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Índice

CAPITULO I...................................................................................................................................................1
1. Introdução.......................................................................................................................................1
1.1. Objectivos de estudo...................................................................................................................2
1.1.1. Objectivo geral.....................................................................................................................2
1.1.2. Objectivos específicos..........................................................................................................2
1.2. Metodologia................................................................................................................................2
CAPITULO II..................................................................................................................................................3
2. Quadro Teórico e Conceptual..........................................................................................................3
2.1. Conceitos.................................................................................................................................3
3. Revisão de literatura........................................................................................................................3
CAPITULO III.................................................................................................................................................9
4. Conclusão........................................................................................................................................9
5. Referências bibliográficas................................................................................................................9

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CONTAS
CAPITULO I
1. Introdução
O presente trabalho tem como tema contas na perspectiva Moçambicana, as contas fazem parte
do plano básico da contabilidade pública, inseridas nas estruturas do plano. O Plano Básico de
Contabilidade Pública é estruturado para ser adoptado por todas as Unidades Gestoras do
Sistema Integrado de Administração Financeira do Estado – SISTAFE ou que venham a integrá-
lo, sob a modalidade de uso total.

No que concerne a estrutura, o trabalho esta dividido em 3 capítulos. Capitulo 1, temos a


introdução, objectivos de estudo e metodologia. No capítulo 2, temos o quadro teórico e
conceptual e revisão de literatura. No capítulo 3, temos a conclusão e referências bibliográficas.

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CONTAS
1.1. Objectivos de estudo
1.1.1. Objectivo geral
 Descrever o funcionamento das contas, numa perspectiva moçambicana.

1.1.2. Objectivos específicos


 Descrever a composição básica do plano básico de contabilidade pública
 Explicar o funcionamento das classes ou níveis das contas

1.2. Metodologia
Para realização deste trabalho, aptou-se pelo método qualitativo, que segundo (OLIVEIRA,
2011, p. 61) “A abordagem qualitativa implica uma série de leituras sobre o assunto pesquisado,
(…), ou seja, é preciso descrever ou relatar minuciosamente o que os diferentes autores ou
especialistas escrevem sobre o assunto, e a parir dai, estabelecer uma série de correlações, para
ao final, o pesquisador construir o seu ponto de vista conclusivo”.

Quanto aos procedimentos técnicos, é uma pesquisa bibliográfica. “Entende-se por pesquisa
bibliográfica o acto de fichar, relacionar, referenciar, ler, arquivar, fazer resumos de assuntos
relacionados com a pesquisa em questão. O levantamento bibliográfico é mais amplo do que a
pesquisa documental”. (OLIVEIRA, 2011, p. 63)

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CONTAS
CAPITULO II
2. Quadro Teórico e Conceptual
2.1. Conceitos
Contas –

D’Auria (apud IUDÍCIBUS, 1997) conceitua o ativo como “o conjunto de meios ou a matéria
posta à disposição do administrador para que este possa operar de modo a conseguir os fins que a
entidade entregue à sua direção tem em vista”.

Teorias sobre a conta

Escola contista

Constituiu-se na primeira corrente de pensamento contábil (1494). Schmidt (2000) menciona que
os defensores dessa corrente adoptaram como ideia básica o mecanismo das contas, centrando
sua preocupação no seu funcionamento, esquecendo-se que a conta é apenas consequência das
operações que acontecem numa entidade, e que essas operações devem merecer a máxima
atenção da contabilidade. O objetivo das contas era sempre o de registrar uma dívida a receber
ou a pagar, coincidindo com a origem do crédito nas relações comerciais.

Com o início do regime socioeconómico, no qual os meios de produção passaram a pertencer a


qualquer pessoa que possuísse capital, as relações de crédito entre compradores e vendedores
experimentaram um grande crescimento, fazendo com que as contas contábeis se constituíssem
num dos mais hábeis instrumentos para o registo dessas relações.

A escola contista teve um grande impulso com os trabalhos de pesquisadores franceses, entre os
quais Degranges, que em 1795 divulgou a chamada Teoria das Cinco Contas, baseada em estudo
realizado em 1675, por Jacques Savary, sobre a teoria geral das contas. Para Degranges, o
comércio tinha cinco objetivos (contas) principais que permanentemente lhe serviam de meio de
troca, sendo este fato a base de sua teoria. As cinco contas eram: (1) mercadorias; (2) dinheiro;
(3) contas a receber; (4) contas a pagar; e (5) lucros e perdas (SCHMIDT, 2000).

