as
taxas de alcoolemia não sejam tão elevadas a ponto de causar-lhe desmaios ou
comas alcoólicos. Está mais do que na hora de se rever esta nossa legislação,
tornando-a mais rígida e punitiva, pois a sensação que temos é de que a vida de um
ser humano tem um valor relativo, uma vez que nossas leis classificam este tipo de
crime como culposo.
Neste sentido, as políticas públicas que propiciam a implementação de
projetos e programas de conscientização à população, maior celeridade e fluência
na comunicação entre os órgãos envolvidos no setor de trânsito poderão, a médio
prazo minimizarem a ocorrência de acidentes de trânsito causados por condutores
embriagados.
Embora tenhamos vistos que desde o inicio a psicologia no contexto do
trânsito tenha tido uma grande evolução, pode-se perceber que muitos caminhos
ainda devem ser estudados e executados. Estudantes da área para a investigação
e a verificação da importância destes assuntos, A capacitação dos profissionais que
já atuam, e a valorização e reconhecimento da profissão ainda devem ainda estão á
desejar, bem como os órgãos responsáveis darem um pouco mais de importância
nessa questão, fazendo com que sejam implantadas estratégias para a melhoria e a
segurança do nosso trânsito, fazendo com que o caos que hoje o trânsito se
encontra, tenha mudanças significativas.
21

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