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COMPREENSÃO, INTERPRETAÇÃO E LEITURA DE TEXTOS

(Com Base nos Descritores da Língua Portuguesa)

EXERCÍCIO 1

Leia o texto abaixo e responda as questões de 1 a 3.

§1º O Brasil é um país cuja história e cultura foram e seguem sendo uma construção do trabalho de "três
raças": os índios, habitantes originais de todo o território nacional, os pretos trazidos da África e os
brancos vindos de Portugal a partir de 1500.

§2º De acordo com a maioria dos estudiosos do assunto na atualidade, os fragmentos de "contribuição
cultural" de diferentes grupos étnicos não são o mais relevante. Pretender mensurar a participação do
indígena ou do negro brasileiros em uma cultura dominantemente branca e de remota origem européia,
através do seu aporte à culinária, à tecnologia agrícola, ao artesanato, ou à vida ritual do país, é ocultar,
sob o manto da pitoresca aparência, aquilo que é fundamentalmente essencial.

§3º Isto porque em toda a nação que, como o Brasil, resulta do encontro, dos conflitos e das alianças
entre grupos nacionais e étnicos, sempre a principal lição que se pode tirar é o aprendizado da
convivência cotidiana com a diferença, com o direito "do outro" e com o fraterno respeito pelas minorias
quaisquer que sejam. Não é possível esquecermos que negros e indígenas participaram sempre da vida
brasileira com servos e escravos, como sujeitos e povos espoliados e que, apesar de tudo souberam lutar e
resistir. Sepé Tiaraju, um líder guerreiro indígena, e Zumbi, um guerreiro tornado escravo e que preferiu
morrer guerreiro no seu Quilombo dos Palmares a voltar a ser um escravo, talvez sejam os melhores
exemplos de contribuição dos povos minoritários à cultura brasileira, do que todos os pequenos produtos
que negros e índios acrescentaram a uma cultura nacional.

(Carlos Rodrigues Brandão. Índios, negros e brancos: a construção do Brasil. In: Correio, Rio de janeiro, Fundação Getúlio
Vargas, ano 15, fevereiro de 1987).

Descritor 01 (Localizar informações explícitas em um texto) –

01. A opção que está de acordo com as idéias expressa pelo texto é
(A) a construção da história e da cultura do Brasil resulta do trabalho de índios, pretos e
brancos.
(B) a influência de índios e negros deu-se especialmente na culinária e no artesanato.
(C) é possível detectar, com relativa facilidade, a participação do indígena ou do negro na
cultura branca de origem européia.
(D) Os conflitos entre os três grupos étnicos nacionais geram uma necessidade de convivência
fraterna entre os indivíduos.

Descritor 2 (estabelecer relações entre partes de um texto, identificando repetições


ou substituições que contribuem para a continuidade de um texto) –

02. O vocábulo "originais" (1º parágrafo) pode ser interpretado como:


(A) diferentes.
(B) peculiares.
(C) excêntricos.
(D) exóticos.

03. O vocábulo "mensurar" (2º parágrafo) pode ser interpretado como:


(A) averiguar. (B) regular.
(C) examinar.
(D) medir.
EXERCÍCIO 2
Leia o texto a seguir e responda as questões de 1 a 3.
TEXTO I

Algum tempo hesitei se devia abrir estas memórias pelo princípio ou pelo fim, isto é, se poria
em primeiro lugar o meu nascimento ou a minha morte. Suposto o uso vulgar seja começar
pelo nascimento, duas considerações me levaram a adotar diferente método: a primeira é que
eu não sou propriamente um autor defunto, mas um defunto autor, para quem a campa foi
outro berço; a segunda é que o escrito ficaria assim mais galante e mais novo. Moisés, que
também contou a sua morte, não a pôs no intróito, mas no cabo: diferença radical entre este
livro e o Pentateuco. (Machado de Assis, in Memórias Póstumas de Brás Cubas).

Descritor 6 (Identificar o tema de um texto).

01. Pode-se afirmar, com base nas idéias do autor-personagem, que


se trata
(A) de um texto jornalístico.
(B) de um texto religioso.
(C) de um texto científico.
(D) de um texto autobiográfico.

Descritor 1 (Localizar informações explícitas em um texto) -

02. De acordo com o autor-personagem, é menos comum


(A) começar um livro por seu nascimento.
(B) não começar um livro por seu nascimento, nem por sua morte.
(C) começar um livro por sua morte.
(D) não começar um livro por sua morte.