Em 1796, Jones apresentou o modelo inglês de registro baseado em dois livros principais: o
diário e o razão, e dois livros auxiliares: caixa e armazém (existências). Esse autor teve o mérito

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CONTAS
de ser o primeiro a admitir a necessidade de realizar-se um controle numérico entre os livros
principais, somando-se separadamente o diário e o razão para verificar a igualdade de ambas as
somas. Mais tarde, com o surgimento das sociedades com mais de um capitalista, criouse a conta
capital, considerada pelos contistas como uma dívida da empresa para com o capitalista, o que
mais tarde, com o surgimento do conceito de entidade, deixou de ser assim considerada. Os
principais personagens do contismo foram: Fibonacci, Pegolotti, Pietra, Flori e Degranges, e os
mais destacados foram: Cotrugli e Frei Luca Pacioli.

Escola personalista

Schmidt (2000) menciona que esta escola surgiu como uma reação ao contismo, durante a
segunda metade do século XIX (1867), dando personalidade às contas para poder explicar as
relações de direitos e obrigações. A personificação das contas já existia desde os primeiros
expositores do método de partidas dobradas, porém, esta personificação não constituía uma
teoria científica, e sim um artifício usado pelos autores para explicar o mecanismo das contas.
Para os teóricos do personalismo, as contas deveriam ser abertas tanto para pessoas físicas como
jurídicas (pessoas verdadeiras), e o dever e haver representavam débitos e créditos das pessoas a
quem as contas foram abertas.

Um dos primeiros idealizadores desta teoria foi Francesco Marchi (1822-1871). Mas foi
Giuseppe Cerboni (1827-1917) o verdadeiro construtor da teoria personalista. Justificava a
personificação das contas por considerar que qualquer operação administrativa, correspondente à
gestão de qualquer entidade, assume relevância jurídica em virtude do débito e crédito que
provoca.

No personalismo, a ciência contábil é considerada o estudo das variações da riqueza em relação à


azienda, e a contabilidade a ciência da administração aziendal. Uma importante contribuição
desta escola à comunicação contábil foi que a contabilidade passou a ser considerada como um
instrumento informacional sobre a gestão das entidades, em vez de uma mera técnica de registro
de transações econômicas. Portanto, considerada uma disciplina ligada à gestão e ao processo de
tomada de decisão. Os principais personagens desta escola foram: Marchi, Cerboni e Rossi.

Os Controlistas

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CONTAS
Na visão dos controlistas, os balanços, as contas, os orçamentos, as demonstrações de resultados
etc. representavam uma forma de controle da riqueza dos organismos econômicos. O controle
econômico pode ser considerado como uma das finalidades dos sistemas de escrituração, não
abrangendo, contudo, em sua totalidade o objeto da contabilidade. Aspectos relativos à formação
dos custos, realização de receita, equilíbrio financeiro e outros, que provam variações
patrimoniais, sofrem operações de controle, porém, a contabilidade não se limita unicamente a
esses aspectos. O controle é apenas um instrumento de apoio e não um fim ou objeto da
contabilidade. Os principais personagens dessa escola foram: Besta, Alfieri, Ghidiglia, D’Alvise
e Lorusso.

Escola neocontista

O neocontismo (1914), segundo Schmidt (2000), restituiu à contabilidade o seu verdadeiro


objeto: a riqueza patrimonial, e, em consequência, trouxe grande avanço para o estudo da análise
patrimonial e dos fenômenos decorrentes da gestão empresarial, tendo surgido como um
movimento contrário ao personalismo, defendendo o valorismo das contas. Para os neocontistas,
as contas não deveriam ser abertas a pessoas ou entidades, nem representavam direitos e
obrigações, mas deveriam refletir os valores dos componentes patrimoniais sujeitos a
modificações.

Esta escola foi responsável, também, por atribuir à contabilidade o papel de colocar em evidência
o ativo, o passivo e a situação líquida das unidades econômicas. Para tanto, seria necessário abrir
contas com valores dos ativos (positivas), passivos (negativas) e diferenciais (abstratas/situação
líquida). As principais regras contábeis são expressas a partir da fórmula do balanço (A=P+/–
SL), sendo que a disposição das contas no balanço deve basear-se, para o ativo, no seu grau de
disponibilidade, e para o passivo, no de exigibilidade. A dinâmica do balanço era interpretada
pelos neocontistas tomando por base os fatos permutativos e modificativos.

