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CONTABILIDADE
Aline Alves
Revisão técnica:
Lilian Martins
Cientista contábil
Especialista em Controladoria e Planejamento Tributário
Professora de Curso de Graduação em Ciências Contábeis
1. Contabilidade. I.Título.
CDU 657
Introdução
A contabilidade passou a diferenciar-se da escrituração contábil e tornou-
-se uma ferramenta primordial de esclarecimento para o domínio das
riquezas, visando auxiliar as entidades na tomada de decisões e esclarecer
as modificações que ocorrem no seu patrimônio.
Neste capítulo, você vai aprender sobre as doutrinas científicas da
contabilidade, a filosofia da contabilidade e, por fim, as escolas contábeis.
Filosofia da contabilidade
O conhecimento contábil é entendido como científico desde o início do sé-
culo XIX. Nesse período, as pesquisas justificavam a essência científica da
contabilidade. O desenvolvimento, vindo com as escolas, teorias e doutrinas
contábeis, resultou no reconhecimento da contabilidade como ciência, já que
ela cumpria todas as solicitações necessárias para tal qualificação — possuía
objeto próprio, critério definido, finalidade determinada, teoremas, teorias,
hipóteses, tradição, entre outros. Nesse início do século XIX, já era de co-
nhecimento entre os teóricos que o registro contábil representava somente
uma expressão relativa à análise dos fatos patrimoniais, não o próprio fato.
2 Doutrinas, escolas e novas razões de entendimentos na ciência contábil
Para que uma ciência seja classificada como tal, ela necessita atender a convenções
e possuir exigências especiais.
Um conhecimento, para ser classificado como científico, precisa fundamentar-se
em motivos competentes.
Doutrinadores italianos, franceses, alemães e portugueses foram responsáveis pela
capacitação de doutrinários, que constituíram as escolas do pensamento contábil,
resultando nas correntes científicas.
Escolas contábeis
A primeira escola do pensamento contábil foi a contista, surgida no século XV.
Com o aumento da população, houve a necessidade de segregar o patrimônio da
empresa da riqueza do proprietário. Essa escola afirmava que a contabilidade
representava a ciência das contas e da escrituração, e teve como destaque a
obra de Luca Pacioli.
A escola administrativa teve a sua origem em 1840, apresentando como
ideia essencial que as contas deveriam ser abertas para os valores, não para
relações pessoais, aceitando a escrita contábil como método sistêmico. A escola
favoreceu o desenvolvimento científico da contabilidade, evidenciando-a não
somente como escrituração, mas como instrumento de informação gerencial
capaz de influenciar a tomada de decisões empresariais.
A personalista, que surgiu no século XIX, apresentou como ideia principal
dar originalidade às contas, que deveriam ser criadas direcionadas às pessoas
físicas e jurídicas.
Já a escola controlista, criada em meados de 1880, na Itália, definiu como
objeto da contabilidade o controle patrimonial, diferenciando também as
etapas de gestão econômica e de direção e controle.
Em 1887, surgiu a escola norte-americana, facultando clareza e responsa-
bilidade aos profissionais e enfatizando a contabilidade gerencial. Ela buscou
qualificar a informação contábil, proporcionando o método de contabilidade
financeira, de relatórios e a publicação da contabilidade gerencial.
A escola matemática trouxe a ideia de que a contabilidade representava
uma ciência aplicada, e não social, já que não objetivava apresentar a gestão
ou os elementos patrimoniais.
Sabemos que, para a escola neocontista, o objeto da contabilidade era
definido mediante o patrimônio, na defesa de que a contabilidade
correspondia à ciência do controle econômico.
O neocontismo (1914) trouxe grande avanço para o estudo da análise
patrimonial e dos fenômenos decorrentes da gestão empresarial, dessa
forma, foi um movimento contrário a escola personalista, defendendo o
valor às contas desvinculandas das pessoas. Foi o início da “ciência das
contas e escrituração”, como era conhecida, que deu originem a separação
da entidade e do proprietário.
A moderna escola italiana definiu que o controle aplicado pela contabilidade
correspondia a um instrumento. já a escola controlista afirmou o seguinte:
6 Doutrinas, escolas e novas razões de entendimentos na ciência contábil
o controle econômico pode ser considerado como uma das finalidades dos
sistemas de escrituração, não abrangendo, contudo, em sua totalidade, o
objeto da contabilidade. Aspectos relativos à formação dos custos, realização
de receita, equilíbrio financeiro e outros que provam variações patrimoniais
são objeto de operações de controle, porém, a contabilidade não se limita a
esses aspectos. O controle é apenas um instrumento de apoio, e não um fim
ou o objeto da contabilidade (DONATO, 2014).
Leituras recomendadas
LUZ, E. E. Teoria da contabilidade. Curitiba: InterSaberes, 2015.
NIYAMA, J. K.; SILVA, C. A. Teoria da contabilidade. São Paulo: Atlas, 2009.
SÁ, A. L. A contabilidade com ciência. Prof. Antonio Lopes de Sá, Belo Horizonte, 2017.
Disponível em: <http://www2.masterdirect.com.br/448892/index.asp?opcao=7&cli
ente=448892&avulsa=4947>. Acesso em: 06 nov. 2017.
SÁ, A. L. Teoria da contabilidade. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2010.
SÁNTOS, J. L. D. Teoria da contabilidade. São Paulo: Pearson, 2009.
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