Descritor 4 (Inferir uma informação implícita em um texto) –

03. Deduz-se do texto que o autor-personagem


(A) está morrendo.
(B) já morreu.
(C) não quer morrer.
(D) não vai morrer.

Leia o texto abaixo e responda as questões de 4 a 7.


TEXTO II

Pode dizer-se que a presença do negro representou sempre fator obrigatório no


desenvolvimento dos latifúndios coloniais. Os antigos moradores da terra foram,
eventualmente, prestimosos colaboradores da indústria extrativa, na caça, na pesca, em
determinados ofícios 5 mecânicos e na criação do gado. Dificilmente se acomodavam, porém,
ao trabalho acurado e metódico que exige a exploração dos canaviais. Sua tendência
espontânea era para as atividades menos sedentárias e que pudessem exercer-se sem
regularidade forçada e sem vigilância e fiscalização de estranhos. (Sérgio Buarque de Holanda,
in Raízes)

Descritor 1(Localizar informações explícitas em um texto) -

04. Segundo o autor, os antigos moradores da terra


(A) foram o fator decisivo no desenvolvimento dos latifúndios coloniais.
(B) colaboravam com má vontade na caça e na pesca.
(C) não gostavam de atividades rotineiras.
(D) não colaboraram com a indústria extrativa.

Descritor 2 (estabelecer relações entre partes de um texto, identificando repetições ou


substituições que contribuem para a continuidade de um texto) –
05. “Trabalho acurado” (l. 6) é o mesmo que:
(A) trabalho apressado.
(B) trabalho aprimorado.
(C) trabalho lento.
(D) trabalho especial.

Descritor 4 (Inferir uma informação implícita em um texto) –

06. Infere-se do texto que os antigos moradores da terra eram


(A) os portugueses.
(B) os negros.
(C) os índios.
(D) tanto os índios quanto os negros.

07. Pelo visto, os antigos moradores da terra não possuíam muito


(a):
(A) disposição.
(B) responsabilidade.
(C) inteligência.
(D) paciência.

Observe a tirinha a seguir e responda as questões de 8 a 9.

Descritor 16 (Identificar efeitos de ironia ou humor em textos variados) –

8. Na tirinha, há traço de humor em


(A) "Que olhar é esse, Dalila?"
(B) "Olhar de tristeza, mágoa, desilusão..."
(C) "Olhar de apatia, tédio, solidão..."
(D) "Sorte! Pensei que fosse conjuntivite!"

9. A atitude de Romeu em relação à Dalila revela


(A) compaixão.
(B) companheirismo.
(C) insensibilidade.
(D) revolta.
EXERCÍCIO 3

01. O questionamento da criança ao pai, na charge acima, mostra


que
(A) A criança, por ser muito pequena, é ingênua.
(B) A criança não sabe o que é teto.
(C) Não há diferença social no país.
(D) A curiosidade da criança não tem fundamento.

02. O humor na charge está presente, principalmente (A) Na


pergunta da dona da galinha.
(B) Na pergunta/resposta da vizinha e seu olhar.
(C) No objeto apresentado pela vizinha.
(D) Na expressão fisionômica das personagens.

EXERCÍCIO 4
Leia o texto a seguir, depois responda as questões de 1 a 10.
Casa mal assombrada