Dentro do que denominavam dinâmica contabilística, afirmavam que num balanço, em um


momento qualquer, a soma das importâncias referentes ao débito é igual à soma das importâncias
referentes ao crédito, o que equivale a dizer que a um débito corresponde sempre um crédito de
igual valor. Nessa concepção, as contas ativas são debitadas pelo valor inicial e pelos aumentos,
e creditadas pelas diminuições. Em relação às contas passivas, ocorre exatamente o contrário. A

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CONTAS
escola neocontista concentrou-se na chamada teoria materialista ou positivista das contas, pois
para a maioria dos seus adeptos, a principal função da contabilidade se resumia na revelação
patrimonial, ocupando-se principalmente dos processos de classificação e registro das contas, em
detrimento dos aspectos económico administrativos dos eventos registrados. Sem dúvida, a
grande contribuição dessa escola à comunicação contábil foi a separação entre passivo e
situação líquida, no balanço. Seus principais expoentes foram: Besta, Dumarchey, Delaporte,
Calmés

3. Revisão de literatura
A conta

A conta é o título representativo de formação, composição, variação e situação de um


património, bem como dos bens, direitos e das obrigações e situações, nele não compreendidas,
mas que directa ou indirectamente, possam vir afectá-lo, exigindo, por isso, controlo específico.

As contas são agrupadas segundo suas funções, possibilitando:

 Identificar, classificar e efectuar a escrituração contabilística, pelo método das partidas


dobradas, dos actos e factos de gestão, de maneira uniforme e sistematizada;
 Conhecer a situação dos responsáveis que, de algum modo, arrecadem receitas, efectuem
despesas e administrem ou guardem bens pertencentes ou confiados ao Estado;
 Acompanhar e controlar a execução orçamental, evidenciando a receita prevista, cobrada
e recolhida, bem como a despesa autorizada, cabimentada e realizada e, também, as
dotações disponíveis;
 Elaborar os Balanços, Mapas de Controlo Orçamental e as Demonstrações de Resultados;
 Conhecer a composição e situação do património analisado;
 Analisar e interpretar os resultados económicos e financeiros;
 Individualizar os credores e devedores, com a especificação necessária ao controlo
contabilístico do direito ou obrigação;
 Controlar contabilisticamente os direitos e obrigações oriundas de ajustes ou contratos de
interesse da gestão.

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CONTAS
Estrutura:

As contas contabilísticas serão estruturadas por níveis de desdobramento, classificadas e


codificadas, de modo a facilitar o conhecimento e a análise da situação orçamental, financeira e
patrimonial, compreendendo seis níveis de desdobramento, da seguinte forma:

1º Nível – Classe............................................................. X
2º Nível – Grupo............................................................. X
3º Nível – Subgrupo........................................................X
4º Nível – Elemento....................................................... X
5º Nível – Sub elemento.................................................X
6º Nível – Item............................................................. XX

Além dos seis níveis acima mencionados as contas podem sofrer desdobramentos de acordo com
o “Plano de Objectos”, consistindo o mesmo numa técnica de codificação do SISTAFE que
permite a utilização simultânea de uma mesma conta contabilística, com atributos distintos, pelos
diversos usuários do sistema, sem a necessidade de desagregação dos códigos da conta.

O Plano de Objectos cria automaticamente o oitavo nível na estrutura das contas, que
corresponde a um detalhamento interno do SISTAFE. Como exemplo ilustrativo do Plano de
Objecto, pode-se indicar a conta contabilística “Bancos”, cujo desdobramento seria a codificação
do domicílio bancário, composta pelas informações identificadoras de: “Banco, Agência e Conta
Corrente”.

As contas deverão, ainda, ser separadas em “escrituradas”, aquelas que admitem registos, e “não
escrituradas”, aquelas que não admitem registos. As escrituradas podem receber lançamentos
contabilísticos em quaisquer dos seus níveis, com excepção dos dois primeiros níveis.

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CONTAS
O primeiro nível representa a classificação máxima na agregação das contas nas seguintes
classes:

 Activo
 Passivo
 Despesa
 Receita
 Resultado do Exercício
 Contas de Ordem.

Classe 1: Activo:

O Activo inclui as contas correspondentes aos bens e direitos, demonstrando as aplicações de


recursos, compreendendo os seguintes grupos de contas dispostas em crescente de grau de
liquidez:

 Activo Circulante: compreende as disponibilidades de numerário, os recursos a receber,


bem como outros bens e direitos, pendentes ou em circulação, realizáveis até ao término
do exercício seguinte.
 Activo Realizável a Médio e Longo Prazo: são os bens e direitos realizáveis,
normalmente, após o término do exercício seguinte.
 Activo Imobilizado: representa os activos de carácter permanente, representados pelas
imobilizações corpóreas e incorpóreas, bem como as amortizações e reintegrações
acumuladas.