Eram duas e meia da manhã quando Levi, Antônio e Arnaldo andavam pelas calçadas sujas de sua
cidade. Estavam vagando a mais três horas sem nada pra fazer, Levi odiava fazer isso, preferia estar em
casa assistindo TV e comendo, mas sempre acompanhava os amigos porque não gostava de ficar
sozinho. Chegaram à antiga estação de trem da cidade que já desativada havia muitos anos.
“Vamos embora daqui, eu odeio esse lugar” – pediu Levi tentando não parecer aterrorizado.
“Deixe de ser medroso” – respondeu Arnaldo. “Vamos até a casa abandona da colina e dar uma
olhada, estou precisando de uma aventura.” – completou ele com a voz excitada.
Antônio riu e começou a andar em direção a casa, os outros dois o seguiram. Chegaram ao portão
de entrada e olharam aquela imensa construção, era linda e tenebrosa ao mesmo tempo.
Os três jamais viram alguém morando naquele lugar, o dono da propriedade a trancou a mais de
cinqüenta anos e não voltou mais, nunca vendeu ou alugou. Os moradores da região até evitavam passar
perto com medo, diziam que o lugar era assombrado.
Anos atrás o filho do prefeito daquela cidade estava se casando com uma moça que morava ali. No
dia do casamento, a melhor amiga da noiva a levou para a casa do prefeito dizendo que queria mostrar-
lhe algo. Chegando lá elas sobem até o quarto onde o noivo dormia e o encontram na cama com outra
mulher. Em um momento de desespero a noiva desce até a cozinha pega uma faca e mata o noivo e a
amante.
Momentos depois, ela não conteve a agonia e enfiou a faca em seu coração.
Supostamente os fantasmas dos três ficaram na casa onde diz à lenda que o fantasma da noiva tortura os
outros dois.
Arnaldo foi o primeiro a entrar, pulou o portão e foi em direção a casa. Olhou para trás e viu os
outros dois pulando também e continuou até chegar à porta. Levi ficou parado no meio do caminho.
“Eu não entro ai, estou sentindo mal, alguma coisa me diz que agente deveria ir embora.” – disse o
rapaz com voz tremula.
Os outros dois não deram importância. Voltaram-se para casa e olharam pela janela. Eles se
espantaram porque podiam ver muito bem o que tinha dentro da casa somente com a iluminação da lua
que entrava pelas janelas. A sala de entrada era enorme e toda a mobília parecia estar lá, porem coberta
com lençóis.
“Opa, a porta da frente esta aberta.” – Disse Antônio já abrindo a porta. Os dois entraram, o
lugar era lindo, descobriram alguns móveis e viram que estava tudo intacto, parecia que alguém estava
cuidando de tudo. Antônio decidiu subir para o próximo andar e ver se achava algo interessante.
Arnaldo foi ver outro cômodo. Momentos depois Arnaldo escuta Antônio descendo as escadas.
“Vamos embora, Levi esta nos esperando lá fora.” – Gritou Arnaldo para que seu amigo pudesse
escutá-lo.
Antônio não respondeu, Arnaldo se virou para ir até a saída e deu de cara com alguém, não pode
ver quem era porque a luz vinha de trás da pessoa então só via a silhueta. Uma coisa ele tinha certeza,
estava vestida de noiva. Seu corpo congelou então ele riu tentando disfarçando o susto.
“Muito boa essa Antônio, quase me mata de susto. Vamos embora, já tive muito pra uma noite,
esse lugar esta me dando arrepios.” – disse Arnaldo irritado. Antônio continuou calado. Arnaldo
ficou inquieto olhando o suposto amigo e começou a andar em sua direção, a silhueta também se
movia ao seu encontro. Algo mudou na visão de Arnaldo, parecia que a silhueta puxou uma faca de
lado e ele começou a ficar preocupado e parou de andar.
“Brincadeira tem limite Antônio.” – gritou ele.
A silhueta também parou de andar, a luz da lua iluminou seu rosto e Arnaldo gritou. A imagem o
aterrorizou e ele se arrependeu de ter entrado na casa. Ali na sua frente estava o fantasma da noiva, seu
rosto podre e olhos vazios não expressavam sentimento e mesmo assim ele sentiu que ela o ia matar.
“Antônio!” – foi à única coisa que ele conseguiu gritar, pois o terror o mantinha congelado e sem ar.
Antônio desceu as escadas rapidamente, quando viu a cena correu direto pra porta gritando. A
porta estava trancada, ele a esmurrava, chutava e puxava, mas ela não abria. Levi estava bem perto, mas
parecia que não via ou escutava nada. A noiva não deu muita atenção a ele e continuava a encarar
Arnaldo que por sua vez correu para ajudar o amigo com a porta.
“Você pensou que iria escapar de mim por toda eternidade querido?” – disse o fantasma se
aproximando dos dois.
A noiva agarrou Arnaldo pelo cabelo e apunhalou no coração. O rapaz ficou agonizando por um
tempo enquanto Antônio fazia sua última oração.
“Some daqui você não tem nada a ver com esse traste.” – disse a noiva enquanto abria a porta.
“Não, por favor Antônio” – gritou Arnaldo.
Antônio se espantou ao ver o espírito de Arnaldo sendo segurado pela noiva. Escutou um barulho
do outro lado da sala e viu o fantasma de outra mulher que parecia estar sofrendo muito. Lembrou-se da
lenda daquela casa e então entendeu que seu amigo era a reencarnação o noivo que de alguma maneira
teria escapado da tortura eterna.
Ele correu e levou Levi embora com ele. Contou a história a todos mais ninguém acreditou. O corpo
de Arnaldo nunca foi encontrado pela policia que vasculhou toda a casa e os arredores. Antônio foi
internado em um hospício alguns meses depois, dizia estar sendo assombrado pelos três fantasmas. E
quanto a casa, continua lá, sozinha e sombria, talvez esperando sua visita...

História de Terror
(Gênero textual - . Terça-feira, 18 de agosto de 2009. Posted by Paulo Garcia)

Descritor 1 – (Localizar informações explícitas em um texto) –

01. Segundo Paulo Garcia, a história do texto se dar


(A) em volta de uma casa.
(B) ao redor da cidade.
(C) numa estação de trem desativada.
(D) baseada numa lenda urbana.

Descritor 2 - (estabelecer relações entre partes de um texto, identificando repetições ou


substituições que contribuem para a continuidade de um texto) –

02. A palavra “silhueta” no texto, 13º parágrafo, pode ser substituída


por
(A) visagem.
(B) vulto.
(C) sombra.
(D) contorno.

Descritor 4 – (Inferir uma informação implícita em um texto) –

03. Faz-se inferência no texto, a idéia de que a assombração da casa


fosse
(A) o fantasma da noiva, torturando o noivo e a amante.
(B) por ser uma casa velha e abandonada.
(C) por ter ocorrido um assassinato passional.
(D) porque as pessoas acreditam em histórias de fantasmas.

Descritor 2 – (estabelecer relações entre partes de um texto, identificando repetições ou


substituições que contribuem para a continuidade de um texto) –

04. A palavra “hospício”, no último parágrafo do texto, pode ser


substituída por
(A) casa de repouso.
(B) asilo.
(C) manicômio.
(D) abrigo de maníaco.

Descritor 6 – (Identificar o tema de um texto) –

05. Segundo Paulo Garcia, o texto trata, principalmente


(A) de uma casa abandonada e tenebrosa.
(B) dos fantasmas dos moradores.
(C) de uma cidade assombrada.
(D) da sombra de uma moça com a faca no coração.

Descritor 18 – (Reconhecer o efeito de sentido decorrente da escolha de uma


determinada palavra ou expressão) -

06. No trecho “Vamos embora daqui, eu odeio esse lugar”, a expressão


em destaque revela
(A) pavor do moço pelo lugar.
(B) admiração pelo lugar.
(C) apreensão do rapaz pelo amigo.
(D) afoiteza do amigo pelo desconhecido.

Descritor 7 – (Identificar a tese de um texto) –


07. No texto, na casa mal assombrada, atualmente defende-se a idéia
de que
(A) o medo ainda se cria em lugares desativados e em casas em ruínas.
(B) local que há assassinato causa assombração.
(C) as pessoas que morrem, tornam-se fantasmas, causando medo as outras pessoas.

(D) as histórias de terror provocam medo em quem as escutam.

Descritor 5 – (Interpretar texto com auxílio de material gráfico diverso


[propagandas, quadrinhos, foto etc.]) –

08. De acordo com a imagem abaixo e em consonância com o texto,


conclui-se a idéia de que a casa era assombrada

(A) por ser desabitada e apresentar aspecto sombrio.


(B) pelas pessoas verem fantasmas dos antigos moradores.
(C) pelo ocorrido do tríplice assassinato.
(D) pelo desaparecimento do corpo de Arnaldo.

Descritor 12 – (Identificar a finalidade de textos de diferentes gêneros) –

09. A finalidade do texto é


(A) causar espanto e aterrorizar o ouvinte.
(B) causar medo a cidade e as pessoas que passam.
(C) passar medo e causar suspense no leitor.
(D) causar receio e espanto para quem passa nas proximidades.

Descritor 10 – (Identificar o conflito gerador do enredo e os elementos que


constroem a narrativa) –

10. O autor finaliza sua história, expressando-se de


forma
(A) crítica.
(B) surpreendente.
(C) humorada.
(D) assustadora.

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