Classe 2: Passivo:

O Passivo compreende as contas relativas às obrigações, evidenciando as origens dos recursos


aplicados no Activo; as quais estão dispostas no PBCP, em ordem decrescente de grau de
exigibilidade e compreendem os seguintes grupos:

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CONTAS
 Passivo Circulante: compreende as retenções de curto prazo, as coberturas de deficits de
tesouraria, as obrigações a pagar, e os valores pendentes, exigíveis até ao término do
exercício seguinte.
 Passivo Exigível a Médio e Longo Prazo: são as obrigações exigíveis, normalmente,
após o término do exercício seguinte.
 Resultado de Exercícios Futuros: compreende as contas representativas de receitas de
exercícios futuros, bem como das despesas a elas correspondentes.
 Fundos Próprios: representa o património da gestão, as reservas de capital e outras que
forem definidas, assim como o resultado acumulado não destinado.

Classe 3: Despesa:

A Despesa inclui as contas representativas dos recursos despendidos na gestão, a serem


computados no apuramento do resultado do exercício e estão desdobradas nas seguintes
categorias económicas:

 Despesas Correntes: compreendem as contas desdobradas em transferências e


aplicações directas, de despesas com pessoal, bens e serviços, encargos da dívida,
subsídios, outras despesas correntes e exercícios findos.
 Despesas de Capital: compreendem as contas desdobradas em transferências e
aplicações directas, de despesas de bens de capital, operações financeiras e outras
despesas de capital.

Classe 4: Receita

A Receita inclui as contas representativas dos recursos auferidos na gestão, a serem computados
no apuramento do resultado do exercício, desdobradas nas seguintes categorias económicas:

 Receitas Correntes: compreendem as receitas tributárias, as receitas não tributárias, as


receitas de doações, bem como as provenientes de transferências correntes.
 Receitas de Capital: correspondem as receitas de empréstimos, as receitas de alienação
de bens, as receitas de doações, bem como as provenientes de transferências de capital.

Classe 5: Resultado Diminutivo do Exercício:

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CONTAS
Inclui as contas representativas das variações negativas da situação líquida do património e do
apuramento do resultado respectivo, desdobradas nos seguintes grupos:

 Resultado Ordinário: corresponde à diminuição da situação líquida do património


correspondente às despesas orçamentais (valores despendidos que afectam o orçamento
do exercício); às interferências passivas (transferências financeiras efectivas entre
Unidades Gestoras do Sistema) e as mutações passivas (reflexos da contabilização dos
factos permutativos decorrentes da receita orçamentais).
 Resultado Extraordinário: corresponde à diminuição da situação líquida do património,
ocorrida de forma independente da execução orçamental, incluindo as contas
representativas das despesas não orçamentais, as interferências passivas (incorporam os
valores das transferências para atender as despesas por pagar e valores das transferências
de bens e valores) e os decréscimos patrimoniais (desincorporação de activos e
incorporação de passivos).

Classe 6: Resultado Aumentativo do Exercício:

Inclui as contas representativas das variações positivas da situação líquida do património e do


apuramento do resultado respectivo, desdobradas nos seguintes grupos:

 Resultado Ordinário: corresponde ao aumento da situação líquida do património, inclui


as contas da receita orçamental (todos os valores recebidos relativos à execução
orçamental da receita); as interferências activas (transferências financeiras efectivadas
entre Unidades Gestoras do Sistema) e as mutações activas (reflexos da contabilização
dos factos permutativos decorrentes da despesa orçamental).
 Resultado Extraordinário: corresponde ao aumento da situação líquida do património,
ocorrido de forma independente da execução orçamental, incluindo as contas
representativas das receitas não orçamentais, interferências activas e acréscimos
patrimoniais (incorporação de activos e desincorporação de passivos).

Classe 7: Resultado Patrimonial do Exercício:

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CONTAS
É uma conta transitória utilizada no encerramento do exercício, para demonstrar o apuramento
do resultado patrimonial do exercício, obtido pelo confronto das variações activas e passivas
ocorridas no período.

Classe 8: Das Contas de Ordem:

As Contas de Ordem: compreende as contas de função primária de controlo, relacionadas aos


bens e as obrigações, bem como as situações não compreendidas no património mas que, directa
ou indirectamente, possam vir afectá-lo, inclusive aos actos e factos relacionados com a
execução orçamental e financeira.

Nas Contas de Ordem Activas serão registados dois sistemas, conforme se demonstra a seguir:

Sistema Orçamental

 Actos de Natureza Orçamental


 Controlo da Receita
 Controlo da Despesa

Sistema de Ordem

 Actos Administrativos
 Controlo da Programação Financeira
 Controlo das Despesas por Pagar
 Controlo dos Actos Administrativos Potenciais

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CONTAS
CAPITULO III
4. Conclusão

5. Referências bibliográficas
SCHMIDT, Paulo. História do pensamento contábil. Porto Alegre: Bookman, 2000

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CONTAS

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